ciĂŞncia e tecnologia
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editorial JOSÉ ALBERTO MAGALHÃES
Ribeira segura A Ribeira é um dos ex-libris do Porto e o verdadeiro postal ilustrado com que a cidade se “vende” internamente e no estrangeiro. Quem não associa imediatamente a paisagem do rio Douro, da ponte Luís I e do casario em cascata à imagem da mui nobre, sempre leal e invicta cidade do Porto? No entanto tudo tem, sempre, o seu senão. Ao longo dos anos a Ribeira foi-se degradando fisicamente - a que acorreu a autarquia fazendo, dentro do possível, as obras necessárias e dando-lhe, assim, um rosto mais digno - e em termos de segurança com queixas de moradores e dos muitos turistas que a calcorreiam. Foi então que uma ideia luminosa atravessou a mente dos comerciantes da zona que, numa iniciativa pioneira a nível nacional, propuseram a colocação de câmaras de videovigilância, estrategicamente instaladas para prevenir e desmotivar os inúmeros carteiristas e assaltantes de bens e pessoas que pululavam na zona. Entre novembro de 2009 e junho do ano seguinte o sistema, com 14 câmaras, e depois de um arranque com imensas dificuldades, começou a funcionar experimentalmente com resultados espetaculares. Nesse período registou-se uma redução da criminalidade na zona, na ordem dos 9,8 por cento, com destaque para a diminuição nas ofensas à integridade física simples (menos 66,7%) e nos furtos em veículos (menos 5%). Os resultados surgiram com o funcionamento das câmaras entre as 21:00 e as 07:00 já que a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) não autorizou que as mesmas operassem durante 24 horas, como era do interesse dos comerciantes. Estes, através da Associação de Bares da Zona Histórica (ABZH), desiludidos com a decisão da CNPD e com o gasto de cerca de três mil euros mensais com o funcionamento das câmaras, acabaram por mandar desligá-las, em finais de Maio, e admitem mesmo retirá-las se as autorizações definitivas não chegarem. O governo diz que sim - mas não concretiza - a câmara e os partidos políticos fazem pressão mas teme-se que uma iniciativa com frutos bons e sólidos vá, uma vez mais, por água abaixo. E isto, apenas, porque uns burocratas de Lisboa fazem valer a sua autoridade contra tudo e contra todos e, principalmente, contra os reais interesses da cidade do Porto. Esperemos que o bom senso prevaleça e que, desde já, as câmaras de videovigilância da Ribeira do Porto retomem a sua meritória, e muito necessária, atividade. 2
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sumário Editorial ............................................................................................... 3 Protagonista: Rui Veloso .................................................................... 6 Moda: Bianca Bast ........................................................................... 12 Reportagem: Casinos ...................................................................... 16 Publireportagem: Hiper janelas ....................................................... 22 Ciência: Cirurgias plásticas ............................................................. 26 Música: Sky ..................................................................................... 30 Lazer: Parque Biológico de Gaia ....................................................... 34 Créme: Foto notícia .......................................................................... 38 Figura: Joana Alvarenga .................................................................... 40 Galiza: Galiza de mil e um sabores .................................................. 44 Televisão: Porto Canal ...................................................................... 48 Momentos: ...................................................................................... 52 Memórias: Praça do Infante .............................................................. 60 Iniciativas: CIN ................................................................................ 62 Um dia com...: Tripulações low-cost ............................................... 64 Atualidade: ....................................................................................... 70 Através dos tempos: Relógios de sol ............................................. 72 Águas do Porto: Cinco anos de excelência .................................. 76 Desporto: Kitesurf ........................................................................... 78 SRU: Reabilitação urbana em curso .................................................. 82 Portofólio: ........................................................................................ 84 Águas do Douro e Paiva: ................................................................. 86
Propriedade de: ADVICE – Comunicação e Imagem Unipessoal, Lda. Sede da redação: Rua do Almada, 152 - 2.º – 4050-031 Porto NIPC: 504245732 Tel.: 22 339 47 50 – Fax: 22 339 47 54 adviceporto@mail.telepac.pt adviceredaccao@mail.telepac.pt www.viva-porto.pt Diretor Eduardo Pinto
Música
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Bianca Bast
Produção Gráfica Ricardo Nogueira Pré-impressão Xis e Érre, Estúdio Gráfico, Lda. Impressão, Multiponto Acabamentos Rafael, Valente e Embalagem & Mota, S.A. R. D. João IV, 691-700 4000-299 Porto Distribuição Mediapost Tiragem 140.000 global exemplares Revista trimestral gratuita
Área Metropolitana do Porto: ........................................................ 106 Sugestões Culturais: ..................................................................... 110
Passatempos. ................................................................................. 120 Crónica: Porto ................................................................................. 122 4
Fotografia Virgínia Ferreira Marketing e Publicidade Eduardo João Pinto Célia Teixeira
Autarquias Porto: Aposta forte na reabilitação ................................................ 88 Penafiel: Recantos da alma penafidelense .................................... 94 Matosinhos: O “esplendor” das Festas Antoninas ....................... 96 Gaia: Investimento e requalificação ............................................. 102
Freguesias Campanhã: Novas infraestruturas em avanço ................................ 112 Lordelo do Ouro: Tempos de festa e de luta ................................... 114 Nevogilde: Nevogilde já tem «oleão» .............................................. 116 Paranhos: ....................................................................................... 118
Editor José Alberto Magalhães Redação Marta Almeida Carvalho Mariana Albuquerque
Registado no ICS com o n.º 124969 Membro da APCT
Através dos tempos Relógios de sol
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Depósito Legal n.º 250158/06 Direitos reservados
Um dia com... Tripulações Low-cost 5
protagonista Conhece de cor a cartilha do rock’n’roll português. Pisou caminhos pouco conhecidos, lutou por regras que ainda não existiam e abalou o panorama musical português. Com mais de três décadas de carreira, Rui Veloso procura contrariar a crise com um novo trabalho, porque “o prometido é devido”.
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rui veloso Texto: Mariana Albuquerque Fotos: Virgínia Ferreira
Corpo e alma portuenses 7
rui veloso
protagonista
Sentado na esplanada, com o olhar sobre o Douro, ainda é o som de Rory Gallagher, ouvido no carro, no percurso até à Ribeira, que lhe domina o pensamento. Depois de mais de trinta anos de carreira, alguns construídos a desbravar caminho para a geração de músicos que se seguiu, Rui Veloso jura não abrir mão da irreverência e da liberdade de miúdo. “Os meus pais que o digam, ainda hoje sou assim”, garante. E é com essa “personalidade vincada”, que se associa às gentes do Norte, e com o acentuar da pronúncia da Invicta que o cantor assume a cidade que é sua – o
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Porto. “Não interessa onde é que uma pessoa nasce, interessa onde vive e sente”, afirma categoricamente. Assim, à luz da letra de uma das suas canções, “quem vem e atravessa o rio, junto à serra do Pilar” conhece uma terra que quase se dissolve com o nome Rui Manuel Gaudêncio Veloso, por muitos considerado o “pai do rock português”. De inspirado a inspirador Filho de Aureliano Capelo Veloso, ex presidente da Câmara Municipal do Porto, o músico estreou-se nas lides musicais com apenas seis anos, altura em que começou a tocar harmónica. Mais tarde, aos quinze, Rui Veloso descobriu aquela que viria a ser uma das suas maiores paixões - a guitarra – influenciado pelos blues e por nomes como Eric Clapton, Rory Gallagher, Bob Dylan e B.B. King. “Eu vinha agora a ouvir o Rory no carro e, às vezes, as pessoas esquecem-se mas ele foi muito importante, foi uma das minhas referências”, contou, mostrando admiração pelo “sentido de liberdade” que o guitarrista irlandês sempre procurou ter. “Era um homem extraordinário. Comecei a vê-lo, no Infante Sagres, e desmaiei”, afirmou, entre gargalhadas. B.B. King foi outro “dos grandes” que inspirou Rui Veloso. Aliás, nos anos 90, o cantor teve oportunidade de atuar com o guitarrista estado-unidense, num misto de medo, orgulho e emoção. “A primeira vez foi muito assustadora, foi no Casino Estoril”, recordou, expli-
cando que os concertos seguintes, no Coliseu do Porto, “já correram muito bem”, com lotação esgotada. Dez anos antes de subir ao palco na companhia de B.B. King, Rui Veloso abalou o panorama musical português com o lançamento de “Ar de Rock”, que transformou temas como “Rapariguinha do Shopping”, “Chico Fininho”, “Sei de uma Camponesa” e “Saiu para a Rua” em verdadeiros hinos. “Numa altura em que era muito difícil vender LPs, o “Ar de Rock” vendeu 30 mil”, número que, de acordo com o músico, era “assustador” para o mercado da altura, tendo em conta que se tratava de um trabalho bastante “arriscado e diferente”. “Para um disco como aquele, vender cinco ou seis mil LPs era uma coisa muito boa”, notou o cantor, garantindo que conseguir chegar aos 30 mil foi quase transcendente. Entretanto, em 1988, surgiu a oportunidade de realizar a primeira grande digressão, composta por 61 concertos. “Foi trabalho, trabalho, trabalho”, confessou, já com o peso das três décadas de carreira refletido no rosto. Hoje, o número de quilómetros que Rui Veloso percorreu para levar a sua música a todo o país é equivalente a “trinta e tal voltas ao mundo”. “Já fiz bastante mais do que um milhão de quilómetros. É por isso que estou mal das costas”, brincou, explicando que o esquema das digressões se resume a “chegar, tocar e ir embora”. “Não se conhece nada nos locais por onde passamos, mas isso faz parte da cartilha do rock’n’roll”, afirmou. Com mais de dez álbuns editados e muitos prémios na bagagem, Rui Veloso garante que, agora, a sua forma de encarar a música é “a mesma de quando era miúdo”. A liberdade é, assim, algo de que jamais prescindirá. “O artista não tem de ser coartado por uma editora (...) A minha perspetiva sempre foi a de ser um artista absolutamente livre. Nunca recebi sugestões nem aceitaria isso. Para mim seria um insulto, uma desconsideração”, notou, explicando tratar-se de “uma questão de feitio”. Música portuguesa: um universo “muito bom e muito mau” Com o olhar pousado sobre o rio Douro, é com nostalgia que Rui Veloso fala de algumas “batalhas difíceis” travadas no passado e que acabaram por melhorar as condições de vida dos músicos portugue-
ses. “Andei a abrir caminho: a tocar em palcos fracos, a servir de cobaia para engenheiros de som que não percebiam nada daquilo”, apontou, acrescentando que, pelo menos durante dez anos, foi “on the road, rock’n’roll”. Hoje, o “pai do rock português” salienta o trabalho feito pelos artistas nacionais mas continua a defender que a nossa música “ainda é pouco apoiada pelas rádios”. É uma vergonha, ainda não existe uma rádio que passe exclusivamente música portuguesa”, lamentou Rui Veloso, recordando que os artistas tiveram de “mendigar” a quota mínima de 25% de música portuguesa a ser transmitida. Depois, acrescenta, “é muito difícil perceber onde é que se pode comprar música nacional”. “Vejo-me à rasca. Não há lojas de CD’s e quem tem menos possibilidades não consegue colocar os discos à venda na Fnac”, notou. “Por essas e por outras, às vezes, envergonho-me do país que tenho”, desabafou, em tom amargo. “A política cultural no Porto pura e simplesmente não existe” Entre as horas passadas em viagem, rumo aos concertos, os dias na casa de Sintra, onde vive, e as “saltadas” até ao Porto, Rui Veloso não deixa de defender que a situação cultural da Invicta “é um desastre”. “Não é única, há muitos casos assim”, afirmou, 9
rui veloso
protagonista O músico surge, assim, como um defensor da fusão entre Porto e Gaia. “Os presidentes das duas autarquias são do mesmo partido e praticamente não se falam. Não se consegue fazer nada em conjunto, o que acaba por funcionar contra a população”, expressou. E para o cantor, a grande mais valia da cidade é, de facto, o povo. “Ser portuense é uma marca que nunca mais sai. É estar em Lisboa há 30 anos e sentir que não há hipóteses”, explicou, com as águas do Douro refletidas nas lentes dos óculos escuros. De acordo com o cantor, o povo portuense é diferente do da capital. “É mais orgulhoso da descendência, da terra, dos clubes, da língua, dos palavrões e da maneira de falar. O portuense tem uma personalidade mais vincada, mas também se engana muito”, disse com boa disposição. Novo disco gravado em parceria com outros artistas
explicando que denota uma “grande falta de sensibilidade” para o tema. O músico considera, assim, que Gaia e Matosinhos são cidades bastante mais evoluídas culturalmente do que o Porto. “Gaia não tinha nada quando Luís Filipe Menezes foi para lá”, notou, apontando para a margem gaiense, completamente invadida por pessoas prontas a assistir a uma qualquer procissão repleta de bombos. “O presidente continua lá e nós, aqui sentados, (do lado do Porto) percebemos que em Gaia há animação”, constatou. Na cidade que considera sua, Rui Veloso sente que “a política cultural pura e simplesmente não existe”. “Há uns bares na Baixa, há o Rivoli e a Casa da Música com música clássica e DJ’s”, sintetizou, garantindo andar a lutar já há vários anos por um despertar cultural da Invicta. 10
Apesar de encarar o ano 2011 como “o pior” da sua carreira, devido à crise que está a diminuir em grande escala o número de espetáculos programados, Rui Veloso, “o teimoso”, sabe que ainda há trunfos a jogar. “Estou a acabar de gravar um disco com músicas minhas, daquelas que quase não passaram na rádio”, revelou, adiantando tratar-se de um trabalho feito em parceria com vários músicos, dos quais são exemplo Camané, Luís Represas, Pedro Abrunhosa e Ricardo Ribeiro. No entanto, o projeto mais imediato que Rui Veloso tem pela frente é “viver”. Alguns anos depois de ter enfrentado um problema de saúde nos intestinos, o músico mantém a garra de quem vence. Apesar de contar com uma carreira de três décadas, acompanhada pela incontornável figura do letrista Carlos Tê, prefere encarar o futuro musical com algum cuidado porque “nunca se sabe quando o fim está perto”. Nos tempos livres, já longe da guitarra, o boavisteiro não prescinde de assistir a um bom par de séries. “Gosto de estar na minha cama o dia inteiro a ver filmes, séries, documentários e concertos. Levantar-me para ir buscar alguma coisinha para comer e ir para a cama outra vez”, revelou, contando ter visto recentemente a série “Shark”, com James Wood, à qual se seguiu a “New Tricks”, ”. “Vícios nor“com três polícias já mais velhotes”. mais” de alguém que ignora a fama, mas que faz questão de manter sempre viva a alma portuense. Q 11
bianca bast
moda
“Pelo menos na moda, este não é um inverno triste”. O desafio da estação fria passa pela aposta nos vestidos compridos e a ousadia dos vermelhos. Para que o visual funcione na totalidade, pedem-se atitudes de confiança e rostos com grandes sorrisos.
