Catalogo 22º Festival de Cinema de Vitória

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MINISTÉRIO DA CULTURA BNDES PETROBRAS apresentam

11 a 16 de setembro de 2015






PATROCÍNIOS

APOIO INSTITUCIONAL

REALIZAÇÃO

PARCERIAS


Em sua 22ª edição, o Festival de Cinema de Vitória lança novo troféu, com novos nome e design. O Troféu Vitória, assinado pelos designers Andrius Machado e Brena Ferrari, da OCA (Oficina de Criações Artísticas), será entregue aos realizadores premiados em 30 categorias, entre júri técnico e popular, na noite de premiações do evento. O desenho do novo troféu é uma homenagem à capital capixaba, e a peça, confeccionada em alumínio, é inspirada na deusa greco-romana Vitória. De formas leves e sinuosas, o novo Troféu Vitória reúne a característica alada da figura mitológica à película de celulóide, um dos ícones mais potentes do cinema.



É com muito entusiasmo e gratidão que saudamos a todos os envolvidos com a realização da 22ª edição do Festival de Cinema de Vitória. Nessas mais de duas décadas, junto com os realizadores e com os espectadores, experimentamos muitas alegrias e celebramos a grandiosidade do cinema brasileiro. Passamos por momentos desafiadores e de instabilidade, mas, sem dúvida alguma, nossa coesão foi resultado do trabalho em equipe e da vontade de fazer um Festival que é carinhosamente dedicado ao seu público. Também contamos com a confiança de nossos apoiadores e patrocinadores, que acreditam no potencial da produção cultural enquanto caminho para formação estética e política, bem como setor econômico cada vez mais estratégico ao desenvolvimento pleno de uma sociedade. A cada ano, o Festival de Cinema de Vitória busca se reinventar e trazer para o Espírito Santo um extenso panorama das formas de se fazer cinema no Brasil. Trata-se de um momento de fortalecer o próprio fazer cinematográfico: por meio dos filmes exibidos, possibilitamos que os diretores e produtores compartilhem seus sonhos, suas visões de mundo e suas esperanças. Trata-se de um diálogo emocional, subjetivo, mas, ao mesmo tempo, coletivo e que acontece na mente e no olhar de cada pessoa que passa pelas sessões do Festival. Nossos sinceros agradecimentos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), à Petrobras, ao Governo do Estado do Espírito Santo por meio de sua Secretaria de Estado da Cultura, à Prefeitura Municipal de Vitória, à Rede Gazeta e ao Instituto Sincades. UM BOM FESTIVAL PARA TODOS! LUCIA CAUS DIRETORA DO FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA


É COM ENTUSIASMO QUE O BNDES (BANCO NACIONAL De DESENVOLVIMENTO econômico e social) PATROCINA O FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA, UM DOS PRINCIPAIS EVENTOS CULTURAIS DO ESPÍRITO SANTO, QUE CHEGA, EM 2015, À SUA 22ª EDIÇÃO. O EVENTO OCUPA UM ESPAÇO DE INCENTIVO À PRODUÇÃO AUDIOVISUAL, DE DIFUSÃO DE OBRAS DE VÁRIAS PARTES DO PAÍS, DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL NA ÁREA E DE DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À CULTURA. IMPORTANTE SEGMENTO PARA O FORTALECIMENTO DA ECONOMIA DA CULTURA, O SETOR CINEMATOGRÁFICO SE DESTACA TANTO POR CONSTITUIR UMA CADEIA PRODUTIVA CAPAZ DE GERAR TRABALHO E RENDA, QUANTO POR SEU PODER COMO FERRAMENTA DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL. COMO UM DOS PRINCIPAIS APOIADORES DA CULTURA BRASILEIRA, O BNDES POSSUI INÚMEROS INSTRUMENTOS FINANCEIROS VOLTADOS AO SETOR AUDIOVISUAL, QUE INCLUEM O PATROCÍNIO A FESTIVAIS DE CINEMA NAS DIFERENTES REGIÕES DO PAÍS, O APOIO À PRODUÇÃO E À FINALIZAÇÃO DE FILMES, E A CONSTRUÇÃO E REFORMA DE SALAS DE CINEMA EM TODO O BRASIL. PARA O BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO econômico e social, PATROCINAR O FESTIVAL DE VITÓRIA É CONTRIBUIR PARA O FORTALECIMENTO E A DIFUSÃO DO CINEMA BRASILEIRO, ASSOCIANDO CULTURA COM DESENVOLVIMENTO.


NESTE ANO DA 22ª EDIÇÃO DO FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA, NÓS, DA PETROBRAS, ESTAMOS CELEBRANDO DUAS DÉCADAS DE PATROCÍNIO AO CINEMA NACIONAL. ESPERAMOS TER CONTRIBUÍDO PARA QUE HOJE O AUDIOVISUAL BRASILEIRO ESTEJA NO ALTO PATAMAR DE QUALIDADE EM QUE SE ENCONTRA. A CERTEZA QUE TEMOS É QUE ENCONTROS COMO ESTE SÃO FUNDAMENTAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DO CINEMA NACIONAL COMO UM TODO. UM DOS CONTEMPLADOS NA NOSSA SELEÇÃO PÚBLICA PARA FESTIVAIS desde 2012, O FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA AMPLIA O DEBATE E É MAIS UM DOS EVENTOS DO NOSSO ROL DE PATROCINADOS QUE LEVAM A NOVA PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA PARA EXIBIÇÕES ALÉM DO EIXO RIO-SÃO PAULO. EXEMPLO É A SESSÃO ESPECIAL PETROBRAS, QUE ABRE O FESTIVAL, COM O FILME “A LUNETA DO TEMPO”, DE ALCEU VALENÇA. NA PROGRAMAÇÃO, ENTRE os NOSSOS PATROCINADOS, TEREMOS AINDA OS LONGAS “NERVOS DE AÇO”, DE MAURICE CAPOVILLA, E “TRINTA”, DE PAULO MACHLINE, E O CURTA “SALU E O CAVALO MARINHO”, DE CECÍLIA DA FONTE. ATRAVÉS DAS NOSSAS AÇÕES DE PATROCÍNIOS CULTURAIS, FIXAMOS NOSSA MARCA EM MAIS DE 500 PRODUÇÕES DE FILMES E, ANUALMENTE, PARTICIPAMOS EFETIVAMENTE DE UM CONJUNTO DE MAIS DE 20 FESTIVAIS DE CINEMA NO PAÍS. ESTAMOS VINCULADOS AO FORTALECIMENTO DAS ATIVIDADES CINEMATOGRÁFICAS EM TODAS AS LINHAS - PRODUÇÃO, DIFUSÃO, FORMAÇÃO E MEMÓRIA; AS MESMAS QUE ESPELHAM AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PETROBRAS CULTURAL, PROGRAMA QUE DEFINE A ABRANGÊNCIA E O MODELO DE SELEÇÃO DE PROJETOS PATROCINADOS PELA EMPRESA PARA TODOS OS SEGMENTOS CULTURAIS. A PETROBRAS SEGUE ACREDITANDO NO CINEMA BRASILEIRO E APOSTANDO NA IMPORTÂNCIA DOS FESTIVAIS COMO ESPAÇO DE CELEBRAÇÃO À PRODUÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL. ENTENDEMOS QUE O PETROBRAS CULTURAL CONTRIBUI PARA A AMPLIAÇÃO DAS OPORTUNIDADES DE CRIAÇÃO, CIRCULAÇÃO E FRUIÇÃO DA CULTURA BRASILEIRA.


O CASAMENTO DA REDE GAZETA COM O FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA JÁ DURA 22 ANOS E ESTÁ LONGE DE CAIR NA ROTINA. A CADA EDIÇÃO, BUSCAMOS UMA NOVIDADE PARA AGREGAR MAIS VALOR À PARCERIA. EM 2014, TROUXEMOS DA REDE GLOBO O EVENTO MUSICAL VIRADÃO. NUMA AÇÃO DA TV GAZETA EM CONJUNTO COM A PREFEITURA DE VITÓRIA, LEVAMOS SHOWS LOCAIS E NACIONAIS PARA OS PRINCIPAIS PONTOS DO CENTRO DE VITÓRIA, EM 24 HORAS DE DIVERSÃO GRATUITA DURANTE O FESTIVAL. DEU TÃO CERTO QUE VAMOS REALIZAR A SEGUNDA EDIÇÃO DO VIRADÃO VITÓRIA NOS DIAS 12 E 13 DE SETEMBRO - FIM DE SEMANA DO FESTIVAL. É UMA FORMA DE INCENTIVAR A ARTE E O TURISMO NO CENTRO DA CAPITAL, BERÇO HISTÓRICO E CULTURAL DA CIDADE E SEDE DO FESTIVAL. ALÉM DE ATRAIR PÚBLICO, LEVAR AS INFORMAÇÕES DO CINEMA BRASILEIRO PARA AS PÁGINAS DO JORNAL, PORTAIS DE INTERNET E PARA AS EMISSORAS DE RÁDIO E DE TV DA REDE GAZETA, É COMO TAMBÉM PODEMOS CONTRIBUIR PARA A REALIZAÇÃO DA MOSTRA. ESTAMOS ORGULHOSOS POR FAZER PARTE DA EVOLUÇÃO E DO RECONHECIMENTO DO FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA, QUE, COM NOVO NOME, ENTRA DE VEZ PARA O CALENDÁRIO DA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL DO PAÍS. PARABÉNS AOS ORGANIZADORES PELA INOVAÇÃO E PELO PROFISSIONALISMO. DESEJAMOS QUE A EDIÇÃO 2015 REPITA O SUCESSO DO PASSADO E REVELE NOVOS TALENTOS PARA O FUTURO. O CINEMA NACIONAL AGRADECE O INCENTIVO E O ESPAÇO. NÓS TAMBÉM!


É com grande satisfação que apoiamos o Festival de Cinema de Vitória, que chega, em 2015, à sua 22ª edição. Este importante Festival contribui para o desenvolvimento do setor de audiovisual no Espírito Santo. Ele fortalece os chamados setores criativos, à medida que oferece à cadeia produtiva do audiovisual do nosso Estado a possibilidade de difundir, formar o que de melhor se tem produzido, neste campo, Brasil afora. Como forma de contribuir para o fomento da economia da cultura, especialmente o audiovisual, apresentamos, como novidade para este ano, a parceria com a Ancine, no edital de produção de longametragem, que contará com recursos do Funcultura e do Fundo Setorial do Audiovisual, entre outras ações que serão desenvolvidas no âmbito do programa da Secult, ES Criativo. A Secult entende que apoiar o Festival de Cinema de Vitória é uma ação importante, uma vez que fortalece a difusão do segmento, contribuindo para o desenvolvimento do setor cinematográfico do Espírito Santo. Vida longa à produção audiovisual capixaba! João Gualberto Vasconcellos Secretário de Estado da Cultura


O CINEMA É A ARTE DE ETERNIZAR O TEMPO. A HISTÓRIA, A CULTURA E AS MEMÓRIAS GANHAM VIDA POR MEIO DO TALENTO E DA CRIATIVIDADE DE PROFISSIONAIS QUE BUSCAM ENTRETER, EMOCIONAR E INSTIGAR O PÚBLICO ATRAVÉS DO AUDIOVISUAL. É COM ORGULHO QUE A CIDADE DE VITÓRIA SERÁ PALCO, PELA 22ª VEZ, DE UM DOS MAIS BELOS MOMENTOS DA AGENDA CINEMATOGRÁFICA BRASILEIRA. O FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA, ANTIGO VITÓRIA CINE VÍDEO, FAZ PARTE DO CALENDÁRIO OFICIAL DA CIDADE E, DESDE A SUA PRIMEIRA EDIÇÃO, VEM CRESCENDO EM QUALIDADE E SE CONSOLIDANDO COMO UM DOS MAIS IMPORTANTES FESTIVAIS DE CINEMA DO BRASIL AO APRESENTAR PARA CAPIXABAS E TURISTAS O MELHOR DA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL LOCAL E NACIONAL. É COM GRANDE ORGULHO QUE A PREFEITURA DE VITÓRIA APOIA ESTE PROJETO, QUE É UMA MARCA DA CIDADE E QUE SERÁ REALIZADO NO MÊS EM QUE A CAPITAL COMPLETA 464 ANOS. O FESTIVAL TEM UMA RELAÇÃO DIRETA COM A NOSSA VOCAÇÃO E ATIVIDADE CULTURAL, ALÉM DE FORTALECER O TURISMO E FOMENTAR A PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA DA NOSSA CIDADE. GOSTARIA DE PARABENIZAR A TODOS OS ENVOLVIDOS NESTE PROJETO E, EM ESPECIAL, AOS ARTISTAS HOMENAGEADOS DESTE ANO. O ATOR MATHEUS NACHTERGAELE, UM DOS GRANDES PROFISSIONAIS DO CINEMA, TEATRO E DA TELEVISÃO BRASILEIRA, E JOSÉ AUGUSTO LOUREIRO, QUE EM MAIS DE 50 ANOS DE CARREIRA ENGRANDECE O OFÍCIO DA INTERPRETAÇÃO NO ESTADO. A CULTURA É UM MECANISMO IMPORTANTE PARA FORTALECER AS ATIVIDADES HUMANAS E CULTURAIS, AUMENTANDO A SENSIBILIDADE E IMPACTANDO DIRETAMENTE NA FORMAÇÃO DO SER HUMANO. TODA ATIVIDADE CULTURAL GERA UM AMBIENTE MAIS TOLERANTE, HUMANO E SOLIDÁRIO. PARABÉNS E SEJAM TODOS MUITO BEM-VINDOS! LUCIANO REZENDE PREFEITO DE VITÓRIA


A MATURIDADE DO FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA NÃO FOI ALCANÇADA SOMENTE POR SER ESTA A 22ª EDIÇÃO. ESSA LONGEVIDADE TEM SIDO ASSEGURADA PELA CRIATIVIDADE DOS ORGANIZADORES EM COMPOR ACERVO COM OBRAS QUE CONTEMPLAM O MÁXIMO DA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL NO BRASIL. O CRESCENTE E FIEL PÚBLICO DO FESTIVAL É PROVA DO ACERTO DO EVENTO COMO INSTRUMENTO DE VALORIZAÇÃO, TANTO DE JOVENS TALENTOS QUANTO DE CINEASTAS CONSAGRADOS. A PRESENÇA DE RENOMADOS ATORES, PARTICIPANTES DO ELENCO DE PARTE DOS FILMES EXIBIDOS, ATRAI E APROXIMA O GRANDE PÚBLICO, MANTENDO ACESA A CHAMA DESTA ARTE. O INSTITUTO SINCADES APOIA O FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA POR ENTENDER QUE O CINEMA É ARTE, QUE ARTE É NECESSÁRIO E QUE ESTE EVENTO É FUNDAMENTAL PARA DINAMIZAR ESTA ATIVIDADE que, além de transbordar emoção em todos os envolvidos, permite também a estimulação da economia criativa, que gera TRABALHO E RENDA PARA MILHARES DE PROFISSIONAIS. IDALBERTO LUIZ MORO PRESIDENTE INSTITUTO SINCADES



mostras competitivas 19ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS 18 DA RADIOATIVIDADE DAS IMAGENS ERLY VIEIRA JR. 20 5ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS 34 DAS COISAS QUE ESTão no mundo ERLY VIEIRA JR. 36 4ª MOSTRA corsária 44 cinema de aventura rodrigo de oliveira 46 4ª mostra foco capixaba 60 os efeitos da ilha rodrigo de oliveira 62 5ª MOSTRA quatro estações 68 o gastar-se como transgressão e resistência ERLY VIEIRA JR. 70 2ª mostra de animação 76 encantamento e inventividade para contar histórias rosemeri assis barbosa 78 2ª mostra outros olhares 86 atento e forte rodrigo de oliveira 88 sessão especial bndes 94 16º festivalzinho de cinema de vitória 102 cinema para os pequenos espectadores rosemeri assis barbosa 104 mostras não competitivas mostra cinema de bordas 114 todos os gêneros, todos os sotaques, todas as misturas, todas as histórias bernadette Lyra 116 sessões especiais 126 homenagens 138 concursos e oficinas 148 outros projetos 154 lançamentos 160 fórum do audiovisual capixaba 166 curriculum júri 168 premiações 172 agradecimentos 174 ficha técnica 178



MOSTRAS COMPETITIVAS

MOSTRAS COMPETITIVAS


19ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS

19ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS

19ª MOSTRA COM-


19ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS

19ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS

1 M T C


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

DA RADIOATIVIDADE DAS IMAGENS Erly Vieira Jr., Curador

Aquela mulher, alta madrugada, em meio às luzes coloridas de um videokê, a voz profunda entoando Guilherme Arantes, rasgando lentamente alguma esperança guardada para logo mais... Ela olha nos olhos da gente, provocante e melancólica, como se entendesse os tantos sentimentos contraditórios que acabamos de presenciar à medida que somos conduzidos, em A outra margem, pelos descampados de uma cidade do Centro-Oeste brasileiro, vista de recorte pela janela do carro, ao som de Tracy Chapman e Chrystian & Ralf.

d a r Da d e d a id Já em A festa e os cães, um rapaz parece olhar para dentro de si, à medida que rememora, emocionado, num quarto em Fortaleza, uma a uma, as sensações que descreve ao adolescente ressabiado à sua frente, que reativam seu corpo e mente toda vez que escuta os seis minutos e meio daquela música eletrônica. E a gente acredita que conseguirá imaginar esses afetos todos, à medida que esses sons e texturas ganham corpo, transformando-se, como ele mesmo afirma, “numa paisagem prestes a ser atravessada pelo trem”.

Enquanto isso, nos fundos de uma piscina seca, suja, vazia, entre a praia e a rodovia, em alguma aldeia de pescadores em Pernambuco, uma menina Sem coração, que nunca olha nos olhos dos garotos que se servem do seu corpo, desperta no peito de um deles, justo o que está de passagem pelas férias de verão, aquela que talvez lhe seja a primeira emoção verdadeira.


19ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS

v i t a o di s a d E se o destino for realmente como nos é apresentado em Evo: uma hospedagem sem possibilidade de saída, num quarto de poucos móveis e vista pro mar, enquanto se aguarda em silêncio a chegada imprevista do hóspede que talvez irá partilhar a cama ao lado?

O que aproxima essas imagens tão distintas entre si, extraídas, respectivamente, dos curtas-metragens de Nathália Tereza, Leonardo Mouramateus, Nara Normande e Tião e Rubiane Maia e Renata Ferraz, a não ser sua capacidade de causarem, ao mesmo tempo, fascínio e estranhamento, revelando-se tão pregnantes a ponto de retornarem à mente tão frequente e obsessivamente, mesmo passados tantos dias (e tantos filmes nesse meio tempo) desde o primeiro contato com elas?

Talvez a resposta esteja mesmo na crença de que um pequeno e cruel feitiço de pernas de boneca possa espantar o Curupira e todo o mal que se intui na presença daquele forasteiro aparentemente bem-intencionado e inofensivo (Tarântula, de Aly Muritiba e Marja Calafange). Ou quem sabe realmente exista, numa residência suburbana em Contagem, Minas Gerais, um buraco negro no quintal dos fundos, no qual possa se entrar com a mesma naturalidade com que se frequenta a academia da esquina (Quintal, de André Novais Oliveira). E, se o que tanto se espera não chegar com o caminhão vermelho há tanto tempo aguardado, talvez valha a pena reassumir a direção da imaginação (Eu não digo adeus, digo até logo, de Giuliana Monteiro).

Pode-se também perambular pelas lembranças e revivê-las em sua intensidade, seja de uma noite americana que irrompe em meio à escapada sorrateira de um carnaval em casa de veraneio, tão fugaz e irresponsável quanto necessária (Biquíni paraíso, de Samuel Brasileiro), seja ao narrar, com fartura de detalhes e deliciosa verborragia, o estranhamento provocado pelo excesso de cortesia e dedicação de quem nos recebe em uma viagem pelo extremo oriente (Até a China, de Marcelo Marão), ou ainda pelas memórias afetivas de episódios vividos na videolocadora do posto perto de casa, com subterfúgios para locar vídeos pornô-homoeróticos no final da infância viada (Virgindade, de Chico Lacerda). Talvez reativar a memória possa fornecer alguma chave para suportar a perda, ainda que a ternura do idílio na traseira de uma caminhonete (Antes dessa guerra, de Lucas Camargo de Barros e Nicolas Thomé Zetune) ou o conforto de uma conversa transoceânica, na impossibilidade da última despedida (Dorsal, de Carlos Segundo e Cristiano Barbosa), acabe por reforçar o peso que se abate sobre aqueles que ficam. Cruzar os oceanos pode também trazer a leve surpresa de um tão aguardado encontro (Verão polonês, de André Mielnik). Quiçá, enfim, confrontar, numa clareira da mata à beira da estrada, o peso de tantos desejos reprimidos e guardados pra si (Planície, de Gabriel Perrone), ou escancarar, com farta ironia, as contradições por trás de uma


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grande celebração turística e midiática (A copa do mundo no Recife, de Kleber Mendonça Filho). Há ainda espaço para o humor que escancara as peças do jogo político, numa sinfonia de primeiros planos de rostos maquiados e fantasiados (À festa. À guerra, de Humberto Carrão Sinoti), e para os confrontos com os desejos de um verdadeiro corpo-bomba, a um passo de entrar em combustão (Eu queria ser arrebatada, amordaçada e, nas minhas costas, tatuada, de Andy Malafaia).

d a r Da d e d a id E, em meio a tantas alteridades, há sempre possibilidades de rasura: seja cegando o espectador num momento crucial no que até então se apresentara como um aparente relato da leveza cotidiana, permitindo-lhe apenas vislumbrar os riscos sonoros trespassando a tela escura (Pontos de vista, de Fábio Yamaji); seja apropriando-se de uma banda sonora alheia para ampliar os significados possíveis, através do mashup, daquilo que nossos olhos estão vendo (Rufião, de Arthur Dalla Bernardina); ou ainda explicitando os dilemas do cineasta, entre o filme imaginado e a concretude que resulta do encontro com seu objeto, na contundência irônica dos achados potencializados pela montagem, que nos fazem ver com outros olhos os diversos rituais de preparação para um jogo de futebol americano (Alguns tritões, de André Ehrlich Lucas).

Porque é dessa pulsão das imagens, dessa capacidade de emitirem uma certa radiação, que entranha em nossos corpos e persiste por longos períodos, reinventando-se incessantemente na


19ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS

v i t a o di s a d memória dos dias seguintes, ativando platôs interiores que usualmente não percorremos, que se faz a matéria primeira dos filmes que carregamos com a gente após sair de uma sala de cinema. E, após experimentar, um a um, os mais de seiscentos títulos submetidos à seleção do Festival de Cinema de Vitória este ano, é das arestas das imagens tão preciosas desses vinte títulos acima citados que nós, curadores, pudemos elaborar um mapa possível para o espectador se aventurar em alguns dos mais fascinantes caminhos que o cinema brasileiro de curta-metragem tem percorrido nos dias de hoje. E que este mapa seja um ponto de partida para que cada um de nós carregue consigo outras imagens e intensidades que essas obras possam porventura irradiar. Bon voyage!


CURTAS

22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

A FESTA E OS CÃES Leonardo Mouramateus Documentário, Cor, HDTV, 25’, CE, 2015 Classificação Indicativa: 16 anos Direção de Produção: Clara Bastos Produção Executiva: Leonardo Mouramateus Roteiro: Leonardo Mouramateus Direção de Arte: Leonardo Mouramateus e Dayse Barreto Fotografia: Juliane Peixoto Montagem: Luciana Vieira e Leonardo Mouramateus Som: Pedro Diógenes Edição de Som: Erico Paiva Elenco: Geane Albuquerque, Clara Monteiro, Kevin Balieiro, Junior Morais, Leonardo Mouramateus Filmografia do Diretor: Mauro em Caiena (2012); Charizard (2012); Lição de esqui (2013); O completo estranho (2014); A era de ouro (2014). À noite eles se juntam em bando, como se fossem um pelotão que tivesse desertado de uma mesma parte para este pedaço de bairro no subúrbio de Fortaleza.

DORSAL Carlos Segundo e Cristiano Barbosa Documentário, Cor, HDV, 25’, MG, 2015 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Carlos Segundo Produção Executiva: Carlos Segundo Roteiro: Carlos Segundo Direção de Arte: Carlos Segundo e Cristiano Barbosa Fotografia: Carlos Segundo e Cristiano Barbosa Montagem: Carlos Segundo Som: Cristiano Barbosa Edição de Som: Carlos Segundo Elenco: Mariana Lucena e Fernanda Lucena Filmografia dos Diretores: Cheirosa (2009); Vitrines (2010); No fundo nem tudo é memória (2012); Connexion Munich (2012); Poeira de prata no escuro do quarto (2014); Turn off (2014). Entre continentes, pulsa um oceano de histórias. Memórias conservadas no sal de uma distância atlântica.


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EU NÃO DIGO ADEUS, DIGO ATÉ LOGO Giuliana Monteiro Ficção, Cor, 2K, 16’, SP, 2014 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Beatriz Monteiro Produção Executiva: Amanda Rodrigues Roteiro: Giuliana Monteiro Direção de Arte: Caio Sorrentino e Camila Falcão Fotografia: Pepe Avila del Pino Montagem: Paulo Pandolpho Som: Tide Borges e Lia Camargo Edição de Som: Miriam Biderman Trilha Sonora: Nico Casal Elenco: Simone iliescu, Caio Henrique da Silva, Carlos Procópio Filmografia do Diretor: Happiness (2015); Eu não digo adeus, digo até logo (2014); Margarete 6422 (2013); Root (2011). Antônio tem 10 anos e mora no Córrego do Machado, uma pequena comunidade de estrada. Tudo o que ele sabe é que seu pai dirige um caminhão 1518 vermelho. Sua imaginação acompanha seu pai aonde ele vai. Um dia, Antônio vê o caminhão do seu pai passar pelo vilarejo e, apesar de sua mãe negar que o homem seja seu pai, o menino não parece acreditar. Ele talvez seja muito pequeno para entender que sua mãe diz a verdade, mas é maduro o suficiente para sair em busca desse pai que ele acredita estar nas redondezas.

