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Prefácio

P refácio

Coube a mim a tarefa de fazer o prefácio deste livro “Ciências para EJA – Propostas e desafios” , sendo um convite feito durante o processo de sua criação. Confesso que tal convite me deixou sobremaneira responsável, mas ao mesmo tempo com um forte sentimento de orgulho, pelo fato de ter acompanhado todas as etapas em sala de aula, e fora dela, e todos os impasses, desde os momentos que compõe a gênese intelectual e o crescimento profissional da professora Cristiane Vasques, à concretude desta obra pedagógica. Por outro lado, fiquei apreensivo, pois esse livro é fruto de um trabalho que não se resume apenas em elaborar um produto educacional, exigido aos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu (mestrado e doutorado profissional), mas vai muito além dessa exigência acadêmica. Trata-se de um desafio para mim, pois devo transmitir para o leitor a importância e a relevância que os temas do livro exploram. Mas como posso levar ao leitor o sentimento humano que esse livro carrega? Cada texto e proposta pedagógica estão impregnados de relacionamentos interpessoais, entre professora e seus alunos, numa sinergia quase humoral. Então, vou tentar... A temática abordada neste livro é o Ensino de Ciências na EJA (Educação de Jovens e Adultos) por meio de Temas Sociocientíficos.

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Foram muitos os caminhos estudados para que as relações entre Ensino de Ciências, EJA e Abordagens Sociocientíficas pudessem permitir diálogos tão profícuos, que serão tratados nesta produção acadêmica. As concepções e modos de discutir Ciências no Ensino Fundamental estão situados num campo pedagógico entrecruzado por controvérsias e questões pertinentes de serem estudadas, diante das dificuldades amplamente sentidas e manifestadas por professores, principalmente aqueles que atuam na EJA. E este foi o desafio para criação deste livro. Um material destinado a todos que desejam (re)pensar sua prática em sala de aula, no tocante ao Ensino de um modo geral, mas com ênfase ao Ensino de Ciência. Tarefa árdua, mas que foi cumprida. A leitura de cada capítulo conduz o leitor à amplitude dos assuntos tratados. O Ensino de Ciência e a Educação de Jovens e Adultos ganham, neste livro, uma concepção que transcende em muito a dimensão técnica aliada a um campo unicamente pedagógico. Se o Ensino de Ciências, por si só, já traz inseguranças para nós professores(as), o que dizer da interlocução com Artes? Esse também é o diferencial dessa obra! O desafio de usar o binômio Ciências-Arte foi trazido na condução do livro, onde a autora soube encaixar com muita maestria, usando, metaforicamente, de suas experiências com seu passatempo favorito: montar quebra-cabeças. Nos textos aqui presentes, existem propostas que espalham uma atmosfera única, facilmente captada pela sensibilidade de cada leitor (a). São propostas pedagógicas de quem realmente sabe o que é estar em uma sala da EJA, onde não bastam os materiais didáticos “inovadores” que, se usados com roteiros de alta tecnicidade, resolverão todos os problemas de aprendizagem em turmas da EJA. Não, não é esse o propósito deste livro. Os recursos e técnicas trazidos são bem conhecidos nas práticas pedagógicas, são clássicos, mas apresentam uma organização que resulta de processos de investigação em um mestrado profissional, com intuito de repartir conhecimentos. Sim, esse é objetivo do livro! Repartir o que foi estudado, o que foi sentido em sala de aula, em espaços fora da escola, com cada aluno e cada aluna que participaram da criação deste livro. Não se trata de um manual, mas de um relato de vidas, e você está sendo convidado a participar dessas descrições, apontando suas críticas.

A produção de novos sentidos para teorias e práticas subjacentes ao contexto desta pesquisa deve ser tratada como um desafio para os todos os que atuam na EJA. Isso supõe que ao terminar de ler este livro, você, leitor(a), poderá se sentir capaz de prosseguir no investimentos de esforços na direção de potencializar novos processos de desenvolvimento de práticas pedagógicas no Ensino de Ciências, reconhecer que Temas Sociocientíficos podem despertar para um diálogo integrador em aulas na EJA e de potencializar seu poder criativo.

Prof. Dr. Jorge Cardoso Messeder PROPEC / IFRJ - Nilópolis

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