Caderno do Festival de Cinema de Vitória - Markus Konká

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CADERNO DO FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

Markus Konká HOMENAGEADO CAPIXABA 7ª EDIÇÃO


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Markus Konkรก


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Foto para teste de maquiagem para o espetáculo A Lenda do Sapo Tarô-Bequê, direção de Maria Worhees, Rio de Janeiro-RJ, 1980 (acervo pessoal de Markus Konká)


Um dos mais expressivos artistas atuantes nas artes cênicas e no cinema do Espírito Santo, Markus Konká possui um percurso artístico que transita pelo teatro, cinema e dança. Com 62 anos completos no início deste ano, esse artista múltiplo e inquieto é natural do Rio de Janeiro, mas agraciou o Espírito Santo com sua presença - sendo um dos atores mais presentes na produção cinematográfica capixaba dos últimas décadas. Na telona, atuou em cerca de 40 filmes, entre curtas e longas-metragens. Foi dirigido por importantes nomes do cinema nacional: Nelson Xavier, Ruy Guerra, Hector Babenco, Hugo Carvana, Arnaldo Jabour e Carlos Diegues. No Espírito Santo, atuou em filmes de Amilton de Almeida, Luiza Lubiana, Virgínia Jorge, Sáskia Sá, Luiz Tadeu Teixeira, Edson Ferreira, entre outros. Konká está no elenco de Os Incontestáveis, de Alexandre Serafini, e atuou nos três longas-metragens do diretor Rodrigo Aragão. Markus Konká também já trabalhou como professor de arte cênica, preparador cênico com especialização em expressão corporal e preparador de elenco para cinema. Em 2009, dirigiu Meninos da Guarani, documentário que retrata e discute os processos de exclusão social de jovens e adolescentes da Avenida Guarani, avenida localizada em Jacaraípe, município da Serra, onde reside atualmente. Polêmico e bem humorado, Konká é uma figura significativa e afetuosa para a história do Festival de Cinema de Vitória. Em sua trajetória é possível perceber o exercício de uma sensibilidade crítica e em sintonia com as transformações de seu tempo. Sua gana é fonte de inspiração para que outros artistas e profissionais da cena cultural local dediquem-se de forma intensa às suas criações.

Lucia Caus Diretora do 23º Festival de Cinema de Vitória

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Ensaio para a Revista Iris na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro-RJ, 1983 (acervo pessoal de Markus Konkรก)


Ele nasceu Marcos Antônio Ribeiro da Costa, mas aos 23 anos, quando se formou ator profissional, escolheu outro nome: Markus Konká. “Aquele era o meu nome de escravo, este é o meu nome de liberdade”, explica. Figura gregária e bem humorada, gosta de cultivar os amigos e de frequentar ambientes sociais extremos: “Da sarjeta ao luxo. De uma boca de fumo a um jantar com 10 talheres”. Com uma carreira de 40 anos, esse artista eloquente e inventivo, teceu sua trajetória alinhavando duas artes – a interpretação e a dança – e dois lugares – o Rio de Janeiro e o Espírito Santo. Em seu currículo estão mais de 30 espetáculos de dança e teatro e cerca de 40 filmes de curta e longa-metragem. Além disso, na sua carreira figuram trabalhos como coreógrafo de moda e de carnaval, performer, bem como participações em obras televisivas e na direção de documentários. Konká diz que não é afeito a defender bandeiras, é desapegado de certas convenções sociais mais conservadoras e não nega nenhuma das experiências, transgressoras ou não, que já teve com sexo ou drogas. Um ator visceral e um bailarino orgânico, ele busca mergulhar profundamente naquilo que faz: “Sempre trabalhei com as pessoas por questões idiossincráticas e nunca me relacionei com alguém superficialmente. No dia em que eu deixar de comover e emocionar o próximo preferirei o óbito!”. Quem o conhece bem de perto sabe que ele está sempre pronto para destilar, de forma bem humorada, ironias e críticas sobre a realidade. Assumidamente debochado, diz levar o humor quase às últimas consequências. “A coisa mais sincera que existe em mim é a falsidade” é uma frase dita como um bordão por Konká, que admite que já perdeu alguns trabalhos por ser muito irresponsável, mas hoje conduz a vida profissional com muita seriedade. “Hoje estou centrado e focado em progredir na minha carreira. Agora, com essa idade que tenho, eu respeito muito mais a minha profissão, pois, quando mais jovem, tive várias oportunidades que joguei fora porque não respeitei esse ofício. Hoje entendo que ser ator não é um hobby, mas sim uma profissão extremamente digna, valorosa e sublime. Um bom ator tem compromisso, responsabilidade, estuda seus personagens, dedica-se ao diretor e aos colegas de elenco, é solidário e compartilha durante o processo criativo”. “Ser ator, acima de tudo, é um dever como cidadão, não vou cair no clichê de dizer que é a coisa mais maravilhosa do mundo. Não acredito muito nessa ideia de que o ator tem que sofrer pra viver o personagem, é preciso ser honesto com aquilo que se está fazendo e representando, ter dados e subsídios suficientes para compor sua interpretação, estudar o personagem, saber de onde ele vem e pra onde vai. Não entendo como sacrifício; pra mim é um prazer, mas é algo árduo, pois requer um mergulho na criação. Talvez seja uma espécie de prazer sofrido. Essa é a única coisa que sei fazer bem. E tudo é uma grande mentira, ser ator é uma mentira, uma mentira feita com convicção”.

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Em resumo, sua lição de vida: “O grande barato é viver ludicamente e respeitar o próximo, mas, para o bem da verdade, tudo que eu falo é mentira e não acredito em absolutamente em nada!”, fala sorrindo para ser irônico mais uma vez.

Entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo Nascido em 21 de março de 1954, no bairro de Ramos, na Cidade do Rio de Janeiro, Markus Konká é filho de Sebastião Ribeiro e Euvinda Paulino. Seu pai era funcionário do Ministério da Aeronáutica, natural de Campina Grande-PB, e sua mãe era dona de casa, natural de Itaguaçu e filha de fazendeiros tradicionais de Barra de São Francisco. O ator é o irmão do meio, antecedido por Orlando e seguido de Rosa Maria. Em seus primeiros anos de vida morou em Copacabana. Dessa primeira infância, Konká tem poucas lembranças, mas seu talento para as câmeras parecia já despontar ali. É que, ainda aos três anos de idade, foi escolhido como Bebê Johnson e sua imagem foi veiculada em revistas da época como parte da campanha publicitária dessa famosa linha de cosméticos infantis. Ainda no Rio de Janeiro, foi pela primeira vez ao cinema para assistir a um filme do Tarzan. As entradas para a sessão eram um prêmio de uma famosa marca de sabão em pó. Durante a sessão, o pequeno Konká ficou assustado com a imagem de um jacaré que lhe parecia saltar da tela.

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Com sete anos, mudou-se para o Espírito Santo. Sua família estabeleceu residência no bairro Vila Garrido, em Vila Velha. Em uma época em que a rua ainda era o reinado das crianças, teve infância e adolescência bem livres junto com seus irmãos: subir em árvores, soltar pipa, brincar de pique-esconde e, uma de suas atividades prediletas, jogar bola de gude – “Até hoje eu sou exímio jogador de bola de gude!”, conta. Cercados de zelo por parte dos pais, Konká se recorda das idas junto com seu irmão ao Grupo Escolar Adolfino Zamprogno. “Vestíamo-nos com roupas parecidas e de forma bem alinhada, mamãe sempre nos perfumava com talco. Na escola, meu irmão dizia que queria ser astronauta e eu cientista; isso certamente por conta influência de nosso pai que trabalhava no Ministério da Aeronáutica”. Da escola, o ator tem nostalgia das comidas e guloseimas da hora do recreio: picolé de coco, pirulito, quebra-queixo e mingau de tapioca. Foi no seio familiar que desenvolveu o gosto pelo mundo artístico, em especial, pela poesia e pela música. Seu pai era leitor de poesia: “Era apaixonado por Augusto dos Anjos, vivia recitando poemas dele e também era um apreciador da música erudita. Já mamãe era ouvinte de música popular, por isso ouvíamos sempre cantores como Dalva de Oliveira e Cauby Peixoto. Ela gostava de reunir amigos e parentes aos domingos, ocasiões onde se tocava The Fevers, Renato e Seus Blue Caps, Martinho da Vila. Na adolescência, eu gostava de escrever, vivia criando poesias e


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Performance no Centro Cultural Carmélia de Souza, Vitória-ES, anos 2000 (acervo pessoal

José Augusto Loureiro aos 2 anos (Santa Teresa-ES, 1947)* de Markus Konká)


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Como modelo vivo na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro-RJ, anos de 1980 (acervo pessoal de Markus Konkรก)


ouvindo música”. Dos três filhos, Konká era considerado o mais peralta, mas também o mais talentoso. Nessa idade, percebeu-se atraído pela dança. Durante os desfiles cívicos e paradas militares em datas comemorativas como no Dia da Independência do Brasil e no Dia da Colonização do Solo Espírito-Santense, ficava encantado com as coreografias e acrobacias das balizas. “Eu assistia a essas apresentações e decorava os movimentos. Depois, em casa, eu ficava ensaiando a sequência de piruetas”. Quando jovem, ingressou na Escola Técnica Federal do Espírito Santo para fazer o curso de Técnico em Edificações. Nessa época, as referências trazidas, especialmente pela música, contribuíram para que ele optasse por um projeto de vida menos tradicional: Creedence Clearwater Revival, Rolling Stones e John Lennon foram algumas das influências que lhe despertaram o desejo por sair de casa e enveredar pelo mundo artístico. Seus pais queriam que seguisse a carreira de “Doutor”, mas sempre apoiaram suas escolhas. Ainda no Espírito Santo, o jovem Konká também teve suas primeiras aulas de balé clássico e já se percebia atraído pelo ofício de ator. Devido à influência do pai, aos 17 anos se voluntariou para trabalhar na Aeronáutica e foi para o Rio de Janeiro atuar no Comando Aéreo Regional e também começou a fazer o curso de Psicologia da Faculdade de Humanidades Pedro II (Fahupe), graduação que abandonou tempos depois para dedicar-se às artes. “Era um subterfúgio para eu sair de casa”, admite. Paralelamente, começou a estudar teatro e dança. Por dois anos, permaneceu na Aeronáutica enquanto se dedicava às aulas de teatro. “Nesse período, passei por muita dificuldade e, muitas vezes, eu não tinha dinheiro pro ônibus. Eu morava em um quartinho alugado em Ipanema, a proprietária era uma vedete do teatro de revista chamada Geni. Para ter uma renda, passei a fazer esculturas em gesso e vender na Avenida Copacabana. Eu aproveitava esses momentos para decorar os textos de teatro”. De maneira simultânea, Konká trilhou sua carreira artística na dança, no teatro e no cinema. Trabalhou como modelo vivo para cursos de arte e foi destaque em desfiles do carnaval carioca. Foi também no meio artístico carioca que conheceu as suas duas primeiras esposas. De um envolvimento fortuito com artista plástica Regina Torde Macêdo nasceu seu único filho, Ruan Torde de Macêdo, hoje com 40 anos. “Vi meu filho pela primeira vez no Parque Laje, durante a produção de um clipe do Gilberto Gil. Eu o identifiquei pelos lábios que são idênticos aos meus”. Em 1990, devido à morte dos pais, Konká retornou para o Espírito Santo para administrar os bens da família. Aqui, deu continuidade à sua carreira de ator e bailarino. Chegou a ser funcionário do Departamento Estadual de Cultura, instituição que deu origem à Secretaria de Estado da

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Com a atriz e bailarina Rose Andrade no espetáculo de dança Otelo, direção de Maria Lúcia Calmon, Vitória-ES, 1994 (foto de Sérgio Cardoso)