Vestir e viver Sentada no sofá com um tecido em transformação pousado sobre o colo, é com uma concentração quase inquebrável que Bianca Bast trabalha num vestido que começa a ganhar forma, nem que seja, para já, na sua mente. Entre vestidos de diferentes tamanhos, cortes, feitios e cores e esquissos onde pairam modelos de pernas longas, o atelier da estilista, de origem alemã, parece um cantinho de princesas, escondido na Rua Oliveira Monteiro, no Porto. Apesar de não trabalhar por coleções, criando peças únicas para cada cliente, Bianca Bast assume uma permeabilidade à influência das diferentes estações, que acabam por funcionar como fonte de inspi12
ração. “Eu sou uma pessoa primavera/verão. Mas depois, no fim da estação quente, já apetece vestir um determinado casaco e isso também acontece quando estou a desenhar”, notou. “Uma pessoa deixa-se inspirar pelas próprias estações, pelas cores, pela luz do dia, até pelas árvores”, acrescentou a designer de moda. A busca dos tons de inverno Mais do que idealizar um vestido que obedeça às cores que vão dominar a estação fria, Bianca Bast procura perceber qual a parte do corpo que se pode salientar através da combinação com uma determina-
Texto: Mariana Albuquerque Fotos: Bianca Bast /Jorge Silva
da tonalidade. “Prefiro olhar para a pessoa e tentar perceber se, por exemplo, um azul noite consegue puxar a cor dos olhos ou se um vermelho combina com a cor da pele ou do cabelo”, explicou, revelando que, o passo seguinte, é tentar, “dentro desses tons, escolher o mais adequado ao outono/inverno”. “Podemos até usar um amarelo, só que não será aquele tom aberto, mas sim mais a fugir para a cor mostarda”, exemplificou a estilista, que trabalha no Porto há sete anos. Para Bianca Bast, é imperativo fugir ao preto. “Este ano, o inverno não tem de ser preto nem cinzento. Há, em grande escala, uma tendência para cores como o vermelho e até tonalidades para o pastel, e para a
procura de uma peça com motivos florais, conjugada, depois, com outra preta, castanha ou das cores da natureza”, explicou. “Pelo menos na moda, este não é um inverno triste”, disse à Viva, entre risos. As tendências apontam para uma inspiração nos anos 20, “por exemplo em termos de lantejoulas”. Vestidos compridos, tecidos fluidos Além da escolha da cor, há que pensar no tecido e no corte mais adequados. “Prefiro sempre vestido em vez de saia e blusa e gosto muito de bons tecidos, bem trabalhados”, destacou Bianca Bast, revelando que os vestidos compridos são uma grande tendência 13
bianca bast
moda para este inverno. “Se for uma cerimónia mais para o fim da tarde também se pode usar um vestido comprido. Algumas pessoas preferem até usá-lo por não gostarem das suas pernas, canelas ou porque ficam realmente mais altas”, acrescentou. Os tecidos, esses, “são, na maior parte, fluidos” e o corte “tem de ser sempre estudado”, de pessoa para pessoa. Saber “preencher” o vestido A personalidade de cada cliente é um dos aspetos que Bianca Bast procura ter em conta no processo de criação. “Costuma dizer-se que as senhoras mais fortes não ficam bem de vestido justo. Mas eu já vi mulheres verdadeiramente sexy porque viviam o ves-
tido, não o vestiam com vergonha”, notou a estilista. “Uma pessoa pode ter o vestido mais bonito do mundo e não conseguir preenchê-lo. Depende muito da postura: se está com um sorriso, se está mal disposta, tudo isso conta”, acrescentou. Para a designer de moda, a sensação de tarefa cumprida só chega se as expectativas das clientes forem cumpridas. “O momento mais importante é o da entrega: quando o vestido está finalmente pronto e eu percebo que era exatamente aquilo que as pessoas queriam”, admitiu. Segundo Bianca Bast, vestir uma senhora “não é uma tarefa difícil, mas sim exigente”. “Primeiro, é preciso pensar bem no tipo de cerimónia e no papel da própria pessoa”, aconselhou. Depois, há que pensar num vestido que não seja “demasiado elaborado”, nem “do dia-a-dia”. Apostar na escolha de cores diferentes e fugir, por exemplo, às tradicionais écharpes são outras dicas deixadas pela estilista. “O mais importante não é disfarçar o que não achamos bonito, mas salientar o que temos de bom. Com um corte elegante, o vestido já não precisa de muita coisa”, garantiu. Para que o visual esteja completo, além do vestido, é importante apostar num penteado adequado. “Às vezes também vejo pessoas que têm um vestido bonito, mas descuidam o cabelo, por exemplo”, notou Bianca Bast, defendendo que as cerimónias exigem sempre que as pessoas se cuidem de forma especial.(www.biancabast.com) Q 14
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casinos
reportagem
Jogo em tempo de crise Em tempo de contenção económica, os jogadores apostam menos mas não se desligam das salas mágicas onde a adrenalina é o ingrediente principal. O setor do jogo também está em crise, mas os casinos portugueses não deixam de contra-atacar, através de programas culturais diferentes e obras de remodelação dos espaços. 16
Texto: Mariana Albuquerque/Marta Almeida Carvalho
Com menos moedas no bolso para tentar acertar nas combinações das slot machines ou com menos disposição psicológica para evitar exceder os 21 pontos no blackjack, os portugueses continuam a frequentar os casinos, nem que seja só para fugir um pouco à rotina. Sempre com algum “controlo” à mistura, António Salgado mantém o gosto pela adrenalina das apostas. Em “tempos mais apertados”, o jogador con-
fessa que as quantias apostadas tendem a diminuir, mas que, para já, não existem motivos para abandonar as salas. “Há sempre algum dinheiro, por pouco que seja, para apostar. Com algum controlo, é uma excelente forma de passar o tempo”, apontou, recusando-se encarar o jogo como uma possibilidade de lucro fácil. A verdade é que, se por um lado, a crise não tem roubado clientes às salas de jogo, por outro, tem vindo a diminuir significativamente os valores investidos. Segundo o secretário-geral da Associa17
casinos
reportagem
ção Portuguesa de Casinos (APC), Artur Mateus, as receitas começaram a registar quebras a partir de 2003, “o que não acontecia há, pelo menos, duas décadas”. Atualmente, entre uma e outra cartada jogada pelos casinos para atenuar os efeitos da crise, a tendência para a redução dos valores obtidos mantém-se. “Em 2006, os dez casinos então em exploração tiveram receitas globais de 355,3
milhões de euros, número que, em 2010, desceu para 344,5 milhões”, revelou Artur Mateus. Este ano, já com mais um casino em funcionamento – o de Tróia – “a tendência global de decréscimo agravou-se”, sendo que os dados referentes ao primeiro semestre apontam para uma quebra de 5,53% face a igual período do ano anterior. Crise na carteira e no otimismo Apesar de os clientes habituais não desistirem de reservar uma quantia mensal para as apostas, os portugueses não estão a tentar contornar as dificuldades económicas com golpes de sorte nas salas de jogo. Aliás, Nuno Vasconcelos, responsável do departamento de comunicação do Casino de Espinho, considera mesmo que esta ideia é “um mito, comprovado pelos dados estatísticos da afluência às salas”. Para Artur Mateus, “em épocas de crise moderada, pode haver nalgumas pessoas a esperança de
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casinos
reportagem que um prémio de jogo contribua para a resolução de alguns problemas”. Ainda assim, o secretário-geral da APC acredita que “a crise atual é grave e continuada, afetando não só a disponibilidade económica dos portugueses mas também o seu otimismo”. Deste modo, quem consegue ter algum rendimento disponível “tende a poupá-lo, o que desde logo se traduz na diminuição do dispêndio em propostas de lazer e animação como as que os Casinos oferecem”, defendeu. No Casino da Póvoa, a maior afluência de clientes em época de crise também não é uma realidade. “Até ao momento tem-se revelado um mito, porque as receitas têm vindo a cair”, referiu Susana Saraiva, responsável pela comunicação. “Desde o verão de 2008 que o impacto nas receitas se tem sentido fortemente. Este ano não é exceção e a quebra ronda já os 10%”, acrescentou. No entanto, Nuno Vasconcelos nota que “não podemos interpretar os dados de forma linear”, uma vez que “há alturas em que o número de visitantes diários aumenta e o montante de apostas diminui ou vice-versa”. A jogada do conforto E como em tempo de crise há sempre um ou outro trunfo escondido na manga, os casinos portugueses traçaram um conjunto de estratégias para continuar
a atrair clientes. Maria de Lurdes Oliveira é uma das apaixonadas pela aventura do jogo, confessando gastar “uma quantia mensal razoável nas máquinas”, entre 200 e 250 euros. “Para além de ser um passatempo, há sempre a esperança de ganhos, ou então ninguém apostava”, garantiu. Habitualmente, nem perde nem ganha “muito” mas, por vezes, as quantias que ficam nas slots deixam-na “um pouco furiosa”. A jogadora não se considera “viciada”, mas gosta de fazer as suas apostas. “Jogo em tudo, euromilhões, lotarias, raspadinhas e também no casino, embora não frequente os jogos de mesa. As máquinas de cinco cêntimos chegam perfeitamente para as minhas apostas”, constatou. Mas, afinal, qual é a jogada dos casinos quando há menos disponibilidade financeira dos clientes? Segundo Artur Mateus, as salas nacionais “têm sabido, mesmo em tempos de crise, investir na renovação das suas instalações, equipamentos e propostas culturais, colhendo, na fase posterior a cada crise, os frutos deste investimento em contraciclo”. A melhoria das instalações tem sido uma das prioridades dos casinos da Póvoa e de Espinho. “A nossa grande aposta recai na remodelação do Casino, que nos permitirá um maior conforto e segurança dos nossos clientes e, com isso, a sua fidelização ao espaço”, destacou Susana Saraiva, explicando que as obras em curso, na Póvoa, “englobam diferentes áreas, ao nível do sistema de AVAC [Aquecimento,
“em muito a obrigação legal”, o que representa outra mais valia das salas de casino. “As atividades incluem a organização de exposições, a edição de publicações, a atribuição de prémios literários e artísticos e a organização de conferências” com personalidades de diversas áreas, enumerou. Deste modo, tal como afirmou João Teixeira, presidente da direção do Sindicato dos Profissionais de Banca dos Casinos, se é verdade que a crise diminui a disponibilidade monetária para jogar, também é certo que “haverá sempre uns trocos para o jogo, que deve ser encarado como uma atividade lúdica”. O “fantasma” dos casinos online
Ventilação e Ar Condicionado], dos equipamentos de segurança e da decoração”. Só em 2010, o Casino Espinho investiu oito milhões de euros no melhoramento das suas instalações, “nomeadamente na remodelação do hall e de outras áreas públicas, apostando num conceito de open space, que convida à livre circulação e potencia uma melhor adequação do espaço de jogo e do layout das salas”, explicou Nuno Vasconcelos. A renovação dos equipamentos de jogo, a aposta numa decoração “mais arrojada” e a criação de um bar panorâmico foram outras estratégias aplicadas pelo grupo Solverde, detentor da sala de jogos de Espinho. Atração de clientes pela programação cultural Além do aspeto exterior das salas, que convida as pessoas a entrar, convencendo-as, pelo conforto, a prolongar o tempo de jogo, os casinos portugueses não abrem mão de outros três ingredientes fundamentais: “entretenimento, animação e cultura”. “Nas suas várias vertentes, as propostas de animação privilegiam, de forma crescente, a respetiva interação com o jogo, que deixou de estar confinado a espaços fechados e delimitados”, descreveu Artur Mateus. Segundo o secretário-geral da APC, a “quantidade e qualidade dos eventos culturais” realizados excede
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A vulgarização do jogo online, que ainda não tem suporte legal no nosso país, foi outro fator que teve “significativos reflexos” nos casinos físicos. Para Nuno Vasconcelos, “é sobretudo preocupante o facto de persistir uma total ausência de regulamentação neste domínio, com a exploração ilegal por parte de vários operadores estrangeiros sem quaisquer garantias da defesa dos interesses dos consumidores”. Aliás, e de acordo com o responsável, esta “omissão por parte das autoridades que tutelam os jogos de fortuna e azar viola também o direito de exclusividade das empresas concessionárias de casinos consagrado nos contratos celebrados com o Estado português e suscitou já a interposição de uma ação judicial contra o Estado por parte da Associação Portuguesas de Casinos”. Com efeito, a ausência de licenciamento não tem impedido o crescimento da oferta ilegal online. A falta de medidas de combate, reclamadas pela APC em 2003, tem contribuído para o decréscimo das receitas dos casinos físicos. Artur Mateus lembra ainda que “os sites de jogo estão licenciados em países onde a incidência fiscal é mínima, contrastando com a elevada tributação exigida pelo Estado Português aos casinos físicos e que, na sua maioria, atinge 62% das receitas brutas dos jogos”. Assim sendo, o dirigente considera que “o online é uma concorrência desleal e desigual”, que está a levar os casinos portugueses a lutarem por um “jogo limpo”. Q 21
Publireportagem
janelas: qualidade, proteção e segurança
Renovação de janelas sem obras em casa
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Publireportagem
Ferragem de segurança
Placa de aço que protege a ferragem contra tentativas de perfuração pelo exterior
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ciência e tecnologia
Seios com nova vida
faz cirurgia abdominal, também podemos colocar as próteses pela barriga e, nesse caso, já não há marca nenhuma”, salientou o médico. A escolha do procedimento varia consoante a situação. No entanto, “se a paciente não precisar de fazer, por exemplo, uma mastopexia, ou seja, levantar o seio, ou se não tiver de reduzir o mamilo, a via mais indicada é a axilar”. No caso de uma mamoplastia axilar, é mais aconselhável a aplicação de uma anestesia geral. “A área que temos de anestesiar é muito maior e, como existe um limite máximo de anestesia local, que se for ultrapassado é tóxico para o doente, é preferível usar uma anestesia geral”, esclareceu Ribeirinho Soares. Texto: Mariana Albuquerque Fotos: Virgínia Ferreira
Não é uma cirurgia mais perigosa do que qualquer outra e não provoca dor. Com resultados risonhos, a mamoplastia de aumento demora pouco mais de meia hora, mas ainda está envolvida numa grande falta de conhecimento, à semelhança das restantes cirurgias plásticas. 26
Em trinta minutos, a cliente que entrou no bloco operatório com uns seios pequenos, ganhou um busto digno do mais arrojado decote. Enquanto o anestesista, sempre sorridente, percorria a sala devagar, quase em supervisão, o cirurgião plástico Ribeirinho Soares realizou a mamoplastia de aumento com a frieza de movimentos de quem já soma três décadas de experiência. Com a música ambiente a inaugurar a cirurgia, realizada na clínica Artlaser, em Nevogilde, a incisão feita junto da axila direita da paciente acabou por
denunciar o método em utilização. Ainda assim, tal como explicou o cirurgião plástico, “a colocação de próteses mamárias pode ser feita por vários níveis de acesso”. “Podemos coloca-las pela axila, que é o método mais comum e deixa uma cicatriz praticamente invisível”, apontou Ribeirinho Soares, referindo que, muitas vezes, quando as senhoras querem aumentar ainda mais os seios, a equipa médica nem consegue identificar com facilidade o local da cicatriz. “Pode fazer-se também por via periareolar (à volta do mamilo) e pelo sulco inframamário. Por vezes, quando se
“Riscos controlados” Depois de um cuidado redobrado para assegurar que os vasos dos seios já não sangram, é com descontração que Ribeirinho Soares coloca as próteses de ensaio, de modo a confirmar se o tamanho ficará adequado. Contrariamente ao que algumas pessoas pensam, os riscos associados a uma mamoplastia são “iguais aos das outras cirurgias”. “É menos provável termos um problema com a anestesia do que irmos a caminhar num passeio e sermos atropelados por um carro”, garantiu o cirurgião plástico à Viva, acrescentando que “ninguém deixa de andar pelo passeio”. 27
ciência e tecnologia No entanto, existe sempre o risco de se desenvolverem “infeções, hematomas e cápsulas” – camadas de células (fibroblastos) que envolvem a prótese, de modo a isolá-la do resto do organismo. “Em certas pessoas esta camada é muito fininha e não se nota. Noutras, a cápsula é grossa, aperta a prótese, fazendo com que tenha um toque desagradável. A mama tornase, assim, dura e ligeiramente deformada”, descreveu o médico. De acordo com Ribeirinho Soares, as cápsulas “não fazem mal à saúde”, mas exigem uma nova cirurgia. “Trata-se de uma reação da pessoa à prótese, portanto, pode aparecer ao fim de um mês, de um ano ou de cinco anos, independentemente da maneira como se faz a colocação”, referiu. Por precaução, Ribeirinho Soares prefere que as pacientes que colocam próteses mamárias permaneçam na clínica mais algumas horas. “Gosto que as pessoas fiquem aqui deitadas, relaxadas. No dia seguinte, já todos os vasos estarão bem coagulados e a pessoa já pode fazer a sua vida normal”, apontou, acrescentando que, ao fim de dois dias, a paciente já pode conduzir e, ao terceiro dia, tirar os pontos. “Completa falta de conhecimento” sobre cirurgia plástica Segundo Ribeirinho Soares, a sociedade em geral ainda não sabe “as coisas mais básicas” em relação a uma cirurgia plástica. “Eu faço um programa, de 15 em 15 dias, ao vivo, no Porto Canal, que é o Consultório, durante o qual as pessoas lançam questões (…) A quantidade de vezes que repetem as mesmas perguntas é uma loucura e revela que a sociedade não
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sabe mesmo as coisas mais básicas”, apontou o cirurgião, acrescentando que, por vezes, nem os médicos conseguem esclarecer os pacientes, uma vez que a cirurgia plástica é ensinada nas faculdades há poucos anos. “Há muita gente que ainda pensa que fazemos tudo com plástico”, contou à Viva. “Depois, pensam que podemos fazer tudo, mas nós temos as nossas limitações”, notou, explicando que para se obterem transformações perfeitas “é necessário ter uma boa matéria prima”. “Quando uma senhora aparece aqui com uns seios pequenos mas perfeitos, nós podemos fazer uns seios perfeitíssimos, com umas próteses. Agora, se tem o mamilo muito descaído, muito grande ou pequeno, vai obrigar-nos a fazer cicatrizes para tornar os seios perfeitos”, afirmou. “Nós não somos mágicos”, brincou Ribeirinhos Soares, apesar de os dois seios recém operados terem surgido como quem faz um número de magia. Q 29
música
A voz feminina do Hip-Hop
sky Revelação na cena Hip-Hop, pouco habituada a presenças femininas, SKY lançou já o segundo álbum de originais, cujo tema “Mulher a Sério” foi grande sucesso da MTV. “Sem ponto final” foi o segundo videoclip da cantora portuense que pensa já em avançar para um terceiro álbum com «The Digging Poets», a banda que a acompanha. As atuações de promoção do álbum sucedem-se um pouco por todo o país.
Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Filipe Carmo
Singrar no mundo da música foi o sonho de infância de SKY que criou, assim, um projeto a solo que tem vindo a fazer furor no panorama musical. Originária de uma família de músicos, entrou, aos sete 30
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sky
música anos, no Conservatório, onde se manteve até aos 15, tendo estudado piano e violino. Foi então que se apaixonou pelo Soul e pelos cantores clássicos de Blues e Jazz, tendo depois conhecido diversas pessoas ligadas ao Hip-Hop. Embora a música sempre tenha feito parte da sua vida, o projeto SKY teve verdadeiramente início quando participou num concurso de uma rádio, com três originais escritos e produzidos por si, onde chegou à final. No júri estava um grande nome da cena Hip-Hop, o músico Boss AC. A partir daí foi motivada por amigos Mc`s e por diversos produtores, que encorajaram o projeto. SKY foi o nick escolhido, já que o objetivo era o de “chegar longe”, tendo o “céu (sky) como único limite”. Caminho para o sucesso Em 2006 lançou o primeiro álbum, «Insónia», escrito, gravado e masterizado por si no seu estúdio. Com maquete no Myspace, o sucesso foi tanto que teve de produzir algumas centenas de cópias para as diversas solicitações. Em 2008 gravou o segundo disco a solo, este já num estúdio profissional, denominado «O Quarto da Música» que tem vindo a apresentar, desde 2010, com vários concertos e atuações um pouco por todo o lado, inclusive no Eurobattle Portugal, o maior evento internacional de danças urbanas do país. O sucessor de “InSónia” composto por géneros musicais distintos entre si, tem vindo a assumir-se como uma revolução na música portuguesa devido à heterogeneidade de sons e ambientes trabalhados por cinco produtores das áreas Soul, R’n’B e Hip Hop (Begh, Raez, Chekmate, IVM, Karabinieri e Raze). O disco, composto por 15 temas, conta ainda com a participação de cinco convidados, entre eles, Dama Bete, Dino (Expensive Soul), Damani Van Dunem, Supremo G e Noura. Acompanhada ao vivo pela banda “The Digging Poets”, todo o processo criativo é de sua autoria e as letras em português. “Gosto de cantar na minha língua materna”, refere SKY, garantindo que, ao contrário do que se vai dizendo de forma recorrente, não é difícil compor em português. Com espetáculos ao vivo, repletos de luz e cor, e uma grande abrangência de géneros musicais, a 32
música de SKY flutua entre os sons do Soul, R’n’B, Reggae, Jazz, Funk e Hip-Hop. Para ouvir passe por www.myspace.com/skyinsonia ou www.youtube.com/watch?v=NPqNIXmsedE. Q 33
lazer
parque biológico de gaia
O Parque Biológico de Gaia é um dos espaços mais procurados da região do Grande Porto para ocupar os tempos livres de miúdos e graúdos. O primeiro centro de Educação Ambiental do país é constituído por uma área de cerca de 35 hectares, onde habitam centenas de espécies de animais e plantas em estado selvagem. A conservação e recuperação de espécies é também uma das atividades permanentes deste espaço
De mãos dadas com a Natureza 34
Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgiínia Ferreira
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parque biológico de gaia
lazer Aquele que agora é considerado um dos melhores parques da Região, e pioneiro a nível nacional como centro de Educação Ambiental e na preservação e recuperação de espécies, começou por ser um pequeno parque com dois hectares, apoiado pelo município de Gaia. Passou a empresa municipal em 2000 e já em 2011 foi feita a fusão entre o Parque Biológico e a empresa Águas de Gaia, que continuam, no entanto, a funcionar de forma autónoma. Integrado na rede de parques públicos do concelho, e por ser o maior, tem a seu cargo a gestão das áreas verdes de todo o município. “ São vários os espaços que integram os Parques de Gaia nomeadamente o Parque Biológico de Gaia, o Parque de Dunas da Aguda e o Parque da Lavandeira entre muitos outros mais pequenos e vocacionados para o lazer”, refere Telma Cruz, responsável pela Educação Ambiental deste espaço. Integrado numa área de cerca de 35 hectares, constituídos por um conjunto de quintas agrícolas, o Parque Biológico preservou e recuperou algumas delas no sentido de manter as suas características. As casas e um moínho de água foram recuperados e podem ser visitadas, proporcionando uma viagem ao passado. Está ainda prevista uma ampliação ao parque que passará a contar com uma extensão de cerca de 53 hectares.
tilizada apesar de todos os esforços para a recuperar. Nestes casos, os animais ficam no parque com vista à sua manutenção, onde são acompanhados e tratados. O Parque também assegura a recolha e reabilitação de espécies protegidas apreendidas por entrada ilegal no país ou por posse ilegal. As instalações do Centro de Recuperação destinam-se à recuperação e reprodução, e não têm por fim exibir os animais, pelo que os visitantes apenas os podem ver à distância. Viagem por diversos cenários
Preservação de espécies O Parque Biológico acolhe animais selvagens feridos, tratando-os e restituindo-os à natureza. Este serviço funciona no âmbito de um protocolo com o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade e da Direcção-Geral de Veterinária. São vários os casos de sucesso mas também há alguns que não correram pelo melhor. Uma coruja foi recolhida com uma asa ferida e iniciou o tratamento. A ferida sarou mas a asa ficou irremediavelmente inu36
Um esquilo, atarefado com a construção do ninho, saúda os visitantes, embora com as cautelas necessárias, ao longe. Esta é uma espécie que vive livremente no parque, que também recebe a visita de várias espécies de aves migradoras que se juntam às mais de 40 espécies que nele se abrigam e reproduzem durante todo o ano. Estes movimentos migratórios ocorrem em duas épocas do ano: entre o inverno e a primavera e entre o final do verão e o outono. Aqui vivem, em estado selvagem, centenas de espécies de animais e plantas em diversos habitats, constituindo uma pequena reserva natural de fauna e flora. Para além de uma viagem fantástica pela área do parque, onde se podem observar
centenas de espécies de animais e plantas, há ainda segredos longínquos e exóticos a descobrir no Biorama, um complexo de exposições constituído por diversos cenários como o Mesozóico, floresta tropical húmida, savana, deserto e litoral dunar atlântico, onde o visitante pode contactar com as diferentes características das comunidades ecológicas representadas. O Parque Biológico disponibiliza, ainda, uma série de ateliês e de atividades de educação ambiental - das quais fazem parte as já populares “Noites dos Pirilampos” - e de descoberta da natureza, campos e oficinas e festas de aniversário. Q 37
freguesias
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joana alvarenga
figura
Rebeldes caminhos Apareceu timidamente mas rápido se transformou num “exemplo” que muitos jovens querem seguir. A atriz e modelo Joana Alvarenga participou em conhecidos programas de televisão e integrou grandes produções para revistas nacionais, mas recusa pensar numa carreira garantida. Texto: Mariana Albuquerque Fotos: Joana Alvarenga
Com um rosto já bem conhecido das séries juvenis e de outros programas televisivos, Joana Alvarenga considera que, para tudo na vida, o segredo é “lutar”. A jovem, de 25 anos, natural de Vila Nova de Gaia, começou a escrever a história da sua carreira pela área da moda, mas cedo surgiram outras oportunidades no setor da representação.
Hoje, se tivesse de optar apenas por uma das duas paixões, a modelo não teria grandes dúvidas. “Escolheria a representação porque a moda é muito precoce”, afirmou com segurança. Apesar de se confessar uma eterna apaixonada pelo universo das formas, cores e novas tendências, Joana Alvarenga associa a moda ao desporto que, normalmente, não gera profissões para a vida. “Chega-se a uma certa idade e já não podemos continuar”, salientou, acrescentando que na representação a situação é diferente. Lisa Scott: a “imagem de marca” de Joana Alvarenga Com duas grandes agências no currículo – Best Models e Face Models – a jovem integrou, em 2007, o elenco da conhecida série “Morangos com Açúcar”, interpretando o papel de Renata Saraiva. Mas foi na pele da irreverente Lisa Scott, protagonista da “Rebelde Way”, desta vez na SIC, que a jovem viveu algumas das suas melhores experiências em televisão. “Identifiquei-me muito mais com a Lisa, foi uma per-
sonagem que me deu muito gozo fazer”, admitiu, em declarações à Viva. “Para além de ser a protagonista da novela, era, de certo modo, parecida comigo e vivi intensamente os 12 meses durante os quais estive em gravações”, acrescentou. Além das séries, a modelo fez também várias produções para revistas nacionais, incluindo a Maxmen, trabalho que considera igualmente exigente. “Todas as produções demoram, pelo menos, um dia, mas às 40
vezes prolongam-se durante dois ou três. Todos os pormenores contam, por isso, é natural que demorem algum tempo”, apontou. Recentemente, a atriz participou no “Perdidos na Tribo”, programa que lançou um grupo de figuras conhecidas do grande público numa série de aventuras com a tribo Nakulamené, nas Ilhas Vanuatu. Apesar de alguns momentos difíceis, Joana Alvarenga garante que foram muitos os bons episódios vividos durante o 41
joana alvarenga
figura desafio. “A convivência e o sorriso daquelas pessoas ficarão guardados para sempre no meu coração”, assegurou a modelo. Reconhecimento e admiração dos jovens Com a projeção adquirida sobretudo no meio televisivo, a atriz afirma ter consciência de que os mais novos podem, eventualmente, considera-la um modelo a seguir. “Penso que os miúdos querem, cada vez mais, seguir estilos de vida e o visual das personagens que vêem”. Idolatram-nos e consideram-nos um exemplo”, constatou. Assim sendo, para a jovem, torna-se fundamental que os pais expliquem aos filhos a diferença entre a realidade e a ficção. “Os progenitores têm um papel fundamental na educação dos miúdos, devem informá-los constantemente que aquilo que vêem é simplesmente pura ficção e que a realidade é bem diferente”, notou. “É óbvio que algumas séries são baseadas em factos reais mas, a maior parte delas, mostra coisas a não seguir e aí é que está a emoção e o drama da história”, defendeu. Apesar da admiração que suscita no público, Joana Alvarenga sente-se “uma pessoa normalíssima, só que com a vida mais exposta do que o normal”, situação que afirma ter de aceitar devido à profissão que
escolheu. Aos que anseiam construir uma carreira na área da representação, a jovem deixa um conselho: “em primeiro lugar estudem e tenham uma profissão paralela porque a vida de um ator, por vezes, é muito ingrata e não garante rigorosamente nada”. “Se querem mesmo ser atores lutem por isso, não desistam e continuem a acreditar que serão capazes. A persistência e paciência são muito importantes para triunfarmos nesta vida”, concluiu. “Rocky Point Lounge”, um dos recentes projetos da atriz Joana Alvarenga inaugurou recentemente, com o namorado, o bar Rocky Point Lounge, na praia de Valadares, em Vila Nova de Gaia. De acordo com a modelo, o negócio “está a correr muito bem”, embora o tempo não esteja a ajudar. “É um projeto ao qual dediquei muito do meu tempo e que é muito a minha cara. As críticas não podiam ser mais positivas”, garantiu a jovem, cuja máxima de vida continua a ser a de “lutar sempre” por aquilo em que acredita. Q
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galiza
destinos Entre passeios pelas mais belas paisagens, visitas a museus, locais históricos e momentos de relaxamento em modernas instalações, há uma mão cheia de segredos gastronómicos que a Galiza pretende desvendar.
Galiza
de mil e um sabores
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galiza
destinos O “Vive Galicia 2011” traçou um conjunto de rotas através das quais é possível conhecer as paisagens e saborear os pratos tradicionais, desde o marisco da costa aos cozidos do interior. Ainda assim, o desafio colocado aos visitantes vai mais longe, permitindo que se transformem em “chefes por um dia” nas oficinas de cozinha. O pacote dedicado à gastronomia engloba passeios rurais, onde é possível conhecer pequenas povoações e a sua arquitetura tradicional, travessias de barco, com degustação de vinho, excursões a Santiago de Compostela e visitas a museus. Vinho, diversão e cultura
posta do “Turismo Gastronómico e Enoturismo”, um dos pacotes que promete proporcionar experiências memoráveis aos turistas.
Conhecer os segredos dos enólogos, através de visitas às mais conhecidas adegas e vinhas, é outra das formas de viver a Galiza. Um dos pontos de referência será o Mosteiro de “San Clodio”, situado no coração de Ourense, que foi considerado o primeiro Hotel Monumento da região galega. Hoje completamente restaurado, o espaço, que remonta ao século XII, dispõe de instalações que conjugam espiritualidade e modernidade.
Segredos da cozinha galega Na busca pela perfeição de sabores, a cozinha galega conseguiu assumir um papel de destaque na gastronomia espanhola, concedendo novas formas aos paladares de sempre. Cada visitante pode, agora, apreciar os truques das mais diversas especialidades pela mão dos próprios cozinheiros.
Com a chegada da estação fria, o desafio passa por fechar os olhos e desfrutar da sensualidade do paladar. O programa “Vive Galicia 2011”, que tem mais de cem segredos para revelar aos visitantes em forma de pacotes turísticos - preparou um cocktail com todos os ingredientes necessários a alguns momentos de relaxamento especificamente pensados para a região da Galiza. A busca de sabores e aromas excitantes, servidos com vinhos das mais finas texturas, é a pro46
O programa propõe ainda uma visita às adegas da Ribeira Sacra, circuitos termais e passeios românticos por paisagens que contam histórias. Mais 50 ofertas do que em 2010 Este ano, o “Vive Galicia” aprimorou as suas sugestões, aumentando o número de ofertas em relação ao ano passado. Hoje, os visitantes têm à sua disposição mais de cem pacotes turísticos divididos em oito categorias: Caminho de Santiago e Santuário; Turismo Náutico e Marítimo; Turismo Rural a Ativo; Turismo de Saúde; Gastronómico e Enoturismo; Turismo de Golfe; Turismo Acessível e Urbano. O programa, integrado nas comemorações do 8.º Centenário da Consagração da Catedral de Santiago de Compostela, visa tirar partido das caraterísticas rurais, marítimas, fluviais e históricas da Galiza, sempre com o toque mágico dos sabores e aromas da região. Q 47
televisão
porto canal
Porto Canal pincelado de azul e branco
Um acordo de concessão assinado entre o FC Porto e a empresa Mediapro, proprietária do Porto Canal, assinalou a união entre as duas entidades, cujo objetivo comum é o de gerar uma maior visibilidade da região Norte e de todas as suas potencialidades ao resto do país. De acordo com Domingos de Andrade, o novo diretor de programação e de informação do canal, este aproxima-se de uma nova era. 48
Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira
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porto canal
televisão programas, remodelação de formatos já existentes e um enfoque na informação. O ano da transformação As grandes transformações a operar no canal vão acontecer de forma gradual, sendo que a “revolução” mais acentuada está agendada para o início de 2012. Com a 2ª fase já em curso, onde se deram algumas “alterações” no domínio informativo, espera-se uma “nova era” no canal, de braço dado com o FC Porto. “Foram introduzidos novos blocos noticiosos e há ainda muita coisa a mudar, sobretudo no que toca a condições técnicas que já estão em desenvolvimento”, referiu o diretor, salientando a criação de um amplo espaço para a redação, que estará também equipada com modernos sistemas de digitalização, bem como a remodelação dos estúdios, da reggie e do espaço de caraterização. Delegações são para manter
O primeiro dia de agosto marcou uma nova etapa no percurso do Porto Canal, agora sob a gestão do FC Porto, que o tornará mais “irreverente” e “incómodo” no que diz respeito à programação desportiva. “A forma inteligente como o FC Porto entrou no canal, que é também ele, um símbolo da região, vai gerar uma verdadeira revolução na visibilidade da região Norte, até aqui pouco explorada pelos media”, garante Domingos de Andrade, salientando que é um projeto ambicioso, para além de um grande desafio em termos profissionais. De acordo com o jornalista, a gestão do Porto Canal vai consistir em dois grandes “pilares” - a informação e programação não desportiva, por um lado, e a desportiva por outro. O arranque ficou marcado pela introdução na grelha de novos programas, ligados sobretudo ao desporto - «Flash Porto» e «Somos Porto» - que abriram caminho à segunda fase de remodelação, iniciada já em setembro. Foram, então, incrementados os espaços FC Porto e será, ainda, dada mais visibilidade às modalidades, que não o futebol, com a programação despor50
tiva a ser dirigida por Rui Cerqueira. Ao mesmo tempo, a programação generalista vai sofrer também alterações profundas com a criação de novos Domingos de Andrade, 41 anos, foi jornalista e chefe de redação no “Jornal de Notícias”. Em 2008 foi convidado para colaborar na implementação da área multimédia da Lusa e gerir a secção «Sociedade». Posteriormente passou a diretor-adjunto de Informação da agencia noticiosa. Este ano foi convidado pelo FC Por to para diretor de informação do Por to Canal, onde integra o novo projeto que considera “um desafio em termos profissionais”. Domingos de Andrade também dá aulas na Universidade Católica desde 2005.
