Caderno Cooperativismo Unicred

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A FORÇA DO COOPERATIVISMO Entrevista: O Banco Central e os incentivos à atividade

Conceitos básicos: do discurso para a prática

Vantagens e profissionalização das cooperativas de crédito


6 de julho de 2014

VOCÊ SABE O QUE É

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COOPERATIVISMO?

O

Cooperativismo surgiu como forma de organização social para a solução de problemas econômicos. A partir do final do século 19, na Inglaterra, 28 tecelões se uniram para criar uma sociedade com uma visão diferente de mercado. Com o passar dos anos a noção de cooperativismo foi se adaptando aos novos tempos e tomando uma proporção ainda maior. De acordo com a definição proposta pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI), cooperativa é uma associação de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais co-

muns, por meio de uma empresa de propriedade comum e democraticamente gerida. É uma cultura baseada na solidariedade, confiança e na ação coletiva.

No cooperativismo há sete princípios que atuam como linhas orientadoras e que levam as cooperativas alcançarem os seus valores à prática. São eles: adesão voluntária e livre; gestão democrática; participação econômica dos membros; autonomia e independência; educação, formação e informação; intercooperação; e interesse pela comunidade. Veja mais detalhes de cada princípio na imagem abaixo.

Adesão voluntária e livre - atuam de forma voluntária, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminações de sexo, sociais, raciais, políticas e religiosas.

Gestão democrática - as cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões.

O pinheiro é considerado o símbolo da imortalidade e fecundidade. Cresce em terras áridas e se multiplica com facilidade. Dois pinheiros simbolizam a união e a coesão.

Participação econômica dos membros - os membros contribuem equitativamente para o capital das suas cooperativas e controlam-no democraticamente. Eles recebem, habitualmente, se houver, uma remuneração limitada ao capital integralizado, como condição de sua adesão.

Autonomia e independência - são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Se firmarem acordos com outras organizações, incluindo instituições públicas, ou recorrerem a capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controle democrático pelos seus membros e mantenham a autonomia da cooperativa.

Educação, formação e informação - promovem a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de forma que estes possam contribui de forma eficaz para o desenvolvimento das suas cooperativas. Intercooperação - as cooperativas servem de forma

Interesse pela comunidade - trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas pelos membros.

Ilustração: Kayuá Waszak

mais eficaz aos seus membros e dão mais força ao movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, através das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.


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DO DISCURSO PARA A PRÁTICA

Entender os conceitos básicos da atividade são fundamentais para o sucesso

A

organização é um fator bastante importante para que uma cooperativa funcione de maneira ideal. Em Santa Catarina, para coordenar e representar tais atividades foi criada a OCESC - Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina, que a partir de 1971 passou a representar o Sistema Cooperativo Catarinense em todos os ramos das atividades cooperativistas. Constituída em 28 de agosto daquele ano, a OCESC, após a oficialização, passou a representar efetivamente o Sistema Cooperativo Catarinense para a criação e registro de cooperativas singulares, centrais e federações, já encarregando-se gradativamente dos serviços anteriormente a cargo de órgãos governamentais, coordenando o encaminhamento da documentação corres-

pondente à OCB, aos órgãos normativos estatais e à Junta Comercial do Estado de Santa Catarina. A constituição de uma cooperativa requer uma série de procedimentos. Atu­ almente, as cooperativas não dependem mais de autorização do Estado para funcionar; porém, estão sujeitas aos deveres, obrigações e fiscalizações, como qualquer outra empresa. Durante o processo de constituição, é de fundamental importância que os interessados em constituir uma cooperativa solicitem informações e orientações à OCESC e igualmente, sejam assessorados por um profissional da área contábil. Para organizar uma cooperativa, o grupo deve ter, no mínimo 20 pessoas, coesas, com objetivos comuns bem definidos e liderança firme, determinando

os objetivos da cooperativa e escolher uma comissão para tratar das providências necessárias à criação da cooperativa, com a indicação de um coordenador dos trabalhos. O segundo passo é uma reunião com os interessados, a fim de verificar as condições mínimas necessárias para que a cooperativa seja viável e encontrar respostas para questionamentos como: a necessidade (de criar a cooperativa) é compartilhada por todos os interessados? A cooperativa é a solução mais adequada? Outras formas de cooperação não atendem seus objetivos? Já existe alguma cooperativa na redondeza que poderia satisfazer aos interessados? Os interessados estão dispostos a entrar com o capital necessário para a viabilização da cooperativa? A proposta do grupo é viável tanto economicamen-

