Viva! Porto outubro2013

Page 1

W W W.V I VA - P O R T O . P T

Revista gratuita trimestral, outubro 2013

PINTO DA COSTA

O ETERNO PRESIDENTE

VINHO VERDE

SÍMBOLO DE UMA REGIÃO

CLÁSSICO PORTO

Foto: FC Porto

CLÁSSICOS EM MOVIMENTO



E D I T O R I A L

Porto de boa saúde Os dois principais hospitais que servem a cidade do Porto, o de São João e o de Santo António, estão classificados entre os mais eficientes a nível nacional e aparecem sempre nos lugares cimeiros nos vários estudos que analisam a qualidade da gestão e da assistência prestada aos doentes. O São João, com cerca de 5600 funcionários, é o melhor e o mais eficiente em Portugal tendo sido considerado, pelo terceiro ano consecutivo, o melhor do país. Esta, que é também a maior unidade do Norte, foi ainda classificada como a mais eficiente do grupo de grandes hospitais quando avaliada nos custos operacionais. Apesar dos vários constrangimentos que fazem do São João uma unidade subfinanciada, o hospital tem as contas equilibradas. Segundo António Ferreira, o seu presidente do Conselho de Administração, o segredo reside num conjunto de práticas que contém a despesa sem afetar a qualidade da assistência. Em termos práticos é no São João onde, em Portugal, um doente tem mais probabilidades de sobreviver sem complicações. António Ferreira tem destacado que os tempos de espera se têm vindo a reduzir, o número de cirurgias a aumentar, havendo mais procura mas também uma maior capacidade de resposta. Em 2014 o São João vai inaugurar o primeiro Centro de Formação de Serviço de Neonatologia, o primeiro e único centro em Portugal integrado no Newborn Individualized Developmental Care and Assessment Program (NIDCAP). A unidade de saúde já começou também a produzir medicamentos nos seus laboratórios de farmácia cuja produção deixou de ser garantida pela indústria farmacêutica nacional devido à redução dos seus preços. O Hospital de Santo António apresenta os índices de mortalidade esperada mais baixos da Península Ibérica e é o que mais investe em investigação. Este hospital tem as listas de espera controladas, as contas equilibradas e é a unidade de saúde que mais investe por ano em investigação com vários dos seus investigadores galardoados. Fernando Sollari Allegro, presidente do CA desta unidade hospitalar tem sustentado que apesar das dificuldades financeiras que o centro hospitalar sente está muito perto do equilíbrio financeiro. Acresce que o Santo António integrou, enquanto Centro Hospitalar do Porto, a Maternidade de Júlio Dinis, o Hospital Maria Pia e o Hospital de Joaquim Urbano com os consequentes custos. Sollari Allegro tem acentuado que o que correu muito bem foi o protocolo feito com os outros hospitais do Norte para aquisição de medicamentos, que permitiu reduções significativas nos custos com esses medicamentos. O administrador admite que há um percurso a decorrer sendo o segredo a concentração da atividade para reduzir os custos que são redutíveis, evitando-se redundâncias, como o excesso de pessoal ou os equipamentos sobrepostos. Também o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto é a unidade de saúde onde os doentes daquela valência são tratados com maior rapidez. Estes três hospitais públicos do Porto são pioneiros na compra integrada de medicamentos o que representou uma assinalável poupança. José Alberto Magalhães REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013




PUB


PUB


S U M Á R I O

010 Pinto da Costa PERFIL

018 Vinho Verde DESTAQUE

026 Fórmula 1 no rio Douro JETBOAT

032 O coração de D.Pedro IV MÁQUINA DO TEMPO

038 Clínica 12 ideias UM DIA COM

044 Galiza: DESTINOS

048 CLÁSSICO PORTO

050 Noites ao rubro ESKADA

054 Porto Canal TELEVISÃO

084 Rua Brito Capelo MEMÓRIAS


9

Revista gratuita trimestral, outubro 2013

FICHA TÉCNICA Propriedade de: ADVICE - Comunicação e Imagem Unipessoal, Lda. Sede de redação: Rua do Almada, 152 - 2.º - 4050-031 Porto NIPC: 504245732 Tel: 22 339 47 50 - Fax: 22 339 47 54 adviceporto@mail.telepac.pt adviceredaccao@mail.telepac.pt www.viva-porto.pt Diretor Eduardo Pinto Editor José Alberto Magalhães Redação Marta Almeida Carvalho Mariana Albuquerque Fotografia Virgínia Ferreira Marketing e Publicidade Eduardo João Pinto Célia Teixeira Produção Gráfica Diogo Oliveira Impressão, Acabamentos e Embalagem Multiponto, S.A. R.D. João IV, 691-700 4000-299 Porto Distribuição Mediapost Tiragem Global 140.000 exemplares

ÍNDICE 003 EDITORIAL 058 SOLUÇÕES CIN 060 ATUALIDADE 066 ÁGUAS DO DOURO E PAIVA 070 PORTO VIVO, SRU 072 AUTARQUIAS – PORTO 078 PORTO D`ARTE 082 ÁGUAS DO PORTO – FONTES 086 MÚSICA 088 AUTARQUIAS – MATOSINHOS 094 AUTARQUIAS – GAIA 098 ÁREA METROPOLITANA 102 CARTAZ 104 FREGUESIAS 112 HUMOR 114 CRÓNICA

Registado no ICS com o nº 124969 Membro da APCT Depósito Legal nº 250158/06 Direitos reservados

REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


P E R F I L

O eterno PRESIDENTE

Texto: Mariana Albuquerque | Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira

Nunca sonhou ser presidente mas já está à frente dos destinos do FC Porto há mais de 30 anos. De postura correta, fala sério a brincar, fazendo uso do sentido de humor que lhe é publicamente reconhecido, e defende “com unhas e dentes” aquilo em que acredita, com a certeza de que, quando assim não for, é hora de se despedir. Jorge Nuno Pinto da Costa, um homem de paixões, é o dirigente desportivo com a carreira mais longa e com mais títulos conquistados a nível mundial. O segredo, esse, passa essencialmente pela sua paixão ao futebol.


P IN TO DA COSTA

C

omprou o bilhete e foi para o peão, atrás da baliza. A agitação e o entusiasmo, típicos de um miúdo de oito anos que anseia uma vitória, sentiam-se em doses elevadíssimas. E não era para menos: estava prestes a assistir, na companhia do irmão, ao seu primeiro jogo do Futebol Clube do Porto, com o Braga, no campo da Constituição. À medida que os adeptos iam entrando, o desconforto ia crescendo e, ao apito inicial do árbitro, a frustração era colossal. “Ora bolas, por mais que salte ou espreite não vou conseguir ver nada além das costas e da cintura das pessoas todas que estão à minha frente!”, pensou o miúdo, naquele dia de 1945. Ainda assim, com a persistência que ainda hoje lhe é reconheci-

da, o pequeno Jorge Nuno não desistiu de ver a sua equipa e, na companhia de um tio, conseguiu, desta vez com sucesso, assistir devidamente a um FC Porto-Sporting, que o conjunto azul e branco venceria por 1-0. Hoje, com 75 anos, recorda plenamente os pormenores da partida e o conjunto que entrou em campo. E quase que é possível jurar que o atual presidente do FC Porto fala, agora, da sua equipa com a mesma emoção que lhe assaltou o rosto naquele primeiro jogo que teve oportunidade de ver.

OS PRIMEIROS PASSOS NUM CLUBE QUE NUNCA SONHOU DIRIGIR De rosto sereno e sentado, confortavelmente, no camarote com

11

vista privilegiada para todo o Estádio do Dragão, o 33.º dirigente do clube azul e branco é o que reúne mais títulos no futebol mundial, mas reconhece ser um “cidadão normal, com defeitos e virtudes, dias melhores e piores”. Não é fã de “exuberâncias” nem mesmo de grandes festejos e reconhece nunca ter ambicionado chegar ao cargo de presidente, que, aliás, já exerce há 31 anos. Natural da cidade do Porto, Pinto da Costa nasceu em Cedofeita a 28 de dezembro de 1937 – “no Dia dos Santos Inocentes, é importante referir!” – sublinhou, com boa disposição. De uma infância “feliz” recorda sobretudo a boa relação vivida com os seus cinco irmãos: é o quarto filho “de uma ninhada de seis”. “Éramos muito amigos, inventávamos brincadeiras e sempre nos deREVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


P E R F I L

mos muito bem”, confessou, saudoso. A disciplina incutida no Colégio das Caldinhas, onde estudou durante a juventude, é algo que, agora, à distância no tempo, Jorge Nuno assume ter contribuído largamente para o adulto em que se tornou. “Foi lá que eu ganhei o hábito de cumprimento de horas e o rigor, portanto, embora na altura não gostasse, hoje reconheço que a passagem por aquele colégio foi importante para adquirir hábitos de trabalho”, referiu. Ao contrário de um dos seus irmãos que, logo desde criança, viria a revelar uma predileção pelos assuntos da medicina – sendo hoje um conhecido médico legista e professor catedrático jubilado do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto – em termos profissionais, Pinto da Costa nunca sonhou “ser isto ou aquilo”. “Ia vivendo o dia a dia sem a preocupação de estar a pensar o que iria ser, embora tenha feito o sétimo ano [atual 12.º] na opção de direito”, contou. No entanto, como a

possibilidade de se mudar para Coimbra – para estudar «leis» – não o seduzia, tendo em conta que, nessa altura, já trabalhava na secção de hóquei em patins do FC Porto, permanecer na Invicta pareceu-lhe o caminho mais natural a seguir. Entretanto, quase que por brincadeira, acabou por ir trabalhar para o Banco Português do Atlântico, onde foi colega de Artur Santos Silva. “Depois dos exames, respondi a um anúncio, juntamente com dois amigos, que pedia jovens para o Banco. Estávamos no café Aviz, que era frequentado pelos alunos do Almeida Garrett, onde eu andava, vimos aquilo e decidimos inscrever-nos. Na semana a seguir recebemos os três um postal para ir prestar provas ao Palácio Atlântico”, contou, revelando ter sido admitido. Esta experiência profissional, que durou sete anos, foi conciliada com a ligação ao clube. Em 1980, Pinto da Costa decidiu afastar-se do FC Porto. “Tinha outros projetos, havia coisas que não me agra-

davam e nunca me passou pela cabeça voltar... muito menos como presidente”, confessou.

UM GOLO MARCADO NO ÚLTIMO MINUTO... PELA MÃE! Entretanto, perante as dificuldades enfrentadas pelos “dragões” nos dois anos seguintes, surgiu um movimento de sócios que incitou Jorge Nuno a participar. “Um dos principais mentores foi Armando Pimentel, meu dirigente e vereador da câmara do Porto. Álvaro Pinto e Neca Couto também me procuravam muito. E um dia, depois de um jogo que tinha corrido muito mal, marcaram uma reunião para vermos as soluções e a posição do clube. Eu fui a esse encontro e acedi a entrar no movimento, mas como responsável pelo futebol, nunca como presidente”, explicou. O grupo de apoio foi aumentando como uma espécie de “febre” – “quando demos conta havia tanto entusiasmo que chegamos a ir ao Marco de Canaveses, Vila


P IN TO DA COSTA

13

opinião. “Se precisam de ti e se é do Porto que tu gostas, acho que deves ir”, aconselhou-o. A partir daí, ficou decidido: Jorge Nuno Pinto da Costa iria avançar com a candidatura à presidência do clube. O diálogo com a mãe acabou, assim, por marcar um momento de viragem na vida do portuense, sendo um dos episódios recordados no livro “31 anos de presidência, 31 decisões”, que deverá ser lançado ainda este ano.

FC Porto

O MUNDO DE OLHOS POSTOS NO FC PORTO

da Feira, aos Passarinhos da Ribeira, no Porto, e a vários sítios onde o apoio era fantástico”. Convicto de que Neca Couto, um próspero industrial de papel, seria o candidato à presidência, Pinto da Costa participou até na elaboração do programa da lista, mas, na altura da definição dos cargos, o industrial viria a confrontá-lo com a realidade. “Ainda não percebeu que o único candidato que nós queremos é o senhor?”, questionou-o. “E eu disse para não contarem comigo porque o meu compromisso era para diretor de futebol e não para presidente. Só que aquilo

caiu como uma bomba e nós já tínhamos o apoio de imensa gente”, salientou o dirigente. Sem saber ao certo qual a decisão a tomar, Pinto da Costa viria a encontrar a resposta numa visita à sua mãe, que morava em Cedofeita. Apesar de não ser habitual falar com o filho sobre futebol, Maria Elisa Bessa de Lima Amorim Pinto perguntou-lhe, entusiasmada, se sempre ia para o FC Porto, depois de ter lido as últimas notícias no “O Comércio do Porto”. Incrédulo com o forte incentivo da mãe, confessou que não sabia ao certo o que fazer, pedindo-lhe

O primeiro campeonato festejado por Pinto da Costa ao comando dos azuis e brancos foi em 1955-56, com o treinador Yustrich. “Foi um sofrimento porque tínhamos de vencer o último jogo, com a Académica, e, a 20 minutos do fim, estava 0-0. Nessa altura houve um penálti e os jogadores estavam todos a ver quem marcava”, contou, revelando que, no momento em que viu a convicção de Hernâni a pegar na bola, teve a certeza de que “era impossível ele falhar”. Marcou “e foi uma festa tremenda”. “O FC Porto já não ganhava um campeonato há 19 anos e, por isso, a celebração foi fantástica no estádio das Antas”, afirmou. E é com o mesmo orgulho e com todas as recordações bem gravadas no coração que o portuense relembra aquele que terá sido o título “mais importante” conquistado pelos “dragões” – o de 1987, em Viena, na Áustria, quando o clube se sagrou, pela primeira vez, Campeão Europeu. REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


P E R F I L

o dirigente começou a achar que o equipamento “já não estava ao nível dos feitos desportivos do clube e sonhou, em silêncio, com um novo estádio. “Achava que todos iam dizer que eu estava maluco, por isso, fui falando com este, convencendo aquele e, um dia, reunimos a equipa e decidimos ir com o projeto para a frente. Na inauguração do Estádio do Dragão senti uma alegria enorme de ter tomado esta decisão”, confessou.

FC Porto

SEGREDO DO SUCESSO: A PAIXÃO PELO FUTEBOL

A vitória foi encarada de forma especial porque representava o cumprimento de um dos objetivos do programa elaborado em 1982: “estar numa final europeia”. Assim, depois de, em 1984, ter sido derrotado, numa final, com a Juventus, numa exibição que deixou o mundo do futebol de olhos postos no FC Porto, em Viena, a equipa conseguiu, realmente, assegurar o troféu. “Num estádio quase todo vermelho – temos uma predileção por ganhar em estádios vermelhos – vencer o Bayern de Munique, um colosso europeu, com uma exibição memorável, foi, talvez, o momento mais importante no lançamento do

clube”, realçou, acrescentando que, ainda hoje, “não há quem não fale do calcanhar do Madjer e das jogadas do Futre”. Aliás, o dirigente considera mesmo que Madjer foi talvez o jogador “mais completo” que passou pelo clube azul e branco já que “não lhe faltava nada: chutava da mesma forma com o pé direito e o esquerdo, driblava como ninguém, de cabeça era fortíssimo e era um exímio marcador de livres com qualquer um dos pés”. À medida que os anos foram passando, entre conquistas e novos desafios, Pinto da Costa foi renovando os sonhos ligados ao clube. Embora o Estádio das Antas tivesse sido modernizado,

Depois de mais de três décadas na liderança dos dragões, Pinto da Costa reconhece que a modalidade “só vai melhorar” quando à frente das diferentes entidades, tanto na federação, como nos clubes, “estiverem pessoas que gostem de futebol”. “Vamos à Liga, olhamos para aquela mesa e só vemos advogados. Eu até penso ‘será que estou no tribunal?´. São pessoas que não têm conhecimentos de futebol e que nunca o viveram. Um presidente da liga ou da federação tem de ter uma vida no futebol para conhecer os problemas reais. Até podem ser os maiores banqueiros, os maiores industriais, terem uma enorme fortuna, mas o universo futebolístico não vai ganhar nada com a presença deles”, defendeu, realçando que o seu maior desejo é ver a modalidade repleta de “gente que realmente gosta de futebol”. “Acho que isso é uma das explicações para o sucesso do FC Porto: em cada


PUB


P E R F I L

setor, tanto a nível diretivo como profissional, há pessoas competentes, responsáveis, mas que vêm trabalhar satisfeitas”, sustentou. O mesmo segredo é válido no momento da compra de jogadores. “Temos de ter gente responsável em todos os setores. Temos os olheiros e os informadores para saber onde estão os melhores jogadores”, contou, ressalvando que, este ano, houve um grande cuidado na escolha de atletas portugueses, com as entradas de Licá, Josué e Ricardo. “Não gostaria nunca de ouvir ou de ler, como li há dias, um jogador de outro clube a dizer que no balneário se fala mais sérvio do que português. Isso, para mim, seria um desgosto”, referiu. Além disso, acrescentou, o clube teve a “vantagem” acrescida de mostrar Licá ao selecionador, que nunca o havia convocado enquanto jogava no Estoril.

E é exatamente por estar ciente das qualidades técnicas dos profissionais do clube que Jorge Nuno está seguro de que, quando deixar a presidência, o FCP “vai continuar de certeza absoluta a seguir o mesmo caminho de vitórias, de sucesso e de tranquilidade”. “Quando vejo tanta gente preocupada com a sucessão penso: das duas uma, ou eu estou doente e não sei ou então é uma forma de tentar destabilizar”, notou, assegurando, contudo, que, quando chegar o momento da sua saída, o conjunto azul e branco continuará “ao mesmo nível”.

DIA A DIA VIVIDO ENTRE AS NECESSIDADES DO CLUBE E O CARINHO DOS ANIMAIS Ainda que a liderança do FCP lhe ocupe quase a totalidade do tempo livre, o dirigente não

prescinde da sua caminhada diária, recomendada por questões de saúde. Ainda assim, evita concretizá-la percorrendo o Porto, dadas as interrupções que se via obrigado a fazer para responder aos ímpetos dos adeptos. Mas há locais e símbolos da cidade de que não prescinde. “Gosto muito da Torre dos Clérigos, da Ribeira e do Parque da Cidade, que é um sítio encantador”, afirmou. Pelo contrário, a Avenida dos Aliados é um local que lhe causa arrepios. “Era muito bonita e foi transformada numa praça de leste. Dá-me ideia de que estou na União Soviética ou nos tempos da Alemanha Oriental”, lamentou, confessando ser aquele o único sítio de que realmente não gosta. Mas mais do que da cidade, Jorge Nuno assume-se um fã acérrimo dos portugueses e dos portuenses. “Aliás, sempre que vejo portugueses com ca-


P IN TO DA COSTA

17

gostam dos animais. De modo que eu, naturalmente com algumas limitações, estando em casa, deixo-os andar à vontade. Se estiver a ver um jogo na televisão, eles estão sentados ao meu lado no sofá. Os animais têm de ser felizes”, defendeu.

