Catálogo do Festival de Vitória - 21º Vitória Cine Vídeo

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A maioridade audiovisual do Espírito Santo

A linguagem audiovisual tornou-se predominante na cultura contemporânea, proporcionando novas formas de ver, representar e pensar o mundo. O fácil acesso à tecnologia, sobretudo na era digital do século 21, e as possibilidades de veiculação na web impulsionaram a produção, fazendo dessa linguagem uma poderosa ferramenta de comunicação e entretenimento. No Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Cultura tem investido amplamente na formação, produção e difusão da atividade audiovisual a fim de fortalecer o setor em um mercado ainda considerado pequeno, em comparação a polos como o eixo Rio-São Paulo, o que nunca nos impediu de realizar produções de expressão nacional, como “As Horas Vulgares”, de Vitor Graize e Rodrigo de Oliveira, que estreou em 2011 e foi a primeira produção local financiada pelo Edital de Longa-Metragem. Desde então, dois novos filmes foram contemplados: “Entreturnos”, de Edson Ferreira, e “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira. Os investimentos cresceram, e o Edital de Longa-Metragem dá uma dimensão: em 2010 e 2011, cada produção recebeu R$500 mil, no ano seguinte, foram R$ 700 mil. Agora, com o novo edital, mais R$ 1 milhão, atendendo a anseios dos realizadores. É importante lembrar que, além de longa-metragem, nossos editais abrangeram desenvolvimento e manutenção de cineclubes, produção de curtas de ficção, videoclipes e documentários, finalização de obras cinematográficas, distribuição de filmes e criação de roteiro, entre outros. Quanto à formação e à inclusão social, um dos exemplos mais bem-sucedidos são as oficinas de audiovisual para alunos da rede pública. Nos primeiros meses deste ano, 18 bairros da Grande Vitória recebem o projeto Vídeo nas Comunidades. Os alunos participam de todas as etapas da produção de um documentário de 10 minutos, que fará parte de uma mostra nas comunidades. Os investimentos da Secult no setor audiovisual do Espírito Santo entre 2011 e 2014 deixam clara a valorização que o setor mereceu durante nossa gestão. Em 2011, a Mostra Capixaba de Audiovisual Histórico-Cultural contou com R$300 mil; a Mostra Capixaba de Audiovisual Etnográfico, também recebeu R$300 mil; o 18º Vitória Cine Vídeo e a 15ª Mostra Competitiva Nacional, R$150 mil; a 18ª Edição do Vitória Cine Vídeo Itinerante, R$375 mil; o apoio a longa-metragem contou com R$1 milhão; as Oficinas Audiovisuais Mostra “Meu Lugar”, com R$30 mil; o documentário “Lenira Borges”, R$75 mil, dentre outros projetos que totalizaram investimento de R$1.920.000,00.


Em 2012, a Secult ampliou seu apoio ao audiovisual destinando ao 1º Festival de TV e Cinema Independente de Muqui (Fecim) o valor de R$50 mil; já o 19º Vitória Cine Vídeo e a 16ª Mostra Competitiva Nacional contaram com R$450 mil; o longa-metragem “A Onda da Vida” teve destinado o valor de R$70 mil, enquanto o desenvolvimento e manutenção de Cineclubismo, produção de longa-metragem de ficção, criação de roteiro de longa-metragem, produção de documentários produzidos no Espírito Santo, finalização de obras cinematográficas, e produção de curta-metragem de ficção também foram contemplados, totalizando um investimento de R$1.630.000,00. Em 2013, o 2º Festival de TV e Cinema Independente de Muqui (Fecim) contou com R$ 70 mil de apoio da Secult; o 20º Vitória Cine Vídeo e 16ª Mostra Competitiva Nacional receberam 450 mil, enquanto o 20º Vitória Cine Vídeo Itinerante ampliou seu raio de atuação com o apoio de R$ 100 mil. Outros investimentos da Secult no segmento no ano passado: nas Oficinas Vídeo nas Comunidades, no desenvolvimento e manutenção de Cineclubismo, produção de longa-metragem de ficção, criação de roteiro de longa-metragem, produção de documentários produzidos no Espírito Santo, finalização de obras cinematográficas, produção de curta-metragem de ficção e distribuição de filmes. Em 2014, a Secult destinou em apoio ao projeto Cine Rua 7, em Vitória, R$ 70 mil; para o 21º Vitória Cine Vídeo e 21º Vitória Cine Vídeo Itinerante foram destinados R$ 300 mil; o projeto Vídeo nas Comunidades contou com R$ 470 mil para atendimento a jovens de bairros dos municípios da periferia da Grande Vitória, enquanto o 3º Festival de Cinema de Muqui (Fecim) recebeu R$ 75 mil, o desenvolvimento e manutenção de Cineclubismo, a produção de longa-metragem de ficção, criação de roteiro de longa-metragem, produção de documentários produzidos e rodados no Espírito Santo, a finalização de obras cinematográficas e a produção de curta-metragem de ficção. Ao todo, em quatro anos, foram quase R$ 10 milhões em investimentos somente no setor audiovisual, fortalecendo esta importante cadeia produtiva, sem contar com outros valores aplicados em nossa cultura, que neste Governo se tornou também um dos caminhos estratégicos para o desenvolvimento sociocultural e econômico do Espírito Santo.

Maurício José da Silva Secretário de Estado da Cultura



A cidade de Vitória, pela 21ª vez, será palco de um dos mais belos espetáculos da cinematografia brasileira. Em setembro, mês de aniversário da nossa belíssima capital, os capixabas e turistas poderão prestigiar e contemplar lançamentos de longas e curtas metragens exibidas no Festival de Vitória – Vitória Cine Vídeo. O Vitória Cine Vídeo já faz parte do calendário oficial da cidade e, desde a sua criação, há mais de duas décadas, vem crescendo em qualidade e se consolidando como um dos mais importantes festivais de cinema do País. Por isso, é com grande satisfação que nos juntamos aos seus realizadores, ao público e a todos os que colaboraram para que esse festival acontecesse. E a Prefeitura de Vitória, há anos, é parceira e apoia esse espetáculo da arte audiovisual. Para nós é motivo de muito orgulho receber essas produções e poder mostrar para o mundo que o Brasil tem belíssimas obras cinematográficas, tanto longas quanto curtas-metragens. E mais, muitas dessas obras são produzidas aqui em Vitória. A cada edição, o Vitória Cine Vídeo nos revela novos diretores, atores, roteiristas e muitos outros profissionais indispensáveis na produção dessa arte. O Festival de Vitória - 21º Vitória Cine Vídeo traz como novidade mais categorias de premiação para longas-metragens – ao todo mais de 20 categorias. Durante os seis dias de Festival, o público poderá apreciar cerca de 80 produções locais e nacionais oriundas de 13 estados brasileiros. Foram inscritos 420 filmes, sendo 60 longas e 360 curtas. Fora a exibição dos filmes, o público terá ainda as oficinas audiovisuais, os debates sobre a arte cinematográfica e os encontros com pesquisadores de cinema. Os vencedores do festival vão poder levantar o Troféu Marlin Azul, um peixe que também é uma das características e símbolo do nosso belíssimo Estado do Espírito Santo. Quero desejar boa sorte e parabenizar a todos os participantes e, em especial, aos homenageados deste 21º festival: o ator e diretor Paulo José e a jornalista, atriz e diretora Glecy Coutinho. Parabéns e sejam todos muito bem-vindos!

Luciano Rezende Prefeito de Vitória



O Instituto Sincades, ao completar seis anos de existência, começa a escrever uma história marcada pela democratização do acesso à arte e a cultura no Espírito Santo. Mais do que isso, uma história de valorização da cultura e da arte produzida pelos capixabas. Ao longo desse período, os projetos apoiados contemplaram quase a totalidade das áreas das artes e da cultura: dança, teatro, artes plásticas, fotografia, poesia, literatura, cinema, dentre outras. É uma curta estrada percorrida, mas com mais de 475 programas, ações e projetos que participamos ou realizamos. Conseguimos impactar e beneficiar mais de um milhão de pessoas. Apoiar os artistas capixabas é a nossa realização maior, por isso, vamos continuar viabilizando projetos e eventos nas mais diversas atividades culturais. As artes audiovisuais recebem, desde o início, nosso apoio. Pelo 4º ano consecutivo o Instituto Sincades tem o orgulho e a satisfação de contribuir para a realização do Festival de Vitória - Vitória Cine Vídeo - o maior e mais importante evento do segmento audiovisual no Espírito Santo. O Instituto Sincades, reafirma, assim, o seu compromisso com o estimulo à produção audiovisual local e com a formação de profissionais por meio do intercambio com a produção de todo o Brasil e do exterior. E, ganham todos os capixabas ao terem mais uma oportunidade de assistirem, gratuitamente, dezenas de filmes e documentários que contam histórias, emocionam, provocam e transformam nossa maneira de pensar e agir. Boa leitura.

Idalberto Luis Moro Presidente Instituto Sincades



Uma parceria adulta. É assim que podemos considerar o apoio da Rede Gazeta ao Festival de Vitória - Vitória Cine Vídeo. Em 2014, completamos 21 anos juntos, motivo de muito orgulho para nós da Rede Gazeta, que apoiamos desde a primeira edição da mostra. Ao longo desses anos, o festival cresceu e se consolidou como um evento importante para o calendário nacional de cinema e sentimos orgulho de fazer parte desse projeto que coloca o Espírito Santo no circuito da arte e do entretenimento nacional. A cada evento, grandes artistas têm a oportunidade de conhecer e levar nossa cultura para os quatro cantos do país, além de incentivar os mais novos com uma vasta produção de conteúdo. O incentivo a cultura faz parte do nosso DNA e quando temos um evento de qualidade, como o Vitória Cine Vídeo, isso fica ainda mais fácil. Não podemos deixar de associar o Festival de Vitória - Vitória Cine Vídeo com a Rede Gazeta, pois também buscamos valorizar os personagens do Espírito Santo com luz, câmera e ação todos os dias nas páginas de seus jornais, nas lentes de seus fotógrafos e cinegrafistas, e nas histórias contadas pelos jornalistas. Vamos continuar juntos em 2014 porque damos importância ao desenvolvimento profissional e artístico local. Bruno Araújo Gerente de Desenvolvimento de Mídias Rede Gazeta



Somos mais de 260 mil pessoas empenhadas em produzir aço seguro e sustentável, contribuindo para melhorar o cotidiano de milhões de pessoas em todo o planeta. Nosso foco é no respeito à vida, presente em nosso ambiente corporativo e também em nossas relações com as comunidades, clientes, parceiros e demais agentes sociais. Com unidades e escritórios em mais de 60 países, abrigamos uma diversidade de culturas que nos permite mesclar diferentes experiências e saberes para fazer um aço que transforma realidades. Líder mundial nos principais mercados de aço do mundo, a ArcelorMittal realiza uma gestão embasada em três pilares: sustentabilidade, qualidade e liderança. Sua orientação estratégica é investir continuamente em pessoas e tecnologia, buscando, por meio de pesquisa e desenvolvimento, consolidar e ampliar sua liderança. Instaladas em mais de 20 países, as plantas industriais da ArcelorMittal fabricam cerca de 6% do volume total de aços planos e longos produzidos no mundo, o que torna o grupo o maior produtor mundial nesses segmentos. Fontes próprias de matérias-primas e uma ampla rede de distribuição complementam e fortalecem a estrutura do Grupo. A ArcelorMittal atua orientada por valores fundamentais: saúde e segurança para as pessoas; responsabilidade e consciência em relação ao meio ambiente; qualidade e inovação na produção; e compromisso com a sustentabilidade.

Arcelor Mittal



Em sua 21º edição, o Festival de Vitória – Vitória Cine Vídeo celebra as diversas formas de fazer cinema que, sob as condições mais variadas, concretizam a potência da imagem em movimento.O desafio de conhecer os novos formatos do cinema adaptando-se às novas tecnologias é o que nos guia em apresentar um vasto panorama de filmes vindos de todo o Brasil. Além dos filmes nas telas, o Festival dá continuidade a ações de formação e de incentivo à realização audiovisual. Mas uma vez, contaremos com as Oficinas de Cinema nas áreas de Roteiro, Produção e Direção e realizaremos os concursos de Roteiro e de Mídias Alternativas. Este ano, temos uma novidade que é o Concurso Nacional de Web Séries – uma aposta nas novas plataformas de produção e difusão audiovisual. O Festival de Vitória é um evento abraçado pela cidade de Vitória com muita generosidade. A cada edição, o nosso público aumenta e se apropria da extensa e diversificada programação que oferecemos. Nos causa grande contentamento perceber que o interesse do público do cinema nacional cresce e se renova, assim como é renovadora e surpreendente a atual safra de filmes brasileiros. A nossa missão primordial também é apoiar a produção dos capixabas, incentivando a formação e estimulando o intercâmbio com cineastas de todo o Brasil. Para que o Festival de Vitória continue com seu brilho e continue sendo um palco de discussão e um futuro de possibilidades, venho agradecer aos patrocinadores, aos realizadores aos espectadores, à equipe e a todos que, de alguma forma, participam desse projeto cheio de ousadia e carinho. Meus sinceros agradecimentos

Lucia Caus Diretora do Festival de Vitória - 21º Vitória Cine Vídeo






VIAGEM AO REDOR DO MUNDO INCRÍVEL Rodrigo de Oliveira

Curador

S

ão dezoito anos de Mostra Competitiva Nacionais de Curtas comemorados no Festival de Vitória em 2014. Pensar em “marca de passagem” com uma data tão simbólica é inevitável. O cinema brasileiro é completamente outro desde a primeira competição do festival, a começar por suas influências externas: dezoito anos atrás o negativo 16mm ainda era o formato profissional mais leve, filmes exibidos no festival nunca chegavam à televisão, e nem se imaginava que menos de duas décadas depois a distribuição pela Internet daria nova vida a este cinema curto. Programar uma

seleção de curtas dentro do contingente cada vez mais volumoso de trabalhos realizados Brasil afora significa também ter que lidar com essas transformações, e perceber onde trafegou-se melhor neste espaço entre a ligeireza do registro digital, o barateamento do custo de produção, a influência de toda uma estética internacional acessível ao realizador brasileiro como nunca antes. E ainda este outro aspecto um tanto imaterial, do cinema que ainda se dispõe a ser experiência coletiva, a ser comungado por um grupo grande de pessoas numa sala escura. A Mostra Competitiva Nacional de Curtas é um espaço

de vocação popular e, ao mesmo tempo, o lugar onde essas transformações se apresentam de maneira mais ampla: são dezoito anos, de fato, mas o curta-metragem já é maduro há muito tempo. Esse cinema que já nasce grande acaba liberando os realizadores para perseguir suas preocupações estéticas e obsessões temáticas de maneira muito mais franca e desinibida, e um panorama restrito, que compreenda dois ou três anos, por exemplo, já aponta para evoluções e rupturas surpreendentes. Três anos atrás, no contexto do Festival de Vitória, falava-se muito de certo


mal-estar generalizado, algo entre a melancolia, a desesperança e o não-saber de uma doença do espírito que acabava contaminando boa parte dos filmes. Filmava-se a “errância” de personagens à deriva, personalidades instáveis diante de um mundo equívoco. Tão pouco tempo depois o sinal já parece ser outro. Há na seleção deste ano um prazer genuíno pelo bem-estar, mesmo que ilusório. Experimenta-se a redescoberta de um mundo que sempre esteve disponível ao olhar, mas que não era acessado de princípio, não sem antes se passar pelo estágio da malaise¹. Não é à toa que vários realizadores presentes nas duas últimas edições do festival, em diversas seções, retornam agora na Mostra Competitiva Nacional de Curtas com filmes ainda mais fortes – pensemos em Leonardo Mouramateus, Pedro Severien, Paulo Sena, Giovani Barros, Allan Ribeiro e Gabriel Martins, por exemplo – e que haja, por diferentes que sejam os filmes em tom e clima, um pendor para o maravilhamento diante desse novo mundo. Não que o “mal do século” tenha saído completamente da pauta. Mas se fala de maneira muito mais

clara sobre ele: em Loja de Répteis, de Pedro Severien, espécie de laboratório de experiências de um pós-apocalipse primitivista, a doença do espírito vira chaga do corpo, homens e mulheres devolvidos à cadeia alimentar natural, devorados e devorando outras espécies (e a sua própria). Cloro, de Marcelo Grabowsky, reposiciona a doença no ambiente mais viciado de todos: a aristocracia decadente do Rio de Janeiro. E ao chegar lá não consegue enxergar mais do que a encenação consciente dos dramas de superfície, despida de espírito, disponíveis no sonho e também a olhos nus, filme definitivo sobre a dessensibilização atrelada à falência de classe. Na fronteira, Viagem na Chuva de Wesley Rodrigues – a única animação do certame – precisa levantar todo um universo fantasioso de cores e sons, de matriz japonesa e espírito goiano, para no fim ter que se confrontar com a dor da passagem do tempo, do envelhecimento. Um trajeto de corredores livres à flutuação de um peixe gigante, carregador de uma ideia de felicidade e que, no entanto, parece perdido num labirinto sem saída. Mesmo espírito, mas sinais opostos, de A Hora Azul de Gio-

vani Barros, que habita a aparente liberdade dos corredores, quartos, boates e da própria rua, pelos quais a protagonista – uma dançarina da noite – navega com igual propriedade, ainda que a desolação seja seu destino. A chave de saída mais imediata é o recrudescimento da ficção. Enxergar nestes espaços já dominados a sua possibilidade de fabricação, “desrealizar” aquilo que a câmera só consegue enxergar em sua dimensão física – é um jogo de reinvenção de almas. O Clube, de Allan Ribeiro, se encaminha pelo documentário tradicional e de partida já o percebe muito longe de qualquer tradição (uma missa católica que celebra o aniversário de uma associação de homossexuais da terceira idade), para então partir para a boate onde se reúne a Turma OK e descobrir ali seu caráter de melodrama sirkiano, de musical de Bob Fosse, de jogo de intriga da literatura pulp. A Cor do Fogo e a Cor da Cinza, do capixaba André Felix, lida com elementos parecidos, inclusive com a auto-ficção da troca de gênero, mas se encontra com um objeto triplamente fabricado: este menino, morador de comuni-


dade, performer da noite, criador e espectador de uma rede de televisão de programação complexa e história que só existe em sua cabeça e em alguns bonecos de papel. O jogo: talvez superar a crise dependa da superação do sujeito. Ou quando foi a última vez que vimos um amor à primeira vista acontecer de maneira tão íntegra no cinema brasileiro como em O Completo Estranho, de Leonardo Mouramateus, e como ele seria possível hoje se não sem a “vista”, sem que os personagens se enxergassem no meio de um blecaute e só tivessem o cheiro e a voz para se apaixonar? À margem da história oficial eventualmente se descobre o feminismo justamente ali onde nunca se imaginara possível (No devagar depressa do tempo, de Eliza Capai, e a consciência readquirida pelas mulheres empoderadas na cidade-piloto do Programa Bolsa Família). E se descobre ligação paterna perdida ali onde só resta a memória do compartilhamento – econômico, mas também emocional (em La llamada, de Gustavo Vinagre). O desejo pelo corpo do outro e pelo espaço que o condiciona justamente quan-

do se está mais estrangeiro a ele (a Vitória pregnante de Vento Sul, de Saskia Sá). O mundo é absurdo porque deseja de todos nós o personagem, depende da máscara e gosta do jogo. A mãe solteira e a filha adolescente se descobrem e se ajudam na preparação de uma festa, como em Quinze, de Maurílio Martins, e o acúmulo de verdades de texto e performance só pode gerar o spot de luz na rua, a valsa das mulheres que se amam vestidas de princesa de contos de fada. O teatro vira o espaço da verdade, enquanto o cinema expõe suas maquinações, como em Guerra Fria, de Paulo Sena. E quando se vai ao mundo real – o mais inventado impossível – as placas dos prédios e os nomes dos condomínios novos-ricos revelam o inefável passado de preconceito de cor e sexo presentificados, enquanto esse mesmo cinema reencena ali, no nível da construção civil mais elementar, o balé romântico mais encantador – tudo isso em Casa Forte, de Rodrigo Almeida. O personagem está no registro que faz de si, nas fitas cassete da adolescência não muito distante (Na hora dos morcegos...,

de Richard Tavares), ou no registro que cobra da câmera uma vez que a confusão de espírito fora acompanhada de tão perto (o plano em que a protagonista de Jardim Tókio “descobre” seu avô perdido na floresta, talvez o mais belo da seleção), e os finais felizes abundam, pela primeira vez em sabe-se lá quanto tempo. O mundo é incrível, finalmente incrível. No filme de Gabriel Martins, que parece conversar e conter todos os outros, o mundo é o que se faz de sua inconstância. Nele cabe a desolação e a doença, o drama de câmara e o espetáculo de explosões, o documentário de celular e a animação de efeitos. Cabe uma ideia de felicidade até, essa que parecia tão distante há tão pouco tempo. Mundo Incrível Remix, que é tão mais incrível quanto mais admita, em especial, a noção da morte, sua inevitabilidade. Dezoito anos, dezoito retratos históricos de gerações de curta-metragistas que passaram pelo Festival de Vitória, e a Mostra Competitiva Nacional de Curtas atinge a maioridade se permitindo ser criança, adulta e velha ao mesmo tempo. Há uma sabedoria nisso, sim.