As delegações já existentes (Guimarães, Alto Minho, Trás-os-Montes, Douro e Tâmega) são, de acordo com o novo diretor, para manter sendo que está programada ainda a abertura de uma nova em Lisboa. “Este será um canal da região Norte para o resto do país e não ficará editorialmente circunscrito às suas fronteiras territoriais”, assegura. Q
Novidades na programação «Testemunho Direto» Todas as quintas-feiras, entre as 22h00 e as 23h00. Programa de reportagem sobre as grandes questões sociais que afetam a região Nor te, seguida de debate com convidados em direto no estúdio. «Azul e Branco» Às sextas, entre as 22h00 e as 23h00, este novo programa do Por to Canal dá conta da atualidade despor tiva dos azuis e brancos. Constituído de reportagem, seguida de debate de antevisão da próxima jornada, traz diversos convidados de relevo a estúdio. Diariamente haverá «Flash Noticioso», entre as 19h00 e as 20h00, seguido das sínteses «Flash Por to», e a partir das 21h00 o «Jornal do Nor te» que recorda os principais temas informativos e que conta com a presença de diversos comentadores reconhecidos na região e no país. Destaque ainda para um reforço na transmissão das diversas modalidades do clube azul e branco, principalmente durante os fins de semana. 51
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Lobo Taste
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Artesanato Contemporâneo
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A Festa de S. João, no Largo de S.Domingos, é já uma tradição. Organizada por Paula e Paulo Lobo, da Lobo Taste, em colaboração com os restaurantes do Largo, é a festa mais divertida da Invicta, onde não faltam as tradicionais sardinhas, caldo verde, a música do Paulo e muita animação. Sempre sob o 52
gosto e a égide da Lobo Taste, este projeto assume o compromisso de recuperar, reinterpretar e inovar peças materiais e estilos de artes e ofícios. O objetivo é o de traduzir para os nossos dias, os artesãos, as formas e os modos do fazer que, no decorrer dos tempos, se foram esvanecendo e extinguindo ou ainda, apresentar novas formas de pensar e trabalhar o artesanato. Largo de S. Domingos 20 – Telf: 22 2017102
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1 – Decoração 2 – Génova e Doralice 3 – Paulo Lobo animador da noite 4 – Paula Lobo 5 – Luís Teotónio Pereira e amigo 6 – Batata Cerqueira Gomes e Paula Lobo 7 – Kikas Lobo e Rita Lopes 8 – Ambiente de S. João 9 – Decoração
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Espaço cosmopolita
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1 – Fachada 2 – Pedro Pimenta e Xaninho Pereira 3 – Sala de jantar 4 – Marta Pinto Hespanhol 5 – Marco Godinho de Almeida e João Cavaca 6 – Inês Pinto Leite, Jorge Lapa e Leonarda Araújo
A Taberna do Bonjardim, situada na rua do Bonjardim a escassos metros do Teatro Rivoli, é um espaço cosmopolita onde se pode saborear, em ambiente intimista, iguarias portuguesas e vinhos de várias regiões, ao som de Serge Gainsbourg ou Miles Davies. A carta é eclética e a principal preocupação é o recurso a ingredientes genuínos e naturais. 54
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Tea Point
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O Tea Point, de Patrícia Melo e Susana Macedo, é mais um espaço cosmopolita e encantador no Largo de S. Domingos. Em ambiente de biblioteca de clube inglês, muitas são as pessoas que lá almoçam e se deixam ficar pela tarde dentro a ler, a trabalhar ou simplesmente a tomar chá ao som de uma boa música. O jantar tem vindo a ganhar um papel relevante neste espaço, quer devido à animação do emblemático Largo de S. Domingos, bem como pelos sabores irreverentes e boa música que garantem noites bem passadas.
1 – Teresa Seara Cardoso, Carlos Carreiro, Ricardo Seara e Patrícia Melo 2 – Sara Gavela, Vicky Encinas e Paquita Belalcazar 3 – Ricardo Seara e Patrícia Melo 4 – Teresa Seara Cardoso e Carlos Carreiro 5 – Paulo Valença e Tony 6 – Rui e Patrícia Melo 7 – Paulo P. Guedes e Joana Campos 8 – Isabel Valada e Nininha Espregueira Mendes
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Restaurante Traça 1 – Paulo Samagaio, João Pedro Pinho da Costa e João Osório Pinto 2 – Fernando Ferrão, Francesco Annarumma e Pedro Santos 3 – Paulo Mendes e Luís Correia de Almeida 4 – Paulo Lobo, Paulo Cruz e mulher 5 – Bárbara Osório, Cami Neves e Maria João Malheiro 6 – Filipe Pinto da Cruz, Pauline e Miguel Matos 7 – Sérgio Queiroz, Alessandra Vitorello, Batata e Raquel Cerqueira Gomes e Xico Miranda
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O Traça é um restaurante da moda. São muitas as caras conhecidas que por lá passam diariamente. Situado no emblemático Largo de S. Domingos, ocupa o rés do chão de um prédio antigo e traduz algumas das vivências dos seus proprietários, cuja principal preocupação é a de manter o espírito do “Porto Antigo”, espaço onde se integra. A cozinha é de inspiração marcadamente ibérica e tradicional, revelando uma seleção criteriosa dos produtos que utiliza e uma originalidade nas suas diversificadas propostas. 59
praça do infante
memórias
Texto: Marta Almeida Carvalho Foto: Virgínia Ferreira
Tributo ao «Navegador»
O terreno onde está situada a Praça do Infante D. Henrique pertencia à cerca do convento de S. Domingos. Adquirido pela Associação Comercial do Porto, com o intuito de urbanizar a área em frente ao Palácio da Bolsa, sede da associação, foi entregue à autarquia para que procedesse ao seu embelezamento. A praça foi batizada com o nome do Infante D. Henrique, como uma homenagem da cidade que o viu nascer. As ruas da Bolsa e de Ferreira Borges e a abertura das Ruas de Mouzinho da Silveira (1875) e Nova da Alfândega (1871-75) delimitaram a praça que está rodeada por edifícios de grande monumentalidade como o Mercado Ferreira Borges, Palácio da 60
Bolsa, Igreja de S. Francisco e Instituto do Vinho do Porto, edifício que albergava o antigo Banco Comercial do Porto. No centro encontra-se a estátua
do Infante D. Henrique, da autoria do escultor Tomás Costa, cuja cerimónia solene do lançamento da primeira pedra contou com a presença do rei D. Carlos. Foi fundida em Paris e inaugurada no ano de 1900. O Infante D. Henrique, a quem foi dado o cognome de «O Navegador», nasceu no Porto a 4 de Março de 1394, tendo sido o quinto filho de D. João I, fundador da Dinastia de Aviz, e de Dona Filipa de Lencastre. Em 1414, convenceu o pai a empreender a campanha de conquista de Ceuta, na costa do
Norte de África, junto ao estreito de Gibraltar. A cidade foi conquistada em Agosto de 1415, sendo que o Infante foi distinguido na batalha e armado cavaleiro, abrindo-se, assim, caminho para as descobertas marítimas de Portugal. Fundador da Escola de Sagres, que constitui um dos grandes mitos da história portuguesa, o Infante morreu, em 1460, nessa localidade. Um século depois da sua morte, Luís de Camões apelidou-o, juntamente com seus irmãos D. Duarte, D. Pedro e D. Fernando, de «Ínclita Geração». Q 61
cin
iniciativas
Pela proteção dos bombeiros
Pelo terceiro ano consecutivo, a CIN e a Liga dos Bombeiros Portugueses voltam a unir esforços no combate aos fogos. “Proteja a sua madeira. Proteja os nossos bombeiros” é o mote da edição 2011 da campanha CIN Woodtec, que tem como objetivo ajudar a equipar as corporações de bombeiros voluntários de Portugal para melhor proteger a floresta, um recurso essencial à vida. 62
Nesta campanha, por cada litro de CIN Woodtec (uma gama que apresenta diversas soluções para a proteção e decoração da madeira, em interior e exterior) adquirido, um euro reverte inteiramente a favor das corporações, mais concretamente na oferta de equipamentos de proteção individual dos bombeiros – fire shelters (abrigos florestais). Nos dois primeiros anos, a iniciativa revelou-se um sucesso. Em 2009 foram entregues 150 Fire Shelters e em 2010 angariaram-se verbas para a compra de mais 250, entregues a um total de 50 corporações de voluntários dos 20 distritos de Portugal. Esta ação conta com uma forte adesão dos consumidores, pelo que o número de fire shelters oferecidos às corporações, de todas as regiões de Norte a Sul do país, têm vindo a aumentar substancialmente de ano para ano. Q 63
um dia com
tripulações low-cost
Adrenalina no ar
Depois de um avião descolar, os passageiros ficam «entregues» aos cuidados das tripulações que zelam pela sua comodidade no ar. Fomos saber como atuam as equipas das tripulações das companhias aéreas denominadas de low-cost e de que forma desfrutam do seu trabalho diário. 64
Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira
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tripulações low-cost
um dia com todas é permitido o transporte de bagagem de mão até 10 quilos sendo que os custos da bagagem com capacidade superior são adicionais. Diferenças entre low-cost e regulares
O aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, registou, em julho, um aumento de 14,4 por cento no número de passageiros, face ao mesmo mês de 2010, servindo mais de 626 mil clientes e obtendo o melhor resultado de sempre, de acordo com dados divulgados pela ANA – Aeroportos de Portugal. O crescimento que o aeroporto tem conhecido na última década, e que já o tornou no terceiro melhor do Mundo, trouxe diversas novas companhias aéreas, principalmente de low-cost, à cidade do Porto.
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Políticas low-cost Responsáveis pelo transporte de milhares de passageiros por ano, as low-cost têm recursos diferentes das companhias regulares e a sua forma de atuar é distinta, não sendo, contudo, descurado o bem-estar do passageiro. “A comodidade do cliente é a nossa principal preocupação. Por isso falamos sempre em cliente e não em passageiro, o que nos confere uma maior proximidade”, refere Hélène Abraham, vice-presidente de Marketing e Produto da Transavia. “Low cost, low fare with care” (tarifas baixas e justas com segurança) é o lema da companhia. Esta low-cost francesa, criada pelo grupo Air France/KLM e pela transavia.com Holanda, tem como objetivo oferecer voos regulares e não regulares a preços competitivos. Tendo iniciado a atividade em Portugal com o lançamento da ligação Paris-Porto, em maio de 2007, já transportou, entre esse ano e 2011 cerca de 4,5 milhões de passageiros. A Ryanair é a low-cost que oferece a maior variedade de destinos, muito embora apresente algumas diferenças relativamente a outras que atuam a partir do Sá Carneiro. Todas são low-cost, embora com especificidades diferentes. Enquanto que na companhia irlandesa os voos não têm lugares marcados, na Transavia o check-in tem de ser presencial e não pode ser efetuado através de uma plataforma online como na EasyJet ou na Ryanair. Em
Ao contrário do que é habitual nas regulares, os passageiros das low-cost não têm direito a caterings gratuitos, tendo de comprar toda a alimentação de que queiram usufruir durante o voo: sanduíches e bebidas. As companhias disponibilizam, no entanto, um vasto leque de opções que podem ser adquiridas a preços razoáveis, bem como as compras normais que se podem fazer durante qualquer trajeto: perfumes, bebidas e outros produtos internacionais. As tripulações estão encarregadas de toda a divulgação destes produtos e são poucos os momentos de pausa que têm durante os vôos. “Temos sempre algo para fazer. Zelar pela comodidade e bem-estar dos nossos clientes, passar os carrinhos com as bebidas, ver se necessitam de algo para comer ou comprar algum produto dos catálogos”, refere Claudinice Gasparini, chefe de cabina. Um comissário da Ryanair utiliza o sentido de humor para descontrair os passageiros e tenta manter a boa disposição durante o voo. “Espero que desfrutem da nossa viagem, no dia em que as principais notícias dão conta de que as notas de
matemática e português foram as mais baixas de sempre. E neste momento estão vocês a pensar: o que é que isto tem a ver com a viagem?”, “Absolutamente nada”. No ar O vôo 3404 Ory-Opo - que fez a ligação PortoOrly-Porto – da Transavia, durou cerca de duas horas num percurso que se efetuou de forma calma e descontraída. O trabalho da tripulação começa na receção aos passageiros e no seu encaminhamento aos lugares. Depois de fechadas as portas e iniciada a ebulição dos motores, começa «a dança» da tripulação. Enquanto o chefe de cabina dá as indicações ao microfone, os restantes comissários de bordo fazem os gestos que explicam o procedimento em caso de acidente: saídas de emergência, coletes defletores, máscaras de oxigénio. Depois disso, é hora de todos colocarem os cintos para a descolagem. É então que entra em cena o comandante que deve informar os passageiros de tudo o que acontece durante o voo. Depois de desejar a todos uma boa 67
tripulações low-cost
um dia com
adquiridos pelos passageiros como perfumes, bebidas, lembranças, entre outros. Todos os alimentos são previamente acondicionados e prontos a serem servidos mas cabe à tripulação aquecê-los se necessário. A partir daí, o seu trabalho é o de prestar toda a atenção às necessidades dos passageiros. Chegados ao destino, e depois de cumpridas as formalidades, resta desejar a todos uma excelente estadia. Mas a tripulação regressa. No mesmo avião e com o mesmo procedimento. Única companhia low-cost para o Funchal viagem, Franck Roc deu algumas indicações acerca do tempo de voo, condições atmosféricas e hora prevista de chegada ao destino. Acompanhado pelo piloto Benoit Toth, cabe à equipa do cockpit, através do acesso à mais moderna tecnologia, tornar a viagem o mais segura possível. Claudinice Gasparini liderava a equipa da cabine do voo 3404 Ory-Opo, sendo que a restante tripulação era constituída pelos comissários de bordo Areski Koudjih, Sonia Berrabah e Séverine Relea. Mal o avião estabiliza, começam por passar os carrinhos da alimentação e bebidas. Depois seguese uma alargada oferta de produtos que podem ser 68
A Transavia é a única low-cost a voar para o Funchal e, até setembro, realizou perto de meia centena de voos suplementares para Madeira e Paris, a partir do aeroporto Francisco Sá Carneiro. Com este reforço das ligações, a companhia aérea pretendeu responder ao aumento da procura registada durante a época alta do Verão. No início do mês de julho, a Transavia havia já reforçado a oferta com o lançamento de 60 voos adicionais, efetuados às terças, sextas e domingos. Para responder ao aumento da procura durante o verão, a companhia aérea disponibilizou viagens extra de e para a Invicta. Q 69
portuguese fashion news
muuda
para motociclistas com um conceito inovador de alta visibilidade por incorporação de LEDS e um demonstrador sobre materiais têxteis utilizados em capacetes de motociclismo, entre outras atrações. A Marcação CE assumiu um papel importante de entre as várias iniciativas desenvolvidas durante o certame, nomeadamente a tertúlia sobre EPI que abordou as principais tendências de inovação deste mercado e os principais fatores a ter em conta na certificação destes produtos, com vista à Marcação CE.
MUUDA no circuito cultural de objetos e acessórios que desenvolvem. A programação do espaço abrange, ainda, eventos como lançamentos de livros, apresentações de projetos, performances e uma agenda de workshops e cursos de diversos temas, sempre na ótica do conceito de interligação às artes, sabores e design. Q
Mais proteção
Agenda de workshops MUUDA
O MUUDA tem, desde março de 2006, um espaço aberto na rua do Rosário, no Porto. Integrado no Circuito Cultural de Miguel Bombarda, tem vindo a apresentar exposições e intervenções de pintura, fotografia, ilustração, escultura, street art e media promovendo ativamente o trabalho de novos artistas e cumprindo, desde sempre, o calendário das inaugurações coletivas. Integrando uma concept store, o MUUDA reúne peças de estilistas e designers maioritariamente portugueses, emergentes e consagrados, que apresentam regularmente as suas coleções e dão a conhecer as propostas 70
Outubro Dia 15 – Aconselhamento de Imagem com Vera Deus Dia 22 – Fotografia com Ana Pereira Também em outubro, poderá ainda inscrever-se em: Sushi com jantar, com Filipe Dams; Maquilhagem, com Lucília Lara; Cozinha Inicial e Criativa, com Renato Sát; Cozinha Vegetariana, com Anabela Correia; Gastronomia Molecular, com Renato Sá; Pintura para Crianças, com Graça Paz; Chocolate, com Mestre Alex; Compotas, com António Almeida.