FC Porto

MUSEU DO FCP: UM ESPAÇO “QUE VAI ENGRANDECER O CLUBE E A CIDADE”

pacidade para poderem vir para o FC Porto, estes são sempre a minha preferência. E tenho muita satisfação que quatro dos títulos europeus que vencemos, para além dos outros intercontinentais, tenham sido com treinadores portugueses: o Mourinho e dois naturais do Porto: Artur Jorge e André Villas-Boas. Dá-me um gosto particular”, reconheceu. De resto, para o dirigente, há algumas “qualidades típicas das gentes do Porto”: são pessoas “abertas, fraternas e leais”. “Quando gostam, gostam; quando não gostam, não gostam. Não há fingimentos nem hipocrisias”, acrescentou, assumindo nutrir uma admiração especial pelo ex-autarca da cidade Fernando Gomes. “De resto, admiro todos os portuenses que, no dia a dia, fazem desta cidade uma terra de trabalho, onde me dá muito gosto viver”, salientou. Quando a agenda lhe permite,

Pinto da Costa não troca os momentos passados na companhia dos seus três cães, de raça cocker. O “patriarca da família”, de 13 anos, chama-se “Dragão”. O do meio, de sete anos, é o Lucho, por ter nascido num dia em que o FCP venceu um jogo por 1-0, em Barcelos, com um golo do craque argentino. A mais nova, de dois anos, é a Pitrizza – nome de um hotel em Itália onde o presidente do clube passou férias e onde convenceu a esposa a ter uma cadela na “coleção”. Para o responsável, a liberdade dada aos animais é uma das condições fundamentais à sua felicidade, salientando que se considera mais um “deseducador” do que um educador dos amigos de quatro patas. “A maior parte das pessoas diz: ‘o meu cão é fantástico, eu vou para ali e ele vem atrás de mim’. Quer dizer, as pessoas gostam é que os animais gostem delas, não

A propósito do novo museu construído pelo clube, Pinto da Costa tem apenas uma certeza: a de que vai ser uma obra “fundamental não só para os ‘dragões’ mas também para a cidade”. “Vai haver imensos portugueses a visitarem o nosso museu, e sem dúvida que os estrangeiros que passem pelo Porto também o vão querer conhecer”, sublinhou, acrescentando que foi firmado um protocolo com a Douro Azul para incluir nos seus programas e roteiros a visita ao novo equipamento. De resto, com os olhos postos no futuro, o dirigente deixa uma garantia. “Já pensei muitas vezes que não havia mais nada a fazer: quando inaugurámos o estádio e fomos campeões em Gelsenkirchen. Depois disso já ganhámos diversos títulos, fizemos o Dragão Caixa e o museu. A única coisa que posso dizer, partindo do princípio de que sonhar é fácil, é que este é o meu último sonho concretizado, mas não é o meu último sonho”, finalizou o eterno presidente. REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


D E S T A Q U E

SÍMBOLO DE UMA REGIÃO “Rei” das mesas portuguesas sobretudo no verão e no natal, o vinho verde, com as características únicas que a sua região demarcada lhe confere, está já a despertar sensações nos mercados internacionais, nomeadamente nos EUA, Canadá, Reino Unido e Alemanha. Mas a história desta herança lusa começou a ser escrita há já muitos e muitos anos. Texto: Mariana Albuquerque | Marta Almeida Carvalho Fotos: CVRVV | Sogrape


VINHO VERDE

São leves, frescos, senhores de uma acidez equilibrada e muito apreciados como aperitivo, revelando-se também uma companhia «harmoniosa e perfeita» para pratos de peixe, marisco, carnes brancas, saladas, pastas italianas e queijos. Leigos ou especialistas na matéria, «todos gostam de falar deles» e chega a ser consensual a atribuição de determinadas características que os tornam «únicos» em todo o mundo. Quem são eles? Os vinhos verdes, “néctares dos deuses” produzidos numa das mais antigas regiões vinhateiras de Portugal, que é também uma das maiores da Europa – a Região Demarcada dos Vinhos Verdes. E numa altura em que a crise portuguesa continua a dominar páginas e páginas de jornais, ilustrando as crescentes dificuldades da economia lusa, há boas notícias: o setor do vinho verde está a viver um momento recorde de exportações. Em termos numéricos, a Região Demarcada, que integra mais de 20 mil viticultores e 610 engarrafadores, registou, em 2012, a venda de 50,2 milhões de litros, dos quais 18,8 foram exportados, sendo os EUA, a Alemanha, o Reino Unido e o Canadá os principais recetores. «O mercado nacional não é fácil e a crise

19

que se reflete nas dificuldades do mercado interno está a levar os produtores a virarem-se mais para a exportação», explicou Manuel Pinheiro, presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV). Com efeito, «os produtores que, antigamente, vendiam confortavelmente toda a sua produção internamente, agora, sentem a necessidade de a levar para fora de portas». Assim, as dificuldades económicas vividas neste pedaço de terra à beira-mar plantado acabaram por ter um efeito positivo: o vinho verde está «a conquistar outros países e depende menos do mercado nacional». A crescente qualidade do produto produzido é outro dos aspetos que contribui para esta tendência de crescimento além-fronteiras. «A qualidade do vinho verde melhorou muito na última década e a procura tem aumentado bastante. Antes, era muito regional, tornando-se, nos últimos anos, um vinho consumido à escala global», confirmou Miguel Pessanha, diretor coordenador de enologia e viticultura da Sogrape, que se dedica ao cultivo, produção e exportação de vinho. Mas, afinal, quais os segredos que estão por detrás deste néctar, que conquista cada vez mais adeptos, ocupando

REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


D E S T A Q U E

a segunda posição do mercado português, logo a seguir aos vinhos alentejanos?

SINGULARIDADE SENSORIAL EM «EXPERIÊNCIAS ÚNICAS DE DEGUSTAÇÃO» Aos que pouco sabem sobre vinhos verdes, o conselho dos especialistas é apenas um: que se deixem conquistar pela mistura de aromas e sabores que os tornam numa das bebidas refrescantes mais procuradas, sobretudo na época quente. Segundo Manuel Pinheiro, este vinho está a crescer nos mercados de exportação devido a três fatores essenciais. Em primeiro lugar, pelo facto de ser «diferente dos outros». «Qualquer cliente se apercebe de que o vinho verde é único no mundo», garantiu o presidente da CVRVV, descrevendo-o como leve, aromático e medianamente alcoólico, razão pela qual apresenta um menor teor calórico. Na altura da escolha, o menor número de calorias é, de facto, um fator tido em conta pelos cidadãos, como comprova, de igual forma, Miguel Pessanha. «A tendência atual é a procura, por parte dos consumidores, de vinhos com menos graus de alcoolemia. Assim, o sucesso deste vinho tem aumentado e as exportações acompanham essa tendência», sublinhou.

A mudança cultural das empresas é o segundo aspeto mencionado por Manuel Pinheiro. «Os produtores de vinho verde deslocam-se, cada vez mais, pelo mundo fora para fazerem a promoção e a venda dos seus vinhos, ao contrário do que acontecia no passado, em que ficavam ‘fechados’ na região», ilustrou. Em terceiro lugar, há que não esquecer a grande aposta em marketing que o setor tem merecido. A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes investe cerca de três milhões de euros por ano na área da promoção do produto, sendo a maior parte do valor aplicado no mercado externo. E o retorno desse investimento – acrescentou o responsável – é bem visível em termos de aumento de vendas. Mas a flagrante tipicidade e originalidade do vinho verde está intimamente associada às condições naturais da sua Região Demarcada, à peculiaridade das castas regionais utilizadas – com especial destaque para o Alvarinho, Loureiro, Avesso, Trajadura e Vinhão – e ao saber ancestral do cultivo da vinha. A Região Demarcada dos Vinhos Verdes estende-se por todo o noroeste de Portugal, na zona tradicionalmente conhecida como Entre-Douro-e-Minho, ocupando uma área total de cerca de 21 mil hectares de vinha. Tem como limites, a norte, o rio Minho (fronteira com a Galiza); a sul o rio Douro e as serras da Freita, Arada e Montemuro; a leste, as serras da Peneda, Gerês, Cabreira e Marão e, a oeste, o Oceano Atlântico. Todas estas


VINHO VERDE

coordenadas geográficas são fundamentais para se entender que a influência marítima, que faz com que o clima da região seja ameno, é um elemento chave no caráter do vinho verde. «A influência do mar faz com que os invernos sejam menos frios e os verões não sejam demasiado quentes, permitindo um desenvolvimento muito adequado das uvas, que tornam estes vinhos diferentes dos restantes», esclareceu o presidente da comissão. «Mesmo os produtores do interior, como da zona de Baião, fazem um vinho muito diferente do dos seus vizinhos do Douro, que estão na Régua, a cerca de 20 km de distância», acrescentou, reiterando a leveza e a frescura dos vinhos daquela região demarcada.

CASTAS: “TESOUROS” AUTÓCTONES PRESENTES NO ADN DO VINHO VERDE Para além do clima e do relevo, as castas são as que traduzem com maior intensidade as características do vinho verde. E desenganem-se aqueles que pensam que este vinho é feito de uvas verdes,

21

confusão que, segundo Mário Cerqueira Correia, grão-mestre da Confraria do Vinho Verde, esteja talvez associada à sua própria designação. Na verdade, não há um, mas muitos vinhos verdes, sendo que a região produz brancos, tintos, rosados, espumantes e água ardente. Numa pequena viagem pela região, encontramos, a norte, em Monção e Melgaço, o Alvarinho, «porventura, o melhor branco de Portugal». Trata-se de um vinho «muito rico, com mais álcool» e caracterizado por uma cor intensa, palha, com reflexos citrinos, e um aroma complexo, que vai desde o marmelo, pêssego, banana, limão, maracujá e líchia a flor de laranjeira e violeta, avelã, noz e mel. Um pouco mais abaixo, no vale do Lima, há duas sugestões: em Ponte de Lima, o branco, Loureiro, e em Ponte da Barca, o tinto, Vinhão. O primeiro é conhecido pelo seu sabor frutado, fresco, encorpado e persistente. O segundo, de cor intensa, surge como um companheiro ideal para a gastronomia regional, de que são exemplo os rojões e a lampreia. Os tintos da casta Avesso, cultivada particularmente na sub-região de Baião, também são muito apreciados, com o seu aroma REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


D E S T A Q U E

«DA VIDEIRA AO COPO HÁ misto entre o frutado, o amendoado e o floral. Algumas destas castas podem ser encontradas TODA UMA HISTÓRIA A nos vinhos verdes da Sogrape, nomeadamente no DESCOBRIR» Morgadio da Torre (Alvarinho), que é produzido e engarrafado em Monção, num total de cerca de 20 Dizem os entendidos que, melhor do que apreciar mil garrafas/ano, e no Quinta de Azevedo, vinificado um bom vinho, é fazê-lo na região que o produz, na região de Barcelos e produzido na totalidade onde estão reunidas as condições ideais para o enocom uvas da quinta com o mesmo nome, sendo turismo. E foi exatamente com o intuito de promover constituído em 70% por uvas Loureiro e em 30% a Região Demarcada do Vinho Verde como um «território de vinho», fomenPederneira. tando as visitas locais, que A qualidade dos vinhos vernasceu a Rota dos Vinhos des, essa, surge expressa “Ninguém na rua, na noite fria, só eu Verdes, da qual fazem parte nas próprias garrafas, que e o luar Voltava a casa, quando vi que 49 municípios do Minho e apresentam um selo, atrihavia luz num velho bar Não hesitei, Douro litoral. «Pretende-se buído pela CVRVV, para tesfazia frio e nele entrei Estando tão que a motivação, principal temunhar que aquele é um longe da minha terra, tive a sensação ou secundária, de visita a vinho típico da região e foi este território esteja, quase sujeito a rigorosas análises. de ter entrado numa taberna de sempre, relacionada com o «Ao ver o selo de garantia, o Braga ou Monção E um homem velho tema do vinho verde», explicliente sabe que encontra ali se acercou e assim falou Vamos cou Sofia Lobo, da Rota dos um bom vinho. O processo brindar, com vinho verde que é do Vinhos Verdes. Assim, para de certificação garante tudo meu Portugal e o vinho verde me fará além das adegas e quintas isso. Trata-se, em primeiro recordar A aldeia branca que deixei, de produção, há outras inlugar, de conhecer as vinhas fraestruturas que se revelam de todos os produtores que atrás do mar Vamos brindar, com verde importantes na atração de estão registados – 22 mil – vinho pra que eu possa cantar Canções novos visitantes, como os e depois é também fazer o do Minho que me fazem sonhar com o restaurantes e unidades de acompanhamento desses momento de voltar ao lar (…)” alojamento. «O objetivo é o vinhos ao longo do ano, de dar a conhecer a quem analisá-los e prová-los antes «Verde Vinho», Paulo Alexandre visita a região toda a cultura de serem lançados no merrelacionada com o vinho ao cado», descreveu Manuel mesmo tempo que se aproPinheiro. A figura do enólogo assume, aqui, um lugar de destaque. «São pessoas veita umas férias ou um fim de semana de lazer», muito qualificadas que conseguem fazer bons esclareceu. vinhos, porque isto é uma arte mas também uma Depois de um período em que as primeiras rotas ciência», notou Mário Cerqueira Correia, realçando, de vinhos promoviam, basicamente, as adegas por exemplo, a importância da temperatura das das quintas, abrindo-as ao público para provas adegas no momento da fermentação das uvas e de vinhos, com a criação da Carta Europeia do Enoturismo foi possível integrar outros agentes o timing em que se deve interrompê-la. E fruto desse casamento entre arte e ciência, o vinho do território no processo. «Sendo um especiaverde consegue ascender ao primeiro lugar do top lista em vinho ou um wine lover, quando vamos de vendas em Portugal, superando o alentejano, em para um país estrangeiro, todos somos turistas e duas épocas distintas: nos meses de junho, julho e integramo-nos na vida local», defendeu a responagosto e também no Natal, altura em que muitas sável, salientando a importância dessa interação pessoas não prescindem da sua companhia nos entre os vários agentes da região. Com o crescente interesse demonstrado pelos turistas, que visitam tão apreciados encontros de família. este território em família ou em pequenos grupos,


PUB


D E S T A Q U E

evidenciou-se a necessidade de criação de rotas estruturadas que integrassem uma diversidade de infrestruturas, não só as ligadas ao vinho. «Muitas quintas de produção, para além das adegas com provas de vinho, disponibilizam alojamento e estão integradas no denominado Enoturismo», referiu Sofia Lobo. Seja para enoturistas (o que implica a deslocação e uma dormida na área visitada) ou enovisitantes (uma simples visita sem dormida), a Rota dos Vinhos Verdes disponibiliza diversos programas para os mais variados gostos. «Achamos que todas as pessoas que gostam e que consomem vinho verde são potenciais enoturistas para a região», acrescentou a responsável, assegurando que «da videira até ao copo há toda uma história para descobrir». História essa que a Rota também quer contar além-fronteiras, através da criação de lojas no estrangeiro. «Há diversos agentes que têm dificuldade em pôr os seus vinhos a circular no mercado internacional. Alguns vinhos de autor ou de pequenas edições que não são fáceis de encontrar no mercado poderão estar presentes nessas lojas que irão divulgar o vinho verde junto dos apreciadores estrangeiros», explicou, sustentando ainda que a criação de uma loja online para venda de algumas marcas de vinhos das quintas associadas também está em execução e prestes a entrar em funcionamento.

O PRINCÍPIO DO “SABER BEBER INTELIGENTE E SAUDÁVEL” A trabalhar ao serviço do vinho verde – e da promoção de todo o seu património material e imaterial

– está também, há já 26 anos, a Confraria do Vinho Verde, que integra mais de 500 confrades, entre mestres, enólogos e enófilos (todas as pessoas que apreciam o vinho). Para além de dar uma imagem física, pessoal do vinho verde, a confraria apresenta uma «vertente cultural importante», nomeadamente na promoção do princípio do «saber beber inteligente e saudável». Tal como referiu o grão-mestre da entidade, Mário Cerqueira Correia, o papel cultural da instituição estende-se também ao estudo dos patrimónios material e imaterial daquele vinho. O primeiro está associado aos monumentos existentes em cada um dos concelhos, de uma forma ou de outra ligados à história do vinho verde; o segundo aos usos e costumes relacionados à vinha e à vindima. É por isso que o conhecido escapulário verde que caracteriza a confraria pode ser visto em várias feiras e romarias que celebram o vinho verde. Nesta verdadeira união de forças, que leva várias instituições a trabalharem em conjunto na apresentação do vinho verde ao mundo, há uma só certeza: «o que se tem feito nos últimos anos é apenas o início» de uma aventura vivida nos mercados internacionais. Por isso, «há que ser perseverante» e continuar a dar cartas no processo de conquista. «Precisamos de ter vinhas mais jovens, que vão dar um maior rendimento aos produtores», notou Manuel Pinheiro. Os objetivos estão traçados, os alvos definidos e a principal arma (os sabores e aromas da região demarcada) bem guardada na bagagem para continuar a fazer as delícias de cidadãos de todo o mundo.


Soluções Poupança Jovem

PUB

Aprende a poupar e a surfar. Até 31 de Outubro, oferta de uma aula de surf na constituição ou reforço de uma Solução de Poupança Jovem no mínimo de € 100. Oferta limitada a um voucher por conta. Toda a informação nos Balcões e Centros de Investimento BPI, www.bancobpi.pt e 800 22 10 22 (linha grátis com atendimento personalizado, das 7h às 24h).

Mais informações através do QR Code.


À D E S C O B E R T A


J E T B OAT

27

“FÓRMULA 1” no rio Douro É divertido e transporta-nos a uma dimensão de liberdade, bem como de libertação de adrenalina, a que raramente estamos expostos no quotidiano. O HAKA é um jetboat que opera no rio Douro e que faz as delícias de miúdos e graúdos, num passeio a 120 quilómetros/hora por cima de água…literalmente. Preparado para emoções fortes? Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira

Anacondas (zigue-zagues), slides (derrapagens), donuts (manobras circulares), fishtales (focinho na água), crash stop (paragens abruptas) e Hamilton spin (peão onde o barco gira em torno do seu centro da gravidade) são manobras realizadas no jetboating, que o HAKA, uma embarcação que opera no rio Douro, proporciona a quem se queira entregar a uma aventura fora do comum e cheia de emoções fortes. Integralmente construído em alumínio, com um design inovador e capacidade para transporte de 11 passageiros, o HAKA é movido por um motor de 400 cavalos, que utiliza um sistema de propulsão a jato, expelindo cerca de 400 litros de água por segundo o que lhe confere uma prestação única. Este sistema de propulsão permite-lhe uma manobrabilidade incomparável, REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


À D E S C O B E R T A

permitindo, por exemplo, reduzir da sua velocidade máxima (120 km) a zero, em menos metros do que os do seu comprimento (5m). Outra particularidade desta embarcação é a de que apenas necessita de 10 a 15 centímetros de água para operar. A série de manobras que desencadeiam emoções inesperadas, tanto para quem participa, como para quem assiste ao desempenho deste “Fórmula 1” de água, são executadas por pilotos profissionais, que lideram cada saída da embarcação.

ADRENALINA AO RUBRO NAS MISSÕES AQUÁTICAS A Xtreme Jet Boat River Safari disponibiliza estes “passeios” de barco que são tudo menos monótonos.”Espera o inesperado” é o lema escolhido pela empresa, que tem sede no Porto, cuja proposta é a de que o público possa descobrir a emocionante experiência de um verdadeiro SPA Emocional (Salute Per Aqua) ao longo de cerca de 12 quilómetros a montante ou a jusante no rio Douro, tendo como ponto de partida a Marina do Freixo, onde o HAKA está ancorado. A Xtreme Jet disponibiliza várias experiências de acordo com as intenções dos clientes. Amadeu Peixe, proprietário da empresa, enumerou-as. “O batismo, cuja duração é de cerca de 15 minutos integra uma diversidade de manobras mais suaves e é, geralmente, realizado a jusante, no percurso de travessia das pontes, entre as do Freixo e Arrábida”, ilustra, sublinhando que quem queira experiências mais ousadas, com graus acrescidos de adrenalina, deve optar pelos safaris, que já têm uma duração mais longa – cerca


PUB


À D E S C O B E R T A

de 30 minutos – e uma performance mais “ativa”, operando, normalmente, a montante. “Todas as manobras são executadas na maior segurança e o nível de satisfação é elevado”, garante, sublinhando o feedback positivo que têm dos participantes após as missões. “Há empresas que contratam safaris para proporcionar aos funcionários experiências diferentes, grupos de empresários, de amigos, turistas, eventos empresariais, famílias inteiras a experimentar a diversão”, assegurou, enumerando os níveis emocionais disponibilizados, ajustáveis aos perfis dos clientes: 1 e 2, seco; 3 molhado; 4 e 5 radical. Os dois últimos são, também, mais pontuais. A chuva não é impedimento para esta atividade de turismo de aventura que até ganha fulgor nos dias mais cinzentos. O impacto ambiental desta atividade é reduzido e o HAKA tem outras potencialidades para além da diversão. “O seu potente jato permite, até, expelir água a grande distância o que faz dele uma valiosa ferramenta, embora ainda não utilizada, no combate aos fogos florestais mais próximos das margens dos rios”, garante Amadeu Peixe

JETBOATING O primeiro jetboat foi desenhado por Charles Hamilton, mais conhecido como Bill Hamilton, no início da década de 1950. Nascido a 26 de julho de 1899 em Ashwick Station (Nova Zelândia), era um grande entusiasta de rafting e dotado de um invulgar espírito inventivo, solucionou com enorme sucesso a necessidade de

remontar o curso dos rios superando obstáculos e correntes fortes que caracterizam os cursos de água do seu país, sem o risco de danificar a embarcação. Hamilton concebeu esta inovadora tecnologia de propulsão baseada num dispositivo que “aspira” água através de um janela no fundo da embarcação e, inspirado por Arquimedes, controlava o jato de água acelerado numa turbina que pode debitar cerca de 400 litros de água por segundo, assegurando uma propulsão de uma enorme eficácia para superar os mais incríveis caudais de rios selvagens. Desde que apresentou o seu primeiro barco dotado deste inovador sistema de propulsão, multiplicou os desafios um pouco por todo o mundo, tendo alcançando algumas das regiões mais inóspitas do globo, demonstrando a eficácia, segurança e fiabilidade da sua genial invenção. As suas aventuras, em 1954, permitiram que embarcações chegassem a locais nunca antes acessíveis: o rio Colorado, subindo pelo Grand Canyon, o Sun Kosi (Nepal), Sepik (Papua Nova Guiné), rios Zaire, Ganges e Amazonas. Agora, o HAKA é o primeiro barco a atuar na Europa para proporcionar uma das mais espetaculares experiências aquáticas. A internacionalização é, igualmente, um dos objetivos da Xtreme Jet, que já tem em vista negociações com Brasil e Angola para além de diversas parcerias com empresas de gestão de atividades no destino. Este é, de acordo com Amadeu Peixe, mais um ponto a acrescentar à difusão do nome da cidade do Porto no estrangeiro e na captação de turistas. Para informações sobre disponibilidade e preços consulte www.xtremejet.pt.