Cultura do Espírito Santo, e realizou trabalhos como professor de expressão corporal, de dança e de teatro para ONGs e projetos sociais diversos. Atualmente, Konká está vivendo seu quarto casamento, que ele mesmo denomina de “casamento-amizade” com uma professora universitária, sua parceira em diversos projetos. “Não moramos juntos, mas essa história já dura nove anos, ela é a pessoa afetivamente mais importante na minha vida. É alguém que me educa, que me apoia em todos os momentos e que colabora com minhas ideias. É com quem discuto sobre a vida, sobre filosofia, educação, política... Eu a chamo de minha anjo”. Em 2000, foi apresentado ao Budismo pelo ator Marcelo Picchi. A partir daí, aderiu a essa filosofia e religião por meio da qual recita mantras diariamente e participa de encontros semanais. “Apesar de me considerar pouco praticante, o que tenho e o que sou, o meu eixo existencial, é mantido graças ao budismo. É uma filosofia que propaga a paz e fortalece a humanidade nesse sentido, ela me proporciona um alívio espiritual. Preciso disso pra me manter equilibrado no vai e vem cotidiano e nessa roda-viva artístico-cultural em que trabalho. Estamos sempre cercados por desejos e por impossibilidades; diante disso, o budismo contribui para que eu não seja uma pessoa desesperada nem desesperadora”.

Um inventivo intérprete da dança Aos 15 anos, Markus Konká fez as suas primeiras aulas de balé clássico com Lenira Borges e nessa mesma idade ele assistiu à peça “História do Zoológico”, texto do dramaturgo norte-americano Edward Albee, em uma montagem realizada no Auditório da Associação de Imprensa Espírito-Santense. Tal espetáculo de teatro lhe marcou profundamente. Dois anos depois, ele retornou à sua cidade natal para mergulhar na arte da interpretação e do movimento. Sua primeira formação no teatro foi na Escola de Teatro Martins Penna, instituição que, na época, teve em sua direção nomes como José Wilker e Klauss Vianna. Em 1975, ingressou no curso de Interpretação na Federação das Escolas Federais Isoladas do Estado do Rio de Janeiro (Fefierj), instituição que deu origem à Unirio, graduando-se quatro anos depois com especialização em Expressão Corporal. É a partir do contato com os colegas e professores nas aulas que Konká passou a ser convidado para o elenco de espetáculos de teatro. Em 1976, faz sua primeira atuação nos palcos cariocas na peça Gota D’Água, texto de Chico Buarque e de Paulo Pontes sob a direção de Gianni Rato. Nessa montagem, que contou com Bibi Ferreira no elenco, Konká também fazia parte do corpo de baile. Na sequência, participou de A Morta, texto de Oswald de Andrade sob a direção de Nelson Xavier e Klauss Vianna; de Vidigal: Memórias de Um Sargento de Milícias, também dirigido por Gianni Rato, onde novamente ocupou as funções de bailarino

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Filme Rio BabilĂ´nia, de Neville de Almeida, 1982 (acervo pessoal de Markus KonkĂĄ)


e de ator; e de Esperando Godot, obra do dramaturgo irlandês Samuel Beckett sob a direção de Luiz Antônio. No seu último ano de graduação, casou-se com Maria Vorhees, 40 anos mais velha e que era sua professora de teatro, e foram morar no bairro de São Conrado. Viveram juntos por quase oito anos e a essa convivência com a atriz formada pelo Actor Studios, em Nova York, ele atribui o seu maior aprendizado na arte da interpretação: “Junto com ela fui preparador no Teatro Tablado, foi ela que me aproximou dos grandes mestres da dramaturgia e me ensinou, de forma intensa, tudo o que sei sobre as técnicas de interpretar”. Paralelamente ao teatro, Konká dá continuidade à sua formação em dança. Em sua estada no Rio de Janeiro conviveu e trabalhou com coreógrafos e dançarinos expoentes em diferentes vertentes. Na dança clássica com Tatiana Leskova, Dalal Achcar e Aldo Lotufo. Na dança moderna e contemporânea com Nina Verchinina, Graciela Figueiroa e Hugo Rodas. E na dança afro com Mercedes Baptista. A partir dessa formação diversificada, unindo esses distintos estilos, o ator desenvolveu a proposta de dança pluridimensional, método que tem ministrado em suas aulas como professor de dança e de expressão corporal. Também foi próximo dos integrantes do Dzi Croquettes e chegou a ensaiar com esse grupo a montagem de um musical sobre Madame Satã com a direção de Fernando Pinto. Sua trajetória na dança passa pelo clássico, pelo jazz contemporâneo e pela dança afro. Dono de um espírito rebelde e pouco afeito à disciplina, tentou entrar para o balé do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, mas não se adaptou devido à “caretice” da dança clássica. Não chegou a se fixar em companhias ou grupos de dança e enveredou por trabalhos em que se misturavam os diferentes estilos de dança de sua formação. Majoritariamente, participou de trabalhos como solista e de performances. Para Konká, a escolha por esse caminho na dança se deve à influência do bailarino e coreógrafo paulista Ismael Ivo, que atualmente atua na Alemanha, e à sua aproximação com Hélio Eichbauer – importante cenógrafo brasileiro e um dos fundadores da Escola de Artes Visuais do Parque Lage: “O Hélio Eichbauer foi um grande mestre na minha formação enquanto artista. Ele abriu meus horizontes e minha cabeça para muitas coisas. Essa aproximação com a Escola de Artes Visuais do Parque Lage possibilitou que eu redescobrisse a dança e que me tornasse um bailarino solista capaz de conceber minhas próprias coreografias e performances. Acompanhei de perto a criação da Escola com o Rubens Gerchman, que foi seu diretor e artista fundador, e participei de vários projetos de dança logo após a sua inauguração. Lá, dei início ao meu trabalho como modelo vivo, atividade que pagava boa parte das minhas contas”. Os dois primeiros espetáculos de dança de sua carreira contaram com a direção de Hélio Eichbauer: a obra do russo Igor Stravinsky, O Petruska, em uma montagem no Teatro Martins Pena em 1976, e, no ano seguinte,

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Apresentação de dança no Simpósio da Revista Psi, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro-RJ, 1983 (acervo pessoal de Markus Konká)


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Espetรกculo solo de danรงa Um Corpo Solto, Rio de Janeiro-RJ, 1979 (acervo pessoal de Markus Konkรก)