te quanto em termos de organização das pessoas? Depois de encontrar respostas para tais perguntas é hora de observar. A fundação da cooperativa é feita em assembléia geral especialmente convocada com a máxima antecedência de 10 dias no mínimo, para aprovação do Estatuto e eleição dos Conselhos de Administração e Fiscal. Na formação e consolidação do grupo deve-se estabelecer os recursos necessários ao seu funcionamento e as quotas-partes. O último passo, é a formalização jurídica através dos registros necessários. Deve-se levar em conta que tudo o que foi estabelecido nas etapas anteriores e sobretudo, a adoção de um bom plano de negócios elaborado de maneira conjunta por todos os associados.

Círculo Virtuoso do Cooperativismo de Crédito desenvolvido por Enio Meinen


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COOPERATIVISMO DE

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CRÉDITO

BRASILEIRO CRESCE

As cooperativas surgiram no Brasil como ferramenta para suprir as necessidades dos próprios membros associados, em sua maior parte imigrantes alemães e italianos. A atividade vem ganhando espaço e reconhecimento da sociedade, dos governantes e das entidades representativas.

O

setor de cooperativismo é muito importante para a sociedade, pois promove, principalmente, a geração de empregos e a distribuição de renda de forma justa. E esse conceito é praticado da mesma forma no Brasil e em outros países. No Brasil, a cultura da cooperação é observada desde a época da colonização portuguesa, que deu origem ao Movimento Cooperativista Brasileiro, no final do séc. 19. O movimento iniciou na área urbana com a criação da primeira cooperativa de consumo que se tem registro no Brasil, em 1889, em Ouro Preto (MG). O cooperativismo foi fortalecido pelos imigrantes europeus, em sua maioria de alemães e italianos, que trouxeram de seus países de origem a bagagem cultural, o trabalho associativo e a experiência de atividades familiares comunitárias. Os modelos eram voltados para suprir as necessidades dos próprios membros da cooperativa e, consequentemente, se livraram da dependência dos especuladores. Em 1969, foi criada a Organização das Cooperativas

Brasileiras (OCB), sendo uma entidade sem fins lucrativos, com neutralidade política e religiosa. Em Santa Catarina, o primeiro órgão representativo foi a ASCOOP (Associação das Cooperativas de Santa Catarina), fundada em 1964 e que ensaiou os primeiros passos para a uniformidade do movimento no Estado. Em 1971, foi constituída a OCESC (Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina). O cooperativismo na Europa e nos Estados Unidos abrange um percentual bem maior da população em relação ao Brasil. Por se tratarem de economias mais maduras, países como Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Holanda e Portugal utilizam o cooperativismo como instrumento impulsionador de setores econômicos estratégicos. Merecem destaque também as experiências americana, canadense e japonesa. No cooperativismo de crédito, o Brasil reúne mais de 6 milhões e 200 mil pessoas. Para o diretor da Unicred Santa Catarina, Jorge Abi Saab Neto, o cooperativismo é uma ferramenta de apoio e incentivo às economias regionais. Por meio

da atividade, setores de crétido, saúde e agricultura, por exemplo, ganham mais força e representatividade no mercado. Em Santa Catarina, por exemplo, são 59 agências da Unicred, que totalizam mais de 55 mil cooperados. “As cooperativas são o sistema mais justo para os usuários e cada vez mais elas têm contribuído para regular o mercado financeiro. Os cooperados têm como principais benefícios menores taxas de juros e


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Santa Catarina tem 254 cooperativas, destas 67 são de crédito, que arrecadam mais de R$ 20 bilhões e representam 11% no PIB catarinense, um valor bastante representativo para a economia do estado.

de serviços, mais qualidade no atendimento e uma efetiva participação nas sobras anuais das suas cooperativas”, explica o presidente. O crescimento tem sido tão exponencial que, recentemente, após várias discussões sobre o tema, foi aprovada no Senado a mudança na Lei do Cooperativismo, de 1971. O objetivo das discussões estava em aliar a necessária modernização do texto com a preservação do já consagrado modelo cooperativista brasileiro. O substitutivo estabelece que as duas entidades nacionais – OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e Unicopas (União Nacional das Cooperativas Solidárias)– passam a representar o sistema cooperativista. Atualmente, a legislação atribui esse papel apenas à OCB. De acordo com o documento, é obrigatório o registro de todas as cooperativas em uma das duas entidades. Prevê também, a título de