PUB


M Á Q U I N A

D O

T E M P O

rvalh a Ca meiderreira l A a t F ar Texto: M : Virgínia Fotos

o

Para demonstrar a sua admiração pelo Porto, que se reuniu em torno do seu exército no combate ao regime absolutista do irmão D. Miguel, D. Pedro IV ordenou que, após a sua morte, o seu coração fosse enviado para a cidade, onde deveria ficar para sempre. O coração do «ReiSoldado» encontra-se conservado na Igreja da Lapa e as chaves da urna e do recetáculo guardadas no gabinete presidencial da Câmara do Porto.

A

inscrição - que consta no relicário que contém o coração de D. Pedro IV, oferecido pelo monarca à cidade do Porto, e que se encontra na Igreja da Lapa, desde 1834 - é uma das diversas manifestações de apreço do monarca para com o Porto. O órgão real, que por cá permanece há cerca de 180 anos, encontra-se conservado num formoso relicário, rodeado de muitos cuidados e grande zelo pela sua boa conservação. A urna que contém o coração do Rei-Soldado, um vaso de prata dourada, é a mesma que o transportou desde a capital, onde havia falecido em 24 de setembro de 1834, no Palácio de Queluz, curiosamente no mesmo quarto onde havia nascido em 12 de outubro de 1798. Filho de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, D. Pedro IV foi Rei de Portugal entre 1826 e 1834, e o primeiro imperador e chefe de Estado do Brasil (de 1822 a 1831).


LAPA E CO RAÇÃO DE D. PEDRO IV

“Eu me felicito a mim mesmo por me ver no teatro da minha glória, no meio dos meus amigos portuenses, daqueles a quem devo pelos auxílios que me prestaram, durante o memorável sítio [Cerco do Porto], o nome que adquiri e que honrado deixarei, em herança, a meus filhos”. Porto, 27 de julho de 1834, D. Pedro, Duque de Bragança.

33

Viajou para o Brasil com a restante família real, em 1807, logo após a primeira invasão francesa. Na sequência da Revolução de 1820, em Portugal, as cortes determinam o seu regresso à metrópole, mas D. Pedro recusou-se a embarcar para a Europa. Foi então que, como líder do movimento independentista daquela colónia, decidiu proclamar junto às margens do rio Ipiranga a independência do Brasil (1822). Logo depois foi proclamado imperador. Após a morte do pai, em 1826, D. Pedro é designado rei de Portugal pela regente D. Isabel Maria e outorga aos portugueses a Carta Constitucional de 1826. Quis abdicar em favor de sua filha, D. Maria da Glória (futura rainha D. REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


M Á Q U I N A

D O

Maria II), mas a guerra civil travada entre liberais, liderados por si, e absolutistas, por seu irmão D. Miguel, que também pretendia o trono, adiou a coroação de D. Maria até 1834.

DESEMBARQUE DO MINDELO

A 8 de julho de 1832, desembarcou na praia de Arnosa do Pampelido com o seu exército (desembarque do Mindelo). No

O túmulo de D. Pedro foi, recentemente, aberto para um exame minucioso aos seus restos mortais feito por conceituados investigadores brasileiros da Universidade de S. Paulo. Entre muitas outras curiosidades, concluiu-se que o monarca viveu, durante alguns anos, com duas

T E M P O

Porto, onde combateu o irmão, D. Miguel, que se proclamara rei absoluto de Portugal (guerra civil de 1832-1834), as tropas de D. Pedro ficaram cercadas pelos absolutistas num episódio que ficou conhecido por Cerco do Porto, e que durou até 20 de agosto de 1833. A guerra continuou e só em maio de 1834, na Convenção de Évora-Monte, os marechais Saldanha e da Terceira receberam a rendição do marechal José António de Azevedo Lemos, pondo fim ao conflito, que valeu a D. Pedro o cognome de Rei-Soldado. D. Pedro ficou conhecido, nas duas pátrias irmãs, por Libertador: libertou o Brasil do domínio colonial português e Portugal do governo

absolutista de D. Miguel. Os restos mortais do monarca, repousaram por largos anos no Panteão de S. Vicente de Fora, em Lisboa, mas em 1972, na comemoração do 150.º aniversário da independência, o seu corpo foi transladado para o Brasil, a pedido do respetivo Governo, repousando no Monumento do Ipiranga, em São Paulo. Só o seu coração continua longe, na cidade do Porto: o túmulo onde está guardado ostenta, de um dos lados, a bandeira de Portugal e no outro a do Brasil.

fraturas graves, que terão contribuído para a dilaceração de um dos seus pulmões, que poderá ter sido o factor que originou a morte, por tuberculose. De facto, alguns anos depois da morte, uma autópsia feita em Portugal, indicava que um dos pulmões do imperador estava totalmente colapsado.

Outra das conclusões foi a de que o monarca foi sepultado com a sua farda real portuguesa, medalhas e títulos, não havendo nenhuma alusão à linhagem que iniciou na realeza brasileira. O Duque de Bragança foi, na realidade, sepultado como D. Pedro, o IV de Portugal.


PUB


M Á Q U I N A

D O

T E M P O

HOMENAGENS DO MONARCA E DE SUA FILHA À CIDADE DO PORTO

Erguida no monte de Germalde, em janeiro de 1755, a capela inicial, que guardava a imagem de Nossa Senhora da Lapa, era de pequenas dimensões, tendo sofrido alterações posteriores que só terminaram em 1863, com a conclusão da torre a nascente. Lá acorriam muitos penitentes, motivo pelo qual se passou a chamar de Capela de Nossa Senhora da Lapa das Confissões. No monumento, de estilo neoclássico, encontra-se a imagem da padroeira, no imponente retábulo-mor, enquanto que o coração de D. Pedro IV repousa na capela-mor. No cemitério contíguo à igreja encontram-se sepultados os escritores Camilo Castelo Branco e Soares de Passos. Edifício classificado como monumento de interesse público.

O local escolhido para acolher o órgão real foi determinado por D. Maria II, filha de D. Pedro: o monarca assistia, regularmente, às missas na Igreja da Lapa, durante o Cerco do Porto, altura em que tinha o seu quartel-general em Cedofeita. A Câmara do Porto ainda tentou que ficasse na Sé Catedral mas em vão. O coração de D. Pedro embarcou no navio “Jorge IV” a 3 de fevereiro de 1835 e chegou ao Porto 4 dias depois. De acordo com o historiador e professor catedrático, Francisco Ribeiro da Silva, no cortejo que acompanhou o percurso feito pelo órgão real, desde a Ribeira, onde desembarcou, até há Lapa, estiveram presentes cerca de 12 mil pessoas. O transporte, quer durante a viagem desde a capital, quer entre a Ribeira e a Lapa, foi feito com toda a pompa e circunstância, tendo sido acompanhado por militares que foram, posteriormente, condecorados por isso. Depois do coração de D. Pedro ter vindo para a cidade do Porto por sua própria vontade, expressa na véspera da sua morte, a rainha D. Maria II, num ato de reconhecimento para com a cidade e as suas gentes, que se mantiveram fiéis aos ideais liberais do pai, atribuiu-lhe a Grã-Cruz da Torre e Espada, o epíteto de “Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto” e o título ducal, elementos que, a partir de então, passaram a integrar o brasão da cidade. Com a atribuição do título ducal, decretou que o segundo filho ou filha dos reis de Portugal tivesse o título de Duque ou Duquesa do Porto. Em 1940, por ordem do governo de Salazar, o dragão e a coroa ducal foram retirados do brasão da cidade.


PUB


U M

D I A

C O M

Renascer de

um futuro

A Clínica 12 Ideias, instituição que quer ter como finalidade ajudar a reconstruir vidas despedaçadas pelas várias formas de dependência, aposta em três grandes linhas orientadoras para alcançar esse objetivo: intervenção, tratamento e reinserção dos doentes de adição. Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Ricardo Pereira


C L Í N I CA 12 I D E I A S

S

39

ão percursos de vida como tantos outros, pautados pela dureza de quem convive com drogas e álcool desde a infância. Vidas que se dissolvem por entre as páginas de um livro inacabado e palavras

meias escritas. Nuno Ribeiro, terapeuta e sócio da clínica juntamente com Tânia Melo, psicóloga, são os mentores “desta dúzia de ideias”. Para além de ambos, a equipa é constituída pelos diretores clínico e técnico, monitores, psicólogo, médico de clínica geral, psiquiatra e enfermeiro. O programa 12 Passos, dos Narcóticos Anónimos, utilizado pelos profissionais da clínica, é inspirado no modelo Minnesota, implementado a nível mundial, e consiste num eficaz paradigma psicoterapêutico de origem humanista que visa o tratamento de pessoas dependentes através de 12 etapas evolutivas. “É um modelo com uma alta taxa de recuperação junto da população que nos propomos tratar”, refere Nuno Ribeiro, salientando que os 12 passos correspondem “às 12 ideias filosóficas da nossa intervenção”.

MÉTODOS E FUNCIONALIDADE

Nuno Ribeiro, terapeuta e sócio-gerente da clínica

Instrospeção, troca de experiências entre pessoas com passados comuns, realização de tarefas domésticas, respeito pelo próprio e pelos outros e o cumprimento dos 12 passos, são os conceitos implementados para o sucesso no tratamento de cada utente. O despertar traz consigo dias intensos onde atividades como a terapia de grupo, a meditação, a instrospeção e os trabalhos de análise individual se aliam a momentos de diversão e convívio. O horário das refeições, confecionadas no exterior com a possibilidade de escolha à carta, tornam-se em momentos de lazer, apesar de cada um ter a sua tarefa na arrumação diária. A limpeza dos quartos, do refeitório e da roupa é, também, feita pelos próprios que se encarregam da confeção das refeições ao fim de semana, e assistem diariamente a programas de televisão, mediante um horário a cumprir. O final da noite fica reservado para “o mais importante do dia”: experiências, sentimentos, uma reflexão interior sobre os aspetos positivos e negativos no mais íntimo de cada um, ou da vivência em grupo. De acordo com Nuno Ribeiro, a interligação entre REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


U M

D I A

C O M

terapeutas, monitores e grupo é “muito importante para o sucesso dos tratamentos”, salientando, ainda, o trabalho do monitor, um precioso “elo de ligação entre os residentes e o staff e um fator determinante na integração de cada utente no grupo”.

ESPAÇO ACOLHEDOR Alcoolismo, que implica uma maior negação por parte dos aditos, e consumo de drogas, cujos danos são mais visíveis, são as dependências químicas mais comuns mas os técnicos da “12 Ideias” estão preparados para lidar com outros géneros de dependências sem substâncias, que se incluem na doença da adição, nomeadamente comportamentais e emocionais: jogo, internet ou obsessões. Relativamente às dependências mais comuns – droga e álcool - os tratamentos correspondem, normalmente, a três ou quatro meses de internamento, podendo estender-se por mais tempo consoante a necessidade dos utentes, uma vez que cada um tem um percurso de vida distinto e tempos de consumo diferentes. “De acordo com a nossa metodologia, o tratamento intensivo requer internamentos de curta duração, não se devendo prolongar no tempo”, refere Tânia Melo, sublinhando o programa de base diária de responsabilização. A psicóloga sabe da importância do acompanhamento dos utentes depois de saírem da clínica. “Há sempre riscos de recaídas e esse acompanhamento é fundamental para se perceber os sinais”. Para isso, existem grupos de after care, que continuam o acompanhamento do indivíduo, no seu percurso. Nestes casos, a “12 Ideias” possui também um programa, com duração de seis semanas, para eventuais recidivas. A clínica funciona num edifício espaçoso, moderno e muito bem equipado, cuja lotação máxima é de 11 pessoas. A decoração, funcional e contemporânea, contribui para a sensação de calma que se respira na pacata localidade de Gravelos, em Vila Real. A sala de terapia, onde se


C L Í N I CA 12 I D E I A S

41

repetem os passos rumo à recuperação e onde se realizam os trabalhos específicos de cada utente, é uma parte importante do espaço, mas não mais do que todas as outras. “Aqui, cada divisão tem o mesmo grau de importância já que a vida diária dos utentes passa por todas elas”, refere o terapeuta, salientando que cada um tem de cumprir um conjunto de regras, quer para o tratamento em si, quer para a harmonia dentro do espaço. Na clínica, cada utente está exposto a duas formas de terapia: a de grupo e a individual. “A primeira implica uma maior exposição mas também uma melhor aceitação dos erros”, refere Nuno Ribeiro, reforçando a importância dos trabalhos escritos que cada utente tem de realizar e que contribui para a libertação e aceitação de sentimentos reprimidos. “Há horários e regras a cumprir e cada um dos utentes tem as suas tarefas diárias, bem delineadas”.

VIDAS DIFERENTES, DENOMINADORES COMUNS João, 49 anos, sofre de uma compulsividade em relação ao uso de drogas desde a infância, onde REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


U M

D I A

C O M

Equipa que gere a 12 Ideias: Pedro Pereira, Nuno Ribeiro e Tânia Melo conviveu de perto com o haxixe e as chamadas drogas leves. Aos 18 anos conheceu a heroína e a relação que com ela manteve marcou todo o seu percurso de vida, aliado ao consumo excessivo de álcool. O internamento na Clínica 12 Ideias dura há já seis meses e a vontade de deixar

«A “12 IDEIAS” ESTÁ VOCACIONADA PARA LIDAR COM OUTROS GÉNEROS DE DEPENDÊNCIAS SEM SUBSTÂNCIAS, QUE SE INCLUEM NA DOENÇA DA ADIÇÃO, NOMEADAMENTE COMPORTAMENTAIS E EMOCIONAIS: JOGO, INTERNET OU OBSESSÕES».

para trás um passado ligado à adição é forte. O uso de drogas era compulsivo apesar de algumas tentativas de recuperação e das constantes mudança de emprego. Uma vida feita entre Portugal e Espanha, com altos e baixos, períodos mais ou menos limpos de drogas e álcool. “A insatisfação era constante, nada me preenchia e o meu caminho acabava sempre nas drogas e na bebida. Depois de um período de seis anos longe das drogas, João sofreu nova recaída até que a vontade de entrar na clínica venceu os vícios. “Entrei prostrado, com um grande sentimento de auto-piedade. Hoje sinto-me mais forte e disposto a vencer os meus fantasmas”. Marco, com 40 anos, tem sido, desde os oito, um consumidor incontido de todo o género de estupefacientes, sempre com o consumo de álcool associa-

do. O medo da ressaca, da “dor física e psicológica”, impedia-o de avançar para a recuperação. Depois de vários internamentos falhados, diz ter encontrado na clínica motivação que lhe confere uma força que desconhecia ter. Quer derrotar de uma vez por todas “a falsa ilusão de controlo que a droga lhe dava”, em busca de um futuro sem sobressaltos, para poder desfrutar da companhia do seu bem mais precioso: o filho. “Faço-o por mim mas, sobretudo, por ele”, garante, recordando, lacrimejante, um olhar que nunca irá esquecer. E é para fugir a um futuro de lágrimas que ambos agarraram a oportunidade de tratamento nesta clínica, na qual se sentem bem, participando ativamente no quotidiano de todo o grupo. Ambos caminham rumo à recuperação com a ajuda de profissionais que traçam o caminho a seguir.


PUB


D E S T I N O S

RIA DE ALDÁN

um paraíso de sentidos

Fotos: Turgalicia

A beleza da ria, as praias e enseadas, os esconderijos mágicos e a intensidade das romarias populares são alguns dos segredos por revelar em Aldán, que pertence a Cangas, no município de Pontevedra.


GALIZ A

45

S

ituada no extremo da península do Morrazo, na Galiza, a Ria de Aldán surge como um “paraíso de sentidos”, apresentando sugestões de alojamento de diferentes tipologias, adequadas a cada visitante. A Casa do Ouro, mais tradicional, a moderna Casa de Aldán e a casa rural Cova de Balea, situada a poucos metros do mar, são algumas das propostas. A beleza particular do estuário e a qualidade da água transformaram as suas praias numa referência nas Rias Baixas. Entre as que suscitam maior interesse turístico estão Areacova, Francón e Menduinha. Existem também pequenas enseadas, como Lagoelas e Cova de Balea, muito apreciadas pelos visitantes. Escondida no coração de um frondoso vale, nas Rias Baixas da Galiza, está a Casa do Ouro, com vista privilegiada para o estuário do Aldán, que reúne florestas e penhascos de granito, praias e enseadas. O processo de restauro do pequeno e velho edifício, situado ao lado de uma vinha, que viria a dar lugar a esta casa de turismo rural, começou em 1999. Atualmente, entre outros serviços, o equipamento dispõe de cinco quartos duplos e lounges especiais, sala de jantar, jardim e estacionamento. De sublinhar que os visitantes podem fazer-se acompanhar dos seus “amigos de quatro patas”, uma vez que a Casa do Ouro autoriza a presença de animais de estimação. A arquitetura do edifício, essa, mantém-se fiel aos materiais locais, com a predominância da pedra e da madeira. No interior, simplicidade e elegância são as palavras-chave de uma decoração que parece convidar a bons momentos de descanso.

REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


D E S T I N O S

LOCAIS A VISITAR

EM ESPÍRITO DE FESTA

Entre as construções mais destacadas da freguesia está a Torre de Aldán, no coração de S. Cibrán, que surge como um castelo-palácio de localização estratégica na comunicação costeira entre Bueu e Cangas. A ponte de pedra, de origem medieval, cruza o rio Orxas, perto do qual existe um tanque de lavar a roupa, com iluminação noturna. De salientar também o palacete de Vistalegre, a igreja paroquial de S. Cibrán, a capela de S. Mauro, em Menduinha, e ainda a capela de S. Caroso, em Os Barreiros. Na igreja de S. Cibrán, é possível ver um monumento interessante: o cofre pertencente à família Gamallo Grana.

E nesta terra de romarias tradicionais, as festas locais, durante as quais se veneram os santos, são diversas. No dia 15 de janeiro presta-se homenagem a S. Amaro, com uma peregrinação e missas transmitidas para o exterior. Depois, a 20 do mesmo mês, há o Dia da Dança de Aldán – em honra de S. Sebastião. A celebração, que existe, pelo menos, desde 1650, conta com a participação de 16 bailarinos: dez homens, cinco mulheres e um guia. Manda a tradição que os homens se vistam de negro e as mulheres de branco, com lenços de diferentes cores nos ombros e chapéus decorados com flores e fitas coloridas. Na última semana de julho, as Festas del Carmen – virgem padroeira dos pescadores – apresentam uma


GALIZ A

47

Informações úteis: Casa de Aldán Avda. José Graña, N.º 20 36945 Cangas - Pontevedra Telefone: +34 986328732 Email: acasadealdan@hotmail.com http://www.acasadealdan.com Casa do Ouro Erbello, 10 36940 Cangas – Pontevedra Telefone: +34 986328451 Email: contactocasadoouro@gmail.com http://www.casadoouro.es/ Cova de Balea Avda. José Graña, 8 36945 Cangas - Pontevedra Telefone: +34 986329276 Email: info@covadabalea.com http://www.covadabalea.com

agenda repleta de ações culturais. Ao fim de semana, as noites são animadas com concertos ao ar livre, sendo que, no sábado, à meia-noite, há o habitual espetáculo de fogo de artifício. De salientar ainda a procissão que decorre na tarde de domingo, desde a igreja até ao porto, onde se celebra uma missa. A não esquecer também a festa de Santa Marinha, no dia 18 de julho, e a de S. Cipriano, padroeiro de Aldán, a 16 de setembro.