RUFIÃO Arthur Dalla Bernardina Documentário, p&b, HDTV, 12’, ES, 2014 Classificação Indicativa: 14 anos Direção de Produção: Arthur Dalla Bernardina Produção Executiva: Arthur Dalla Bernardina Roteiro: Arthur Dalla Bernardina Direção de Arte: Arthur Dalla Bernardina Fotografia: Arthur Dalla Bernardina Montagem: Arthur Dalla Bernardina Edição de Som: Arthur Dalla Bernardina Trilha Sonora: Trilha original do filme “Um pistoleiro chamado Papaco”. O rufião ganha sua condição quando perde seu instrumento de trabalho.


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22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

PLANÍCIE Gabriel Perrone Ficção, Cor, 4K, 15’, ES, 2015 Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Pedro Gaia Produção Executiva: Pedro Gaia e Marcelo Altoé Roteiro: Gabriel Perrone Direção de Arte: Anderson Linhares Fotografia: Anselmo Teixeira Montagem: Gabriel Perrone Som: Carlos Peixoto Edição de Som: Gabriel Perrone Elenco: Rafael Trigueiro, Pedro Basco e Aline Andrada Filmografia do Diretor: Anexos (2002). Pedro e Daniel são grandes amigos. Entre eles, há apenas um grande segredo.

EVO Renata Ferraz e Rubiane Maia Ficção, Cor, HDTV, 15’, ES, 2015 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Tete Rocha Produção Executiva: Tete Rocha Roteiro: Renata Ferraz e Rubiane Maia Direção de Arte: Renata Ferraz Fotografia: Angela Alegria Montagem: Renata Ferraz Edição de Som: Felipe Ayres Trilha Sonora: Felipe Ayres Elenco: Rubiane Maia, Julio Tigre, Renata Ferraz. Chove torrencialmente. Uma mulher procura abrigo em uma antiga pensão, a única casa em um raio de quilômetros. Existe apenas uma vaga em um quarto compartilhado. Parece ser suficiente para ela, que pretende seguir viagem tão logo a chuva cesse. No entanto, a espera pode ser mais longa que a duração de uma tempestade.


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PONTOS DE VISTA A OUTRA MARGEM Nathália Tereza Ficção, Cor, HDV, 26’, MS, 2015 Classificação Indicativa: 12 anos Direção de Produção: Ana Paula Málaga e Breno Benetti Produção Executiva: Ana Paula Málaga e Breno Benetti Roteiro: Nathália Tereza Direção de Arte: Camila Nham Fotografia: Eduardo Azevedo Montagem: Nathália Tereza e Tomás von der Osten Edição de Som: Tiago Bello Elenco: Pepa Quadrini e Natália Mazarim Filmografia do Diretor: Eu, Tereza (2009); Te extraño (2014); A casa sem separação (2015). Sábado à noite, centro­-oeste brasileiro. Jean é um agroboy que escuta a rádio local onde as pessoas deixam mensagens de amor.

Fábio Yamaji Ficção, p&b, 2K, 15’, SP, 2015 Classificação Indicativa: 12 anos Direção de Produção: Cristina Alves Produção Executiva: Liciane Mamede Roteiro: Fábio Yamaji e Caroline Okoshi Fioratti Direção de Arte: Belisa Proença Fotografia: Marcelo Trotta Montagem: Fábio Yamaji Som: Luís Rovai Edição de Som: Pedro Noisyman e Thiago Sachs Trilha Sonora: Maria de Medeiros Animação: Fábio Yamaji Elenco: Carolina Mânica, Sergio Mastropasqua, Tuna Dwek e Cadu (cão) Filmografia do Diretor: O divino, de repente (2009). Maria é guia de turismo em passeios pelo Centro da cidade de São Paulo. Seu cão, Glaz, a acompanha neste ofício. Maria é cega. “Pontos de vista” é um curta-metragem filmado em 16mm, com uma sequência em animação light painting e desenho de som envolvente. Este filme colocará os espectadores na pele dos personagens.


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22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

BIQUINI PARAÍSO Samuel Brasileiro Ficção, Cor, HDV, 16’, CE, 2015 Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Clara Bastos Produção Executiva: Clara Bastos Roteiro: Natália Maia e Samuel Brasileiro Direção de Arte: Dayse Barreto Fotografia: Juliane Peixoto e Leonardo Mouramateus Montagem: Victor Costa Lopes e Samuel Brasileiro Som: Pedro Diógenes e Rodrigo Fernandes Edição de Som: Érico Paiva Elenco: Wellington Fonseka, Loreta Dialla, Felipe de Paula, Clara Monteiro, Chico Alencar, Bruna Pessoa Filmografia do Diretor: Próxima parada (2011); Ladyjane (2012); Romance de minha vida (2012); Hoje eu acordei com o cheiro do teu perfume (2012); Lição de esqui (2013); O Animal sonhado (2015). Num carnaval de praia, é possível atravessar ou permanecer na festa. Em meio à nuvem de Maizena, é possível vislumbrar um olhar. Entre os altos decibéis, é possível ouvir o silêncio.

TARÂNTULA Aly Muritiba e Marja Calafange Ficção, Cor, 2K, 20’, PR, 2015 Classificação Indicativa: 16 anos Direção de Produção: Marisa Merlo, Antonio Junior Produção Executiva: Ana Catarina, Marisa Merlo Roteiro: Aly Muritiba e Marja Calafange Direção de Arte: Fabiola Bonofiglio Fotografia: Maurício Vianna Baggio Montagem: Guilherme Delamuta Som: Ale Rogoski Edição de Som: Ale Rogoski Elenco: Ana Clara Fischer, Giuly Biancato,Luma Domingues Zanetti, Malu Zanetti Domingues. Num casarão, mora uma família religiosa e aparentemente incompleta: uma mãe e suas duas filhas. Até que uma aparição perturbadora vem colocar as coisas em seu devido lugar.


19ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS

ATÉ A CHINA VERÃO POLONÊS André Mielnik Ficção, Cor, HDV, 19’, RJ, 2014 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Mari Paradiso Produção Executiva: Maria Barreto Roteiro: Mike Atallah, André Mielnik Direção de Arte: Elaine Soares Fotografia: João Atala Montagem: Diego Quinderé, André Mielnik Edição de Som: Bernardo Adeodato Trilha Sonora: Bernardo Adeodato Elenco: Renata Guida, Bruce de Araujo, Michael Atallah, Nicolas Bartolo, Lourenço Parente, Henrique Juliano, Daniel Dantas Filmografia do Diretor: Sobe, Sofia (2009); Só garotas (Série de TV)(2013). Verão Polonês nos conduz pelo Rio de Janeiro pelo olhar lacônico de uma garota polonesa recém-chegada da Cracóvia. Ela vem recriar uma experiência vivida pela mãe no Brasil. Munida de uma velha fotografia 3x4 e um desenho, ela vai procurar seu pai. Ela não fala português, ele não fala polonês.

Marão Animação, Cor, HDTV, 15’, RJ, 2015 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Marão Produção Executiva: Letícia Friedrich Roteiro: Marão Direção de Arte: Marão Montagem: Alessandro Monnerat Som: Ana Luiza Pereira Edição de Som: Ana Luiza Pereira Trilha Sonora: Duda Larson Animação: Marão Elenco: Vozes: Marão, Carlos D, Yohana Lazarova, Silvana Andrade, Lora Lazarova e Sofia Pichoneri Filmografia do Diretor: Cebolas são azuis (1996); Chifre de camaleão (2000); Pelotas de regurgitação(2000); Engolervilha (2003); O arroz nunca acaba? (2005); Engoleduaservilhas (2006); Seu dente e meu bico (2006); O anão que virou gigante (2008); Eu queria ser um monstro (2009); Engolelogoumajacaentão (2011) e Engole ou cospervilha? (2013). Fui pra China só com bagagem de mão. Na China, os motociclistas usam casaco ao contrário e os restaurantes servem cabeças de peixe, lagostins e enguias. A funcionária do evento estuda cinema e gosta de filmes de kung fu. Comprei pés de galinha embalados a vácuo.


CURTAS

22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

À FESTA. À GUERRA. Humberto Carrão Sinoti Ficção, Cor, 4K, 17’, RJ, 2015 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Victor Clin e Humberto Carrão Sinoti Produção Executiva: Victor Clin e Humberto Carrão Sinoti Roteiro: Humberto Carrão Sinoti Direção de Arte: Angelo Wolf Fotografia: Henrique Sales Montagem: Douglas Duarte e Marcelo Velloso Som: Caio Cesar Loures Edição de Som: Bernardo Uzeda Elenco: Flávio Pardal, Antônio Fragoso e Gustavo Gasparani. Um prefeito de uma cidade que está passando por muitas greves e manifestações assume uma estratégia para atrair investimentos: encomendar de uma escola de samba do carnaval do Rio de Janeiro um desfile que fale de sua cidade. O que ele não sabia, e agora parece intuir, é que o carnaval não é somente festa e alegria.

ALGUNS TRITÕES André Ehrlich Lucas Documentário, Cor, 2K, 16’, ES, 2015 Classificação Indicativa: 10 anos Produção Executiva: Ana Cristina Murta Fotografia: André Ehrlich Lucas Montagem: André Ehrlich Lucas Edição de Som: Vinicius Leal e Jesse Marmo Filmografia do Diretor: Espírito Santo Futebol Clube (2012). Um filme dos Tritões não pede desculpa.


19ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS

A COPA DO MUNDO NO RECIFE

QUINTAL

Kleber Mendonça Filho Documentário, Cor, HD, 13’, PE, 2014 Classificação Indicativa: Livre

André Novais Oliveira Ficção, Cor, 2K, 20’, MG, 2015 Classificação Indicativa: 18 anos

Direção de Produção: Tiago Melo Produção Executiva: Emilie Lesclaux, Dora Amorim Roteiro: Kleber Mendonça Filho Direção de Arte: Juliano Dornelles Fotografia: Ernesto Carvalho Montagem: Leonardo Sette, Juliano Dornelles, Kleber Mendonça Filho Som: Nicolas Hallet Edição de Som: Kleber Mendonça Filho Filmografia do Diretor: A feira (2014); O som ao redor (2013); Recife frio (2010); Noite de sexta manhã de sábado (2006); Eletrodoméstica (2005); Vinil verde (2004).

Direção de Produção: Luna Gomide Produção Executiva: Thiago Macêdo Correia Roteiro: André Novais Oliveira Direção de Arte: Mari Souto e Tati Boaventura Fotografia: Gabriel Martins Montagem: Thiago Ricarte Som: Maurílio Martins Edição de Som: Daniel Mascarenhas Trilha Sonora: Trilha não original Elenco: Maria José Novais e Norberto Novais Filmografia do Diretor: Uma homenagem a Aluízio Netto (2004); Fantasmas (2010); Estado de sítio (2011); Pouco mais de um mês (2013); Ela volta na quinta (2014).

O realizador, Kleber Mendonça Filho, foi convidado para registrar a passagem da Copa do Mundo na sua cidade, o Recife.

Mais um dia na vida de um casal de idosos da periferia.


CURTAS

22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

ANTES DESSA GUERRA Lucas Camargo de Barros, Nicolas Thomé Zetune Ficção, Cor, 2K, 23’, SP, 2015 Classificação Indicativa: 10 anos Direção de Produção: Patrícia Black Produção Executiva: Patrícia Black, Lucas Camargo de Barros, Nicolas Thomé Zetune, Pedro Geraldo, Deborah Viegas, Samyr Aissami Roteiro: Lucas Camargo de Barros, Nicolas Thomé Zetune Direção de Arte: Natalia Jodorsky Fotografia: Pedro Geraldo Montagem: Lucas Camargo de Barros, Nicolas Thomé Zetune Som: Leandro Lobo Edição de Som: Samyr Aissami Trilha Sonora: Samyr Aissami Elenco: Bruno Ribeiro, Gustavo Casabona, Frann Ferrareto Filmografia dos Diretores: Lucas Camargo de Barros: Crédito (2008); Duas fitas (2009); Corretor (2012); Algumas mortes (2012); Ouça o ciclone (2014); Nicolas Thomé Zetune: Alguns dias antes e outros depois (2013); As madrugadas (2014). Dentre rompimentos de memórias, deslocamentos geográficos e afetivos, revisitamos com Bruno a incursão em uma cidade cheia de ruído, mas que ainda emite algum mínimo murmúrio de amor.

EU QUERIA SER ARREBATADA, AMORDAÇADA E, NAS MINHAS COSTAS, TATUADA Andy Malafaia Ficção, Cor, 2K, 17’, RJ, 2015 Classificação Indicativa: 16 anos Direção de Produção: Vitor Medeiros Produção Executiva: Andy Malafaia, Carla Osório, Cavi Borges Roteiro: Andy Malafaia Direção de Arte: Rafael Amorim Fotografia: Daniel Bustamante Montagem: Douglas Soares Som: Vitor Kruter Edição de Som: Fábio Baldo Elenco: Fabiola Buzim, Márcio Vito, Leo Pyrata, Eduardo Cardoso Filmografia do Diretor: Palhaços (2011); Ventos do Açu (2012). Silvana quer fugir.


19ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS

VIRGINDADE Chico Lacerda Documentário, Cor, 2K, 16’, PE, 2014 Classificação Indicativa: 14 anos Direção de Produção: Chico Lacerda Produção Executiva: Surto & Deslumbramento Roteiro: Chico Lacerda Direção de Arte: Chico Lacerda Fotografia: Chico Lacerda Montagem: Chico Lacerda Edição de Som: Chico Lacerda Elenco: Adriano Lima, Bruno Oliveira, Carlos Fábio, Chico Lacerda, Edilson Lima, Fábio Ramalho, Fabrício França, Felipe Quérette, João Vigo, Luís Fernando Moura, Mário Jarbas, Pedro Neves, Rodrigo Almeida e Thalles Oliveira Filmografia do Diretor: Hipnose para leigos (2006); Doce e salgado (2007); O incrível trem que alçou vôo (2008); A banda (2010); Estudo em vermelho (2013). Se pudesse, eu voltaria a ser uma criança, só pra poder fazer mais do que eu já fiz quando era pequena!

SEM CORAÇÃO Nara Normande e Tião Ficção, Cor, 2K, 25’, PE, 2014 Classificação Indicativa: 14 anos Direção de Produção: Tiago Melo Produção Executiva: Emilie Lesclaux Roteiro: Nara Normande e Tião Direção de Arte: Thales Junqueira e Maurício Nunes Fotografia: Ivo Lopes Araújo Montagem: Nara Normande e Tião Som: Nicolas Hallet, Simone Dourado Edição de Som: Carlos Montenegro Elenco: Eduarda Samara, Rafael Nicácio, Ricardo Lavenère Filmografia dos Diretores: Nara Normande: Dia estrelado (2011); Tião: Eisenstein (2006); Muro (2008). Léo vai passar férias na casa de seu primo, em uma vila pesqueira. Lá, ele conhece uma menina apelidada de “sem coração”.


5ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS

5ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS

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5ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS

5ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS

5 M T C


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

DAS COISAS QUE ESTÃO NO MUNDO Erly Vieira Jr., Curador

I O C S DA T S E E U Q Que linhas de força conduzem a atual safra de longas-metragens apresentada no Festival de Cinema de Vitória? Em sua quinta edição (a quarta sob a atual curadoria), a Mostra Competitiva Nacional de Longas dá continuidade a um processo iniciado já desde sua primeira edição: a de acompanhar os desdobramentos de um momento ímpar (e ainda hoje bastante vigoroso) na cinematografia nacional recente: a ascensão de uma fértil safra de filmes que dialogam diretamente com as principais questões do Brasil contemporâneo, apontando para um enfrentamento das mais diversas tensões e contradições socioculturais, sempre sob a forma de experiências estéticas tão potentes quanto diversas entre si. Passada a euforia pela expansão de público e de volume de produção do cinema nacional nos primeiros anos deste século (naquele momento pós -Retomada), caberia a esta segunda década arriscar por caminhos novos, que dialogassem diretamente com o status quo do cinema mundial, trazendo também uma contribuição específica do olhar brasileiro às tensões inerentes ao panorama global.

No texto para o catálogo da segunda edição da Mostra (19º Festival de Vitória, 2012), já afirmávamos enxergar, no conjunto de filmes então selecionados, a presença simultânea de uma “cartografia do presente” e de um “esboço de futuro”, que apontavam para uma forma de dar as costas para um certo cinema autoral do escape, com seus separatismos idiossincráticos, e pensar em formas de se resistir “aqui dentro” – algo que, nas mostras seguintes, se consolidou, tanto pelo caráter micropolítico da seleção de 2013,


5ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS

S A IS O Ã T em total sintonia com as questões que naqueles dias tomaram as ruas, quanto pela diversidade de encontros com a alteridade, tão esteticamente pulsante na safra do ano passado. O que temos no conjunto atual de filmes é a continuidade natural do que já apontava a cartografia de alguns anos atrás.

estrelado por José Mojica Marins, outro nome seminal, pela primeira vez presente aqui no Festival. Capovilla traz seu trabalho mais recente, Nervos de aço, um mergulho ficcional e bastante radical na obra do compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues, num elenco que inclui os cantores Arrigo Barnabé e Ana Lonardi.

Alguns dos realizadores presentes este ano já são bastante conhecidos do público capixaba. Dois deles já participaram de edições recentes desta mostra: o carioca Allan Ribeiro, que levou o prêmio de melhor longa na 19ª edição do Festival com “Esse amor que nos consome” e retorna agora com Mais do que eu possa me reconhecer; e o capixaba Rodrigo Aragão que, dois anos após exibir seu terceiro longa, “Mar negro”, desta vez assina dois dos cinco episódios de As fábulas negras – filme que conta, ainda, com a direção de outros três nomes fundamentais no cinema de terror brasileiro: Joel Caetano, Petter Baiestorf e José Mojica Marins. Outros dois nomes tiveram seus curtasmetragens exibidos em edições anteriores do Festival: André Novais Oliveira, que estreia no longa-metragem com Ela volta na quinta, e Juliana Rojas, cujo segundo longa, Sinfonia da necrópole, marca o retorno da diretora às competições do Festival de Cinema de Vitória, três anos após seu curta-metragem “O duplo” ter levado três troféus na 19ª edição, em 2012.

Também fazendo uso das convenções do gênero musical, para em seguida subvertê-las, Sinfonia da necrópole tem como pano de fundo o crescimento desenfreado das metrópoles (um problema que também se traduz na superlotação de seus cemitérios). É a partir dele que o filme irá lançar um novo olhar, repleto de humor e fina ironia pop, tanto sobre o cinismo e a espetacularização que rodeiam a lucrativa partilha dos poucos espaços disponíveis numa cidade, quanto sobre as inquietudes, incertezas e amores fugidios de um jovem protagonista.

Completando a seleção, temos o veteraníssimo Maurice Capovilla, que, embora concorra pela primeira vez no Festival de Cinema de Vitória, é, desde a década de 60, um dos nomes mais importantes do cinema nacional – seu clássico “O profeta da fome”, inclusive, é

Outro gênero cinematográfico presente é o terror, aqui representado por As fábulas negras. Aqui, a reunião dos quatro principais nomes do segmento, assinando a direção deste longa de episódios, permite-nos experimentar, numa única tacada, alguns dos principais elementos que regem o horror nacional: do fascínio que se estabelece no contrato espectatorial pelo desconhecido que nos atemoriza, ao humor ácido que tempera a escatologia gore explícita em toneladas de sangue cenográfico e maquiagens de efeitos, temos aqui uma releitura da mitologia teratológica brasileira, seja em suas assombrações mais clássicas (como o Saci, o Lobisomem e o pacto demoníaco assinado por Iara) até seus correlatos modernos (a


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I O C S DA T S E E U Q Loira do Banheiro) e contemporâneos (o Monstro do Esgoto, num episódio de crítica direta à explosiva mistura entre poluição ambiental e corrupção política, tão próxima de nosso noticiário cotidiano). Outros dois filmes vão buscar no real a matéria-prima de seus enredos, configurando-se como verdadeiros filmes de reencantamento do mundo a partir de sua fabulação. Observamos isso na ampla empreitada que envolve a filmografia de André Novais Oliveira, desde os curtas-metragens “Fantasmas” (2010), “Domingo” (2011), “Pouco mais de um mês” (2013) e “Quintal” (2015) – nela, o quarto, a casa, a vizinhança são os pontos de partida para que amigos e parentes possam elaborar seus personagens a partir de fragmentos de suas experiências e relações cotidianas, num amálgama tão denso que se torna bem difícil perceber onde termina o real e onde começa a ficção. Aqui, os fatos vividos desencadeiam as situações, alimentadas pelas dúvidas inerentes aos desdobramentos possíveis das pequenas decisões que tomamos no dia a dia – e o insólito é aqui tratado com a mesma naturalidade que as tarefas domésticas mais banais. Em Ela volta na quinta, acompanhamos os pais do cineasta (também protagonistas de “Quintal”, selecionado para a Mostra Competitiva Nacional de Curtas deste ano), em sua casa suburbana, numa relação já desgastada (a separação parece sempre cogitada em diversos momentos), mas que ainda resiste a alguns lampejos, como o de dançar coladinho na sala de estar ao som daquela canção do Roberto – e é em torno das incertezas do futuro desse casamento


5ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS

S A IS O Ã T que os filhos tentam readequar seus planos futuros mais íntimos. Tudo se desenvolve num ritmo que nos envolve aos poucos, como se observássemos o lento correr da vida, sem maiores sobressaltos, mas sempre com renovado interesse por tantos pequenos – porém, importantíssimos – detalhes.

Já em Mais do que eu possa me reconhecer, de Allan Ribeiro, o diálogo da câmera com o real opera em outro registro. Por um lado, retoma-se uma condição já presente em seu longa anterior: acompanhar o processo criativo de um artista na intimidade de seu espaço – no caso, o pintor Darel Valença Lins, então já octogenário. Por outro, estabelece-se uma experiência de troca direta entre a solidão de oitocentos metros quadrados de um homem, em meio a seu ateliê, repleto de desenhos, gravuras e pinturas das mais diversas décadas (algumas até inacabadas) e seus arquivos, e as visitas periódicas de um cineasta que muitas vezes também chega sozinho. Em torno desse encontro, e das muitas conversas que dele decorrem, entrecortando os usuais silêncios daquela grande casa, é que o cineasta irá elaborar seu filme. Mas não somente isso. Darel também se dedicou, nos anos mais recentes, a fazer seus próprios registros videográficos, filmes de muitos silêncios que dialogam diretamente com a experiência de ser o único frequentador usual daquele gigantesco ateliê. E é do cruzamento entre câmeras e olhares, seja o cineasta que assiste às videoartes do pintor, sejam os comentários deste a respeito do que documenta a câmera empunhada pelo visitante, que se dá não

somente a matéria-prima, mas também a grande força que move esse novo trabalho de Allan Ribeiro. Das ficções que partem de questões da vida real que experimentamos todos os dias (a destruição dos ecossistemas, em um dos episódios de As fábulas negras; o crescimento acelerado e sufocante das grandes cidades, em Sinfonia da necrópole) e que servem de pano de fundo para que os filmes possam falar de outros temas que lhes são tão caros, ao jogo metalinguístico que ressignifica uma parte essencial do cancioneiro popular brasileiro (Nervos de aço), em composições musicais que nos acompanham por toda uma vida; do incansável empreendimento de se convidar homens e mulheres comuns ao exercício da ficcionalização do mundo a seu redor (Ela volta na quinta) à ampla troca de olhares que se cruzam (em todos os sentidos do termo) num encontro atentamente documentado pela câmera (Mais do que eu possa me reconhecer): é dessas coisas, que estão no mundo (“só é preciso aprender”, já dizia a antiga canção de Paulinho da Viola), que se faz o conjunto de longas-metragens selecionados este ano para a Mostra Competitiva do Festival de Cinema de Vitória. O resultado desse constante aprendizado, registrado pelo olhar sempre instigante de tantos inquietos cineastas, desdobra-se na riqueza e diversidade de propostas que atravessam a atual safra de longas-metragens brasileiros, prontos para serem compartilhados por plateias sempre ávidas por novas formas de experimentar e dialogar com o mundo ao nosso redor.


LONGAS

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NERVOS DE AÇO Maurice Capovilla Ficção, Cor, HDTV, 90’, RJ, 2015 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Claudio Pereira Produção Executiva: Marília Alvim Roteiro: Maurice Capovilla Direção de Arte: Enio Ortiz Fotografia: Lúcio Kodato Montagem: Marília Alvim Som: Fernando Basso Edição de Som: Clement Zular e Kiko Ferraz Trilha Sonora: Matias Capovilla Elenco: Arrigo Barnabé, Ana Lonardi, Pedro Sol, Juliana Thomaz Filmografia do Diretor: Bebel, garota propaganda (1968); O profeta da fome (1970); Jogo da vida (1977); Harmada (2003). “Nervos de Aço” é uma revisão moderna da obra de Lupicínio Rodrigues, sob a forma de um filme musical, com a estrutura dramática e melódica de uma opereta brasileira. As músicas narram uma história de amor e ciúme. O filme enfoca o drama de um triângulo amoroso, os personagens fazem parte de uma banda e ensaiam um espetáculo. Enquanto ensaiam a trilha musical e discutem a forma do espetáculo, os personagens vivem seus dramas pessoais em confronto ou consonância com as letras “dor de cotovelo” do velho Lupicínio. A ideia que se tem é que se repete na vida real o conflito amoroso da trilha musical.