Porgy And Bess, espetáculo apresentado na Escola de Artes Visuais do Parque Lage a partir obra do americano George Gershwin. Seu primeiro espetáculo solo na dança foi Louvor à Terra, apresentado no Teatro BNH em 1976. Com outro solo, o “Tuntum Turum Tuntum”, trabalho onde o público subia ao palco para fixar adereços no corpo de Konká, foi premiado como Melhor Bailarino no Festival de Dança da Bahia em 1983. Essa trajetória simultânea como bailarino e ator lhe possibilitou uma compreensão mais ampla das duas artes: “O bailarino também é um pouco ator, pois precisa interpretar o gesto, contar a história proposta na coreografia, mas será o movimento, a plástica, que irá preponderar na criação. É o gesto que fala e indaga o público, ou seja, a interpretação ocupa uma função menor nessa arte. É muito importante que o bailarino tenha expressividade e domínio corporal, tenha uma boa percepção do espaço. Por outro lado, é preciso ter uma compreensão cênica para poder se expressar. Já vi bailarinos que se apresentam de maneira muito técnica e rígida, que acabam perdendo a expressividade, pois a maior preocupação é a técnica. Acabam se esquecendo de dar suavidade ao rosto e de representar aquilo que a história do personagem está contando. Já a dança contribui para que o ator pense a importância do gestual na composição de seus personagens e lhe possibilita uma interpretação corporal mais ampla, mais orgânica e emocional. Também é preciso um aprofundamento na composição dos personagens que passam pelo corpo, pela forma de falar e de ocupar o espaço”. Por oito anos, Konká também trabalhou como modelo vivo para os cursos de arte na Escola de Artes Visuais Parque Laje, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. E por 18 anos foi destaque de pista da Escola de Samba Padre Miguel durante os desfiles de carnaval. Com seus espetáculos de dança, enquanto coreógrafo e bailarino, viajou para diversos estados brasileiros e para a Holanda, Portugal, Itália e Estados Unidos. Também desenvolveu dezenas de coreografias para desfiles de moda no Rio de Janeiro para marcas como a Yes Brazil, Phillipe Martin e Company. Ao retornar para o Espírito Santo, continuou a conduzir sua carreira como bailarino e ator. Na dança, ele continua a realizar, majoritariamente, trabalhos solos e de performances. Uma exceção que merece destaque foi Otelo. Apresentado em 1994, esse espetáculo feito a partir da obra clássica de William Shakespeare contou com a direção de Maria Lúcia Calmon. Seu último trabalho solo como bailarino foi na abertura do Festival ES de Dança, em 2012. Ambos os trabalhos foram apresentados no Teatro Carlos Gomes. Em 1990, participou da peça de teatro Negritude, sob a direção de Vera Viana. Nos anos seguintes, integrou o elenco de diversos autos dirigidos por Renato Saldino, César Huapaya e José Luiz Gobbi. Sob o comando do diretor e teatrólogo Amir Haddad atuou e desenvolveu a coreografia

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Acima, filme Entreturnos, de Edson Ferreira, 2014 (foto de Louise Gripp) / Abaixo, filme Os Incontéstáveis, de Alexandre Serafini, 2016 (imagem de divulgação)


teatral de outros espetáculos populares, entre eles o Auto de Natal e o Auto da Vila de Vitória. Nos anos 2000, concebeu e dirigiu os recitais poéticos Meus Poetas, Minha Ilha, com textos de autores capixabas, e Afrodiziam, onde interpreta textos de autores brasileiros e cuja ambientação sonora foi feita por Ronaldo Rosman. Konká atuou no carnaval capixaba desenvolvendo coreografias para as comissões de frente das escolas de samba Unidos da Piedade, Chegou O Que Faltava, Novo Império, Imperatriz do Forte e Pega no Samba; trabalhos que lhe renderam algumas premiações. Foi ainda preparador de corte carnavalesca e jurado de blocos em Vitória e na Serra. Nos últimos anos, tem priorizado os trabalhos em cinema. Diz que não consegue se adaptar à disciplina exigida pelo teatro e que, de uma forma geral, não há personagens para negros na dramaturgia brasileira. “Pouquíssimos autores nacionais escreveram personagens para negros. Temos Abdias Nascimento com o teatro experimental do negro, mas era uma proposta de teatro, de certo modo, dogmática e muito mais político para dar conta das questões da negritude, por isso faltava em termos de inovação estética e densidade dramatúrgica. Sou contra essa coisa de ‘teatro de mensagem’, o teatro tem que deixar qualquer pessoa mobilizada e impactada”. Sobre a cena teatral local, Konká diz que há poucos diretores e dramaturgos atuando e que muitos artistas abandonaram suas profissões devido às dificuldades desse mercado de trabalho. “Há uma nova geração de atores locais que são persistentes, estudiosos, mas vi muitos atores abandonarem suas carreiras para se dedicarem ao funcionalismo público, por exemplo, para poderem pagar as suas contas por uma questão de sobrevivência mesmo”.

Um ator em decupagem Desde criança, Makus Konká frequentou salas de cinema, mas a sua vontade de interpretar para as câmeras foi despertada aos 18 anos. Foi a partir de uma sessão de cinema na companhia de Milson Henriques que ele sentiu despertar o desejo de enveredar pelos caminhos da Sétima Arte. O filme que ele assistiu foi Eu Transo, Ela Transa, um drama dirigido por Pedro Camargo que contou com a participação do ator e diretor Luiz Tadeu Teixeira no elenco. “Há uma cena do Tadeu no Arpoador, no Rio de Janeiro, que me marcou. Saí dessa exibição querendo ser ator de cinema. Sempre fui cinéfilo e apreciador do cinema nacional. Nos anos 70, assisti a muitas pornochanchadas com Sandra Barsotti, Rose di Primo, Carlo Mossy e Jorge Dória”. Quatro anos depois ele fez seu primeiro trabalho no cinema: A Queda, longa de Nelson Xavier e Ruy Guerra, de 1976. Na época, Konká fazia aulas na Escola de Teatro Martins Pena e o convite para o longa partiu

