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6| Quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Geral

Riovale Jornal

Intercâmbio

Mexicano é voluntário na Asan Participando do Programa Cidadão Global da Aiesec, ele ficará em Santa Cruz por dois meses VIVIANE FETZER

muito importantes”, salienta Etges. O aprendizado que o intercâmbio proporciona é o ponto principal, segundo ela. “É uma geração jovem que circula na instituição e acaba interagindo com os residentes”, finaliza Miriam. HOSPEDAGEM

Na Asan, três intercambistas fazem projeto voluntário, uma colombiana, um mexicano e um chileno VIVIANE SCHERER FETZER viviane@riovalejornal.com.br

I

ntercâmbio de dois meses. Trabalho voluntário. Conhecendo um novo país, uma nova cultura e novas pessoas. Foi isso que Rodrigo Benitez, 18 anos, escolheu para vivenciar entre dezembro e janeiro de 2016. Natural de San Luis de la Paz, no México, veio para Santa Cruz do Sul no início de dezembro. Toda a organização do intercâmbio foi feita pela Aiesec, através do programa Cidadão Global. Rodrigo desenvolve trabalho voluntário na área de fisioterapia na Associação de Auxílio aos Necessitados (Asan), em Santa Cruz do Sul. Após realizar algumas atividades na parte da fisioterapia, ele vai para outra sala junto com os outros intercambistas que estão atuando na Asan, a colombiana Katherine e o chileno Felipe, que cuidam da parte de marketing.

O mexicano começará o curso de contabilidade na Universidad Iberoamericana, no México e decidiu fazer intercâmbio porque gosta de conhecer outras culturas, “desde pequeno meu sonho era viajar e conhecer outros países, então achei que seria uma experiência boa”, conta Rodrigo. Para realizar o sonho, ele foi em busca de informações e de como participar do intercâmbio pela Associação Internacional dos Estudantes e Cientistas Econômicos e Comerciais (Aiesec). Ele conta que sempre quis fazer algo pelas pessoas, “meus pais me educaram para ajudar os outros, isso para minha família é muito importante, creio que o mais importante na vida é conhecer, aprender e ajudar, por isso sei que estou fazendo algo bom”. Para Rodrigo, participar de um intercâmbio social como este é muito importante, pois ele pode ajudar os outros e também melhorar como pessoa. “Tenho

aprendido a ser mais independente, minha forma de pensar história, economia e política também mudou e procuro tirar o melhor de cada experiência para levar depois ao meu país”, explica Benitez. Rodrigo teve experiência com idosos no México em que trabalhou em programas de serviço social do seu colégio. “Nós visitávamos e desenvolvíamos atividades e foi ali que percebi que eles necessitam de ajuda, já que muitos não conseguem desenvolver suas tarefas sozinhos”, conta Benitez. Seu trabalho na Asan envolve aproximação com os idosos, mas as tarefas são bem diferentes. Miriam Etges, secretária executiva da Asan, reforça que esses intercâmbios voluntários são muito positivos para a entidade. “Como eles vêm de países com realidades diferentes, acabam conhecendo a realidade brasileira e as trocas de seus conhecimentos com os nossos são

Com o apoio da Aiesec de Santa Cruz do Sul, Rodrigo ficará na cidade até 8 de fevereiro. Ele está hospedado no apartamento de Tiago Zuchetto, 23 anos, formado em Relações Internacionais e estudante de Direito. E fica lá até o final do intercâmbio. Tiago que já foi ‘host’, palavra que a Aiesec usa para denominar quem hospeda intercambistas, explica que resolveu ser um host porque já fez intercâmbio e sabe o quanto é importante se sentir em casa durante todo o

projeto. “Tento ajudar nesse sentido de conhecer a cidade, aprender o português e mais sobre o Brasil, além de que eu termino aprendendo sobre a cultura deles e os costumes”, explica. A outra experiência que teve como host foi com um intercambista da Alemanha. Segundo ele, o contato direto com uma pessoa de outro país desde que retornou do seu intercâmbio para a Polônia foi incrível, principalmente na questão de aprendizagem do idioma. Sobre a mudança na rotina, Tiago conta que adapta um pouco sua rotina a do intercambista. “Não vejo isso como uma mudança, e sim como um dever meu, já que resolvi ser um host”, ressalta. Rodrigo já conheceu algumas cidades da região. Como a família de Tiago é de Sobradinho, eles acabaram