AS FÁBULAS NEGRAS Rodrigo Aragão, Joel Caetano, Petter Baiestorf e José Mojica Marins Ficção, Cor, HDV, 93’, ES, 2015 Classificação Indicativa: 16 anos Direção de Produção: Kika Oliveira e Mayra Alarcón Produção Executiva: Hermann Pidner Roteiro: Rodrigo Aragão, Joel Caetano e Petter Baiestorf Direção de Arte: Giovanni Coio, Kika Oliveira e Jorge Allen Fotografia: Marcelo Castanheira e Alexandre Barcelos Montagem: Rodrigo Aragão e Joel Caetano Som: Fernando Paschoal e Alexandre Barcelos Edição de Som: Alexandre Barcelos e Arthur Navarro Trilha Sonora: Gangrena Gasosa e FePaschoal Filmografia dos Diretores: Chupa-cabras (2005); Mangue negro (2008); A Noite do chupacabras (2011); Mar negro (2013); Revelações de um cineasta canibal (2015). Um grupo de crianças embarca numa aventura macabra povoada com personagens do imaginário popular brasileiro: lobisomem, bruxa, fantasma, monstro e Saci. Com o encontro antológico entre quatro dos nomes mais importantes do terror nacional: Rodrigo Aragão, Petter Baiestorf, Joel Caetano e José Mojica Marins, o eterno Zé do Caixão.


5ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS

MAIS DO QUE EU POSSA ME RECONHECER Allan Ribeiro Documentário, Cor, HDV, 72’, RJ, 2015 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Cavi Borges Produção Executiva: Cavi Borges e Allan Ribeiro Roteiro: Douglas Soares e Allan Ribeiro Direção de Arte: Darel Valença Lins Fotografia: Allan Ribeiro e Darel Valença Lins Montagem: Will Domingos e Allan Ribeiro Som: Douglas Soares Edição de Som: Allan Ribeiro Elenco: Darel Valença Lins Filmografia do Diretor: Desconforto (2001); Senhoras (2002); Boca a boca (2003); Papo de botequim (2004); O brilho dos meus olhos (2006); Depois das nove (2008); Ensaio de cinema (2009); A dama do Peixoto (2011); Com vista para o céu (2011); Esse amor que nos consome (2012). Uma solidão de oitocentos metros quadrados, em que o espelho já não lhe basta. Um artista plástico descobre na video-arte uma companheira inseparável. Darel não gosta de fazer cinema.

SINFONIA DA NECRÓPOLE Juliana Rojas Ficção, Cor, HDV, 85’, SP, 2014 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Anatalia Lyrio Produção Executiva: Max Eluard Roteiro: Juliana Rojas Direção de Arte: Fernando Zuccolotto Fotografia: Flora Dias Montagem: Manoela Ziggiatti Som: Gabriela Cunha Edição de Som: Daniel Turini e Fernando Henna Elenco: Eduardo Gomes, Deodato Luciana Paes, Jaqueline Hugo Villavicenzio, Aloízio Paulo Jordão, Jaca Germano Melo, Humberto Luís Mármora, Padre Chico Antonio Veloso, Dirceu Augusto Pompeo, Baltazar Adriana Mendonça, Guta Filmografia do Diretor: Nascemos hoje, quando o céu estava carregado de ferro e veneno (2013); O duplo (2012); Pra eu dormir tranqüilo (2011); Trabalhar cansa (2011); As sombras (2009); Vestida (2008); Um ramo (2007); A criada da condessa (2005); O lençol branco (2004). Na cidade de São Paulo, a rotina do aprendiz de coveiro Deodato muda quando uma nova funcionária chega ao cemitério. Juntos, eles devem fazer o recadastramento dos túmulos abandonados, mas estranhos eventos fazem o aprendiz questionar as implicações em se mexer com os mortos.


LONGAS

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ELA VOLTA NA QUINTA André Novais Oliveira Ficção, Cor, 2K, 108’, MG, 2014 Classificação Indicativa: 12 anos Direção de Produção: Thiago Macêdo Correia Produção Executiva: Thiago Macêdo Correia Roteiro: André Novais Oliveira Direção de Arte: Tati Boaventura Fotografia: Gabriel Martins Montagem: Gabriel Martins Som: Maurilio Martins Edição de Som: Fábio Baldo Trilha Sonora: Vários Elenco: Maria José Novais Oliveira, Norberto Novais Oliveira, André Novais Oliveira, Renato Novais Oliveira, Elida Silpe, Carla Patrícia Filmografia do Diretor: Uma homenagem a Aluizio Netto (2004); Fantasmas (2010); Domingo (2011); Pouco mais de um mês (2013); Quintal (2015). “Alguém partiu, alguém ficou”.



4ª MOSTRA CORSÁRIA

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4ª MOSTRA CORSÁRIA

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CINEMA DE AVENTURA Rodrigo de Oliveira, Curador

A distância de quatro anos entre a criação da Mostra Corsária e sua apresentação nesta vigésima segunda edição do Festival de Cinema de Vitória desperta um memorialismo natural da curadoria. Em 2012, diante de um conjunto de filmes que representava duas safras acumuladas, nos perguntávamos: mas onde estão os finais felizes? Ainda que as outras artes narrativas já tivessem saltado desta onda há muito tempo, o cinema – arte adolescente – se estabelecera como o lugar do bom desfecho, de um senso de encerramento satisfatório tanto da jornada dos personagens como daqueles que os assistiam. Acima de tudo, justamente por sua adolescência, um encerramento parcial, desejoso de futuro, de caminhos possíveis para além do fim da trama.

a m e n i C n e v a de Apontar caminhos, no interior dos filmes ou para além deles, significa estabelecer universos completos, que permitam a navegação livre. Há algum tempo já, é no curta-metragem que o cinema brasileiro mais se permite o risco da criação. O atrevimento aí subentendido tem, é claro, a ver com a idade, com a natural renovação e disseminação de realizadores num meio dado a “primeiros passos”. Mas também, há algum tempo, as novas possibilidades tecnológicas de produção e a descentralização geográfica destes quadros fizeram com que esses primeiros passos fossem sucedidos imediatamente por segundos, terceiros, infinitos outros. Jovens cineastas, e outros nem tanto, mas todos com um mesmo espírito de produção ao mesmo tempo volumosa e bem cuidada, com vários filmes produzidos, às vezes, no mesmo ano. O mundo existe, tem uma assinatura e um senso de história.


4ª MOSTRA CORSÁRIA

v a e d a a r u t n n i c E ele tem cada vez mais a imagem e semelhança do mundo real. Se falávamos, quatro anos atrás, dos cineastas corsários, como aqueles de um “cinema de arestas”, num misto de domínio e errância, de voluntarismo e desaprendizado, a seleção da Mostra Corsária, em 2015, reforça a inviabilidade da forma perfeita, mas a coloca sob nova luz. De volta aos finais felizes: se o início da trajetória deste novo cinema brasileiro autoral estabeleceu-se em movimento centrípeto, em direção não só aos interiores literais (mais fáceis e baratos de filmar, não só no “filme de apartamento” como também no “filme de estrada”), mas também a um desejo de investigação da clausura física e emocional, da angústia e da desesperança, de uma “doença de alma” que parecia atingir a quase todos os filmes, em quatro anos, este movimento se inverte quase por completo.

O quanto há nisso de consciência reativa ou de natural mutação histórica nunca saberemos, mas o fato é que arestas e dissonância são cada vez menos debitadas na conta da autoria ou de um modo de produção e, cada vez mais, no espelhamento das arestas e dissonâncias do próprio mundo, ao qual os filmes já não têm medo de representar tal e qual. Estes são tempos extremamente pessimistas e taciturnos, mas os filmes destes novos corsários já não se interessam tanto pela encenação do peso. E, mesmo quando ele ali está, lembram sempre que estes também são, paradoxalmente, os tempos da retomada do poder da rua, da libertação a fórceps, da convocação à intervenção no curso da História. Isso não se faz mais do quarto ou do carro,

e o resultado disso, sombrio que possa parecer, é sempre o da “gravidez de um futuro”.

O gesto mais simples é mesmo o de levar os filmes à rua, já não na trajetória mistificadora do interior, mas atravessando a urbanidade e se permitindo ao coletivo. Os protagonistas de Como são cruéis os pássaros da alvorada e Sem você a vida é uma aventura, mergulhados em crises pessoais, ainda assim tomam a medida de suas dores no espelho da rua, do trajeto entre espaços públicos, da interação com o Outro. Mesmo que isolada na rotina de casa, a garota de Ociosa passa longe da misantropia que ameaçava um cinema anterior, e, diante da alteridade impossível, encanta-se consigo mesma – e nisso também não encontra narcisismo, tema de aparência de Joga as tranças, Rapunzel. Ali, parecem estar encenados todos os tópicos do Novíssimo Cinema (o isolamento, a metáfora do interior em obras como processo de construção interna, os personagens que falam um por cima do outro sem nunca se ouvirem), mas isso tudo é tomado não só com a alegria externa do travestismo-como-performance, mas, sobretudo, com a encenação da crítica da alegria. A cidade é, ao mesmo tempo, o paraíso dos que sobrevivem a ela e o depositário das memórias daqueles que partiram, como em A casa sem separação, mas a morte de um ente querido só pode ser superada em grupo, pela reunião das netas que se reencontram. Na vida em comunidade, a tragédia pode ser a da inundação e a do apagamento de rostos e identidades, mas a mera reunião destas vozes


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

a m e n i C n e v a de sem corpo em filme já aponta para a continuidade, para a vida após a morte de De profundis. E sair da cidade para habitar a natureza já não tem o sentido de exílio, mas de retorno a um certo primitivismo fundamental – amantes que viram água e mata, que são pedaços de corpos amalgamados pela montagem, que desafiam a poesia lírica da narração pelo concretismo dos animais soltos (Javaporco).

O filme de câmara permanece forte e, em seu limite, pode-se operar essa mesma repartição dos corpos não por sua transformação em algo outro, mas pela libertação de suas pulsões mais naturais – o sexo, a dor – rumo à abstração (Action painting Nº1/Nº2). A câmara ainda serve como espaço de refundação do coletivo ensimesmado, agora já francamente entregue à loucura e à vertigem (Casa de gêmeos), mas também como ilha cercada pela (falta de) água por todos os lados, como em Aluguel: o filme e seu relato da opressão econômica de São Paulo sobre aqueles que estão à margem, movimento social indiferente que, no entanto, conclama à reação. Da câmara radical, o espaço mínimo entre a tela do computador e o rosto do realizador, retira-se política da internet e devolve-se a seu ambiente natural, narrativa de opostos e a síntese de mundo – o cinema como poderosa máquina matadora de fascismos (Onde vivem os monstros). O que talvez marque a seleção desta Mostra Corsária, finalmente, seja um senso desbragado de aventura, de entrega emocional ao desconhecido e também da aventura como gênero cinematográfi-


4ª MOSTRA CORSÁRIA

v a e d a a r u t n d co, com seus arremedos de perseguição, rebeldia, explosão, paixões encontradas pela estrada, remix contemporâneo do protagonista de cinema como (novamente) o herói de uma jornada. Muriel, filme e herói, querem encontrar um novo amor no banco de praça que for, mas, às vezes, é a deambulação forçada pela perda do último ônibus que leva à conexão com a experiência romântica (De terça pra quarta). No postinho de conveniência, estão as meninas que garantem o fim da melancolia da separação, mas, mesmo que não haja fim possível para isso, há pelo menos o encontro no apartamento vazio, na tábula rasa do tudo-o-que-nos-aguarda-no-futuro (Aqueles que ficam). O importante é seguir tentando, e ter na câmera a companheira e confidente que o vagar pelo mundo ainda não ofereceu (Biston Betularia). E se for só de sonho que se puder se viver, de carta escrita para a figura ausente, que o sonho seja fantástico e que a imagem do sonho seja a presença de corpos reais intervindo no mundo real (Chamas de cabrito). E se nada mais der certo, há sempre Ginger Rogers e Fred Astaire, o fado português e a saudade do amigo que se foi. Nunca se fez um filme de amor tão radicalmente fundado na felicidade como Sem título #1: dance of Leitfossil. Nele cabe tudo, o filme de câmara e a inserção no corpo social, o exercício da memória trágica e a celebração da vida, o isolamento do cineasta combatido a golpes de montagem e filtro de cor. Ali, a Mostra Corsária encontra seu final feliz e, novamente, se preenche de saídas para um futuro.


CORSÁri

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SEM VOCÊ A VIDA É UMA AVENTURA Alice Andrade Drummond Ficção, Cor, HDTV, 24’, SP, 2015 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Erika Fromm Produção Executiva: Max Eluard Roteiro: Alice Andrade Drummond Direção de Arte: Luiza Conde Fotografia: Bruno Risas e Flora Dias Montagem: Juliana Rojas Som: Fernando Russo Elenco: Amanda Tatiana da Silva, André Gama Pepe Pedra, Paula Lice, Ana Andreatta, Ivo Müller Filmografia do Diretor: Complete (2009); The state of priorities (2010); Chalk (2012); Without you life is an adventure (2015). É sexta-feira. Amanda, uma jovem empregada doméstica dos arredores de São Paulo, planeja passar um final de semana com sua família na praia. Mas, quando sua patroa não retorna pra casa em tempo de Amanda pegar o ônibus, e enquanto todas as suas expectativas parecem frustradas, ela encontra um tipo de liberdade que nunca havia experimentado antes.

SEM TÍTULO # 1: DANCE OF LEITFOSSIL Carlos Adriano Videoarte, Cor, HDTV, 6’, SP, 2014 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Carlos Adriano Produção Executiva: Carlos Adriano Roteiro: Carlos Adriano Direção de Arte: Carlos Adriano Fotografia: Carlos Adriano Montagem: Carlos Adriano Som: Carlos Adriano Edição de Som: Carlos Adriano Trilha Sonora: Carlos Adriano (música), Ana Moura (intérprete), Pedro da Silva Martins (autor) Animação: Carlos Adriano Elenco: Fred Astaire, Ginger Rogers, Bernardo Vorobow Filmografia do Diretor: Suspens (1989); A luz das palavras (1992); Remanescências (1997); A voz e o vazio: a vez de Vassourinha (1998); O papa da pulp: R. F. Lucchetti (2002); Militância (2002); Um café com o Miécio (2003); Porviroscópio (2006); Das ruínas a rexistência (2007); Santoscópio = Dumontagem (2009); Santos Dumont pré-cineasta? (2010). O improvável duo de um fado para o saudoso convidado. Justaposição poética. Aproximação de realidades distantes. Litanias do luto. Espectros e remanescências da imagem sobrevivente. Musas da memória “MnemoCyne” conjuram a dor, saúdam a saudade. Da série “Apontamentos para uma AutoCineBiografia (em Regresso)”.


4ª MOSTRA CORSÁRIA

BISTON BETULARIA Ive Machado Documentário, Cor, HDTV, 13’, PR, 2015 Classificação Indicativa: 10 anos Direção de Produção: Ive Machado, Isabele Orengo Produção Executiva: Isabele Orengo Roteiro: Ive Machado Fotografia: Ive Machado Montagem: Ive Machado Som: Andrielle Rosa, Nuno Pedro Fernandes Edição de Som: Ive Machado Trilha Sonora: Joana Jorge, Matheus Carvalho Elenco: Elvio Manuel Ribeiro dos Santos Filmografia do Diretor: Um dia (2013). A espécie de mariposas cientificamente conhecida como Biston Betularia é o mais clássico exemplo das teorias evolutivas de Charles Darwin, que as divide entre pretas e brancas. Mas as mariposas não são o tema desse filme.

MURIEL Vanessa Cavalcante Ficção, Cor, 2K, 18’, CE, 2014 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Salomão Santana Produção Executiva: Salomão Santana Roteiro: Vanessa Cavalcante Direção de Arte: Dimitri Lomonaco Fotografia: Guilherme Silva Montagem: Salomão Santana Som: Henrique Gomes Edição de Som: Érico Paiva Elenco: Tatiane Albuquerque, Jamenes Prata, Tony Nunes. Muriel nunca teve uma namorada. Após ver uma chamada de um programa de TV, ele decide que está na hora da sua vida mudar, de arrumar uma namorada e de não mais ser um fracasso.


CORSÁri

22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

A CASA SEM SEPARAÇÃO Nathália Tereza Ficção, Cor, HDV, 25’, PR, 2015 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Caroline Biagi Produção Executiva: Caroline Biagi Roteiro: Nathália Tereza Direção de Arte: Ana Paula Málaga Carreiro Fotografia: Eduardo Azevedo Montagem: Nathália Tereza e Tomás von der Osten Edição de Som: Vitor Moraes Elenco: Mariana Mello, Ailen Scandurra, Isadora Terra, Fran Lipinski, Vida Santos Filmografia do Diretor: Eu, Tereza (2009); Te extraño (2014); A outra margem (2015). Mariana e suas primas estão na pequena cidade de Sertaneja, na noite do velório da avó. No carro onde passam a noite, a lâmpada interna não desliga.

ALUGUEL: O FILME Lincoln Péricles Ficção, Cor, HDTV, 16’, SP, 2014 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Lincoln Péricles Produção Executiva: Lincoln Péricles Roteiro: Bruno Marra e Lincoln Péricles Direção de Arte: Lincoln Péricles Fotografia: Lincoln Péricles Montagem: Lincoln Péricles Som: Bruno Marra Edição de Som: Lincoln Péricles Trilha Sonora: Ordinaria Hit Elenco: Felipe Terra Falta água na periferia de São Paulo. A reunificação pacífica não acontecerá.


4ª MOSTRA CORSÁRIA

ONDE VIVEM OS MONSTROS?

JOGA AS TRANÇAS, RAPUNZEL

Ythallo Rodrigues Documentário, Cor, HDV, 10’, CE, 2015 Classificação Indicativa: 14 anos

Matheus Rocha Videoarte, Cor, HDV, 15’, SP, 2015 Classificação Indicativa: 10 anos

Direção de Produção: Ythallo Rodrigues Produção Executiva: Filmes de Alvenaria Roteiro: Ythallo Rodrigues Direção de Arte: Ythallo Rodrigues Fotografia: Ythallo Rodrigues Montagem: Ythallo Rodrigues Edição de Som: Ythallo Rodrigues Filmografia do Diretor: Adeus, meu bem (2005); Seu Alves (2007); Dama da noite (2007); A noite (2008); Praia do futuro - um filme em episódios (2008); Amor (2010); O homem com o celular de filmar (2011); Carta ao pai (2011); Lampião (2011); Luzes (2011); Os versos mais lindos (2013); Narciso (2014).

Direção de Produção: Matheus Rocha Produção Executiva: Matheus Rocha Roteiro: Matheus Rocha Direção de Arte: Sergio Silva, João Marcos de Almeida, Arthur Tardioli, Fernando Zuccolotto Fotografia: Matheus Rocha Montagem: João Marcos de Almeida e Matheus Rocha Edição de Som: Matheus Rocha (Edição de Som), Edson Secco (Mixagem) Trilha Sonora: Marco Dutra Elenco: Eduardo Gomes, Arthur Tardioli, Paula Lice (voz) e Lia Lordelo (voz) Filmografia do Diretor: Sensações contrárias (2007); A sutil circunstância (2010); Náufragos (2010).

Era uma vez um país sem maravilhas.

Telma e Luisa decidem fazer uma videodança.


CORSÁri

22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

OCIOSA

CHAMAS DE CABRITO Lohayne Lima Ficção, Cor, HDV, 9’, CE, 2015 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Shay Peled Roteiro: Shay Peled Direção de Arte: Shay Peled Fotografia: Matheus Noronha Montagem: Matheus Noronha Som: Shay Peled Edição de Som: Matheus Noronha Elenco: Malu Caliman

Direção de Produção: Antonia Gome Produção Executiva: Antonia Gomes Roteiro: Lohayne Lima Direção de Arte: Grenda Lisley; Lohayne Lima Fotografia: Grenda Lisley; Lohayne Lima Montagem: Grenda Lisley; Lohayne Lima Som: Grenda Lisley; Lohayne Lima Edição de Som: Grenda Lisley; Lohayne Lima Trilha Sonora: Grenda Lisley; Lohayne Lima Filmografia do Diretor: (mesmo no erro) (2013).

Os sons do cotidiano urbano inundam um apartamento sossegado e se mesclam aos sons produzidos na rotina ociosa de Malu.

Cactus estão em todas as partes e, às vezes, quanto mais difícil de alcançar, quanto mais distante o lugar em que ele cresce, mais especial é sua flor.

Shay Peled Ficção, Cor, HDTV, 12’, ES, 2015 Classificação Indicativa: Livre


4ª MOSTRA CORSÁRIA

DE PROFUNDIS Isabela Cribari Documentário, Cor, 2K, 21’, PE, 2014 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Germana Pereira Produção Executiva: Isabela Cribari Roteiro: Isabela Cribari Fotografia: Nicolas Hallet Montagem: Vinícius Nascimento Som: Simone Dourado Edição de Som: Gera Vieira Trilha Sonora: Guilherme Vaz. E hoje, tem o quê? Nada! Lá o povo amanhecia e ia pra sua ilha. E aqui? Nada! Da riqueza fomos pra pobreza. A gente não cria nada. Achava que aquilo não ia acontecer não. Foi difícil pra todo mundo. Tanto chorava o grande, como chorava o pequeno. Rezando e chorando. Eu vi minha família definhar. Aos pouquinhos, roubaram a gana, a vida. Ela cortou os pulsos. Ela, veneno. Uma colega muito pra frente, 15 Diazepam, aí inchou. Ela, remédio. Ela pulou da torre. Duas vezes. Um amigo: veneno. Após veneno, simplesmente colocou a corda no pescoço e, e, e... Não tem explicação. Cheguei a tomar. 12 envelopes. Cada comprimido 850g. Continuo tomando. Quatro anos. Viciada. Não consigo. Minha irmã tomou, melhora uma, outra adoece. Já é, comigo, o quarto na família. Vamos voltar pra trás para a água levar nós também. Dormir. Morrer.

CASA DE GÊMEOS Renato Miranda Ficção, Cor, H264, 9’12”, ES, 2015 Classificação indicativa: 12 anos Diretor de produção: Matheus Fraga e Izaías Almeida Roteiro: Caio Correa e Renato Miranda Direção de Arte: Caio Correa Fotografia: Luiza Grillo Montagem: Luiza Grillo Som: Gabriel Cardoso e Gabriel Madeira Edição de Som: Gabriel Madeira Trilha Sonora Original: Renato Miranda Elenco: Thiago Oliveira, Igor Marques, Matheus Rabello, Heitor Perpétuo Filmografia do Diretor: Meltdown (2015). Um grupo de jovens adentra a Casa de Gêmeos, uma casa de festas retro-futurista habitada por misteriosas criaturas da noite, para a melhor – e última – festa de suas vidas.


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AQUELES QUE FICAM Arthur Lins Ficção, Cor, HDTV, 23’, PB, 2015 Classificação Indicativa: 12 anos Direção de Produção: Virginia Duan e Marília Rocha Produção Executiva: Virgínia Duan e Marília Rocha Roteiro: Arthur Lins Direção de Arte: Sassá Martins Fotografia: Jhésus Tribuzi Montagem: Arthur Lins Som: Gian Orsini Edição de Som: Bruno Alves Elenco: Ian Abé, Gladson Júnior (Galego), Liuba de Medeiros, Cely Farias Filmografia do Diretor: Um fazedor de filmes (2007); O plano do cachorro (2009); A felicidade dos peixes (2011); O matador de ratos (2013). Tomara que você tenha sorte nesta viagem. Que você descubra novas paixões. Sorte pelo que surgir... pelo inesperado da vida.

DE TERÇA PRA QUARTA Victor Costa Lopes Ficção, Cor, HDV, 13’, CE, 2015 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Ticiana Augusto Lima Produção Executiva: Ticiana Augusto Lima Roteiro: Breno de Lacerda e Victor Costa Lopes Fotografia: Luciana Vieira Montagem: Guto Parente e Victor Costa Lopes Som: Rodrigo Fernandes Elenco: Andréia Pires, Geane Albuquerque, Getúlio Cavalcante, Leonardo William, Renan Capivara Filmografia do Diretor: Presídio (2011); Cidade postal (2013); Curitiba (2013); O animal sonhado (2015). Na madrugada, um garoto, a cidade e encontros inesperados.


4ª MOSTRA CORSÁRIA

JAVAPORCO Leandro das Neves e Will Domingos Ficção, Cor, 2K, 13’, RJ, 2014 Classificação Indicativa: 16 anos

ACTION PAINTING Nº 1 / Nº 2 Krefer e Turca Videoarte, Cor, HDTV, 7’, PR, 2014 Classificação Indicativa: 16 anos Direção de Produção: Krefer Produção Executiva: Krefer Roteiro: Krefer Direção de Arte: Turca Fotografia: Turca Montagem: Krefer Elenco: Krefer, Turca Filmografia dos Diretores: Krefer: Paisagem eletrônica nº. 1 (2008); Deus (2010); Casa (2011); Estudo de persistência (2014). Sexo como gesto criativo mútuo.

Direção de Produção: Leandro das Neves e Will Domingos Produção Executiva: Leandro das Neves e Will Domingos Roteiro: Leandro das Neves e Will Domingos Direção de Arte: Leandro das Neves e Will Domingos Fotografia: Will Domingos Montagem: Leandro das Neves Som: Leandro das Neves e Guilherme Farkas Edição de Som: Leandro das Neves Elenco: Leandro das Neves e Will Domingos Vozes: Lucas Nascimento e Tomás Braune Filmografia dos Diretores: Will Domingos: Amado (2013); Trevas (2013); Glória iluminada (2015 - em finalização). Disseram que havia um canavial lá fora. E que agora toda a memória da cana se espalhou por aí.


CORSÁri

22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

COMO SÃO CRUÉIS OS PÁSSAROS DA ALVORADA João Toledo Ficção, Cor, 2K, 22’, MG, 2015 Classificação Indicativa: 12 anos Direção de Produção: Marcella Jacques Produção Executiva: Marcella Jacques Roteiro: João Toledo Direção de Arte: Tatiane Boaventura Fotografia: Bruno Risas Montagem: João Toledo Som: Gustavo Fioravante Edição de Som: Guile Martins Elenco: Aruan Mattos, Andrés Schaffer, Paula Simone, Edméia Nogueira, Ivan Toledo, Nikky Rose Filmografia do Diretor: A janela (ou vesúvio) (2009); Estado de sítio (2011); Aliança (2014). Ele não estava lá. Tampouco conseguia sair do lugar.