MEXILHÃO: UM SEGREDO DA ECONOMIA E DA GASTRONOMIA Com um elevado número de bares e restaurante, a gastronomia de Aldán é muito inspirada nos

produtos do mar. Aliás, a produção e conserva de mexilhão é uma das grandes apostas locais, sendo que este molusco é considerado um dos pilares da economia. De resto, os sabores da localidade acabam por ser um dos seus pontos fortes, como acontece em todo o município de Pontevedra, cuja especialidade – a carne de porco com grelos – acabou por conquistar toda a cozinha galega. Com a sua zona costeira (que inclui três estuários), o peixe e o marisco são, inevitavelmente, muito populares. Aliás, muitos são aqueles que conhecem as famosas empanadas galegas, cujo recheio desvenda os ingredientes característicos de cada região. Segredos que podem ser descobertos numa viagem ao…. paraíso dos sentidos. REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


A elegância dos automóveis clássicos pela cidade do Porto

D

edicada à prestação de serviços com automóveis clássicos, a Clássico Porto procura, diariamente, garantir um serviço único, baseado essencialmente na originalidade, exclusividade e criatividade. Para além da forte aposta no transporte de passageiros em automóveis clássicos pela cidade do Porto e arredores, a empresa presta outros serviços complementares como o aluguer de viaturas para ações publicitárias e promoções, programas para grupos, congressos/reuniões e exposição de clássicos. Os clientes podem até elaborar o seu próprio programa, consoante a atividade que pretenderem fazer, desde um piquenique no Parque da Cidade a uma festa temática. Além disso, podem fazer um pequeno tour pelas ruas iluminadas da cidade e jantar num restaurante de topo ou simplesmente passear pela Invicta, durante aproximadamente uma hora e meia, para aproveitar as sua magníficas vistas enquanto se desfruta do conforto de um automóvel clássico. De referir ainda a existência de pacotes já elaborados de meio dia e de dia inteiro na cidade do Porto, com entradas nos principais monumentos. A Clássico Porto tem também programas que incluem o Vale do Douro, com estadia num dos mais inovadores “Wine Hotel”, visita à respetiva quinta e às suas adegas, assim como diversas provas de vinhos. No final, os clientes são brindados com um “tour book”, pequeno álbum fotográfico com seis fotografias de grupo tiradas durante os passeios. Os clássicos esperam por si!


PUB


N O I T E

a “BOMBAR”


51

A

briu em março, no Porto, e já se tornou numa referência na noite portuense. A aposta na relação de proximidade com o cliente e na criação de ambientes distintos, direcionados para várias gerações, que sublinham um estilo

próprio, demarcam o Eskada no panorama da diversão noturna da cidade do Porto. O espaço, glamoroso, combina a simplicidade de tons e a elegância do preto, com apontamentos renascentistas que lhe conferem requinte, oferecendo uma programação diversificada a par

de um ambiente musical que abrange diferentes gostos e idades: as noites de quarta são direcionadas para um público jovem, enquanto que os fins de semana são anfitriões de um público mais heterógeneo.

REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


N O I T E

Eskada Porto | Rua da Alegria, 611 www.facebook.com/eskadaporto email para info e reservas: grupoeskada@gmail.com


53

Eskada Vizela

regressou com

NOVO LOOK

O

mês de setembro marcou a rentrée do Eskada Vizela, um espaço que se tem destacado na animação noturna do Norte do país e que regressou, com um novo look e um novo conceito, depois de uma pausa de verão, procurando manter o nível atingido ao longo dos últimos seis anos. Inaugurado em 2007, o Eskada Vizela manteve sempre o estatuto de casa de referência das noites nortenhas, dando origem, já em 2013, ao novo espaço no Porto, cujo sucesso tem sido absoluto e que contribuiu para criar uma

nova centralidade na animação portuense. Inspirado neste sucesso, o Eskada Vizela voltou a abrir portas, adotando alguns conceitos estéticos do clube da Invicta e introduzindo inovações a nível funcional que foram testadas com incontestável êxito no Porto. Mantém-se assim a aposta numa relação de proximidade com o cliente, procurando chegar a várias idades e a classes diversas, opção que será visível não só na programação, mas também na estética escolhida. Tal como aconteceu no Porto, o novo Eskada Vizela vai ter espaços físicos distintos e capazes de pro-

Eskada Vizela | Rua Dona Laurinda Ferreira de Magalhães, 4815 Caldas de Vizela | contacto: 919769992 | e-mail: eskadavizela.ge@gmail.com | GPS: 41°22’46.56”N 8°19’6.17”W

porcionar experiências diferentes. Tendo como referências as mais recentes tendências internacionais e inspirando-se em espaços de animação noturna de Miami, Abu Dhabi, São Paulo ou Saint-Tropez, mantém uma imagem de marca baseada no glamour e no bom gosto. A rentrée do Eskada Vizela foi um dos momentos marcantes do final de verão, abrindo caminho a muitas noites inesquecíveis. Contando com o público que ajudou a construir o sucesso dos últimos seis anos, deseja também atrair todos os que procuram um espaço único de diversão e convívio. REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


T V

MAIS PORTO mais canal

A comemorar um ano sobre a grande revolução editorial e tecnológica, o Porto Canal tem vindo a assumir-se como uma referência, tanto na região Norte como por todo o país. Depois de um mês de setembro em grande, que terá sido “o melhor de sempre”, o canal assume uma reestruturação em termos de programação e, em breve, surgirá com um «look» renovado. Mais cor, mais vida, mas também mais informação e mais «Porto». Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira


P ORTO CA N A L

O

canal, que se tem vindo a assumir como líder no Norte do país, bateu, recentemente, todos os recordes de audiência com um trabalho intensivo sobre as eleições autárquicas de 29 de setembro, sendo que, para esses recordes, também contribuíram decisivamente os conteúdos ligados ao FC Porto. O canal marcou, assim, definitivamente o seu ADN de serviço público de qualidade e dimensão nacional.

NOVIDADES CHEGAM EM OUTUBRO Nos próximos meses assistir-se-á a melhorias substanciais, quer ao nível da programação, quer do rosto do canal que irá sofrer uma “mudança de grafismo” acompanhada de uma revolução ao nível da cor e do lettering. “Será, de novo, um novo canal”, referiu Domingos de Andrade, diretor de programação e de informação. Em outubro, para além de um incremento dos espaços e conteúdos do FC Porto, a informação do canal será reforçada com a jornalista Ana Guedes, que regressa, assim, ao Porto Canal, depois de uma incursão

55

na TVI. “É um prazer voltar a esta casa”, referiu a jornalista, salientando que “já tinha saudades do Porto”. De acordo com Júlio Magalhães, diretor do canal nortenho esta será “uma mais valia para o setor informativo da estação”. Ainda durante o mês de outubro, outras novidades prendem-se com o lançamento de um novo programa denominado “Algarve convida” - onde se pretende divulgar a região para além dos meses de verão – bem como de “Saúde no Tacho”, um espaço dedicado à culinária saudável que será apresentado pela nutricionista Ana Bravo. O regresso da “Estação de Serviço”, um programa vocacionado para REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


T V

Ana Guedes regressa ao Porto Canal

o mundo automóvel – de 2 e 4 rodas – está, ainda, agendado para este mês, onde se alargam, também, os espaços informativos e os conteúdos do FC Porto e, entre segunda e sexta-feira, surgem novos programas dedicados ao clube azul e branco. O mês de novembro, que marca o primeiro aniversário sobre a profunda transformação editorial e tecnológica, vai apresentar muitas novidades que o consolidam como um canal sedimentado e de grande qualidade, ao mesmo tempo que se autodefine como canal «low cost». “Todas as horas de emissão do canal são preenchidas com conteúdos produzidos pelo próprio canal,

não recorrendo a externos», salientou o diretor.

RECONHECIMENTO A NÍVEL NACIONAL A consolidação do Porto Canal, que continua com uma base estruturada de sustentabilidade, faz dele o único canal feito “fora de Lisboa” que já atingiu grande credibilidade em termos nacionais. “Este é um bom exemplo para as diversas regiões do país, cuja sobrevivência irá passar, forçosamente, pela sua afirmação e aposta em meios de comunicação locais”, garantiu Júlio Magalhães, salientando a notoriedade do canal ao transformar-se num

constante «media partner» dos grandes acontecimentos nacionais. O mês de setembro fechou como decorreu - em alta: dia 27 com uma grande festa na Baixa do Porto, que reuniu todas as caras do canal aliando convívio, moda e glamour, em parceria com o MODtíssimo; 28 foi o dia dedicado ao FC Porto que, em dia de aniversário, abriu o seu museu e 29 marcou o acompanhamento e transmissão das eleições autárquicas.


P ORTO CA N A L

57

AUTÁRQUICAS “SÓ” NO PORTO CANAL O Porto Canal foi a única estação televisiva a transmitir e a acompanhar, passo a passo, a campanha autárquica de diversos distritos do Norte do país, nomeadamente com a realização de seis debates com todos os candidatos a autarquias como Aveiro, Braga, Vila Real, Matosinhos, Gaia e Porto. De destacar que os três últimos foram realizados em parceria com o Instituto Politécnico do Porto e os restantes com o Jornal de Notícias. As audiências bateram recordes e o canal liderou em diversos momentos. Para além disso, realizaram-se, entre 1 e 27 de setembro, entrevistas diárias aos candidatos, bem como a transmissão de um jornal dedicado às autárquicas. De acordo com Júlio Magalhães “o canal cumpriu, assim, a sua missão de serviço público”, amplamente reconhecida pelos diversos candidatos, público e pela própria comunicação social.

REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


S O L U Ç Õ E S

AQUASTOP: a solução contra a humidade Aquastop é uma gama de produtos da CIN que se destina a impedir o surgimento de humidade e infiltrações nas habitações. A humidade e as infiltrações surgem devido à porosidade ou descontinuidade das superfícies e através de ascensão capilar, levando a que a água penetre nos materiais, degradandoos lentamente até à sua destruição total. Como consequência, surge ainda o salitre e o bolor que contribuem negativamente para as condições de habitabilidade, estando na origem de alergias e outros problemas respiratórios. A gama Aquastop é constituída por vários produtos que permitem solucionar os problemas de humidade e infiltrações nas mais variadas situações e materiais, promovendo o bom estado das construções e mantendo elevados níveis de salubridade. Faça o diagnóstico, descubra o problema e encontre a solução.

1. Vedação e impermeabilização em coberturas e terraços Diagnóstico: Infiltrações pelos telhados de coberturas, cumeeiras, chaminés ou terraços provocadas pelas descontinuidades das superfícies (fendas, microfissuras ou fissuras). Solução: Imperflex Coberturas é um revestimento foto-reticulável acrílico para a vedação e impermeabilização de coberturas e terraços, cumeeiras, beirais, caleiras em cimento, bases de chaminé, etc. Disponível em branco, cinza, verde e vermelho. 2. Impermeabilização de materiais porosos em fachadas Diagnóstico: Infiltrações em pedras e outros materiais de revestimento de fachadas provocadas pelo aumento da

porosidade dos materiais. Soluções: Hidro WB Fachadas é um hidrofugante aquoso baseado numa emulsão de silano/ siloxano, para aplicação em materiais porosos em fachadas. Apresenta uma tonalidade esbranquiçada, que se torna invisível depois de seco; Hidro SB Fachadas é um hidrofugante de silicone base solvente para materiais porosos em fachadas. 3. Impermeabilização de materiais porosos em coberturas Diagnóstico: Infiltrações pelas telhas e outros materiais porosos em coberturas provocadas pelo aumento da porosidade dos materiais. Solução: Hidro WB Coberturas é um hidrofugante aquoso baseado em emulsões siliconadas e sintéticas para impermeabilizar


CIN

materiais porosos e não fissurados em coberturas, impedindo a entrada da água. 4. Impermeabilização de madeiras em interior ou exterior Diagnóstico: Degradação de madeiras provocada pela porosidade dos materiais. Solução: Hidro SB Madeiras é um hidrofugante de silicone para impermeabilização de madeira seca, em interior e exterior. 5. Impermeabilização de materiais porosos em pavimentos Diagnóstico: Infiltrações em pedras e outros materiais de revestimento de pavimentos provocadas pelo aumento da

porosidade dos materiais. Solução: Hidro SB Pavimentos é um hidrofugante de base solvente baseado em resinas siliconadas para materiais porosos em pavimentos. Forma uma película hidrorrepelente que impede a entrada de água e protege os suportes contra as agressões climatéricas. 6. Tratamento preventivo ou curativo do aparecimento de microrganismos Diagnóstico: Contaminações por microrganismos em materiais de construção ou superfícies anteriormente pintadas. Solução: Artibiose é uma solução desinfetante para tratamento preventivo ou curativo do aparecimento de microrganismos, tais como: fungos, bolores, líquenes e algas.

59

7. Impermeabilização de alvenarias sujeitas a pressão ou contra-pressão Diagnóstico: Prevenção ou tratamento de infiltrações em materiais enterrados, sujeitos a fortes pressões de água como depósitos, piscinas, tanques cisternas, reservatórios ou caixas de elevadores. Solução: Argamassa Estanque é uma argamassa à base de ligantes hidráulicos, cargas e adjuvantes especiais. 8. Proteção de suportes em ambientes húmidos, imersos, em água ou enterrados Diagnóstico: Prevenção ou tratamento de infiltrações pelas fundações das habitações provocadas por fissurações de rebocos enterrados. Solução: Imper Fundações é uma emulsão betuminosa utilizada na proteção de superfícies de betão, ferro e madeira. REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


A T U A L I D A D E

Portuguese Fashion News inovador 2013 foi um marco para o Portuguese Fashion News (PFN) já que ultrapassou fronteiras, internacionalizando-se. Este projeto tem como objetivo estratégico a promoção da competitividade das PME’s nacionais, através do desenvolvimento de um programa estruturado de ações, que visa apoiar a Indústria Têxtil e Vestuário (ITV) no seu processo de reestruturação, através do incremento da capacidade de internacionalização e de inovação. As ações realizadas visam dar a conhecer os desenvolvimentos tecnológicos existentes no setor, novos materiais, novas aplicações dos têxteis e as

principais tendências, promovendo a transferência de conhecimento para as empresas, que poderão potenciá-lo, incorporando o conhecimento adquirido na criação de novos produto e na dinamização da sua estrutura produtiva.


61

Indústria têxtil não é apenas moda São várias as indústrias que utilizam os têxteis inovadores para incorporar valor acrescentado nos seus produtos, sendo disso exemplo setores como a construção civil, medicina, automóvel, agricultura, entre outros. Assim, o PFN promove a imagem de Portugal no exterior como produtor de tecnologia e de soluções com elevada incorporação de I&DT, associando a imagem do nosso país à modernidade, à sofisticação e à tecnologia. São disso exemplo as coleções devolvidas pelo Manifesto Moda que convidou vários estilistas nacionais e internacionais a utilizarem têxteis e empresas de confeção nacionais altamente diferenciadoras e tecnológicas. O resultado foi uma série

de peças de roupa altamente funcionais. As mesmas já foram apresentadas internacionalmente em vários certames como a feira Techtextil em Frankfurt ou a Colômbia Moda, onde a incorporação de novas tecnologias em estreita ligação com a moda foram muito bem recebidas, tudo feito com matérias-primas nacionais. Outra das vertentes deste projeto é a de sensibilizar os alunos das escolas de moda para esta nova realidade. Eles são o futuro de uma indústria que deixou de ser tradicional e passou para a vanguarda dos novos processos. Os alunos são convidados a concorrer ao Concurso Jovens Criadores e potenciar as matérias-primas nacionais nos seus coordena-

dos. São muitas as iniciativas que têm sido desenvolvidas ao longo de todo o projeto que tem estado em exposição por todo o país e também no estrangeiro: Fórum de Tendências de Tecidos, Fórum de Tendências Confeção, Fórum de Novos Talentos e Concurso Novos Criadores, Fórum Têxteis do Futuro, Inovação & Desfile, Green Textiles / Eco Textiles, Salão Náutico, Salão Saúde / Well Being, Fashion Tech, entre outros. O projeto é desenvolvido pela Associação Selectiva Moda que conta com o apoio do QREN e Compete.

REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


A T U A L I D A D E

Porto Fashion Week take 2

A

segunda edição da Porto Fashion Week (PFW) encheu o centro do Porto de moda, glamour e compradores internacionais no passado mês de setembro. Realizada pela segunda vez consecutiva, a Porto Fashion Week nasceu da necessidade da industria têxtil e vestuário - que atingiu uma consistente maturidade - conviver e desenvolver-se, considerando o estilo de vida da região a que pertence. O Porto surge como capital cosmopolita dessa fileira, onde tem lugar uma grande diversidade de atividades e manifestações como a gastronomia, hotelaria de charme, mobiliário, decoração, movida cultural e divertimento da noite portuense. Esta ne-

cessidade teve como epicentro o MODtissimo, o único salão têxtil e de vestuário que se realiza em Portugal e o mais antigo da Península Ibérica. Durante um fim de semana de setembro, o edifício da Alfândega do Porto, sob o mote dos super heróis, encheu-se de empresas têxteis nacionais que demonstraram ao país e ao mundo, o savoir faire de uma indústria que faz história em Portugal e dá cartas no mundo. Cerca de 300 coleções de tecidos, acessórios para confeção, marcas nacionais de roupa de homem, senhora e criança puderam ser encomendadas na exposição. Destaque ainda para o conceito iTechstyle Innovation Business Forum que na sua segunda edição foi um ver-

dadeiro sucesso. Os produtos presentes no espaço tiveram que passar por um júri criterioso, que seleciona as amostras mais inovadoras para serem mostradas e faladas no setor. Mas não foi só a Alfândega que viveu o Porto Fashion Week. Diretamente para o coração da Invicta, um quarteirão de lojas integrou o Fashion District, outro dos conceitos da Porto Fashion Week. Um roteiro de lojas trendy esteve integrado no conceito, que teve o seu ponto alto no Passeio dos Clérigos onde decorreu um glamoroso desfile de moda com roupas das mesmas, e de novos talentos nacionais, seguido de uma grande festa realizada em parceria com o Porto Canal.


63

2013 19 Setembro

Morte a Venezia [Morte em Veneza]

LUCHINO VISCONTI, 1971

com o amor às voltas pelo outono fora

27 de Setembro

Days Of Heaven [Dias do Paraíso]

TERRENCE MALICK, 1978

10 de Outubro

Der Himmel Über Berlin

com o amor às voltas pelo outono fora

[As Asas do Desejo] WIM WENDERS, 1987

Seis filmes, seis tramas às voltas com o amor entre as muitas outras coisas que fazem o grande cinema. Seis autores com características muito próprias. Seis obras primas.

31 de Outubro

The Cook, The Thief, His Wife and Her Lover [O Cozinheiro, o Ladrão, a Sua Mulher e o Amante Dela] PETER GREENAWAY, 1989

7 de Novembro

Wild At Heart

[Coração Selvagem] DAVID LYNCH, 1990

21 de Novembro

Dracula

FRANCIS FORD COPPOLA, 1992

29 de Novembro

Trois Couleurs: Rouge [Vermelho]

KRZYSZTOF KIESLOWSKI, 1994

ORGANIZAÇÃO

Comissão Consultiva de Actividades Culturais e de Lazer (SRNOM)

CENTRO DE CULTURA E CONGRESSOS › [SRNOM] RUA DELFIM MAIA, 405 · 4200-256 PORTO As sessões iniciam-se às 21h15 com uma breve apresentação do filme e terminam com uma tertúlia.

COORDENAÇÃO

António Vieira lopes

ORDEM DOS MÉDICOS Secção Regional Norte

Ordem dos Médicos do Norte apresenta Ciclo de Cinema

A

Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM) promove a 4.ª edição de um ciclo de cinema, que decorre até 29 de novembro no Centro de Cultura e Congressos. “Com o amor às voltas pelo outono fora” é o mote desta mostra, que pretende destacar histórias de amor sob a perspetiva de diferentes realizadores e autores. As sessões têm início às 21h15 e entrada gratuita. O ciclo teve início a 19 de setembro com o filme vencedor do prémio especial do 25.º aniversário do Festival de Cannes, “Morte em Veneza” de Luchino Viconti (1971). “Dias do Paraíso” (1978) de Terrence Malick foi o filme escolhido para a sessão de dia 27. “Asas do Desejo”,

de Wim Wenders, é apresentado a 10 de outubro. O filme de 1987 valeu ao realizador a Palma de Ouro em Cannes. Para dia 31 de outubro está marcada a apresentação do filme “O Cozinheiro, o Ladrão, a Sua Mulher e o Amante dela” de Peter Greenaway, pautado por um conteúdo ousado e grotesco, sendo reconhecido pela fotografia de Sacha Vierny e pelo guarda-roupa de Jean Paul Gaultier. David Lynch dá início às sessões do mês de novembro, no dia 7, com “Coração Selvagem”, filme que afirmou o realizador como um dos mais brilhantes e originais da sua geração. A obra valeu-lhe a Palma de Ouro em Cannes, em 1990. Francis Ford Coppola é outro dos grandes realizadores deste

ciclo. “Drácula”, de Bram Stoker (1992), vai ser o filme exibido a 21 de novembro, apresentando uma reinvenção do best-seller que arrecadou três Óscares. “Vermelho” de Krzysztof Kieslowski fecha o evento no dia 29 de novembro. Do título original “Trois Couleurs: Rouge” é o último filme de uma trilogia que explora as virtudes da revolução francesa. Todas as sessões começam com uma breve apresentação dos filmes, terminando com uma tertúlia para discussão das obras apresentadas. A Ordem dos Médicos Norte destaca a importância deste tipo de eventos como forma de promover a cultura de forma acessível a todos. REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


A T U A L I D A D E

VINDIMA no Porto

N

o coração da cidade Invicta, onde o vinho é internacionalmente reconhecido como um produto de excelência, recuperou-se a tradição da grande festa realizada em redor do lagar, para mostrar ao mundo o que Portugal tem de melhor. Residentes e visitantes foram convidados a pisar uvas num lagar com 60 metros quadrados, montado estrategicamente no coração da cidade, até que as uvas se transformassem em mosto. O pisar das uvas decorreu durante a noite, como man-

da a tradição, e foi uma festa onde o tradicional e o moderno se cruzaram, num evento que mistura tradição com ritmos atuais. Paralelamente, o evento contou com um espaço de bar, com prova de vinhos e bebidas com base no vinho, bem como alguns dos produtos de excelência nomeadamente queijos, enchidos, doces tradicionais e pão, que tão bem se harmonizam com vinho.