EXPEDIENTE Informe Comercial A Força do Cooperativismo Textos: Aryani Andrade Giselle Hoffmann Edição: Rachel Sardinha DRT/SC 02261

Contribuição Cooperativista, que seja recolhido anualmente pela cooperativa, a favor da entidade nacional, 0,2% do valor do capital integralizado e fundos da cooperativa, no exercício social do ano anterior. “Segundo dados da OCESC (Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina), o estado tem 254 cooperativas, destas 67 são de crédito. Elas arrecadam mais de R$ 20 bilhões e representam 11% no PIB (Produto Interno Bruto) catarinense, um valor representativo para a economia do estado”, afirma Dr. Jorge Abi Saab Neto. A projeção de crescimento para 2014 é de 15%. As cooperativas de crédito hoje oferecem quase todos os serviços que são oferecidos pelos bancos, no entanto, o Banco Central do Brasil ainda não permite que as cooperativas comercializem alguns produtos, tais como câm-

Foto: Divulgação

Jorge Abi Saab Neto

Dr. Jorge Abi Saab Neto, atual presidente da Unicred Santa Catarina

bio, leasing e administração de fundos. “Acredito que a medida que o Sistema Cooperativo de Crédito se consolide e ocupe parcela mais significativa no sistema financeiro, o Banco Central deva reavaliar estas limitações”, observa Jorge Abi Saab Neto. Entre as atribuições de uma cooperativa de crédito estão: assessoria financeira, cartões, conta corrente, investimentos, linhas de cré-

Projeto Gráfico e Diagramação: Julia Nuness Arte de Capa: Lucas Strassburger Este caderno circula encartado no Diário Catarinense na tiragem estadual de 50 mil exemplares.

dito, previdência, seguros, cobrança bancária e domicílio bancário. Com tantos investimentos e preocupações com o cooperado, a atividade está estruturada e é fundamental na economia do país - e tem recebido incentivo do governo. As entidade estão empenhadas em tornar o cooperativismo cada vez mais conhecido e compreendido como um sistema integrado e forte.

Referências Bibliográficas: Portal Brasil Cooperativo Portal Central de Cooperativas Portal Cooperativismo de Crédito Portal de Contabilidade Portal do Senado Portal Ocesc Site Banco Central


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O BANCO CENTRAL e os incentivos ao cooperativismo

A

Foto: Divulgação Banco Central

fim de garantir o crescimento e o desenvolvimento das cooperativas de crédito pelo Brasil, o Banco Central tem lançado medidas de incentivo às instituições. Essas medidas visam permitir maior concorrência, ampliar o acesso aos serviços financeiros e propiciar a inclusão financeira e social. Para saber mais sobre as medidas de incentivo do governo, conversamos com Luiz Edson Feltrim, diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania do Banco Central. Na pauta a aprovação da FGCoop, criado para igualar as condições de competitividade das cooperativas de crédito com os bancos, e a realização do VI Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira, em Florianópolis.

Luiz Edson Feltrim, diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania do Banco Central


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As cooperativas de crédito possuem papel essencial no Sistema Financeiro Nacional, principalmente por permitir maior concorrência e por ampliar o acesso a serviços financeiros, propiciando a inclusão financeira e social de parte significativa da população do nosso país. O sistema cooperativo oferece, basicamente, todos os produtos e serviços financeiros para os seus associados. Além disso, as cooperativas estimulam o desenvolvimento econômico e social de sua região de abrangência operacional, ao fazer a reciclagem da poupança na sua região, contribuindo para a geração de emprego e renda locais. Contribui, substancialmente, para a capilaridade do sistema financeiro, pois, se considerarmos o conjunto de cooperativas de crédito como uma única instituição, na posição de dezembro de 2013, representaria a terceira maior rede própria de atendimento no Brasil, o que demonstra a sua grande capilaridade. Tendo como um de seus princípios o da educação e formação cooperativista, as cooperativas assumem também o importante papel de propiciar educação financeira a seus associados, essencial para a escolha das melhores decisões sobre a administração das disponibilidades financeiras das pessoas, as formas de tomar crédito e as alternativas de aplicação desses recursos, principalmente do crédito produtivo. Além disso, fazem com que o associado aprenda a administrar separadamente sua situação de pessoa física da de empreendedor.