1 – expressão em inglês que caracteriza mal-estar, indisposição, desconforto.


A COR DO FOGO E A COR DA CINZA André Félix 25’19’’ 2k 2014 Cor ES Documentário

Sinopse: Wagner vive na favela e desde os 7 anos de idade é proprietário da Rede Metror, um canal de televisão feito de papel e lápis de cor. Após 11 anos e mais de 70 novelas transmitidas, Wagner dirige pela primeira vez atrizes reais. Direção de Produção e Produção Executiva: Vitor Graize. Fotografia: Igor Pontini. Montagem: André Félix. Edição de Som: Constantino Buteri.

A HORA AZUL Giovani Barros 20’ HDTV 2014 Cor RJ Ficção

Sinopse: Ela olha o horizonte. O dia já começa a nascer. Direção de Produção: Lihemm Farah. Produção Executiva: Matheus Peçanha. Fotografia: Flora Dias. Montagem: Douglas Soares. Direção de Arte: Mauricio Bispo. Som: Thiago Yamachita. Edição de Som: Fabio Baldo. Elenco: Louise Lemos, Smenia D’Cassia, Jerry Gilli, Soca Silva, Gabriela Rosas, Luiza Debritz, Alba Helena. Filmografia do Diretor: Uma Canção de Dois Humanos (2009); As Heranças (2012).


CASA FORTE Rodrigo Almeida 10’56’’ HDV 2013 Cor PE Ficção

Sinopse: Um bairro povoado por fantasmas de um relacionamento e de uma tradição. Direção de Produção, Produção Executiva, Montagem, Som e Edição de Som: Rodrigo Almeida. Fotografia: Chico Lacerda. Trilha Sonora: Itamar Assumpção e Naná Vasconcelos. Elenco: Mário Jarbas e Thalles Oliveira.

CLORO Marcelo Grabowsky 18’ 2k 2014 Cor RJ Ficção

Sinopse: Sob o sol ofuscante Clara se esforça para enxergar sua família e a realidade que a cerca. Direção de Produção: Carolina Carneiro da Cunha. Produção Executiva: Julia De Simone. Fotografia: Mauro Pinheiro Jr. Montagem: Ricardo Pretti. Direção de Arte: Marcos Reis. Som: Pedro Sa Earp. Edição de Som: Bernardo Uzeda. Elenco: Ana Vitória Bastos, Beatriz Nunes, Daniela Galli, Flavio Mariano, Marilia Coelho, Matheo Marra, Miriam Padilha, Roberto Birindelli. Filmografia do Diretor: Testemunha 4 (2011).


GUERRA FRIA PAULO SENA 17’ 2k 2014 Cor ES Ficção

Sinopse: É igual no teatro. Um personagem precisa morrer para nascer outro. E o ator se aproxima de si mesmo. Direção de Produção: Anderson Bardot. Produção Executiva: Cabeloseco Soluções Culturais. Fotografia: Lourenço Diniz. Montagem: Andre Rios e Lourenço Diniz. Direção de Arte: Joyce Castello. Som: Alessandra Toledo. Edição de Som: Bernardo Uzeda (RJ). Elenco: Tiago Melo, Eldon Gramlich, Elaine Vieira, Lorena Lima, José Augusto Loureiro, Daniel Boone. Filmografia do Diretor: Ao Vivo de Bergue (2012).

JARDIM TóKIO Rodrigo Grota 15’ HD/DCP 2014 Cor PR Drama Sinopse: Yuki, uma jovem que acaba de voltar do Japão, se divide entre sua família, os estudos e a vida noturna. Direção de Produção: Argel Medeiros e Gisele Almeida. Produção Executiva: Bruno Gehring. Fotografia: Guilherme Gerais. Trilha Sonora: Rodrigo Guedes. Montagem: Rodrigo Grota. Direção de Arte: Felipe Augusto. Som: Bruno Bergamo. Edição de Som: Lucas Dias Baptista. Elenco: Nagomi Kishino, Sigeyuki Hisatomi, Katy Kakubo, Carol Bertachi, Margha Vine, Juliana do Espírito Santo, Yoshiya Nakagawara Ferreira, Ana Karina Barbieri, Caruh Spisla, Hígor Mejia.


LA LLAMADA Gustavo Vinagre 20’ HDV 2014 P&B SP Documentário

Sinopse: Lázaro Escarze, um cubano revolucionário de 87 anos, vive num pequeno povoado e terá seu telefone instalado pela primeira vez na sua vida. Para quem ele vai ligar? Direção de Produção: Clemilson Farias. Produção Executiva: Max Eluard. Fotografia: Giovanna Pezzo. Montagem: Juanjo Cid. Edição de Som: Raymi Morales-Brès. Elenco: Lázaro Escarze, Alexei (Pacolo) Hernández, Gustavo Vinagre. Filmografia do Diretor: Dykeland - Part of “Fucking Different Sao Paulo” (2009); Filme Para Poeta Cego (2013); Nova Dubai (2014).

LOJA DE RÉPTEIS Pedro Severien 17’ 2k 2014 Cor PE Ficção

Sinopse: Aluisio ama a loja e os seus animais. Cristina não vê a hora de vender o lugar. Direção de Produção: Maria Cardoso. Produção Executiva: Maria Caminha. Fotografia: Beto Martins. Trilha Sonora: Piero Bianchi, Vinicius Nunes, Mateus Alves. Montagem: Maria Cardoso, Pedro Severien. Direção de Arte: Juliano Dornelles. Animação: Raul Souza, Celso Hartkopf. Som: Simone Dourado, Lucas Ramalho. Edição de Som: Carlos Montenegro, Pablo Lopes. Elenco: Maeve Jinkings, Fransergio Araujo, Cintia Lima, Giordano Castro, Joana Gatis, Dandara de Morais, Laryssa Nascimento Souza. Filmografia do Diretor: Carnaval Inesquecível (2007); São (2009); Canção para minha irmã (2012); Rodolfo Mesquita e as monstruosas máscaras de alegria e felicidade (2013).


MUNDO INCRÍVEL REMIX Gabriel Martins 24’ 2k 2014 Cor MG Ficção

Sinopse: Uma tartaruga é dada de presente para uma família. Dizem que ela é a última encarnação de Cristo na Terra. Direção de Produção, Fotografia, Trilha Sonora, Montagem, Animação, Som, Edição de Som: Gabriel Martins. Produção Executiva: Thiago Macêdo Correia. Direção de Arte: Gabriel Martins e Rimenna Procópio. Elenco: Gabriel Martins, Rimenna Procópio, Geraldo Martins, Beatriz de Assis. Filmografia do Diretor: Filme de Sábado (2009); No final do mundo (2010); Contagem (2010); Dona Sônia pediu uma arma para seu vizinho Alcides (2011); Meu amigo mineiro (2012).

NA HORA DOS MORCEGOS... Richard Tavares 10’ 2k 2014 Cor RS Ficção

Sinopse: Três jovens se reencontram durante o carnaval, só a memória de um passado recente os une e nenhum deles sabe o que quer da vida. Direção de Produção e Produção Executiva: Paola Wink. Fotografia: Matheus Massochini. Trilha Sonora: Diego Poloni. Montagem: Bruno Carboni. Direção de Arte: Manuela Falcão. Som e Edição de Som: Tiago Bello. Elenco: Matheus Almada, Eduardo Cardoso, Gabriela Rocha. Filmografia do Diretor: Gaveta (2010); Garry (2012).


NO DEVAGAR DEPRESSA DO TEMPO Eliza Capai 29’ HDV 2014 Cor SP Documentário

Sinopse: Guaribas, ali bem do lado da Serra das Confusões, sertão do Piauí: onde o tempo da escravidão ainda é frase no presente, algo começa a mudar. Conversando com mulheres de duas gerações, escutamos como era, como é e como pode ser a vida de quem acaba de cruzar a linha da miséria. De um lado seca, alcolismo, violência familiar e fome. Chegada do Estado, renda, educação e auto-estima do outro. No embate do que era e do que começa a ser, vislumbramos um tempo de rápidas mudanças no devagar daqueles tempos. Direção de Produção, Produção Executiva, Fotografia e Montagem: Eliza Capai. Edição de Som: Kira Pereira. Filmografia do Diretor: Tão Longe é aqui (2013).

O CLUBE Allan Ribeiro 17” 16mm 2014 Cor RJ Ficção

Sinopse: A turma Ok comemora 53 anos. Direção de Produção: Lucas Murari. Produção Executiva: Raquel Rocha. Fotografia: Lucas Barbi. Trilha Sonora: Jeanne Moreau, Marlene e Glória lasso. Montagem: Allan Ribeiro. Direção de Arte: Douglas Soares e Giovani Barros. Som: Thiago Yamachita. Edição de Som: Luis Carmo Boom. Elenco: Elaine Parker, Sophya Monroe, Patrícia San Lorran. Filmografia do Diretor: Desconforto (2001); Senhoras (2002); Boca a Boca (2003); Papo de Botequim (2004); O Brilho dos Meus Olhos (2006); Depois das Nove (2008); Ensaio de Cinema (2009); A Dama do Peixoto (2011); Com Vista para o Céu (2011); Esse Amor Que Nos Consome (2012).


O COMPLETO ESTRANHO Leonardo Mouramateus 24’41” 2k 2014 Cor CE Ficção

Sinopse: O coração de Dani endurece e goza. Direção de Produção: Clara Bastos. Produção Executiva: Clara Bastos, Leonardo Mouramateus. Fotografia: Juliane Peixoto, Filipe Acácio. Montagem: Samuel Brasileiro. Direção de Arte: Dayse Barreto. Som: Rodrigo Fernandes, Breno Furtado. Edição de Som: Érico Paiva. Elenco: Loreta Dialla, Luiz Otávio Queiroz, Geane Albuquerque, Yasmin Shyrran, Renan Pereira. Filmografia do Diretor: Fui à Guerra e não te Chamei (2010); Europa (2011); Dias em Cuba (2011); Charizard (2012); Mauro em Caiena (2012); Lição de Esqui (2013); O Completo Estranho (2014).

QUINZE Maurilio Martins 25’ 2k 2014 Cor MG Ficção

Sinopse: Luiza fará 15 anos. Raquel tem alguns sonhos. Direção de Produção: Amina Jorge. Produção Executiva: Thiago Macêdo Correia. Fotografia: Gabriel Martins. Montagem: André Novais Oliveira e Maurilio Martins. Direção de Arte: Tati Boaventura e Mariana Souto. Som: Pedro Vasseur. Edição de Som: Fábio Andrade. Elenco: Karine Teles, Malu Ramos, Rejane Faria, Dircinha Macêdo, Matheus Dias. Filmografia do Diretor: Contagem (2010); Estado de Sítio (2011); Um homem que voa: Nelson Prudencio (2013).


VENTO SUL Saskia Sá 13’ HDV 2014 Cor ES Ficção

Sinopse: Volto à Vitória num dia de sol de Junho, quando o vento vira sul e o céu se torna azul. Volto sem nunca ter saído. Vitória...minha ilha. A cidade que nunca foi minha. Direção de Produção: Alana Ribeiro. Produção Executiva: Saskia Sá e Alana Ribeiro. Fotografia: Ursula Dart. Trilha Sonora: Cid Travaglia. Montagem: Rafael Balducci. Direção de Arte: Mônica Nitz. Som: Alê Toledo. Edição de Som: Constantino Buteri. Elenco: Ana Murta e Rebecca de Sá. Filmografia do Diretor: Moda (1993); Mundo Cão (2002); Vestuário Capixaba (2005); São Benedito (2006); A Fuga (2007).

VIAGEM NA CHUVA Wesley Rodrigues 13’ 2014 DV Cor GO Animação

Sinopse: A chuva assim como o circo, percorre um longo caminho até seu lugar de destino. Quando se vão, ficam as lembranças. Direção de Produção, Produção Executiva, Fotografia, Direção de Arte e Animação: Wesley Rodrigues. Trilha Sonora: Dênio de Paula. Montagem: Wesley Rodrigues e Luiz Pellizzari. Som: Thiago Camargo. Edição de Som: Thiago Camargo. Filmografia do Diretor: Marionetes (2006); Pinga com saquê (2009); O enigma da água (2011); Faroeste: Um Autêntico western (2013).





ATREVER-SE A ENCENAR Rodrigo de Oliveira

Curador

A

seleção da IV Mostra Competitiva Nacional de Longas do Festival de Vitória apresenta, este ano, seu grupo mais variado em termos temáticos e estéticos até aqui. Resposta natural a uma safra que se mostrou múltipla. Os caminhos contemporâneos seguidos pela geração de novos realizadores surgidos na virada dos anos 2000, que dominou as seleções anteriores, continuam firmes. Adirley Queiróz volta à competição, pareado com um filme-irmão de seu cinema, assumido com propriedade notável pelo mineiro Affonso Uchôa, e ainda temos o veterano Tavinho Teixei-

ra no que talvez seja o mais jovem e novo filme brasileiro do ano. Por outro lado, Vitória recebe o primeiro longa do pernambucano Camilo Cavalcante – um dos mais frequentes curta-metragistas do festival – e do capixaba Edson Ferreira, em dois filmes que se arriscam por caminhos narrativos históricos do cinema brasileiro. Por fim, Nelson Hoineff apresenta mais uma de suas cinebiografias, a sua melhor. Pela primeira vez a Mostra Competitiva Nacional de Longas traz seis filmes ao público de Vitória, três documentários e três ficções, mas que esses rótulos não enganem o espectador: há em todos eles um


prazer – e um atrevimento – à encenação, à ideia de inventar sobre uma cena dada (por um roteiro ou pela vida real). Cauby – Começaria tudo outra vez é o que talvez dê mais a aparência de um modelo tradicional, não fosse um detalhe-chave em sua estrutura. Depois de dar conta de personalidades como Paulo Francis e Chacrinha em seus documentários, Hoineff tem, pela primeira vez, um personagem vivo em mãos, alguém que possa entrevistar diretamente – e que se dispõe à invenção do mesmo jeito que a montagem do material de arquivo permanece inventiva. Cauby Peixoto, “ele mesmo”, demora a aparecer no filme e é difícil atribuir algum signo de realidade à sua figura. Frágil e imponente, no pleno domínio de sua voz e em aparente perda de domínio de seu juízo, o personagem é tão mais verídico quanto mais o filme expõe, com honestidade incomum, as inúmeras camadas de fabricação que criou para si ao longo de sua carreira. Certa dose de loucura (metafísica, mas também patológica) é o desejo e o risco de qualquer artista performático e há um modelo ideal e

trágico no centro de A história da eternidade. Camilo Cavalcante devolve ao sertão nordestino a carga de poesia que lhe fora retirada pela obsessão realista e faz isso através da figura de um poeta da terra, capaz de alterar o curso das estações da natureza e das vidas deste pequeno grupamento de pessoas ao seu redor. O modelo sertanejo moralizante e conservador está lá, mas sua contaminação por estes agentes da arte (um sanfoneiro, um performer, mas também um neto transformado pela cidade) é inevitável. Atrever-se a encenar significa um estupor, e ele não aparece melhor materializado que na sequência em que Irandhir Santos dubla uma canção dos Secos & Molhados para delírio da câmera e convulsão literal do personagem. Já Edson Ferreira nos leva a um momento ainda anterior na história do cinema brasileiro e seu Entreturnos é carregado de uma febre humanista do melhor da era Embrafilme, aquela mesma que dava conta dos dramas suburbanos de gente simples submetida a circunstâncias extraordinárias, onde o sexo, o crime e um senso de redenção social estava posto, de um empenho “nelson-

rodriguiano” que se prova ainda vital e relevante. Os entreturnos aqui dizem menos respeito às jornadas do cobrador de ônibus protagonista e mais à estrutura do filme, encenação a golpes de montagem, onde eventos que aparentemente conhecíamos completamente vão se revelando cada vez mais complexos à medida que se assumam os pontos de vistas diversos daqueles envolvidos na tragédia. Branco sai, preto fica expande ainda mais o domínio da representação das realidades específicas e gerais das populações marginalizadas no entorno da ilha que é Brasília, mas também confirma a impressão de A cidade é uma só? que fora mais amplamente ignorada em nome de certa “exuberância do real” tão abraçado pela crítica e pela academia: Adirley Queiróz é dos cineastas brasileiros com maior domínio da mise-en-scène no cinema atual. Não se trata simplesmente de partir de um dado real (os tiros trágicos em um baile de blackmusic do passado) para aplicar alguma dramaturgia a essas trajetórias: o real dos filmes de Queiróz é a própria ficção, as cidades e as pessoas são a ficção e eles convocam o cineasta à construção


de si e do registro que se fará. Não se chega ao gênero, mas parte-se dele: com as chagas de Brasília só se lida numa viagem espacial do futuro, lá onde se sabe que algo sobreviveu. E de gênero também se compõe algumas das cenas mais arrebatadoras de A vizinhança do tigre, mesmo que eles signifiquem apenas as brincadeiras infantis entre amigos de bairro, a assombração de um personagem ausente, a comédia involuntária numa língua quase estrangeira, o drama social mais radical. Partindo de cinco personagens da vida real que navegam pela periferia, Affonso Uchôa retira deles, ao longo de quatro anos de convivência e centenas de horas de material gravado, uma força de criadores (de si, das condições que os cercam e do próprio cineasta que se deixa marcar tanto quanto marca) francamente incomum. É difícil

quantificar o que significa ficção e documentário neste filme, e este limite significa ter-se atrelado ao espírito criador dos próprios meninos em cena. Uma sequência em particular, a que encena a “paranoia” provocada pelo crack em uma pessoa, talvez seja onde o cinema brasileiro mais longe chegou neste ano.

amor está presente e pulsa em cada

Batguano é tudo e nada disso, ao mesmo tempo. É a consciência contemporânea e o gênero mais radical, tributo e filho rebelde da antropofagia da cultura pop mais comunicativa e da erudição mais cifrada, filme de delírio e de sonho de um universo que é todo ficção, que acredita e padece da possibilidade de fabricar. Num tour de force incomparável, Tavinho Teixeira dirige e atua, ao lado do grande Everaldo Pontes, a fábula de um mundo de desamor, pós-apocalíptico e decadente, mas onde o

perdeu a sua beleza para a velhice

plano. Velhos heróis dos quadrinhos, este Batman e este Robin do subdesenvolvimento trafegam pela própria história de um cinema do qual, pobres de recursos e ricos de iconoclastia, nunca poderão fazer parte. É o Brasil como set da filmagem de seu próprio desterro, do país que precoce, nossa Atlântida com musicais de punk rock, nossa Vera Cruz com câmera lenta num milharal de homens lindos e descartáveis. O real sempre foi mesmo uma backprojection a ilustrar as obsessões de forma e conteúdo deste delírio que é fazer cinema no Brasil. “Que experiência incrível esta de existir!”, como diz nosso Batman – e existir num tempo e num país que produz esse conjunto de filmes, ainda mais.