O LOCAL A vindima realizou-se no Campo dos Mártires da Pátria,

local onde se cruzam rotas turísticas que se cruzam com o epicentro da “movida” portuense. Este espaço localiza-se próximo do ex-libris da cidade, a Torre dos Clérigos e mesmo em frente à antiga Cadeia e Tribunal da Relação, um edifício do arquiteto Eugénio dos Santos, inaugurado em 1767, cuja construção foi financiada pela Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro.


65

«PORTUGAL SOU EU» PROMOVE VALORIZAÇÃO DA PRODUÇÃO NACIONAL “Portugal Sou Eu” é uma iniciativa de marketing coletivo do governo português, lançada em dezembro de 2012 com o propósito de melhorar a competitividade das empresas portuguesas, promover o equilíbrio da balança comercial, combater o desemprego e contribuir para o crescimento económico do país. O programa é gerido por um órgão operacional, liderado pelo IAPMEI,

do qual também fazem parte as associações AEP, AIP e CAP. No âmbito desta iniciativa, a Associação Empresarial de Portugal (AEP) apoiou “A Vindima”, um evento de valorização da oferta nacional, que promove, em simultâneo, uma das mais emblemáticas tradições culturais de Portugal. Pretende-se, desta forma, lançar um acontecimento distintivo, de perfil fortemente mediático, focado em mensagens chave de valorização da oferta nacional que,

num futuro próximo, possa também ser um potenciador turístico, semelhante a outros que já se tornaram referências internacionais. “A Vindima” é, assim, a transposição para o universo português de um formato de eventos, já testado internacionalmente, apoiado em elementos tradicionais e distintivos de determinadas cidades ou regiões, elevados ao patamar de marcas de diferenciação, com forte impacto positivo na opinião pública. REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


A M B I E N T E

Água da Torneira:

uma “água de confiança” Em 2012, a AdDP realizou 33.070 análises à sua água, quando o mínimo legal exigido era de 10.950, de forma a demonstrar aos seus clientes, consumidores, fornecedores e autoridades competentes que a água abastecida é de excelente qualidade e merece a confiança dos portugueses. Fotos: AdDP

Para acabar com as dúvidas que surgem em relação ao consumo de água canalizada, a Águas do Douro e Paiva (AdDP) efetua um “trabalho diário para garantir que a água que chega a casa dos consumidores é de excelente qualidade”. Por isso – referiu Álvaro Castello-Branco, presidente do Conselho de Administração da empresa – são investidos “muitos recursos técnicos e humanos para garantir essa mesma qualidade”. “Sendo a AdDP uma empresa de capitais integralmente públicos, responsável pela conceção, construção e gestão do sistema de captação, tratamento e distribuição em alta de água para consumo humano a 20 municípios, tem de estar ciente das responsabilidades que advêm do abastecimento de água a cerca


ÁGUAS D O D OU R O E PA I VA

de 1,8 milhões de pessoas, do seu papel como instrumento de desenvolvimento da região e do facto de estar integrada no setor do ambiente”, apontou. Assim, a entidade assumiu, desde logo, o compromisso de apostar num “modelo de gestão integrada sustentável”, que concretiza “de forma eficaz os compromissos com a sustentabilidade económica, ambiental e social, garantindo resultados financeiros que permitem uma tarifa justa e socialmente aceitável, a par da criação de valor para acionistas e partes interessadas. Estas metas estão patentes “em todos os processos do Sistema de Gestão Integrada (SGI), que abrangem a conceção, construção e gestão do

sistema de captação, tratamento e distribuição de água para consumo humano”, esclareceu o responsável.

ÁGUA DA AdDP RECONHECIDA COMO “UMA DAS MELHORES DO PAÍS” Nos últimos anos, no setor do abastecimento de água, tem havido uma mudança na forma como o risco é percecionado e gerido, tendo-se consolidado a ideia de que a forma mais eficaz de assegurar um abastecimento seguro de água para consumo humano é a aplicação de uma metodologia de gestão de risco que cubra todo o sistema desde

67

a captação ao consumidor final. Neste sentido, e seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), através das Guidelines for Drinking Water e da International Water Association (IWA), da Carta de Bona e, posteriormente, da Entidade Reguladora do setor, a ERSAR, a AdDP implementou, em 2006, um Plano de Segurança da Água (PSA). Tal como esclareceu Álvaro Castello-Branco, o PSA contempla a “aplicação de princípios de avaliação e de gestão de riscos na produção e distribuição de água, complementando o controlo desde sempre realizado através da monitorização de conformidade do produto final”. A metodologia seguida visa, assim, uma abordagem preventiva através de uma efetiva gestão e operação de origens de água, estações de tratamento e sistemas de distribuição, reforçando a segurança da qualidade da água e a proteção da saúde pública. Com o Plano de Segurança da Água implementado, e sujeito periodicamente a auditorias internas e externas, a AdDP consegue demonstrar aos seus clientes, consumidores, autoridade de saúde e entidade reguladora que aplica as melhores práticas para assegurar a segurança da água que abastece, reforçando, assim, a sua responsabilidade social. Para garantir que o seu abastecimento é seguro, e responder às expectativas dos seus clientes, a REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


A M B I E N T E

AdDP realizou, em 2012, 33.070 análises nos pontos de entrega aos seus clientes, recorrendo a laboratórios acreditados e técnicos certificados, com os resultados obtidos a serem verificados pela ERSAR. As determinações efetuadas na água tratada – que superaram largamente o número exigido pela legislação: naquele ano de 10.950 – reconheceram-na como “uma das melhores águas do país”. “No caso da Águas do Douro e Paiva, com o indicador de água segura (indicador de água controlada e de boa qualidade) a atingir os 99,96%, podemos garantir aos nossos consumidores que podem beber água da torneira com confiança”, assegurou o presidente do Conselho de Administração da empresa. Apesar de ainda existir o mito de que a água canalizada é de inferior qualidade, a ERSAR realça que, nas duas últimas décadas, têm sido enormes os progressos conseguidos ao nível da qualidade da água e do desempenho dos sistemas de abastecimento de água em Portugal. Aliás, no seu último relatório anual sobre o “Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano” revelou que o resultado do esforço desenvolvido pelos intervenientes do setor fez com que a qualidade da água evoluísse de 50 para 98%, de 1993 até 2011.

QUALIDADE, ACESSIBILIDADE E PREÇO SÃO AS GRANDES MAIS VALIAS Com o objetivo de dar a conhecer à população o esforço que tem sido feito na melhoria das infraestruturas da empresa e, consequentemente, do produto final entregue para consumo, a AdDP lançou, em 2008, uma campanha de sensibilização para o consumo humano de Água da Torneira. “Temos vindo a passar a mensagem do trabalho realizado através de uma campanha de comunicação multimeios assente em três principais pilares: a Água da Torneira é um produto de confiança que garante o respeito pelos melhores procedimentos e rigorosas medidas de controlo (qualidade), é acessível para consumo imediato (acessibilidade), sem restrições de quantidade, em casa dos consumidores, nos seus empregos, nos restaurantes, bares e cafés e é a escolha mais económica (preço)”, sublinhou o responsável. Esta campanha pretende atingir todos os cidadãos, dos 8 aos 80 anos. “Assim, assume não só várias linguagens, de acordo com a faixa etária, como se serve também de diferentes meios, indo ao encontro das pessoas, em ações de rua

e marketing direto de contacto com a população”, referiu Álvaro Castello-Branco. A comunicação e a aproximação aos clientes foram, desde sempre, uma das preocupações assumidas pela empresa. “A AdDP adotou, desde sempre, uma postura de transparência em termos de comunicação com os seus clientes, fornecedores, colaboradores e demais partes interessadas, desde o reporte dos resultados anuais efetuados através do Relatório e Contas, à publicação, desde 2006, de Relatórios de Sustentabilidade, através dos quais partilha a política empresarial, os objetivos estabelecidos e o desempenho atingido nas três vertentes do desenvolvimento sustentável: económica, social e ambiental”, acrescentou. Além disso, a entidade decidiu também reforçar a sua comunicação com os clientes através do seu site (http://www.addp.pt/pt/home. php), disponibilizando dados dos caudais fornecidos e das pressões por ponto de entrega de cada município, que são atualizados com uma frequência de 30 minutos. Esta informação permite detetar, em colaboração com os municípios, ruturas na rede em baixa o que constitui um contributo importante para o controlo de perdas nas redes municipais.


PUB


SRU Fotos: Porto Vivo, SRU

As intervenções de reabilitação do eixo Mouzinho/Flores, e do programa de realojamento do Morro da Sé, prosseguem a bom ritmo, contribuindo para uma profunda transformação do Centro Histórico portuense.

MORRO DA SÉ Prossegue a implementação do Programa de Realojamento do Morro da Sé (www.portovivosru. pt/morro_se/index.php) que irá gerar cerca de 80 apartamentos - uma parte para realojar famílias da zona, que daqui saíram temporariamente, outra para lançar no mercado de arrendamento de cariz social. Das 10 operações previstas, 7 estão em obra, 2 têm os projetos já concluídos, estando em preparação o processo de lançamento dos concursos para a adjudicação das respetivas empreitadas, sendo que a última está em fase de poder avançar para projeto de arquitetura. Esta operação assenta num modelo muito interessante e operacional, de parceria com um proprietário privado de dois edifícios confinantes com o da Porto Vivo, SRU, situação que exigiu uma maior maturação em todo o processo. Assim se reabilita e regenera o sítio onde o Porto nasceu há quatro mil anos, corrigindo as ruturas da paisagem urbana e a degradação do bem classificado pela UNESCO em 1996 como património mundial,

CO-Financiamento:

criando-se novas residências com o conforto do século XXI e com os cuidados que atualmente se exigem ao nível da eficiência energética. De facto, sendo isso determinante, não basta conservar o património, impõe-se reutilizá-lo, dotando-o de boas condições de habitabilidade, mesmo em habitação a custos controlados como é o caso deste Programa de Realojamento. Dos cerca de 60 mil metros quadrados de área construída do Morro da Sé, até ao início de 2015, cerca de 8.500 (cerca de 30% da área construída que necessita de obras profundas) estarão reabilitados e em uso, podendo aí instalar-se mais 50 novas famílias, provavelmente de jovens, e com hábitos de vida capazes de induzir a revitalização deste território. Ainda em 2013, irão concluir-se 11 habitações - 2 T0, 2 T1, 6 T2 e 1 T3, este num edifício unifamiliar, bem como 5 espaços comerciais com uma área total de cerca de 300 metros quadrados.


CENTRO HISTÓRICO

71

EM MUDANÇA

EIXO MOUZINHO/FLORES

Também no Eixo Mouzinho/Flores se continua a fazer a mudança do Centro Histórico, dando execução ao desígnio municipal e à missão da Porto Vivo, SRU, e cumprindo-se o Plano de Gestão do Centro Histórico do Porto Património Mundial (http://www.portovivosru.pt/pdfs/pgestao_.pdf) e o Programa de Ação comparticipado pelo QREN. Estando já cumprida a generalidade das operações, é a Requalificação do Espaço Público que agora marca o ritmo da conclusão deste programa, prevendo-se para o início do outono a conclusão desta obra. Já há fases concluídas, outras em ultimação e novas frentes de obra que se iniciam. Mas o resultado final de verdadeira requalificação é já perceptível, quer por quem visita a área, quer pelos moradores e por quem lá trabalha que, apostando numa boa causa e tendo uma boa relação com a obra, têm sentido diretamente muitos constrangimentos no seu quotidiano. A zona mais a sul, que inclui o Infante e a Rua de S. João tem a obra concluída. O Largo dos Lóios

CO-Financiamento:

e a Rua de Mouzinho da Silveira, estão em fase final de trabalhos que se concluem em breve. Parte-se agora para o último trecho, o da Rua das Flores/Largo de S Domingos, zona que vai sofrer a maior transformação formal e funcional, com a criação da zona pedonal, num complemento exterior claro das atividades comerciais que se desenvolvem dentro de portas. O mercado já compreendeu a mudança e nesta zona surgem novas lojas dos mais variados perfis; investimentos em apartamentos de vocação turística e hosteis são também visíveis, acompanhando a dinâmica estabelecida nas extremidades deste eixo central do Centro Histórico Património Mundial, em volta do Palácio da Bolsa, do Instituto do Vinho do Douro e do Porto, do Mercado Ferreira Borges e do Palácio das Artes, e a norte, em volta do Quarteirão das Cardosas e do Hotel Intercontinental. REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


A U T A R Q U I A S

Cidade «à moda do Porto» Numa altura de transição para o executivo camarário, em que se encerra um ciclo autárquico iniciado em 2002, o Porto conta com uma nova imagem que se reflete nas mais diversas vertentes. O desenvolvimento, quer em termos físicos, quer estruturais, foi notório, sendo que a cidade tem vindo a aumentar, exponencialmente, a sua imagem tanto em Portugal como no estrangeiro, tendo, já por duas vezes, obtido o epíteto de Melhor Destino. Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: CMP

PARQUE DA CIDADE: AUTARQUIA JÁ DETÉM TOTALIDADE DO MAIOR ESPAÇO VERDE DA CIDADE A Câmara do Porto já procedeu ao pagamento da última tranche da verba em falta, que ascendia a 24,5 milhões de euros, referente aos terrenos do Parque da Cidade, pelo que aquele espaço urbano “está totalmente pago” e é propriedade integral da autarquia. A verba teve de ser paga na sequência de uma sentença judicial, e de um posterior acordo extrajudicial firmado em 2009, o qual colocou um ponto final no diferendo existente, que englobava 11 processos relativos

às referidas parcelas de terreno, uma querela que remontava a 1996. A questão ganhou novos contornos quando, logo após ter sido empossado, em 2002, como presidente da Câmara, Rui Rio decidiu revogar a aprovação do seu antecessor, Nuno Cardoso, que tinha decidido dar luz verde ao direito de construção nos referidos terrenos, que também foram alvo de expropriação por parte da autarquia.Com a assinatura do acordo extrajudicial, através da assinatura de contratos-promessa com os proprietários das referidas parcelas situadas no Parque da Cidade, para os quais a autarquia desembolsou cerca de 50 milhões de euros, o município não só travava de vez

o desenvolvimento das ações judiciais interpostas, como assegurava, igualmente, a posse daquele espaço nobre da cidade, mantendo-o a salvo de construções no seu interior, mediante diversas contrapartidas financeiras e imobiliárias. De acordo com a autarquia, a «resolução definitiva deste problema constitui uma “folga” orçamental para o futuro».

PORTO ELEITO NOVAMENTE COMO MELHOR DESTINO Depois de ter sido escolhida como Melhor Destino Europeu em 2012, a cidade do Porto viu, mais uma vez, reconhecidos os


P ORTO

73

seus infindáveis encantos ao ser eleita como a melhor de dez destinos de férias da Europa para 2013. O atributo foi-lhe reconhecido pela editora de guias de viagem Lonely Planet, uma distinção internacional que inclui os destinos que os editores da publicação classificam como “hot spots” a visitar. A cidade do Porto e a região do Douro ficaram classificadas em primeiro lugar pelos editores e cronistas de viagens da Lonely Planet, numa lista que incluiu destinos como Budapeste (Hungria), Moravia (República Checa), Berna (Suíça), Marselha (França), Zagreb (Croácia), Copenhaga (Dinamarca), Cinque Terre (Itália), Islândia do Norte e Irlanda do Norte. REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


A U T A R Q U I A S

“NOVO” MERCADO DO BOM SUCESSO: EQUIPAMENTO DE QUALIDADE A cidade do Porto conta com mais um espaço comercial de referência. Depois de uma profunda reabilitação, o Mercado do Bom Sucesso reabriu as portas, no passado mês de junho, com o mesmo perfil exterior, mas com um interior totalmente remodelado. A construção do novo equipamento representa um investimento global de 12 milhões de euros e resulta de uma parceria entre o setor público - neste caso a autarquia - e o privado. Embora conservando a sua forte e tradicional vertente de mercado de frescos, o espaço transformou-se numa imagem modernidade, com o intuito de se apresentar devidamente adequado aos novos padrões e hábitos de consumo e com um apreciável nível de sofisticação, assente numa oferta diferenciada e abrangente de produtos alimentares da melhor qualidade, onde se dá relevo a marcas nacionais. A área renovada contempla 38 espaços, um mercado de frescos com “44

bancas de venda de produtos variados”, num conceito mais atrativo e atual, um hotel de quatro estrelas, com 85 quartos, zona destinada a escritórios e dois parques de estacionamento: um com 17 lugares, de serviço ao hotel, e outro com 37, para serviços e lojistas.

REQUALIFICAÇÃO E MANUTENÇÃO DO PARQUE ESCOLAR ULTRAPASSA OS 32M DE EUROS Requalificar e modernizar os edifícios das escolas públicas é, desde 2002, uma das prioridades da Câmara do Porto, numa perspetiva de qualidade para a prática de um ensino moderno, adaptado aos conteúdos programáticos, às didáticas e às novas tecnologias de comunicação e informação. O programa Escola Viva concretiza um plano de requalificação das escolas municipais do Porto, que tem por base a melhoria das condições dos seus espaços físicos

interiores e exteriores. Com a implementação deste programa no terreno, tem vindo a decorrer uma melhoria significativa das condições de habitabilidade, segurança e acessibilidade, adaptando os espaços escolares às exigências decorrentes de novos paradigmas educativos e ambientais, garantindo, em simultâneo, um modelo de gestão que responda eficazmente às solicitações de conservação e manutenção, evitando a degradação dos edifícios. A autarquia investiu, na última década, cerca de 32 milhões de euros na requalificação e manutenção do seu parque escolar (21 e 11 milhões, respetivamente). No momento em que se encontra praticamente concluída a requalificação do edificado de todas as escolas básicas do 1.º ciclo da rede pública, importa destacar, das inúmeras alterações efetuadas, que as EB do Bom Pastor, Campinas, S. Miguel de Nevogilde, Antas, Costa Cabral e Miosótis, foram intervenções candidatas à Bolsa de Mérito ON2/QREN.


PUB


A U T A R Q U I A S

12 ANOS QUE TRANSFORMARAM OS BAIRROS PORTUENSES Dos 50 bairros municipais que constituem a habitação social na cidade do Porto, aqueles que foram classificados como os mais degradados sofreram, nos últimos 12 anos, uma requalificação profunda que transformou os 12.568 fogos em casas mais dignas para os 29.500 portuenses que os habitam, bem como as suas áreas envolventes. De acordo com a Domus Social, entidade pública de âmbito municipal, constituída com a responsabilidade de gerir o parque habitacional do município, bem como a manutenção de equipamentos e infraestruturas, do domínio público e privado, a situação que se vivia em 2002 mostrava uma profunda degradação do parque habitacional, injustiças ao nível de um desapropriado regime de rendas, dispersão de competências por

vários serviços e uma gestão deficitária do parque habitacional. A intervenção profunda que se tem vindo a operar ao nível da requalificação dos bairros portuenses, a introdução do novo regime de rendas - que traduz maior justiça social - e de classificação dos bairros – de acordo com o seu estado de conservação e nível de conforto – a par da criação do Gabinete do Inquilino Municipal e de diversos Planos Especiais de Intervenção, modificaram o panorama dos bairros camarários que apresentam, agora, uma boa qualidade habitacional. De entre os classificados como de intervenção urgente foram já reabilitados os das Campinas, Carriçal, Carvalhido, Dr. Nuno Pinheiro Torres, Duque de Saldanha, Fernão de Magalhães, Fonte da Moura, Francos, Lordelo, Outeiro, Pio XII, Regado e Vale Formoso, sendo que se encontram em fase de reabilitação os de Aldoar, Contumil, Rainha D. Leonor, Santa Luzia, S. Roque da Lameira e Lagar-

teiro. Todas estas intervenções preveem-se concluídas até ao final de 2013, com exceção do Bairro de Santa Luzia que, dada a dimensão, prolongar-se-á até 2014. Este conjunto de intervenções irá concluir o plano estratégico de grande requalificação massificada dos bairros sociais municipais mais degradados, estimando-se, de seguida, uma fase de manutenção preventiva em maior escala, alargada a todo o conjunto de bairros. Apesar da grande evolução sofrida com estas intervenções, a empresa municipal faz notar que a «desvinculação por parte do IHRU dos acordos de colaboração que havia subscrito com o município e do apoio financeiro subjacente a estas ações de grande requalificação de habitação social, determinou um ritmo de obras inferior ao que vinha sendo seguido e o consequente prolongar no tempo das ações que se previa concluir até ao final de 2013».