4ª MOSTRA FOCO CAPIXABA

4ª MOSTRA FOCO CAPIXABA

4ª MOSTRA FOCO


4ª MOSTRA FOCO CAPIXABA

4ª MOSTRA FOCO CAPIXABA

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22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

OS EFEITOS DA ILHA Rodrigo de Oliveira, Curador

t i e f e os s o a h il Há quatro anos, como parte da programação do Festival de Cinema de Vitória, a mostra Foco Capixaba se estabelece como o grande panorama da inventividade do cinema contemporâneo capixaba. A ideia de panorama aqui é fundamental: este é um grupo de filmes que responde, ao mesmo tempo, às especificidades de suas narrativas e dos anseios de seus realizadores e também a uma consciência coletiva e histórica da trajetória que o cinema capixaba cumpriu até aqui. Foi-se o tempo em que o termo “diversidade” servia para explicar o que se fazia por aqui – uma diversidade calcada na precariedade de meios, no espaçamento de carreiras por conta de condições materiais ou tecnológicas, na inconsistência de grupo e de uma noção de geração sempre contingencial e nunca programática.

O cinema capixaba se fortaleceu quanto menos diverso se tornou: os modos de produção avançam, a formação se enriquece, o cinema do passado ressurge e informa o cinema do presente. Especificidade é a palavra de ordem, e o que parece importar agora é o quão pessoal e intransferível um filme pode ser. Não à toa, é justamente o mergulho na idiossincrasia que revela a conexão mais profunda entre os realizadores de naturezas e bagagens tão diversas. Todo filme é uma ilha, e, em Vitória, sabemos bem o quão improvável é o isolamento, mesmo que estejamos cercados de água por todos os lados. E, assim, reúnem-se cineastas surgidos nos anos 1990, como Tatiana Rabelo e Rodrigo Linhales, Virginia Jorge e Saskia Sá, a realizadores dos anos 2010,


4ª Mostra Foco Capixaba

a d s o t o t i e f e s ef como Eduardo Madeira, Tati Franklin e Diego de Jesus, e os filmes não só se conversam e se completam como também ajudam a iluminar as negativas e as interdições de certos caminhos. O mais relevante deles talvez seja a recusa ao realismo, aspecto que marca fortemente a história do cinema capixaba. Mesmo em documentários como Insular, de Tati W. Franklin, e Invisível, de Diego de Jesus, o ímpeto de contato com a realidade pura de seus objetos é carregado por um desejo de desconstrução da naturalidade do real, da percepção do mundo como uma série de artifícios que nos habituamos a tomar como corriqueiros (a pequena ilha de pescadores que todos vemos ao passar pela praia, os jogos de futebol que todos sabemos como funcionam). Assim, mais do que a verdade de seus objetos, o que vemos é sempre a engrenagem de seu funcionamento como construção fictícia: uma família comum vivendo em situação extraordinária não pode se explicar pelo depoimento, e, por isso, merece etnografia e aprofundamento do abismo entre “nós” e “eles”; e mesmo quando há depoimento de personagens históricos de um time de futebol, a experiência de um estádio cheio em dia de jogo é tão dada à intervenção, do olhar da câmera e da edição, como se aquele fosse um universo de fábula. O outro lado da moeda do realismo é a investigação dos estados de alma e a conjugação de imagens e sons que possam materializar a psicologia humana, ali onde apenas a observação dos corpos pelo mundo é insuficiente para dar conta de seus sentimentos e obsessões. Dinossauros, de Eduardo

Madeira, e A própria cauda, de Virginia Jorge, por vias bem diversas, chegam ao mesmo retorno primário à condição de bicho, seja pela manifestação mutante de um amor adulto e perturbado, seja pela involução imaginária de uma menina presa num mundo de apartamentos fechados e parques insuficientes. Exílio, de Saskia Sá, para encarar o dado real e duramente crível de uma relação romântica abusiva, investe na imaginação da liberdade de sua protagonista, e também só através da imaginação é capaz de reencenar a violência mais crua e inescapável do destino desta mulher. E, por fim, mais do que as amarras do amor, da doença física e mental ou da crueldade, é preciso escapar do próprio tempo, e levar ao futuro imaginário de Distopia, de Tatiana Rabelo e Rodrigo Linhales, os mesmos motivos de opressão e paranoia que marcam o presente. Nessa ilha - meio arquibancada de estádio, meio praça pública; meio praia deserta, meio bunker pós-apocalíptico-, nesse espaço de cinema que equilibra tantas especificidades, a Mostra Foco Capixaba celebra a impressão de completude, da ideia, eternamente em processo, de um cinema capixaba cuja história já tem um século de existência e que, no entanto, está apenas começando.


foco ca

22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

DINOSSAUROS Eduardo Madeira Ficção, Cor, 2K, 19’, ES, 2015 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Raphael Gaspar Produção Executiva: Lorena Louzada Roteiro: Eduardo Madeira Direção de Arte: Mayara Durães Fotografia: Alexandre Barcellos Montagem: Gustavo Senna Som: Huemerson Leal Edição de Som: Felipe Mattar Trilha Sonora: Arthur Navarro Elenco: Sofia Alcântara, Rejane Arruda, Markus Konká, Lucca Tamara. Filmografia do Diretor: O uivo da carne na terra da luz (2014). Lis quer se tornar um dinossauro.

INSULAR Tati W. Franklin Documentário, Cor, H.264, 16’10’’, ES, 2015 Classificação Indicativa: Livre Diretor de Produção: Daiana Rocha Roteiro: Tati W. Franklin Fotografia: Tati W. Franklin Montagem: Wendell Xavier e Tati W. Franklin Som: Gabriel Neves Trilha Sonora Original: Jailson Mendes Jr. Edição de Som: Jailson Mendes Jr. Filmografia do Diretor: Cantores de rádio - Videoclipe (2012); O primeiro amor - Videoclipe (2012); Casa da Vovó Totonha (2015). “Nenhum homem é uma ilha, completo em sí próprio; cada ser humano é uma parte do continente, uma parte de um todo” (John Donne). “Insular” é um documentário que convida o espectador a imergir o olhar no modo de vida de uma família que vive em uma ilha. É um filme de significado livre, cabe ao espectador preenchê-lo, permitir a experiência do contato com esse universo, à rejeição ou identificação.


4ª Mostra Foco Capixaba

A PRÓPRIA CAUDA DISTOPIA

Virginia Jorge Ficção, Cor, 2K, 14’, ES, 2015 Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Daniela D’Gostin Produção Executiva: Mirabólica Roteiro: Jovany Sales Rei Direção de Arte: Luiza Fardin Fotografia: Patrick Tristão Montagem: Tati Rabelo Som: Huemerson Leal Edição de Som: Marcel Dadalto Trilha Sonora: Marcel Dadalto Animação: Rodrigo Linhales Elenco: Emilze Junqueira, Everaldo Nascimento, Margareth Galvão, Regina Moraes.

Direção de Produção: Bob Redins Produção Executiva: Bob Redins, Clarisse Rodrigues, Virgínia Jorge Roteiro: Virgínia Jorge Direção de Arte: Joyce Castello Fotografia: Ursula Dart Montagem: Rafael Balducci, Herbert Fieni, Alessandro Danielli, Lucas De Barros Som: Hugo Reis Edição de Som: José Cláudio Castanheira Trilha Sonora: José Cláudio Castanheira Elenco: Higor Campagnaro, Fabiola Buzim, Alê Bertoli, Gustavo Sampaio Silva, Benício Jorge, Lara Buzim Savastano Filmografia do Diretor: Na parede, na toalha e no lençol (1997); De amor e bactérias (1999); Macabéia (1999); No princípio era o verbo (2007); Dia de sol (2009).

Em um futuro próximo, uma mulher se encontra protagonista de uma situação absurda.

Uma casa, um homem, uma mulher e o bicho que existe em cada um de nós.

Rodrigo Linhales e Tati Rabelo Ficção, Cor, 2K, 12’, ES, 2014 Classificação Indicativa: 10 anos


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INVISÍVEL Diego de Jesus Documentário, Cor, HDTV, 23’, ES, 2015 Classificação Indicativa: 10 anos

Direção de Produção: Maria Grijó Simonetti Produção Executiva: Maria Grijó Simonetti e Diego de Jesus Roteiro: Diego de Jesus Fotografia: Willian Rubim Montagem: Diego de Jesus Som: Marcus Neves Edição de Som: Marcus Neves Filmografia do Diretor: Inconstância (2013); Pela janela (2014). Poucos em meio à multidão: torcedores de dois dos principais times de futebol do Espírito Santo são minoria mesmo jogando em casa.

EXÍLIO Saskia Sá Ficção, Cor, H264, 20’, ES, 2014 Classificação indicativa: 12 anos Diretor de Produção: Alana Ribeiro Produtor Executivo: Saskia Sá e Alana Ribeiro Roteiro: Saskia Sá Direção de Arte: Herbert Pablo Fotografia: Ursula Dart Montagem: Rafael Balducci Som: Greco Nogueira Edição de Som: Cons Buteri Trilha Sonora Original (adaptada): Cid Travaglia Elenco: Mariana Preti, Felipe Farid e Marcos Vidigal Filmografia do Diretor: Vento sul (2014); A fuga (2007); São Benedito (2006); Vestuário capixaba (2005); Mundo cão (2005); Moda (1993). Uma mulher... um exílio... a areia dos sonhos... um filme abismo. “Exílio” é conduzido através de imagens do desterro voluntário da mulher, presa em um não-lugar entre as suas lembranças, o presente árido e um futuro incerto. Ela segue cega ao mundo que a circunda e entregue aos caminhos que surgem sem possibilidade de escolha, sendo assim, escolhida por eles.



5ª MOSTRA QUATRO ESTAÇÕES

5ª MOSTRA QUATRO ESTAÇÕES

5ª MOSTRA QUATRO


5ª MOSTRA QUATRO ESTAÇÕES

5ª MOSTRA QUATRO ESTAÇÕES

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22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

O GASTAR-SE COMO TRANSGRESSÃO E RESISTÊNCIA

a t s a g o t o m o c ã s s e r Erly Vieira Jr., Curador

Desde os anos 60, um dos pilares centrais da cultura queer é a remodelação dos discursos e práticas do corpo para além de uma heteronormatividade hegemônica e repressora. Mesmo com os direitos civis adquiridos nos últimos anos, poucas são as possibilidades de aceitação social plena que não se submetam à adoção de um pastiche teledramatúrgico de como pode e deve se comportar um(a) LGBTT contemporâneo(a). Numa época em que o estereótipo da “bicha rica de novela em busca de um grande amor” aparece como uma espécie de rolo compressor no caminho da visibilidade pleiteada por tantas outras (múltiplas) identidades sexuais, mais do que nunca o corpo surge como uma possibilidade de resistência, território onde eclodem diversas tensões entre a vida imaginada para si e os papéis socialmente aceitos.

Tomemos, por exemplo, o caso de Nova Dubai. Um dos aspectos que mais conferem força ao filme de Gustavo Vinagre vem do contraste irônico estabelecido entre uma lógica do consumo pelo acúmulo, traduzida na desenfreada especulação imobiliária e no ensimesmamento de uma classe média alta cada vez mais focada no status financeiro e na mise en scène, e a atitude de desmedido “gasto de si” adotada pelos dois protagonistas no decorrer do filme. Em suas perambulações pelo espaço urbano, aqui traduzido num permanente canteiro de obras (com suas paisagens imaginadas e financiadas em 300 parcelas de um futuro próspero num condomínio fechado), os dois jovens experimentam, individual ou grupalmente, os diversos corpos masculinos disponíveis, ao sabor do ócio e do tesão que emana incessante de seus corpos, partici-


5ª Mostra QUATRO Estações

e s r ta s n a r t e r e o ã pando de jogos sexuais que podem ser tudo, menos previsíveis e desgastados.

Trata-se de um gesto soberano, no sentido que o filósofo francês Georges Bataille conferia ao termo: o gastar-se inutilmente por si só, até se esgotarem as últimas forças, como o sol que se deixa arder em toda sua potência e exuberância, até que um dia ele não mais exista – e não precise dar satisfações a ninguém por isso. A soberania contrapõe-se à lógica do acúmulo, do status, do “futuro sonhado” e, enraizadíssima no presente, desarruma implacável e deliciosamente todas as conveniências de uma existência previsível. Longe de serem heróis, os protagonistas de Nova Dubai entregam-se, no mais patético de seus cotidianos, a um fluxo de energias e desejos corporais que se contrapõe explicitamente aos estereótipos das propagandas de cosméticos que tanto comovem os bem-intencionados do Facebook.

Desarrumar as conveniências também é uma saída apontada em Como era gostoso meu cafuçu, de Rodrigo Almeida, na linha dos curtas produzidos pelo coletivo Surto & Deslumbramento: a alternativa para o carão-clichê tão surrado das festas de bicha culta e fina pode (e deve) estar no cafuçu-delícia que vive sorrateiro nas esquinas da madrugada. Ou ainda, em Sailor, de Victor Ciríaco, em que a memória do toque do marinheiro permanece em toda sua intensidade no corpo do protagonista enamorado e quase em transe, à medida que o sal insiste em permear sua pele pelos dias de interminável e incalculável espera entre um e outro encontro.

Mesmo nos filmes em que seus protagonistas aparentam menos desacordo com a heteronormatividade, os signos desta aparecem estilhaçados. Isso se dá, por exemplo, na leveza com que o casal de mulheres em Amanhã já é outono, de Luciana Bezerra, administra a urgência de se iniciar um relacionamento sério, logo após o primeiro encontro, porque assim pedem seus corpos. Ou, ainda, no conflito entre o protagonista de Submarino, de Rafael Aidar, e a família de seu companheiro recém-falecido, mais preocupada com o teatro de aparências e constrangimentos tão típicos das redes sociais, do que com a dor e carência desse homem já tão idoso. Como alternativa a esse quadro traumático, resta ao personagem, em busca de uma calmaria ainda quase impossível de se vislumbrar, experimentar a construção de um novo-velho amor imaginado, para talvez se familiarizar com seus inúmeros fantasmas. Reunidos sob um mesmo programa, esses cinco filmes propõem um variado leque de possibilidades do corpo como locus de resistência. E também convidam o espectador para experimentar, por um par de horas, através de seus próprios corpos e sentidos, uma série de construções identitárias, corporais e afetivas para além das usuais, contribuindo, assim, para que esses novos discursos ganhem espaço e visibilidade a partir da potência emanada por essas imagens.


quatro

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AMANHÃ JÁ É OUTONO

SUBMARINO

Luciana Bezerra Ficção, Cor, HDV, 16’, RJ, 2013 Classificação Indicativa: 18 anos

Rafael Aidar Ficção, Cor, 2K, 20’, SP, 2014 Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Manuelle Rosa Produção Executiva: Luciana Bezerra Roteiro: Luciana Bezerra Direção de Arte: Bruno Maldonado e Marcio Lopes Fotografia: Arthur Sherman Montagem: Aléssio Slossel Som: Vampiro Edição de Som: Aléssio Slossel Trilha Sonora: Marcelo Nunes e Stanley Szvag Elenco: Paula Almeida e Paloma Dallavechia Filmografia do Diretor: 5 x favela - agora por nós mesmos (episódio Acende a luz) (2010); Mina de fé (2004); Os donos da mata (2012).

Direção de Produção: Danielle Almeida Produção Executiva: Beatriz Carvalho Roteiro: Rafael Aidar Direção de Arte: Julia Portella Fotografia: Ale Samori Montagem: Pablo Pinheiro Som: Rene Brasil Edição de Som: Rafael Benvenuti Trilha Sonora: Flavio Carrara Elenco: Fernando Aidar, Maristela Chelala, Daniel Infantini, Francisco Gaspar Filmografia do Diretor: O pacote (2013).

Entre uma noite pós-festa e uma carona para o trabalho, nasce o romance entre duas mulheres.

Dois anos após a morte de seu companheiro, Olavo vive isolado aos 85 anos. Na solidão do luto, ele se aventura pelo mundo virtual, submergindo em uma grande fantasia entre os espaços públicos e privados da internet.


5ª Mostra QUATRO Estações

SAILOR Victor Ciriaco Ficção, Cor, HDTV, 13’, RN, 2014 Classificação Indicativa: 14 anos Direção de Produção: Diana Coelho Produção Executiva: Helio Ronyvon Roteiro: Victor Ciriaco Direção de Arte: Vitória Real Fotografia: Mazzola Heleno Montagem: Pipa Dantas Som: Sérgio Xavier Edição de Som: Johann Jean Trilha Sonora: Ananda Krishna, Yupeez, Pipa Dantas, Vitória Real, Adriano Sudário Elenco: Pedro Fasanaro, Dudu Galvão Filmografia do Diretor: Abraço de maré (2013). Você pode sentir o sal permear sua pele? Pedro está diante de uma relação nunca vivenciada. Johnny veio de longe e segue o ciclo de sua vida. Partir, ficar, voltar. “Sailor” narra um encontro inesperado, inspirado na canção “Surabaya Johnny” de Bertolt Brecht e Kurt Weill.

COMO ERA GOSTOSO MEU CAFUÇU Rodrigo Almeida Ficção, Cor, HDV, 14’, PE, 2015 Classificação Indicativa: 16 anos Direção de Produção: Fábio Ramalho e Yuri Lins Produção Executiva: Rodrigo Almeida Roteiro: Rodrigo Almeida Direção de Arte: André Antônio Fotografia: Chico Lacerda Montagem: Rodrigo Almeida Som: Rodrigo Almeida Edição de Som: Rodrigo Almeida Elenco: Jean Santos, Thiago Mercer e Thiago Wagner Filmografia do Diretor: Casa Forte (2013). É tão gostoso sonhar com você. É tão real que me causa prazer. E eu não penso mais em nada.


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22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

NOVA DUBAI Gustavo Vinagre Ficção, Cor, HDTV, 50’, SP, 2014 Classificação Indicativa: 18 anos Direção de Produção: Cristina Alves Produção Executiva: Max Eluard Roteiro: Gustavo Vinagre Direção de Arte: Fernando Zuccolotto Fotografia: Matheus Rocha Montagem: Rodrigo Carneiro Som: Jonathan Macías Elenco: Gustavo Vinagre, Bruno D’Ugo, Hugo Guimarães, Fernando Maia, Herman Barck, Caetano Gotardo, Daniel Prates Filmografia do Diretor: Dykeland - part of “fucking different São Paulo” (2009); Filme para poeta cego (2013); La llamada (2014); Felis domesticus (em desenvolvimento); Wil, Má (em desenvolvimento). Num bairro de classe média numa cidade do interior do Brasil, a especulação imobiliária ameaça os espaços afetivos da memória de um grupo de amigos. Sua resposta diante dessa iminente transformação é praticar sexo em locais públicos e nessas construções. E o amor? É apenas mais uma construção?



2ª MOSTRA DE ANIMAÇÃO

2ª MOSTRA DE ANIMAÇÃO

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2ª MOSTRA DE ANIMAÇÃO

2ª MOSTRA DE ANIMAÇÃO

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22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

ENCANTAMENTO E INVENTIVIDADE PARA CONTAR HISTÓRIAS Rosemeri Assis Barbosa, Curadora

t n a c En v n i e to a p de O cinema de animação é uma forma de expressão propícia para exercitar a liberdade de imaginação. Esse gênero audiovisual remonta experiências antigas de manipulação de imagens, ao mesmo tempo em que está em sintonia com as técnicas de criação cinematográfica mais atuais e avançadas. Espaço convidativo à inventividade, a animação possibilita que extrapolemos o real, entrelaça simplicidade e delicadeza com a inspiração e desperta verdadeiros sentimentos e reflexões. São perceptíveis a atração e o fascínio que essa forma de fazer cinema exerce sobre nós ao transpor na tela seus movimentos – a vida que se dá ao e pelo desenho. E, ao expressar esse encantamento, podemos dizer que essa forma de contar histórias, de um jeito unilateral, sempre atinge seu fim: faznos crer na “vida” narrada, quadro a quadro, na tela do cinema. Ao assistirmos a um filme de animação, nos permitimos imergir no universo da imagem em movimento sem cobrarmos uma relação direta entre aquilo que vemos e o mundo real.


2ª Mostra de Animação

n e m ta v i t n e v o c a r pa Para esta 2ª Mostra de Animação, foram selecionadas dez produções recentes vindas de diferentes Estados brasileiros. Os curtas-metragens escolhidos trazem, para o espectador, uma mostra das variadas técnicas e estilos de animação. Nessas obras, será possível verificar como os animadores brasileiros combinam aparatos tecnológicos e muita criatividade, revelando o quão democrática é essa arte. O nosso convite é para que o público do Festival se permita mergulhar nesse mundo de encantamento e muita imaginação.


animaç

22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

MOBIOS Carlos Eduardo Nogueira Animação, Cor, 2K, 15’, SP, 2015 Classificação Indicativa: 12 anos Direção de Produção: Carlos Eduardo Nogueira Produção Executiva: Carlos Eduardo Nogueira Roteiro: Carlos Eduardo Nogueira Direção de Arte: Carlos Eduardo Nogueira Fotografia: Carlos Eduardo Nogueira Montagem: Carlos Eduardo Nogueira Som: Ruggero Ruschioni Edição de Som: Ruggero Ruschioni Trilha Sonora: Ruggero Ruschioni Animação: Carlos Eduardo Nogueira. Scrotum machina ad aeternum (máquina escrota para sempre, em tradução livre).

EDIFÍCIO TATUAPÉ MAHAL Carolina Markowicz e Fernanda Salloum Animação, Cor, HDV, 10’, SP, 2014 Classificação Indicativa: 14 anos Direção de Produção: Natasha Louckevitch Produção Executiva: Krysse Mello Roteiro: Carolina Markowicz e Fernanda Salloum Direção de Arte: Fernanda Salloum Fotografia: Mario Daloia Montagem: Rami D’Aguiar Som: Zeeg2 Edição de Som: Zeeg2 Trilha Sonora: Zeeg2 Animação: Fabio Yamaji Elenco: Daniel Hendler Filmografia dos Diretores: Carolina Markowicz: 69 Praça da Luz (2007). Javier Juarez Garcia é um boneco de maquete argentino que veio trabalhar nos stands de venda de apartamentos de São Paulo, aproveitando o boom imobiliário da cidade. Depois de uma grande decepção, Juarez decide mudar de vida e seguir sem rumo pelo mundo. Mas ele não se esquece do seu verdadeiro objetivo: voltar para São Paulo e resgatar sua honra.


2ª Mostra de Animação

GADANTHARA - UM FRAGMENTO DA BIBLIOTECA DE POR MENORES Filipe Dilly Animação, Cor, 2K, 7’, MG, 2014 Classificação Indicativa: Livre Produção Executiva: Guilherme Fiúza Zenha Roteiro: Daniel Pinheiro Lima e Eduardo Damasceno Direção de Arte: Eduardo Damasceno Montagem: Daniel Pinheiro Lima e Filipe Dilly Som: Flora Guerra e Cláudio Valdetaro Edição de Som: Flora Guerra Trilha Sonora: Felipe Fantoni e Marcio Brant Animação: Pedro César Bento Mendes, Cleber Vinícius, Raíssa Areal, Paula Markiewicz, Alessandro Russo e Daniel Pinheiro Lima. Gadanthara é um simpático funcionário da Biblioteca de Pormenores. Sua Função é divulgar os editais desta instituição secular. Porém, a Biblioteca de Pormenores está encerrando suas atividades e o manda para pregar um último edital, uma última chance para a humanidade inscrever seus pormenores. O filme mostra a noite em que Gadanthara sai para pregar os cartazes deste último edital, algo que se mostra não tão simples quanto parece.

ÍNCUBO Ayrton Moraes e Hugo Ramos Animação, P&B, HDTV, 2’, PE, 2015 Classificação Indicativa: 12 anos Direção de Produção: Ayrton Moraes, Hugo Ramos Produção Executiva: Ayrton Moraes, Hugo Ramos Roteiro: Ayrton Moraes, Hugo Ramos Direção de Arte: Ayrton Moraes, Hugo Ramos Fotografia: Ayrton Moraes, Hugo Ramos Montagem: Ayrton Moraes Edição de Som: Ayrton Moraes. “Íncubo” é um passeio em preto e branco por seus sonhos mais obscuros, onde a vulnerabilidade é algo constante por toda a animação. Um pesadelo dentro de outro, onde o desespero do personagem é encontrar uma saída.


animaç

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ATÉ A CHINA Marão Animação, Cor, HDTV, 15’, RJ, 2015 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Marão Produção Executiva: Letícia Friedrich Roteiro: Marão Direção de Arte: Marão Montagem: Alessandro Monnerat Som: Ana Luiza Pereira Edição de Som: Ana Luiza Pereira Trilha Sonora: Duda Larson Animação: Marão Vozes: Marão, Carlos D, Yohana Lazarova, Silvana Andrade, Lora Lazarova e Sofia Pichoneri Filmografia do Diretor: Cebolas são azuis (1996); Chifre de camaleão (2000); Pelotas de regurgitação (2000); Engolervilha (2003); O arroz nunca acaba? (2005); Engole duas ervilhas (2006); Seu dente e meu bico (2006); O anão que virou gigante (2008); Eu queria ser um monstro (2009); Engole logo uma jaca então (2011); Engole ou cospervilha? (2013). Fui pra China só com bagagem de mão. Na China, os motociclistas usam casaco ao contrário e os restaurantes servem cabeças de peixe, lagostins e enguias. A funcionária do evento estuda cinema e gosta de filmes de Kung Fu. Comprei pés de galinha embalados a vácuo.