ENTRETURNOS Beto, um cobrador de ônibus, é casado com Gilda, uma caixa de supermercado. O casal vive um momento de crise que se agrava quando Beto se aproxima de Leia, dona de um bar em que ele costuma frequentar. Com a chegada de Valcir, forma-se um triângulo amoroso que resulta na gravidez de Leia. Um acontecimento inesperado transformará a vida de todos.

82’ HDTV 2014 COR ES FICÇÃO

sexta-feira (12/09) – 21h – Theatro Carlos Gomes Direção: Edson Ferreira. Direção de Produção: Bob Redins. Produção Executiva: João Moraes. Fotografia: André Lavaquial. Trilha Sonora: Beto Dourah e Fernando Palau. Montagem: Alfredo Barros e Felipe Lesbick. Direção de Arte: Joyce Castello. Som: Glaydson Mendes. Edição de Som: Kiko Ferraz e Chrístian Vaisz. Elenco: Paulo Roque, Lorena Lima, Luis Miranda, Janaina Kremer e Markus Konká. Filmografia do Diretor: Auroras de Ébano (2005); Frames (2008); Marcas da Vida (2010); Sombras do Tempo (2012).


BRANCO SAI. PRETO FICA Um baile black. Tiros e opressões. Uma geração amputada.

82’ HDTV 2014 COR ES DOC/FICÇÃO Direção: Adirley Queiros. Direção de Produção: Adirley Queirós. Produção Executiva: Adirley Queirós e Simone Gonçalves. Fotografia: Leonardo Feliciano. Trilha Sonora: Marquim do Tropa. Montagem: Guille Martins. Direção de Arte: Denise Vieira. Som: Francisco Creysmer. Elenco: Marquim do Tropa, Shokilo, Dilmar Purães, DJ Jamaika e Gleite Firmino. Filmografia do Diretor: Rap, O Canto da Ceilândia (2005); Dias de Greve (2008); Fora de Campo (2009); A Cidade é uma Só? (2010); Um homem que voa: Nelson Prudêncio (2012).

sábado (13/09) – 21h Theatro Carlos Gomes


BATGUANO 73’ 2K 2013 COR PB FICÇÃO Éramos então um só ser duplo vivo transformado com duas cabeças pensando e logo nos tornamos símbolo da perfeição do novo ser em sua máxima evolução e potência e desejo e vontade e expansão e começamos a viajar pelo universo por todas as galáxias divulgando nossa dupla de repentistas punkrock completos porque a Terra havia ficado pequena demais para nós dois.

sábado (13/09) – 0h – Theatro Carlos Gomes Direção: Tavinho Teixeira. Direção de Produção: Virginia Duan. Produção Executiva: Ana Barbara Ramos, Cristhine Lucena e Ramon Porto Mota. Fotografia: Marcelo Lordêllo. Montagem: Arthur Lins. Direção de Arte: GigaBrow e Diógenes Mendonça. Som: Danilo Carvalho. Edição de Som: Danilo Carvalho. Elenco: Everaldo Pontes e Tavinho Teixeira. Filmografia do Diretor: Luzeiro Volante (2011); Púrpura (2012).


A VIZINHANÇA DO TIGRE Juninho, Menor, Neguinho, Adilson e Eldo são jovens moradores do bairro Nacional, periferia de Contagem. Divididos entre o trabalho e a diversão, o crime e a esperança, cada um deles terá de encontrar modos de superar as dificuldades e domar o tigre que carregam dentro das veias.

95’ HDV 2014 COR MG FICÇÃO

domingo (14/09) 21h Theatro Carlos Gomes

Direção, Direção de Produção e Fotografia: Affonso Uchoa. Produção Executiva: Thiago Macêdo Correia. Trilha Sonora: Pacificadores, Noktor, Eldo Rodrigues. Montagem: Luiz Pretti, Affonso Uchoa, João Dumans. Som: Warley Desali. Edição de Som: Bruno Guanambi, Pedro Durães. Elenco: Aristides de Sousa, Maurício Chagas, Wederson Patrício, Eldo Rodrigues, Adílson Cordeiro. Filmografia do Diretor: Desígnio – Caderno de esboços e rascunhos a respeito de um filme chamado Mulher à Tarde (2009); Mulher à Tarde (2010).


A HISTÓRIA DA ETERNIDADE Em um pequeno vilarejo no sertão, três histórias de amor e desejo revolucionam a paisagem afetiva de seus moradores. Personagens de um mundo romanesco, no qual suas concepções da vida estão limitadas, de um lado pelos instintos humanos, do outro por um destino cego e fatalista.

120’ 2K 2014 COR PE FICÇÃO segunda-feira (15/09) 21h Theatro Carlos Gomes

Direção: Camilo Cavalcante. Direção de Produção: Bárbara Isabella Rocha. Produção Executiva: Marcello Maia e Stella Zimmerman. Fotografia: Beto Martins. Trilha Sonora: Zibgniew Preisner e Dominguinhos. Montagem: Vânia Debs. Direção de Arte: Julia Tiemman. Som: Nicolas Hallet e Simone Dourado. Edição de Som: Ricardo Reis e Miriam Biderman. Elenco: Cláudio Jaborandy, Débora Ingrid, Irandhir Santos, Leonardo França, Marcélia Cartaxo, Maxwell Nascimento e Zezita Matos. Filmografia do Diretor: Rapsódia para Um Homem Comum (2005); O Presidente dos Estados Unidos (2007); Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos (2009); My Way (2010); Luz do Sertão – 100 Anos de Luiz Gonzaga (2012).


CAUBY COMEÇARIA TUDO OUTRA VEZ A vida é feita de ciclos e numa linha cronológica estabelecida na carreira de Cauby, esses ciclos ficam evidentes. Com um timbre invejável e uma voz impecável, Cauby construiu uma figura estética emblemática e única, interpretando desde samba a MPB, de bossa nova a rock. É considerado o maior cantor do Brasil por artistas como Agnaldo Rayol e Elis Regina. O ar mítico que envolve a figura de Cauby se reflete em shows lotados, platéias acaloradas e fãs inveterados que acompanham seus passos e o idolatram como se fosse uma divindade da música popular.

90’ HDTV 2013 COR RJ DOCUMENTÁRIO

terça-feira (16/09) 21h Theatro Carlos Gomes Direção: Nelson Hoineff. Direção de Produção: Selma Regina. Produção Executiva: Patrizia Landi. Fotografia: Raphael Boccanera. Montagem: Rodrigo Pastore. Som: Tito Costa. Edição de Som: Rob Filmes. Elenco: Cauby Peixoto, Ângela Maria, Emílio Santiago, Agnaldo Rayol, Agnaldo Timóteo e Maria Bethânia. Filmografia do Diretor: O Homem Pode Voar (2005); Caro Francis (2009); Alô, Alô, Terezinha! (2009).





FRAGMENTOS DE UMA NOVA GERAÇÃO Rodrigo de Oliveira

Curador

A

Mostra Foco Capixaba chega à sua terceira edição consolidado como o mais relevante espaço para a exposição do novo cinema capixaba no Festival de Vitória, e a seleção deste ano só confirma o quão novo ele pode ser. Apostando na janela propositiva que uma sessão de filmes locais pode oferecer, verdadeiramente abrindo os procedimentos do festival e sob a atenção de convidados e da mídia nacional, para além do espectador capixaba, (que faz desta a sessão mais concorrida de todo o evento), a Foco Capixaba é, ao mesmo tempo, reflexo de um passado e

apontamento de um futuro. Como em toda filmografia local, os filmes produzidos no Espírito Santo carregam em si, mesmo que não estejam conscientes disso, os objetos, as proposições, os ideais e a própria língua de um cinema centenário, ao mesmo tempo em que sugerem para onde esta história caminhará daqui para frente, quais novos paradigmas artísticos nortearão os olhares dos cineastas do futuro. A beleza e o desafio: só temos o presente como espaço de atuação; é a partir do hoje e sobre o hoje que estes filmes falam, e há um retrato possível não só do cinema, mas do próprio espírito capixaba em 2014

que atravessa este conjunto de filmes. Em comum, o frescor: cinco anos atrás nenhum destes realizadores havia finalizado um filme sequer, e agora estão todos reunidos na linha de frente do cinema do Espírito Santo, alguns com o currículo já extenso. Pela primeira vez uma animação integra esta seção. Saia, de Davi de Jesus Cáo, parece um tanto conto de origem, como alguns dos filmes que costumamos ver por aqui, com a diferença que essa representação originária é francamente futurista (mas igualmente anacrônica em seu arranjo). Os elementos são es-


tranhos e ao mesmo tempo próximos: uma mulher negra, roupa que lembra a de um orixá, acossada por línguas voadoras, uma figuração do masculino opressor. Presa num sistema eletrônico e histórico, essa mulher ainda insiste na ideia da libertação, ainda que isso signifique sangrar enquanto tenta. A familiaridade deixa de ser simbólica e passa a uma investigação da história que resiste nos dois exercícios de arqueologia que são Vitória F.C. e Desfragmentos. Este último, realizado por Melina Leal Galante, é quase literal em seu sentido: um cemitério de azulejos, alguns corredores empoeirados, algumas tentativas de se restabelecer o espírito do passado através da preservação de sua aparência, e a inevitável constatação de um esforço de nostalgia fadado ao fracasso (a aparência pode dizer algumas coisas da forma, mas o espírito é de outra ordem). Misturando o documentário de entrevista com uma interação

Sentimento parecido ao que permeia Vitória F.C., de Vitor Graize e Igor Pontini, retrato observacional de uma temporada no clube tradicional do futebol capixaba – que dá nome ao filme – que completava seu centenário durante as filmagens. O registro não-intervencionista, que habita o espaço do clube, os vestiários, o campo, as reuniões entre jogadores, registra o que é óbvio na superfície da imagem: a decadência de uma instituição, a pobreza estrutural, o amadorismo. E ao mesmo tempo, como costuma acontecer nos casos em que a câmera se permite tempo e acaba comungando da mesma natureza daquilo que retrata, um sentimento de história viva e de pulsação ainda firme apesar do que diz a aparência, contamina o filme. Do Vitória Futebol Clube não conheceremos mais do que suas partes, os detalhes de seu funcionamento, sem nunca ter exatamente a dimensão geral dessa máquina, mas é irresistível não torcer por ele depois de ter estado ali tão perto.

mentos é, ao mesmo tempo portador desta nostalgia e seu crítico mais honesto.

qui, ao sul do Espírito Santo. Uma crença muito genuína no poder da imagem e na educação do olhar atravessa a trama de estranhamentos e aproximações de um núcleo familiar frágil. Na outra ficção da seção, Pela Janela, é justamente o sentimento oposto: a desconfiança naquilo que se vê é o que move as emoções do filme. O curta de Diego de Jesus é um exemplar igualmente clássico de certa paranoia urbana, da qual a cidade de Vitória e sua configuração geográfica – ilha de gente conhecida – é peça-chave. Filma-se aquilo que nunca esteve lá, esconde-se aquilo que deveria estar visível o tempo inteiro, num jogo de tensões de clima francamente aterrorizante. Todos esses são nomes a se reter, é claro. Sobretudo, são imagens que se tornam, elas mesmas, nosso objeto de crença e desconfiança, de arqueologia e memória daqui para frente. Potências de uma nova geração de cineastas capixabas,

mais livre com o espaço da loja e sua encenação cotidiana, Desfrag-

nascente cena de cinema de Mu-

A memória serve a motivos muito mais apaziguadores em Pássaro de papel, de Léo Alves, mais uma ficção de matriz clássica surgida da

disponível ao presente, verdadeiramente fundada nele, e ainda assim histórica desde seu surgimento. Vida longa à Foco Capixaba!



DESFRAGMENTOS MELINA LEAL GALANTE 13’ MOV H264 2014 COR ES DOCUMENTÁRIO

Sinopse: “O fim é o início de uma existência”. A partir de um local de despejo de pisos e azulejos usados, quantas memórias e histórias podem ser recriadas? Direção de Produção: Cibele Degen. Produção Executiva: Melina Leal Galante. Fotografia: José Rubens. Trilha Sonora: Camila Degen, Deyvid Martins e Gabriel Corrêa. Montagem: Cibele Degen. Som: Camila Degen, Deyvid Martins e Gabriel Corrêa. Edição de Som: Cibele Degen e Marcus Neves.

VITÓRIA F.C. VITOR GRAIZE E IGOR PONTINI 29’ 2K 2014 COR ES DOCUMENTÁRIO

Sinopse: Um clube de futebol no ano de seu centenário: a trajetória do Vitória Futebol Clube, o time mais antigo do estado do Espírito Santo, nas finais do campeonato estadual de 2012. Direção de Produção: Vitor Graize. Produção Executiva: Pique-Bandeira Filmes. Fotografia: Igor Pontini e Vitor Graize. Montagem e Edição de Som: Hugo Reis. Som: Vitor Graize e Diego Locatelli. Filmografia dos Diretores: Vitor Graize: Transversal (2006); Olho de Gato Perdido (2009). Vitor Graize e Rodrigo de Oliveira: As Horas Vulgares (2011)


SAIA DAVI DE JESUS CÁO 5’ HDTV 2013 COR ES ANIMAÇÃO

Sinopse: Os episódios de Saia continuavam indefinidamente. Sua conclusão, quando veio, foi chocante. Para todos, já era tarde demais. Direção de Produção, Produção Executiva, Fotografia, Montagem, Direção de Arte, Animação e Edição de Som: Davi de Jesus Cáo.

PELA JANELA DIEGO DE JESUS 20’ 2K 2014 COR ES FICÇÃO

Sinopse: Após ouvir a briga dos vizinhos, jovem começa a descobrir que a sua vida talvez não seja como ela imagina. Direção de Produção: Vitor Graize. Produção Executiva: Pique-Bandeira Filmes. Fotografia: Igor Pontini. Montagem: Thiago Ricarte. Direção de Arte: Diana Klippel. Som: Hugo Reis. Edição de Som: Constantino Buteri. Elenco: Paula Molina e Margareth Galvão. Filmografia do Diretor: Inconstância (2013).


PÁSSARO DE PAPEL LÉO ALVES ES 20’ 2014 HD COR FICÇÃO

Sinopse: Um fotógrafo passa por um momento reflexivo e busca em si lembranças do passado, decidindo voltar momentaneamente ao antigo vilarejo onde morava com o pai. Lá, além de recordações de momentos que ainda parecem vivos e latentes, ele captará imagens de pessoas comuns do lugar que, aos poucos, passam a fazer parte de sua memória fotográfica. Direção de Produção: Ériton Berçaco e Luiza Lubiana. Produção Executiva: Ériton Berçaco e Luiza Lubiana. Fotografia: Léo Merçon. Trilha Sonora: Chico Chagas. Montagem: Lucas Bonini. Direção de Arte: Claudia Puget. Animação: André Rios. Som: Expurgação. Edição de Som: Peu. Elenco: Ulysses Ferraz, Rafael Pruculi, Ricardo Lemos, Reiner Tenente, Victor Barros, Douglas Petino, Lourdes Puppim, Lenitha Lima, Maurílio Prúcoli, Jofre Prúcoli, Lara Lima, Tunica Britto, Lindson Fernandes, Élida Maria, Eliana Fernandes, Ana Raquel Cypriano, José Luiz Azarias, João Thomé de Siqueira, Tutu, Osvaldo de Oliveira, Brilhantino, Gilmar Couto, Cezar Caçadini e Afonso Magnago.