O FGCoop foi aprovado este ano, mas já vinha sendo discutido há anos. Por que demorou para ser efetivamente aprovado? O FGCoop nasceu de ampla discussão com o segmento cooperativista de crédito a partir de meados de 2011, tendo sido implementado no final do ano passado. Por esse motivo, e tendo em vista a complexidade do assunto, a implementação está ocorrendo de forma gradual, tendo dois grandes marcos: a Resolução nº 4.150, de 30.10.2012 – que

Santa Catarina está entre os estados com maior presença de cooperativas de crédito e se destaca também pela atuação das Oscips de microcrédito, com metodologia especializada para levar acesso a crédito para microempreendedores, formais ou informais. Luiz Edson Feltrim

estabeleceu os requisitos e as características mínimas do fundo – e a Resolução nº 4.222, de 23.5.2013, aprovando o seu estatuto e regulamento. O papel do FGCoop é garantir os depósitos realizados nas cooperativas de crédito, permitindo a seus associados/ depositantes o mesmo tratamento dispensado para os clientes da rede bancária que têm. Além disso, poderá oferecer assistência financeira e de liquidez às cooperativas. Nesse contexto, o FGCoop, pela forma como foi instituído e por congregar todas as cooperativas de crédito do Brasil, demonstra a maturidade organizacional do cooperativismo de crédito brasileiro, a partir da aplicação do princípio da intercooperação em seu grau mais elevado, fato que o transforma também em importante fórum técnico para o segmento.

Em novembro deste ano, em Florianópolis, o Banco Central realizará o VI Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira. O que levou a escolha da cidade e quais as expectativas para o evento? A escolha de Florianópolis atendeu ao pedido dos atores locais, em particular, o Sebrae-SC e a Amcred, que é a associação das Oscips de microcrédito do

estado. O engajamento de parceiros locais fortalece o Fórum em termos de qualidade do público, conteúdo da programação e atrações extras. Este ano, por exemplo, pretendemos realizar uma feira de empreendedorismo acontecendo paralelamente à programação oficial do evento, para mostrar, na prática, o resultado da ação coordenada do microcrédito. Outro diferencial é o estágio avançado de Santa Catarina em termos da inclusão financeira de sua população, com experiências muito interessantes para compartilhar. Santa Catarina está entre os estados com maior presença de cooperativas de crédito e se destaca também pela atuação das Oscips de microcrédito, com metodologia especializada para levar acesso a crédito para microempreendedores, formais ou informais. O VI Fórum, focará, ainda, a importância da Parceria Nacional para Inclusão Financeira, lançada no fórum e 2011, em Brasília, e que busca coordenar ações de diferentes atores para avançar na promoção da inclusão financeira no país, o que é fundamental, já que o tema entra na competência de diferentes órgãos governamentais e requer o engajamento da iniciativa privada e da sociedade civil. Pretendemos, também, mostrar os avanços e os resultados alcançados em cada uma das oito ações lançadas, em 2012, no “Plano de Ação para Fortalecimento do Ambiente Institucional” da in-

Por que o Banco Central incentiva as cooperativas de crédito? Destaque, por gentileza, as principais medidas.

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clusão financeira no Brasil. A expectativa é levar ao público informações sobre o panorama atual da inclusão financeira no país e no mundo e debater os avanços alcançados e os desafios presentes, compartilhando as boas práticas e experiências de sucesso.

O que tem sido feito para a profissionalização da atividade [cooperativista de crédito] no Brasil? Merece destaque o marco regulatório instituído pela Lei Complementar n. 130, de 17.4.2009, e pela Resolução n. 3.859, de 27.5.2010, do Conselho Monetário Nacional (CMN), que procuram institucionalizar o processo de profissionalização da gestão das cooperativas de crédito, permitindo a elas ampliar o seu papel no SFN, como importante instrumento para a competição e a inclusão financeira. A criação do fundo garantidor de depósitos único do sistema cooperativista de crédito (FGCoop), por meio da Resolução CMN 4.284, de 5.11.2013, complementa a ação regulatória aplicável ao segmento. A profissionalização no nível executivo contribuirá para maiores eficiência e eficácia na gestão e, em consequência, maior transparência para os cooperados, possibilitando a eles exercer, adequadamente, o papel de principais fiscais da atuação de sua cooperativa de crédito.