MÓBILIS Diego Akel Animação, Cor, HDTV, 1’, CE, 2015 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Diego Akel Produção Executiva: Diego Akel Roteiro: Diego Akel Direção de Arte: Diego Akel Fotografia: Diego Akel Montagem: Diego Akel Som: Peter Rudenko Edição de Som: Peter Rudenko Trilha Sonora: Peter Rudenko Animação: Diego Akel Filmografia do Diretor: São João (2013); Agradecimento (2014); Fluxos (2014); Classificados (2015); Prainha (2015); Muro (2015); Sexta à noite (2015); Poliglota (2015); Magazine (2015); Madrugada (2015); Bandeira (2015); Luzes do estúdio (2015); Pretas (2015); Repentino (2015); Onda (2015); Ouro Preto (2015); Rasgo (2015); Orvalho (2015); Micro-macro (2015); Fotogramas (2015); Máscara (2015). Um experimento móvel.


2ª Mostra de Animação

SVIAZ Diego Akel, Leo Ribeiro, Felipe Thiroux, Adriane Puresa, David Mussel, Anna Thereza Menezes, Alexandre Bersot, Jackson Abacatu e Ronaldo Oliveira Animação, Cor, HDV, 09’, RJ, 2015 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Leonardo Ribeiro Produção Executiva: Leonardo Ribeiro Roteiro: Leonardo Ribeiro Direção de Arte: Diego Akel, Leo Ribeiro, Felipe Thiroux, Adriane Puresa, David Mussel, Anna Thereza Menezes, Alexandre Bersot, Jackson Abacatu e Ronaldo Oliveira Fotografia: Diego Akel, Leo Ribeiro, Felipe Thiroux, Adriane Puresa, David Mussel, Anna Thereza Menezes, Alexandre Bersot, Jackson Abacatu e Ronaldo Oliveira Montagem: Leonardo Ribeiro Som: Jackson Abacatu Edição de Som: Jackson Abacatu Trilha Sonora: José Luiz Vieira e Rúbia Siqueira Animação: Diego Akel, Leo Ribeiro, Felipe Thiroux, Adriane Puresa, David Mussel, Anna Thereza Menezes, Alexandre Bersot, Jackson Abacatu e Ronaldo Oliveira. Sviaz é uma livre adaptação do conto do escritor russo, Daniil Kharms. O curta foi produzido de forma coletiva, na qual os diferentes estilos dos animadores complementam a ideia original de narrações desconexas dentro do trabalho de Kharms. A história gira em torno das desventuras de um violinista nas ruas do bairro de Santa Teresa.

MISS & GRUBS Camila Kamimura e Jonas Brandão Animação, Cor, HDV, 10’, SP, 2015 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Jana Dalri Produção Executiva: Jorge Gonçalves e Vanessa Remonti Roteiro: Camila Kamimura e Victor Canela Direção de Arte: Welton Santos Fotografia: Welton Santos Montagem: Jonas Brandão Edição de Som: Regis Baba e Rodrigo Paplauskas Trilha Sonora: Felipe Junqueira e Samuel Ferrari Filmografia dos Diretores: Jonas Brandão: Balloons (2007); A common place (2009); Captain Constantine (2010); Engole ou cospe ervilha (2012); Howdy & Hardy (2015); Wee & Boom (2015). Camila Kamimura: Deu match! (2015); Desvendando o crack (2014); Médicos (2015). Em uma floresta escura, sem nenhum raio de luz, onde nem o amor era capaz de penetrar, vive uma pequena roedora chamada Miss. Ela nunca se atreveu a sair da casa em formato de ovo em que vivia sozinha. Mas, quando sua fonte de energia se esgota, Miss precisa aventurar-se na floresta escura que cerca sua perfeita casa. Para conseguir o que precisa, ela embarca em uma aventura e é exposta aos perigos da escuridão selvagem.


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O QUEBRA-CABEÇA DE TARIK Maria Leite Animação, Cor, 2K, 19’, MG, 2015 Classificação Indicativa: 12 anos

Direção de Produção: Marcella Jacques Produção Executiva: Marcella Jacques Roteiro: Eduardo Félix Direção de Arte: Daniel Herthel Fotografia: Alexandre Baxter Montagem: Maria Leite Edição de Som: Panfônica Cinema e Vídeo Trilha Sonora: Daniel Potter Animação: Daniel Herthel Filmografia do Diretor: Casa de máquinas (2007). O cientista Tarik está bem velho, mas nem cogita a possibilidade de morrer. Se partes do seu corpo já não resistem ao tempo, ele adapta máquinas que as substituam. Em seu laboratório subterrâneo, Tarik se prepara para receber a peça fundamental do seu grande projeto de vida.

POWER CHARQUES Rafaela Cavalcanti, Fernanda Xavier e Sara Régia Animação, p&b, HDV, 1’, PE, 2014 Classificação Indicativa: 16 anos Direção de Produção: Rafaela Cavalcanti, Fernanda Xavier e Sara Régia Produção Executiva: Rafaela Cavalcanti, Fernanda Xavier e Sara Régia Roteiro: Rafaela Cavalcanti, Fernanda Xavier e Sara Régia Direção de Arte: Rafaela Cavalcanti Fotografia: Fernanda Xavier Montagem: Rafaela Cavalcanti Som: Fernanda Xavier Edição de Som: Rafaela Cavalcanti Trilha Sonora: Ray Charles - What’d I say Animação: Rafaela Cavalcanti Elenco: Mulher Gato e Mulher Maravilha. A heterossexualidade não é regra. Ainda mais para super mulheres, que respeitam seus instintos. Construída no espaço urbano, esta é uma animação experimental em stop motion, desenvolvida a partir de lambe-lambes, que traz a relação entre duas heroínas - Mulher Gato e Mulher Maravilha - do flerte ao sexo, ilustrada pelo movimento de suas pernas.



2ª MOSTRA outros olhares

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2ª MOSTRA outros olhares

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22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

ATENTO E FORTE Rodrigo de Oliveira, Curador

A primeira edição da Mostra Outros Olhares surgiu, no ano passado, para servir a um contingente de documentários capixabas que imprimia força à safra daquele momento e respondia a uma tradição histórica do gênero no cinema local. A ampliação de seu escopo, não só abrigando um número maior de filmes como também abrindo a seleção para a inclusão de ficções, foi um passo natural, novamente respondendo a uma demanda surgida dos próprios filmes inscritos em 2015. O compromisso do Festival de Cinema de Vitória em exibir uma seleção compreensiva do volume de trabalhos locais se amplia igualmente e oferece um retrato dos desejos e questões que mais impulsionaram a criatividade dos realizadores do Espírito Santo.

o t n e at e t r o f e A Mostra Outros Olhares é o espaço de convivência de cineastas veteranos, de realizadores com histórico premiado de passagens pelo Festival, e também comporta a expressão do novo, equilibrando múltiplas raízes estéticas e culturais e diferentes vozes no processo de construção do cinema capixaba. Os documentários de arquivo marcam novamente uma forte presença na seleção deste ano, como no impressionante trabalho de Orlando Bomfim na contínua busca por traços de seu pai, desaparecido político sob o regime da ditadura, como em A história oculta. E, seguindo as lições do próprio Orlando, o gênero também revela a relação íntima entre os arquivos de uma trama coletiva e a trajetória íntima do realizador, como em Bar, doce lar. A história do bar Santos, de Francélio Cristóvão de Oliveira. Iluminar o específico para se falar do geral, como nos contos de caserna de


2ª Mostra Outros olhares

t r o f e o t n e t a e rt um bar popular que é personagem e metáfora da história de uma cidade inteira, é tarefa próxima àquela de recuperar os registros de um projeto autoral antigo e ressignificá-lo à luz do que uma escritora como Virgínia Tamanini diz sobre a condição feminina de seu próprio tempo, um século atrás, sobre o ano 2000, das filmagens originais, e sobre os dias de hoje, como em Estradas de Bárbara, de Adriana Jacobsen.

Ao mesmo tempo, o cinema produzido a partir das imagens do presente já se prepara, de alguma forma, para se transformar em documento no futuro. Não é difícil imaginar que o olhar, ao mesmo tempo incisivo e compreensivo de Inferno, de Thiago Moulin, sobre os usuários de drogas hoje não só informe a seus contemporâneos sobre a questão, mas também se torne peça de estudo permanente. Pelas vias da imaginação dos dramas de protagonistas fictícios, primeiro com uma mulher perseguida por um algoz invisível que é a própria definição do mal-estar contemporâneo, depois pela crueldade econômica da selva urbana em Meltdown, de Victor Neves, também refletem o presente de maneira absoluta. E, mesmo com assuntos tópicos, bem característicos do nosso tempo, como a consciência e discussão do racismo arraigado na sociedade e do preconceito com a expressão da diversidade sexual, Beatitude, de Délio Freire, e Coisa de menino, de Bipe Couto e Dayana Cordeiro, se afastam do simples panfleto afirmativo e investem em narrativas que não apenas tematizam sua política, mas a exercem de maneira bela e propositiva. Retratos atentos e fortes de olhares locais que, traduzidos pelo cinema, se universalizam e cruzam nossas fronteiras.


outros

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MELTDOWN Victor Neves, Renato Miranda e Pedro Mellate Ficção, Cor, HDTV, 16’, ES, 2015 Classificação Indicativa: 12 anos Direção de Produção: Luana Cabral Produção Executiva: Pedro Mellate Roteiro: Victor Neves, Renato Miranda e Pedro Mellate Direção de Arte: Renato Miranda Fotografia: Cássio Siquara Montagem: Lucas Fabiano Som: Láisa Freitas e Sann Gusmão Edição de Som: Sann Gusmão Trilha Sonora: Sann Gusmão Elenco: Polyana Vitoraci Filmografia dos Diretores: Tlön (2011); Valdemar (Websérie, 2013); Boa noite (2014). Mulher passa férias sozinha em uma casa de veraneio.

COISA DE MENINO Bipe Couto e Dayana Cordeiro Ficção, Cor, HDTV, 17’, ES, 2014 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Adryelisson Maduro Produção Executiva: Adryelisson Maduro Roteiro: Bipe Couto Direção de Arte: Cyntia Andrade Fotografia: Dayana Cordeiro Montagem: Bipe Couto, Dayana Cordeiro e Raphael Sampaio Edição de Som: Cristiano Martins e Jailson Mendes Jr. Trilha Sonora: Cristiano Martins, Deyvid Martins, Geraldo Pereira Jr., Jailson Mendes Jr. e Joaquim Costa Elenco: Kauã Kubbe, Karina Americano, Ernesto Charpinel e Renata Souza. Descobertas. Perdas. Um abismo entre pai e filho. De forma sensível, o curta-metragem “Coisa de menino” retrata a história de João, um menino de 10 anos, que, após a morte da mãe viu, a relação com o seu pai, Olavo, se tornar cada vez mais distante. Buscando preencher o vazio, João cria em suas brincadeiras um universo de expectativas, medos, ansiedades e desejos.


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A HISTÓRIA OCULTA BEATITUDE Délio Freire Ficção, Cor, DV, 15’, ES, 2015 Classificação Indicativa: 10 anos Direção de Produção: Edilamar Fogos Produção Executiva: Edilamar Fogos Roteiro: Délio Freire Fotografia: Alexandre Barcelos Montagem: Francisco Neto Som: Fê Paschoal Edição de Som: Arthur Navajo Trilha Sonora: Nação Zumbi, Suspeitos na Mira, Jonathan Silva, Bixiga 70, Pó de Ser Emoriô Elenco: Elidio Netto, Gislene Bento, Patric Leris, Suely Bispo, Markus Konká Filmografia do Diretor: O negro (2000); Um apólogo (2010). Releitura do mito de Anastácia, a escrava divinizada pela cultura afro-brasileira. A jovem Anastácia, uma das mulheres responsáveis pela confecção de panelas de barro em Goaibeiras, é vista pelo orixá Ajalá. Apaixonam-se. O amor dos dois vai causar a alegria em uns deuses e a ira em outros. Esse amor perfeito irá resultar numa comunhão divina entre homens e deuses, mostrando que todo homem e toda mulher é uma divindade através da realização de seu trabalho no dia a dia.

Orlando Bomfim Netto Documentário, Cor, HDTV, 29’, ES, 2014 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Marcos Valério Guimarães Produção Executiva: Orlando Bomfim Netto Roteiro: Orlando Bomfim Netto e Marcos Valério Guimarães Direção de Arte: Orlando Bomfim Netto Fotografia: Orlando Bomfim Netto, Carlos Tourinho Montagem: Marcos Valério Guimarães Edição de Som: Marcos Valério Guimarães Trilha Sonora: arquivos sonoros Filmografia do Diretor: Mestre Pedro de Aurora (1978); Itaúnas, Desastre ecológico (1978); Guanunbi (1979); Linhas paralelas (2009). No dia 1º de abril de 1964, Orlando Bomfim Júnior, dirigente nacional do Partido Comunista Brasileiro, entrou para a clandestinidade, de onde trabalhava a resistência ao regime militar brasileiro. Onze anos depois, em 8 de outubro de 1975, foi capturado pela máquina de tortura da ditadura e, desde então, está desaparecido. Poucas, e trágicas, são as informações. Este filme, dirigido por seu filho, faz uma cartografia afetiva e política de sua trajetória, dentro da trajetória da história da ditadura militar no Brasil.


outros

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INFERNO Thiago Moulin Documentário, Cor, HDTV, 25’, ES, 2015. Classificação Indicativa: 16 anos

Direção de Produção: Bob Redins Produção Executiva: Thiago Moulin Roteiro: Thiago Moulin Fotografia: Lucas Vetekesky Montagem: Hugo Reis Edição de Som: Hugo Reis, Greco Nogueira Trilha Sonora: Podington bear. O crack pelo ponto de vista dos usuários e ex-usuários da droga.

BAR, DOCE LAR. A HISTÓRIA DO BAR SANTOS Francélio Cristóvão de Oliveira Documentário, Cor, HDV, 26’, ES, 2014 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Marcos Valério Guimarães Produção Executiva: Francélio Cristóvão de Oliveira Roteiro: Paulo Roberto Fabris Fotografia: Itamar Palaúro Montagem: Francinardo Luiz de Oliveira Edição de Som: Francinardo Luiz de Oliveira. Histórias do Bar Santos, tradicional ponto boêmio, cultural e político do centro de Vitória (ES), que, desde a década de 1930, reuniu artistas, trabalhadores da noite portuária, intelectuais e políticos, atravessando ditaduras e democracias.


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ESTRADAS DE BÁRBARA Adriana Jacobsen Documentário, Cor, HDTV, 20’, ES, 2015 Classificação Indicativa: Livre Roteiro: Adriana Jacobsen Fotografia: Orlando da Rosa Farya, Beatriz Lindenberg, Adriana Jacobsen Montagem: Lucas Bonini, Adriana Jacobsen Trilha Sonora: Expurgação Elenco: Paulo de Paula, Fabricio Coradello, Neise Rodrigues, Júlio Tigre, Rosana Paste, Iracy Lamego, Zulma de Alcântara Ascaciba, Juliana, Thiago Lessa, Cariê Lindenberg, Alberto, Luciano, Rafael Balducci, Telma Guimarães, Ana Andrea, Wanessa Xavier Filmografia do Diretor: Outro sertão (2013); Borum-Krenak (2013). Vídeo experimental livremente baseado em contos de Virgínia Tamanini sobre a vida no interior do Espírito Santo no início do século XIX. Alter ego da escritora, a narradora Bárbara fala de uma vida misteriosa e difícil em sua aparente singeleza. Dura e perigosa, na carência de meios e de recursos. Preconceituosa, sem dúvida, mas imantada de permanente encanto, de poesia e de ternuras. A história é contada de forma coletiva. Interpretações individuais dos contos de Bárbara tecem, com imagens de arquivo de Ludovico Persici, um fio de memória comum.

JOÃO Carlos Augusto de Oliveira Ficção, Cor, 20’, 35mm, ES, 2015 Classificação Indicativa: 12 Roteiro: Carlos Augusto de Oliveira Diretor de Produção: Alana Ribeiro Produtor Executivo: Polyana Cogo Fotografia: Alexandre Ramos Trilha Sonora Original: Mads Heldtberg, Dean Hurley Montagem: Diego de Jesus, Niels Ostenfeld Direção de Arte: Erly Vieira Jr., Fabricio Coradello Som: Esteban M. Viveros Astorga Edição de Som: Esteban M. Viveros Astorga Elenco: Edwillys Rocha, Fabíola Buzim, Glecy Coutinho Filmografia do Diretor: Rosa morena (2011); Três verões (2006); Louise (2005); Departamento D (2004); Olhos mortos (2000). João tem dez anos e vive só com sua mãe. Ele passa a maior parte do tempo sozinho, brincando pelas ruas de seu bairro. Um dia, ele percebe algo estranho num manguezal próximo à sua casa e, a partir daí, passa a agir de forma diferente... * Filme fora de competição


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ses s espe cial


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

SESSÃO ESPECIAL BNDES

o ã s s Se S E D N B Interessado em contribuir para o fortalecimento e a difusão do cinema brasileiro, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresenta, nesta 22ª edição do Festival de Cinema de Vitória, uma Sessão Especial, que reúne filmes de ficção e documentários no formato curta-metragem, concorrentes ao Troféu Vitória pelo prêmio de júri popular. Encerrando a mostra, o longa-metragem Trinta (SP, FIC/ 92 min.), fora da competição, traz como protagonista o ator Matheus Nachtergaele grande homenageado desta edição do Festival.

Por enxergar no cinema um importante instrumento de transformação social, a Sessão Especial BNDES estreia na programação do Festival de Cinema de Vitória prezando pela diversidade de temáticas e estéticas, em filmes que, seguramente, vão encantar a plateia que já frequenta o Festival e os tantos outros espectadores que chegam até o evento, de maneira despretensiosa, em um sábado à tarde, em meio ao Viradão Vitória, evento cultural da cidade.


SESSテグ ESPECIAL BNDES

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MARROCOS

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Andrea Nero e Iajima Silena Documentário, Cor, HDTV, 8’, SP, 2015 Classificação Indicativa: Livre

ARACA - O SAMBA EM PESSOA Aleques Eiterer Documentário, Cor, HDV, 20’, RJ, 2014 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Aleques Eiterer e Pedro Nogueira Produção Executiva: Aleques Eiterer e Pedro Nogueira Roteiro: Aleques Eiterer Direção de Arte: Rafael Amorim Fotografia: Tiago Scorza Montagem: Nilson Alvarenga Som: Thiago Yamachita Edição de Som: Luis Carmo Boom Filmografia do Diretor: O livro (1999); O vestido dourado (2000); Verdade ou conseqüência (2002); Ausência (2004); A demolição (2007); Abismo (2011). Aracy de Almeida, uma das maiores cantoras do Brasil e a jurada implacável dos programas de auditório. Entre essas duas marcas, há muito mais.

Direção de Produção: Equipe Marrocos Produção Executiva: Andrea Nero Roteiro: Andrea Nero Direção de Arte: Alexandre Eschenbach Fotografia: Bruno Tarpani Montagem: Bruno Tarpani, Stephan Saaba, Giuliano Agnelli Som: Renan Dequêch Edição de Som: Paulo Vaz Trilha Sonora: Paulo Vaz Animação: Alexandre Eschenbach. O espaço do antigo Cine Marrocos é hoje ocupado por cerca de 500 famílias organizadas em torno de um movimento social pela habitação. O mesmo espaço, décadas atrás, era cenário de importantes episódios da cinematografia brasileira. A palavra Marrocos transforma-se em ponte possível de acesso a culturas que possuem a prática nômade e o cenário desértico como elementos marcantes de um imaginário praticamente atemporal. O documentário utiliza-se destes elementos para abordar, privilegiando aspectos sensoriais e imagéticos, as realidades provisórias que atravessam a história de vida do Cine Marrocos e de seus atuais moradores. Marrocos é um documentário que aborda o tema da transitoriedade, criando relações com o imaginário do nomadismo que se identifica com o atual contexto urbano.


SESSÃO ESPECIAL BNDES

TEMPOS IDOS Maurício Rizzo Ficção, Cor, HDTV, 15’, RJ, 2014 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Zucca Produções Produção Executiva: Julio Augusto de Oliveira Silva Roteiro: Maurício Rizzo Direção de Arte: Nívea Faso e Patrícia Delvaux Fotografia: Tiago Scorza Montagem: Paulo de Barros Edição de Som: Gabriel Pinheiro Trilha Sonora: Fabiano Krieger Elenco: Louise Cardoso, Maria Pompeu, Rogério Fróes, Dudu Sandroni e Gabriel Louchard Filmografia do Diretor: Quintas intenções (2008). A relação de um casal de terceira idade vive um momento de instabilidade quando vem à tona uma longínqua e nebulosa traição, surgida a partir de um ato falho do marido. É Sônia, sua filha, quem tem a importante tarefa de resgatar a bonita história de amor dos pais, mesmo após sua morte. Mexendo em uma caixa, ela tem acesso a um tesouro de recordações.

NOCAUTE Fernando Negrovsk Ficção, Cor, 2K, 19’, RJ, 2015 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Fernanda Romero Produção Executiva: Claudia Gutierres Roteiro: Fernando Negrovsk Direção de Arte: Rosa Bandeira Direção de Fotografia: Valter Menezes Operador de Câmera: Paulo Martinatti Assistente de Fotografia: Ricardo Nanzeri Montagem: Paulo Martinatti Som: Paulo Martinatti Edição de Som: Paulo Martinatti Trilha Sonora: Humberto Gessinger autorização de sincronização via Universal Music. Elenco: André Ramiro, Jaqueline Macoeh, Valéria Alencar, João Vitti, Jone Brabo (Roberto Rowntree), Iran Malfitano, Luana Keioze Filmografia do Diretor: Espectro (2014). Diana, uma lutadora de M.M.A., é casada com Henrique, ex-lutador. Quando Diana tem a chance de lutar em um grande campeonato, a atleta descobre estar com câncer.


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TRINTA

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VAZIO Hsu Chien Ficção, Cor, 4K, 15’, RJ, 2015 Classificação Indicativa: 14 anos

Direção de Produção: Marcio Rosario Produção Executiva: Marcio Rosario Roteiro: Hsu Chien Direção de Arte: Andréa Moreas Fotografia: João Tristão Montagem: Estevao Meneguzzo Som: Sergio Scliar Edição de Som: Sergio Scliar Trilha Sonora: Sergio Scliar Elenco: Robson Torinni, Daniela Porfírio, Sacha Bali, Marcio Rosario, Maria Clara, Rodrigo Dourado e Zulu Aborigene Filmografia do Diretor: Alegria (2015); Flerte (2014); Pietro (2013). Dirigido por Hsu Chien Hsin, o filme, segundo o próprio diretor, é um drama psicológico intenso. A história mostra um rapaz que, após uma transa, decide abandonar a mulher que acabou de conhecer em um bar. Mas, ao pegar uma van para ir para casa, acaba encontrando com a moça novamente. Depois disso, situações desagradáveis acontecem, marcando suas vidas para sempre.

Paulo Machline Ficção, Cor, 92’, 35mm, SP, 2014 Classificação Indicativa: 16 Direção de Fotografia: Lito Mendes da Rocha Direção de Arte: Daniel Flaksman Direção de Produção: Lili Nogueira Roteiro: Cláudio Galperin, Maurício Zacharias, Paulo Machline e Felipe Sholl Música Original: André Abujamra Produção: Primo Filmes Produção Executiva: Eliane Ferreira Coprodução: Fox International Productions Distribuição: Fox Film do Brasil Elenco: Matheus Nachtergaele, Paulo Tiefenthaler, Paolla Oliveira, Fabrício Boliveira, Milhem Cortaz, Mariana Nunes, Marco Ricca, Selminha Sorriso, Ernani Moraes. “Trinta” retrata o início da transformação de um bailarino ambicioso do Theatro Municipal em uma das figuras mais emblemáticas do carnaval brasileiro. Como João Jorge Trinta tornou-se Joãosinho Trinta, o gênio inovador e o recordista de títulos do “maior espetáculo da Terra”. * Filme fora de competição





22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

CINEMA PARA OS PEQUENOS ESPECTADORES Rosemeri Assis Barbosa, Curadora

a m e n i C n e u q pe A 16ª edição do Festivalzinho de Cinema traz uma programação de nove curtas-metragens nacionais, em animação e ficção, voltada para crianças e adolescentes da rede pública de ensino. Com uma plateia formada por cerca de três mil estudantes, o Festivalzinho sensibiliza crianças e adolescentes para as artes, promovendo, muitas vezes, um primeiro contato com o cinema. Cumpre, ainda, o papel de aproximar o cinema da educação, apresentando o audiovisual como ferramenta de trabalho para educadores.

Ao final de cada sessão, o público vota no filme preferido. O mais votado leva o Troféu Vitória de Júri Popular e será exibido na edição do próximo ano.


16º FESTIVALZINHO DE CINEMA DE VITÓRIA

a r a p a s e s o n s ESCOLAS CONVIDADAS

» Centro Educacional Comunitário (REAME) Cruzeiro do Sul - Cariacica » EEEF Francelina Carneiro Setúbal Itaparica - Vila Velha » EMEF Eliane Rodrigues dos Santos Ilha das Caieiras - Vitória » EMEF José Áureo Monjardim Fradinhos - Vitória » EMEF Neusa Nunes Gonçalves Nova Palestina - Vitória » EMEF São Jorge Rio Marinho - Cariacica » UMEF Maria Eleonora D’Azevedo Pereira Rio Marinho - Vila Velha » UMEF Professor Luiz Malizeck Divino Espírito Santo - Vila Velha


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22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

O BALÉ DA CHUVA Henrique Faria Ficção, Cor, 2K, 12’, PR, 2014 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Caio Baú Produção Executiva: Henrique Faria Roteiro: Henrique Faria Direção de Arte: Jô Marçal Fotografia: Felipe Meneghel Montagem: Henrique Faria Som: Roberto Silva Edição de Som: Valderval Filho Trilha Sonora: Felipe Hickman Elenco: Leticia Sabatella, Ariane Gomes, Andrew Knoll Filmografia do Diretor: O sanfoneiro (1998); Pontual (2000); I still love you (2013). Em uma casa de madeira construída por imigrantes russos, vivem Eugênia e sua filha Lalá, de seis anos. A criança tem pesadelos em uma noite de temporal. Sonha que é levada pelo vento, que tem seu quarto inundado de água. É quando Lalá sonha com seu falecido pai que sua mãe - até então ocupada em conter as goteiras e janelas que se abrem - finalmente entende que a filha precisa de sua atenção. Em um improviso, Eugênia compara as gotas de água da chuva com bailarinos e, então, se recorda do marido, que foi bailarino na juventude. Ambos dançam o Balé da Chuva. Confortada pela a mãe, finalmente Lalá dorme em seu colo e sonha com os dois dançando na chuva.