passando o Natal e o Ano Novo na cidade. Tiago conta que sempre leva seus hóspedes para conhecer a região Centro-Serra e também cidades turísticas do Rio Grande do Sul. O mexicano reforça que ficar hospedado na casa de Tiago é bom “porque ele me compreende e ajuda bastante porque já passou por tudo isso”. Zuchetto acredita muito no aprendizado decorrente desse convívio com um intercambista tanto pelo idioma, quanto pelos costumes e pelas maneiras de enxergar um fato. São coisas que, segundo ele, provavelmente nem teria conhecimento se não fosse através de uma experiência assim. Sobre ser host, Zuchetto finaliza: “Não somos tão importantes como achamos que somos, o mundo é absurdamente grande e é bom poder conviver com pessoas de outros países”.

Programa Cidadão Global O Programa Cidadão Global é voltado para jovens desenvolverem ações voluntárias em ONG’S e projetos educacionais. Os projetos incluem educação cultural, ensino de novas línguas, workshops sobre diversos temas. Segundo informações do diretor para Intercâmbios Sociais para Organizações da Aiesec em Santa Cruz do Sul, Henrique Schmidt, os intercâmbios voluntários da Aiesec duram seis e oito semanas e o intercambista desenvolve um trabalho voluntário em uma Organização não Governamental (ONG) ou entidade da cidade. Para fazer um intercâmbio é preciso ter entre 18 e 30 anos, estar cursando um curso superior ou ter se formado há menos de dois anos. - Como é o processo de seleção dos intercam-

bistas? Como a Aiesec existe em mais de 120 países do mundo, os jovens desses países se inscrevem e passam por reuniões de alinhamento sobre o propósito da organização e do projeto em que tem interesse. Após a inscrição um membro da Aiesec aqui em Santa Cruz faz uma entrevista por Skype para conhecer o jovem e, caso ele tenha o perfil indicado, é aprovado. - O que é preciso fazer para ser um host? Como são selecionados? Basta se inscrever neste link: http://goo.gl/forms/DXeAoGlc6S ou ligar para (51) 9546-1835. Após a inscrição, um membro da Aiesec entrará em contato para uma visita. Para hospedar um intercambista, apenas é necessário um local para dormir e vontade de conhecer uma nova cultura. VIVIANE FETZER

Justiça

4ª Vara Cível conta com 4.100 processos Instalada desde outubro em Santa Cruz do Sul, a 4ª Vara Cível é especializada em Família e Sucessões. Os processos que tramitavam nas 1ª, 2ª e 3ª Varas Cíveis e na Vara do Juizado Regional da Infância e Juventude relativos às matérias de família e sucessões foram realocados a essa vara. A juíza titular responsável pela Vara de Família e Sucessões de Santa Cruz do Sul é Daniela Ferrari Signor, que também é a responsável pelo Juizado Regional da Infância e Juventude. A 4ª Vara Cível conta com três servidores, escrivã e estagiários e os funcionários de gabinete que são dois servidores e estagiários. Sua sede fica no 4º andar do prédio do Fórum da Comarca de Santa Cruz do Sul, que atende as cidades de Gramado Xavier, Sinimbu, Herveiras e Passo do Sobrado. Atualmente possui 4.100 em andamento com processos de família, sucessões, arrolamentos, inventários, alvarás, internação compulsória de drogaditos, entre outros. O horário de funcionamento até fevereiro teve algumas alterações nas segundas e sextas-

-feiras. Na segunda-feira a Vara de Família e Sucessões fica aberta das 12h às 19h, de terça a quinta-feira das 9h às 18h e na sexta-feira das 9h às 15h. “Antes todos os processos de família e sucessões estavam distribuídos, agora eles estão centralizados aqui e é bastante trabalho, mas acaba facilitando um pouco porque a especialização dos servidores daqui ajuda no andamento dos processos”, salienta a juíza Daniela Signor. Ainda não é possível fazer um balanço sobre os três meses de atuação da Vara de Família e Sucessões, a juíza acredita que por mês entram em média 200 processos. “São processos delicados, que precisam de muita sensibilidade. Às vezes o que está se discutindo ali é a vida de uma pessoa, diferente de um processo patrimonial, por exemplo. Então realmente são processos que exigem bastante sensibilidade, existe muitas vezes a necessidade de avaliações psicológicas e sociais”, explica a juíza. Os serviços mais procurados são para guarda e visitas, dissolução de união estável e divórcios. (V.F.)

Juíza Daniela Ferrari Signor atua na Vara de Família e Sucessões e também no Juizado Regional de Infância e Juventude


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