VANTAGENS

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e profissionalização das cooperativas

A

profissionalização dos dirigentes, assessores, colaboradores e quadro social é garantia de crescimento, expansão e fortalecimento das cooperativas. Entende-se que o principal desafio do cooperativismo consiste em preparar a comunidade interna (a própria cooperativa, quadro social e técnico, e dirigentes) e externa (a comunidade envolvente) para o exercício de seus princípios. Traduzindo: o maior desafio é educar. Para o presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina, Marcos Antônio Zordan, a preocupação está oculta no quinto princípio do cooperativismo mundial - educação, formação e informação. “Endogenamente, são ferramentas empregadas para qualificar as pessoas à prática cotidiana e responsável do cooperativismo. Com efeito, análise das sociedades cooperativas malsucedidas invariavelmente revela que faltou ao quadro social, ao corpo diretivo e aos técnicos o necessário conhecimento, cultura e convicção cooperativista.” afirma o presidente. O índice de cooperativização revela, de forma empírica, o grau de desenvolvimento de liberdade política e econômica das nações. Tal forma, fica fácil

elaborar um ranking mundial com base na relação entre cidadãos cooperados e a população total do país para definir as democracias mais sólidas e estáveis. “Em curtas palavras, cooperativismo é um sistema de ideias incompatível com a opressão.” declara Zordan. Educação, formação e informação, quando presentes e praticadas de forma correta, constituem-se em escudo para crises, vacina para as patologias organizacionais e em antídoto para as derrotas associativistas. Esse trinômio proporciona a qualificação técnica e gerencial das cooperativas, elevando a qualidade da gestão, e fortalece as convicções doutrinárias dos cooperados, fidelizando seu relacionamento com a cooperativa. Segundo Marcos Antônio Zordan, o futuro do cooperativismo dependerá da conjugação dos verbos educar, informar e formar, buscando-se a preparação de cidadãos conscientes capazes de exercer o cooperativismo na vida profissional, empresarial ou cidadã e, por extensão, reproduzir na sociedade valores essenciais para a paz e a democracia. “Esse é o desejo do cooperativismo: ao mesmo tempo em que interage os homens em atos econômicos solidários, oferece um paradigma para a sociedade que apro-

veita as virtudes do capitalismo e do socialismo, desprezando suas imperfeições.” afirma o presidente. Vale ressaltar que, uma cooperativa não é uma agência de emprego ou de trabalho, é uma empresa sujeita às leis de mercado. É necessário ter utilidade social, ou seja, oferecer serviços a preços adequados com qualidade e dentro dos prazos de conclusão negociados. O cooperativismo proporciona ao seu associado vantagens como: não ter uma jornada de trabalho fixa, recebimento pela sua produtividade, a liberdade e a flexibilidade de horário. Dispõe de várias oportunidades de trabalho nos tomadores de contrato firmado com a cooperativa, além dos benefícios fornecidos pela cooperativa e seus parceiros. O cooperativismo é um ideal que cresce a cada dia, pois o trabalhador autônomo além de buscar a igualdade de trabalho busca a flexibilidade e maiores ganhos, no cooperativismo. Na cooperativa o trabalhador tem a possibilidade de participar efetivamente das decisões, podendo votar e ser votado nas assembleias. Quando o cooperado se desliga de algum tomador, ele se mantendo associado da cooperativa, poderá ser encaminhado para outro tomador. No Brasil o custo de um cooperativa é, no que tange a carga tributária e trabalhista, chega ser 35% menor se comparado a uma empresa mercantil.


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O momento das

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COOPERATIVAS

Mesmo com a instabilidade econômica e o fato de estarmos em ano eleitoral, as cooperativas acreditam em um futuro cenário mais promissor, com taxas menores de juros, aumento do capital e crescimento no volume de cooperados.

Foto: Divulgação

As cooperativas são uma sociedade de pessoas e não de capital, sua governança é determinada pelo voto e, principalmente, cada cooperado é o dono da instituição podendo participar ativamente da gestão. Os resultados são distribuídos na região.