PUB


P O R T O

D ´ A R T E

nova estação Ao ritmo da Há música erudita, bailarinos que pisam as incertezas da atualidade com os próprios pés, borrifos de imaginação e exposições que apresentam diferentes tipos de paisagem. O fim do verão promete trazer um novo fôlego aos palcos culturais da cidade do Porto. Texto: Mariana Albuquerque Fotos: TNSJ/CdM/Serralves

TEATRO NACIONAL SÃO JOÃO: MARIONETAS, ANTI-HERÓIS E GRITOS DE REIVINDICAÇÃO São, porventura, as criaturas inanimadas mais animadas de sempre e prometem fazer das suas pela cidade do Porto, no início de outubro. O Mosteiro de São Bento da Vitória (MSBV) volta, este ano, a ser uma das paragens obrigatórias do Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP), abrindo as portas aos seus espetáculos e às habituais ações de formação que têm caracterizado o evento. Assim, entre os dias 9 e 13 de outubro, a encenadora russa Anna Ivanova-Brashinskaya vai dirigir uma oficina centrada no

desenvolvimento de uma narrativa puramente visual. Em “Show me a Story”, os participantes são convidados a adquirir competências interpretativas visuais através de exercícios práticos realizados individualmente ou em pequenos grupos, recorrendo apenas ao movimento e à manipulação de objetos. Mais tarde, entre os dias 18 e 27, o Teatro Carlos Alberto (TCA) vai aplaudir o regresso da dramaturga Cláudia Lucas Chéu, com a peça “Violência – Fetiche do Homem Bom”, que conta a história de dois irmãos gémeos, com nomes bíblicos, adeptos de junk food e fãs da estrela porno Sasha Grey. Nesta história de anti-heróis, “comida e sexo pontuam por dentro de mecanismos de representação de uma violência que, de tão

normalizada pela bondade, se foi tornando invisível”. No mesmo palco, mas em novembro, de 15 a 24, os intérpretes Ana Vitorino, Carlos Costa e Pedro Carreira vão pôr a nu o que é secreto nas arenas políticas e mediáticas do Ocidente. Com a obra “Ficheiros Secretos”, do coletivo Visões Úteis, o teatro promete mostrar a sua posição, “colocando em tensão a esfera do segredo e o direito do acesso público à informação, os meios de coação do sistema vigente e as utopias piratas que o boicotam”. E como as crianças também podem ser poderosos públicos teatrais, o TNSJ vai espicaçar o poder da imaginação e apresentar, entre 19 e 23 de novembro, o espetáculo “Comer a Língua”, criado pelo Teatro Frio a convite da Guimarães 2012, partindo de


ESPETÁCULOS/ EVENTOS

poemas de Regina Guimarães. No último mês do ano, de 11 a 15, o TCA vai receber “Alice”, em estreia absoluta, sob a influência do clássico “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll, obra que já suscitou múltiplas interpretações.

SERRALVES: QUANDO AS PAISAGENS “ARTIFICIAIS” SE FUNDEM COM AS REAIS O ritmo das estações, as colheitas, os saberes e as práticas ancestrais ligadas à tradição rural, a produção de alimentos em modo biológico, as dietas alimentares alternativas e o consumo responsável são algumas das temáticas em destaque na

5.ª edição da Festa do Outono de Serralves (a 6 de outubro), cujas atividades, gratuitas, prometem dirigir-se a todas as idades. Ainda antes da celebração da nova estação, a 4 de outubro, o coletivo Nominoë apresentará o projeto “Ex-Machina”, que tem como protagonistas sete máquinas de projeção, cinco microfones e mobiles suspensos. Esta proposta tem como base a utilização do cinema enquanto meio e a sua redução aos princípios ativos elementares: a luz e a sombra, pela manipulação dos projetores enquanto fontes de luz pura. Depois, na área da dança e performance, Serralves apresentará também, nos dias 26 e 27 de outubro, “Evaporated Landscapes”, da coreógrafa Mette Ingvartsen, que investigou paisagens artificiais

79

que se fundem e transformam, transportando o público “para um mundo de fenómenos aparentemente naturais, alheio à presença humana”. De salientar também a mostra “Parque de Serralves: paisagem REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


P O R T O

D ´ A R T E

com vida” que, até ao dia 3 de novembro, contará a história e evolução daquele espaço, enaltecendo os seus criadores, proprietários e conservadores. “Uma paisagem singular” que o equipamento cultural desafia os cidadãos a descobrir.

CASA DA MÚSICA: OUTONO DE JAZZ, BARROCO E “FUTURISMUS” A chegada da estação do ano que sucede ao verão será assinalada

no equipamento cultural projetado por Rem Koolhaas com o festival “Outono em Jazz”, entre os dias 11 e 13 de outubro, conjugando nomes consagrados com as novas figuras da sonoridade. Gregory Porter, Samuel James, Jeff Parker & Rob Mazurek e Django Bates Trio são alguns dos artistas em destaque durante o fim de semana. Segue-se, no dia 15, um concerto de Rita Ruivo que, acompanhada na guitarra portuguesa por Miguel Amaral, canta os amores e desamores com o fervor especial dos fados tradicionais. Já mais

para o final do mês, a partir de 27, a Casa da Música (CdM) abre as portas a um novo momento de programação – “À volta do Barroco”. Considerado o maior proeminente especialista em pianoforte da atualidade, Andreas Staier vai apresentar, a 2 de novembro, as “33 Variações sobre uma valsa de Anton Diabelli”, obra que representa “o conjunto de variações mais notável jamais escrito para este instrumento”. E a lembrar também que, este ano, o país em destaque na agenda da CdM é a Itália, de 19 a 26 de novembro o equipamento iniciará o ciclo “Futurismus”, legado do Movimento Futurista Italiano. Nesta nova fase programática, pretende-se colocar em confronto obras que encarnam os preceitos estéticos “futuristas” com a criação musical contemporânea nas suas mais variadas expressões e géneros, desde a produzida por DJs até à música erudita da era digital. Neste contexto, salienta-se, por exemplo, o projeto “Ballet Mécanique”, do realizador Fernand Léger e do compositor Georges Antheil, considerado um marco na história do cinema e da música.


PUB

-

Inaugurações Festas temáticas Cocktails Casamentos Passagem de modelos Decorações Exposições Mailings personalizados Assessoria de imprensa

Produção de Eventos, LDA. batata@batata.pt - 918 511 959 / 918 620 867 - www.batata.pt


Á G U A S

D O

P O R T O

Bebedouro de Carlos Alberto

Parque de Nova Sintra

um museu ao ar livre Localizado numa zona sobranceira ao Douro, com uma vista magnífica sobre o rio, o Parque de Nova Sintra funciona como um verdadeiro museu ao ar livre que reúne um espólio das antigas fontes e chafarizes da cidade do Porto. Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira


83

Arca do Anjo

Arca de Santo Isidro

E

stes exemplares de rara beleza arquitetónica tiveram um papel fundamental na história do abastecimento de água à cidade. Durante séculos, os portuenses abasteceram-se nas inúmeras fontes e chafarizes espalhados um pouco por toda a cidade, que eram alimentados pela água dos mananciais de Paranhos, Salgueiros e muitos outros, de menor dimensão. No final do século XVIII, o número de fontes públicas ultrapassava a centena. Com a chegada do abastecimento domiciliário

de água ao Porto, entre o final do século XIX e o início do século XX, as fontes e chafarizes perderam a sua funcionalidade e foram sendo, gradualmente, desativadas, tendo, algumas delas, sido transferidas para o ambiente bucólico dos jardins e da mata de Nova Sintra. Nas sinuosas alamedas do parque, ladeadas por uma abundante flora, rica em essências e perfumes balsâmicos, é possível admirar 17 fontes e chafarizes devidamente reconstituídos, restaurados e preservados pela empresa municipal Águas do Porto. O espaço está aberto ao público todos os dias úteis, das 9h00 às 17h00, e a entrada é gratuita.

Fontes e Chafarizes expostos no Parque de Nova Sintra

Chafariz de S. Bento da Avé Maria (1580) | Fonte do Ribeirinho ou dos Ablativos (1790) | Fonte de Cedofeita (1826) | 1.ª Fonte da Arrábida | Fonte de S. Domingos (1849) | Fonte da Feira dos Carneiros ou Chafariz de Camões | Fonte da Rua Garrett | Fonte da Rua da Fontinha (1866) | Depósito de Água (1886) | Arca do Anjo (1893) | Fonte do Campo Alegre | Fonte dos Passarinhos | Fonte do Seixal | Arca de Santo Isidro | Chafariz do Convento de Santa Maria | Bebedouro de Carlos Alberto | Fonte do Universo REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


M E M Ó R I A S

A rua do explorador

Texto: Marta Almeida Carvalho

A rua de Brito Capelo, em Matosinhos, sempre se caracterizou como uma artéria comercial. Rica em diversos tipos de negócios, que foram mudando ao longo dos tempos, presta homenagem a Hermenegildo Carlos de Brito Capelo, explorador português em África, ao serviço de três reis de Portugal.

N

o início era larga, composta por edifícios térreos, com uma faixa lateral onde circulava o elétrico. Depois, com a massificação do automóvel, passou a disponibilizar uma das faixas laterais para estacionamento (em espinha), enquanto na outra continuava a circular o elétrico, que empancava, constantemente, nos carros estacionados. Loja do Povo, Tabacaria Si-

mões, Ouriversaria Carvalho, Fotografia Industrial, Confeitaria Paris e um barbeiro muito popular, foram estabelecimentos comerciais de relevo da rua Brito Capelo, onde até se instalaram os serviços dos Paços do Concelho. Por lá passa, atualmente, a linha de Metro e, apesar de se manter como uma artéria comercial, a crise está, naturalmente, a afetar a vitalidade da conhecida rua de Matosinhos. Hermene-


B R I TO CA P E LO

gildo Carlos de Brito Capelo foi um oficial da Marinha portuguesa e explorador do continente africano durante o último quartel do século XIX. Participou com Roberto Ivens na célebre travessia entre Angola e a costa do Índico. Foi ajudante-de-campo dos reis D. Luís, D. Carlos e chefe da casa militar do rei D. Manuel II, ministro plenipotenciário de Portugal junto do Sultão de Zanzibar, organizador de uma carta geográfica da província de

Angola, delegado do governo num congresso de Bruxelas e presidente da comissão de cartografia. Hermenegildo Capelo foi promovido a contra–almirante em 1902 e a vice–almirante em 1906. Muito dedicado ao rei D. Manuel II, acompanhou-o até à partida para o exílio, em 5 de outubro de 1910. A 24 do referido mês, tendo pedido a demissão, deu por terminada a sua carreira militar ao longo da qual recebeu, entre outras, condecorações como

85

o Grande Colar e Grã-Cruz da Ordem de Santiago e Espada, Grã-Cruz da Ordem de Avis, Grande Colar da Ordem de Torre e Espada, Grã-Cruz da Légion d’Honneur de França, da Royal Victorian Order de Inglaterra, do Mérito Naval de Espanha, da Ordem de S. Estanislau e da Ordem da Estrela Negra da Alemanha.

REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


M Ú S I C A

Concertos, lançamentos, curiosidades Pablo Alborán no Coliseu do Porto em outubro Pablo Alborán regressa aos palcos nacionais em outubro, para dois concertos em nome próprio. O artista que mais vendeu em Portugal em 2012, tendo batido o recorde de 37 semanas de permanência no primeiro lugar do top de vendas nacional e alcançado seis discos de Platina por mais de 90 mil unidades vendidas de “En Acustico”, sobe ao palco do Coliseu do Porto a 25 de outubro, atuando no dia seguinte no Campo Pequeno, em Lisboa. Em apresentação estará “Tanto”, o seu mais recente disco de originais, lançado em novembro do ano passado. Os bilhetes para os espetáculos encontram-se à venda nos locais habituais.

Confirmado novo álbum dos Blur Damon Albarn, vocalista dos Blur, confirmou o lançamento de um novo álbum da banda. O novo registo – o primeiro desde 2003, ano em que lançaram “Think Tank” – começará a ser composto logo após Albarn editar o seu novo trabalho a solo, segundo o próprio revelou ao “The Wall Street Journal”: “Os Blur vão trabalhar num novo álbum após o lançamento do meu álbum a solo”. Este é, nas palavras do cantor, “bastante íntimo”. “Poderão ouvir muita coisa sobre o que se está a passar”, contou sobre o disco que conta com a participação de Richard Russel, patrão da XL Records.

Recorde-se que os rumores sobre um novo álbum dos Blur adensaram-se após Damon ter revelado a intenção do grupo em gravar novo material em Tokyo, no início do ano. Atualmente, o vocalista encontra-se em Nova Iorque a promover o seu musical “Monkey: Journey To The West”.


87

Coliseu recebe Os Azeitonas em novembro Os Azeitonas anunciaram o concerto de apresentação do novo álbum no mítico Coliseu do Porto, a 2 de novembro. Esta será a primeira vez que o grupo irá atuar neste palco e fica, desde já, prometido um concerto onde, para além de boa parte dos temas que compõem o novo disco, não faltarão os seus maiores êxitos, entre os quais o incontornável “Anda comigo ver os aviões”. Do quarto disco de originais do grupo, lançado em julho, ficou conhecido o single “Ray-Dee-Oh” que, além de poder ser

ouvido nas rádios, pode ser adquirido em todas as lojas digitais ou escutado na íntegra nos serviços de streaming disponíveis. “Ray-Dee-Oh” promete ser um dos grandes êxitos do ano, mantendo-se desde a sua edição, na tabela das músicas mais vendidas.

Blasted Mechanism atuam na Casa da Música O espetáculo da banda irá ter lugar a 12 de novembro, às 21h30, na Casa da Música, no Porto. Guitshu (voz), Valdjiu (bambuleco, kalachakra, banjo-bandola), Ary (baixo), Syncron (bateria), Winga (percussões) e Zymon (guitarra, sitar eléctrica, teclas) compõem a formação de rock alternativo, que recorre a vários elementos eletrónicos. Nascida em 1995, pela mão de Valdjiu e Karkov, como uma banda diferente no espetro musical português, autodefinem-se como “um projeto artístico de música tocada por seres de outro mundo”, destacando-se, no panorama musical, pela sua imagem forte, extravagante e por uma música de fusão, incorporando elementos tradicionais de vários países , como por exemplo, na música We do álbum “Sound in Light”, onde é possível ouvir

guitarra portuguesa tocada por António Chainho, com música rock eletrónica. São conhecidos também por inventarem e construírem alguns dos instrumentos que utilizam como a Kalachakra e o Bambuleco, os quais vão buscar alguma inspiração à cultura oriental.

REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


A U T A R Q U I A S


M ATOSI N H OS

Pela diferença Texto: Mariana Albuquerque Fotos: Francisco Teixeira (CMM)

ERGUER A BANDEIRA DA SOLIDARIEDADE Numa altura de balanço deste último ciclo autárquico, o presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto, encara com satisfação o conjunto de obras e de investimentos que dinamizou nos últimos anos. A aposta numa “política inclusiva” foi, para o autarca, uma das grandes mais valias do desempenho da sua equipa, que inaugurou, recentemente, as novas instalações da Associação de Apoio à Juventude

89

Cimentar uma política inclusiva, apostando na construção de equipamentos destinados à deficiência e à terceira idade, e abrir as portas de Matosinhos a uma revolução protagonizada por novas empresas e projetos foram alguns dos vetores que pautaram a atuação da autarquia nos últimos anos.

Deficiente (AAJUDE). O projeto, que, no total, envolveu um investimento de quase dois milhões de euros, permitiu a construção de um edifício com as valências de Lar Residencial, Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) e Serviço de Apoio Domiciliário (SAD). De acordo com Guilherme Pinto, o município ergueu, assim, uma vez mais, a sua “bandeira da solidariedade”. “Temos tido a preocupação de investir numa política inclusiva, com vários equipamentos destinados à deficiência e muitas sedes entregues a instituições que fazem a diferença”, salientou. De esclarecer que a AAJUDE é uma Instituição Particular REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


A U T A R Q U I A S

de Solidariedade Social que apoia pessoas portadoras de deficiência mental e que integra, desde 2008, a Rede Social de Matosinhos. De resto, acrescentou o autarca, a área social, na qual também estão incluídos os lares da terceira idade, tem sido um dos setores mais trabalhados pelo executivo. “Inaugurámos mais de 20 equipamentos nestes oito anos, o que é um belo número, que também revela bem a capacidade das instituições, já que eu as desafiei, há cerca de quatro anos, a concorrerem ao POPH [Programa Operacional Potencial Humano] para suprirmos as dificuldades”, afirmou, realçando que, até ao final do ano, será feito um balanço de todas as obras feitas neste âmbito. “Desconfio que Matosinhos esteja, neste momento, quase a 100% em matéria de lares da terceira idade”, sustentou.

“REVOLUÇÃO TOTAL NO CONCELHO” Para além da renovação do parque escolar com 27 novas escolas, dos equipamentos sociais, da requalificação e construção de 29 equipamentos desportivos e do apoio a mais de 1500 famílias através do programa de apoio ao arrendamento, o presidente da autarquia de Matosinhos destacou o investimento camarário de um milhão e 700 mil euros no município, sendo que 500 mil já estão a acontecer. “Quando o terminal de cruzeiros estiver concluído, o pólo do Mar da Universidade do Porto em funcionamento e a Porto Business School, o CEIA [Centro de Investigação e Aeronáutica] e as plataformas logísticas terminados haverá uma revolução total no concelho”, sublinhou o autarca. Transformação essa para a qual também contribuirá a instalação de uma nova fábrica da Ramirez em Lavra, num investimento de 18 milhões de euros. O novo equipamento da conserveira, em atividade há já 160 anos, inclui um museu e um espaço de degustação, dispondo de 20 mil metros quadrados de edifícios industriais e de uma área total de 40 mil metros quadrados. Numa primeira fase, a “Ramirez 1853” criará “mais 20 ou 30” novos postos de trabalho, valor que deverá chegar aos 50 a médio prazo. A captação de investimentos no município tem sido uma das estratégias da autarquia na luta contra o desemprego. Aliás, segundo Guilherme Pinto, já foi possível reduzir “mil desempregados desde o


PUB


A U T A R Q U I A S

Metropolitana do Porto (AMP) que mais recicla. A distinção tem em conta critérios relacionados com as quantidades entregues para reciclagem, a valorização orgânica e a boa qualidade dos resíduos. Com efeito, o concelho implementou, nos últimos anos, um conjunto de projetos destinados a dar resposta à “Política dos 4 R’s” – Redução, Reutilização, Reciclagem e Responsabilização. Um deles é o Ecomóvel, que procede à recolha gratuita de objetos volumosos, como colchões e eletrodomésticos, quando provenientes de habitações particulares, desde que o munícipe não tenha condições para se deslocar ao Ecocentro. De referir também a recolha seletiva de óleos usados, de papel, cartão e plásticos do comércio e indústrias do concelho e ainda dos resíduos orgânicos da restauração.

BRITO CAPELO: TRANSFORMAÇÃO QUE “NÃO SE FAZ NUM DIA” início do ano”, prevendo-se a redução de mais dois mil “nos próximos seis meses”. “Matosinhos está numa situação única, temos uma estratégia bem sucedida”, reconheceu o autarca, acrescentando que a fórmula “M2C” (Mar, Movimento, Cultura) foi um dos ingredientes que contribuiu para o desempenho do município.