SALU E O CAVALO MARINHO Cecilia da Fonte Animação, Cor, HDV, 13’, PE, 2014 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Marcos Buccini e Cecilia da Fonte Produção Executiva: Paula Gonçalves e Cecilia da Fonte Roteiro: Cecilia da Fonte com a contribuição de André Muhle Direção de Arte: Cecilia da Fonte, André Rodrigues e Rivaldo Barboza Montagem: Cecilia da Fonte, Paulo Gomes e Ateliê produções Som: Carlos Montenegro Edição de Som: Carlos Montenegro Trilha Sonora: Carlinhos Borges Animação: André Rodrigues, André Arôxa, Andrew Gledson, Rafael Vale Barradas, Camila Monart, Ginaldo Dionízio, Edson Bezerra Elenco: Vozes: Jr. Black, André Guerra, Irandhir Santos, Brian Simpson, Romero Andrade, Marcondes Lima, João Guerra. O filme conta a história de Mestre Salustiano, um dos artistas populares mais famosos do Brasil. Filho do rabequeiro João Salustiano, Salu logo cedo sonha em participar de um grupo de Cavalo Marinho, folguedo típico da região onde mora.


16º FESTIVALZINHO DE CINEMA DE VITÓRIA

MÃE DE GIZ ALÔ, CRIANÇADA!

Almir Correia Animação, Cor, HDTV, 5’, PR, 2015 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: Maria Continentino Produção Executiva: Vania Catani Roteiro: Raoni Seixas e Wagner Novais Direção de Arte: Ananias Caldas Fotografia: Luis Abramo Montagem: Daniel Ribeiro Edição de Som: Chico Neves.

Direção de Produção: Almir Correia Produção Executiva: Lia Correia e João Batista de Lara Roteiro: Almir Correia Direção de Arte: Luis Felipe Papillon Fotografia: Luis Felipe Papillon Montagem: Luis Lelipe Papillon e Thiago Gaspar Som: Studio Santa Edição de Som: Studio Santa Trilha Sonora: Studio Santa Animação: Luis Felipe Papillon Filmografia do Diretor: Criador, diretor e roteirista da série de animação “Carrapatos e catapultas” com 26 episódios produzidos.

Sem descanso, um pai trabalha todos os dias, principalmente quando chega o natal. Apesar de ser animador de festas e passar a maior parte do tempo como super-herói de várias crianças, sua rotina não é das mais divertidas, pois ele não consegue dar a atenção que gostaria ao seu próprio filho.

Inspirado em uma história real. Uma menina órfã desenha sua mãe no piso de um orfanato no Iraque. Então, ela tira os sapatos e deita sobre o desenho para poder sentir o amor de sua mãe morta na guerra do Iraque. Outras meninas órfãs fazem o mesmo e, então, todas sonham com suas mães.

Raoni Seixas e Wagner Novais Ficção, Cor, HDV, 15’, RJ, 2014 Classificação Indicativa: Livre


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22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

VAI QUE É TUA TAFARINHA George Augusto Ficção, Cor, HDV, 5’, AM, 2015 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: George Augusto, Wanderson Alencar Produção Executiva: Anderson Mendes Roteiro: George Augusto Direção de Arte: Willian Lima Fotografia: Bruno Pereira Montagem: George Augusto, Bruno Pereira Som: Bruno Prates, Matheus Freitas Edição de Som: Bruno Prates Trilha Sonora: Free Player Musica Elenco: Ronaldo Carlos, Marlhilson Lavareda, Cristiano Carlos, Francisco Telles Filmografia do Diretor: Zé do Ponto (2009); O entregador de água (2011); Lembranças do amanhã (2012); Um minuto de brasilidade (2013); Neguinho do arrocha (2014); Singeleza (2015). Um curumim desce o Rio Amazonas em sua canoa e vai até a casa de seu amigo que tem uma bola. Juntos encontram, na floresta Amazônica, todo o material necessário para a brincadeira...

TÊNIS DA HORA Thomas Larson Animação, Cor, HDV, 12’, SP, 2015 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Jana Dalri Produção Executiva: Jorge Gonçalves e Vanessa Remonti Roteiro: Camila Kamimura e Victor Canela Direção de Arte: Welton Santos Fotografia: Welton Santos Montagem: Jonas Brandão Edição de Som: Duda Larson Trilha Sonora: Duda Larson Filmografia do Diretor: A cor do canarinho (1998); A odisséia de uma vaca (1999); Insatisfação (2000); Amém (2000); 500K (2001); Essa animação não tem nome (2002); O sapo e a mosca (2002); Ponto de vista (2002); Essa animação não tem nome 2 (2003); Laurinha (2005); Sync (2005); Engoleduaservilhas (2006); Rái Sossaith (2011); O grande evento (2012). O baile está bombando e Duartson se prepara para o tão esperado encontro com Cicinha, a garota que mexe com seu coração. Mas uma visita inesperada de Toninho, seu amigo aspirante a funkeiro, muda o rumo da noite. Entre beat boxes, funks e sonhos com Cicinha, Duartson se envolve em uma enrascada com o cara mais mal encarado da comunidade. Baseado no conto “A chinela turca”, o curta traz para os dias de hoje a história escrita por Machado de Assis no século XIX.


16º FESTIVALZINHO DE CINEMA DE VITÓRIA

SE NÃO... Moacyr Freitas Ficção, Cor, HDV, 16’, AM, 2015 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Jairo Freitas Produção Executiva: Alice Freitas Roteiro: Moacy Freitas Direção de Arte: Moacy Freitas Fotografia: Ze lão Montagem: Barbara Umbra Som: Valderlan Viana Edição de Som: Valderlan Viana Trilha Sonora: Antonio Pereira Elenco: Moacy Freitas, Begê Muniz, Alan Douglas Freitas, Paulo Cesar Oliveira, Moisés Albuquerque, Geilson de Souza, Daniel Passos, Eva Pereira, Delcy Passos, Alice Freitas, Dennis Freitas, Silvia Macedo, Helen Chris Freitas Filmografia do Diretor: Legado hereditário; Renascendo a cada dia; Sonhos e pesadelos (2013). Zé Ninguém é o velho do saco, que vive no imaginário das crianças daquela cidadezinha do interior. Nas brincadeiras ou na casa da árvore, João, Juca, Guilherme e Marquinhos estão sempre a falar do sombrio personagem. Um dia, um robô de Guilherme some e o menino acusa João pelo desaparecimento. João se defende dizendo que o brinquedo foi levado pelo velho do saco. Passados alguns anos, os amigos se separam, mas Guilherme permanece inquieto quanto a esse episódio de sua infância. Já como médico, Guilherme é chamado para atender a uma urgência e, ao se deparar com o corpo de um desconhecido, passa a reviver todas as suas lembranças de infância...

MISS & GRUBS Camila Kamimura e Jonas Brandão Animação, Cor, HDV, 10’, SP, 2015 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Jana Dalri Produção Executiva: Jorge Gonçalves e Vanessa Remonti Roteiro: Camila Kamimura e Victor Canela Direção de Arte: Welton Santos Fotografia: Welton Santos Montagem: Jonas Brandão Edição de Som: Regis Baba e Rodrigo Paplauskas Trilha Sonora: Felipe Junqueira e Samuel Ferrari Filmografia dos Diretores: Jonas Brandão: Balloons (2007); A common place (2009); Captain Constantine (2010); Engole ou cospe ervilha (2012); Howdy & Hardy (2015); Wee & Boom (2015); Camila Kamimura: Deu match! (2015); Desvendando o crack (2014); Médicos (2015). Em uma floresta escura, sem nenhum raio de luz, onde nem o amor era capaz de penetrar, vive uma pequena roedora chamada Miss. Ela nunca se atreveu a sair da casa em formato de ovo em que vivia sozinha. Mas, quando sua fonte de energia se esgota, Miss precisa aventurar-se na floresta escura que cerca sua perfeita casa. Para conseguir o que precisa, ela embarca em uma aventura e é exposta aos perigos da escuridão selvagem.


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22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

A CULPA É DO NEYMAR João Ademir Ficção, Cor, 2K, 10’, RJ, 2015 Classificação Indicativa: Livre Direção de Produção: Tiago D’avila Produção Executiva: Letícia Friedrich, Lourenço Sant’Anna Roteiro: João Ademir Direção de Arte: Gabriela Windmüller Fotografia: Fernando March Montagem: Guilherme Begué Som: Lucas Piovesan Edição de Som: Lucas Piovesan Trilha Sonora: Rafael Kalil Elenco: Babu Santana, Kaiky Gonzaga, Dani Ornellas Filmografia do Diretor: Tutti Frutti (2013). O curta, que se passa no ano de 2011, apresenta a história de Jair, um botafoguense fanático que entra em delírio ao descobrir que Túlio, seu único filho, influenciado pela Neymarmania, passou a torcer pelo Santos. Nesse contexto, Sandra, sua esposa, buscará todas as alternativas para trazer o marido à razão e restaurar a paz familiar.




MOSTRAS N達o COMPETITIVAS

MOSTRAS N達o COMPETITIVAS


Mostra CINEMA DE BORDAS

Mostra CINEMA DE BORDAS

MOSTRA CINEMA DE


Mostra CINEMA DE BORDAS PRÉ-EVENTO - 22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

Mostra CINEMA DE BORDAS PRÉ-EVENTO - 22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

M T C M


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

TODOS OS GÊNEROS, TODOS OS SOTAQUES, TODAS AS MISTURAS, TODAS AS HISTÓRIAS

o s o d o t o s o d o t , s ue Bernadette Lyra Vitória, inverno 2015

A potência da indústria cinematográfica brasileira é alguma coisa assim como um fantasma em que poucos acreditam e, via de regra, só aparece nos discursos teóricos ou de alguns críticos, produtores e realizadores otimistas. Tirando as habituais cenas autóctones de incentivo das políticas governamentais e as investidas autocentradas da Globo Filmes, todo resto da produção se equilibra debaixo do selo de “cinema independente”, a ponto de que talvez seja este rótulo que caiba melhor como parâmetro geral de tudo que se faz na longa martiriologia da cadeia produtiva de nosso cinema tupiniquim. No entanto, se “cinema independente” não se constitui como um selo de exceção no Brasil, sendo, pelo contrário, a regra geral (não representando, portanto, o segmento no sentido estrito para o qual foi criado: denominar filmes que são produzido com pouca ou nenhuma interferência de um grande estúdio), outras denominações pretendem dar conta da pulverização que ocorre nos mais diversos tipos de cinematografias que não param de se multiplicar, por força da necessidade e do desejo de fazer cinema no país, ainda que sem ou quase sem nenhum recurso, sem as distribuidoras majors e sem as interferências do mercado global. Entre tais denominações, se inclui o “Cinema de Bordas”. O termo Cinema de Bordas foi cunhado por mim, no ano de 2005, na Socine, em razão de minhas pesquisas sobre filmes que apresentam características específicas de produção, realização e exibição. São filmes alternativos, totalmente


MOSTRA CINEMA DE BORDAS

n ê g os t o s os s a o t , invisíveis aos olhos do público que frequenta as salas “multiplex” de hoje. São realizados com baixíssimo orçamento, técnicas precárias, falta de aparatos tecnológicos, amadorismo de atores e atrizes, diretores autodidatas e muita criatividade. Contam histórias inusitadas, em narrativas marcadas pela ação e pelo sentimento, com um certo “sotaque regional”, pois são feitos em todas as regiões do país e sobrevivem “às bordas” do cinema comercial ou artístico.

Nos filmes de bordas, predominam os modos do sistema da cultura popular, como a oralidade e a corporalidade, intensamente contaminados pelas formas do cinema de gênero já conhecidas, filtradas e repassadas pelo crivo do sistema massivo, como a televisão e a internet. Daí resulta um aproveitamento de temas, situações, cenas, imagens e sons que já foram usados por outros filmes, séries televisivas e demais produtos. Reciclam-se, dessa forma, imagens visuais e sonoras já presentes nas revistas de histórias em quadrinhos, nas pulps, nos velhos filmes seriados e de matinês, em que imperam as aventuras no oeste americano, a literatura policial, as comédias adocicadas, o pornô, a ficção científica e o horror. Em um filme de bordas, nada se perde, tudo se aproveita. Sem pretensão e com bom humor. Dessa maneira, o cinema de bordas trabalha lendas e histórias regionais incrivelmente adaptadas dentro de filmes de ação, de horror, ficção científica, kung fu, aventuras de histórias em

quadrinhos, faroeste, comédia e toda espécie de gênero retomado sob uma ótica caseira e precária. O resultado é uma performance cinematográfica autofágica, que adota o estatuto do improviso, do espetáculo e da precariedade, e que beira, sem medo, uma estética mais ou menos “tosca”, “impura”, “mista” ou “trash”. Em geral, os filmes de bordas circulam em espaços caseiros ou em mostras alternativas e atendem a um público específico e fiel que neles vê os reflexos de seu habitat, de seu gosto e de seu próprio imaginário.

Nesta pequena mostra que antecede o 22º Festival de Cinema de Vitória e que o Cine Metrópolis faz chegar aos espectadores, aparecem filmes realizados em regiões rurais, cidadezinhas pequenas e subúrbios de grandes cidades. O que prova que o puro desejo de fazer cinema vence qualquer dificuldade de produção e continua vivo sob as condições mais precárias, nos lugares mais distantes e periféricos do país. E faz crer, cada vez mais, que o cinema é livre e sem fronteiras, que nenhum cinema é melhor ou pior que outro e que todos que sonham com fazer cinema têm o direito pleno de fazê-lo.


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22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

LEMBRANÇAS DO AMANHÃ Bruno Pereira Ficção, Cor, MP4 H264, 6’, AM, 2012 Classificação Indicativa: Livre

Direção de Produção: George Augusto Produção Executiva: Anderson Mendes Fotografia: Bruno Pereira Trilha Sonora: Samuel Santiago Montagem: Edimilson Gusmão e Bruno Pereira Direção de Arte: Willian Lima e João Ricardo Som: Rômulo Falabelo, Dário Sampaio e George Augusto Elenco: Paulo Henrique, Katiane Mendes, Maria Melita, George Augusto. Em um tempo que não se sabe se é agora ou outrora, uma adolescente fala da experiência de ter ficado frente a frente com a filha da mãe-d’água.

Degradação das Almas Ismael Moura Ficção, Cor, MP4, 16’, PB, 2011 Classificação Indicativa: 16 Anos Direção de Produção: Ricardo Nascimento, Wandson Lima e Edjakson Tadeu Montagem: Ismael Moura Edição de Som: Robson Peixoto Elenco: Crisley Marques, Robson Peixoto, Crisólito Marques, Milka Gomes, Dioclebio Smille. Uma menina caminha sozinha arrastando uma boneca em meio a uma paisagem desolada e encontra criaturas estranhas pelo caminho.


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No Rastro da Espoleta 3 Bonerges Guedes e Vinicius Guedes Ficção, Cor, MP4, 20’, PB, 2013 Classificação Indicativa: 14 Anos Direção de Produção: Bonerges Guedes e Vinicius Guedes Produção Executiva: Bonerges Guedes e Vinicius Guedes Trilha Sonora: Vinicius Guedes Montagem: Bonerges Guedes e Vinicius Guedes Elenco: Bonerges Guedes, Pedro Freire, Vinicius Guedes, Iankel Ribeiro, Daniel Dutra. No Velho Oeste, um caçador de recompensas chega a uma cidade em busca de mais um trabalho e se surpreende ao saber que o bandido procurado é ele mesmo e que o xerife local está envolvido no roubo de 1 milhão de dólares.

Enigmas do Além Igor Simões Alonso Ficção, Cor, MP4, 14’, SP, 2014 Classificação Indicativa: 16 anos Direção de Produção: Geraldo Lima, Lucio Reis e Igor Simões Produção Executiva: Geraldo Lima, Lucio Reis e Igor Simões Fotografia: Geraldo Lima Montagem: Igor Simões e Geraldo Lima Som e Edição de Som: Lucio Reis Elenco: Odail Peres, Sonia Pinto, Caio Badner, Andréa Sanches, Igor Simões, Lucio Reis. Por meio do “feitiço de amarração” – uma das magias presentes no Livro de São Cipriano –, um jovem apaixonado tenta conquistar o coração de uma garota.


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Laboratório do Dr. Sepúlveda Coffin Souza Ficção, Cor, MP4, 8’, SC, 2015 Classificação Indicativa: 16 anos Direção de Produção: Cesar Coffin Souza e Gisele Ferran Produção Executiva: Cesar Coffin Souza e Gisele Ferran Fotografia: Petter Baiestorf Direção de Arte: Marciano Lorini Elenco: Gisele Ferran e Coffin Souza. O curta-metragem conta a história de Dr. Sepúlveda, um cientista especializado em criar “monstronecos”.

Aptidão Sandro Debiazzi, Ficção, Cor, MP4, 6’, SP, 2014 Classificação Indicativa: 16 anos Fotografia: Marcos Leone Montagem: Victor Cherpinski e Eduardo Liron Edição de Som: Eduardo Liron Elenco: Augusto Servano, Cauê Santiago, Danilo Baia, Francisco de Assis e Gabriel Carneiro. Um preso político é torturado no pau de arara e mantido vivo pelo médico. Anos depois, os fantasmas da tortura e dos torturadores ainda o perseguem e ele resolve finalmente morrer.


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Carniçal Rubens Mello Ficção, Cor, MP4, 15’, SP, 2014 Classificação Indicativa: 18 anos Produção Executiva: Rubens Mello Fotografia: Eduardo Luderer Trilha Sonora: Kalau Montagem: Rubens Mello Direção de Arte: Jussara Felix Figueiredo Som: Vinny Gomes e Cléber Dacome Elenco: Victor Fernandes, Lennyr Dark, Eliana Sotero, José Mojica Marins e Emerson Cardoso. Felipe é um garoto de vida dupla cuja relação com uma mulher mais velha não é aprovada pela mãe – uma mulher amarga. Com a chegada de um bando de ciganas, um segredo virá à tona, revelando um desfecho irreversível.

Tropa Zumbite 6, Bem-Vindos à Covacabana Michel Klafke Ficção, Cor, MPG, 22’, RJ, 2014 Classificação Indicativa: 14 anos Produção Executiva: Michel Klafke Fotografia: Ximenne Freitas Trilha Sonora: João William Elenco: Michel Klafke, Thaís Passos, Alessandro Torres, Edicelmo Santos Silva e Nara Klafke. A Tropa Zumbite enfrenta um bloco de carnaval zumbificado em Copacabana, ao mesmo tempo em que bate de frente com seus piores inimigos em um único dia: Duffy, Zumbella, Dra. Janice e o Prefeito Feijão.


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Superamigos, o Dia dos Dinossauros Valter Santos Ficção, Cor, MP4, 9’, SP, 2012 Classificação Indicativa: 14 anos

Produção Executiva: Andy Trevisan e Valter Santos Montagem: Valter N. Santos Elenco: Andy Trevisan, Viviane Ferreira, Guilherme Vieira, Valter Santos e Yasmin Magic Sun. O anel do Lanterna Verde foi roubado e ele precisa de ajuda para encontrá-lo. É hora de todos os Superamigos entrarem em ação mais uma vez.

Os Últimos Dias de Papai Noel Eduardo Aguilar Ficção, Cor, MOV, 9’, SP, 2003 Classificação Indicativa: 16 anos Direção de Produção: Paulinho Tequila e Marcio “Grilo” Produção Executiva: Marcelo Bortotto Fotografia: Rodrigo Trevisan Montagem: Eduardo Aguilar Direção de Arte: Poliane Lima Edição de Som: Adriano Kakazu Elenco: Alexandre Joanelli, Marcelo Bortotto, Narciso, Bruno Soares, Rodrigo Martins Ruiz e Paulinho “Tequila”. Na véspera da noite de Natal, Papai Noel chega de trem ao bairro de Perus, na periferia de São Paulo. Dois amigos jogam bilhar e são surpreendidos pela presença dele tomando café com uma dose de pinga. Eles reconhecem o bom velhinho que tanto aguardavam na infância, mas que, ao invés de entregar-lhes presentes, os roubava. Então, decidem sequestrá-lo.


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Sexta-Feira da Paixão O Duende Vini Trash Ficção, Cor, MP4, 5’, SP, 2014 Classificação Indicativa: 16 anos Direção de Produção: Ana Rosenrot Produção Executiva: Ana Rosenrot Fotografia: Vinícius J. Santos e Marcelo Rodrigues Montagem: Vinícius J. Santos Elenco: Janaina Moraes, Ana Rosenrot e Vinícius J. Santos. Os duendes são pequenos espíritos travessos, que vivem em um universo paralelo, mas interferem nos destinos humanos. Quando são bem tratados, eles ajudam nas tarefas domésticas, mas, se ficam zangados, podem aprontar das suas, inventando pesadelos para atrapalhar nossos sonos.

Ivo Costa Ficção, Cor, H264 MOV, 15’, MG, 2014 Classificação Indicativa: 16 anos Direção de Produção: Caetano Drumond Produção Executiva: Caetano Drumond Fotografia: Lucas Hallel e André Gulla Trilha Sonora: Wolney Garcia Montagem: Caetano Drumond Direção de Arte: Alexandre Biciati Som: Marco Aurélio Oliveira Edição de Som: Caetano Drumond Elenco: Hudson Oliveira, Avenina Lazarina, Maria de Lourdes Quirino, Rebeca Figueiredo e Daniele Fontes. Sexta-Feira Santa relembra a crucificação de Cristo. Alguns acreditam que não se pode expressar felicidade nessa data, em respeito à tradição religiosa, mas nada se diz em relação ao medo.


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22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

William Shakespeare’s Macbeth do Tocantins Sérgio Ricardo Soares Ficção, Cor, AVI, 15’, TO, 2012 Classificação Indicativa: 16 anos

Direção de Produção: Thuanny Vieira Fotografia: Anderson de Souza e Sérgio Ricardo Soares Trilha Sonora: Sérgio Ricardo Soares Montagem: Joana Darc Remígio Direção de Arte: Thuanny Vieira Elenco: Álvaro Maia, Tchelly Paixão, Mike Krutzmann, Luis Carlos Ferrari e Cristina Moura. A ambição de uma mulher, a fraqueza de espírito de um homem e uma profecia maldita. Essa combinação mancha de sangue os pequis de um reinado marcado pela loucura.

Enquanto Faço as Unhas Cristiano Requião Ficção, Cor, MPG, 28’, RJ, 2010 Classificação Indicativa: 14 anos Produção Executiva: Saulo Moretzsohn Fotografia: André Palluch Direção de Arte: Laura Becker Som: Saulo Moretzsohn Edição de Som: Saulo Moretzsohn Elenco: Glória Pereira, Ton Rodrigues, Laura Becker, Rômulo Rodrigues e Marcos Marjan. No filme, Silvilene é uma costureira infeliz, casada com um evangélico que sonha em ser pastor. Para aliviar o sofrimento, ela passa as madrugadas na internet em sites de relacionamento, em busca de um amor verdadeiro. Silvilene, então, se depara com um comandante da Marinha que, mesmo distante, inspira confiança e carinho.


MOSTRA CINEMA DE BORDAS

O Estripador da Rua Augusta Geisla Fernandes e Felipe Guerra Ficção, Cor, MP4, 19’, SP, 2014 Classificação Indicativa: 18 anos Direção de Produção: Daniela Monteiro, Eduardo Luderer, Elise Miyazaki, Felipe M. Guerra, Geisla Fernandes Fotografia: Eduardo Luderer e Vinícius Bock Montagem: Felipe M. Guerra Direção de Arte: Elise Miyazaki de Siqueira Edição de Som: Angelo Malka Elenco: Monica Mattos, Henrique Zanoni, Geisla Fernandes, Felipe M. Guerra e Daniela Monteiro. Ela é uma vampira com muitos séculos de existência; ele é um implacável serial killer. Ela vive como prostituta nos inferninhos da Rua Augusta; ele, retalhando garotas de programa no mesmo endereço. Quando eles se encontram – ambos sedentos de sangue –, o resultado é devastador.



sess천es especiais

sess천es especiais


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

SESSão especial

petrobras filme fora de competição

A LUNETA DO TEMPO Alceu Valença Ficção, Cor, DCP, 97’, PE, 2014 Classificação Indicativa: 12 anos Produção: Focus Films Produtores: Tuinho Schwartz e Yanê Montenegro Roteiro: Alceu Valença Direção de Arte: Moacyr Gramacho Fotografia: Luis Gramacho Montagem: Alceu Valença, Rafael Todeschini, Gustavo Caldas e Tuco Som: Jorge Saldanha, Paulo Ricardo Nunes Mixagem: Ricardo Cutz Música e Direção Musical: Alceu Valença Elenco: Irandhir Santos, Hermila Guedes, Evair Bahia, Ana Claudia Wanguestel, Ceceu Valença, Khrystal, Charles Theony, Ari de Arimateia, Helder Vasconcelos, Tito Lívio, Roberto Lessa e Alceu Valença. A partir da história de Lampião e Maria Bonita no sertão, o filme cria personagens fictícios que viverão amores e aventuras num universo circense ao lado dessas lendas folclóricas, ao som de cordel também escrito por Alceu Valença.