Remaclo Fischer Junior

Dr. Remaclo Fischer Junior, presidente da Unicred Florianópolis

A

tualmente, as cooperativas de crédito têm quase todos os serviços que são oferecidos pelos bancos, o que traz mais competitividade no sistema financeiro nacional. Porém, o Banco Central não reconhece as cooperativas de crédito como bancos porque não podem realizar algumas operações, tais como câmbio, leasing e administração de fundos. Mesmo que esse cenário mude, é importante resaltar que as cooperativas ainda lutam para defender os interesses dos cooperados e não apenas do capital de cada um. É o que defende o presidente da Unicred Florianópolis, Remaclo Fischer Junior. “As cooperativas de crédito não lutam para ser consideradas como bancos. São

muitas as diferenças. As cooperativas são uma sociedade de pessoas e não de capital, sua governança é determinada pelo voto e, principalmente, cada cooperado é o dono da instituição podendo participar ativamente da gestão. Os resultados são distribuídos na região. Os produtos oferecidos são, antes de tudo, voltados para atender as necessidades dos cooperados com as taxas mais atrativas possíveis”. As cooperativas de crédito já ocupam uma posição de destaque em economias desenvolvidas. Países como Japão e Alemanha têm 20% dos ativos financeiros no sistema cooperativo, os Estados Unidos têm mais de 90 milhões de associados e a França conta com 60% dos ativos financeiros administrados por cooperativas de crédito. Existem

diversos modelos de cooperativismo crédito no mundo como, por exemplo, a possibilidade de o cooperado ter maior ou menor cota capital, benefícios tributários, possibilidade de operar com não associados. No Brasil, pessoas não cooperadas não possuem acesso a cooperativas. “Em todos os modelos, no entanto, a observância dos princípios do cooperativismo tornam estas instituições financeiras um diferencial no mercado financeiro”, enfatiza Remaclo. Um dos benefícios do sistema de cooperativismo está na diferença expressiva de taxas de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) cobradas principalmente sob operações de crédito. As operações financeiras nas cooperativas têm tributação menor pelas características dessas instituições, que utilizam

recursos exclusivos de seus cooperados (capital social e captações), não tendo distribuição de lucros e retornando ao cooperado e sua região de atuação os resultados. “O atual modelo de tributação permite que exista equilíbrio competitivo, oportunizando ao cooperado uma instituição com foco exclusivo em seu crescimento econômico”, reforça o presidente. Essa diferença no percentual é estabelecida pela Receita Federal, que argumenta que as cooperativas não têm a visão de lucro como os bancos. As cooperativas de crédito têm extrema importância, independente do momento da economia. Por praticarem taxas de juros menores que as do mercado, permitem ao cooperado alavancar o negócio e o que ele paga a menos de juro já é um retorno indireto proporcionado pela


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6 de julho de 2014 cooperativa. As cooperativas de crédito defendem que cada produto oferecido é desenvolvido para ser a melhor alternativa. Entre os produtos oferecidos estão as linhas de crédito, aplicações financeiras, cartão de crédito, seguros, serviços financeiros e a Previdência Privada – que completa dez anos de atividade e protege mais de 30 mil cooperados no país. E com as eleições batendo à porta, uma mudança de governo poderia afetar as cooperativas de crédito? Segundo o presidente, não. “Acredito que apesar de a economia não estar em um momento favorável, o cenário eleitoral não trará

modificações negativas específicas para o cooperativismo de crédito. As cooperativas se prepararam para cenários de menores taxas de juros com aumento do seu capital, unindo forças, ganhando em eficiência, crescendo em número de cooperados e em produtos oferecidos”, justifica. Mesmo que o cenário eleitoral traga algumas incertezas, a maioria dos especialistas não prevê grandes modificações para os próximos 12 meses. No setor financeiro, o panorama é a redução do crescimento nas operações de crédito e de manutenção, ou redução, discreta

nos índices de inadimplência. “Vivemos um tempo de lenta recuperação da economia mundial com evidente repercussão para a economia brasileira que atravessa um período de instabilidade, com tendência à redução na expectativa do PIB e manutenção da inflação em patamar ainda indigesto, o que ratifica as previsões de manutenção das atuais taxas de juros no país”, conclui. O cooperativismo de crédito ainda não representa a maior fatia do bolo dentro do sistema financeiro brasileiro, mas tem crescido a cada ano ganhando a confiança da sociedade, assim como do

Governo Federal – que tem investido em medidas para fomentar o setor. Quanto mais as centrais estiverem alinhadas, mais o sistema se fortalecerá. E os benefícios serão usufruídos diretamente pelos cooperados! VISÃO GERAL - Dados da OCESC (Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina) apontam que o estado conta hoje com 254 cooperativas quereúnem 1.623.223 famílias associadas. “Considerando as células familiares, podemos afirmar que mais da metade da população catarinense está vinculada ao cooperativismo”, explica Marcos Antônio Zordan, presidente da OCESC. O número de cooperados cresceu 11,67% em 2013 e a organização projeta um aumento de 17% para este ano. Essas entidades em SC empregavam diretamente, no último ano, 49.149 pessoas. A Organização estima um crescimento de 11% neste quadro até o final de 2014. Juntas, as cooperativas do estado faturam mais de R$ 20 bilhões de reais por ano, representando 11% do PIB catarinense.