POUPANÇA E EFICIÊNCIA COMO ESTRATÉGIAS QUE VISAM “FAZER A DIFERENÇA” E numa altura em que o regresso às aulas ficou marcado pelo aumento do preço dos manuais escolares, Matosinhos reforçou a ação do seu Banco de Livros, a funcionar na Casa da Juventude. Assim, entre os meses de julho e agosto, o projeto, criado há cerca de um ano, permitiu a entrega de mais de cinco mil livros a cerca de dois mil cidadãos. “Trata-se de uma forma de incentivarmos a poupança uma vez que as pessoas, em vez de deitarem fora os manuais dos seus filhos, podem entrega-los à câmara, que lhes dará o melhor encaminhamento, colocando-os à disposição dos que precisam”, esclareceu Guilherme Pinto. Noutra vertente de reutilização, Matosinhos destacou-se também por ter ganho, pela terceira vez consecutiva, o prémio Cliente do Ano da Lipor, criado em 2009, sendo um dos concelhos da Área

Ao longo dos últimos anos, a maior dificuldade apontada pelo autarca de Matosinhos tem sido não só a crise, do ponto de vista financeiro, mas também “os discursos miserabilistas”. “É preciso contrariar aquelas pessoas que continuam a exigir o que não precisam e a dizer que não está feito aquilo que já está em funcionamento”, defendeu. A propósito da Rua Brito Capelo, por exemplo, o autarca recordou que, “há 15 anos, a câmara gastou lá cinco milhões para transformá-la a numa rua de peões” exatamente porque, “nessa altura, já havia dificuldades”. “O problema da rua tem a ver com um esforço que é necessário fazer para que uma zona da cidade que foi perdendo gente, sobretudo clientes, volte a ganhar vida. Não podemos deixar cair aquela zona, porque é decisiva para a cidade. E a única forma de o fazermos é colocando lá serviços da câmara, como estamos a fazer, e outros investimentos. Mas isto não se faz num dia”, avisou. A recuperação do Mercado Municipal de Matosinhos, com a abertura do espaço Quadra – incubadora de Design é uma das estratégias em execução para atrair um crescente número de pessoas àquela zona do concelho. “Estamos a fazer aquilo que é necessário para ver se recuperamos a Brito Capelo”, defendeu Guilherme Pinto, sublinhando que “é preciso dar confiança e ânimo às pessoas” para que, além de protestarem, possam empenhar-se verdadeiramente na criação de soluções.


PUB


A U T A R Q U I A S

Promessas cumpridas Para além de um aumento de dois para cerca de 10 metros quadrados de área verde por habitante, Luís Filipe Menezes, presidente da Câmara de Gaia, sublinhou o esforço que o executivo camarário tem vindo a realizar de forma a cumprir todas as promessas feitas nas diversas áreas. A organização do Campeonato da Europa de Taekwondo e o crescente sucesso do festival Marés Vivas, que se realiza anualmente, na Praia do Cabedelo, são eventos que contribuem para a elevação do nome do município ao nível internacional. Fotos: CMG

MAIS ESPAÇOS VERDES COM A ABERTURA DO PARQUE DA PONTE MARIA PIA Luís Filipe Menezes, presidente da Câmara de Gaia, equacionou a possibilidade de propor aos autarcas da Área Metropolitana do Porto a criação de uma empresa intermunicipal metropolitana especializada na construção e manutenção de espaços verdes, numa lógica de aproveitar a experiência de Gaia. “Se replicássemos essa experiência noutros municípios, ganharíamos uma escala para fazer mais e mais barato”, defendeu o autarca, durante a cerimónia de inauguração do Parque da Ponte Maria Pia, um equipamento que contribui para o aumento de dois para cerca de 10 metros quadrados de

espaços verdes por habitante. O autarca enumerou, ainda, os espaços verdes mais emblemáticos criados na última década nomeadamente a ampliação do Parque Biológico, criação de raiz do Parque da Cidade (Lavandeira), alargamento do Jardim Soares do Reis para o dobro, todo o cordão dunar com uma extensão de 10 quilómetros, a Reserva Local do Estuário do Rio Douro, o Parque Arqueológico do Castelo de Crestuma, o Parque das Corgas de Seixezelo, o Jardim das Camélias nas Devesas (que no próximo ano será palco do Congresso Mundial das Camélias), entre outros. “Fizemos uma panóplia imensa de espaços verdes públicos, para usufruto da população, de forma barata e rápida, na maior parte dos casos pelos próprios operários da Câmara”, salientou Luís Filipe Menezes,

aproveitando para referir que a empresa municipal Águas de Gaia e o Parque Biológico prestam também este tipo de serviços a outras câmaras e demais entidades. O Parque da Ponte Maria Pia, o último relativo ao ciclo deste ano, iniciado com o Parque das Camélias, resulta do reaproveitamento de um canal ferroviário desativado, ao abrigo de um protocolo de cedência ao município de Gaia por parte da Refer. O espaço está localizado entre o Quartel da Serra do Pilar e a antiga fábrica da CUF e funciona diariamente das 10h00 às 18h00. A primeira fase assinala o aumento de dois para 9,3 metros quadrados de espaços verdes por habitante. De acordo com Nuno Oliveira, Administrador do Parque Biológico de Gaia, a segunda fase irá ligar o parque à ponte Maria Pia e permitir desenvolver o projeto


GA I A

de um percurso ciclo-pedonal que atravesse a ponte, depois de colocado um novo tabuleiro, e faça a ligação ao Porto. “Esta ambição pressupõe um entendimento entre o Porto e Gaia”, evidenciou. Dário Silva, presidente da Junta de Oliveira do Douro, manifestou enorme satisfação por mais uma obra na sua freguesia. O autarca felicitou e agradeceu à autarquia, salientando a sua vontade num “entendimento entre Gaia e Porto, no sentido da valorização deste património”.

REQUALIFICAÇÃO DO LARGO DA PÓVOA EM MARCHA A inauguração da requalificação do Largo da Póvoa, em Grijó, assinalou a última intervenção do município de Gaia na freguesia.

“Cumprimos mais uma promessa antiga de requalificar este largo, com pouco dinheiro e com a prata da casa, que contribuiu para a dignificação de Grijó”, afirmou Firmino Pereira, vice-presidente da Câmara de Gaia, em representação de Luís Filipe Menezes. Trata-se de mais um espaço público, valorizado com múltiplas valências, nomeadamente parque infantil e mercado, no qual serão comercializados, todas as manhãs de sábado, produtos hortícolas biológicos cultivados nas hortas locais. Firmino Pereira referiu que esta cerimónia foi a última sob a presidência de Luís Filipe Menezes. “Temos a consciência tranquila relativamente ao povo de Grijó, pois cumprimos tudo o que prometemos, todas as ambições legítimas da população

95

foram concretizadas”. Durante a cerimónia, foi assinado um protocolo de apoio financeiro entre o município e a Junta de Grijó, para a repavimentação de alguns arruamentos da freguesia, sendo este “mais um contributo para o executivo local poder reabilitar a sua rede viária, até ao final do mandato, dispondo, por isso, de uma verba de 150 mil euros”, realçou Firmino Pereira que aproveitou, ainda, para dedicar uma palavra especial aos funcionários da autarquia que executaram esta obra “com empenho, grande capacidade e dedicação”. Rogério Tavares, presidente da Junta de Grijó, agradeceu o cumprimento de todos os compromissos com o povo de Grijó e a realização de mais uma obra que permite valorizar um espaço público importante na freguesia. REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


A U T A R Q U I A S

MARÉS VIVAS 2013 COM TAXA DE OCUPAÇÃO DE 100% A taxa de ocupação da 11.ª edição do festival Marés Vivas, realizado anualmente no Cabedelo, em Gaia, foi de 100%, sendo que os três dias do festival - 18, 19 e 20 de julho - registaram lotação esgotada, com 25.000 espectadores por dia, alcançando o número total de 75.000 espectadores. Este é um marco histórico que revela a importância que o festival representa, atualmente, no panorama dos festivais de verão em Portugal. Firmino Pereira, que se considera um “pai” orgulhoso do festival, traçou o balanço desta edição. “Mais uma edição e mais um sucesso extraordinário do festival Marés Vivas”. Para o vice-presidente da autarquia, “a realização deste evento, já reconhecido a nível internacional, é uma das maiores marcas da cidade de Gaia”, salientou, garantindo a realização, no mesmo local, da 12.ª edição do Marés Vivas, em 2014. Para além da qualidade do cartaz, a receita do sucesso passou também pela envolvência das instituições, de acordo com Jorge Silva, da PEV Enter-

tainment, empresa produtora do evento. “Não se trata só da seleção dos artistas e do local escolhido, porque podemos ter paisagens paradisíacas, mas se as instituições não se mobilizarem em torno do evento, como a Câmara de Gaia fez, as coisas não acontecem. O sucesso deste evento é conseguido com a participação de muita gente, muitas instituições e muitos patrocinadores.” A par de diversas atividades lúdicas e espaços musicais, o festival contou, ainda, com um dia dedicado aos mais novos. “O Meu 1.º Marés Vivas” contou participação de centenas de crianças que puderam assistir a vários espetáculos, entre eles o musical de Sónia Araújo, e participar em projetos lúdico-didático.


GA I A

97

CENTRO DE ALTO RENDIMENTO ACOLHEU CAMPEONATO DA EUROPA DE TAEKWONDO O Centro de Alto Rendimento de Gaia foi escolhido para a organização do Campeonato da Europa de Taekwondo, que decorreu entre 25 e 28 de setembro, afirmando-se como mais um exemplo do investimento reprodutivo realizado pelo município nos últimos anos. “Gaia tem habituado os portugueses a grandes iniciativas e as expectativas têm superado o que vínhamos projetando”, afirmou Mário Fontemanha, que integrou a comitiva responsável pela organização do evento, juntamente com o presidente e o secretário-geral da ETU (European Taekwondo Union), Sakis Pragalos e Gerrit Eissink, o presidente da Federação Portuguesa de Taekwondo, José Luís de Sousa e o presidente da Mesa da AG da Federação Portuguesa de Taekwondo, Mário Fernandes, comitiva acompanhada, ainda,

pela presidente da Associação de Taekwondo do Porto, Marlene Soares Braga, os selecionadores nacionais e outros técnicos da Federação Taekwondo. “Todos consideraram as instalações absolutamente magníficas, do melhor que existe no mundo”, evidenciou Mário Fontemanha, anunciando a celebração de um protocolo entre as referidas entidades que estabeleça, a nível mundial (G1), a “escolha deste espaço para todos os estágios dos grandes atletas que passem por cá”. O futuro deste espaço será, na opinião de Mário Fontemanha, “uma aposta ganha”, uma vez que, ao abrigo do referido protocolo, passarão pelo Centro de Alto Rendimento de Gaia “centenas de atletas que vão levar o nome da cidade a todo o

mundo”. O novo equipamento desportivo, inaugurado em meados de setembro, representa um investimento de 8 milhões de euros e tem capacidade para 1600 lugares sentados. Contempla a remodelação e transformação do pavilhão existente, com uma área de jogo de 2250 m2, num pavilhão multiusos; um pavilhão para a modalidade de ténis de mesa, com capacidade para 20 mesas em simultâneo, numa área de jogo 970m2; outro pavilhão para a modalidade de taekwondo com uma área de jogo 530m2 e uma unidade hoteleira com 60 camas para alojamento de atletas em estágio, sendo possível o funcionamento autonomizado de cada uma das unidades ou, simultaneamente, num evento desportivo de grande dimensão. REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


AMP

MAIS MAIS EMPREENDORISMO EMPREENDEDORISMO SOCIAL SOCIAL Num contexto de crescente agravamento das condições sociais e de alteração do quadro económico-financeiro atual, onde os modelos de resposta existentes são insuficientes ou desajustados, a Área Metropolitana do Porto (AMP) implementou um programa para fomentar o empreendedorismo e inovação social através da disponibilização de ferramentas que permitam promover a capacitação dos municípios e a implementação de projetos e negócios sustentáveis capazes de gerar impacto social positivo. Denominado “Empreendedorismo e Inovação Social na AMP”, constitui um dos domínios estratégicos prioritários da candidatura apresentada pela AMP no âmbito da operação de “Promoção e Capacitação Institucional”, cofinanciada pelo Programa Operacional Regional do Norte - ON.2 – O Novo Norte, e abrange os 16 municípios da AMP.

A

Área Metropolitana do Porto (AMP) está a implementar a operação de “Promoção e Capacitação Institucional”, cofinanciada pelo Programa Operacional Regional do Norte - ON.2 – O Novo Norte, que visa a promoção de diversos domínios considerados prioritários, de que se destaca a “Criação do Próprio Emprego e Empreendedorismo” como uma área de interesse

estratégico de atuação. Este projeto resulta de diretivas do Conselho Metropolitano de Vereadores de Ação Social, com o suporte político da Junta Metropolitana do Porto que a Comissão Executiva entendeu integrar na candidatura apresentada ao ON 2. Esta candidatura vai de encontro, por um lado, ao trabalho desenvolvido pelas Plataformas Territoriais Supraconcelhias


99 Texto: Marta Almeida Carvalho Foto: AMP

PARCEIROS DE PROJETO

do Grande Porto e de Entre Douro e Vouga, que identificaram a inexistência e, consequentemente, a necessidade de elaboração de um plano estratégico no domínio da ação social no quadro da AMP - o Referencial Estratégico para a Ação Social na Área Metropolitana do Porto enquanto dispositivo promotor da articulação das políticas, mas também das ações concretas que as operacionalizam nos municípios. Por outro lado, o contexto de emergência social levou o Conselho Metropolitano de Vereadores da Ação Social a identificar medidas de caráter prioritário de intervenção, do qual se destaca a capacitação local para a promoção do empreendedorismo e inovação social através de ações de sensibilização e estímulo ao empreendedorismo, de capacitação dos agentes de desenvolvimento local e de criação e desenvolvimento de negócios e empresas que respondam a necessidades decorrentes da realidade social atual, fortemente marcada por fenómenos de pobreza e exclusão social.

O projeto, que teve início em fevereiro e se prolonga até final de 2013, tem uma matriz comum que agrega vários parceiros, a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, responsável pela elaboração do Referencial Estratégico para a Ação Social da AMP, a FirStep, cujo contributo se prende com a criação do Centro de Inovação Social Metropolitano (CIS-M), estrutura de apoio á implementação de projetos no terreno que demonstrem ser sustentáveis e gerem impacto social positivo, e o Instituto de Empreendedorismo Social (IES), que terá a seu cargo a identificação e mapeamento de projetos do território e a capacitação técnica dos municípios. Este trabalho baseia-se na metodologia ES+, criada pelo Instituto de Empreendedorismo Social (IES) para identificação das melhores práticas com base nas necessidades e desafios sociais locais e reconhecida como distintiva, inovadora num painel de boas práticas da Comissão Europeia. Através desta metodologia identificam-se todas as soluções e analisa-se o potencial de impacto social de cada uma, reconhecendo-se as boas práticas regionais e também as necessidades de desenvolvimento do setor. Sendo um dos parceiros de um programa abrangente, o IES encontra-se a desenvolver a área da capacitação institucional dos 16 municípios que integram a AMP, incluindo-se aqui os seus técnicos, parceiros das redes sociais, empreendedores sociais locais e população em geral, estando ainda, em sinergia e articulação com o programa M.I.E.S. (Mapa de Inovação e Empreendedorismo Social), a proceder ao mapeamento das boas práticas de Inovação de Empreendedorismo Social. “No fundo estamos a criar os alicerces para a catalisação do desenvolvimento da Inovação e Empreendedorismo Social em rede e com forte impacto na Área Metropolitana”, referiu Tiago Ferreira, gestor de projeto do IES. O desenvolvimento do projeto inclui diferentes vertentes e metodologias: para além da realização de workshops de capacitação em temas como “Empreendedorismo Social”, “Sustentabilidade Financeira para Empreendedores Sociais”, “Avaliação de iniciativas de Empreendedorismo Social” e “Medição de Impacto” - que incluem o conhecimento académico de ponta neste domínio, com integração REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


AMP

de casos de estudo locais e numa forte dinâmica que potencia a criação de laços e parcerias à escala metropolitana – estão ainda a ser criados Roteiros de Boas Práticas de empreendedorismo social, para que os interlocutores municipais e redes sociais integrem este conhecimento na prática de um empreendedor social. Para a difusão do conceito junto da população metropolitana, está a ser utilizado o filme “Quem se importa”, disseminado em Portugal pela Fundação EDP e premiado pela UNESCO, que conta histórias de alguns dos mais importantes empreendedores sociais de todo o mundo e que tem sido complementado com a participação de especialistas e empreendedores sociais locais que comentam e interagem com os participantes nas sessões de visualização. Outra vertente importante é a investigação. “Estão a ser produzidos conteúdos que, de forma pedagógica e estratégica, pretendem criar os alicerces para o desenvolvimento de um ecossistema propício ao empreendedorismo social”, acrescentou Tiago Ferreira, sublinhando a elaboração de um documento estratégico para a consolidação da dinâmica do empreendedorismo social. “Está, também, previsto o lançamento de um vídeo sobre o ecossistema de Empreendedorismo Social da AMP e outras ações de comunicação, online e offline”.

IMPORTÂNCIA DA APOSTA NO EMPREENDEDORISMO SOCIAL Sendo um processo de procura e implementação de soluções para problemas sociais importantes e negligenciados, procurando que as mesmas soluções tenham mais impacto e mais sustentabilidade, este projeto vem “acrescentar valor social aos esforços dos empreendedores sociais”, garantiu Tiago Ferreira, defendendo que “apostar

no empreendedorismo social é fazer avançar a sociedade rumo a um mundo melhor, com novas formas de olhar e responder às principais necessidades sociais”. Deu como exemplo o caso ColorADD, projeto do Miguel Neiva que basicamente criou um mundo de possibilidades para a população daltónica, tornando inclusiva a comunicação pela cor, através de um código que identifica as mesmas. “Esta solução resolve um problema existente à escala global. Hoje, qualquer criança do mundo pode ter os seus lápis de cor inclusivos, que por exemplo a Viarco produz, evitando-se um conjunto de constrangimentos que tipicamente o daltonismo criava às crianças nestas situações”. Fomentar uma atitude e orientação de alcance da excelência, maior impacto, maior sustentabilidade e maior difusão das boas práticas, “ajudará a que tenhamos uma melhor sociedade onde os problemas sociais são reduzidos de forma mais efetiva”. Pretende-se, assim, atravé deste programa, criar as condições para que a AMP e os municípios possam, de modo planeado, participado e refletido, preparar o próximo quadro comunitário de apoio, para uma afectação adequada, racional e contextualizada dos recursos técnicos e financeiros passíveis de serem alocados á área social. Com este posicionamento estratégico a AMP visa enquadrar, de forma coerente, múltiplas perspetivas de desenvolvimento social, fomentar o “funcionamento em rede” entre as redes sociais municipais, procurar “soluções” articuladas e conciliadas entre municípios, criar uma “cultura” de partilha do esforço coletivo tanto na conceção das respostas sociais, como nos recursos - humanos e materiais - necessários à sua implementação, bem como potenciar o impacto das respostas sociais concebidas no quadro estratégico da AMP.


N EVO G I LD E

101

REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


C A R T A Z

Mães e filhas com história”, de Fátima Lopes

A mais recente obra da apresentadora de televisão Fátima Lopes, “Mães e filhas com história”, surge como uma viagem pelas páginas do tempo, durante a qual a autora procura diferentes formas de amor. Catarina de Bragança foi Rainha de Inglaterra, mas sempre viveu na sombra da sua poderosa e demasiado exigente mãe Luísa de Gusmão. Beatriz será um peão nas mãos da sua mãe Leonor Teles cuja principal lição que deixou à filha foi que se deve conquistar o poder, sem olhar a meios. D. Maria II assistiu ao sofrimento da sua adorada mãe, maltratada pelo marido e jurou a si própria não seguir o seu exemplo. Seria uma mulher independente e teria um casamento feliz e respeitoso. Numa verdadeira visita à História, Fátima Lopes permite-nos conhecer melhor um conjunto de mulheres no seu papel menos conhecido e explorado: o de mães e filhas. “Um relato emotivo e intimista de uma autora que reconhece sem dúvida que o seu maior papel nesta vida é o de ser mãe”, conta a editora “A Esfera dos Livros”.

“Lightning Bolt” Pearl Jam Após quatro anos sem lançar um álbum de estúdio, a banda norte-americana Pearl Jam regressa com um novo trabalho, “Lightning Bolt”, que deverá ser lançado em meados de outubro. O décimo disco de estúdio do coletivo de Eddie Vedder, que é encabeçado pelo single “Mind Your Manners”, já tem apresentação agendada em solo americano, com uma digressão que arrancará no início do mês do seu lançamento. Uma eventual passagem pela Europa ainda não foi anunciada. A formação inclui, desde a sua origem, em 1990, em Seattle, Washington, Eddie Vedder (vocais, guitarra rítmica), Jeff Ament (baixo), Stone Gossard (guitarra rítmica) e Mike McCready (guitarra solo), tendo passado por mudanças na bateria, que agora pertence a Matt Cameron.


103

Concerto Jamie Cullum

26 novembro 2013 | 21 horas

O palco do Coliseu do Porto vai receber, no dia 26 de novembro, a visita de Jamie Cullum para um concerto no qual será possível ouvir as músicas do seu mais recente disco, “Momentum”. Com o jazz como linguagem base, o cantor e pianista inglês foi capaz de extravasar o género sem perder as ligações à origem. A roupagem mais pop que apresenta para standards do jazz ou o toque jazzístico que empresta a grandes êxitos pop fazem com quem seja considerado um artista único. Da carreira, iniciada em 1999, fazem já parte seis discos de originais e um ao vivo, para além de inúmeros prémios e até uma nomeação para os Grammys. O preço dos bilhetes varia entre 20 e 38 euros.