SESSÕES ESPECIAIS


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

SESSão especial

VIRADÃO VITÓRIA filme fora de competição

O ANIMAL SONHADO Breno Baptista, Luciana Vieira, Rodrigo Fernandes, Samuel Brasileiro, Ticiana Augusto Lima, Victor Costa Lopes Ficção, Cor, 2K, 77’, CE, 2015 Classificação Indicativa: 16 anos Direção de Produção: Luciana Vieira Produção Executiva: Ticiana Augusto Lima Roteiro: Breno Baptista, Luciana Vieira, Rodrigo Fernandes, Samuel Brasileiro, Ticiana Augusto Lima, Victor Costa Lopes Direção de Arte: Dayse Barreto, Mariana Nunes, Tarcísio Filho Fotografia: Juliane Peixoto e Filipe Acácio Montagem: Guto Parente Edição de Som: Érico Paiva Elenco: Aline Silva, Aluísio Barbosa Filho, Armando Praça, Bio Falcão, Dario Oliveira, Glauco Leandro, Jorge Polo, Júnior Martins, Kardec Miramez, Keka Abrantes, Luciana Vieira, Manoela Cavalcanti, Nádia Fabrici, Nataly Rocha, Patrícia Crespí, Pry Von Paumgartten, Rayssa Pessoa, Rityelle Dartanhã, Rodrigo Fernandes, Tatiana Barbosa, Thiago Andrade. O animal está em movimento, é impossível segurá-lo. Os corpos vibram, dançam e desejam.


SESSÕES ESPECIAIS


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

SESSão especial

penna filho filme fora de competição

DAS PROFUNDEZAS Penna Filho Ficção, Cor, 2K, 90’, SC, 2013 Classificação Indicativa: 12 anos Direção de Produção: Penna Filho Produção Executiva: Guido Zandonai Roteiro: Penna Filho Direção de Arte: Fabi Penna Fotografia: Marx Varmelatti Montagem: Penna Filho Som: Nelson Fonte Edição de Som: Leonardo Costa Gomes Trilha Sonora: Silvia Beraldo Animação: Zol Israel Elenco: Antonella Baptista, Luiz Henrique Cudo, Edio Nunes, Antonio Cunha, Bruna Werner, Diego Herrera, Cleistenes Grott, Renato Turnes, Milena Moraes Filmografia do Diretor: Naturezas mortas (1995); Victor Meirelles(1996); Fendó - Tributo a uma guerreira (2000); Alma açoriana (2001); Um craque chamado Divino (2006); Doce de coco (2009). A trajetória de uma família de trabalhadores das minas de carvão de Santa Catarina, entre 1964 e 1987, com o envolvimento na resistência à ditadura militar e numa greve histórica para o movimento operário catarinense, que resultou numa experiência gestionária que é referência na economia solidária.


SESSÕES ESPECIAIS


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

sessão especial

TEOBALDO MORTO, ROMEU EXILADO Rodrigo de Oliveira Ficção, Cor, DCP 2K, 118’, ES, 2014 Classificação indicativa: 16 anos Diretor de Produção: Felipe Bob Redins Produtor Executivo: Vitor Graize Produção: Lucia Caus, Vitor Graize e Rodrigo de Oliveira Roteiro: Rodrigo de Oliveira Direção de Arte: Manuela Curtiss Fotografia: Lucas Barbi Montagem: Luiz Pretti Som: Pedro Diógenes, Hugo Reis Edição de Som: Alexandre Barcelos Elenco: Alexandre Cioletti, Rômulo Braga, Sara Antunes, Margareth Galvão e Erik Martíncues Filmografia do Diretor: Eclipse solar (2015); As horas vulgares (2011). João é um músico de 32 anos que opta pelo isolamento no interior do Espírito Santo quando Flora, sua mulher grávida, rompe a relação. Depois de três meses, quando finalmente parece estar pronto para reparar seus erros junto à mulher e acompanhar o parto de seu filho, João é surpreendido pela misteriosa visita de Max, seu melhor amigo, há muitos anos desaparecido e dado como morto.


SESSÕES ESPECIAIS

sessão especial

sangue azul Lírio Ferreira Ficção, Cor, DCP 2K, 114’, PE, 2015 Classificação indicativa: 16 anos Direção de Produção: Renato Rondon Produção Executiva: Renato Ciasca, Mônica Lapa, Julia Bock, Fred Lasmar e Tuca Noronha Roteiro: Lírio Ferreira, Fellipe Barbosa e Sérgio Oliveira Direção de Arte: Juliana Carapeba Fotografia: Mauro Pinheiro Jr. Montagem: Mair Tavares e Tina Saphira Som: Armando Torres Jr. Edição de Som: Armando Torres Jr. Trilha Sonora: Pupillo Elenco: Daniel de Oliveira, Caroline Abras, Sandra Corveloni, Matheus Nachtergaele e Rômulo Braga Filmografia do Diretor: Baile perfumado (1997); Áridomovie (2005); Cartola – Música para os olhos (2007); O homem que engarrafava nuvens (2009). O circo Netuno monta lona numa ilha paradisíaca. Zolah, o homem-bala, já conhece o local desde sua infância. Já adulto, ele reecontra a família depois de vinte anos e é chegado o momento de resolver as questões do passado que ainda o atormentam.


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

concurso de

roteiro capixaba Ao longo dos anos, o Concurso de Roteiro Capixaba tem incentivado a produção audiovisual local selecionando as melhores ideias com potencial para se tornarem um filme de curta-metragem e, assim, valorizando o mercado cinematográfico do Espírito Santo. A iniciativa tem contribuído para aquecer o setor audiovisual local e proporcionar a muitos realizadores a concretização de seus projetos. Como um espaço para o exercício do fazer audiovisual e revelação de novos talentos, o Concurso de Roteiro Capixaba patrocinou os seguintes filmes: » Macabéia (1998) Roteiro e Direção: Erly Vieira Jr, Virginia Jorge e Lizandro Nunes

» Escolhas (1999) Roteiro e Direção: Ana Cristina Murta

» Mundo Cão (2000) Roteiro: César Chaia, Marcelo Martins, Sérgio Marangoni, Poliana Côgo e Saskia Sá. Direção: Saskia Sá

» Manoela (2001) Roteiro: Aristeu Carlos Simões. Direção: Fabrício Coradello

» A Passageira (2002) Roteiro: Glecy Coutinho Direção: Glecy Coutinho e Margarete Taquete

» A Primeira Paróquia do Cristo Sintético (2004) Direção e Roteiro: Gabriel Menotti

» Vanessa (2005) Roteiro e Direção: Rebecca Monteiro Tosta

» Agrados para Cloê (2006) Roteiro e Direção: Jeffe Pinheiro

» Dia de Sol (2007) Roteiro e Direção: Virginia Jorge

» Raiz que Racha a Rua (2008) Roteiro e Direção: Alexandre Serafini

» A Ladeira (2009) Roteiro e Direção: Iza Rosenberg

» Pela Parede (2010) Roteiro e Direção: Lucas Bonini e Wayner Tristão

» Pique Esconde (2011) Roteiro e Direção: Dominique Lima

» Doppelganger (2012) Roteiro e Direção: Giandro Gomes

Lançamentos no 22º Festival de Cinema de Vitória » Talvez Amanhã (2013) Roteiro e Direção: Jeffe Pinheiro

» Intenso (2014) Roteiro e Direção: Ricky Oliveira


SESSÕES ESPECIAIS

INTENSO TALVEZ AMANHÃ Jeffe Pinheiro Ficção, Cor, Digital, 15’, ES, 2015 Classificação indicativa: 12 anos Produção Executiva: Lírica Roteiro, direção de arte, montagem e finalização: Jeffe Pinheiro Direção de Fotografia: Daniel Lima Assistente de Fotografia: Roberto Macedo Som: Yan Saldanha Trilha Sonora: Marcel Dadalto Elenco: Higor Campagnaro, Jojo Rodrigues, Erika Bayerl Participação Especial: Liza Gomes, Teo Pasquini.

Ricky Oliveira Ficção, Cor, 9’, MP4, ES, 2015 Classificação Indicativa: Livre Produção: Ricky Oliveira, Carlyle Campos e Marcelo Cruz Roteiro: Ricky Oliveira Direção de Arte: Marcelo Cruz Fotografia: Carlyle Campos Trilha: Jouhilton Estevão e Renato Cerqueira Elenco: Luciana Altoé, Rafael Coelho, Raymara Rezende, Luan Ériclis.

Inspirado numa estória real, o filme conta o dilema de um casal, em que o marido apaixonado tentar viver um casamento com a mulher, que mora num banheiro.

Eros e Mya são namorados e estão passando por uma mudança. Mya precisa mudar de cidade pra continuar a se satisfazer profissionalmente e, apesar de já terem decidido encarar essa mudança separados, o último dia dos dois juntos ocorre de uma maneira estranha e muito pensativa. Eros fica confuso e tenta respeitar a decisão de Mya, equilibrando o desejo de agradar com seus desejos pessoais.

Vencedor do 15º Concurso de Roteiro Capixaba Patrocínio: Instituto Sincades e Galpão Produções / IBCA

Vencedor do 16º Concurso de Roteiro Capixaba Patrocínio: Galpão Produções / IBCA



homenagens

homenagens


mAtheus nachtergaele


HOMENAGEM NACIONAL É impossível estar perto de Matheus Nachtergaele e não sentir sua paixão pelo ofício de ator. Seu processo criativo é abissal, mergulha profundamente na composição de seus personagens, tanto que, mesmo em papéis coadjuvantes, sua presença cresce e nunca passa despercebida. Como ele próprio admite, sua rede de amigos conta com muitas pessoas de idade superior à sua; isso talvez explique sua capacidade de estabelecer diálogo entre as gerações passadas com o que há de mais contemporâneo. Pelas propostas estéticas contidas nos trabalhos protagonizados por Matheus, também é possível perceber o seu modo crítico de compreender a nossa cultura. Intenso, perfeccionista e autocrítico, tal empenho já lhe rendeu prêmios e o reconhecimento do público. Mas os louros não satisfazem o gênio criativo de Matheus, que busca sempre ir além, decantar processos, esmerar a interpretação. Tal dedicação está explicitada em sua trajetória artística, em especial no cinema, onde atuou com alguns dos mais significativos cineastas brasileiros das duas últimas décadas.

Não contente em apenas atuar, Matheus foi para detrás das câmeras para roteirizar e dirigir o longametragem “A festa da menina morta”. Com esse filme, amplamente premiado e elogiado pela crítica, além de conhecermos um pouco de suas percepções políticas e existenciais, pudemos assistir a uma obra resultante de uma profunda consciência e maturidade artística. Seja no teatro, na televisão ou no cinema, Matheus Nachtergaele é responsável por incluir personagens densos e, ao mesmo tempo, populares no nosso imaginário e na história da dramaturgia nacional. Em nossa 22ª edição, nos é motivo de honra poder prestar esta homenagem a um artista que sintetiza, como poucos, a diversidade, o vigor e a inventividade da arte brasileira. Lucia Caus Diretora do 22º Festival de Cinema de Vitória


JOSÉ AUGUSTO loureiro


HOMENAGEM CAPIXABA

Quem imaginaria que o menino de Santa Teresa, neto de descendentes de italianos e de caboclos, que gostava de brincar à beira do rio, iria se transformar em um dos atores capixabas com carreira mais extensa e diversa? José Augusto Loureiro, o nosso homenageado capixaba deste ano, traz em sua trajetória a síntese do teatro e do cinema desenvolvidos no Espírito Santo. Profundamente identificado com o fazer coletivo do teatro, não teve dificuldade em interpretar para a câmera, primeiro na televisão, e, depois, no cinema. Nos palcos, além de atuar, foi criador de cenários e fez direção de espetáculos. Sua estreia no cinema foi no longa-metragem “Vagas para moças de fino trato” e, em seu currículo, ainda constam outros quatro longas, entre eles, “Policarpo Quaresma, o herói do Brasil”. Mas foi, sobretudo, no curta-metragem que José Augusto mais atuou, com participações no elenco de cerca de 20 produções.

Por quase duas décadas, esteve à frente do Teatro Galpão, em Vitória. Palco para espetáculos nacionais e até internacionais, esse espaço contribuiu com o fortalecimento do teatro capixaba ao garantir que as peças locais ficassem em cartaz por temporadas. O Teatro Galpão também serviu de locação para algumas produções audiovisuais. Recentemente aposentado pelo serviço público estadual, esteve sempre engajado na formulação das políticas públicas de cultura. Artista múltiplo, também vale o registro de seu envolvimento com o campo das artes plásticas. Muito nos honra fazer esta justa homenagem! Lucia Caus Diretora do 22º Festival de Cinema de Vitória


Luiz carlos lacerda


HOMENAGEM 50 ANOS DE CARREIRA Luiz Carlos Lacerda, o nosso querido Bigode, é dono de uma trajetória apaixonada pelo ofício do cinema. Atuando ao lado de grandes nomes da cultura brasileira, ele teve uma vida inteira envolvida com uma cena artística e intelectual explicitamente engajada na luta por um país mais democrático. A história do Festival de Cinema de Vitória conta, de maneira marcante, com a participação e o protagonismo desse criador e militante do cinema brasileiro, seja com a exibição de seus filmes, seja com sua generosa atuação em oficinas de realização. O Bigo sempre foi um conselheiro, um acalanto, uma pessoa pela qual temos muito respeito e admiração. Por tudo isso, é uma grande honra fazer essa carinhosa homenagem pelos 50 anos de carreira e dedicação ao cinema. Lucia Caus Diretora do 22º Festival de Cinema de Vitória

Luiz Carlos Lacerda realizou mais de trinta documentários sobre personalidades da cultura brasileira, entre elas, Cecilia Meireles, João da Baiana, Maria Della Costa, Vianinha e Barão de Itararé, e os longas-metragens “Mãos vazias” (1970), “O princípio do prazer” (1978), “Leila Diniz” (1988), “For all - o trampolim da vitória” (1997), “Viva sapato!” (2004), “Casa 9” (2011), “A mulher de longe” (2012) e o inédito “Introdução à música do sangue” (2015).


Penna filho


HOMENAGEM

Nascido em 1936, em Vitória, Penna Filho cresceu no bairro Santo Antônio, jogando bola e sonhando em fazer filmes. Trabalhou desde muito jovem em jornal, rádio e televisão, mas foi no cinema em que nos deixou seu maior legado. Morou muitos anos em São Paulo, “abrindo seus caminhos na foiçada”, como ele mesmo repetia e, depois, mudou-se para Florianópolis e criou a Penna Filho Produções, que esteve sob seu comando por vinte anos. Artista raro, um verdadeiro operário do cinema, incansável lutador em seus mais de 50 anos de carreira, comprometeu-se com as causas sociais, levando para as telonas personagens que considerava excluídos da “história oficial”. Com seu humor sarcástico, abordava com maestria temas reais, humanos, levando suas plateias à reflexão. Em sua vasta filmografia com mais de 30 produções, muitas foram exibidas também no exterior e recebeu prêmios com seus documentários na televisão e no cinema, sendo ele, sem dúvida, uma referência dentro do cinema clássico brasileiro. Penna Filho conduzia a direção de seus filmes com pulso firme, sabendo exatamente o que desejava. Nada o impedia de executar determinada cena, mesmo que fosse a 100 metros de profundidade em uma mina de carvão, como vemos em seu último longa “Das Profundezas”, exibido no Festival de Vitória em sua homenagem.

Apaixonado pelo movimento, era fã dos travellings longos e lentos e dos planos sequência. O cinema de Penna Filho era feito na raça, na coragem, com orçamento justo, equipes pequenas e, justamente por isso, cobrava comprometimento e responsabilidade de todos da equipe. Tinha pressa em organizar as coisas e tudo passava por ele - essa era sua marca registrada. Como passou por praticamente todas as funções do cinema (ator, dublador, continuísta, montador, assistente de direção, roteirista, diretor e produtor), era difícil escapar algo de suas vistas. Trouxe, com toda a sua experiência, um jeito diferente e bonito de se contar uma história. Avesso a estrelismos, não demonstrava gostar muito de aparecer, o que ele queria mesmo é que as pessoas o conhecessem através de seus filmes. E é assim que podemos conhecê-lo e entendê-lo. Há uma grande lacuna aberta agora, desde 30 de abril de 2015, quando Penna Filho faleceu. Pouco antes disso, ele me fez vários pedidos e, entre eles, dois em especial: “ leve minhas cinzas pra Vitória, tenho muita saudade” e “ continua, filha...é tão bom sonhar!” Fabi Penna



concursos & oficinas

concursos & oficinas


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

2º Concurso nacional de webséries Imersão Cocriativa em Webséries

Em diálogo com as novas plataformas digitais de produção e exibição audiovisual, o Festival de Cinema de Vitória segue incentivando projetos pensados exclusivamente para as potencialidades da web com o 2º Concurso Nacional de Webséries. Nesta edição, quatro proponentes tiveram o projeto de websérie selecionado, entre ficções e documentários, e irão participar de uma imersão com a TV Cocriativa para aperfeiçoamento profissional e receber consultoria no desenvolvimento dos projetos. O Concurso aceitou projetos de realizadores de todo o Brasil, que fossem estreantes ou estivessem, no máximo, no seu segundo projeto. Foram recebidas 45 inscrições e, entre as etapas do Concurso, os proponentes passaram por uma entrevista online com a TV Cocriativa. Selecionados: » No front - Anderson da Silva Fraga (ES) » Favela celebridades - Antonio Barbosa da Silva Júnior (RJ)

» Baseado em fatos reais - Diego da Costa (SP) » Em trânsito - Gisele Motta Ferreira (RJ)


CONCURSOS & OFICINAS

MASTERCLASS: Novos caminhos para webséries brasileiras

Como a produção independente brasileira pode superar seus principais desafios (de conteúdo, roteiro, orçamentos) para se estabelecer na produção de webséries com periodicidade, inovação e criatividade. A masterclass terá o formato de debate livre, a partir de uma introdução expositiva de Vinícius Cabral e Igor Amin a respeito do cenário nacional de webséries e do estudo de caso de algumas produções relevantes. A partir da experiência e da participação dos alunos presentes na imersão, o debate será proposto para que se incentive a consolidação das webséries, desde a concepção até a difusão. O exemplo de como projetos podem ser trabalhados desde a ideia original, vide a experiência da TV Cocriativa e dos profissionais participantes da imersão, será o ponto de partida para trazer um debate sólido e frutífero a respeito das novas alternativas de produção de conteúdos audiovisuais autorais para a web, transcendendo até alguns conceitos engessados na definição objetivamente aceita do que é uma websérie.


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

Oficina de Cinema LGBTT PósStonewall com Christian Petermann Discutir a maneira como os personagens lésbicos, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT) são representados pelo cinema da década de 1970 até os dias atuais é um dos objetivos da Oficina de Cinema LGBTT Pós-Stonewall com Christian Petermann. Por meio da exibição de cenas selecionadas, a oficina apresentará um panorama histórico dos principais filmes que marcaram época e redefiniram a imagem LGBTT desde os anos de 1970. Serão discutidos os principais cineastas e/ou filmes isolados que representam marcos importantes para a representação de sexualidades não normativas nas telas. Dos anos de 1970, serão assistidos trechos do cinema politizado de Pier Paolo Pasolini e Rainer Werner Fassbinder, do cinema hedonista de Paul Morrissey e o cinema pop de John Waters. Da década de 1980, as referências serão a força do cinema inglês com Derek Jarman e Stephen Frears, o início da carreira

do espanhol Pedro Almodóvar e os cineastas brasileiros Hector Babenco e Sergio Bianchi. Da década de 1990, a oficina discutirá as produções dos americanos Gus van Sant, Todd Haynes e Gregg Araki, do canadense Bruce La Bruce e do francês André Techiné. Já nos anos 2000, as referências são os franceses François Ozon e Christophe Honoré, o canadense Xavier Dolan, o cinema global de Brillante Mendoza, Eytan Fox, Ferzan Ozpetek e Marco Berger e o brasileiro Karim Aïnouz.

Oficineiro: Christian Petermann Christian Petermann é colaborador regular da revista Rolling Stone, curador do festival semestral Cine Vitrine Independente, consultor para a ONG CineMaterna e sócio-fundador da Abraccine (Associação Brasileira dos Críticos de Cinema).


Oficina de crítica Cinematográfica COM André Dib Os participantes terão a chance de conhecer uma introdução ao pensamento crítico e às possibilidades de olhar, refletir sobre a sétima arte. A oficina é dividida em encontros teóricos e práticos, objetivando proporcionar o desenvolvimento do espírito crítico e da capacidade de se relacionar com os filmes dos participantes. Para tanto, a partir de exibições de obras e de leitura de textos, serão realizados exercícios escritos e orais, nos quais os alunos poderão utilizar técnicas e instrumentos apresentados em sala de aula. Os textos produzidos serão avaliados coletivamente e publicados em um blog. Os alunos escrevem sobre os filmes do festival de forma a eleger os seus preferidos.

Oficineiro: André Dib André Dib é pesquisador, crítico de cinema e jornalista formado pela Universidade Federal de Pernambuco. Sua experiência inclui a cobertura de festivais brasileiros e estrangeiros. Tem textos publicados em diversos jornais, revistas e sites. Realiza curadorias para mostras, consultorias para festivais de cinema e é membro da diretoria da Associação Brasileira dos Críticos de Cinema (Abraccine) e do Congresso Brasileiro de Cinema (CBC).



outros projetos

outros projetos


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

vídeo nas comunidades

O Vídeo nas Comunidades, desenvolvido desde 2007 pelo Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA), é um projeto de formação audiovisual que promove oficinas de vídeo para alunos da rede pública de ensino do Espírito Santo. Interessado em estimular o interesse pelo audiovisual como forma de expressão cultural e social, o Vídeo nas Comunidades apresenta aos jovens participantes conceitos básicos sobre a linguagem audiovisual e os convida à prática. Durante as oficinas, os alunos entram em contato com profissionais do meio audiovisual e recebem acompanhamento para que produzam, em grupo, um filme desde a elaboração de um argumento até a edição das imagens e montagem do material. A cada oficina, um novo filme curta-metragem é produzido e apresentado à escola e à comunidade onde foi realizado e todos os títulos lançados pelo projeto Vídeo nas Comunidades estão aptos a percorrer o circuito nacional dos festivais e mostras de cinema. Diferentes parcerias firmadas com o poder público ajudaram a dar continuidade ao projeto ao longo dos anos.

+ de 70 oficinas

+ de 1200

jovens atendidos desde 2007


OUTROS PROJETOS

Escolas 2014 » EEEF Jones José do Nascimento Central Carapina, Serra - Filme “Carroça” » EEEF Silvio Rocio São Torquato, Vila Velha - Filme “Na linha” » EEEFM Elza Lemos Andreatta Ilha da Caieiras, Vitória - Filme “Sabores das Caieiras” » EEEFM Irmã Maria Horta Praia do Canto, Vitória - Filme “Raspage” » EEEFM Marinete de Souza Lira Feu Rosa, Serra - Filme “Feu Rosa: o bairro do funk” » EEEFM Vila Nova de Colares Vila Nova de Colares, Serra - Filme “Brincar de quê?”

» EEEFM Vila Nova de Colares Vila Nova de Colares, Serra - Filme “Vila viva: o começo de tudo” » EEFM Maura Abaurre Boa Vista, Vila Velha - Filme “Diversidade” » EEEM Mario Gurgel Terra Vermelha, Vila Velha - Filme “Praça vermelha” » EMEF Dep. Mikeil Chequer Boa Vista II, Vila Velha - Filme “Eu poeta” » EEEM Ormanda Golçalves Cobilândia, Vila Velha - Filme “Diversidade” » EMEF Dom Helder Pessoa Câmara Jacaraípe, Serra - Filme “Vida sobre a prancha”


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

Festival de Cinema de Vitória Itinerante

O Festival de Cinema de Vitória Itinerante é um projeto que busca atender, em suas rotas Verão e Inverno, as cidades que não dispõem de salas de cinema, ao levar cultura e lazer através de uma mostra de filmes de classificação livre e aberta ao público. Fazem parte das sessões desse projeto filmes de animação, ficções e documentários consagrados em mostras e festivais realizados no país. Durante a itinerância, é reproduzida a magia do cinema a céu aberto com equipamentos e infraestrutura que garantem a qualidade técnica da exibição. Um caminhão com a marca do Festival é estacionado em ponto estratégico em cada cidade, onde é montada a tela de cinema medindo 8 x 5 metros, com cadeiras para a plateia e com o tradicional tapete vermelho. Além disso, o público também interage através do júri popular e concorre a prêmios e brindes. Em sua última edição, o projeto percorreu 25 municípios capixabas de janeiro a fevereiro e de junho a julho de 2014. A estimativa é que um público de 25 mil pessoas seja atendido por essas sessões itinerantes.


OUTROS PROJETOS

Esta edição conta com patrocínio da Caixa Econômica Federal, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Petrobras.

Rota 2015 » 17 Out - Pedra Azul (Domingos Martins) » 18 Out - Cariacica » 21 Out - Cachoeiro de Itapemirim » 23 Out - Colatina » 24 Out - Serra Abertura em Pedra Azul com o longa-metragem “O sal da Terra”, de Wim Wenders e Juliano Salgado.



lanรงamentos

lanรงamentos


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

FOTOGRAMAS DO BRASIL: AS CHANCHADAS

Cinema de Bordas 3 Org. Gelson Santana, Editora A Lápis, 264 páginas, 2014

Bernadette Lyra, Editora A Lápis, 108 páginas, 2014 Bernadette Lyra afirma que: “o principal motivo que me incitava a estudar as chanchadas era minha experiência cinematográfica, desde a infância formada no gosto de assistir a comédias populares. No fundo, as experiências de uma pessoa são o fundamento do que ela usa para as suas explicações”.