Os EPI - equipamentos de proteção individual foram o tema da edição do Fórum Têxteis do Futuro (FTF) de 2011. Inserida no projeto Portuguese Fashion News, esta gama de vestuário e acessórios, sempre associada à utilização de materiais de alta performance, esteve no centro do conceito desta edição, onde os visitantes puderam conhecer alguns dos prémios inovação do certame TechTextil/Avantex 2011, recentemente apresentado em Frankfurt, nomeadamente um fato
Decorreu, ainda, uma apresentação do Portuguese Textile Innovation Cluster (PTIC) iniciativa dinamizada pelo CITEVE, que lançou, durante o Fórum, um concurso de Ideias Inovadoras. Outro ponto alto desta edição foi o lançamento da 4.ª edição do Diretório de Têxteis Técnicos, disponibilizado aos visitantes durante a feira. Como vem sendo habitual, a equipa de Design & Moda do CITEVE assegurou, em articulação com o programa do Fórum, a apresentação de novas tendências. Q
Ao efetuar mais de uma inscrição poderá contar com 10% de desconto. Informações e inscrições através dos contactos info@muuda.com / 22 201 18 33 / 96 135 04 38. 71
relógios de sol
através dos tempos Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira
Os exemplares mais comuns dos relógios de sol são constituídos por superfícies planas que servem como mostrador, onde estão marcadas linhas que indicam as horas, e por um pino ou placa, cuja sombra projetada sobre o mostrador funciona como um ponteiro das horas nos relógios comuns. À medida que a posição do sol varia, a sombra desloca-se pela superfície do mostrador, passando pelas linhas que indicam as horas. Também existem relógios de sol mais complexos, com mostradores inclinados ou curvos. Estas estruturas normalmente mostram a hora solar aparente mas, com pequenas alterações, podem ainda indicar a hora padrão no fuso horário em que o relógio está geograficamente localizado. Origem dos relógios solares O homem primitivo usava a sua própria sombra para estimar as horas, ato denominado de sombras moventes. Depois percebeu que, através de uma vareta fincada no chão, na posição vertical,
Marcas
no tempo Os relógios de sol medem a passagem do tempo pela observação da posição do sol. Existem, ainda, alguns exemplares espalhados pela cidade do Porto e área metropolitana, apesar da informação sobre eles ser escassa. A seguir ficam alguns exemplos destes belos e originais marcadores do tempo. 72
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relógios de sol
através dos tempos
festividades em honra do Senhor de Matosinhos. Este templo, totalmente renovado no século XVIII, é de estilo barroco e uma das várias obras do
poderia obter os mesmos resultados. Foi assim que apareceu o primeiro relógio de sol, o famoso Gnômon. Ao amanhecer a sombra era longa, ao meio dia reduzia-se ao seu tamanho mínimo e ao entardecer volta a alongar-se. Também os egípcios perceberam que o sol provocava a sombra dos objetos e que, ao longo do dia, o tamanho destas sombras era variável. Alguns exemplos no Porto Os relógios de sol ainda estão presentes em alguns templos religiosos do Grande Porto. Classificado como monumento nacional, o Mosteiro de Leça do Balio é um exemplar da arquitectura religiosa fortificada. De origem medieval é considerado um dos melhores exemplares arquitectónicos da transição do estilo românico para o gótico. Com origem anterior ao século X, foi já no século XII a primeira casa mãe dos Cavaleiros Hospitalários da Ordem de Malta, a primeira ordem militar em Portugal. Foi 74
reedificado no século XIV, segundo o modelo das igrejas fortaleza e do mosteiro resta apenas a igreja, de planta cruciforme, ladeada por uma alta torre quadrangular, dando-lhe um aspecto de verdadeira fortaleza militar, cuja fachada é de estilo gótico. Aqui foi celebrado o matrimónio do rei D. Fernando com D. Leonor Teles. Posteriormente, no contexto da Crise de 1383-1385, ali esteve o Condestável Nuno Álvares Pereira, em 1385, no início da jornada que lhe deu a posse do Castelo de Neiva e de outras localidades na região. Na década de 1930 foi efetuada uma obra de restauro de todo o monumento pela Direcção Geral dos Monumentos Históricos e em 1996, o mosteiro foi palco de obras de beneficiação suportadas pela Unicer, ao abrigo da Lei do Mecenato. Um relógio de sol ergue-se, imponente, numa das paredes exteriores do Mosteiro, onde terá sido colocado em finais do século XIX. A Igreja do Senhor Bom Jesus ou Igreja Matriz de Matosinhos permanece até aos nossos dias como destino de peregrinação, lugar de romaria e
arquiteto italiano Nicolau Nasoni. O interior exibe alguns dos melhores retábulos do barroco nortenho. A construção da igreja foi iniciada em 1743 e foi erigida graças a generosas e abundantes ofertas prometidas pelos emigrantes que faziam fortuna no Brasil e aos “ex-votos” da gente do mar nas aflições que sofriam em trabalho. Esta igreja, para além de um órgão histórico, construído em 1685, que se destinava ao Mosteiro dos Lóis, no Porto, mantém, ainda, um exemplar de um relógio de sol datado de 1890. A Igreja Matriz de Paranhos tem a primeira referência documental em 1123 mas é pouca a informação que subsistiu desse período. Terá sido uma igreja em estilo românico, semelhante a tantas outras, mas desconhece-se a data de construção, sabendo-se, apenas, que foi reconstruída em 1845, muito provavelmente devido ao facto da freguesia ter sido um campo de batalha estratégico durante as Invasões Francesas e as Lutas Liberais. A fachada é ladeada por duas torres sineiras, sendo que uma delas data do século XIX e a outra foi construída em 1946, época em que ficou com a configuração atual. Cada uma tem um relógio: um mecânico (1857), o outro é um dos vários relógios de sol (1878) que existiam na cidade. Q 75
praias
águas do porto Evolução da qualidade da água – zona balnear de Gondarém
aumento da biodiversidade da fauna e flora marítimas. “O regresso das estrelas do mar, robalos, ouriços do mar e outras espécies é um indicador claro da boa qualidade da água”, sublinha. Requalificação profunda
Cinco anos
de excelência Desde 2007, e pelo quinto ano consecutivo, as praias da cidade do Porto têm vindo a cumprir todos os critérios que lhes conferem a qualidade a que já habituaram os portuenses. As zonas balneares do Homem do Leme, Gondarém e Foz voltaram a hastear a Bandeira Azul. O Porto é uma das poucas cidades com toda a frente marítima classificada, oficialmente, como zona balnear. Mas nem sempre foi assim. Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: AP
Nesta época balnear, e depois do historial de interdições que perdurou até 2006, as águas balneares do Porto atingiram elevados níveis de qua76
lidade. A Bandeira Azul foi hasteada nas zonas balneares do Homem do Leme, Gondarém e Foz, atestando não só a sua qualidade como a das infraestruturas de apoio das sete praias urbanas abrangidas.
As ações de combate à despoluição das ribeiras da cidade, nomeadamente a interceção de águas pluviais poluídas durante os períodos de estiagem, a ligação à rede de saneamento de casas ainda não ligadas ou ligadas à rede de águas pluviais e a monitorização permanente de estações elevatórias e intercetores, com capacidade de resposta imediata às avarias, são os principais fatores que contribuíram para a crescente melhoria da qualidade da água. De acordo com Joaquim Poças Martins, da Águas do Porto, estas medidas contribuíram para o
A Águas do Porto tem vindo também a centrar os seus esforços no reordenamento e requalificação das áreas envolventes às zonas balneares. As intervenções levadas a cabo incluem a construção e reabilitação de acessos, colocação de mobiliário urbano, estrados, chuveiros e bebedouros, prolongamento da ciclovia, limpeza profunda dos areais e a realização de atividades de educação ambiental. Como consequência, a frente marítima do Porto tem vindo a registar um acréscimo de banhistas, nomeadamente crianças dos infantários e escolas da cidade. Poças Martins salienta que as praias portuenses são, agora, grandeCarvalho qualidade Texto: Martade Almeida Ferreira mas nem sempre foi assim.Fotos: “AindaVirgínia há cinco anos, havia um elevado grau de poluição na água e na areia, os acessos eram maus e as pessoas evitavam estas zonas balneares”, recorda, salientando que “agora as pessoas olham para as praias com confiança”. De acordo com o responsável, a Bandeira Azul, o galardão máximo de excelência, é para “manter em 2012”. Um dos principais objetivos é a melhoria da qualidade da água da zona balnear do Castelo do Queijo, a única que ainda não ostenta Bandeira Azul, e a designação oficial da Praia Internacional, junto ao Edifício Transparente, como água balnear. Para o efeito, a Águas do Porto reforçou a monitorização da ribeira da Riguinha e realizou um plano de amostragens, semanal, ao largo do Castelo do Queijo e na Praia Internacional, avaliando o impacto dessa ribeira e do rio Leça. Q 77
desporto
kitesurf
Aventuras
acrobáticas Texto: Marta Almeida Carvalho
O kitesurf é um desporto de água que se pratica com uma prancha e um papagaio de tração. Envolve várias disciplinas – Ondas, Free Style e Race - e tem vindo a ganhar um número crescente de adeptos em Portugal, transformando as “kitebeach” em spots coloridos. 78
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kitesurf
desporto
ção é maior do que a de qualquer outro desporto de prancha. O “Clube Nortada Aventura”, na Murtosa, foi o primeiro clube certificado de kitesurf no país. Adriano Coutinho, 43 anos, é um atleta da modalidade que conquistou, recentemente, o título de veteranos numa prova de Race sendo, também um dos instrutores da escola de kitesurf do clube. “Esta modalidade tem vindo a ganhar adeptos em Portugal e, curiosamente, muitas mulheres”, refere. Já participou em diversas provas internacionais e nacionais e como profissional alerta para alguma perigosidade na sua prática. “É fundamental a frequência de um curso para praticar o kitesurf. Ser autodidata pode levar à morte”, alerta. Apesar de toda a adrenalina e sensação de liberdade que este deporto proporciona, o atleta sublinha que o material ainda é caro, há falta de certificações quer de treinadores, quer de escolas e que não existe uma federação para a modalidade, estando ainda integrada na da Vela. Spots Kitesurf, ou kiteboarding, é um desporto aquático que utiliza um papagaio de tração e uma prancha como estrutura de suporte para os pés. O papagaio, ou pipa, é preso à cintura e o impulso para que a prancha se desloque é dado pelo vento que o atinge. O controlo do impulso é feito através de uma barra e, assim, consegue-se escolher o trajeto adequado e realizar saltos acrobáticos. É um desporto relativamente recente que tem vindo a ganhar adeptos em Portugal na últi80
ma década. O nome resulta da junção de duas palavras inglesas: “Kite”, que significa papagaio e “Surf”, do verbo inglês “to surf”, que significa “navegar”. A costa portuguesa, onde existem diversos “spots” para a prática da modalidade, é propícia à prática do kitesurf embora as praias do Porto sejam um pouco rochosas e imponham alguns obstáculos à modalidade. Maio e junho são os meses mais ventosos e os preferidos para a prática do kitesurf.
Várias disciplinas O kitesurf pode ser praticado em mar flat ou com ondas e é constituído por diversas disciplinas de três tipos: Ondas, onde se praticam as acrobacias aéreas, Free Style, que engloba manobras aéreas, e Race. Esta já requer uma boa dose de técnica e de estratégia, já que é composta por regatas, e vai passar a ser modalidade olímpica em 2016. É um desporto de fácil aprendizagem, uma vez que a tra-
As “kitebeach” são spots criados para a prática do kitesurf e estão espalhadas um pouco por toda a costa com destaque para Viana do Castelo, Esposende, Murtosa (Ria de Aveiro), Figueira da Foz e Costa da Caparica. No distrito do Porto só a praia de Matosinhos Sul é propícia à prática da modalidade, que necessita de vento térmico. Portugal e Espanha são países onde o kitesurf se pode fazer durante todo o ano porque ambos possuem costas ventosas. Q 81
porto vivo, sru concluídos e aprovados pelas diversas instâncias, designadamente o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR). Neste momento está em curso a realização dos Projetos de Execução e de Especialidades, bem como demolições, limpezas e sondagens arqueológicas necessárias, dada a localização e o valor dos edifícios. O intuito é o de criar fogos para arrendamento social, confortáveis, eficientes em termos energéticos e com acesso a sistemas de telecomunicações atuais, sem desgarrar nunca este objetivo do de intervir a custos controlados e de forma sustentável. Este programa da Porto Vivo, SRU, que terá um investimento na ordem dos cinco milhões de euros, conta com um financiamento do Banco Europeu de Investimentos (BEI), decorrente do contrato celebrado entre a Porto Vivo, SRU e o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana e deste Instituto com o BEI. O início das empreitadas de reabilitação está previsto para o início de 2012.
Reabilitação urbana em curso Integrados na Reabilitação Urbana levada a cabo pela Porto Vivo, SRU na cidade do Porto, os programas de reabilitação urbana do Morro da Sé e do Eixo Mouzinho-Flores representam importantes contributos para a requalificação e revitalização do Centro Histórico portuense. Programa de realojamento do Morro da Sé Integrado no Programa de Reabilitação Urbana do Morro da Sé, está em curso um programa de realojamento habitacional que surgiu devido à necessi82
dade de realojar famílias que foram temporariamente deslocalizadas para urbanizações sociais do município, em virtude da necessidade de libertação de edifícios que serão reconvertidos na Residência de Estudantes e na Unidade de Alojamento Turístico do Morro da Sé, assim como outras famílias cujas condições atuais de habitabilidade são claramente deficitárias. O Programa de Realojamento vai permitir libertar 29 edifícios do estado de ruína, que ocupam um total de cerca de 8.000 metros quadrados de terreno e cuja presença atual no tecido urbano do Morro da Sé é mais um forte contributo para a imagem degradada deste território. O Programa permite gerar 71 fogos – 8 T0, 32 T1, 24 T2 e 7 T3. Os projetos de arquitectura, em grande parte realizados pela equipa da Porto Vivo, SRU, estão todos
Programa de Reabilitação Urbana do Eixo Mouzinho-Flores O Programa de Reabilitação Urbana do Eixo Mouzinho-Flores é mais um contributo para a reabilitação e revitalização do Centro Histórico do Porto Património da Humanidade, sendo uma das suas 10 ações integradas. O Programa atinge, no âmbito do investimento público e privado, cerca de 85 milhões de euros, dos quais 15 são responsabilidade das entidades que estabeleceram uma parceria, comparticipada pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) em cerca de 45 por cento deste montante; os restantes 70 milhões de euros estão diretamente ligados à reabilitação do edificado privado a empreender pelos respetivos proprietários. Os parceiros da intervenção de cariz público são a Câmara Municipal do Porto, a Porto Vivo, SRU, Santa Casa da Misericórdia, Fundação da Juventude, As-
sociação Porto Digital e uma empresa privada, a TRENMO. O Programa de Reabilitação Urbana do Eixo Mouzinho-Flores tem como objetivo específico a recriação de um melhor espaço de acolhimento a visitantes e turistas, uma vez que se trata do eixo de ligação da Baixa à Ribeira e de uma área de forte potencial de comércio. Desta forma, a operação mais visível do programa é a Requalificação do Espaço Público, através da melhoria das condições para o uso pedonal, regulação da circulação automóvel e estacionamento. Importante também é a intervenção a realizar no Museu de Arte Sacra da Santa Casa da Misericórdia a criação do Espaço do Vinho do Porto na antiga Casa da Companhia e a realização das Feiras Francas no contexto do Palácio das Artes. A intervenção atinge 15 quarteirões e 421 parcelas das quais 45% estão em MAU ESTADO, 20% estão DEVOLUTAS e apenas 40% estão PARCIALMENTE OCUPADAS. Todas estas operações, a par da reabilitação e re-habitação do edificado, irão contribuir para transformar de novo este espaço numa zona viva da cidade. Q
Co-financiamento
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porto
A muralha infunde em nós uma doce tristeza europeia, um orgulho de atividade, um desenho de pompas escravas, um sonho económico e uma impraticável fé de liberdade. Agustina Bessa-Luís 84
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águas do douro e paiva
ambiente
Formação da consciência e educação ambientais A atuar no seio da comunidade educativa desde o ano letivo 2004/05, a empresa Águas do Douro e Paiva tem conseguido reunir miúdos e as diferentes comunidades escolares da sua área de influência (20 municípios) na tarefa de lutar pelo bem estar do meio ambiente. Ainda com o sorriso das crianças bem presente na memória, a empresa Águas do Douro e Paiva (AdDP) voltará a apostar no Programa Integrado de Educação Ambiental (PIEA) – A Água e os Nossos Rios – Projeto “Mil Escolas”. Terminado mais um ciclo de atividades e palestras, que envolveram alunos e professores na descoberta da importância de preservar os recursos hídricos, a entidade está a preparar o arranque da oitava edição, que promete chegar com novas ações educativas. A formação certificada dos professores, promovida na sequência da colaboração do Centro de Formação Júlio Resende com a AdDP, continuará a ser uma das apostas da empresa. “A grande novidade do ciclo le86
tivo que terminou foi a formação dos professores”, apontou Sérgio Hora Lopes, administrador da Águas do Douro e Paiva, garantindo que a estratégia, implementada a partir de 2009, representou um “salto qualitativo” do projeto. “Queremos uma comunidade escolar consciente da importância do ambiente e da sua preservação, por isso, vamos continuar a apostar na formação de professores e alunos”, acrescentou.
Texto: Mariana Albuquerque Fotos: Cinda Miranda/Virgínia Ferreira
Numa tentativa de bater o pé à crise, o novo ciclo do programa surgirá “adaptado à nova situação do país”. “O envolvimento financeiro vai ser reduzido, o que nos obrigará a diminuir também o número de escolas inseridas”, adiantou o responsável, revelando que o programa passará a abranger, no máximo, 15 estabelecimentos escolares do 1.º e 2.º ciclos do ensino público e privado. Apesar do “novo modelo”, o Projeto “Mil Escolas”, que mobilizou, desde 2004/ 05, cerca de 9400 alunos e 900 professores, envolvendo cerca de 17500 pessoas nas várias palestras realizadas, chegará aos mais novos com a mesma oferta educativa: ações lúdico-pedagógicas, palestras sobre preservação ambiental e saídas de campo, nas quais os alunos estudam um rio ou ribeiro próximo da sua localidade. O administrador da AdDP lembrou ainda que, num período marcado por cortes orçamentais, que poderão restringir as atividades das crianças fora das salas de
aula, a função do Projeto “Mil Escolas” sairá reforçada. “Uma coisa é ver o que está no livro; outra é conseguir perceber os conceitos através da prática”, defendeu, explicando que um dos lemas do programa é o de “agir local”. “Levamos as crianças aos troços de rio e, possivelmente, elas vão querer mostrá-los aos pais. Esse é o nosso objetivo, queremos envolver a comunidade”, salientou Sérgio Hora Lopes, relembrando que AdDP já tinha sido distinguida pela Política de Educação Ambiental em dois anos consecutivos (2007 e 2009), com a atribuição de dois prémios, referentes ao 1.º lugar, pela Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA). Q
Portal www.aguaonline.net com 300 mil visitas em três anos Lançado em outubro de 2008, o Por tal da Água da AdDP funciona como “um espelho” do Projeto “Mil Escolas”, ilustrando todas as atividades realizadas com as diversas escolas envolvidas. O espaço na internet, que apresenta uma área inteiramente dedicada a professores e alunos, já ultrapassou as 300 mil visitas e mereceu a distinção do 3.º lugar na área do “Melhor Sítio na Internet”, atribuída pela APDA. Na próxima edição do Projeto “Mil Escolas”, relativa aos anos letivos de 2011/12 e 2012/13, a função do por tal será for talecida, numa tentativa de reduzir custos com publicações e, ao mesmo tempo, fornecer informações sobre a preservação do ambiente em geral e da água em par ticular, apelando ao seu uso racional. 87
porto
autarquias Dinamizar o Centro Histórico do Porto, com ideias que partem dos cidadãos, modernizar os museus municipais e requalificar a habitação municipal são algumas das apostas da Câmara do Porto que, a par da revitalização da Baixa e do Centro Histórico, se encontram em execução.