PASSEIOS PELOS BOSQUES DO NOVO CINEMA BRASILEIRO Rodrigo de Oliveira

Curador

P

elo terceiro ano consecutivo a Mostra Corsária integra a programação do Festival de Vitória, trazendo dessa vez dezessete versões diferentes para uma mesma narrativa: por onde caminha a invenção e a autoria deste jovem cinema brasileiro? Um primeiro dado relevante é que a juventude já deixou de ser apenas uma marca de cronologia – alguns dos cineastas aqui representados já passam dos dez anos de carreira artística, enquanto outros estreiam no cinema com os filmes presentes na seleção – mais que nunca, é um dado da postura diante do mundo. A juventude, aqui muito diferente

da inocência: a ideia de que há certas ocorrências no mundo que só podem existir de maneira íntegra no cinema se vistas “como se fosse a primeira vez”, com doses iguais de ilusão e arrogância, de frescor e consciência do “já-visto”. Porque às vezes fica na conta desses “meninos” ousar ver aquilo que parece não se mostrar a mais ninguém e vê-lo de certa maneira. Tudo já se deu no cinema e esta parece uma geração extremamente consciente de sua posição histórica, em especial porque tira vantagem clara dessa condição retardatária. Chamemos isso de “pós-pauloemi-


lianismo”, se for o caso. Aquela “incapacidade criativa em copiar” que marcava a trajetória no subdesenvolvimento de Paulo Emílio Salles Gomes – e que apontava para um dado econômico que se transfigurava numa característica de estilo – parece valida apenas em parte. O imperativo da moeda persiste, é claro, mas há mais do que simplesmente criatividade para ultrapassá-lo e ele certamente não condiciona uma estética comum (como acreditou-se num momento recente ao se chamar este novo cinema de “pós-industrial”, como se o modo de produção e o espírito de geração pudessem dar conta dos motivos todos presentes na tela). A resposta talvez esteja na cinefilia crescente ou no número de profissionais saídos, pela primeira vez em sua maioria, de graduações de cinema e audiovisual. Há, ainda, uma hipótese um tanto mais abstrata, mas que a cada nova seleção da Mostra Corsária pede com mais força para ser levantada. Seria esta a primeira grande geração desde os marginais e os ex-cinemanovistas ainda atuantes nos 80 a não se envergonhar de nascer e tomar parte da cultura brasileira, e não apenas

tomá-la como espaço de coleta de informações a serem levadas de volta ao encastelamento mais domável do cinema? Estaria esta geração consciente de algo que a música, a literatura e as artes plásticas entenderam desde a passagem para o moderno, e que o cinema viu antes de todas elas, mas que se perdeu entre desmontes e retomadas – a saber, a consciência de que a arte brasileira é maneirista em sua essência, que um país bastardo só pode produzir uma cultura bastarda? E que isso é uma coisa boa? Tome-se Malha, de Paulo Roberto, que encontra uma manifestação popular muito próxima e ao mesmo tempo radicalmente diversa do hábito. Uma malhação de Judas que incorpora e expurga todos os ramos formadores da civilização brasileira, e para o qual a resposta do filme é uma associação à obra de Hieronymus Bosch e um registro de cinema de horror. Só a vertigem desse abismo da falta de raiz pode se dispor a tudo abrigar e resolver-se como pode – o filme se arrisca à violência do espetáculo popular, e quase padece dele. Ou ainda no outro paraibano da seleção, Nascedouro, de Bernardo Teodorico,

onde parece que se conta a própria história do mito de origem do país, entre a vertigem literal do gozo das alturas, o descolamento de qualquer ideia de preservação do espaço natural, o senso de vila colonial que toda grande cidade ainda guarda em si, o acaso do encontro entre genitores e o amor que gera seus filhos como uma história de acidentes ensanguentados. Não basta mais cantar no funeral das ilusões perdidas de uma cidade que atropela seu desenvolvimento humano em nome da ganância do capital. É preciso perceber o absurdo deste ritual de deterioração sem retirar seu véu (o filtro de imagem que torna tudo turvo em O Porto, de Clarissa Campolina, Luiz Pretti, Julia de Simone e Ricardo Pretti, e por isso mesmo revela mais do carnaval entreguista das obras portuárias do Rio de Janeiro), e eventualmente tomando parte de sua dança, se é que se deseja entender a coreografia da destruição (o balé de carros e máquinas ao redor do Porto de Vitória em Calado, de Lívia Gegenheimer). Não é apenas que “tudo seja permitido”: falar a língua do real não pode simplesmente significar o respeito à sua integridade, em especial se de íntegro o real já


não tenha mais nada, mas justamente violar sua natureza com as armas fantasiosas que ele mesmo oferece. Isso às vezes significa tomar o caminho mais longo, ali por onde ainda se pode recolher alguma vida e também onde as marcas desta decisão, da consciência da fabricação, serão mais evidentes. Filmar a interação de duas pessoas, hoje, é tentar encontrar no gesto já dominado o mínimo de surpresa e se ele ali não estiver, produzi-lo como se estivesse assistindo a esse contato pela primeira vez. É assim em A estrada é um delírio, de Dellani Lima, que só pode oferecer a tal estrada delirante a seu personagem errante depois de aproximá-lo, pelo corpo e pelo verbo, de um outro corpo igual ao seu. E o contato é tão performático quanto o das duas estranhas forçadas a conviver em Multidões, de Camila Vieira, ou à verdade construída na combinação de duas atrizes em Ensaio, de Sofia Saadi. É preciso ir além do papel de doutores de um mundo doente e o cinema não é lugar de diagnósticos, mas de extrapolação dos sintomas. Um casamento fracassado, uma guarda compartilhada (O Arquipélago, de Gustavo Beck), um encontro amoroso que impõe sua impossibili-

dade e seu desarranjo (Tejo Mar, de Bernard Lessa) comprimidos naquela mesma cidade em que a experiência cotidiana está cada vez mais levando a vida para as margens e o negócio para o centro (como em O Porto). Não há completude – mesmo quando ela eventualmente exista, do modo como Beck em seu filme nos faz crer, sendo tão importante aquilo que seu olhar observacional decide privilegiar na montagem quanto aquilo que o contato com os personagens sugere que deixou-se de fora –, e assim é preciso elogiar a potência daquilo que falta (a tela preta, as vozes em off sem imagem de Tejo Mar), porque tudo nos falta, e nos fazemos das precariedades desse encontro com o real (seja ele inventado ou não). Bem, talvez Paulo Emílio seja mais atual do que parecera, porque ainda hoje “nada nos é estrangeiro, pois tudo nos é”. E ainda assim, esse estrangeirismo é menos alienante do que antes – ele diz respeito tanto à carga intelectual quanto ao contato direto com este mundo revolto, do qual os cineastas, cada um com sua própria dose de humildade e atrevimento, não conseguem escapar. É urgente arrefecer essa sensação que temos diante de

alguns filmes – em especial destes agrupados na Mostra Corsária – porque, apesar de todas as provas em contrário, estamos diante de algo inédito – é que estivemos procurando nos lugares errados. Não estará no cinema brasileiro da retomada a raiz dessa sensação, mas ela talvez se encontre em algum disco do Tom Zé ou do Itamar Assunção, em algum livro do João Gilberto Noll ou do Caio Fernando Abreu, em alguma montagem do Grupo Corpo ou em alguma instalação da Lygia Clark. Certamente se encontrará algum ponto de contato nos “primeiros a nascer”, e estes também têm lá suas filiações poliamorosas: é hora de historicizar Conceição – Autor bom é autor morto, Estrada para Ythaca, Amigos de Risco, A fuga da mulher gorila, Sábado à noite e A curva. É impressionante, por exemplo, o número de filmes desta safra que usam um número musical franco, desbragado, tradicional até em sua construção no interior das narrativas. Que vá se procurar um pai para isso em cada filme particular, mas a possibilidade da música emana da chanchada, mas também de Bob Fosse, da novíssima MPB, mas também do botão aleatório de um tocador de mp3, e tudo isso forma este cinema. Não há diferença entre


a prática de vida e a prática de trabalho, mas não apenas nos modos de produção (coletivos, colaborativos, independentes): é a própria linha entre a postura de mundo e a postura diante da cena que se confundiu – de novo, e ainda bem. Não nos enganemos, há política nisso tudo e os filmes vivem e morrem, gritam e se calam, apresentam e escondem, num acordo moral cada vez mais claro entre essa bagagem toda e o gesto ainda simples e ainda revelador de se estar com uma câmera diante de alguém ou alguma coisa. Na franqueza ao se tratar o registro pessoal de crianças, e do encanto e do abismo entre seu olhar e o olhar do cineasta (Dia branco, de Thiago Ricarte), no uso dos subgêneros cinematográficos menos canônicos (a

fantasia lynchiana de O uivo da carne na terra da luz, de Eduardo Madeira, o terror de ponto-de-vista em Te extraño, de Nathália Tereza), no realismo sensorial (Ensaio sobre minha mãe, de Jocimar Dias Jr.) ou no jogo com as expectativas do clássico-narrativo (Na realidade, de Rodrigo Bitti). Há política porque, oras, não pode não haver, não neste mesmo país bastardo que ainda produz novos filhos diariamente, que ainda precisa de exposição e explicação, e que parece sempre tão mais complexo nestes filmes do que o mundo real deixa entrever, e às vezes à revelia dele mesmo. O artifício não é um modo de operação, um partido estético, é um dado de alma. E assim, quem ousaria dizer que o clipe de uma Kate Bush barbada pelos campos pernambucanos não se trata de um documentário, como em Estudo em

vermelho, de Chico Lacerda? E quem diria que a rarefação de sentidos e o apontamento de uma moléstia física, cerebral, como em Ouça o ciclone, de Lucas Camargo de Barros, não é também a trajetória do Homem pela Vida, com letras arrogantemente maiúsculas? Porque aquele bosque e o encontro do duplo são maiúsculos. E que não surpreenda a ninguém que este encontro consigo, com a arte, com a cultura e uma dimensão contemporânea do que é o cinema brasileiro, perdidos todos no meio das árvores – nossa salvação e nossa derrocada final – se materialize na figura de uma travesti que dubla uma canção de Edith Piaf cantada por Dalva de Oliveira: eis aí uma boa alternativa de verbete para definir o que é este “novíssimo cinema brasileiro”.



A ESTRADA É UM DELÍRIO Dellani Lima 11’ HDTV 2014 Cor MG Videoarte

Sinopse: Sonho todos os dias com a estrada. Desejar é delirar. Não ignoro o deserto. Um dia caminho até lá. Direção de Produção e Direção de Arte: Dellani Lima & Wallace Costa. Produção Executiva: Ana Moravi, Dellani Lima & Wallace Costa. Fotografia, Montagem, Som e Edição de Som: Dellani Lima. Trilha Sonora: Wallace Costa. Elenco: Ana Moravi, Wallace Costa & Tarley McCartney. Filmografia do Diretor: América Ctrl+S (2000); Tudo que não C[R] io é F[R]icção (2002); Plano-Seqüência para os Amigos (2003); Leito Suntuoso da Revolução (2004); Quando Morri na Baía da Guanabara (2005); O Céu Está Azul Com Nuvens Vermelhas (2006); O Amor e o Desejo Podem Ter Excesso (2007); Ko (2008); El Dia Que Me Quieras (2009); Bolivia Te Extraño (2009); Calça de Veludo (2010); Antes Pássaro, Agora Peixe (2011); Adorável Criatura (2012); Estrela (2012);

CALADO Lívia Gegenheimer 14’21’’ H264 2014 Cor ES Documentário

Sinopse: Grave e penetrante se incorpora à paisagem. O corpo estranho e majestoso em meio à metrópole. Calado é a profundidade que um navio imerge em água. Que imerge em nós. Direção de Produção e Produção Executiva: Eduardo Madeira. Fotografia: Willian Rubim. Trilha Sonora: Marco Cavalca, Jailson Mendes Jr. e Joaquim Costa. Montagem e Som: Caio Fabricius. Edição de Som: Caio Fabricius e Marcus Neves.


DIA BRANCO Thiago Ricarte 19’ 2k 2014 Cor SP Ficção

Sinopse: A neblina nas rochas. A fita no arvoredo. Um celular registra a lembrança de estar lá. Direção de Produção: Daniel Mascarenhas. Produção Executiva: Daniel Mascarenhas, Thiago Ricarte. Fotografia: Bruno Risas. Montagem: Thiago Ricarte. Direção de Arte: Rimenna Procópio. Som: Gabriel Martins. Edição de Som: Fábio Baldo. Elenco: Matheus Oliveira, Rafael Leite Romero, Luis Henrique Hernandes, Ana Clara Souza. Filmografia do Diretor: O almoço (considere um jantar) (2007); Chapa (2009); Herói (2010); Dois (2012).

ENSAIO Sofia Saadi 19’ 2k 2013 Cor RJ Ficção

Sinopse: Xuxa Lopes se prepara para mais uma estréia no teatro. Memórias, intimidades e conflitos familiares permeiam as histórias narradas para sua amiga Sara ao longo do processo de ensaio. Direção de Produção: Carol Padilha. Produção Executiva: Sofia Saadi. Fotografia: Bento Marzo. Montagem: Marina Fraga. Direção de Arte: Mayra Sergio e Mariana Jannuzzi. Som: Vampiro. Edição de Som: Bernardo Uzeda. Elenco: Xuxa Lopes e Sara Antunes. Filmografia do Diretor: Que Buzina é Essa? (2005); Em Certas Cavernas Goteja a Água (2012).


ENSAIO SOBRE MINHA MÃE Jocimar Dias Jr. 20” HDTV 2014 Cor RJ Ficção

Sinopse: Minha mãe e seus muros sonoros. Prestes a desabar. Direção de Produção: Vitor Medeiros. Produção Executiva: Jocimar Dias Jr. e Vitor Medeiros. Fotografia: Filipe Tomassini e Suelen Menezes. Montagem: Vitor Medeiros. Direção de Arte: Luiza Drable, Marlon Peter e Silvia Rumen. Som: Vitor Kruter. Edição de Som: Matheus Tiengo. Elenco: Marcia Menezes, Cláudio Handrey, Bruno Paiva, Emanuelle Menezes, Callebe Menezes e Ana Cristina Menezes.

ESTUDO EM VERMELHO Chico Lacerda 16’14’’ HDV 2013 Cor PE Ficção

Sinopse: Em um prólogo, dois atos e um número musical. Direção de Produção, Montagem, Direção de Arte, Som, Edição de Som: Chico Lacerda. Produção Executiva: André Antônio, Fábio Ramalho, Chico Lacerda, Rodrigo Almeida. Fotografia: André Antônio, Fábio Ramalho, Chico Lacerda, Rodrigo Almeida. Elenco: Chico Lacerda, Cíntia Guedes, Fábio Ramalho, Pedro Neves. Filmografia do Diretor: Hipnose para leigos (2006), Doce e Salgado (2007), O incrível trem que alçou vôo (2008), Este filme deve ser visto no cinema (2009), A Banda (2010), Estudo em Vermelho (2013).


MALHA Paulo Roberto 14’ 2k 2013 Cor PB Documentário

Sinopse: “E as crenças singulares traduzem essa aproximação violenta de tendências distintas...” “... saem das missas consagradas para as ágapes selvagens...” Euclides da Cunha (Os Sertões). A violenta materialização de um festejo popular, a malhação do Judas, no interior da Paraíba, onde os credos religiosos de um povo servem de pano de fundo para a entrega visceral ao escárnio profano. Direção de Produção: Paulo Roberto. Produção Executiva: Paulo Roberto e Cristine Lucena. Fotografia: Diego Benevides. Trilha Sonora: Frans Litsz. Montagem: Marcelo Coutinho. Som: Gian Orsini. Edição de Som: Débora Opolski. Filmografia do Diretor: La Traz da Serra (2009); Contracorrente (2010); Olhar_Particular(2012).

MULTIDÕES Camila Vieira 20’ HDV 2013 Cor CE Ficção

Sinopse: Não sei de onde vem essa vontade doida de ficar correndo que nem bicho. Direção de Produção: Vivi Rocha. Produção Executiva: Palinoia Filmes. Fotografia: Júlio Figueroa. Trilha Sonora: Marina Mapurunga. Montagem: Annádia Leite Brito. Direção de Arte: Raisa Christina. Som: Paulo César Ribeiro. Edição de Som: Marina Mapurunga. Elenco: Fátima Muniz, Geane Albuquerque, John Pessoa, Euzébio Zloccowick. Filmografia do Diretor: O Começo (2010).


NA REALIDADE Rodrigo Bitti 10” HDTV 2014 Cor RJ Ficção

Sinopse: João faz uma retrospectiva de seu aprendizado sobre a morte, logo após o velório de sua mãe. Direção de Produção e Produção Executiva: Renan Fidalgo. Fotografia: Gabriel Fontes. Trilha Sonora: Felipe Fernandes. Montagem: Bernardo D’Ávila. Direção de Arte: Jasmin Sánchez. Animação: Barbara Coimbra. Som: Akira Band. Edição de Som: Bernardo D’ávila. Elenco: Gil Coelho, Diogo Camargos, Renato Farias, Sandro Christopher, Marcos Santos e Gláucia Hamond.

NASCEDOURO Bernardo Teodorico 12’ HDTV 2014 Cor PB Ficção

Sinopse: e foi assim, ao acordar, que minha mãe conheceu meu pai. Direção de Produção: Mariah Benaglia e Bernardo Teodorico. Produção Executiva: Mariah Benaglia. Fotografia: Breno César. Montagem: Bernardo Teodorico. Direção de Arte: Giga Brow. Som: Leonardo Gomes. Edição de Som: Leonardo Gomes. Elenco: Edigar Palmeira, Polly Barros, Servilio de Holanda, Giga Brow e Thiago Fernandes.


TEJO MAR Bernard Lessa 22’ 2k 2013 Cor RJ Ficção

Sinopse: João, um estudante de teatro português, está terminando sua temporada de estudos no Rio de Janeiro. É sua última semana desse lado do oceano, e ele redescobre o Rio de Janeiro no qual chegou há 10 meses. Direção de Produção, Produção Executiva e Montagem: Bernard Lessa. Fotografia: Bernard Lessa e Denis Augusto. Direção de Arte: Laura Shalders e Sérgio Batista. Som: Caíque Mello. Edição de Som: Thiago Piccinini. Elenco: Welket Bungué, Luísa Pitta, Julia Deccache e Paula Durand. Filmografia do Diretor: Liberdade, Avenida (2013).

O ARQUIPÉLAGO (THE ARCHIPELAGO) Gustavo Beck 28’ 2k 2014 Cor RJ Documentário

Sinopse: O Arquipélago é um paciente e penetrante retrato de uma família vivendo em solidão em um mundo inóspito. Direção de Produção: Guilherme Coelho e Luiza Cunha. Produção Executiva: Aranka Matits, Dominga Sotomayor e Gustavo Beck. Fotografia: Lucas Barbi, Gustavo Beck e Ernesto Gougain. Montagem: Ernesto Gougain. Som: Gustavo Beck e Ernesto Gougain. Edição de Som: Daniel Turini e Fernando Henna. Elenco: Álvaro Riveros, Patricia Garcia e Giovane Garcia Riveros. Filmografia do Diretor: Hera (2005); Ismar (2007); A Casa de Sandro (2009); Chantal Akerman, de Cá (2010); O Inverno de Zeljka (2012).


O PORTO Clarissa Campolina, Julia De Simone, Luiz Pretti, Ricardo Pretti 21’ HDV 2013 Cor RJ Documentário

Sinopse: A câmera pode ser uma ferramenta de escavação, revelando várias invisibilidades no espaço e no tempo. Direção de Produção e Produção Executiva: Julia de Simone. Fotografia e Montagem: Clarissa Campolina, Julia De Simone, Luiz Pretti e Ricardo Pretti. Edição de Som: Pedro Aspahan, Hugo Silveira. Filmografia do Diretor: Clarissa Campolina: Adormecidos (2011); Girimunho (2011); Odete (2012). Julia de Simone: Estudo para o vento (2011); Romance de Formação (2011). Luiz Pretti: Cineasta Bom é Cineasta Morto (2007-2010); O Mundo é Belo (2010); Estrada para Ythaca (2010); Os Monstros (2011); No Lugar Errado (2011); O Amor Nunca Acaba (2012); Odete (2012); Não Estamos Sonhando (2012). Ricardo Pretti: Os Monstros (2011); No Lugar Errado (2011); O Rio Nos Pertence (2013).