O que transparece nos 10 textos reunidos no Cinema de bordas 3 é o amoroso, respeitoso e minucioso trabalho com que são investigados os detalhes da maquinação, da combinação de imagens e sons que compõem o corpo desses filmes desgarrados, para que eles encontrem seu lugar de direito nos estudos cinematográficos e não se percam de vez no desprezo, no pouco caso ou na indiferença.


LANÇAMENTOS

Cinema e religião, perguntas e respostas Luiz Vadico, Editora A Lápis, 96 páginas, 2014 O livro reúne quatro longas entrevistas dadas por Luiz Vadico à revista eletrônica de estudos religiosos IHU Online. O autor justifica a publicação em livro observando que “a forma ‘entrevista’ nos obriga a dizer as coisas de maneira objetiva e clara. E o mais importante: as questões propostas não são as que esperamos, são nascidas do interesse de um público que tem outros ângulos e percepções sobre o assunto. Elas nos levam a falar sobre particularidades que jamais tivemos em mente. As perguntas dos entrevistadores são o olhar da sociedade para o que produzimos”.

Suruba para colorir Org. Bebel Books, Bebel Books, 38 páginas, 2014, 2015 Suruba para colorir é uma publicação lúdica da Bebel Books, ou o único livro de colorir para adultos não recomendado para crianças. Sucesso de público e crítica, foi lançado em São Paulo, Rio, Brasília, Amsterdã e Palo Alto, Califórnia e agora vai ser lançado em Vitória. 34 desenhos de surubas em suas variações marinhas, idílicas, soturnas, poéticas e muito mais. Edição de Bebel Abreu, prefácio de Xico Sá e trabalhos de 35 autores: VOLUME #1 Alex Vieira, André Valente, Feppa Rodrigues, Flavio Zerloti, Indio San, Janara Lopes, João Montanaro, Kiko Dinucci, Laerte, Luciana Bastos, Luciano Feijão, Marcelo Araújo, Max Kisman, Oga Mendonca, Orlando Pedroso, Samuel Rodrigues e Tiago Elcerdo. VOLUME #2 Adão Iturrusgarai, Ale Kalko, Alejandro Magallanes, Christiano Mascaro, Diego Sanches, Eduardo Belga e Gabriel Goés, Fabio Zimbres, Fernanda (aka Lady) Guedes, Flávio Flock, Guma, Maël Boutin, Renata Miwa, Rogerio Nunes, Santiago Mourão, Sen Hesse (aka Carlo Giovani), Thais dos Anjos e Zé Otavio.


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

Callejero

Maldita Animação Brasileira

Bruno Miranda e Legna Rodríguez Iglesias, Bebel Books, 24 páginas, 2015

Org. Sávio Leite, Editora Favela é Isso Aí, 244 páginas, 2015

Este livro é sobre a rua. Não sobre qualquer rua, mas as de Havana, capital de Cuba, em um período em que nos indagamos, em toda a América Latina, sobre a direção que o país tomará ou, ainda, sobre o lugar a ele já reservado na economia global. Não foi a primeira viagem de Bruno Miranda a Havana, mas foi desta vez que ele permaneceu tempo o bastante para vivê-la fotografando, ou fotografá-la vivendo… ou tanto uma coisa quanto a outra. Certo, é difícil definir onde termina o Bruno viajante e começa o Bruno habitante da capital mas, sem dúvida, tanto um quanto outro são indissociáveis do Bruno Miranda fotógrafo.

O livro traz textos de Quiá Rodrigues (RJ), Leonardo Ribeiro (RJ/MG), Roberto Maia (SP), Diego Akel (CE), Caó Cruz Alves (BA), Christiane Quaresma e Marcos Buccini (PE), Patricia Alves Dias (PE) e Márcio Junior (GO), cada um analisando diversos aspectos da animação brasileira e suas especificidades. O livro ainda traz entrevistas com 10 expoentes da animação brasileira contemporânea, com um recorte na produção independente. Depoimentos de Allan Sieber (RS/RJ) , Arnaldo Galvão (SP), César Cabral (SP), Clécius Rodrigues (MG), Eduardo Perdido (SP), Marão (RJ), Mauricio Squarisi (SP), Otto Guerra (RS), Stil (RJ) e Wilson Lazaretti (SP). Um amplo painel do melhor produção e de seus autores e uma parte ilustrativa dessa produção.| Um recorte do que seria uma produção underground (ou udigrudi, numa gíria brasileira, como gostamos de usar), maldita que se destaca de toda a produção brasileira nesta arte peculiar.


LANÇAMENTOS

O Coringa do Cinema Matheus Trunk, Editora Giostri, 160 páginas, 2013 Virgílio Roveda foi um dos técnicos mais atuantes do cinema paulista. Iniciou a carreira como figurante, depois prosseguiu como eletricista, assistente de câmera, iluminador e diretor de fotografia. Paralelamente, atuou como assistente de direção, fotógrafo de cena, direção de produção e produtor. Colaborou na realização de mais de 60 longas-metragens nacionais. Este livro conta com a trajetória deste coringa do cinema.

Dossiê Boca: personagens e histórias do cinema paulista Matheus Trunk, Editora Giostri, 103 páginas, 2014 Na Boca paulista, entre os anos 70 e 80, o sonho de fazer cinema virou realidade para muita gente que não tinha dinheiro nem educação formal. Suas histórias estão nesse livro. Histórias de um peão de boiadeiro que conseguiu fazer seu próprio filme sobre os rodeios, de um faxineiro de cinema que se tornou cineasta, de atores que eram contratados no mesmo bar onde comiam fiado ou de um garçom que se tornou o maior montador de filmes da história do Brasil.


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

fórum do audiovisual capixaba

O 22º Festival de Cinema de Vitória juntou-se ao Congresso Brasileiro de Cinema e à ABD Capixaba para promover, em sua programação, as atividades do Fórum do Audiovisual Capixaba. Passa por um forte momento de transição o audiovisual nacional, principalmente no que se refere à reestruturação do mercado, dos setores produtivos e das políticas públicas de fomento, difusão e distribuição. Neste sentido, o Congresso Brasileiro de Cinema (CBC) e as entidades representativas do audiovisual no Brasil vêm realizando fóruns de discussão nos Estados, com objetivo de reunir, debater e formular propostas em prol do cinema brasileiro, em todas as suas formas de expressão. Além de fortalecer o debate local, o resultado deste trabalho culminará na realização do IX Congresso Brasileiro de Cinema, em 2016. Os membros da nova diretoria do CBC já percorreram oito Estados até o momento, com objetivo de organizar uma agenda nacional com os diversos setores do audiovisual, que vai nortear os grupos de trabalho (GTs) no próximo congresso da entidade. No Espirito Santo, a realização do Fórum do Audiovisual Capixaba, além da pauta nacional, será uma oportunidade de pactuar uma agenda com vistas a consolidar objetivos e metas para o audiovisual capixaba, capitaneada pelos agentes locais. Algumas das pautas nacionais são:


Regionalização

O cumprimento da cota de 30% dos recursos provenientes da arrecadação da CONDECINE no Fundo Setorial do Audiovisual com o objetivo de tornar igualitária a inclusão das diversas regiões do Brasil nos avanços do setor audiovisual.

Ampliação das Telas

Aumento da cota de tela nas salas de cinema comerciais; TV fechada (ampliação da Lei 12.485); TV aberta (inclusão da produção independente, como determinado na Constituição Federal); implantação de Circuito Independente para o cinema brasileiro (ponto de cultura, cineclubes, museus, cinematecas, entre outros), VOD e implementação da Lei do Curta.

Ampla Participação

Ampliação da participação do setor nos espaços consultivos e deliberativos voltados para a formulação de políticas culturais, tais como: Conselho Superior de Cinema e Comitê Gestor do FSA. O retorno do setor audiovisual ao Conselho Nacional de Políticas Culturais do MINC e a reativação do Conselho Consultivo da Secretaria do Audiovisual/MINC.

Cinema e Educação

Regulamentação da Lei 13.006/2014, que determina a exibição de filmes brasileiros nas escolas.


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

Curriculum Júri Júri Mostra Foco Capixaba / Curtas Bernadette Lyra

É natural do Espírito Santo e colunista do jornal A Gazeta, de Vitória (ES). Fez pós-doutorado em Cinema pela Université René Descartes, Paris V, Sorbonne, França. Foi professora do curso de pós-graduação no Departamento de Cinema, Rádio e Tevê, da ECA/USP. Atualmente, é professora do Mestrado em Comunicação Audiovisual da Universidade Anhembi Morumbi/SP. É sócia fundadora da Sociedade Brasileira de Cinema e Audiovisual (Socine). Foi, várias vezes, eleita Membro do Conselho Deliberativo e Membro do Comitê Científico da Socine e é curadora de mostras de cinema em várias cidades do Brasil. Possui livros, capítulos de livros e artigos sobre cinema e audiovisual publicados no país e no exterior.

Rodrigo Bitti

Graduado em cinema pela PUC-Rio, começou a carreira como estagiário de produção no Departamento de Projetos da Bananeira Filmes e como assistente de Platô no filme “Billi Pig”, de José Eduardo Belmonte. No ano de 2011, cursou o filmmaking workshop na New York Film Academy. Em 2012, fundou a Andarilho Filmes. Foi estagiário de direção no longa “Mato sem cachorro”, dirigido por Pedro Amorim. Para o canal Multishow na web, dirigiu “Na madrugada”, série de quatro episódios produzida pela Raccord. Em 2014, escreveu e dirigiu o curta-metragem “Na realidade”, exibido em diversos festivais nacionais e internacionais.


Bertrand Lira

É cineasta, dirigiu diversos documentários de curta, média e longa-metragem em super-8, 16mm e vídeo (“Bom dia, Maria de Nazaré”, “O senhor do engenho”, “Crias da Piollin”, “Homens”, “O rebeliado” e “O diário de Márcia”, entre outros, e o curta de ficção “A poeira dos pequenos segredos”), premiados em festivais no Brasil e no exterior, entre eles, o JVC Grand Prize do 26º Tokyo Video Festival de 2004. Realizou estágios em documentário no Atelier Varan, em Paris, nos anos de 1982 e 1986. É professor efetivo do curso de Comunicação em Mídias Digitais (Demid) e do Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGC) da UFPB e coordenador do Grupo de Estudos em Cinema e Audiovisual (Gecine). Autor do livro “Luz e sombra: significações imaginárias na fotografia do cinema expressionista alemão” (2013).

Júri Mostra Longas Cély Leal

Nascida em Salvador, produtora e diretora, diplomada em Jornalismo e História. Criadora e idealizadora de diversos projetos na área cultural do Rio de Janeiro. Foi repórter do Jornal Tribuna da Bahia e colaboradora de vários jornais do país, coordenadora e produtora de grandes shows musicais. Trabalhou no departamento de comunicação da Embrafilme, participando da divulgação de filmes como “A dama da lotação” e “O coronel e o lobisomem” e atuou na assessoria de comunicação da TVE. Como produtora, fez os filmes da série “Cantores

do rádio”, os curtas-metragens “D. Obá” e “Nossas senhoras meninas”, o longa documentário “Bombadeira” e o longa ficção “Ira”. Dirigiu e produziu os documentários “Búzios, cidade que encanta”, “Ruth de Souza - 60 anos na arte de interpretar” e “Noitada de samba - foco de resistência”, documentário longa-metragem. Participou de vários festivais e mostras nacionais e estrangeiras.

Gustavo Cheluje

Psicólogo, jornalista, assessor de imprensa e crítico de cinema. Possui experiência de 15 anos em cobertura e curadoria em festivais nacionais e internacionais. Atuou nos jornais A Gazeta e Notícia Agora.

Marcus Villar

Paraibano de Campina Grande, iniciou a carreira em 1982, quando ingressou como funcionário público no Núcleo de Documentação Cinematográfica (Nudoc), na UFPB. Graduou-se em Cinema Direto pelo Nudoc e pela Associação Varan, em Paris. Entre os primeiros trabalhos realizados, estão “24 horas” (1987), “Sertãomar” (1994) e “À margem da luz” (1996), co-dirigido com Torquato Joel. Em 1998, dirigiu o seu primeiro filme em 35mm, “A árvore da miséria”. Em sua filmografia, somamse os títulos “O meio do mundo” (2005), “O senhor do castelo” (2007), “Duas vezes não se faz” (2008), “Negócio de menino com menina” (2011), “Jogo de olhar” (2012), “O terceiro velho” (2013) e “Jaguaribe - rio das onças” (2014).


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

Curriculum Júri Júri Mostra Corsária Douglas Soares

Diretor dos curtas “Minha tia, meu primo” (2008), “A dama do peixoto” (2011) e “Contos da maré” (2013) que, juntos, receberam mais de 30 prêmios em festivais de cinema. É assistente de diretores como Nelson Pereira dos Santos e Allan Ribeiro. É também co-produtor dos longas “Esse amor que nos consome” (2012), e “Mais do que eu possa me reconhecer” (2015), ambos do cineasta Allan Ribeiro. Em 2015, finaliza “Xale”, seu primeiro longa-metragem como diretor.

Gabriela Santos Alves

Professora do Departamento de Comunicação Social da Ufes e Doutora em Comunicação e Cultura pela UFRJ.

Hugo Reis

Graduado em Comunicação Social pela Ufes com mestrado em Imagem e Som pela UFSCar, atua como Técnico de Som Direto e coordena a produção audiovisual da empresa Lab.Muy Arte y Cultura Digital.


Júri Mostra Quatro Estações Aleques Eiterer

Brasileiro, natural de Juiz de Fora (MG), é formado em Cinema pela UFF. Como cineasta, realizou os seguintes filmes: “O livro” (1999); “O vestido dourado” (2000); “Verdade ou conseqüência” (2002); “Ausência” (2004); “A demolição” (2007); “Abismo” (2011); “Araca – O samba em pessoa” (2014); e “Um pouco a mais” (2015). Organiza o Cineclube LGBT e é também coordenador do Festival Brasileiro de Cinema Universitário e do Primeiro Plano - Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades.

Douglas Soares

Diretor dos curtas “Minha tia, meu primo” (2008), “A dama do peixoto” (2011) e “Contos da maré” (2013) que, juntos, receberam mais de 30 prêmios em festivais de cinema. É assistente de diretores como Nelson Pereira dos Santos e Allan Ribeiro. É também co-produtor dos longas “Esse amor que nos consome” (2012), e “Mais do que eu possa me reconhecer” (2015), ambos do cineasta Allan Ribeiro. Em 2015, finaliza “Xale”, seu primeiro longa-metragem como diretor.

Haroldo Lima

Jornalista, produtor cultural e mestrando em Psicologia Institucional pela Ufes. Investiga o movimento dos corpos em sequências de dança no cinema brasileiro contemporâneo. Compõe o Laboratório de Imagens da Subjetividade e o Grupo de Estudo e Pesquisa em Sexualidade (GEPs), edita fanzines e livros no Selo Foi à Feira, do coletivo Foi à Feira.


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

Premiações 5ª Mostra Competitiva Nacional de Longas

» Troféu Vitória – Melhor Filme » Troféu Vitória – Melhor Direção » Troféu Vitória – Melhor Roteiro » Troféu Vitória – Melhor Interpretação (válido para atores e atrizes) » Troféu Vitória – Melhor Contribuição Artística (válido para categorias técnicas a serem apontadas pelo júri – fotografia, direção de arte, montagem, som, trilha sonora, etc) » Troféu Vitória – Prêmio do Júri Popular

19ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas

» Troféu Vitória – Melhor Filme » Troféu Vitória – Melhor Direção » Troféu Vitória – Melhor Fotografia » Troféu Vitória – Melhor Roteiro » Troféu Vitória – Melhor Concepção Sonora » Troféu Vitória – Melhor Montagem » Troféu Vitória – Melhor Direção de Arte » Troféu Vitória – Melhor Atriz » Troféu Vitória – Melhor Ator » Troféu Vitória – Prêmio Especial do Júri » Troféu Vitória – Prêmio do Júri Popular


4ª Mostra Foco Capixaba

» Troféu Vitória – Melhor Filme

5ª Mostra Quatro Estações » Troféu Marlene – Melhor Filme

4ª Mostra Corsária

» Troféu Vitória para os três melhores filmes (sem ordem classificatória)

2ª Mostra Outros Olhares

» Troféu Vitória – Melhor Filme (júri popular)

2ª Mostra de Animação

» Troféu Vitória – Melhor Filme de Animação (júri popular)

16º Festivalzinho de Cinema

» Troféu Vitória – Melhor Filme (júri popular)

Mostra Especial BNDES

» Troféu Vitória – Melhor Filme (júri popular)

Premiações Extras

» Prêmio Canal Brasil de Curtas-Metragens: Troféu Canal Brasil e R$ 15 mil concedido por júri específico formado por jornalistas e críticos de cinema. O filme premiado concorre, ainda, ao Grande Prêmio Canal Brasil de Curtas-Metragens, no valor de R$ 50 mil. » Cinecolor: 2 (duas) horas de sonorização para HD-Cam ou HDSR (mídia não inclusa) e 8 (oito) horas de mixagem para material de até 15 minutos para o Melhor Filme – Júri Oficial. » Mistika: encode de um DCP de até 15 minutos para o Melhor Filme – Júri Oficial. » DOT: 4 (quatro) horas de correção de cor do mov fechado para o Melhor Filme – Júri Oficial. » CiaRio: R$ 7 mil reais em locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria da empresa NAYMAR para o Melhor Filme – Júri Popular; e R$ 7 mil em locação de equipamentos de Iluminação, acessórios e maquinaria da empresa Moviecenter para o Melhor Filme – Júri Oficial. » Prêmio Link Digital para Melhor Filme da 19ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas: 04 horas de correção de cor e encode para DCP de até 15’ - Júri Oficial.


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

AGRADECIMENTOS

Afonso Abreu Alcione Pinheiro Aleques Eiterer Alexandre Bennon Alfredo Bertini Alisson Prodlik Altair Caetano Ana Paula Dourado Santana Ana Rita Esgário André Dib André Saddy Andréa Bitti Andrius Machado Anginha Buaiz Antonio Claudino de Jesus Barbara Raquel Paz Beatriz Lindenberg Bel Kutner Bernadette Lyra Bernarda Ferrari Bertrand Lira Beth Kfuri Bob Redins Brena Ferrari Bruno Pereira Bruno Tavares Canal Brasil

Cariê Lindenberg Carla Buaiz Carla Osório Cély Leal César Baptista Charlene Bicalho Christian Petermann Cid Blanco Cine Metrópolis Clauber Petri Cláudia Cabral Claudia Gutierres Cláudio Assis David Silveira Dayse Lemos Deivyd Castro Martins Denise Del Cueto Deputada Estadual Luzia Toledo Diana Padilha Douglas Soares Edilson Pedrini Edina Fujii Elynes Soares Emerson Rodrigues Ériton Berçaco Erlon Paschoal Esther Galvêas


Fábio Cerqueira Fábio Kerche Fernanda Falcão Fernanda Hallak D’Angelo Flavia Carvalinho Fórum dos Festivais Frederico Bracelos Gabi King Gustavo Cabral Vieira Gabriel Canedo Gabriela Alves Gabriela Jara Gilson Matosso Gisele Arantes Giuseppe Zani Guilherme Fontana Guilherme Narciso de Lacerda Gustavo Cheluje Haroldo Lima Hugo Reis Iriny Lopes Jace Theodoro Jacob Delbone Jal Gurreiro João Coser João Moraes Jorge Bodanzky Jornal Metro

José Carlos Zamprogno José Eugênio Vieira José Luis Gobbi José Regio Sallas José Roberto Torero Leonardo Gomes Leonardo Medeiros Lirio Ferreira Lisiane Taquari Luciana Guerra Luciana Gimenes Luciane Ventura Luisa Amália Sodré Luiz Paulo Vellozo Lucas Marcelo Siqueira Márcio Rosario Marcos Didone Marcos Frizera Marcos Valério Guimarães Marcus Vilar Maria Alice Lindenberg Maria Gladys Maria Helena Pagoto Maria Virginia Casagrande Mariana Sandri Marselha Assad Miguel Delbone Vieira

Mônica Debbané Monica Millet Neusa Mendes Nissia Garcia Orlando Bomfim Netto Orlando da Rosa Farya Palavra! Assessoria de Comunicação Patrícia Baby Paula Norbim Paulo Gouveia Jr. Paulo José Priscila Lisboa Rafael Braz Raquel Hallak D’Angelo Rede Tribuna Rede TV Regina Destefani Renata Moça Renata Rasseli RF Assessoria de Comunicação Reginaldo Castro Bissi Rita Garajau Rita Sarmento Rita Tristão Roberto Farias Rodrigo Bitti Rodrigo Linhales Rogerinho Borges Ronaldo Barbosa Rosaura Gomes Pereira

Rose Frizzera Rosenildes Ramos Rubéns Benits Ruy Dias Sandra Bertini Sáskia Sá Silvio de Alencar Simone Módulo Sou ES Stael Magesck Tania Cruz Tati Rabelo Thales Siqueira de Alencar Thiago Moulin TV Capixaba TV Cocriativa TV Vitória Vera Sathler Victor Camponez Vialeto Vilma Lustosa Vilma Tereza Ferreira Vitor Lorenção Walquiria Barbosa Ylenia Silva Zéu Britto


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

AGRADECIMENTOS

Presidenta da República do Brasil Dilma Vana Rousseff

Ministério da Cultura Juca Ferreira

Secretaria do Audiovisual Ministério SAv Pola Ribeiro

BNDES

Petrobras

Presidente

Presidente

Luciano Coutinho

Aldemir Bendine

DiretorES

DiretorES

Fernando Marques Santos João Carlos Ferraz Jose Henrique Paim Fernandes Julio Cesar Maciel Ramundo Maurício Borges Lemos Roberto Zurli Machado

João Adalberto Elek Ivan de Souza Monteiro Hugo Repsold Júnior Solange da Silva Guedes Jorge Celestino Ramos Roberto Moro Antônio Sérgio Oliveira Santana Rede Gazeta Café Lindenberg Letícia Lindenberg


Governo do Estado Governador do Estado do ES

Paulo Hartung Secretário de Estado de Cultura

João Gualberto

Prefeitura de Vitória Prefeito

Subsecretário de Cultura

Luciano Resende

José Roberto Santos Neves Secretária Municipal Subsecretário de Estado de Gestão

de Cultura

Administrativa

Ana Laura Nahas

Ricardo Pandolfi Instituto Sincades Secretário de Estado de Planejamento

Diretor

Robson Leite Nascimento

Idalberto Luiz Moro

superintendência estadual

Gerente Executivo

de COMUNICAção social

Dorval Uliana

Andréia Lopes


22º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

FICHA TÉCNICA

Direção Lucia Caus Produção Executiva Larissa Caus Delbone Vieira Curadoria Mostras Competitivas Erly Vieira Jr. Rodrigo de Oliveira Curadoria Mostra de Animação Rosemeri Assis Barbosa

ConferÊncia de Cópias Nardo de Oliveira Fran de Oliveira

identidade Visual Andrius Machado Brena Ferrari

Coordenação de Júri Guilherme Rebêlo

Coordenação de Produção Joyce Castello Transfer de Cópias dos Filmes Amanda Brommonschenkel

Coordenação de Produção no Theatro Carlos Gomes Alexandre Wacker Coordenação Do Lounge Andrea Bitti Cerimonial de Atores Nonato Freire Coordenação de Comunicação Katler Dettmann Redação Katler Dettmann Patricia Galleto


Caderno de Homenageados coordenação Editorial Lucia Caus e Paulo Gois Bastos Redes Sociais Stefânia Masotti Site Andrius Machado Brena Ferrari Programador do Site Silvio Alencar Assessoria de Comunicação Palavra! Assessoria de Comunicação RF Assessoria de Comunicação Equipe de Produção Cecy Venâncio Cláudia Madureira Vidal Juliana Amorim Renata Moça Silvia Mussiello Creuzenir Fernandes Cleverson Guerrera

Reportagem e Edição do Caderno de Homenageados Paulo Gois Bastos Receptivos Festival Bruno Alencar Filipe Pertel Frederico Lobo Jessika Claudino Lara Toledo Lilian Casotti Maria Grijó Paula Gonçalves Renato Souza projeto gráfico e Editoração do Catálogo Andrius Machado Brena Ferrari Vinhetas Festival Mirabólica Vídeo & Design Fotógrafos Debora Benaim Gustavo Louzada Tati Hauer

projeto Gráfico do Caderno de Homenageados Paulo Prot

Engenheiro de Projeção Digital José Luiz de Almeida

Making Of Felipe Neves

Som e Iluminação Ipanema Som

TV FCV Fran de Oliveira Guilherme Rebêlo

Iluminação Theatro Carlos GOMES Vitor Lorenção

Criação do Troféu Vitória Andrius Machado Brena Ferrari

Contabilidade Agenor Araújo Filho

Foto e tratamento do troféu vitória Vitor Nogueira Thiago Christo Criação do Troféu Marlene Stael Magesk

Impressão Gráfica GSA Festivalzinho de Cinema Coordenação Rosemeri de Assis Barbosa Equipe de Produção Antonio Lázaro Silva Marina Prata Pravato Gabriel Rabbi Lucas Stein Guimarães Claudia Pasoline




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GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Secretaria da Cultura


UMA CIDADE FEITA POR TODOS. ESSA É A NOSSA VITÓRIA.

Existe uma maneira muito eficiente para cuidar de uma cidade: compartilhar. E é assim que a gente faz em Vitória. Porque quando cada um contribui, as melhorias chegam para todos. E isso não é apenas um sentimento. São realizações e muito trabalho que podem ser vistos bem de perto por quem vive aqui. Afinal, somos todos vizinhos, todos prefeitos, somos todos apaixonados por Vitória. www.vitoria.es.gov.br

@VitoriaOnLine

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O Canal Brasil exibe o melhor do nosso cinema e está presente nos principais festivais, onde incentiva novas produções com o Prêmio Canal Brasil de Curtas e o Grande Prêmio de Curtas.

canalbrasil.com.br facebook.com/canalbrasil @sigacanalbrasil canalbrasilplay.com.br




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