Aposta forte na reabilitação «Manobras no Centro Histórico do Porto» O programa “Manobras no Centro Histórico do Porto”, promovido pela Porto Lazer e co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), no âmbito da plataforma Porto 2.0, estende-se por dois anos [2011 e 2012] e incide sobre o património imaterial do Centro Histórico da cidade, criando ideias e soluções nas mais diversas áreas, no sentido de dinamizar o coração da cidade. Sob o lema “Que Cidade é Esta? Que Cidade Pode Ser Esta?”, o programa desencadeou, no primeiro 88
semestre, um processo amplo e minucioso no qual se envolveram centenas de cidadãos e dezenas de instituições, que sugeriram ideias a desenvolver em diversos campos, tendo o Centro Histórico do Porto como objetivo principal e comum. Vladimiro Feliz, vereador do Pelouro do Turismo Inovação e Lazer, apresentou recentemente os desenvolvimentos deste processo participativo e coletivo de revelação, cruzamento e animação da dimensão imaterial do Centro Histórico e todos os projetos que resultam da convocatória dirigida à cidade e aos cidadãos. Dinamismo, inovação, cultura e participação são palavras de ordem.
Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Rui Meireles
Museus para pessoas Modernizar, requalificar, aproximar. São estas as palavras-chave dos Museus Municipais do Porto, que têm revelado resultados bastante satisfatórios. De acordo com Guilhermina Rego, vereadora do pelouro do Conhecimento e Coesão Social, houve “um aumento de 60 por cento no número de visitantes dos museus, nos primeiros sete meses do ano, e públicos novos que prometem voltar”. A melhoria da oferta exigiu modernas ferramentas de gestão no sentido de permitir uma utilização mais eficiente e eficaz dos recursos. A nova estratégia para os mu-
Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Rui Meireles
seus municipais, implementada em parceria com a Kaizen, permite uma maior preparação destas estruturas para desafios futuros. A autarquia, através 89
porto
autarquias
do programa Porto Cultura, tem apostado em projetos e materiais que vão ao encontro dos interesses dos cidadãos – música e debates, festas de aniversário, circuitos pedestres, visitas guiadas através de ecrãs táteis e novos roteiros de visita.
visitantes” refere, salientando que permitem, ainda, “dinamizar o comércio e serviços locais” e contribuir para “a valorização da envolvente e indução de novos investimentos, quer em termos de reabilitação do edificado quer de instalação de outras atividades económicas”. O crescimento da oferta hoteleira, que era quase insignificante na Baixa e Centro Histórico do Porto, permite uma adaptação aos diferentes públicos que procuram o coração da cidade através da dinâmica de reabilitação urbana. A abertura de estabelecimentos com diversas classificações e tipologias (hostel, alojamento local e hotéis) responde assim ao crescente afluxo de turistas, fruto quer da acessibilidade gerada pelo Aeroporto Francisco Sá Carneiro quer da visibilidade da cidade como Património da Humanidade.
Reabilitação urbana e novas unidades hoteleiras A reabilitação urbana é uma das grandes apostas da autarquia e uma das suas principais prioridades. A dinâmica de reabilitação da Baixa é já bem visível, quer em termos de investimento público quer privado. De acordo com Gonçalo Gonçalves, vereador do Urbanismo e Mobilidade os projetos em curso, e os previstos para os próximos anos, permitirão dotar a Baixa de um conjunto de equipamentos de referência que irão desencadear um efeito de “arrastamento sobre o investimento privado”. A crescente oferta de hotelaria e restauração corresponde ao reconhecimento pelos privados da atração da cidade como destino turístico não apenas de lazer, mas também de negócios, cultura, ciência e gastronomia. Depois da abertura do Intercontinental Palácio das Cardosas surgem, agora, mais dois hotéis no coração da Baixa. O primeiro, que será instalado no antigo “Águia de Ouro”, é uma unidade hoteleira de duas estrelas, com um total de cento e vinte e cinco quartos, cuja abertura está prevista para outubro; o segundo, será o Hilton Garden Inn, um quatro estrelas a instalar na Trindade (Trindade Domus Gallery). “Estes equipamentos são de vital importância para a reabilitação de edifícios na Baixa portuense, bem como na atração de turistas e outros 90
Bairro do Aleixo e requalificação do parque habitacional A Câmara do Porto está a proceder à desocupação do bairro do Aleixo. O processo, desenvolvido ao longo de cinco anos de modo progressivo e faseado, está a ser realizado com o envolvimento direto das famílias que atualmente habitam no bairro. Aos moradores que preenchem os requisitos para a ocupação de uma habitação social, são apresentadas casas adequadas às suas necessidades, em locais identificados nas suas preferências, propondo-se, para o efeito, três habitações, sendo uma delas, preferencialmente, na freguesia de origem. A solução encontrada para acabar com aquele que é o bairro mais problemático do Porto consistiu na criação de um Fundo Especial de Investimento Imobiliário (FEII) tendo como ativo o próprio bairro, cujas unidades financeiras são subscritas, na sua grande maioria, por uma entidade privada, fi91
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autarquias cando o remanescente para a autarquia. De acordo com o modelo escolhido, o parceiro privado irá entregando à autarquia novas habitações construídas de raiz, bem como casas reabilitadas, dispersas em núcleos por diversas zonas da cidade. No final da operação, todos os habitantes que tenham direito a habitação social estarão alojados no Parque Habitacional da câmara. Construído na década de 70, o bairro do Aleixo é composto por 5 torres, com 13 pisos cada, onde habitam cerca de mil moradores. À medida que os edifícios forem desocupados, cabe à autarquia disponibilizá-los para que o FEII proceda à execução das obras de demolição. O bairro pertencerá por inteiro ao FEII, ao qual caberá demolir as torres devolutas e proceder à requalificação da zona. “A reabilitação da habitação social tem sido, na última década, uma das principais preocupações da autarquia para uma maior coesão social”, garante Matilde Alves, vereadora da Habitação, salientando que os resultados das obras profundas de reabilitação realizadas em muitos dos edifícios habitacionais, contribuíram para uma significativa melhoria das condições de vida e de segurança dos inquilinos municipais. “Desde 2002, a autarquia portuense já requalificou, na sua totalidade, os bairros municipais de Vale Formoso, Duque de Saldanha, Fernão de Magalhães, Outeiro, Regado, Carvalhido, Pio XII, Francos, Carriçal, Campinas, Dr. Nuno Pinheiro Torres e Lordelo. Para além destes, a Câmara
do Porto tem vindo a intervir, faseadamente, nos bairros de Fonte da Moura, Rainha D. Leonor, Lagarteiro, Aldoar, S. Roque da Lameira, Contumil e Santa Luzia. As obras incluem a reabilitação das fachadas, com aplicação de isolamento térmico, substituição e ventilação das coberturas, novas portas, caixilharias e marquises, novas pinturas, colocação de marmorite nas zonas comuns, fecho das caixas de escadas e das entradas, iluminação, colocação de intercomunicadores e execução de novas infraestruturas elétricas e telefónicas entre outras. No total, são mais de 12.800 os moradores beneficiados pela intervenção da autarquia, num total de 5.977 casas, distribuídas por 231 blocos habitacionais. A par da intervenção no edificado, a CMP tem também procedido ao melhoramento do espaço público envolvente, ao nível dos passeios e espaços verdes. Alguns bairros sociais, como Pio XII, Contumil, Carriçal, Regado ou Outeiro, foram mesmo alvo de beneficiação profunda a nível urbanístico. O caso mais recente é o Bairro do Lagarteiro, cujas transformações contemplam novos arruamentos e novas infra-estruturas de saneamento, abastecimento de água e iluminação pública, entre outras. “Desde 2002, já foram investidos mais de 141 milhões de euros, estando orçamentado para este ano uma verba de cerca de 21,5 milhões”, sublinha. Q
Avenida da Boavista
Antes
Obras em curso
Projeto final
A requalificação da Avenida da Boavista pretende melhorar a fluidez rodoviária desta artéria, conferindo-lhe maior funcionalidade.
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Recantos da alma penafidelense Situado no coração da cidade, o Museu Municipal de Penafiel, reconhecido pela APOM como Museu do ano de Portugal, apresenta aos visitantes, de forma interativa, um passado eternizado em peças de reconhecido valor histórico para o concelho. Texto: Mariana Albuquerque Fotos: Luís Ferreira Alves
Entre longos corredores e amplas salas, enriquecidas por coleções de arqueologia e etnografia, há mil páginas de história que revelam o passado e o presente do povo penafidelense. Reaberto em março de 2009, o Museu Municipal de Penafiel representa, para o presidente da câmara, Alberto Santos, um território de emoções cuja alma vibra dentro de um corpo arquitetónico singular”. Os segredos da velha Arrifana, atual cidade de Penafiel, revelados por quem se aventura numa 94
moderna viagem pelo tempo, mereceram até a conquista do mais alto galardão atribuído pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM) – Museu Português do Ano. Ainda assim, o espaço histórico já tinha despertado reações junto de outras entidades: figurou entre os cinco finalistas dos Prémios Turismo de Portugal 2010, chegou à fase final do prémio internacional EMYA 2010, do European Museum Forum, foi nomeado para o prémio Novo Norte e conquistou o primeiro lugar na categoria de Projeto Urbano-Cultura do Jornal Planeamento e Cidades.
Cinco salas, cinco mundos Situado no palacete setecentista dos Pereira do Lago – última grande obra do arquiteto Fernando Távora - o Museu Municipal de Penafiel dispõe de cinco salas de exposição permanente e uma de exposições temporárias. Percorrer o espaço, situado no coração histórico da cidade, é testemunhar a aliança entre tradição e modernidade, apoiada pelo poder das novas tecnologias. O espólio da região do Sousa e Tâmega já conquistou cerca de 45 mil visitantes, de diversas proveniências. A Sala da Identidade é a primeira paragem obrigatória do museu, retratando o percurso histórico da formação do concelho de Penafiel. A escultura articulada de S. Jorge, do século XVIII, é uma das obras mais conhecidas da população. “Trata-se de uma das peças com maior simbolismo para os penafidelenses, que a reconhecem da procissão do Corpo de Deus”, explicou Ana Leal, conservadora na entidade municipal. Na primeira sala também é possível admirar os documentos da formação do concelho, que foi crescendo até alcançar a categoria de cidade, em 1770. Na Sala do Território, os visitantes têm a oportunidade de encontrar o “Olhómetro”, peça concebida especificamente para o museu, na qual se projeta uma animação dedicada às enguias (um dos pratos típicos da região) e que permite a visualização de imagens ligadas ao concelho: por exemplo do Castro do Monte Mozinho (maior Castro Romano da Península Ibérica) e do Santuário do Sameiro.
O terceiro local que marca a visita ao Museu Municipal de Penafiel é a Sala da Arqueologia, que dá a conhecer cinco mil anos de vestígios arqueológicos da presença humana no município. Além da diversidade de peças referentes às diferentes épocas, o espaço apresenta uma homenagem ao papel do arqueólogo e ao seu trabalho enquanto responsável pela transmissão de conhecimentos do passado. Segue-se a Sala dos Ofícios, na qual estão representadas algumas das principais atividades profissionais do concelho no passado. Instrumentos e obras de ferreiros, carpinteiros, marceneiros, pauzeiros e tamanqueiros decoram, assim, “o mundo mágico das oficinas”. Já quase no fim do percurso, surge a Sala da Terra e da Água, na qual é retratado o mundo rural com recurso a peças “tão próximas e distantes do dia-adia” e com a exibição de imagens que evocam antigas tradições de exploração dos recursos naturais. Atividades destinadas a várias idades O espólio do Museu Municipal de Penafiel, espalhado pelas cinco salas, serve também de inspiração a diversas oficinas educativas que despertam a perspicácia dos mais novos. “Temos, por exemplo, a ‘Experiência Arqueológica’, em que as crianças participam na simulação de uma escavação, encontrando, de facto, fragmentos e o ‘Quem faz um cesto faz um cento”, no qual criamos um cesto com tiras de pacotes de leite”, descreveu Ana Leal, explicando que há também atividades destinadas à família. Q 95
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construção de “projetos descentralizados e localmente relevantes”. O projeto SIM concretiza-se, essencialmente, em três motores de ação: na renovação e manutenção do parque escolar, na ação social escolar e no Conselho Municipal de Educação. Nas palavras da própria autarquia, “a priorização desta tríade permite assegurar o bom funcionamento estrutural das escolas de Matosinhos, designadamente ao nível dos espaços físicos, da segurança, dos apoios alimentares, da mobilidade, do apoio à família e da monitorização de ações”. Neste sentido, todos os anos, a Câmara transfere para 11 agrupamentos escolares, num total de 40 estabelecimentos de ensino, 750 mil euros destinados a dar resposta às despesas de eletricidade, água, gás, comunicações, ação social escolar e contratos de manutenção. Só assim será possível, afirma a autarquia, “subir um patamar no nível de exigência das respostas que o SIM apresenta à comunidade educativa”, através da implementação de projetos pedagógicos que ampliem a intervenção das escolas. 51 milhões de euros para renovação e manutenção do parque escolar
Preparar o futuro A pensar naqueles que serão o futuro do concelho, a autarquia de Matosinhos transfere, anualmente, 750 mil euros para 11 agrupamentos escolares, valor que lhes permite dar resposta às despesas de eletricidade, água, gás, comunicações, ação escolar e contratos de manutenção. 96
Fotos: Francisco Teixeira / CMM
A par do investimento na área social, urbanística e ambiental, o setor da educação está a ocupar uma posição de destaque na lista de prioridades da Câmara Municipal de Matosinhos, constantemente empenhada em “alcançar o paradigma da inovação, qualidade e qualificação”. Assim, nos últimos anos, a política educativa “SIM - Sucesso Inclusivo em Matosinhos” tem sido uma das grandes linhas orientadoras da autarquia, que afirma não abdicar de promover o sucesso escolar de forma global, “sem esquecer nenhuma criança”. A intenção é, portanto, adequar a política “às pessoas concretas e não aos alunos ideais”, mobilizando as energias disponíveis em torno da
O reordenamento da rede escolar ao nível do 1.º ciclo e dos jardins-de-infância é, desde 2005, uma das preocupações da autarquia matosinhense que, até 2013, pretende investir mais de 51 milhões de euros nos estabelecimentos de ensino do município. Assim, em defesa da escola pública, a câmara aceitou o desafio de disponibilizar 279 salas: nove para creches, 42 para o pré-escolar, 120 para o 1.º ciclo, 74 para o 2.º e 3.º ciclos, duas para o ensino/apoio especializado e 32 para atividades de enriquecimento curricular. Com o aumento do número de salas será possível terminar com a existência de turmas em horário de regime duplo – das oito às 13 horas ou das 13:15 às 18:15 – nas escolas do 1.º ciclo, que passarão a praticar o horário de regime normal. Crianças que manifestem perturbações como autismo e surdocegueira congénita não ficarão afastadas do meio escolar, desfrutando de um maior número de respostas qualificadas nas novas salas de apoio especializado. 97
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Por outro lado, segundo informações da autarquia, as intervenções no parque escolar de Matosinhos já permitiram equipar diversas escolas com refeitórios, instalações cobertas para a prática desportiva, bibliotecas, auditórios, centros de recursos, equipamentos informáticos e novas tecnologias de informação e comunicação. Apoios na alimentação, no transporte e na compra de material Numa tentativa de lutar contra a exclusão social, a Câmara de Matosinhos apoia todas as crianças do ensino pré-escolar e dos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico que precisam de apoio ao nível da alimenta-
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ção, transporte e aquisição de manuais escolares. A medida visa combater o abandono escolar e promover o sucesso educativo, “de modo a que todos, independentemente das suas condições sociais, económicas, culturais e familiares, tenham a possibilidade de concluir com êxito o seu percurso escolar”. Sem esquecer que a concentração nos estudos também está dependente de uma boa refeição, a autarquia também tem investido “no apetrechamento de cozinhas e refeitórios”, prevendo-se que, em 2013, com a conclusão da requalificação do parque escolar, todos os jardins-de-infância e escolas básicas do 1.º ciclo possam servir refeições à respetiva comunidade escolar. Ainda no que diz respeito aos apoios alimentares, durante as interrupções letivas do Natal, Páscoa e Verão, a Câmara de Matosinhos mantém em funcionamento diversas cantinas escolares, fornecendo gratuitamente almoços aos alunos provenientes de agregados familiares carenciados. Ciente da “correlação entre a saúde, o bem estar das crianças e o seu sucesso escolar”, a autarquia implementou, de forma pioneira, o projeto europeu de distribuição bissemanal de fruta e legumes nas escolas – o Regime de Fruta Escolar. A iniciativa, que começou por abranger os alunos do 1.º ciclo, acabou por ser alargada ao pré-escolar, merecendo uma distinção, a nível nacional, pelo Ministério de Educação. 99
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Conselho Municipal de Educação A terceira estratégia que compõe a política “Sucesso Inclusivo em Matosinhos” é o Conselho Municipal de Educação (CME), “estrutura local de excelência responsável pela coordenação da política educativa do concelho”. A entidade, responsável pela articulação entre os agentes educativos e os parceiros sociais interessados, procura analisar e acompanhar o funcionamento do sistema escolar. Neste momento, tal como revelou a autarquia à Viva, a principal prioridade do CME é “a construção de um projeto educativo municipal”. Os diferentes agrupamentos de escolas estão, por isso, concentrados no desenvolvimento de projetos que estão a ser apresentados em reuniões mensais. Projetos que visam desenvolver a autonomia das crianças Além dos apoios cedidos ao nível das instalações escolares e das despesas do dia a dia, a Câmara Municipal de Matosinhos não prescinde de uma aposta em projetos pedagógicos que visam, sobretudo, “contribuir para a complementaridade entre as atividades curriculares e cívicas”. De acordo com a autarquia, o programa “Escola a Tempo Inteiro” procura contribuir para o desenvolvimento das capacidades e aptidões das crianças, 100
valorizando atitudes de autonomia e solidariedade, experiências de vida, conhecimentos e interesses. O projeto piloto de oferta de Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) em Matosinhos nasceu no ano letivo 2005/2006, em resposta a um desafio lançado pelo Ministério da Educação. “Desde então, vários passos foram dados no sentido de desenvolver uma escola do 1.º ciclo mais viva, multifacetada, criativa, inteligente e a tempo inteiro”, assegurou a autarquia, referindo o investimento na requalificação dos edifícios escolares; a implementação de estratégias organizacionais em articulação com as escolas da Área Metropolitana do Porto e o aumento da carga horária semanal dos professores das AEC. Outro projeto em destaque no concelho é o “A Ler Vamos”, que visa trabalhar as competências de literacia em crianças na idade de transição para o 1.º ciclo do ensino básico. Segundo a própria autarquia, o sucesso do programa “assenta no trabalho e na colaboração entre os vários agentes de mudança: educadores de infância, encarregados de educação e psicólogos”, disponibilizados pela câmara. Para mostrar aos mais novos que a matemática pode ser uma disciplina encarada com tranquilidade, está a ser preparado o “Mat2 – Matemática em Matosinhos”, projeto piloto ao nível da promoção das competências matemáticas na educação pré-escolar. Q 101
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autarquias Contratos de financiamento de dez milhões de euros
Investimento e requalificação
Luís Filipe Menezes, presidente da Câmara de Gaia, assinou, com a CCDR-N, um contrato de financiamento para a conclusão de diversas obras, já a decorrer no concelho, no valor de 10 milhões de euros para concretizar nos próximos dois anos. A construção da Circular do Centro Histórico, percurso ciclo pedonal Aguda / Canidelo, reordenamento do espaço público citadino e aquisição de uma viatura para os Bombeiros Voluntários da Aguda são os projetos que vão ser financiados, aos quais se juntam o restauro da Capela do Senhor de Além e espaço envolvente e o passadiço para ligação ciclo pedonal entre Quebrantões e Oliveira do Douro, ambos agregados ao programa “Encostas do Douro”. Para além destas intervenções, decorre no concelho a construção de dois troços da VCI do Centro Histórico, a reabilitação da Urbanização Vila D’ Este, a construção de Campus Escolares e a expansão dos parques empresariais. “É um enorme esforço financeiro em contraciclo, numa conjuntura de grandes dificuldades para as autarquias. Estas obras foram idealizadas para aumentar a coesão, promover o emprego e o progresso do concelho”, sublinhou o autarca. Carlos Duarte, vice-presidente da CCDR-N, valorizou o efeito multiplicador que as ações provocam no terreno. “Em Gaia pensa-se, planeia-se e executa-se”, salientou.