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do próprio Nelson que o acabara de dirigir na peça A Morta. O filme tratava das precárias condições de trabalho de operários da construção e teve como locação o canteiro de obras do metrô no Centro do Rio de Janeiro, ganhando o Urso de Prata no Festival de Berlim em 1978. A produção de A Queda chegou a gravar os atores dando depoimentos como se fossem personagens reais, mas esse material não foi usado na edição final. O personagem de Konká era um dos operários, uma participação coadjuvante. Além dos próprios diretores, fizeram parte do elenco Hugo Carvana, Lima Duarte, Leina Krespi, Maria Sílvia, Carlos Eduardo Novaes, Paulo César Pereio, Tonico Pereira, Isabel Ribeiro, Roberto Frota, entres outros. E foi com Nelson Xavier que ele diz ter aprendido a olhar com mais empatia para os colegas de profissão: “Nelson me ensinou a olhar no olho dos outros atores enquanto se interpreta. Ele me dizia que nesse ramo não cabia espaço para a indiferença, pois a interpretação é algo muito orgânico e visceral. Ser ator, em especial no cinema, demanda uma grande dose de generosidade. Aprendi a ser generoso com atores mais novos e menos experientes. Ao dividir a interpretação com alguém é preciso estimular, ajudar e colaborar com o outro, pois essa é uma arte muito empírica e lúdica e, ao mesmo tempo, sublime e espiritualizada. Não há espaço para a arrogância, é preciso exercitar a humildade, pois nunca estamos completamente prontos. O estrelato que a imagem do cinema proporciona não pode ser motivo para a soberba”.

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Na sequência, atuou em dois filmes do diretor JB Tanko: Os Trapalhões no Planalto dos Macacos e Os Trapalhões nas Minas do Rei Salomão, produções de 1976 e 1977 respectivamente. Segundo Konká, na época esse tipo de produção cinematográfica voltada para o entretinimento era visto como algo “menor”. “Fiquei sabendo do teste de elenco para o filme dOs Trapalhões e me apresentei. Precisava trabalhar e atuei dignamente. Já me ofereci para fazer parte do elenco de filmes, não vejo problema e não tenho pudor quanto a isso. A maioria das minhas participações no cinema aconteceram dessa forma. Faço isso por acreditar no projeto de um determinado filme ou quando estou precisando de trabalho mesmo”. A partir daí, Konká mergulhou de vez na atuação para o cinema e participou de obras de importantes nomes do cinema brasileiro. Em 1978, fez parte do elenco de três longas-metragens: Se Segura, Malandro!, de Hugo Carvana; Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia, de Hector Babenco e Madrepérola, obra não finalizada de Sergio Bernardes. Contracenou com Sônia Braga e Paulo César Pereio em Eu Te Amo, de Arnaldo Jabour, cujos ensaios aconteceram no Hotel Glória, no Rio de Janeiro, sob a coordenação de Walter Clark, o qual assina a produção do filme. Em 1982, foi lançado Rio Babilônia. Dirigido por Neville De Almeida, esse drama erótico-policial contrapõe imagens das belas paisagens às mazelas sociais da cidade do Rio de Janeiro e rendeu a Konká o título de


corpo mais bonito da Praia de Ipanema graças às cenas em que aparece com pouquíssimas roupas. Na sequência, atuou em Quilombo, de Cacá Diegues, uma das participações mais expressivas de Konká na cinematografia nacional. Este longa narra uma parte da história do Quilombo de Palmares e contou com um elenco formado por Zezé Motta, João Nogueira, Grande Otelo, Antônio Pitanga, Antônio Pompêo, Jofre Soares, Tony Tornado, Jonas Bloch, Chico Diaz, Daniel Filho, Vera Fisher, Milton Gonçalves, Zózimo Bulbul, entre outros. Uma recordação triste sobre essa produção marcou a memória de Konká: o falecimento de Glauber Rocha. “Ficamos sabendo da morte do Glauber ao final do penúltimo dia de filmagens de Quilombo. Saímos da locação do filme em Xerém e fomos direto para o Parque Lage, onde aconteceu o velório. Glauber já havia me convidado para compor o elenco de Idade da Terra, mas eu não pude participar devido a uma viagem que fiz para a Holanda”. Em 1984, atuou em Nunca Fomos Tão Felizes, primeiro longa-metragem de ficção de Murilo Salles que até então atuava mais como fotógrafo de cinema e na direção de documentários e de curtas ficcionais. Em 1987, participou da produção britânica Running Out of Luck, de Julien Temple. Esta comédia musical estrelada por Mick Jagger contou com os atores brasileiros Norma Bengell, Grande Otelo, Tony Tornado, Paulo César Pereio, e até Marcelo Madureira do Casseta e Planeta. Konká junto com José Dumont interpretam prisioneiros nas cenas em que contracenam com o astro do rock. Após retornar para o Espírito Santo na década de 1990, atuou em outros nove longas-metragens e em cerca de 20 curtas. Em 1994, integrou o elenco de apoio de Lamarca, longa de Sérgio Rezende que teve parte de suas filmagens realizadas no Espírito Santo. Konká interpretou o assistente mudo do Delegado Flores, personagem vivido por Ernani Moraes. Para a composição desse personagem lhe foi importante o conhecimento sobre expressividade corporal adquirido enquanto bailarino: “No cinema é possível dominar uma ação cênica apenas com o corpo, pois há situações em que o ator não tem falas e sim apenas gestos e a ação. Foi o caso do meu personagem em Lamarca. Somente no final do filme é que o público fica sabendo que o personagem era mudo”. Em 1994, também participa do longa capixaba O Amor Está No Ar, filme roteirizado e dirigido por Amylton de Almeida. “Foi uma direção com a qual aprendi muito, um filme que me deu muito prazer em fazer”. O Amor Está no Ar enfrentou alguns problemas de produção sendo finalizado e lançado três anos depois. O diretor com quem Konká mais fez trabalhos foi Rodrigo Aragão atuando na trilogia de longas desse reconhecido cineasta do gênero terror: Mangue Negro, A Noite do Chupa Cabra e Mar Negro, filmes lançados, respectivamente, em 2008, 2011 e 2013. “A equipe do Fábulas Negras é uma das mais interessantes, criativas e humanas com as quais já traba-