O UIVO DA CARNE NA TERRA DA LUZ Eduardo Madeira 21’ HDTV 2014 Cor ES Ficção

Sinopse: Mulher resignada foge de casa e encontra refúgio em um hotel onde estranhas situações parecem conversar com suas afetações mais íntimas e pessoais. Direção de Produção: Gisele Bernardes e Marina Abranches. Produção Executiva: Gisele Bernardes. Fotografia: Caio Fabricius. Trilha Sonora: João Machada e Filipe Simões. Montagem: Gustavo Martins e Marina Abranches. Direção de Arte: Bárbara Ribeiro. Som: Lívia Ferrari. Edição de Som: Gisele Bernardes e Marcus Neves. Elenco: Rejane Arruda, Fabio Camarneiro, Jandyra Abranches, Ricardo Faé, Sofia Alcântara, Vitor Pires e Edilaine Machado.


OUÇA O CICLONE Lucas Camargo de Barros 18’ 16mm 2014 Cor SP Ficção

Sinopse: Dois-espíritos em São Paulo. Direção de Produção: Marie Cabianca. Produção Executiva: Leandro HBL, Carla Comino e Lucas Camargo de Barros. Fotografia: Daniel Donato. Trilha Sonora: Davi Rodriguez. Montagem: Lucas Camargo de Barros. Direção de Arte: Deborah Viegas. Animação: Sopro. Som: Samyr Aissami. Edição de Som: Davi Rodriguez. Elenco: André Stern, Sandra Camargo de Barros, Amanda Sparks e José Henrique. Filmografia do Diretor: Créditos (2008); Duas Fitas - codireção Felipe Miguel (2009); A única estória (2011); Corretor (2012); Algumas Mortes (2012); Ouça o ciclone (2014).

TE EXTRAÑO Nathália Tereza 12” 2k 2014 Cor PR Ficção

Sinopse: Em espanhol, “Extrañar” significa: 1 Estranhar, surpreender. 2 Ter saudades. Acreditar é uma coisa íntima e que não se explica, apenas se sente. Direção de Produção: Eduardo Colgan, Vinícius Carvalho e Nathália Tereza. Produção Executiva: Nathália Tereza. Fotografia: Renata Corrêa. Montagem: Rafael Bertelli. Direção de Arte: Ana Paula Málaga. Som: Tomás von der Osten. Edição de Som: Vitor Moraes. Elenco: Mariana Mello, Pablito Kucarz, Val Salles. Filmografia do Diretor: Eu, Tereza (2009); A casa sem separação (2014).


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UM DESEJO DE SOCIEDADE Rodrigo de Oliveira

Curador

A

s edições da Mostra Quatro Estações no Festival de Vitória talvez sejam as que demonstram, com mais clareza, o que o passar dos anos e as transformações (pragmáticas ou apenas de espírito) da sociedade brasileira podem fazer com o cinema que se produz nela. A cada ano aumenta o volume de filmes que discutem a temática ampla da diversidade sexual e as razões para isso talvez devolvam ao cinema, arte esquecida pela política nos últimos tempos, algum pendor ativista, propositivo, um desejo de intervenção no processo social que parecia ter se per-

dido. Quanto mais profunda fica a trincheira entre o conservadorismo brasileiro – radicalizado atualmente como há décadas não se via – e “o outro lado” – nós todos que entendemos o país em sua pluralidade e diversidade –, mais o cinema brasileiro se preocupa em dar conta destes sentimentos e climas através daquilo que tem às mãos: as imagens dessas pessoas, seus dramas cada vez menos genéricos, mais específicos, mais relacionáveis. O curta-metragem pode muito pouco nesta guerra, é claro. Mas o que ele pode se expressa sempre com força e –ainda bem – com efetividade sobre as plateias.

No momento em que a luta pelos direitos civis igualitários é a pauta principal, é natural que o melhor deste cinema comece a abandonar temas de identidade mais primários, e passe à rua. O cinema do “pós-armário”, digamos, e não é à toa que o conjunto de filmes reunidos na seleção da Mostra Quatro Estações expresse, seja nos assuntos ou na própria estética e no ímpeto da câmera, um desejo de sociedade. A descoberta da sexualidade, as dúvidas e os medos desses desejos ainda clandestinos recorrentes no curta-metragem até pouco tempo atrás acabam preteridos em nome da dimensão pública deste desejo.


Canto de outono, do pernambucano André Antônio, é o que ensaia esta saída à rua de maneira mais literal. O jovem isolado em casa, lendo Baudelaire em voz alta, vai a uma festa – simbolicamente, ela acontece no Parque Laje, cenário de alguns dos maiores ensaios políticos do cinema brasileiro. O que se faz na rua é político apenas como gesto de natureza: se convive, se dança, se bebe, se beija. A solidão da casa permanece, é um estado inquebrantável, mas o risco do convívio é igualmente um imperativo, mesmo quando se volta a casa, como em Linda, uma história horrível. A partir de um famoso texto de Caio Fernando Abreu, o gaúcho Bruno Gularte Barreto revisita o confronto entre uma mãe conservadora e seu filho homossexual e soropositivo, aplicando ainda mais densidade à situação original. As chagas se espalham, não cobrem apenas o corpo do rapaz, mas também sua mãe, velha demais, e sua cachorra que dá nome ao filme. Essas dores se comungam, sua fisicalidade é compartilhada, e talvez só assim ainda se permi-

ta algum diálogo entre corpos e mentes tão diversos.

se investigue justamente a ideia da maternidade – não se trata de reafirmar que elas são mães “como quais-

A família é a dimensão mais imediata da experiência coletiva e três configurações possíveis dela se apresentam na seleção. Em um novo trajeto de busca pela rua, o goiano Uma carta para Heitor apresenta uma núcleo tradicional cuja opressão leva a menina Beatriz a uma tentativa de refiliação: seu pai não pode ser aquele com quem convive, e que é tão diferente dela, mas sim o amigo gay de sua mãe que descobre em antigas fitas VHS. Larissa Fernandes constrói um filme tocante a partir de uma noção política radical, amenizada pela leveza com que os atores encenam esta tentativa de reconstrução de um laço familiar ideal. Como ideal já parece ser o arranjo de O Olho e o Zarolho, da dupla Juliana Vicente e René Guerra. Um casal lésbico com um filho já pré-adolescente, onde as questões e os dramas já aparecem afastados da pauta da diversidade e mais dedicados ao específico: é uma conquista e tanto poder realizar filmes sobre mães homossexuais onde

quer outras”, mas que o direito que se deseja aqui é justamente o de ser comum. A cidade se dispõe ao drama familiar: o parque, os corredores da escola, a mesa de jantar. Mesmo quando ele se restringe aos ambientes fechados de uma sala de ensaio e um apartamento, como no capixaba Embaraçadas, ainda assim esses dramas dependem da força da rua, do intervalo coletivo entre um espaço privado e outro. Novamente duas mulheres, a sensualidade de seus corpos e a disposição de seus espíritos, devotadas a uma ideia de maternidade, esta mais intrincada em seu jogo de espelhos entre as duas protagonistas, versões possíveis de uma mesma imagem do feminino. Como no filme de Paulo Sena, imagens e sentimentos grávidos de um futuro onde esses filmes deixam de ser regra apenas no contexto de uma sala de cinema e passam existir em toda sua integridade nesta mesma coletividade que almejam.



CANTO DE OUTONO ANDRÉ ANTÔNIO 13’24’’ HDV 2014 COR PE FICÇÃO

Sinopse: Chegado o outono. Em breve iremos mergulhar nas trevas frias. Direção de Produção: Lucas Murari. Produção Executiva: Amanda Moleta e Lucas Murari. Fotografia: Ian Schuler. Trilha Sonora: Osakan. Montagem: André Antônio. Direção de Arte: André Antônio. Som: Lucas Murari. Edição de Som: André Antônio. Elenco: Erick Volgo, Amanda Meirinho, Laila Melchior, Diego Pale e Amanda Moleta. Filmografia do Diretor: MAMA (2013).

EMBARAÇADAS PAULO SENA ES 12’ 2K 2014 COR ES FICÇÃO

Sinopse: Duas mulheres, uma história e dois limites. Ligadas pelos afetos, pela poesia e pelo cordão umbilical, elas se encontram, se desencontram e se amam. Embaladas pela dança de seus vazios elas entendem o sentido do começo e do fim. Direção de Produção: Lorena Louzada. Produção Executiva: Cabelo Seco Soluções Culturais. Fotografia: Alexandre Barcelos. Trilha Sonora: Wanderson Lopes. Montagem: Douglas Soares. Direção de Arte: Joyce Castello. Som: Alessandra Toledo. Edição de Som: Bernardo Uzeda. Elenco: Lorena Lima e Erlene Melo. Filmografia do Diretor: Ao Vivo do Bergue (2012); Guerra Fria (2014).


UMA CARTA PARA HEITOR LARISSA FERNANDES 15’ HDTV 2013 COR GO FICÇÃO

Sinopse: Após a descoberta de uma caixa com o passado dos pais, Beatriz fica em dúvida e sai em busca de uma resposta. Direção de Produção: Osvaldo Lélis. Produção Executiva: Lidiana Reis. Fotografia: Emerson Maia. Trilha Sonora: Bruna Mendez. Montagem: Ludielma Laurentino. Direção de Arte: Benedito Ferreira. Som e Edição de Som: Thiago Camargo. Elenco: Mariana Nunes, Sandro Torres, Bruno Peixoto, Hélio Fróes, Lorena Lira. Filmografia do Diretor: Enquanto (2009).

LINDA, UMA HISTÓRIA HORRÍVEL BRUNO GULARTE BARRETO 20’ HDTV 2013 COR RS FICÇÃO

Sinopse: Com uma mala em punho, um filho já adulto chega para visitar sua idosa mãe. Direção de Produção: Marília Garske. Produção Executiva: Jéssica Luz, Bibiana Osório e Bruno Gularte Barreto. Fotografia: Bruno Polidoro. Montagem: Milton do Prado. Direção de Arte: Valéria Verba. Som e Edição de Som: Gabriela Bervian. Elenco: Sandra Dani e Rafael Régoli. Filmografia do Diretor: InFartO (2004); Enciclopédia (2010).


O OLHO E O ZAROLHO RENÉ GUERRA E JULIANA VICENTE 17’ 2K 2013 COR SP FICÇÃO

Sinopse: Matheus tem duas mães. Sua mãe número 1 entra em crise ao ver os seus desenhos. O Olho e o Zarolho é uma fábula sobre a família moderna. Direção de Produção: Cristina Alves. Produção Executiva: Juliana Vicente. Fotografia: Julia Zakia. Montagem: Carla Comino. Direção de Arte: Isabel Xavier. Som: Guile Martins. Edição de Som: Eduardo Barbosa. Elenco: Carolina Freitas da Cunha, Juliana Vicente, Pedro Goifman, Léa Garcia, Angelo Brandini e Renato Gama. Filmografia do Diretor: Os Sapatos de Aristeu (2008); Cores e Botas (2009); Casa (2010); Mauá Luz ao Redor (2011); Leva (2011); Quem tem Medo de Cris Negão? (2012),

FLERTE Hsu Chien 15’ 2K 2014 COR RJ FICÇÃO

Sinopse: Na noite, expectativas amorosas se misturam a um simples flerte. Dois homens se conhecem numa balada. Dominados pelo Desejo, eles seguem para a casa de um deles para uma louca noite de sexo. Mas a noite está apenas começando.Um flerte pode ser mortal? Roteiro: Hsu Chien. Direção de Produção: Marcio Rosario. Produção Executiva: Marcio Rosario. Fotografia: Dante Belluti. Trilha Sonora: Exactment – Viva La Fete What is Love Haddaway Igloo Brother. Montagem: Estevão Meneguzzo. Direção de Arte: Maria Villar Leite. Som: Yuri Ledman. Edição de Som: Francois Wolf. Elenco: Vinicius Olivo, Pedro Ramoa, Paulo Campani e Rodrigo Fonseca. Filmografia do Diretor: Pietro (2013);




ROSTOS E VOZES DE UM POVO Rodrigo de Oliveira

Curador

A

primeira edição da Mostra Outros Olhares surge como uma resposta natural a um imenso e rico corpo de filmes – anunciado já nos últimos anos, mas que em 2014 tomou força própria e coletiva – que honram diretamente uma longa tradição documental e de etnografia do cinema capixaba. As fontes desse olhar são identificáveis no manancial de filmes produzidos, nos anos 70 e 80, por artistas como Orlando Bonfim Netto, Ramon Alvarado, Luiz Tadeu Teixeira e Amylton de Almeida. Eles significam um ponto de partida estético, é claro, mas também são formadores da

própria ideia que temos hoje do que é esse cinema capixaba, e este efeito permanente pode ser percebido no conjunto de filmes aqui apresentado. O cinema, essa arte que chegou por último quando todas as outras já haviam se estabelecido, é também um espaço privilegiado para a descoberta daquilo que nos é próximo e, no entanto, ainda invisível. Estado pequeno em dimensão e enorme em diversidade identitária e manifestação popular, o Espírito Santo soube se aproveitar do cinema para existir enquanto corpo múltiplo e polifônico para além destes agrupamentos sociais isolados onde se dá. Estes filmes


carregam, com integridade única, esta dupla tarefa: servir ao espaço que o gera e, ao mesmo tempo, intervir sobre este mesmo espaço com as armas que só o cinema dispõe. Manifestações culturais tradicionais, como o congo e o carnaval, mais próximas da experiência cotidiana da maioria dos espectadores, surgem através de pontos-de-vista ainda inéditos. Em Mulheres do Congo, filme de Sandy Vasconcelos, a perspectiva feminina ganha novos teores. Não se trata apenas da exibição da participação da mulher na mais conhecida expressão popular do Estado (algo do qual o filme dá conta de maneira muito natural), mas também de identificar na própria natureza do congo o seu feminismo de raiz. Um princípio estético simples – a divisão da imagem em duas, onde os depoimentos das mulheres do congo se conjugam ao registro da festa – levam essa dimensão política a outro nível. Do mesmo modo, Ricardo Sá utiliza um precioso material de arquivo para acompanhar a evolução do carnaval de congo de Roda D’Água através das três últimas décadas em seu O bom da brincadeira. O

jogo dialético entre estas imagens do passado e a pulsão do presente traça não só um retrato da manifestação em si, sua política e relação com a sociedade local, mas também faz uma etnografia involuntária da própria figura humana capixaba, do peso que estas três décadas atribuíram ao gesto mais simples de se brincar um carnaval, às mudanças de comportamento, de postura e de relação com a cultura. Tramas, de Léo Gomes, apresenta dialética parecida, dessa vez através do dispositivo da entrevista, para traçar um panorama complexo da região do Caparaó, onde história, tradição e contemporaneidade se reúnem. Os depoimentos acompanham a geografia, dão conta de mitos originários tradicionais, mas também de uma preocupação recente com a sustentabilidade, e de alguma forma igualam o velho e o novo em torno de um bem comum (metafísico, mas real no filme) que é a magia de um espaço e a contaminação natural daqueles que o habitam. A urbanidade também encontra espaço neste conjunto de filmes e ela se apresenta igualmente historicizante e atualizadora. Baía do

Espírito Santo, de Claudino de Jesus, se utiliza da conjugação das estratégias de Tramas e O bom da brincadeira para lançar um novo olhar sobre a Baía de Vitória, desta vez tomado a partir “do lado de lá”, da cidade de Vila Velha. O impacto mais forte talvez seja causado pela utilização de imagens de arquivo que mostram, “com provas”, a destruição e o recuo da ordem natural em nome dos avanços da modernidade urbana. O modelo de preservação defendido por ambientalistas ao fim do filme também sugere uma saudade e uma impossibilidade do tempo, lá onde a convivência entre a baía e a cidade fora mais harmônica, gerando também um desejo de retorno à harmonia ainda possível. Algo que o protagonista de Ilhados, de Wayner Tristão e Lucas Bonini, de alguma forma já conseguiu, apesar da unicidade de sua trajetória. A história deste pescador que resiste ao concreto opressor da Terceira Ponte justamente ocupando-o – morando ali onde a modernidade sugeriu que o homem não poderia mais estar – não só aponta uma resistência, mas lança a possibilidade de outra forma de experimentar a baía (acompanhada esteticamente


pelo registro da câmera), que faz surgir neste espaço tão corriqueiro para a população da Grande Vitória algo muito próximo do inédito. Há um desejo de intimidade nisso tudo, de devolver a proximidade física (e, porque não, de alma) entre estes ambientes e seus habitantes, e ela é levada ao máximo na experiência de Hegli Lotério e seu Anchieta, documentário em primeira pessoa que acompanha a cineasta através do bairro de Argolas, em Vila Velha, e das histórias de um pequeno time de futebol amador fundado por seu próprio pai. Redescobrir o bairro, visitar – agora com uma câmera – as ruas em que se nasceu e as pessoas

que a viram nascer, leva o filme a revelar coisas não só sobre seu tema, mas também sobre esta que se aventura como personagem e narradora de sua própria história. Atitude muito parecida a de todos os outros cineastas reunidos na Mostra Outros Olhares, ao mesmo tempo amplificadores críticos e ativos dos discursos deste nosso Espírito Santo e atores nascidos do mesmo “barro fundamental” que condiciona e ainda surpreende a todos nós.


ANCHIETA HEGLI BARBOSA LOTÉRIO 15’ DIGITAL 2014 COR ES DOCUMENTÁRIO

Sinopse: Time de futebol amador ativo a mais de 30 anos, no bairro de Argolas em Vila Velha no Espírito Santo, Anchieta desperta em Hegli Lotério, filha de um de seus fundadores a curiosidade quanto às historias que tanto escutou na infância. Neste contexto, o documentário é uma busca por esses fragmentos que culminam em outras historias de laços de amizade e família. Direção de Produção: Hegli Lotério. Produção Executiva: Sidnei Sampaio. Fotografia: Yuri Vianna. Trilha Sonora: Caio J.R. Maciel, Gérard Pereira, Marcelo de Oliveira. Montagem: Juliana Monteiro. Som: Edson Rangel. Edição de Som: Marcus Neves e Juliana Monteiro. Elenco: Zé Carlos, Neuzir, Turulha, Cristina, Rosangela, Zeca e Luiz Carlos.

BAÍA DO ESPÍRITO SANTO CLAUDINO DE JESUS 30’ DIGITAL 2013/2014 COR ES DOCUMENTÁRIO

Sinopse: A memória da Baia do ES, sob o ponto de vista da população canela verde e de alguns ambientalistas que a conheceram antes das transformações provocadas pelo progresso. Direção de Produção: Claudino de Jesus, Renata Fassarella e Sáskia Sá. Produção Executiva: Renata Fassarelaa. Fotografia: Ricardo Sá. Trilha Sonora: Greco Nogueira. Montagem: Claudino de Jesus e Ricardo Sá. Direção de Arte e Animação: Bianca Sperandio. Edição de Som: Greco Nogueira.