Gaia tem em desenvolvimento diversos projetos de reabilitação em vários pontos do município. A par da requalificação urbana, a construção do Centro de Reabilitação Física do Norte e a intervenção arqueológica no Parque Botânico de Crestuma são os destaques do trimestre. Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: CMG
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Crestuma com história A segunda campanha de escavações está já a decorrer no Parque Botânico de Crestuma. Pretende-se, com esta obra, transformar uma quinta em 103
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autarquias Gaia oferece manuais escolares a 12 mil alunos
ruínas num espaço de valorização ambiental e interpretação arqueológica, que sirva para captar um mercado de turismo cultural à escala europeia. “Ao longo de uma década fizemos um enorme esforço financeiro na concetualização de espaços verdes tendo atingido já uma média de sete metros quadrados de área verde por habitante, o que coloca o concelho de Gaia ao mais alto nível dos países europeus”, salienta Luís Filipe Menezes. O autarca pretende mover esforços no sentido de criar um roteiro deste tipo de equipamentos à escala europeia, mobilizando centenas de pessoas. Os trabalhos de escavação arqueológica estão a ser coordenados por Gonçalves Guimarães, responsável pelo Gabinete de História, Arqueologia e Património da Câmara Municipal de Gaia, e, nesta fase, está a ser alargada a área de intervenção – desde o cimo da colina à praia de Favaios – no sentido de se analisar os vestígios de madeira e pedra existentes, bem como de localizar a estrutura portuária onde chegavam produtos do Mediterrâneo, como cerâmica e vidro. Recorde-se que a casa e a eira em xisto vão ser transformadas num centro de interpretação da flora, arqueologia e geomorfologia. 104
A Câmara Municipal de Gaia, à semelhança de anos anteriores, ofereceu gratuitamente os manuais escolares aos 12 mil alunos que compõem o universo do 1º ciclo do Ensino Básico. “Trata-se de uma medida de defesa da pequena economia local, que não se rege por estratos sociais. Fizemos um enorme esforço em termos financeiros, mas não nos arrependemos”, esclareceu Luís Filipe Menezes, durante a cerimónia de assinatura do protocolo entre a autarquia, FEDAPAGAIA (encarregue da divulgação) e a ACIGAIA (que disponibilizou a lista de livrarias aderentes). O processo foi simples: os encarregados de educação levantaram, na sede do Agrupamento, uma requisição para apresentar na livraria e a fatura foi emitida ao município. À margem do protocolo, Luís Filipe Menezes revelou que a autarquia está a estudar mais duas medidas de apoio social, no âmbito das tarifas de água e resíduos sólidos urbanos: a primeira prevê um desconto de 10 a 15% a jovens casais e a segunda, que vai ser proposta
a Assunção Cristas, Ministra do Ambiente, prevê o alargamento do contrato de concessão entre a autarquia e a empresa fornecedora de água – Águas do Douro e Paiva – de 30 para 50 anos. “Sem qualquer encargo, com este alargamento contratual seria possível diminuir a tarifa de água em 35%”, salientou o autarca.
Nova infraestrutura de saúde pronta em meados de 2012 A construção do Centro de Reabilitação Física do Norte avança a bom ritmo e até já tem data de conclusão: abril de 2012. Dois meses após, o espaço receberá os primeiros pacientes. Para além das questões de reabilitação física, o espaço vai permitir um grande número de benefícios indiretos, como instalação de novas empresas e vias de comunicação, que vão ser responsáveis pela dinamização da zona, em especial da frente de mar. “A construção do Centro de Reabilitação Física do Norte permitirá a implantação de novas economias de escala, estimando-se investimentos em pequenas atividades económicas de proximidade”, explicou Luís Filipe Menezes, durante a visita às obras que realizou na companhia de Fernando Araújo, presidente do Conselho Directivo da ARS – Norte. O novo equipamento enquadra-se num plano geral de reabilitação da zona que liga a Rotunda de Santo Ovídio a Valadares e Madalena, e cujo ponto central é a extensão da Avenida da República até ao mar. O Centro de Reabilitação Física nasceu de uma conversa entre Luís Filipe Menezes e Correia de Campos, então Ministro da Saúde, e complementou a necessidade de se instalar um equipamento do género no Norte do país. Através dele poderá ser recuperado o Sanatório, juntando-se um edifício anexo, construído de raiz. Q 105
amp fere Alfredo Henriques, presidente da autarquia. “A experiência adquirida, as boas condições que têm vindo a ser criadas e a atratividade que exerce sobre públicos e artistas, constituem uma oportunidade única para o município feirense agregar recursos e conteúdos criativos de forma estruturada e organizada, através da “Caixa das Artes”, que irá constituir uma alavanca para o turismo cultural e criativo”, garante o autarca. A obra - um investimento na ordem dos 8,5 milhões de euros, comparticipados em 80 por cento por fundos comunitários – engloba espaços e equipamentos vocacionados para a criação e apoio a artistas, acolhimento empresarial de negócios criativos e investigação e produção de conhecimento. A “Caixa das Artes” assume-se, assim, como “a única alternativa nacional à oferta estrangeira de grandes projetos para o espaço público e uma resposta à escassez de espa-
Região criativa e empreendedora Entre Douro e Vouga é um agrupamento de municípios inserido na Área Metropolitana do Porto, do qual fazem parte Arouca, Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira e Vale de Cambra. A sub-região vai contar, dentro em breve, com duas obras demonstrativas da dinâmica deste espaço nortenho: o Centro de Criação de Teatro e Artes de Rua e o Parque do Cercal - Campus para a Inovação, Competitividade e Empreendedorismo Qualificado. 106
“Caixa das Artes” A “Caixa das Artes” é um centro de criação de Teatro e Artes de Rua, em Santa Maria da Feira, que se aguarda fique concluído até 2014. O concelho, com uma consolidada experiência no domínio das artes e teatro de rua, associada a eventos culturais de referência, como o festival Imaginarius, Viagem Medieval ou Terra dos Sonhos, avança “para um novo patamar de desenvolvimento nesta área”, re-
ços de criação multidisciplinar com estas características”. A sua construção perspetiva, por isso, “um forte impacto” na criação artística e abertura de novos mercados, assim como “um significativo aumento do valor económico” para estas actividades na região Norte e no país. 107
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Inovação em Oliveira de Azeméis O edifício principal do Parque do Cercal - Campus para a Inovação, Competitividade e Empreendedorismo Qualificado, onde irão funcionar as novas instalações da Escola Superior Aveiro Norte (ESAN), deverá ficar concluído no início de 2012. Além da componente de ensino, o projeto envolve outras valências como investigação e desenvolvimento tecnológico, apoio à incubação de novas empresas, estímulo ao empreendedorismo, pro-
moção do emprego qualificado e apoio ao tecido económico local e regional. Os primeiros trabalhos desta obra, que se estende por 4.000 metros quadrados, decorrem na Quinta do Comandante. O objetivo é o de tornar Oliveira de Azeméis num 108
concelho “mais competitivo, apetecível, atrativo e de excelência em matéria de formação de técnicos para o tecido empresarial”, salienta o presidente da autarquia, Hermínio Loureiro. “Trata-se de um projeto estruturante para o município e para a região de Entre o Douro e Vouga”, sublinha, realçando “a forte aposta na eficiência energética que envolve a construção desta estrutura, que marca um compromisso com a inovação e pela preservação do ambiente”. O Parque do Cercal um investimento de cerca de cinco milhões de euros, comparticipados em 80 por cento por fundos comunitários – foi lançado pelo município de Oliveira de Azeméis, contando com a parceria da Universidade de Aveiro. De acordo com a memória descritiva, a construção irá respeitar a topografia do terreno, isto é, “a integração do edifício no terreno terá o cuidado de não desvirtuar o espaço nem assumir demasiado protagonismo construtivo”. A nova ESAN – base do Parque do Cercal – engloba salas de aula, oficinas, biblioteca, salas de reuniões, laboratórios, incluindo a unidade laboratorial de interface com as empresas, gabinetes de professores e espaços de apoio/construção. “O equipamento é um passo decisivo na oferta de formação superior técnica e especializada, e na afirmação da universidade, como importante parceiro nas políticas de desenvolvimento de uma região em franco progresso”, sustenta o Pró-Reitor da Universidade de Aveiro, Claudino Cardoso. Q 109
sugestões culturais Coliseu do Porto Rua Passos Manuel, 137 – 4000-385 Porto Tel. 223394940 | Fax. 223394949 www.coliseudoporto.pt
4 novembro Concerto Trovante Os Trovante assinalam, este ano, o 35.º aniversário do início de carreira com um regresso ao Coliseu do Porto, no dia 4 de novembro. A banda de Luís Represas, João Gil, Manuel Faria, João Nuno Represas, Artur Costa, Fernando Júdice, José Salgueiro e José Martins, formada no verão de 1976, editou oito álbuns de originais e várias compilações que figuram entre os trabalhos mais vendidos de sempre no universo musical português. O grupo terminou em 1990, após o lançamento do álbum “Um Destes Dias”, mas voltou a reunir-se para alguns concertos, nomeadamente no Rock in Rio, em 2010. O preço dos bilhetes para o concerto, durante o qual o público poderá ouvir conhecidos temas como “Nuvem Negra”, “Perdidamente” e “Timor”, varia entre os 17.50 e os 40 euros.
18 novembro | 19 horas Concerto Machine Head O metal dos Machine Head chegará ao Coliseu do Porto no dia 18 de novembro, numa noite que promete mais algumas presenças especiais. A banda norte-americana, formada por Robert Flynn (voz e guitarra), Logan Mader (guitarra), Adam Duce (baixo e voz secundária) e Chris Kontos (bateria), está a ultimar os pormenores do novo álbum “Unto The Locust”, que deverá ser mostrado ao público já nas atuações previstas em Portugal. Para o espetáculo no Porto, os Machine Head trazem como convidados os Bring Me The Horizon, DevilDriver e Darkest Hour. 110
Cinema Rei Leão 3D Estreia 22 dezembro de 2011
Rivoli Teatro Municipal 20 a 24 de outubro Teatro Sá da Bandeira 28 de outubro até fim de 2011
O “Rei Leão”, maior êxito dos estúdios da Disney, chega a Portugal no dia 22 de dezembro, desta vez em 3D. Dezassete anos após o lançamento da história, o filme regressa às salas de cinema e promete conquistar miúdos e graúdos. A aventura começa quando Simba, “um curioso e ingénuo leãozinho” ansioso por ser rei, decide partir para uma vida diferente, com os seus companheiros. Enganado pelo tio Scar, Simba esquece-se das suas reais responsabilidades, mas o destino acaba por chamá-lo e o pequeno leão terá de escolher o momento oportuno para regressar às terras do reino.
Crónica dos Bons Malandros – o Musical Mais de 30 anos depois de ser publicada em livro, a história dos Bons Malandros vai chegar, pela primeira vez, aos palcos portugueses, pelas mãos de Mário Zambujal, Francisco Santos e sua equipa. O espetáculo, que promete conquistar público de várias idades, retrata “as emoções, deceções, alegrias e tristezas de um improvável bando de assaltantes que teve a audácia de arquitetar e executar um assalto impensável ao Museu Gulbenkian”. Mais tarde, os sobreviventes da quadrilha reencontram-se e, entre histórias e aventuras recordadas, apercebem-se de que ainda há acontecimentos inesperados por explicar.
Leitura “País em Brasa”, de Mário Dorminsky O novo livro de Mário Dorminsky, vereador da autarquia de Gaia e fundador do Fantasporto, conta a história de um “País em Brasa”, através da compilação de reflexões que, para o autor, poderão “dar pistas” do rumo que Portugal terá de seguir para sair da crise. Trata-se de uma obra que pretende abalar consciências, fornecendo considerações sobre a regionalização, as pescas e a agricultura, a reestruturação da estrutura político-administrativa portuguesa, o fecho das pequenas e médias empresas, o desemprego, o ensino público e privado, o apoio social dos desfavorecidos e a atual força da Web.
Música “Ceremonials” Florence + The Machine O novo álbum de Florence and The Machine deverá ser lançado no Reino Unido a 31 de outubro. O disco, intitulado “Ceremonials”, é descrito pela vocalista, Florence Welsh, como uma viagem pelos universos do “amor, da morte, violência e culpa”, constituindo o segundo trabalho da banda indie rock britânica, após o lançamento de “Lungs”, em 2009. As gravações decorrem nos estúdios Abbey Road, com produção de Paul Epworth, segundo o qual o novo disco terá mais influência soul e menos indie. “Ceremonials” será constituído por 13 faixas, entre elas as já nomeadas “What The Water Gave Me”, “Shake It Out”, “Spectrum”, “Lover To Lover”, “No Light, No Light” e “Never Let Me Go”. 111
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freguesias Campanhã aguarda por algumas infraestruturas que irão contribuir para um maior desenvolvimento, em termos sociais, da freguesia. A requalificação do Bairro do Lagarteiro, a construção de um multiusos e do novo Centro de Saúde são alguns dos projetos em marcha.
