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LUÍS CASTRO: “O interesse pelo desconhecido foi o que me moveu a sair de Portugal”

Luís Castro, fanzerense, encontra-se há um ano a viver na Bulgária e pretende mudar-se para a República Checa. Ao Vivacidade revela como foi este processo de adaptação.

Porque é que decidiu emigrar?

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Decidi emigrar porque achei que seria uma boa altura para me desenvolver tanto a nível pessoal como profissional.

Como é que surgiu a ideia de ir viver para fora? Qual é o país onde se encontra?

Sempre tive interesse pelo o desconhecido e foi isso que me moveu. De momento encontro-me na Bulgária mas em breve vou viver para a República Checa.

Há quanto tempo está nesse país?

Há cerca de 1 ano e 8 meses.

O que foi fazer?

Estou a trabalhar em tecnologia informática.

O que o cativou a ir para aí?

O facto de ser um país muito diferente do que estou habituado e as condições serem distintas das que são as portuguesas.

A adaptação foi fácil? Quais foram as principais diferenças culturais que encontrou em comparação com Portugal?

A adaptação foi fácil. Não esperava que fosse igual a Portugal. O que me moveu foram as diferenças. O que se destacou mais a nível de diferenças culturais foi a falta de hospitalidade no setor de atendimento ao público, algo que os portugueses dominam.

Para vós, qual é a parte mais difícil de ser emigrante?

A barreira linguística será sempre uma grande barreira que impede que estejamos realmente envolvidos na identidade e cultura de um país.

Durante estes anos que esteve fora, deve ter coleccionado algumas peripécia, pode contar-nos alguma?

Uma peripécia que me vem à ideia de momento será ter sido abordado por um homem já de larga idade que facilmente passaria despercebido mas que se auto intitulava de “Doutor” e que reconheceu o nosso português dizendo que o seu parceiro no negócio era português. Perguntei-lhe “qual era o seu negócio?” e este respondeu-me com um tom bem teatral : “O meu negócio é que toda a gente fuma a minha erva”, seguido de uma gargalhada diabólica, mostra-nos o seu produto em praça pública e oferece-nos o seu cartão de negócio que até hoje guardo com muito carinho.

Vocês acompanham as notícias em Portugal e em especifico em Gondomar?

Não acompanho as notícias nacionais, mas todo os dias convivo com colegas portugueses então, naturalmente, fico a par do que se passa no país e em especial em Gondomar.

Pretende um dia voltar para Portugal?

Era algo que certamente me agradaria mas sou flexível o suficiente para me adaptar onde tenha as melhores condições para mim e para a minha família.

Que conselho gostaria de deixar às pessoas que pretendem um dia seguir os seus passos e emigrar?

O mais importante será sem dúvida ter uma mente aberta para as diferen- ças que inevitavelmente irão existir sem ter a necessidade de comparar constantemente a Portugal. É importante estar grato pelo país que nos acolhe e tentar ao máximo apreciar a sua cultura mantendo, ainda assim, a nossa individualidade e escapar um pouco aos clichês que impomos a nós mesmos sobre o que é ser português. ■

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