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lhei. Eles são maravilhosos e tratam a todos muito bem, tratam-me como um rei no set e me envolvem de uma maneira tão amorosa e brutal que é impossível dizer não para eles. Ao longos desses anos, é muito evidente perceber o crescimento e amadurecimento deles. Fazem um cinema artesanal e, a cada filme, aprendem e demonstram esse saber”. Sob a direção de Edson Ferreira, atuou no curta Sombras do Tempo e no longa Entreturnos, produções lançadas, respectivamente, em 2012 e em 2014. Também está no elenco de dois filmes de Luiza Lubiana: o curta Manada, de 2005, e Punhal, primeiro longa da cineasta lançado ano passado. Entre as suas participações em curtas-metragens capixabas, merecem destaque No Princípio Era o Verbo, de Virgínia Jorge, e Mundo Cão, de Sáskia Sá, diretoras com quem ele diz querer fazer novos trabalhos. Em algumas dessas participações interpretou personagens que foram escritos especialmente para ele por diretores e roteiristas. É o caso de Dona Doca, sua personagem em Os Incontestáveis, filme lançado no 23º Festival de Cinema de Vitória e o primeiro longa-metragem de Alexandre Serafini, diretor cuja obra inaugural – o curta Observador – também contou com a atuação de Konká. Outros dois trabalhos feitos dessa forma foram A Nona Vítima, filme de Diego Zon com roteiro de Jovany Sales Reis, lançado em 2012, e A Mesa no Deserto, curta-metragem de Diego Scarparo que está em fase de finalização.

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Em seu processo de composição de personagens para o cinema, Konká diz que procura sempre atender à expectativa do diretor oferecendo subsídios para complementar o que está proposto no roteiro: “O ator precisa criar e oferecer alguma coisa para que o diretor tenha, substancialmente, algo para tirar e acrescentar. É importante para o ator saber toda essa parafernália do cinema, ter uma visão geral dessa arte. Busco aprender em cada trabalho, sou um ator muito curioso, mas tenho preguiça de ficar estudando muito. Em um set de cinema, gosto de ficar atento à equipe da pesada, à fotografia e à direção de arte. Procuro saber sobre qual lente o fotógrafo está usando, pois isso irá definir a dimensão da minha interpretação. Essas coisas a gente só aprende com o tempo”. Em 2009, foi para detrás das câmeras atuando como diretor de Meninos da Guarani, média-metragem lançado durante a 5ª Mostra Produção Independente da ABD Capixaba, evento que também lhe rendeu homenagem. Esse docudrama retrata e discute, de maneira contundente, os processos de exclusão social de jovens e adolescentes da Avenida Guarani, localizada em Jacaraípe, município da Serra. Atualmente, está finalizando seu segundo documentário: Olha o Sambão do Povo Aí Gente!, produção sobre os 25 anos do Complexo Walmor Miranda, o Sambão do Povo, filmada entre 2011 e 2012, que buscará evidenciar os contrastes de classe social presentes nos desfiles das escolas de samba do carnaval de Vitória. Konká deseja investir em outros projetos como diretor de cinema e já tem esboçados os argumentos para outros dois curtas. “Se eu pudesse,


viveria só de cinema, apesar de ser uma arte extremamente burguesa, é o que mais gosto de fazer e ainda tenho muito que aprender nessa área. Lamentavelmente, não posso viver só do cinema, pois esse mercado ainda não se sustenta e ainda é comum ver produtores tratarem melhor os profissionais que são de fora. Apesar de os artistas e profissionais do cinema serem uma classe que sabe reivindicar com veemência, localmente os gestores públicos também não dão o devido valor ao cinema e às artes de uma forma geral”. Konká também tem participações em obras dramatúrgicas na televisão. Em 1977, integrou o elenco de A Escrava Isaura, novela da TV Globo escrita por Gilberto Braga com a direção Herval Rossano e Milton Gonçalves e, nove anos depois, atuou em Dona Beija, novela da TV Manchete escrita por Wilson Aguiar Filho, novamente com a direção de Herval Rossano. “Os atores que faziam teatro normalmente achavam que a televisão era uma coisa menor. Entrei porque era um dinheirinho; não considero trabalhos muito significativos, pois praticamente eram figurações”. Em termos de interpretação, Konká também aponta as diferenças entre a sua experiência de atuar para cinema e para a televisão: “O naturalismo é o que prepondera no cinema. A depender da proposta do diretor, a câmera é a quarta parede, é preciso criar uma intimidade com esse dispositivo e entender o que o diretor quer ver sendo representado. Por isso, perceber a fotografia é importante para visualizar o tamanho que a sua imagem ocupará no quadro. Isso exige uma síntese interpretativa que, ao meu ver, torna essa arte mais grandiosa, isso me atrai! Na TV há muitas câmeras, o que pede gestos mais naturais ainda, porém distante do histrionismo que o teatro permite e pede. Aqui, saber para onde direcionar o olhar é o fundamental. Em uma produção de TV você tem que lidar com muitas pessoas no set, o que exige um outro tipo de atenção e um maior relaxamento para perder o pudor diante das câmeras”. Na década de 1980, Konká também atuou em alguns episódios dos Telecontos da TVE, obras dramatúrgicas com textos de autores capixabas dirigidos por Toninho Neves. Recentemente, interpretou o personagem Pocu em Dois Irmãos, minissérie inédita da TV Globo com a direção de Luiz Fernando Carvalho que deve ir ao ar em 2017. “Foi uma experiência de TV, mas com o tratamento de cinema e um grande desafio enquanto ator, em ser comedido e acertar no ponto pedido pelo Luiz Fernando Carvalho, que é um diretor que gosta de atores que façam bem o dever de casa, que te provoca e te ensina o tempo inteiro. Foi uma direção primorosa e estupenda, extremamente importante para o meu aprendizado como ator”.