MULHERES DO CONGO SANDY VASCONCELOS 16’ HDTV 2014 COR ES DOCUMENTÁRIO

Sinopse: O congo através do olhar feminino. A batida do tambor, o canto doce da corneta e a origem do congo são cercados de mistérios assim como surgimento da mulher. Direção de Produção: Theo Simon e Thelma Lopes. Produção Executiva e Roteiro: Sandra Temístocla e Sandy Vasconcelos. Fotografia, Montagem, Direção de Arte e Edição de Som: Sandy Vasconcelos.

ILHADOS LUCAS BONINI E WAYNER TRISTÃO 15’ 35MM 2014 COR ES DOCUMENTÁRIO

Sinopse: Concluída em 1989, a terceira ponte é um marco da construção civil capixaba. Sob seu pilar central existe uma casa habitada por um pescador. Direção de Produção: Daniela Camila. Produção Executiva: Lucas Bonini. Fotografia: Wayner Tristão e Lucas Bonini. Trilha Sonora: Expurgação. Montagem: Lucas Bonini. Direção de Arte: Daniela Camila. Edição de Som: Peu.


O BOM DA BRINCADEIRA RICARDO SÁ 15’ HDV 2014 COR ES DOCUMENTÁRIO

Sinopse: O carnaval de Roda D´Agua em três momentos – 92, 2002 e 2012 – é analisado pelos brincantes da região. Direção de Produção e Produção Executiva: Itamar Palauro. Fotografia: Ricardo Sá. Trilha Sonora: Bandas de Congo de Roda D´Agua e Jaceguay Lins. Montagem: Matheus Costa e Ricardo Sá. Direção de Arte: Bandas de Congo de Roda D´Agua. Som: Eliomar Mazoco. Edição de Som: Matheus Costa. Elenco: Integrantes das Bandas de Congo de Roda D´Agua. Filmografia do Diretor: Cruzando o Deserto Verde (2000); Era Assim Naquela Época (2013);

TRAMAS LEONARDO GOMES SOUZA 30’ HDTV 2014 COR ES DOCUMENTÁRIO

Sinopse: Com histórias de lendas, cultura, sonhos e fazeres do Caparaó, Tramas mostra as riquezas humanas que há na montanha sagrada. Direção de Produção e Produção Executiva: Simone Marçal. Fotografia: Felipe Correa e Mauricio Jacob. Trilha Sonora: Flávio Gomes, Marcelo Toop e Folia de Reis Santo Antônio do Amorim. Montagem: Felipe Correa e Mauricio Jacob. Direção de Arte: Mauricio Jacob. Edição de Som: Felipe Correa e Mauricio Jacob. Filmografia do Diretor: O filme que eu vi (2007); N’goma – Jongos do sul capixaba (2008).




FANTÁSTICO MUNDO DA ANIMAÇÃO Rosemeri Assis Barbosa Curadora

N

ossos ancestrais já procuravam registrar suas atividades por meio do desenho de sequências

A importância da animação tam-

filmes de animação, expandir essa

bém pode ser verificada, para além

referência para que, cada vez mais,

de suas dimensões artísticas e cultu-

sejam produzidos filmes e séries de

rais, pelo seu crescimento dentro do

animação. Pela seleção da Mostra,

de imagens nas paredes das ca-

mercado audiovisual - considerando

também é possível conhecer ou-

vernas. No Antigo Oriente surge o

filmes, games, séries e mídias rela-

tras formas de expressão artística

teatro das formas animadas com

cionadas. Isso quer dizer a animação

como a literatura, as artes plásticas

bonecos que ganham vida por

virou coisa de gente grande, geran-

e a música, e ainda divulgar toda

meio de manipulação. A animação

do negócios e empregos. Agora,

riqueza e diversidade cultural – seja

é uma forma de comunicação e ex-

aquela brincadeira de criança en-

pela presença de conteúdos típicos

pressão contemporânea com uma

volve interesses outros que não são

em seus roteiros ou pelo reconheci-

grande presença nas artes e na cul-

feitos apenas para encantar.

mento de um estilo.

tura. Nesse sentido, a animação é

A 1ª Mostra de Animação do Fes-

Os filmes de animação estimulam

um produto cultural que expressa

tival de Vitória – 21º Vitória Cine

nossa imaginação, nos intrigam e

os valores e formas de perceber o

Vídeo quer contribuir para des-

nos levam a muitas reflexões en-

mundo de seus criadores.

pertar o interesse do publico pelos

quanto nos ensinam a sonhar.


FUGA ANIMADA Augusto Bicalho Roque 4’ 2013 2k COR SP Animação

Sinopse: Um animador Maltrata seu personagem até que ele se revolta e foge para a fora do papel. Seu criador o persegue, trazendo-o de volta ao desenho e o apaga. Entretanto o homem é incapaz de eliminar sua criação.

A Pequena Vendedora de Fósforo Kyoko Yamashita 9’13” 2K 2014 COR RS Animação

Sinopse: Um adaptação da obra de Hans Christian Andersen para dias atuais sobre infância desassistida numa sociedade dividida entre riqueza e pobreza.


Saturno Sávio Leite e Clécius Rodrigues 8’30” DV 2014 COR MG Animação

Sinopse: Por um lado a idade de ouro, da inocência e da pureza. Por outro lado um monstro que devorava seus filhos

O Gaivota Raoni Assis 7’ 2K 2014 COR PE Animação

Sinopse: O Gaivota é uma estória de ascensão e decadência de um carro antigo de luxo e de uma familia de mecânicos que tem sua vida atravessada por ele. O curta possui um teor nostálgico ao pincelar momentos da história de um país fictício que se assemelha ao Brasil. O Gaivota é praticamente um membro da família do protagonista, pois funciona como uma peça chave na relação entre o pai e o filho. Sobre a estória destes dois homens, nada se sabe, apenas os afetos do que lhes sobrou materialmente.


Hotel Farrapos Lisandro Santos 12’ HDTV 2014 COR RS Animação

Sinopse: Elias chega a Porto Alegre para receber um pagamento e voltar para o interior no mesmo dia, mas por uma série de contratempos acaba não conseguindo sair da cidade, se hospedando no Hotel Farrapos durante o feriado Farroupilha.

DREAM CATCHERS Gabriel Moura Santana Freire 5’ HDTV 2014 COR SP Animação

Sinopse: No meio da madrugada, Alice acorda bruscamente. Frustrada pelo apanhador de sonhos acima da sua cabeça não ter funcionado, ela tenta passar a madrugada inteira acordada. Entretanto, ela vai acabar descobrindo que o único jeito de vencer o monstro que a persegue em seus pesadelos, é o enfrentando.


A Escada André Arôxa 3’05” HDTV 2013 COR PE Animação

Sinopse: A Escada conta a história de um homem que perdeu tudo que ama e está prestes a tomar uma decisão.

Castillo Y El Armado Pedro Harres 13’ 2k 2014 SP P&B Animação

Sinopse: Castilho é um jovem estivador em alguma praia perdida entre Brasil e Uruguai. Numa noite de ventania, encontra sua própria brutalidade na linha do anzol.


Guida Rosana Urbes 11’ 2K 2014 COR SP Animação

Sinopse: Guida, uma senhora que há 30 anos trabalha como arquivista no Fórum da cidade, tem sua rotina entediante modificada ao se deparar com um anúncio para aulas de modelo vivo em um centro cultural. Através da sensibilidade criativa da personagem, o filme propóe uma reflexão sobre a retomada da inspiração artística, a arte como agente transformador e o conceito do belo.


Falar em Paulo José é falar de poesia e de dedicação à arte. Ele, como poucos, transborda talento em tudo que faz. Um exímio ator que, com seus personagens, presenteou a nós espectadores com momentos intensos. Um homem forte e corajoso que sempre guiou a vida com muita paixão. Um homem sofisticado, feliz e sincero. Pesquisador e aprendiz de tudo o que possa melhorar sua arte. Já percorreu todas as etapas de uma produção para teatro, cinema ou televisão, sempre com muito zelo. Quando estive na presença de Paulo José, me chamou a atenção o seu olhar intenso e atento, gestos e fala de um homem atualizado e do presente. É essa mesma intensidade que ele emprega no teatro, no circo, no cinema e na televisão. Nascido com o dom da arte, ainda constituiu uma linda família que também se encontrou com o mundo artístico. Em nossa 21º edição, temos a honrada de poder render homenagem a Paulo José, cujo brilhantismo ilumina o nosso Festival.

Lucia Caus Diretora do Festival de Vitória – 21º Vitória Cine Vídeo


Homenagem a

PAULO JOSÉ


Homenagem a

Glecy Coutinho


Uma mulher à frente de seu tempo e protagonista de sua própria história, uma colecionadora de fatos e de personagens; essa é Glecy Coutinho – a homenageada capixaba do Festival de Vitória – 21º Cine Vídeo (VCV). Professora, mãe, avó, jornalista, atriz, diretora... Seu currículo é bem extenso e “rico em acontecimentos”, como ela mesma diz. Conversar com Glecy é sempre uma excelente chance para enveredar pelas suas histórias. Com uma pincelada de humor em suas memórias pessoais, ela nos presenteia com narrativas minuciosamente contadas sobre amigos de infância, colegas do jornalismo, artistas de cinema ou lideranças políticas. No ano em que o VCV completa sua maioridade plena, rendemos o merecido reconhecimento por uma vida de dedicação ao fazer cultural. Seja como artista, seja como gestora pública, Glecy foi atuante no processo de construção das políticas estaduais de cultura. Por isso, conhece como poucos os limites e percalços que é atuar pela democratização do acesso e dos meios de expressão artístico-culturais no Espírito Santo e no Brasil. Desejamos que a vida de Glecy seja fonte de inspiração para os mais jovens e que estes façam jus ao entusiasmo e à criatividade contida na trajetória dessa memória viva do cinema capixaba.

Lucia Caus Diretora do Festival de Vitória – 21º Vitória Cine Vídeo


FESTIVALZINHO

cinema para os pequenos espectadores A 15ª edição do Festivalzinho de Cinema de Vitória traz uma programação de curtas nacionais em animação e ficção voltada, prioritariamente, para crianças e adolescentes de escolas públicas da Grande Vitória. Com uma plateia formada por cerca de 3 mil estudantes, o Festivalzinho tem possibilitado um primeiro contato desse público espectador com a linguagem audiovisual, contribuindo com a formação de plateia para o cinema. Além de acompanhar as sessões, as crianças e adolescentes também interagem com a programação ao votar no filme preferido. O filme mais votado levará o Troféu Marlin Azul de júri popular.

12, 15 e 16 de setembro (sexta, segunda e terça-feira) no Cineclube Metrópolis Campus de Goiabeiras da Universidade Federal do Espírito Santo - Ufes.

Sessões às 9h e às 14h para escolas e instituições previamente agendadas: EMEF José Áureo Monjardim - Fradinhos - Vitória EMEF Elzira Vivácqua dos Santos - Jardim Camburi – Vitória EMEF Adilson da Silva Castro – Ilha de Monte Belo - Vitória EMEF Neusa Nunes Gonçalves – Nova Palestina - Vitória Centro Educacional Comunitário REAME - Cruzeiro do Sul – Cariacica EMEF Valdeci Cezário – Santo André – Cariacica EMEF Eliane Rodrigues dos Santos – Ilha das Caieiras - Vitória EMEF Mariano Firme de Souza – Bandeirante – Cariacica




FUGA ANIMADA Augusto Bicalho Roque 4’ 2013 2k COR SP Animação

Sinopse: Um animador Maltrata seu personagem até que ele se revolta e foge para a fora do papel. Seu criador o persegue, trazendo-o de volta ao desenho e o apaga. Entretanto o homem é incapaz de eliminar sua criação.

DOUTOR, MEU FILHO É ANIMADOR MARCOS MAGALHÃES 14’ HDV 2013 COR RJ ANIMAÇÃO

Sinopse: “Ele não gosta de futebol... fica o tempo todo desenhando, O que que ele tem, Doutor?” Só um Doutor pode tranquilizar esta mãe aflita!


PALEOLITO ISMAEL LITO E GABRIEL CALEGARIO 6’18” 2013 HDV COR RJ ANIMAÇÃO

Sinopse: Um homem das cavernas, em busca de comida assiste o despertar de uma criatura feita de pedra, O Paleolito e juntos saem para caçar a grande e imponente Mamute.

PIERRE E A MOCHILA IULI GERBASE 10’ 2013 HDV COR RS FICÇÃO

Sinopse: Pierre, um menino de 10 anos, muda-se para a casa de seu avô, após sua mãe ter o abandonado. No novo colégio, Ana, Elisa e Fauna, três meninas muito teimosas, irão ajudá-lo a ficar alegre enquanto eles preparam seu projeto para a aula de ciências: um musical sobre as invenções de Tomas Edison.


DREAM CATCHERS Gabriel Moura Santana Freire 5’ HDTV 2014 COR SP Animação

Sinopse: No meio da madrugada, Alice acorda bruscamente. Frustrada pelo apanhador de sonhos acima da sua cabeça não ter funcionado, ela tenta passar a madrugada inteira acordada. Entretanto, ela vai acabar descobrindo que o único jeito de vencer o monstro que a persegue em seus pesadelos, é o enfrentando.

KYOTO DEBORAH VIEGAS 9’ 2K 2014 COR SP FICÇÃO

Sinopse: Júlia não reescreveu sua redação.


POR ELA RAFAEL JARDIM 4’ 2013 HDV COR BA ANIMAÇÃO

Sinopse: Desprezado por sua amada, um garoto apaixonado recria sua musa, dando vida a seus sonhos.

APAIXONADINHO ALEXANDRE ESTEVANATO 13’ 2014 HDV COR SP FICÇÃO

Sinopse: Um novo sentimento diferente de tudo o que já sentiu vai fazer com que Caio descubra como é estar completamente apaixonado pela primeira vez. Prepare-se para voltar a ser criança. Você se lembra de sua primeira paixão?


VIAGEM NA CHUVA WESLEY RODRIGUES 13’ HDV 2014 COR GO ANIMAÇÃO

Sinopse: A chuva assim como o circo, percorre um longo caminho até seu lugar de destino. Quando se vão, ficam as lembranças.

MALÁRIA EDSON ODA 5’ DIGITAL 2013 COR SP ANIMAÇÃO

Sinopse: Esta é a história de Fabiano, um jovem mercenário contratado para matar a Morte.


JOÃO, O GALO DESREGULADO ALÊ CAMARGO E CAMILA CARROSSINI 10’ DIGITAL 2013 COR SP ANIMAÇÃO

Sinopse: Uma história bem-humorada de um galo que cantava na hora em que bem queria. Baseado em fatos reais.


Ouvidoria: 0800 702 6307

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CIDADE DE DEUS - 10 ANOS DEPOIS CAVI BORGES E LUCIANO VIDIGAL 71’ HDTV 2013 COR RJ DOCUMENTÁRIO

Sinopse: O que aconteceu com os atores do premiado filme de Fernando Meirelles e Katia Lund “Cidade de Deus” 10 anos depois? Direção de Produção: Cavi Borges. Produção Executiva: Carla Osório e Daniel Barbosa. Fotografia: Vinicius Brum e Arthur Sherman. Trilha Sonora: Gabriel Muzak. Montagem: Andre Sampaio. Direção de Arte: Rico Vilarouca. Som: Pedro Rodrigues. Edição de Som: Marcito Vianna. Elenco: Seu Jorge, Alice braga, Thiago Martins, Leandro Firmino da Hora e Roberta Rodrigues. Filmografia do Diretor: Cavi Borges já fez 6 longas e 32 curtas. Luciano Vidigal já fez 5 longas e 2 curtas.

LASCADOS VITOR MAFRA 88’ HDTV 2014 COR SP FICÇÃO

Sinopse: Em busca do agitado carnaval da Bahia, três amigos se aventuram numa incrível viagem nesta comédia cheia de aventuras, fábulas, romance e muita diversão. Direção de Produção: Theodoro Fontes. Produção Executiva: Marcelo Braga. Fotografia: Pedro Ionescu. Trilha Sonora: Coletivo Favelinha, Diogo Poças e Leo Mendes. Montagem: Ricardo Gonçalves. Direção de Arte: Walter Brunialti. Edição de Som: Miriam Bidermam. Elenco: Paloma Bernardi, Chay Suede, Paulo Vilela, José Trassi, Nando Cunha, Guilherme Fontes, João Côrtes, Veridiana Toledo, Hugo Possolo, Raul Barreto, Theo Werneck, Solange Frazão, Clara Garcia, Dafne Michellepis, Carlos Mecene, Pedro Guilherme, Ivo Muller e Manoel Junior. Filmografia do Diretor: Entre Tuas Rodas (2006).


Até que a Sbornia nos Separe Otto guerra e Ennio Torresan Jr. 85’ 2k 2013 Cor RS Animação

Sinopse: Sbornia é um pequeno país que sempre viveu isolado do resto do mundo, cercado por um grande muro que não permite o contato com os vizinhos. Um dia, no entanto, um acidente leva à queda do muro, e logo os sbornianos começam a descobrir os costumes modernos. Roteiro: Rodrigo John e Tomás Creus. Direção de Produção e Produção Executiva: Marta Machado. Trilha Sonora: André Abujamra, Nico Nicolaiewsky e Hique Gomez. Montagem: Pedro Harres. Direção de Arte: Eloar Guazzelli e Pilar Prado. Animação: Fabiano Pandolfi, Alisson Ricardo Costa, Bruno Carias Fogaça, Cláudio Vieira de Oliveira, Débora Grahl Saucedo, Diego Oliveira Cassel, Diego José Lima Silva, Eduardo Medeiros, Flávio Reis, Gui Klein, Hermes de Lima, Luiz Henrique Lopes Pellizzari, Paulo Muppet,Tadao Miaqui e Wesley Rodrigues. Som: Tiago Bello, Eduardo Virmond, Alessandro Laroca e Armando Torres Jr. Edição de Som: Alessandro Laroca e Armando Torres Jr. Elenco: Hique Gomez, Nico Nicolaiewsky, Otto Guerra, André Abujamra, Arlete Salles, Fernanda Takai, Marina Mendo e Claudio Levitan. Filmografia do diretor: O Natal do Burrinho (1984); As Cobras (1985); Treiler - A Última Tentativa (1986); O Reino Azul (1989); Novela (1992); Rocky & Hudson (1994); O Arraial (1997); Cavaleiro Jorge (2000); Nave Mãe (2004); Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock’n’Roll (2006).


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MACUNAÍMA Macunaíma é um herói preguiçoso e sem qualquer caráter. Ele nasce na selva e, de preto, vira branco. Depois de adulto, deixa o sertão em companhia dos irmãos. Macunaíma vive várias aventuras na cidade, conhecendo e amando guerrilheiras e prostitutas, enfrentando vilões milionários, policiais e personagens de todos os tipos.