“Chovem Almôndegas 2”

Estreia 19 de dezembro de 2013

“Parque Jurássico 3D”Estreia 3 de

O filme de animação “Chovem Almôndegas 2”, que chegará às salas de cinema portuguesas no dia 19 de dezembro, conta a história de Flint, que sempre teve o sonho de ser reconhecido como um grande inventor. Ainda assim, tudo muda quando descobre que a sua mais desonrada criação – a máquina que transforma água em comida – continua a ser utilizada na produção de mutantes esfomeados e perigosos. Com o destino da humanidade nas mãos, Flint e os seus amigos devem embarcar numa missão perigosa, durante a qual terão de enfrentar vários mutantes gastronómicos e salvar o mundo.

outubro de 2013

Nesta obra-prima de Steven Spielberg, um grupo de cientistas consegue, através do ADN de um extinto dinossauro, repovoar uma ilha remota com estas criaturas e construir um parque temático com dinossauros vivos. Contudo, uma falha de segurança faz com que os animais escapem com resultados catastróficos. Os cinco sobreviventes terão, por isso, de lutar com todas as suas forças para conseguirem sobreviver no meio dos predadores pré-históricos. REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


F R E G U E S I A S

12 ANOS

de conquistas Fernando Amaral despede-se da autarquia que preside há 12 anos

Após longos anos de vida autárquica, e de 12 ao comando da junta de Campanhã, Fernando Amaral traçou o retrato de uma freguesia “mais desenvolvida”, muito por conta de grandes obras de fundo instaladas na zona oriental e que para isso em muito contribuíram no passado recente, mas que, de acordo com o autarca, continua a ser “a mais esquecida da cidade”. Texto: Marta Almeida Carvalho Foto: Virgínia Ferreira

“C

ampanhã desenvolveu-se imenso nos últimos anos”, sublinhou o autarca que em muito contribuiu para esse desenvolvimento, através de uma constante ação reivindicativa junto dos poderes autárquicos e central. A realização do Euro 2004 e a construção do Estádio do Dragão, bem como todas as acessibilidades envolventes a esta infraestrutura, foram essenciais ao desenvolvimento de uma zona há muito degradada que ganhou, assim, uma nova vida. “A remodelação profunda que ocorreu nas zonas envolventes ao estádio abriram novas circulares que trouxeram uma nova dinâmica ao tráfego da freguesia e da cidade”, sublinhou o autarca

que destacou, ainda, a grande influência da chegada do metro para o desenvolvimento da freguesia. “A Estação do Estádio do Dragão assumiu uma importância fundamental já que a linha inaugural do Metro tinha o seu término e início aqui, de onde se viria a estender até Fânzeres (Gondomar)”, recordou. Outras obras de grande relevo para a fregusia destacadas pelo autarca prendem-se com a colocação de um piso sintético no Complexo Desportivo de Campanhã – cuja ocupação constante tem vindo a trazer milhares de desportistas e espectadores ao campo de jogos – com a construção do pavilhão gimnodesportivo “Animar”, situado no Lagarteiro, que também tem vindo a contribuir, em larga escala, para a prática


CA M PA N H Ã

Auditório da Junta de Campanhã

JFC

desportiva de clubes de toda a cidade, e do grande aumento da cobertura do saneamento básico que se operou nos últimos anos. O incremento da mobilidade foi outra das questões sublinhadas pelo presidente da junta, que vê nas grandes melhorias de algumas artérias fundamentais da freguesia, nomeadamente na Rua de S. Roque da Lameira, Rua das Antas e na via que ligou a zona de Contumil à da Ranha, uma mais-valia para a circulação em Campanhã.

PARQUE ESCOLAR E SAÚDE PRECISAM DE MAIS O autarca orgulha-se das melhorias que se operaram nos diversos equipamentos escolares, cujo principal exemplo

105

reside na escola EB 2 3 do Cerco do Porto, recentemente reabilitada e transformada em escola-modelo a nível nacional. No entanto, sublinha, é preciso fazer ainda mais na educação, vetor fundamental para o futuro do país. “Por muito que se faça nesta área, nunca é demais”, defendeu, lamentando “a falta de dinheiro/vontade política” no que toca à já antiga pretensão de construir um centro de saúde de raiz na freguesia (na antiga escola preparatória do Cerco) sucessivamente adiado. Por fazer ficou, ainda, um Lar de Idosos que pudesse servir melhor a população idosa de Campanhã. A construção do Auditório, que obrigou à remodelação total de uma antiga escola primária, é a obra que o au-

tarca considera como sendo “o ex-libris” deste executivo, todo ele construído, exclusivamente, com verbas da junta. A transformação de alguns espaços abandonados em edifícios reutilizáveis para a população - como a Quinta da Mitra, agora transformada numa horta comunitária ligada à agricultura biológica – bem como a manutenção de um posto dos CTT constituído por funcionários da junta são também exemplo do trabalho constante do executivo desta autarquia local que tem vindo a contribuir, de acordo com Fernando Amaral, para “uma Campanhã melhor”.

REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


F R E G U E S I A S

“Virámos a página!” Texto: Mariana Albuquerque Fotos: JFLordelo

N

uma altura em que a reorganização administrativa do território já está em fase de execução, é com determinação que Lordelo do Ouro “vira a página” de um livro onde se conta uma história com mais de 175 anos. Criada formalmente no dia 26 de novembro de 1836, a freguesia é, contudo, proprietária de uma designação – Lordelo do Ouro (ou Louredo, como aparece em vários documentos) – anterior à nacionalidade. Entretanto, nos últimos anos, esta “terra de gente de trabalho, do mar e da terra”, como descreve a presidente da junta de freguesia Gabriela Queiroz, “foi-se desenvolvendo”, da faina no mar às unidades industriais que pontuaram o território, “vivendo sempre e ainda dos inúmeros contrastes que a fazem única”. No rescaldo de mais um ciclo autárquico, Gabriela Queiroz assumiu que, nos últimos quatro anos, a sua equipa conduziu os destinos de Lordelo “com honra,

mérito, dignidade e sobretudo com o interesse da freguesia e a defesa das pessoas como bandeiras do seu trabalho”. Desta forma, em jeito de balanço, a autarca sublinhou algumas das vitórias que considera terem sido importantes para a freguesia, de que são exemplo a renovação da Certificação de Qualidade, a obtenção da Certificação em Responsabilidade Social e a forte aposta na formação dos colaboradores. “Conseguimos trazer para o território dois Contratos Locais de Desenvolvimento Social, estreitámos os laços com as associações e as coletividades da freguesia, reforçando o apoio prestado às mesmas, incentivámos a criação de novas associações, alargámos e intensificámos a oferta cultural e recreativa da freguesia, desenvolvemos um serviço de Mediação, criámos o Gabinete de Proximidade para apoio dos mais sozinhos e isolados, investimos nos equipamentos da freguesia, melhorando as sua condições para


LO RD E LO D O O U R O

Com respeito pela História e pelas tradições de uma freguesia com mais de 175 anos, Lordelo do Ouro une-se a Massarelos na construção de um “território novo mas uno, coeso, solidário e responsável”.

os utentes e para os colaboradores que aí prestam serviço e criámos o Fundo de Emergência Social para acudir às situações de maior debilidade económica e social”, enumerou. Além disso, Gabriela Queiroz mencionou ainda o desenvolvimento de vários projetos na área da saúde, o estabelecimento de parcerias com diversas entidades, a abertura de um posto de correios nas instalações da Junta de Freguesia e o apoio concedido aos moradores dos diversos bairros sociais de Lordelo.

“ESCREVER A PRIMEIRA LINHA DA HISTÓRIA DE UMA NOVA FREGUESIA” Sem esquecer que Lordelo do Ouro tem “História, estórias, tradições arreigadas, locais e momentos que inspiram em tantas pessoas o orgulho pelo sentimento de pertença a este território”, a

107

EM BUSCA DE UM NOVO NOME A Junta de Freguesia está a desafiar os cidadãos a enviarem sugestões de nomes para a União de Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos para info@jf-lordelodoouro.pt. Aliás, em colaboração com Manuel Luís Almeida Santos, Gabriela Queiroz deixa algumas sugestões, como a de “Freguesia dos Navegantes”, dada a ligação das duas terras a marinheiros e capitães. Outra proposta avançada é a de “Freguesia Margens do Douro”, tendo em conta que ambas têm como limite geográfico o Rio Douro. De salientar também a sugestão “Freguesia da Arrábida”, uma vez que, apesar de estar instalada e apoiada geograficamente em Massarelos, a Ponte da Arrábida é indissociável do horizonte visual de Lordelo do Ouro, freguesia na qual existe mesmo a Zona da Arrábida. O nome ilustra ainda o abraçar das duas freguesias, traduzindo a ideia de ligação entre ambas.

freguesia está preparada – assegurou a autarca – para os novos desafios do futuro. “A reorganização administrativa veio criar no Porto a União de Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos. A existência de algumas linhas contínuas entre ambos os territórios torna esta união natural e compreensível”, apontou, assumindo que este é o momento de “escrever a primeira linha da história da nova freguesia”. “No mesmo ano em que celebramos os 50 anos da Ponte da Arrábida, elemento incontornável na vida e no horizonte das duas freguesias, é a Arrábida que melhor traduz aquilo que todos agora temos de construir: uma nova ponte entre Lordelo do Ouro e Massarelos, que esteja ao serviço da construção de um território novo mas uno, coeso, solidário e responsável, que seja Porto de abrigo de uma população socialmente equilibrada, protegida, bem servida e feliz!”, concluiu. REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


F R E G U E S I A S

FINAL DE UM CICLO Ao fim de quase três décadas como presidente da junta de Nevogilde, João Luís Rozeira despedese da população, salientando a importância das estruturas locais como órgão de aproximação entre os residentes e a administração central. Foto: Virgínia Ferreira


N EVO G I LD E

“Caro(a) Concidadão(ã) A Freguesia é, do ponto de vista histórico, um espaço de referência e de identidade de contornos e limites consagrados pelos tempos; é, do ponto de vista Administrativo, uma Entidade que exerce funções de interesse comum sedimentadas pelos costumes; é, do ponto de vista politico, um órgão nuclear da vida Democrática, dotado de personalidade própria, legal e constitucionalmente estabelecida”. É na firme convicção desta realidade, que desde 1985 me tenho ininterruptamente vindo a candidatar, encabeçando a Lista apresentada PPD/ PSD - ainda que as mais das vezes em coligação com o CDS/PP - para o exercício do cargo de Presidente do Executivo da Junta de Freguesia de Nevogilde, e a merecer sistematicamente a con-

109

fiança da larga maioria dos eleitores da Freguesia. Tem sido para mim um privilégio, durante todo este tempo de exercício ininterrupto de funções Autárquicas, poder dar o meu empenhado contributo para a prestação de um Serviço de Qualidade aos Cidadãos em geral e aos de Nevogilde em particular. Assim, ao terminar o meu mandato, não quero deixar de salientar o valoroso e desinteressado contributo dos Cidadão, eleitos ou não, que connosco trabalharam em prol do Bem Comum, e que em muito ajudaram na concretização dos nossos objectivos. A Todos, Bem Hajam! João Luís Rozeira REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


F R E G U E S I A S

AÇÃO SOCIAL em primeiro Texto: Mariana Albuquerque Fotos: JFParanhos

O apoio aos carenciados, o auxílio aos idosos e a aposta nos mais jovens foram os três grandes vetores de ação da junta de freguesia de Paranhos nos últimos anos, no âmbito do pelouro da ação social.

Ao longo de um mandato “particularmente difícil”, na sequência de um corte orçamental na ordem dos 25% e do crescente número de pedidos de apoio dos cidadãos, a junta de freguesia de Paranhos viu-se obrigada a centrar atenções na vertente da ação social. Assim, numa aposta que descreve como “plenamente acertada”, o presidente da junta de Paranhos, Alberto Machado, explicou, em jeito de balanço, que optou por intensificar esforços em torno de três áreas de atuação: no apoio direto aos carenciados, na ajuda aos idosos e numa aposta nos jovens. Para poder apoiar os cidadãos em dificuldades a junta criou um fundo destinado a dar resposta às dificuldades das famílias em risco de rutura iminente. “A intenção é a de atuar no momento

em que a família começa a ter problemas, por exemplo através do apoio pontual a despesas básicas inesperadas que coloquem em causa o equilíbrio do orçamento familiar”, explicou o autarca. Por outro lado, a pensar naqueles que já estão numa situação mais grave, Paranhos criou uma Loja Social, especialmente voltada para o apoio aos agregados familiares mais desfavorecidos. O espaço funciona com base nas doações efetuadas, pelo que a junta de freguesia promove diversas campanhas de angariação de géneros alimentares e de artigos variados. De salientar ainda a abertura do centro de convívio “O Cantinho dos Avós”, situado no bairro do Outeiro, e de um ATL na EB1 do Bom Pastor que, no período pós-letivo, funciona das 8:00 às 19:00 horas, com o objetivo de ajudar os pais que não têm onde deixar as suas crianças. Para contrariar os problemas inerentes ao isolamento dos idosos da freguesia foi também lançado um serviço de teleassistência, em funcionamento 24 horas por dia, durante todo o ano. O aparelho pode ser usado no pulso ou ao peito, bastando pressionar um botão para que seja feita uma ligação telefónica a um call center com enfermeiros que fazem a triagem da necessidade do cidadão naquele momento, encaminhando-o para a resolução do problema. De sublinhar que o serviço está disponível para todos os interessados, independente da sua condição financeira, uma vez que a junta oferece o aparelho aos que não tiverem meios de o adquirir. Para além disso, ao longo do último mandato, a freguesia iniciou


PA RA N H OS

a realização de inúmeras atividades de combate ao isolamento, tanto que, atualmente, há 300 idosos de Paranhos a fazerem hidroginástica todas as semanas. No que diz respeito aos mais jovens, a junta de freguesia procurou intensificar a aposta na componente educativa com projetos muito voltados para o apoio às crianças desfavorecidas, nomeadamente a recolha e reutilização de manuais escolares, que arrancou em Paranhos há já três anos. Além disso, graças à aquisição de um autocarro, a junta conseguiu ampliar o número de vagas nas diversas atividades, como por exemplo nas férias desportivas, realizadas em julho. Alberto Machado sublinhou ainda a importância do protocolo firmado com a Fundação EDP, que desenvolve em Paranhos vários projetos de índole socioeducativa, entre os quais se salienta o “Para ti se não faltares”, que visa promover o combate ao absentismo escolar. “Conseguimos que a Fundação EDP viesse para Paranhos na sequência da inovação e do empreendedorismo que tem pautado a junta nos últimos anos. Somos a freguesia com mais projetos de inovação social em todo o país”, assegurou.

APOSTA NO EMPREENDEDORISMO E NA APROXIMAÇÃO AOS CIDADÃOS Sem esquecer o número crescente de desempregados, a junta de Paranhos apostou também

111

na reestruturação da Unidade Empresarial da freguesia, no sentido de criar um espaço de apoio a estes cidadãos. Assim, fruto de uma parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, foram lançados diversos cursos de formação, para além de se ter investido também no incentivo ao empreendedorismo. Desta forma, a junta tem dado a oportunidade aos interessados numa determinada ideia de negócio de se instalarem na unidade empresarial, sem qualquer custo, para lançarem o seu projeto. A requalificação da Casa da Cultura de Paranhos foi outra vitória referida por Alberto Machado. “O espaço ficou mais amplo, moderno e mais adequado às características dos nossos tempos. A taxa de ocupação está praticamente nos 100% e temos lá imensas formações a decorrer, de espanhol, alemão, inglês, pintura e mandarim”, informou, acrescentando que a biblioteca do equipamento também é muito utilizada. Por outro lado, para compensar o encerramento de uma estação dos CTT da freguesia, a junta, “que esteve ao lado da população para tentar evitar que isso acontecesse”, ainda que não o tenha conseguido, decidiu alterar a organização da sua secretaria de forma a equipá-la com um posto dos correios. Nesta batalha pela crescente aproximação às pessoas, a junta decidiu ainda apostar numa maior difusão das suas iniciativas, reformulando o seu sítio na Internet (http://www. jfparanhos-porto.pt/) e o jornal da freguesia para que todos tenham conhecimento das atividades idealizadas para os cidadãos. REVISTA VIVA, OUTUBRO 2013


H U M O R

Dinheiro ou inteligência?

O professor colocou o seguinte problema ao aluno: Aumento “Vais na rua e encontras dois sacos... um salarial contém muito dinheiro e o outro inteligência. O empregado chega ao pé do patrão Qual é que escolhes?”. e diz: - “Escolho o que está cheio de dinheiro” - “Chefe, preciso muito que me aumente responde o puto. o salário, já andam quatro empresas atrás de “Eu, no teu lugar, teria escolhido a mim...” inteligência”, disse o professor. O patrão, com receio de perder um bom funcionário, “Pois, as pessoas escolhem sempre decide dobrar-lhe o salário. Dias depois pergunta ao aquilo que não têm”. empregado: - “Ó Zé, afinal quais eram as empresas que andavam atrás de si?” Viagem - “A da água, a da luz, do gás e da tv de regresso cabo...” Uma mulher cheia de pressa

Tremeliques

Diz o paciente ao médico: - De modo que tenho este problema e estou sempre com as mãos a tremer. - Estou a ver... O senhor bebe muito? - Nem por isso... Entorno a maior parte...

entra na estação de comboios e diz ao funcionário: - Queria um bilhete de ida e volta, por favor! - Para onde? - Para aqui outra vez, ora essa!

Vaca ou vitela?

Universitários…

Um universitário pergunta a outro: - Porque é que estás tão chateado? - Pedi ao meu pai dinheiro para comprar livros... - E então? - Ele mandou-me os livros...

O cliente diz ao empregado: - Ouça lá...isto é vaca ou vitela? - O senhor não consegue distinguir pelo sabor? - Eu não! - Então que diferença faz?


PUB


C R Ó N I C A

Deixe o seu comentário em www.viva-porto.pt

PORTO: COBIÇA E RESPEITO Nassalete Miranda

Professora do Ensino Superior e diretora do jornal “As Artes Entre as Letras”.

P

orto é nome que ultrapassa cidade, área metropolitana, região, país e europa. Porto é sinónimo de mundo. Agrega Cultura, Património, História, Cidadania, Ciência, Universidade,

Tradição. Porto é teatro e cinema, música e artes “belas”, literatura, imprensa, arquitectura e vinho. Porto é um jeito de ser e de sentir, de teimar e de resistir. Porto é liberdade e patriotismo no coração de D. Pedro IV. Porto é sotaque fechado em ruas estreitas e íngremes; é casario em reboliço nocturno à beira rio, que é de ouro, antes de ser Douro, que é navegável, internacional, turístico, belo e único, em descobertas feitas passeios fluviais azuis e dourados. Porto é altruísmo registado nas “tripas”; é um jeito ímpar de receber os de “fora”. Porto gosta de ser Norte. Assume o seu lugar na geografia e olha altivo lá para baixo, para o Sul, de onde não inveja praias, sol, ou mar, nem “parelhas ou montes” e rejeita os que bebem a “água em todas as fontes”. Do Porto “houve nome Portugal” – Portus Cale 200 anos a.C.; é mundo/cidade/gente, Antiga, Mui Nobre e Sempre Leal desde o século XIX e Invicta, ou seja: Invencível, desde o Cerco do Porto, também século XIX. Porto é escultura e museus, em rede invejável

liderada pelo Museu Nacional Soares dos Reis, mas infelizmente pouco apoiada por quem gere os destinos do Património luso. Porto está geminado com cidades espalhadas pela Europa, África, América e Ásia; é um dos destinos turísticos mais antigos da Europa e nos últimos dois anos a cidade preferida dos europeus. Por tudo isto, e, sobretudo por tudo o que neste espaço já não cabe para escrever, o Porto é alvo de cobiças várias e de invejas muitas. A História, essa memória dos povos, regista bem essa cobiça, como regista o respeito de reis e de rainhas pelos cidadãos portuenses, que mantiveram durante décadas três jornais diários na sua cidade e que foi alforge de revistas e movimentos literários impulsionadores e inspiradores do mundo literário e cultural português. Também a República respeitava a Invicta! Hoje o desrespeito vai ao cúmulo do incumprimento governamental nas verbas orçamentadas, revistas e auditadas, destinadas à Porto Vivo,SRU. Situação lamentável que originou mais uma indignação da Cidade manifestada em “Carta Aberta ao Governo de Portugal” Neste período de Eleições Autárquicas, renasceu a cobiça. Agora, o que se exige a todos é RESPEITO pela Cidade onde vive mais de um milhão de pessoas que sempre recusou a “conversa da treta”.

*Este texto não foi escrito ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.