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CÉSAR MOURÃO
Texto: André rubim rA ngel
Além de seres um ator e apresentador de TV, consideras-te um comediante e humorista? Por quê?
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Não. Como já disse em entrevistas minhas eu não me considero nem humorista nem comediante. A minha profissão é ser um ator, no sentido mais lato da palavra. Podemos dizer que sou um artista. E um artista pode comunicar de várias maneiras: pintando um quadro, escrevendo um poema, escrevendo uma canção, fazendo uma série, interpretando teatro. Portanto, não sou humorista.
Mas o humor está sempre contigo. É uma peça chave da tua ação…
Sim, acaba por estar. Eu trabalho muito com o humor e gosto muito de o fazer. Mas, na minha essência, eu não sou o humorista puro. Ou seja, não sou um humorista da piada mais rápida. Trabalho sobre o quotidiano, faço comédia de improvisação e com um filtro do humor. A diferença está aí.
Enfrentas sempre a vida com comédia e humor? Conseguirias viver de outra forma?
Não enfrento a vida sempre assim. Tecnicamente, conseguiria viver de outra forma. Não tenho humor todos os dias. Também me sinto, por vezes, amargurado e triste, como todos nós estamos. Mas na minha visão faço por ter um olho humorístico. Seria um César Mourão diferente se não o tivesse.
E é fácil tirar-te o bom humor e a boa disposição? É qualquer coisa que te faz perdê-los?
Não, isso não. Nem a morte, devo dizer! Não me tira o humor. O humor é tornar mais leve a seriedade, mas não se deixa de ser sério.
Além da preparação e trabalho que qualquer profissão necessita, deixas-te levar muito pelo improviso? Confias nele a 100%?
Tenho programas que é completamente improviso, como «Terra Nossa» e «Commedia a la Carte», e outros não, como «Esperança», em que tenho um guião. Nesses em que improviso, diria que são 200% de improviso: não tenho nada pensado, não há nada mais puro. Antigamente era um problema quando alguém dizia: “ah, mas aí tem qualquer coisa pensada, não tem?”. Para mim era uma tristeza. E hoje em dia é um elogio, se acharem que um espetáculo meu não é 100% de improviso, em que o é realmente.
Satisfaz-te o resultado do mesmo? E quanto à reação das pessoas?
Sim, satisfaz. E o público não é burro. As pessoas percebem o que vêem. Depois, acham graça ou não. Já percebem quando é improviso ou não. E já não preciso de justificar, como anti-