108’ HD 1969 COR COMÉDIA quarta-feira (17/09) 19h Theatro Carlos gomes

Direção e Produção: Joaquim Pedro de Andrade. Roteiro: Joaquim Pedro de Andrade, baseado em livro de Mário de Andrade. Trilha Sonora: Jards Macalé, Orestes Barbosa, Silvio Caldas e Heitor Villa-Lobos. Fotografia: Guido Cosulich e Affonso Beato. Desenho de Produção e Figurino: Anísio Medeiros. Montagem: Eduardo Escorel. Elenco: Grande Otelo (Macunaíma), Paulo José (Macunaíma), Dina Sfat (Ci), Milton Gonçalves (Jiguê), Jardel Filho (Pietro Pietra), Rodolfo Arena (Maanape), Joana Fomm, Maria do Rosário, Hugo Carvana, Wilza Carla, Zezé Macedo e Maria Lúcia Dahl. Estúdio: Grupo Filmes / Condor Filmes / Filmes do Serro. Distribuição: Embrafilme *A cópia original de Macunaíma, assim como toda a obra de Joaquim Pedro de Andrade, foi restaurada em 2004 pelos filhos do cineasta, Alice, Maria e Antônio, com a colaboração da Cinemateca Brasileira e Teleimage, através de patrocínio da Petrobras.




DVD CURTA BRASÍLIA – VOLUME 2 e DVD ANIMA BRASÍLIA

A Cult Vídeo lança a segunda coletânea em DVD de filmes brasilienses: o DVD Curta Brasília – Volume 2 traz cinco premiado filmes de talentosos diretores de Brasília e o DVD Anima Brasília conta com cinco curtas de animação, produzidos pela OZI. Os filmes Calango!, Rua das Tulipas, A Ilha, Knossos e Aziz já conquistaram mais de 50 prêmios em festivais no Brasil e em outros países


Gente Feia na TV nº2 - Chico Félix Depois do lançamento do Gente Feia na TV n°1, o curitibano Chico Félix passou a publicar em várias revistas pelo mundo, incluíndo a Revista MAD brasileira, na qual ele colabora até hoje. Chico é autor de Quadrinhos e colabora com a Revista Prego desde a 1ª edição. Gangues punks, violência, televisão, alienígenas, monstros e velhos ranzinzas são comuns em seus quadrinhos. No Gente Feia na TV #2, além das histórias em quadrinhos, você também encontra uma entrevista exclusiva com o ilustrador Marcelo Bacellar.


O autor escolheu deter-se em uma escola de cinema onde a fotografia foi o elemento fundamental – o Expressionismo alemão, uma das vanguardas do início do século XX que mesclou literatura, teatro, pintura e, claro, cinema. Amparado em teorias da fenomenologia do imaginário, Bertrand Lira revisita pontos chave da estética expressionista e (re)analisa um repertório fílmico representativo, para chegar a interpretações iluminadoras que redimensionam o pensamento crítico sobre o assunto.


QUADRINHOS, ARTE PUNK & PSICODELIA ALEX VIEIRA

Alex Vieira que começou cedo na criação vindo da cena hardcore de Vila Velha/ES reúne no livro Quadrinhos, arte punk & psicodelia 10 anos de material visual a partir de diversas técnicas e suportes. Quadrinhos, cartazes para show, ilustrações, capas de discos, artes de rua, sketchbooks, colagens, pinturas, gravuras e objetos apresentados por capítulos que trazem, brevemente, relatos em primeira pessoa sobre a relação de Alex com o conteúdo apresentado.


O Foi à Feira é um coletivo de criação autoral e artística que produz e publica impressos experimentais de conteúdo autoral. Baseado em Vitória, ES, o coletivo conta com membros fixos no Brasil e na Argentina. Os colaboradores dos projetos desenvolvidos pelo Selo Foi à Feira de Impressos Alternativos são artistas e ativistas culturais com intenção de produzir afetos e narrativas de forma colaborativa. No site do Foi à Feira você encontra os trabalhos desenvolvidas pelo coletivo, projetos paralelos ao fanzine, um pouco da cena capixaba de produção gráfica e artística e a busca por novos sentidos na arte e na cidade.


O projeto Vídeo nas Comunidades promove oficinas

com profissionais do audiovisual e aprendem na

de audiovisual gratuitas para jovens estudantes do

prática todos os processos da produção de um fil-

ensino público, a fim de estimular o interesse pela

me. Ao final da oficina, cada turma tem como pro-

linguagem audiovisual como forma de expressão

duto final um documentário em curta-metragem

cultural e instrumento de reflexão em territórios de

que também é exibido na sua comunidade.

risco social. O projeto contempla 12 escolas da rede

O projeto Vídeo nas Comunidades é uma realização

pública de ensino da Grande Vitória, contemplando

do Governo do Espírito Santo em parceria com o Mi-

cerca de 250 alunos com o projeto.

nistério da Cultura e tem a produção do Instituto Brasil

Durante as oficinas, os jovens entram em contato

de Cultura e Arte e do Instituto Parceiros do Bem


Em diálogo com a crescente demanda por produção audiovisual exclusiva para plataformas online, o Festival de Vitória – 21º Vitória lança nesta edição o 1º Concurso Nacional de Web Séries. O Concurso vai premiar o piloto de uma web série brasileira em processo de desenvolvimento com o Troféu Marlin Azul de Web Séries e será exibido na noite de encerramento do Festival. O piloto também será divulgado nas mídias do Festival de Vitória e entre patrocinadores e apoiadores.

Pilotos de séries de ficção ou documentário inéditos, de cinco a dez minutos de duração, concorrem ao prêmio. Na primeira edição do concurso foram inscritos 32 web séries produzidas nos estados de: São Paulo, Paraíba, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais e Distrito Federal. O vencedor será escolhido por uma comissão julgadora composta por três profissionais do setor audiovisual e anunciado na noite de premiação.



III CONCURSO DE MÍDIAS ALTERNATIVAS Incentivo à pesquisa de linguagens e o fomento de novas plataformas, o Concurso de Mídias Alternativas chega à terceira edição no Festival de Vitória – 21º Vitória Cine Vídeo. O Festival aceitou inscrições de filmes com duração máxima de 2 (dois) minutos de todos os gêneros cinematográficos, feitos em qualquer suporte de captação digital entre 2013 e 2014. Os filmes selecionados por um júri técnico e pelo júri popular com votação online pelo site do festival. O filme escolhido pelo júri técnico receberá na noite de encerramento do Festival de Vitória o Troféu Marlin Azul de Mídia Alternativa e um IPhone 5.

Filmes do Concurso: Roque (RJ, 2’)

Segunda, de Marcos

Condenados, de Sandy

Molho, de Jean Santos

Oliveira Cibely Ferreira (SP, 1’36’’)

Vasconcelos (ES, 2’)

(PE, 1’) Moderno Morto, de

O céu da Eternidade,

Que Falta que Me Fez,

Daniel Roque (RJ, 2’)

Carolina Silas (MG, 1’34’’)

Anos de Chumbo, de Daniel Roque e Isadora Cabral (RJ, 1’)

Às Vezes, de Mariana Albuquerque e Marina Hungria (SP, 1’29’’)

Pacha Dron, de Tabata Franco (SP, 2’)

O Tapa, de Ângelo Silva e Roberto Maty (SP, 1’42’’)

Caminando, de Tabata

Antonio Patricio (ES, 1’59’’)

A fome, de Marina

Franco (SP, 1’57’’)

Hungria (SP, 17’’)

Chocolate, de Higor

Violino (ES, 10’’)

Encontro, de Marina Hungria (SP, 1’)

Âmbito de Liberdade, de Pedro Barbosa e Mariana Martins (SP, 1’46’’)

#vaifelipão, de Diogo dos Reis Ruiz, Felipe Bule, Leonardo Scholz e Brenda Borgo (PR, 57’’)

Segura Eferve, de Hugo

Passagem Secreta, de

Atitude, de Pedro Barbosa

de Tiago Ferreira, Lucas Gonçalves e Bruno Felipe (ES, 1’59’’) Queria ser Igual a Você, de

Lima (SP, 1’44’’)

Marina Hungria (SP, 42’’)

(SP, 1’57’’)

Amor ao Cubo, de Rafael

Miragem, de Marina

Schmelzzeit, Amanda Beça

Jardim (BA, 1’10’’)

Hungria (SP, 42’’)

Conflito, de Inlgydy

Descontrução, de Allan

Rodrigues de Paulo Silva (ES, 1’04’’)

Pinto dos Santos (ES, 1’13’’)

(PE, 2’) Viajar é Uma Viagem, de

Alex Fredox (CE, 1’11’’) Palácio Monroe, de Daniel

#vailou, de Diogo dos Reis Ruiz, Felipe Bule, Leonardo Scholz e Brenda Borgo (PR, 1’15’’) Work in Process: Intro, de

Msensorial (ES, 1’15’’) Rebelião, Máscara e Vidro,

de Isabel Rizzi e Denise Alvim (ES, 1’46’’)



Em sua 16ª edição, o Concurso de Roteiro Capixaba mantém o incentivo à produção audiovisual do Espírito Santo premiando o melhor com R$20 mil para a produção de um filme de até 15 min em ficção ou documentário. O prêmio deve ser destinado ao aluguel de equipamentos, finalização, contratação de equipe entre outros custos. Escolhido por um júri composto por especialistas do setor audiovisual, o roteiro premiado vai ser anunciado na noite de encerramento do Festival. O filme cujo roteiro for premiado deverá ser realizado em até 01 ano e será lançado durante o Festival de Vitória – 22º Vitória Cine Vídeo, em 2015.

Conheça os vencedores do Concurso de Roteiro Capixaba: Macabéia (1998) – Roteiro: Erly Vieira Jr; Escolhas (1999) – Roteiro: Ana Cristina Murta; Mundo Cão (2000) – Roteiro: César Chaia,

Marcelo Martins, Sérgio Marangoni, Poliana Côgo e Sáskia Sá; Manoela (2001) – Roteiro: Aristeu Carlos Simões; A Passageira (2002) – Roteiro: Glecy Coutinho; Primeira Paróquia do Cristo Sintético (2004) – Roteiro: Gabriel Menotti; Vanessa (2005) – Roteiro: Rebecca Monteiro Tosta; Agrados para Cloê (2006) – Roteiro: Jefinho Pinheiro;

Dia de Sol (2007) – Roteiro: Virgínia Jorge; Raiz que Racha a Rua (2008) – Roteiro:

Alexandre Serafini; A Ladeira (2009) – Roteiro: Iza Rosemberg; Pela Parede (2010) – Roteiro: Lucas Bonini e

Wayner Tristão; Pique Esconde (2011) – Roteiro: Dominique

Lima; Doppelganger (2012) – Roteiro: Giandro

Gomes. Talvez Amanhã (2013) – Roteiro: Jefinho

Pinheiro



Oficinas de Cinema do Festival de Vitória - 21º Vitória Cine Vídeo

Local: Hotel Senac – Ilha do Boi

Oficina de Roteiro com José Roberto Torero De 12 a 16 de setembro Horário: 8h às 12h

Oficina de Direção com Jorge Bodanzky De 12 a 16 de setembro Horário: 8h às 12h

Oficina de Produção com Sáskia Sá De 12 a 16 de setembro Horário: 8h às 12h



O Vitória Cine Vídeo expande as atividades da semana do Festival de Vitória, levando cinema durante o ano inteiro para todo o Espírito Santo em sua versão Itinerante. Unindo Turismo e Cultura, o Vitória Cine Vídeo Itinerante tem percorrido diversos municípios capixabas levando exibições de filmes gratuitas para moradores e turistas. A intenção é democratizar o acesso ao cinema e levar para todo o Estado um pouquinho do que acontece no Festival de Vitória – Vitória Cine Vídeo em duas rotas: Verão e Inverno. A programação desse circuito de cinema conta com filmes brasileiros que divertem e emocionam e que foram destaque entre o público na semana do Festival de Vitória. Para as exibições, é montada uma estrutura que recria uma sala de cinema ao ar livre. Em 2014, o Vitória Cine Vídeo Itinerante reuniu um público de 17 mil pessoas em 25 localidades do Espírito Santo.

Em breve: 21º Vitória Cine Vídeo Itinerante Rota Verão – Janeiro de 2015 Rota Inverno – Junho de 2015



Mostra Competitiva Nacional de Longas

- Troféu Marlin Azul – Melhor Filme - Troféu Marlin Azul – Melhor Direção - Troféu Marlin Azul – Melhor Roteiro - Troféu Marlin Azul – Melhor Interpretação (válido para atores e atrizes) - Troféu Marlin Azul – Melhor Contribuição Artística (válido para categorias técnicas a serem apontadas pelo júri – fotografia, direção de arte, montagem, som, trilha sonora etc)

Mostra Corsária

- Troféu Corsário para os três melhores filmes (sem ordem classificatória)

Mostra Outros Olhares

- Troféu Marlin Azul – Melhor Filme (júri popular)

- Troféu Marlin Azul – Prêmio do Júri Popular

Mostra de Animação

Mostra Competitiva Nacional de Curtas

- Troféu Marlin Azul – Melhor filme de Animação (júri popular)

- Troféu Marlin Azul – Melhor Filme - Troféu Marlin Azul – Melhor Direção - Troféu Marlin Azul – Melhor Fotografia - Troféu Marlin Azul – Melhor Roteiro - Troféu Marlin Azul – Melhor Concepção Sonora - Troféu Marlin Azul – Melhor Montagem - Troféu Marlin Azul – Melhor Direção de Arte - Troféu Marlin Azul – Melhor Atriz - Troféu Marlin Azul – Melhor Ator - Troféu Marlin Azul – Prêmio Especial do Júri

Festivalzinho de Cinema

- Troféu Marlin Azul – Prêmio do Júri Popular

- Troféu Marlin Azul + Iphone 5 (Júri Técnico)

Mostra Foco Capixaba

I Concurso Nacional de Web séries

- Troféu Marlin Azul – Melhor Filme

- Troféu Marlin Azul

Mostra Quatro Estações

Prêmios extras

- Troféu Marlene – Melhor Filme

- Troféu Marlin Azul – Melhor Filme (júri popular)

XVI Concurso de Roteiro Capixaba

- Prêmio de R$20 mil para produção do filme + Certificado de Premiação

III Concurso de Mídias Alternativas - Certificado de Premiação (Júri Popular)

- Correção de cor (4 horas) e Encode DCP (até 15 minutos) na Link Digital - para o Melhor Filme de Curta-metragem.



Programação Geral Sexta-Feira (12/09)

Segunda-Feira (15/09)

9h XV Festivalzinho de Cinema (Cine Metrópolis) 8h Oficinas de Cinema – Roteiro, Direção e Produção (Hotel Senac Ilha do Boi) 10h Debate com realizadores de Curtas (Hotel Senac Ilha do Boi) 11h Coletiva da IV Mostra Competitiva de Longas (Hotel Senac Ilha do Boi) 14h XV Festivalzinho de Cinema (Cine Metrópolis) 15h Coletiva de imprensa com Paulo José e lançamentos de publicações e DVD’s (Hotel Senac Ilha do Boi) 17h III Mostra Corsária (Theatro Carlos Gomes) 19h XVIII Mostra Competitiva Nacional de Curtas (Theatro Carlos Gomes) 20h30 Homenagem ao ator e diretor Paulo José (Theatro Carlos Gomes) 21h III Mostra Competitiva Nacional de Longas: “A história da eternidade” (Theatro Carlos Gomes)

8h

Oficinas de Cinema – Roteiro, Direção e Produção (Hotel Senac Ilha do Boi) 9h XV Festivalzinho de Cinema (Cine Metrópolis) 14h XV Festivalzinho de Cinema (Cine Metrópolis) 19h Cerimônia de abertura (Theatro Carlos Gomes) 19h30 Homenagem a Glecy Coutinho (Theatro Carlos Gomes) 20h III Mostra Foco Capixaba (Theatro Carlos Gomes) 21h IV Mostra Competitiva Nacional de Longas: “Entreturnos” (Theatro Carlos Gomes) 0h IV Mostra Quatro Estações (Theatro Carlos Gomes)

Sábado (13/09) 8h Oficinas de Cinema – Roteiro, Direção e Produção (Hotel Senac Ilha do Boi) 10h Debate com realizadores de Curtas (Hotel Senac Ilha do Boi) 11h Coletiva de imprensa da Mostra Competitiva de Longas (Hotel Senac Ilha do Boi) 15h Sessão especial VCV (não competitiva): “Cidade de Deus: 10 anos depois” (Theatro Carlos Gomes) 17h Mostra Outros Olhares (não competitiva) (Theatro Carlos Gomes) 19h XVIII Mostra Competitiva Nacional de Curtas (Theatro Carlos Gomes) 21h IV Mostra Competitiva de Longas: “Branco sai, preto fica” (Theatro Carlos Gomes) 0h IV Mostra Competitiva de Longas: “Batguano” (Theatro Carlos Gomes)

Domingo (14/09) 5h Sessão especial VCV (não competitiva): “Até que a Sbórnia nos separe” (Theatro Carlos Gomes) 8h Oficinas de Cinema – Roteiro, Direção e Produção (Hotel Senac Ilha do Boi) 10h Debate com realizadores de Curtas (Hotel Senac Ilha do Boi) 11h Coletiva da IV Mostra Competitiva de Longas (Hotel Senac Ilha do Boi) 15h Sessão especial VCV (não competitiva): “Lascados” (Theatro Carlos Gomes) 17h III Mostra Corsária (Theatro Carlos Gomes) 19h XVIII Mostra Competitiva de Curtas (Theatro Carlos Gomes) 21h IV Mostra Competitiva de Longas: “A vizinhança do tigre” (Theatro Carlos Gomes)

Terça-Feira (16/09) 9h XV Festivalzinho de Cinema (Cine Metrópolis) 8h Oficinas de Cinema – Roteiro, Direção e Produção (Hotel Senac Ilha do Boi) 10h Debate com realizadores de Curtas (Hotel Senac Ilha do Boi) 11h Coletiva da IV Mostra Competitiva de Longas (Hotel Senac Ilha do Boi) 14h XV Festivalzinho de Cinema (Cine Metrópolis) 15h I Mostra de Animação – júri popular (Theatro Carlos Gomes) 17h III Mostra Corsária (Theatro Carlos Gomes) 19h XVIII Mostra Competitiva de Curtas (Theatro Carlos Gomes) 21h IV Mostra Competitiva de Longas: “Cauby - começaria tudo outra vez” (Theatro Carlos Gomes)

Quarta-Feira (17/09) 10h Debate com realizadores de Curtas (Hotel Senac Ilha do Boi) 11h Coletiva da Mostra Competitiva de Longas (Hotel Senac Ilha do Boi) 19h Filme de encerramento (não competitivo): “Macunaíma” (Theatro Carlos Gomes) 21h Cerimônia de premiação (Theatro Carlos Gomes)


CURADORES Erly Vieira Jr Cineasta, escritor e professor do Departamento de Comunicação Social e dos Programas de Pós-graduação em Artes (PPGA) e Comunicação (POSCOM) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Doutor em Comunicação pela UFRJ, realizou dez curtas-metragens, entre eles Macabéia (2000), Saudosa (2005), Grinalda (2006), Eu que nem sei francês (2008) e O ano em que fizemos contato (2010). Atualmente prepara o roteiro de seu primeiro longa-metragem. Rodrigo de Oliveira Cineasta, roteirista e crítico de cinema. Graduado em cinema pela UFF-RJ, é redator da Revista Cinética. Em 2008, publicou ensaio no livro Serras da Desordem (org. Daniel Caetano) sobre o filme homônimo de Andrea Tonacci. Em 2010 escreveu e organizou o livro Diário de Sintra – Reflexões sobre o filme de Paula Gaitán (ed. Confraria do Vento). É roteirista dos longas-metragens Terraço, de Gustavo Beck, em fase de desenvolvimento, e Exilados do Vulcão, de Paula Gaitán – eleito Melhor Filme do Festival de Brasília 2013. Em

2011, Rodrigo escreveu, produziu e dirigiu com Vitor Graize seu primeiro longa-metragem de ficção: As Horas Vulgares. Em 2013 rodou seu segundo longa: Teobaldo Morto, Romeu Exilado. Atualmente se dedica à pré-produção do curta-metragem Eclipse, Solar, e ao desenvolvimento do roteiro de Ponta de Areia, seu próximo longa. Rosemeri de Assis Barbosa Colaboradora voluntária do Vitória Cine Vídeo desde 1998, já participou de vários projetos, como Estúdio Aberto Anima Mundi, Festival de Jovens Realizadores do Mercosul, Cine Itinerante e Projeto Animação. Interessada em projetos de cinema de Animação, desde 2004 vem atuando na coordenação e produção do Festivalzinho de Cinema de Vitória, assumindo a curadoria do evento em 2011. Também foi curadora das Mostras de Animação Festival de Vitória no Festival de Cinema e TV Independente de Muqui – FECIM (2012 e 2013) e da Mostra Retrospectiva de Animação 20 anos - Festival de Vitória.