Foto: Julia Nuness

O recolhimento de tributos pela categoria também é significativo: em 2013 as cooperativas catarinenses pagaram R$ 1 bilhão 278 milhões, sendo R$ 876,6 milhões em geração de impostos e R$ 401,6 milhões de geração de contribuições sobre as folhas de pagamento de salários.

Entidades empregam mais de 49 mil colaboradores em Santa Catarina

Força do cooperativismo catarinense Receita operacional bruta em 2013

Patrimônio Líquido das cooperativas

lhões de reais para ações de formação

R$ 20 bilhões e 16 milhões de reais.

catarinenses

profissional que beneficiaram 111.079

Crescimento em 2013: 14,82%.

R$ 6 bilhões 724 milhões de reais.

pessoas e ações de promoção social que

Projeção de crescimento para 2014: 15%.

Crescimento em 2013: 18,87%

atenderam outras 21.307 pessoas – en-

Projeção para 2014: 17%

tre associados, empregados e dirigentes

Sobras das cooperativas antes das

de cooperativas.

destinações legais

Investimentos na formação profissional

R$ 1 bilhão 117 milhões de reais.

O Serviço Nacional de Aprendizagem do

Crescimento em 2013: 22,91%.

Cooperativismo (SESCOOP/SC), vinculado

Projeção para 2014: 15%

à OCESC, investiu, em 2013, R$ 12,7 miFonte: OCESC


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A UNICRED

A

em Santa Catarina

Unicred surgiu no Brasil em 1989 no estado do Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, foi constituída em dezembro de 1994 como Cooperativa Central de Economia e Crédito Mútuo com área de atuação limitada ao estado. Atualmente sediada em Florianópolis, a Unicred SC possui seis cooperativas filiadas e 59 Unidades de Negócio, abrangendo praticamente todo o estado.

Segundo informações da própria entidade, o cooperativismo de crédito tem 3% do Sistema Financeiro Nacional. Em SC, esse número sobe para 11%. Um dos incentivos é a ação regional: a Unicred age dentro do estado, todo o recurso captado é reinvestido em Santa Catarina. “Somente em 2013, a Unicred distribuiu 52 milhões de reais em sobras aos cooperados catarinenses”, afirma o presidente da Unicred SC, Dr. Jorge Abi Saab Neto.

Fotos: Julia Nuness

A Unicred SC tem como público-alvo profissionais da saúde, empresários, professores, contadores e profissionais de carreira jurídica. Como meta, o número-limite de cooperados por agência é de três mil, sendo que as agências, recentemente modernizadas, são exclusivas para os cooperados e, acima deste número, é preciso inaugurar uma nova unidade. Agências são exclusivas para os cooperados e oferecem atendimento de alto padrão

Números da Unicred no Estado - Mais de 55 mil cooperados - 59 Unidades de Negócio - Mais de 2 bilhões em Recursos Totais - Mais de 1,4 bilhão em Operações de Crédito - Seis Cooperativas Singulares – Blumenau, Florianópolis, Litoral e Norte Catarinense, Oeste e Serra Catarinense, Sul Catarinense e Coomarca

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CARTÃO - A Unicred disponibiliza ao cooperado diversas opções de cartões, vinculados ou não à conta corrente, que oferecem benefícios exclusivos, além de garantir a movimentação em qualquer lugar do mundo.

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forma de crédito para desenvolvimento da sua região; taxas diferenciadas; participação nos resultados (sobras); atendimento personalizado e proteção de Fundo Garantidor. PREVIDÊNCIA - A Unicred tem uma função social que se estende durante toda a vida do cooperado, por isso, possui uma ótima opção de plano complementar de previdência, o Precaver. Com segurança e rentabilidade exclusivos para o cooperado, o Precaver reúne diversos diferenciais que o tornam mais vantajoso que os planos comuns de previdência.



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