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Acima, filme A Mesa no Deserto, de Diego Scarparo, obra inédita (foto de Jonas Vaz) / Abaixo, filme Mar Negro, de Rodrigo Aragão, 2013 (imagem de divulgação)


TEATRO / ator A Morta / Direção de Nelson Xavier / Ouro Preto-MG e Rio de Janeiro-RJ (1976) Gota D´Água / Direção de Gianni Ratto / Rio de Janeiro-RJ (1977) Esperando Godot / Direção de Luiz Antônio / Rio de Janeiro-RJ (1979) Vidigal: Memórias de Um Sargento de Milícias / Direção de Gianni Ratto / Rio de Janeiro-RJ (1980) A Lenda do Sapo Tarô-Bequê / Direção de Maria Worhees / Rio de Janeiro - RJ (1980) Vargas / Direção de Flávio Rangel / Rio de Janeiro-RJ (1983) A Tragédia do Rei Christophe / Direção de Bernard Signoux / Rio de Janeiro - RJ (1984) Negritude / Direção de Vera Viana / Vitória-ES (1990) Auto de São Benedito / Direção de Renato Saudino / Vitória-ES (1990) Auto de Frei Pedro / Direção de César Huapaya / Vitória-ES (1991) Auto de Natal / Direção de Amir Haddad / Vitória-ES (1992) Auto da Vila de Vitória / Direção de Amir Haddad / Anchieta-ES (1993) Auto de Maria Ortiz / Direção de José Luiz Gobby / Vitória-ES (1993) Auto da Paixão de Cristo / Direção de Robson de Paula e Verônica Gomes / Vitória-ES (2003 a 2007) Auto da Paixão de Cristo / Direção de Márcia Gáudio / Vitória-ES (2011 a 2014) Meus Poetas, Minha Ilha / Recital poético com concepção e direção de Markus Konká / Vitória-ES (2012) Afrodiziam / Recital poético com concepção e direção de Markus Konká / Vitória-ES (2014)\

TEATRO / Direção I Auto de Natal / Jacaraípe, Serra-ES l (2008) II Auto de Natal / Jacaraípe, Serra-ES (2009)

DANÇA O Petruska / Teatro Martins Pena / Direção Hélio Eichbauer / Rio de Janeiro-RJ (1976) Porggy And Bess / Escola de Artes Visuais do Parque Lage / Direção Hélio Eichbauer / Rio de Janeiro-RJ (1977) Louvor À Terra / Museu de Arte Moderna / Direção de José Medeiros / Rio de Janeiro-RJ (1978) Um Corpo Solto / Teatro BNH / Rio de Janeiro-RJ (1979) Performances em dança na abertura de shows (Caetano Veloso, Gilberto Gil, Lobão, Eduardo Dussek, Kid Abela, Paralamas do Sucesso, Luiz Melodia, Blitz e Ultraje a Rigor) / Escola de Artes Visuais do Parque Lage / Rio de Janeiro-RJ (1979 a 1983). Axé Xexé / Teatro Castro Alves / Salvador-BA / (1980).

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Performance de Mídia Contemporânea (instalação viva) junto com os artista da Geração 80 / Escola de Artes Visuais do Parque Lage / Rio de Janeiro-RJ (1981). junto com os artista da Geração 80 / Escola de Artes Visuais do Parque Lage / Rio de Janeiro(1981) Tuntum Turum Tuntum / Teatro Castro Alves / Salvador-BA e Rio de Janeiro-RJ / Prêmio Melhor Bailarino Festival de Dança da Bahia (1983) O Homem que Enganou a Deus / Teatro Cacilda Becker / Rio de Janeiro-RJ (1984) Alma Nua / Praça Pedro Caetano - FAFI / Vitória-ES / (1991) Voando Viadeiros / Praça Pedro Caetano - FAFI / Vitória-ES (1993) Dois Galhos e Um Cisco / Praça Pedro Caetano - FAFI / Vitória-ES (1994) Manela, A Nega Que Escondeu o Frango / Teatro Carlos Gomes / Vitória-ES / (1994) Otelo / Direção de Maria Lúcia Calmon / Teatro Carlos Gomes / Vitória-ES (1994) Greta Dietrich Marlene Garbo Passou Por Aqui / Teatro Carlos Gomes / Vitória-ES / (1995)

Performances públicas Lançamento da Revista Y / Vitória-ES (1986) Instalação Porto 90 / Vitória-ES (1990) Eco 92 / representante do Espírito Santo no evento / Rio de Janeiro-RJ (1992) Estatuísmo na Festa de São Pedro / Vitória-ES (1993)

Coreografia teatral As Mortas de Nossa Ilha / Direção de Vera Viana / Vitória-ES (1986) 28

Ainda Bem Que Aqui Deu Certo / Direção de Erlon Paschoal / Vitória-ES (1987) Academia de Ilusões / Direção de José Luiz Gobby / Vitória-ES (1988) Auto de Natal / Direção de Amir Haddad / Vitória-ES (1992) Vila de Vitória / Direção de Amir Haddad / Anchieta-ES (1993) Galvez, O Imperador do Acre / Direção de Amir Haddad / Belém-PA (1994) Auto da Paixão de Cristo / Direção de Ari Roas e Robson de Paula (2002 a 2004)

CINEMA/Ator Longa-metragem A Queda / Direção de Nelson Xavier e Ruy Guerra (1976) Os Trapalhões no Planalto dos Macacos / Direção de JB Tanko (1976) Os Trapalhões nas Minas do Rei Salomão / Direção de JB Tanko (1977) Se Segura, Malandro / Direção de Hugo Carvana (1978) Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia / Direção de Hector Babenco (1978)


Madrepérola / Direção de Sergio Bernardes (obra filmada em 1978, mas não finalizada) Eu Te Amo / Direção de Arnaldo Jabour (1982) Rio Babilônia / Direção de Neville de Almeida (1982) Quilombo / Direção de Cacá Diegues (1984) Nunca Fomos Tão Felizes / Direção de Murilo Salles (1984) Running Out of Luck / Direção de Julien Temple (1987) Lamarca / Direção de Sérgio Rezende (1994) O Amor Está No Ar / Direção de Amilton de Almeida (1997) A Morte da Mulata / Direção de Marcel Cordeiro (2002) Mangue Negro / Direção de Rodrigo Aragão (2008) A Noite do Chupa Cabra / Direção de Rodrigo Aragão (2011) Mar Negro / Direção de Rodrigo Aragão (2013) Violência 2 / Direção de Roberto Cardoso (2013). Violência 3: Até Quando / Direção de Roberto Cardoso (2014). Entreturnos / Direção de Edson Ferreira (2014) Punhal / Direção de Luiza Lubiana (2015) Os Incontestáveis / Direção de Alexandre Serafini (2016)