Centro de Saúde de Campanhã O novo Centro de Saúde, que vai surgir no local da antiga Escola Preparatória do Cerco do Porto, aguarda o lançamento do concurso público, atraso que se deve à mudança operada no executivo do governo. Fernando Amaral espera celeridade na libertação das verbas para a construção desta unidade, cuja construção está prevista em 12 meses. “Depois de lançado o concurso e libertadas as verbas, o centro de saúde ficará concluído no espaço de cerca de um ano”. Espaços verdes negligenciados O presidente da junta queixa-se de algum descuido no que diz respeito à manutenção dos espaços verdes da freguesia, nomeadamente da Avenida 25 de Abril e da Praça da Corujeira. “São dois grandes eixos que carecem de manutenção e cuja intervenção, por parte da Câmara, iria contribuir para uma melhoria na imagem da freguesia”. Fernando Amaral defende a realização de um estudo de ordenamento, para ambos os locais, bem como a criação de novos espaços para a sua dinamização, uma vez que não estão convenientemente aproveitados. O Parque Oriental também mereceu algumas críticas por parte do presidente da junta que pretende a criação de uma maior dinâmica no espaço. “Uma vez que não há verbas para a segunda fase de ampliação deste parque, ao menos que se aproveite o que já está feito”, defende o responsável, lamentando o facto de “ser sempre a zona oriental da cidade a pagar a falta de verbas”. De acordo com Fernando Amaral, as críticas “chegam à Junta mas, infelizmente, não podemos intervir nestas questões que não são da nossa competência”, alerta.
Novas infraestruturas em avanço Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira
Reabilitação do Bairro do Lagarteiro As obras no Bairro do Lagarteiro, integradas no projeto “Bairros Críticos”, estão a decorrer de forma célere. De acordo com as expectativas de Fernando Amaral, presidente da Junta de Freguesia de Campanhã, para além da reabilitação física dos blocos habitacionais e da dinamização social e cultural junto da população, o novo pavilhão multiusos, cujas obras já decorrem, estará concluído e inaugurado até ao final do ano. As mudanças já operadas permitiram que a autarquia, juntamente com a Associação de Moradores do bairro, levasse a efeito a comemoração dos Santos Populares naquele espaço. Maria Fernanda Carneiro, fundadora e presidente da direção da Associação de Morado112
res, diz que este é um trabalho que tem vindo a dar frutos. “A associação foi criada há cerca de quatro meses, mas já estamos a desenvolver diversos projetos a pensar no bem estar dos moradores”, garante, salientando que, em 35 anos de existência nunca houve um movimento associativo que zelasse pelos seus interesses. Os cerca de 100 sócios têm demonstrado que ainda há muito trabalho de sensibilização para os grandes objetivos da associação. “Ainda andamos, porta a porta, a fazer o levantamento de todas as necessidades dos moradores. No fundo somos um intermediário que luta pelos seus interesses”, refere a dirigente. O aglomerado conta com cerca de 1.800 moradores e a falta de apoios a jovens e idosos é uma lacuna que se faz sentir. Assim, os objetivos da associação prendem-se, para além da melhoria das condições de habitabilidade, com a promoção da cidadania e uma maior integração social. Para além dos esfor-
ços de divulgação do trabalho, a associação está já a organizar a primeira festa de Natal para os moradores, onde todas as crianças até aos 12 anos, irão receber um presente. A 1.ª fase de requalificação, que integrou os blocos 1 a 8, já está concluída; a 2.ª e a 3.ª, que irão contemplar os blocos 11, 12 e 13 e 9 e 10, respetivamente, estão previstas para 2012.
Complexo Desportivo com gestão da Porto Lazer Desde 1 de agosto que a gestão do Complexo Desportivo de Campanhã deixou de estar sob a alçada da Junta de Freguesia e passou para a responsabilidade da Câmara Municipal do Porto, através da Porto Lazer. Q 113
lordelo do ouro
freguesias No dia 26 de novembro, Lordelo do Ouro comemora os 175 anos da integração no concelho do Porto, mas é com alguma preocupação que a freguesia encara alguns temas que estão a marcar a agenda da cidade, nomeadamente o processo de insolvência do Clube Fluvial Portuense.
Tempos de festa e de luta Texto: Mariana Albuquerque Fotos: Virgínia Ferreira/JFL
Em ano de aniversário, Lordelo do Ouro traçou um programa de atividades comemorativas que estão a desafiar a população a admirar um passado escrito em mais de uma centena de páginas de história. Inserida no concelho do Porto há 175 anos, a freguesia – e as diferentes gerações que a marcaram – serão o mote de um certame que promete, a partir do dia 27 de outubro, surpreender os portuenses através do poder da imagem. “A exposição comemorativa vai estar patente no Palacete dos Viscondes de Balsemão, gentilmente cedido pela Câmara Municipal do Porto para esse efeito”, informou a presidente da Junta de freguesia de Lordelo, Gabriela Queiroz, acrescentando tratar-se de uma mostra fotográfica constituída através do material recolhido e disponível na freguesia. A 26 de novembro, precisamente no dia em que Lordelo do Ouro comemora o aniversário da integração no concelho do Porto, a Fundação de Serralves será o palco de uma sessão solene durante a qual “algumas individualidades e instituições da freguesia serão homenageadas”. 114
Luta contra as dificuldades do Clube Fluvial Portuense A contrastar com o espírito festivo vivido na freguesia está a preocupação com o Clube Fluvial Portuense, que se encontra em processo de insolvência, com um passivo de 1,8 milhões de euros. Tal como afirmou Gabriela Queiroz, “o próprio clube, através da sua comissão administrativa, tem feito todas as diligências e esforços possíveis no sentido de assegurar o futuro e a continuidade da atividade desportiva, fazendo-o num espaço que hoje, conhecidamente, pertence ao fluvial”. Numa tentativa de resolver o processo de insolvência, o clube mais antigo da cidade do Porto propôs um ano de carência e pagar as dívidas na íntegra aos credores, com o perdão dos juros e o pagamento em 28 prestações trimestrais ao longo de seis anos. Contudo, a proposta acabou por ser chumbada pela assembleia de credores. Para Gabriela Queiroz, “à preocupação da Câmara do Porto em salvaguardar o património imobiliário tem de juntar-se a salvaguarda da parte associativa e dos atletas do clube”. A presidente da junta considera, assim, que, mais do que defender o es-
paço “enquanto edificado”, será fundamental preservar “o espírito do Clube Fluvial Portuense”. A junta de Lordelo está a tentar apoiar a instituição, desafiando também os portuenses a integrarem o processo, de modo a que esta “marca desportiva” da cidade não se apague. “Lanço o apelo a quem possa ajudar individual ou coletivamente porque ainda vai a tempo. O clube tem um passivo que, neste momento, ronda os 1,8 milhões de euros. Quem quiser e puder contribuir pode contactar a junta ou o clube”, apontou Gabriela Queiroz, que afirma encarar o futuro do Fluvial com “muita apreensão”, receando que a perda das instalações signifique o desaparecimento do clube. O agradecimento de Lordelo do Ouro ao Padre Baptista É também com tristeza e até com “alguma mágoa” que a freguesia assiste à despedida do Senhor Padre Baptista da paróquia de Nossa Senhora da Ajuda, na Pasteleira, passando a exercer funções nas Antas. “O Padre Baptista está connosco há 50 anos e tem uma obra social em Lordelo que deixa, necessariamente, uma marca”, notou a presidente
da junta, acrescentando que muitas pessoas e até gerações foram apoiadas pelo pároco, nomeadamente através do Centro Social da Paróquia de Nossa Senhora da Ajuda. “Isto tem a ver com o movimento que a própria diocese promoveu, mas é completamente contra natura”, acrescentou, garantindo que a notícia foi recebida pela comunidade com “grande tristeza”. “Queremos agradecer publicamente toda a dedicação que ele foi colocando neste trabalho, não só no que diz respeito à função eclesiástica mas também social”, notou Gabriela Queiroz, assegurando que Lordelo ficará mais pobre com a ausência de alguém que dedicou toda a sua vida ao bem da freguesia. Q 115
nevogilde
freguesias
Texto: Marta Almeida Carvalho Foto: Virgínia Ferreira
Nevogilde já tem «oleão» Em Nevogilde já foi instalado, dentro do perímetro do edifício da Junta, o primeiro «oleão» da freguesia. Este equipamento permite melhorar o destino dos óleos alimentares usados, apresentando-se como uma solução ecológica que contribui, ainda, para a produção de biodiesel. Nevogilde irá contar, a curto prazo, com a colocação de mais quatro equipamentos idênticos na freguesia. 116
No sentido de minorar o impacte ambiental produzido pelo lançamento inadequado de óleos alimentares usados quer na rede de saneamento, quer na de água, a Câmara Municipal do Porto está a instalar diversos “oleões” em toda a cidade. De acordo com Álvaro Castello-Branco, vice-presidente da autarquia portuense, irão ser colocados, numa primeira fase, e até ao final do ano, 30 «oleões» sendo que em 2012, o Porto estará munido de 60 infraestruturas de recolha de óleos usados. Estes equipamentos contribuem largamente para a diminuição do índice de poluição ambiental, já que, segundo o autarca “uma gota de óleo pode poluir dezenas de metros cúbicos de água”. Primeiro equipamento de Nevogilde Como resultado desta pretensão, foi celebrado um acordo entre a autarquia e a Junta de Nevogilde para a colocação de cinco estruturas para a recolha
de óleos usados na freguesia, sendo que a primeira já se encontra instalada dentro do perímetro do edifício da Junta. Os equipamentos têm de ser colocados em espaços fechados para evitar que sejam vandalizados, uma vez que se trata de uma substância facilmente inflamável. A Junta de Freguesia, em colaboração com a Câmara do Porto e a Lipor, está a proceder à divulgação desta nova estrutura junto dos seus habitantes, salientando-se, ainda, que a informação será veiculada em folheto junto da fatura mensal da água, spots de rádio, mupis, campanhas escolares e nos sítios dos municípios, LIPOR e EGi, a todos os munícipes.
Horário de funcionamento: Todos os dias úteis: 08h30 - 17h00, ininterruptamente. Encerra aos sábados, domingos e feriados. 117
paranhos
freguesias
No sábado, dia 24, foi a vez de Sérgio Coelho dirigir a conferência “O Cerco do Porto”, na Quinta do Covelo. A sessão, dedicada a um dos mais importantes episódios históricos da cidade, começou às 16 horas e incluiu uma visita guiada à quinta, localizada em Paranhos. O encerramento das Jornadas Europeias realizou-se no cemitério da freguesia, com uma palestra liderada por Rui Carreira e intitulada “Enterramentos e cemitérios em Portugal: subsídio para a história do cemitério de Paranhos”.
Depois de um verão marcado por obras de recuperação no Parque Infantil do Amial, seminários e atividades artísticas e desportivas, o ano letivo na freguesia de Paranhos arrancou com mais três escolas requalificadas e novas valências de ensino pré-escolar.
Meses de ação Texto: Mariana Albuquerque Fotos: JF Paranhos/Virgínia Ferreira
Sete das nove escolas da freguesia já renovadas De mãos dadas com a Câmara Municipal do Porto (CMP) “no reforço da qualidade das escolas públicas e do ensino que aí se pratica”, a freguesia de Paranhos conta já com mais três escolas renovadas: a EB1 dos Miosótis, Augusto Lessa e Costa Cabral. Com a conclusão das obras nos três referidos estabelecimentos de ensino, sete das nove escolas da freguesia estão já requalificadas, balanço que o presidente da Junta, Alberto Machado, considera “muito positivo”. “Os projetos educativos que desenvolvemos nas escolas da freguesia estão já bem consolidados e fazem parte do dia-a-dia das crianças”, garantiu. Assim, durante o período de férias, o Pelouro do Conhecimento e da Coesão Social da CMP realizou 118
um conjunto de obras de ampliação e conservação dos estabelecimentos de ensino. Tal como explicou Alberto Machado, a Escola de Costa Cabral sofreu obras de ampliação e requalificação, estando agora equipada com duas salas de Jardim de Infância (JI), criadas de raiz, num investimento de 650 mil euros. Por sua vez, na EB1 dos Miosótis, a interven-
A nova vida do Parque Infantil do Amial ção, no valor de 644 mil euros, possibilitou a criação de outra sala de JI, numa “clara aposta no apoio às famílias”. O presidente da Junta de Paranhos salientou ainda que a Escola de Augusto Lessa foi alvo de obras de conservação, sendo que duas das salas do estabelecimento foram adaptadas à valência de Jardim de Infância. Jornadas Europeias do Património Entretanto, as atenções da Junta de Paranhos estiveram também voltadas para a organização das Jornadas Europeias do Património, comemoradas em vários países com debates e atividades culturais. Na freguesia de Paranhos, o evento, que decorreu entre os dias 23 e 25 de setembro, arrancou com um concerto da Escola de Música de Santa Cecília, no auditório Horácio Marçal. Seguiu-se, por volta das 22 horas, uma palestra sobre as “Lendas de Paranhos”, orientada pelo historiador Joel Cleto.
As crianças portuenses contam, agora, com um novo espaço de brincadeira e diversão. O Parque Infantil do Amial, situado na freguesia de Paranhos, abriu as portas aos mais novos depois de um conjunto de obras de recuperação, que representaram um investimento de 50 mil euros do pelouro do Ambiente da Câmara Municipal. A obra permitiu a colocação de novos equipamentos infantis e o reforço da iluminação. Com a segurança dos mais pequenos no centro das preocupações, a intervenção ditou ainda a aplicação de um pavimento especial. Assim, às voltas no carrossel ou no vai e vem do baloiço, as crianças podem, hoje, desfrutar de bons momentos, sob o olhar de sossego dos pais. A inauguração oficial do espaço ainda não foi concretizada, mas o presidente da Junta de Freguesia de Paranhos, Alberto Machado, já visitou duas vezes o parque renovado, a convite da Associação de Moradores do Bairro do Amial. Q 119
passatempos
Sudoku Perverso
Crítico
Crítico
Perverso
Anedotas Precoces Uma senhora encontra uma amiga e diz-lhe: – Os meus filhos são muito espertos, têm apenas 4 anos e já sabem dizer o seu nome de frente para trás e de trás para a frente! – Ai sim, e quais são os nomes deles? – Bob e Ana! No médico Um tipo já de certa idade vai ao médico queixarse de uma perna. O médico não lhe encontra nada de grave e diz: – Sabe, isso é da idade. – Mas a outra perna é da mesma idade e não me dói. Zoo Uma família foi visitar o Jardim Zoológico. A certa altura um dos miúdos diz: – Mãe, olha estes hipopótamos são tão parecidos com a tia, não são? – Filho, isso não se diz! ralha a mãe. – Mas, mãe, eles não percebem o que eu estou a dizer! 120
A flor O sujeito chega a casa de madrugada, completamente bêbado, e começa a bater na porta, mas a sua mulher não quer abrir. – Abre a porta! Deixa-me entrar! Trouxe uma flor para a mulher mais bela do mundo! Sensibilizada por este detalhe romântico, a mulher resolve abrir a porta. O bêbado entra e cai em cima do sofá. – E a flor? pergunta a mulher. – E a mulher mais bela do mundo? O cão e o macaco – Desculpe mas o meu macaco acabou de matar o seu cão! – Não pode ser, o meu cão é um dobberman! – Pois, mas o meu macaco é hidráulico! 121
crónica e as cidades
Porto
A cidade do Porto é muito interessante. Quando algum amigo meu vem visitá-la mostro-lhe a paisagem à beira-rio e à beira-mar, a parte antiga e histórica e a zona moderna da Av. da Boavista. Por fim “apresento-lhe” a Casa da Música, projetada pelo arquiteto holandês Rem Koolhaas. E, para mostrar o que se faz bem, a Casa do Infante que foi exemplarmente recuperada pelo arquiteto Luís Sousa Guedes, e o que se faz mal - o Edifício Transparente, de SolàMorales, na zona marítima, construído no âmbito da Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura. Nunca por nunca se deve tapar a vista para o mar. É um atentado e agora não sabem o que fazer com ele.
Por outro lado o Porto e os portuenses falam demais de Lisboa e dão importância excessiva à capital. Devem fazer como Barcelona que não fala de Madrid, afirma-se e segue o seu caminho ignorando a capital. Temos que nos deixar de lamúrias e queixumes, de outro modo, viveremos sempre com o estigma de ser a segunda cidade do país. E, ser segundo é ser o primeiro dos últimos. Todavia no futebol somos os primeiros e deve-se muito à mais emblemática personalidade da cidade, Jorge Nuno Pinto da Costa. No Porto pode-se mudar tudo e mais alguma coisa: instalações, jogadores, treinadores ou dirigentes mas enquanto Pinto da Costa for o timoneiro, o FC Porto continuará a vencer. Os portuenses são gente com personalidade, mau feitio e com vontade inquebrantável que tem figuras antagónicas como Rui Rio e Pinto da Costa. Mas os extremos por vezes tocam-se (risos). O Porto continua com alguns problemas, a deterioração dos prédios na baixa e a sua desertificação. É preciso incentivos para voltar a viver-se na cidade mas com qualidade de vida. É preciso ter em atenção a sua limpeza e a falta de alegria. É uma cidade triste... No futuro, vejo a baixa a voltar a ser um pólo de atração habitacional, económico e social e, dessa forma acabar o vaivém constante de pessoas a entrar e a sair da cidade. O futuro é ter tudo perto mas com equilíbrio ambiental. Não ter que usar carro. Para mim, o Porto é único, é o Porto. Joaquim Jorge Biólogo e fundador do fórum político “Clube dos Pensadores”
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