JÚRI MOSTRA FOCO CAPIXABA / CURTAS Aleques Eiterer Aleques Eiterer é natural de Juiz de Fora - MG, tem 42 anos e é formado em Cinema pela Universidade Federal Fluminense. Como cineasta realizou O Livro (1999); O Vestido Dourado (2000); Verdade ou Conseqüência (2002); Ausência (2004), A Demolição (2007), Abismo (2011); Araca (2014); e Amigos (2014). Organiza o CineclubeLGBT e é também coordenador do Festival Brasileiro de Cinema Universitário e do Primeiro Plano - Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades. Bertrand Lira Cineasta, dirigiu diversos documentários de curta, média e longa-metragem em super-8, 16mm e vídeo (“Bom dia Maria de Nazaré”, “O senhor do engenho”, “Crias da Piollin”, “Homens”, “O rebeliado” e “O diário de Márcia”, entre outros), premiados em festivais no Brasil e no exterior, entre eles o JVC Grand Prize. É professor efetivo do curso de Mídias Digitais e do PPGC da UFPB. Autor do livro Luz e Sombra: significações imaginárias na fotografia do cinema expressionista alemão (2013).

Margarete Taqueti Margarete Taqueti é cineclubista, produtora cultural, roteirista, assistente e diretora de documentários e curtas metragens de ficção. Entre seus trabalhos podemos destacar: A Passageira; O Fantasma da Mulher Algodão; Festa na Sombra; Relicário de Um Povo; Menestrel e Dietriste (Melhor Vídeo - 9ºVCV); TER+ VER + COMER (“Melhor Videoarte” - 10ºVCV). Adriano Lima Adriano Lima é realizador audiovisual e produtor executivo. Gerencia a JAL Produções. Dirigiu o curta-metragem O Solar (2014), os documentário Cine Zé Sozinho (2007) e Casa José Alencar (1997). Kênia Freitas Kênia Freitas é doutoranda pelo programa de Comunicação e Cultura da UFRJ. Pesquisa as relações entre o documentário e as novas tecnologias. Colabora com críticas para os sites Multiplot! e Cineplayers.


JÚRI MOSTRA DE LONGAS Bel Kutner Bel Kutner é diretora de teatro, atriz de televisão, cinema e teatro. Ela é conhecida pela atuação nas novelas Escrito nas Estrelas (2010), Começar de Novo (2004) e A Favorita (2008). Gustavo Cheluje Gustavo Cheluje é psicólogo, jornalista, assessor de imprensa, editor e crítico de cinema. Possui experiência de 15 anos em cobertura e curadoria em festivais nacionais e internacionais. Tem textos publicados em diversos jornais, revistas e sites da internet. Atuou nos Jornais A Gazeta e Notícia Agora. André Dib André Dib é jornalista, pesquisador e crítico de cinema. Sua experiência inclui oito anos de cobertura em festivais brasileiros e estrangeiros. Tem textos publicados em diversos jornais, revistas e sites da internet. É colaborador das revistas Continente e Outros Críticos. Atua como curador e consultor de festivais de cinema. Membro da diretoria da Associação Brasileira dos Críticos de Cinema (Abraccine). Monica Trigo Monica Trigo é Secretária de Cultura de Paulínia, SP. Realizou as duas últimas edições do Paulínia Film Festival em dezem-

bro de 2013 e julho de 2014. Foi assessora e dirigente no Ministério da Cultura nos Governos Lula e Dilma Rousseff onde em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica realizou, em Salvador, a 1ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na Rua - com uma programação que fez parte da 7ª edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. Kátia Coelho Graduada em Cinema na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo-USP, especializada em Fotografia Cinematográfica. Foi professora na mesma universidade, em cinematografia. É sócia da ABC, Associação Brasileira de Cinematografia onde participou da diretoria da associação. Dirigiu a fotografia de vários longas metragens recebendo mais de 20 prêmios em festivais nacionais e internacionais. Com “Tônica Dominante”, seu primeiro longa-metragem, recebeu o prêmio Kodak Vision Award-Woman in Film em Los Angeles além do APCA, Associação de Críticos de Arte. Fotografou também o longa metragem que representou o Brasil em Cannes em 2007, A Via Láctea, dirigido por Lina Chamie. O filme participou de cerca de 50 festivais internacionais, tendo recebido um prêmio de fotografia no Festival de Cinema Hispano-Brasileiro

JÚRI MOSTRA CORSÁRIA Hugo Reis Hugo Reis é Técnico de Som Direto e Coordenador Audiovisual do Lab.Muy Arte y Cultura Digital. Alexandre Barcellos Alexandre Barcellos é bacharel em Desenho Industrial pela Ufes. Seu trabalho tem foco no audiovisual, passando pela direção de fotografia, desenho de som, mixagem e também pela composição de trilhas incidentais para filme. É diretor do premiado filme “Uma.

Gabriela Santos Alves Gabriela é graduada em Rádio e TV e em História, Mestre em Estudos Literários e Doutora em Comunicação e Cultura. É professora do Departamento de Comunicação Social da UFES, desenvolve pesquisas com o tema audiovisual, história e memória e coordena, aos lado de mais três professores, a Mostra Próximos Olhares, que exibe semestralmente a produção audiovisual dos alunos do Curso de Cinema e Audiovisual da UFES.


JÚRI MOSTRA 4 ESTAÇÕES Jean R Jean R é artista plástico. Participou de Salões de arte com premiação no 1° Salão do Mar –ES. Possui experiência na área de Computação Gráfica (animação em 3D e 2D) e edição de VT’s atuando em televisão (TV Gazeta e GTV) e elabora vinhetas eletrônicas e programação visual em programas telejornalísticos e de entretenimento. Atua na área de vídeo e cinema, com oito projetos particulares, nas categorias vídeo arte, documentário, animação e vídeo clipe.

Leonardo Vais Leonardo Vais é jornalista. Trabalhou no Jornal Online Folha Vitória e no Portal Sou ES, nas editorias de cultura e entretenimento. Foi um dos apresentadores do Bitola, programa da TV Faesa, voltado para a produção cinematográfica, período em que entrevistou cineastas como Cláudio Torres, Eduardo Valente e Ian SBF, além de vários realizadores locais. Atualmente é assessor na Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Vitória.

Tati Rabelo Tati Rabelo é formada em Publicidade e videomaker desde 1999. Em 2004 fundou a Mirabólica Video&design onde atua como diretora criativa, produzindo material em todos segmentos audioviuais e com trabalhos premiados em diversos Festivais.

JÚRI CONCURSO DE ROTEIRO Felipe Bob Redins Bob Redins é graduado em Rádio e TV pela FAESA com pós-graduação em Linguagens Audiovisuais e Multimídia pela UFES trabalhou na produção de mais de 20 curta-metragens capixabas além de trabalhar como diretor de produção nos longa-metragens capixabas “As Horas Vulgares”, “Punhal”, “Entreturnos” e “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”. Ana Johann Ana Johann é roteirista e cineasta, tem especialização em documentário pela Universidade de Barcelona e é mestranda pela Universidade Tuiuti do PR. Dirigiu e roteirizou o longa “Um Filme para Dirceu” (2012). Seu mais recente trabalho, o documentário híbrido Notícias da Rainha (2013), ganhou os prêmios de melhor filme e melhor roteiro no 8° Encontro de Cinema e Vídeo dos Sertões e melhor documentário no FEMCINE. Atualmente Ana ministra aulas de roteiro e documentário e atua com sua produtora a Capicua Filmes.

Ana Paula Dourado Santana Ana Paula Dourado Santana é especialista em Gestão do Entretenimento e Relações Internacionais, formada em Direito, Relações Internacionais e Gastronomia. Ocupou os cargos de Coordenadora, Coordenadora geral, Gerente, Chefe de Gabinete e Diretora da Secretaria do Audiovisual do Minc de onde foi secretaria nacional entre 2011 e 2012.


JÚRI CONCURSO DE MÍDIAS ALTERNATIVAS Rodrigo Bitti Graduado em cinema pela PUC-Rio. No ano de 2011, cursou o filmmaking workshop na New York Film Academy, como conclusão de curso, escreveu e dirigiu um curta metragem em inglês, chamado “The Short Life of a Character”. Em 2012, fundou a Andarilho Filmes, uma produtora de conteúdo audiovisual, responsável pela produção de todo conteúdo online do “Rock in Rio - O Musical”. Para o Multishow na web, dirigiu “Na Madrugada”.Seu último trabalho foi o roteiro e direção de um curta-metragem chamado, “Na Realidade”. Thaiana Gomes Thaiana Gomes é Jornalista , já atuou como repórter dos jornais A Gazeta e Metro Jornal. Vencedora do prêmio Expocom, do Intercom Sudeste Regional em 2013, com o trabalho “Imagens da cidade: concreto e a poética dos

centros urbanos”. Premiada pelo júri técnico no II Concurso de Mídias Alternativas do Festival de Vitória, em 2013, com o vídeo “Memória e Afeto”. Em abril deste ano, realizou a exposição fotográfica “Nu: poéticas da cidade”, na galeria da Escola da Ciência Física, no Centro da Capital capixaba. Gesiele Vendramini Gesiele Vendramini é formada e pós-graduada em Psicologia e especialista em Gestão Estratégica de Marketing Digital. Desde 2009, é Coordenadora de Conteúdo e Novas Mídias no Canal Brasil, joint venture entre GCB e a Globosat, maior programadora de TV por assinatura da América Latina. No Canal Brasil, coordena a equipe de produto e conteúdo multiplataforma, que engloba web, estratégias e métricas para redes sociais e conteúdo mobile. É responsável também pela estratégia do canal para VOD, Content Everywhere e Webseries.

JÚRI CONCURSO DE WEB SÉRIES Anna Butler Anna Butler é Diretora Senior de Talento e Música para a Viacom (MTV, VH1, Nickelodeon e Comedy Central) e diretora da agência Conteúdo Musical. Foi diretora de relações artísticas da MTV Brasil de 1990 a 2008. Gesiele Vendramini Gesiele Vendramini é formada e pós-graduada em Psicologia e especialista em Gestão Estratégica de Marketing Digital. Desde 2009, é Coordenadora de Conteúdo e Novas Mídias no Canal Brasil, joint venture entre GCB e a Globosat, maior programadora de TV por assinatura da América Latina. No Canal Brasil, coordena a equipe de produto e conteúdo multiplataforma, que engloba web, estratégias e métricas para redes sociais e conteúdo mobile. É responsável também pela estratégia do canal para VOD, Content Everywhere e Webseries.

Nice Benedictis Nice Benedictis é Jornalista, Diretora, Produtora e Editora Artística. Foi Editora e Assessora de RTVC da Fundação Roberto Marinho; Editora e Produtora da TV Manchete; Produtora da TV Globo; Gerente de Produção da Telecine Produziu e criou e dirigiu o Programa “Galeria”. Recebeu no Tribeca Cinema, o prêmio “Lente de Cristal”. Atuou como Produtora de Conteúdo no Festival do Rio. Criou a FOCUS Produções Artísticas. Foi vencedora do troféu do júri no Prêmio Oi Tela Viva Móvel.


Ficha Técnica Direção Lucia Caus

Redes Sociais Haroldo Lima

Produção Executiva Larissa Caus Delbone Vieira

Site Silvio Alencar

Coordenação Administrativa Fran de Oliveira

Assessoria de Comunicação Palavra! Assessoria de Comunicação RF Assessoria de Comunicação

Curadoria Mostras Competitivas Erly Vieira Jr Rodrigo de Oliveira Curadoria Mostra de Animação Rosemeri Assis Barbosa Projeto Visual Orlando da Rosa Farya Coordenação de Produção Carolina Ruas Produção de Logística Cecy Venâncio Assistente de Logística Izabella Fernanda Mota Produção de Cópias Amanda Brommonschenkel Produção de Júri Guilherme Rebêlo Coordenação Theatro Carlos Gomes Alexandre Wacker Direção de Palco Cleverson Guerra Cerimonial de Atores Nonato Freire Coordenação de Comunicação Paulo Gois Bastos Redação Katler Dettman Wandekoken

Equipe de Produção Amanda Brommonschenkel Andrea Bitti Cézar Baptista Cláudia Madureira Vidal Guilherme Rebêlo Haroldo Lima Renato Souza Silvia Mussiello Receptivos Festival Adilson Teixeira Ana Paula Gonçalves Brenda Lourenço Bruno de Alencar Fabiano Oliveira Janaína Falcão Juliana de Nadai Amorim Lílian Casotti Maíra Tristão Thalita Dantas Vitor Passarim

Cadernos dos Festivais Projeto Editorial Lucia Caus e Paulo Gois Bastos Reportagem e Edição Paulo Gois Bastos Design gráfico Paulo Prot Making Of Nardo de Oliveira Felipe Neves TV VCV Fran de Oliveira Guilherme Rebêlo Nardo de Oliveira Criação do troféu Marlin Azul Orlando da Rosa Farya Criação do troféu Marlene Stael Magesck Engenheiro de Projeção Digital José Luiz de Almeida Som e Iluminação Ipanema Som Contabilidade Agenor Araújo Filho

Apoio Creuzeni Fernandes Erly Siana Pagung Washington Muniz

Impressão Tec Print Gráfica Jep

Editoração Catálogo Silvio Alencar

15º Festivalzinho de Cinema Coordenação Rosemeri de Assis Barbosa Equipe de Produção Antonio Lázaro S. Nascimento Cláudia Pasoline Daniela Pedroni Gabriel Rabbi Huana Gonçalves Marina Prata Pravato

Vinhetas do Festival Casamelancia Mirabólica Videodesign Fotografia Claudio Postay Gustavo Louzada


Agradecimentos

Adriano Lima Agenor Araújo Alelvi Carneiro Andrade Aleques Eiterer Alexandre Barcellos Alexandre Benon Alexandre Lima Alfredo Bertini Altair Caetano Ana Butler Ana Cristina Murta Ana Johann Ana Laura Nahas Ana Paula Dourado Santana Ana Rita Esgário André De Biase André Dib André Saddy Andrea Bitti Andréa Pena Anginha Buaiz BANESTES Goiabeiras Barbara Paz Bel Kutner Bertrand Lira Bob Redins Bruno Pereira Café Lindenberg Canal Brasil Cariê Lindenberg Carla Buaiz Carla Osório Cássio Starling Cézar Baptista Cézar Vasques Clauber Petri Claudia Cabral Claudia Gutierres Claudino de Jesus Claudio Assis

Cristina Rio Branco Daise Nespoli Daniela Spadeto Danielle Ewald Danilo Queiroz David Tygel Deivyd Castro Martins Delcast Denise del Cueto Dominique Madeira Dorval Uliana Edilson Pedrini Edina Fujii Elias Olive Elynes Rodrigues Emerson Rodrigues Ériton Berçaco Erlon Paschoal Erly Vieira Jr Fábio Cerqueira Frederico Barcelos Gabi King Gabriel Canedo Gabriela Nogueira Gabriela Santos Alves Gesiele Vendramini Gisele Arantes Giuseppe Zani Glecy Coutinho Guilherme Fontana Guilherme Narciso de Lacerda Gustavo Cabral Vieira Gustavo Cheluje Helena Santos Hugo Reis Idalberto Moro Iriny Lopes Jace Theodoro Jacob Santos Delbone Jal Guerreiro

Jean R João Coser João Moraes Jorge Bodansky Jornal Metro José Roberto Santos Neves José Roberto Torero Kátia Coelho Kênia Freitas Lena Côgo Leonardo Gomes Leonardo Medeiros Leonardo Vais Livia Caetano Brunoro Luciane Ventura Luciano Rezende Luisa Mendes Luisa Torre Luiz Carlos Lacerda Luiz Paulo Velozo Lucas Marcelo Braga Marcelo Siqueira Marcos Didone Marcos Frizera Margarete Taqueti Maria Alice Lindenberg Maria Helena Pagotto Maria Virginia Casagrande Marselha Assad Michelle Guimarães Miguel Caus Delbone Vieira Mírian Cavour Monica Trigo Neusa Mendes Nice Benedictis Nissia Garcia Orlando Bonfim Netto Orlando da Rosa Farya Paulo Hartung Paulo José

Priscila Lisboa Priscilla P. Siqueira de Alencar Rafael Braz Raquel Hallak Rede Tribuna Rede TV! Rede Vitória Regina Destefani Renan Oaks Renata Rasseli Renato Casagrande Renato Costa Ricardo Albert Rita Sarmento Roberto Farias Rodrigo Bitti Rodrigo de Oliveira Rodrigo Linhales Rogério Borges Rogério Favoretti Rosana Caran Rosaura Gomes Pereira Rose Frizzera Rubéns Benites Rui Dias Sandra Bertini Sáskia Sá Simone Módulo Sou ES Stael Magesck Tati Rabelo Thaiana Gomes Thales Siqueira de Alencar TV Capixaba Vânia Catani Vilma Lustosa Walquiria Barbosa Wesley Sathler Ylenia Silva Zéu Brito




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