Curta-metragem Morto No Exílio / Direção de Daniel Caetano e Micheline Bondi(1979) O Assalto / Direção de Hilton Kauffmann (1980) Folclores da Ilha / Direção de Vera Vianna (1986) Gringa Miranda / Direção coletiva sob a coordenação de Valenina Krupnova (1995) Costa Pereira - A História de uma Cidade Contada a Partir de uma Praça / Direção de Clóves Mendes (1995) O Ciclo da Paixão / Direção de Luiz Tadeu Teixeira (1999) Mundo Cão / Direção de Saskia Sá (2002) Manada / Direção de Luiza Lubiana (2005) Observador / Direção de Alexandre Serafini (2005) No Princípio Era O Verbo / Direção de Virgínia Jorge (2005) Enquanto Houver Fantasia / Direção de Ricardo Sá (2006) Vitória de Darley / Direção de Renato Rossati (2006) Maurício Capixaba Oliveira: O Pescador de Sons / Direção de Clóves Mendes (2007) Loja de Inconveniências - A Maldição do Caipora / Direção de Juliano Enrico (2012) A Nona Vítima / Direção de Diego Zon (2012) Sombras do Tempo / Direção de Edson Ferreira (2012) Cais dos Cães / Direção de Marcos Veronese (2012)

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Caminhos do Mar / Direção de Marcelo Reis (2012). Meninos do Arco-Íris / Direção de Herbert Pablo e Lamartine Netto (2013) Beatitude / Direção de Délio Freire (2015) Repolho / Direção de Alexandre Bucker (2015) Os Dinossauros / Direção de Eduardo Madeira (2015) Pássaro de Fogo / Direção de Marcos Veronese (2015) A Mesa no Deserto / Direção de Diego Scarparo (obra em finalização prevista para ser lançada em 2017)

CINEMA / Direção Meninos da Guarani / Documentário / Prêmio Omelete Marginal - Melhor Diretor (2009) O Peixe Nosso de Cada Dia / Documentário (2011). Olha o Sambão do Povo Aí Gente! / Documentário (obra em finalização)

TELEVISÃO / Ator Escrava Isaura / Novela da TV Globo escrita por Gilberto Braga com a direção Herval Rossano e Milton Gonçalves (1976-1977) Dona Beija / Novela da TV Manchete escrita por Wilson Aguiar Filho com a direção de Herval Rossano (1986) Telecontos da TVE-ES / Participação em 04 episódios / Direção de Toninho Neves (1984-1985) Dois Irmãos / Minissérie da TV Globo escrita por Maria Camargo de com a direção de Luiz Fernando Carvalho (estreia prevista para 2017)

CARNAVAL Coreografia de Desfiles de Moda / Cerca de 40 eventos (1977 a 1985) 30

Coreógrafo da Comissão de Frente das escolas de samba: Unidos da Piedade, Chegou O Que Faltava, Novo Império, Imperatriz do Forte e Pega no Samba / Vitória-ES (1985 a 1990 ) Preparador da Corte Carnavalesca / Vitória-ES (1986 a 2001) Preparador da Corte Carnavalesca / Serra-ES (2010) Jurado do concurso de blocos carnavalesco / Serra-ES (2009) Jurado do concurso da Corte Real / Serra-ES (2010)

HOMENAGENS E CONDECORAÇÕES Condecorado com o Título de Cidadão Vitoriense e com a comenda Carlos Lindemberg / Vitória- ES (1994) Homenageado pela 5ª Mostra Produção Independente - Cinema em Negro&Negro da ABD Capixaba / Vitória-ES (2009) Homenageado pelo FECIM - Festival de Cinema Independente de Muqui / Muqui-ES (2013) Condecorado com a comenda Maurício de Oliveira / Vitória (2015) Condecorado com a comenda Chico Prego / Serra-ES (2016)


CADERNO DO FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA HOMENAGEADO CAPIXABA / 7ª Edição Projeto Editorial - Lucia Caus Delbone e Paulo Gois Bastos Reportagem e edição - Paulo Gois Bastos (MTB/ES 2530) Projeto Gráfico e Diagramação - Paulo Prot Fotografia: Gustavo Louzada, Jonaz Vaz, Louise Gripp, Sérgio Cardoso Revisão de Texto: Luiz Cláudio Kleaim

Especificações Gráfica Tipografia – Gandhi Serif Papéis – Offset 240g/m 2 para a capa e miolo Couchê Fosco Suzano 115g/m 2 Impresso em Vitória|ES

O Caderno do Festival de Cinema de Vitória - Homenageado Capixaba é uma publicação do 23º Festival de Cinema de Vitória, evento realizado entre 14 e 19 de novembro em Vitória-ES. O Festival é uma realização da Galpão Produções e do Instituto Brasil de Cultura e Arte. Nosso endereço e contatos: Rua Professora Maria Cândida da Silva, nº 115 - Bairro República - Vitória/ES. CEP 29.070-210. Tel.: 27-3327-2751 / producao@ibcavix.org.br

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FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) C122 CADERNO DO FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA HOMENAGEADO CAPIXABA. Paulo Gois Bastos (Editor). Vitória: 23° Festival de Cinema de Vitória, Nov 2016. Anual. 32p.: il. (23º Festival de Cinema de Vitória, 7ª Edição). 1. Markus Konká 2. Teatro. 3. Cinema. 4. Dança 5. Filmografia 6. Televisão 7. Carnaval. 8. 23º Festival de Cinema de Vitória – 21° Vitória Cine Vídeo. I. Bastos, Paulo Gois. (Editor).


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