#4 As tendências e estilos para usar neste outono-inverno – Campina Grande: Guia gastronômico, turístico e cultural da cidade que ferve durante esta temporada - Entrevistas com os estilistas Mario Queiroz e Jum Nakao e o ator Carlos Machado – Especial Nordeste em foco - Matérias com a estilista Martha Medeiros e o fotógrafo Bob Wolfenson – E muito mais sobre moda, comportamento, cultura e eventos
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24 - Editorial Inverno quente: Looks para subir as temperaturas deste inverno 38 - Clássicos Tudo sobre o xadrez, padronagem é uma referência constante das temporadas frias 40 - Estilo Saiba como aderir com estilo ao look gótico
Edição 04 Junho/Julho 2013 06 - Do editor Alex Cavalcanti detalha a edição #4 de Voilá 07 - Voilá Online Listamos os principais destaques do nosso site 08 - Time Veja quem colaborou nesta edição 10 - Clássicos Saiba tudo sobre a história do preto, cor ícone da moda 12 - Comportamento Três fashionistas falam sobre moda e amizade 16 - Entrevista Confira o nosso bate papo com o estilista Mario Queiroz 20 - Capa A modelo Gabriela Bonfim surge no melhor estilo Lady in Red e mostra como usar a cor chave desta temporada 22 e 23 - Fashion Tips Como usar e abusar de duas tendências fortes deste inverno
44 - Eventos Confira um resumo do que de melhor aconteceu na cena fashion e social nesta temporada 50 - Fotografia O estilo e a obra de Bob Wolfenson 54 - Ícones Conversamos com a estilista Martha Medeiros, que falou sobre a história da sua marca e sobre o seu processo criativo 56 - Tendência Vá de cinza, cor que se firma como o novo preto 57 - Coluna Guia de estilo para as férias de julho – por Valery Didier 58 - Especial festas juninas Confira a histórias das tradições que mobilizam o Nordeste nesta época do ano 61 - Dança Saiba tudo sobre a origem da quadrilha, dança cheia de ritmo e alegria
ponsáveis por colocar a nossa região no roteiro do cinema mundial 71 - Arte Conheça a trajetória de dois paraibanos que escreveram seus nomes na história da arte brasileira 74 - Especial Turismo Confira os highlights de três cidades paraibanas que fervem nesta temporada
63 - Gastronomia Saiba como dar um toque gourmet aos tradicionais pratos juninos 65 - Música Forró: Conheça a história e os ícones do estilo musical tipicamente nordestino que é apreciado no Brasil inteiro 68 - Cinema Do Nordeste para o mundo: Saiba os res-
78 - Fashionista Pedimos a três campinenses trendsetters que dessem dicas imperdíveis para curtir a cidade 79 Coluna - O homem e a moda – por Joey Almeida 80 - Editorial Moda preto no branco: Atualizamos a clássica combinação que é uma das tendências mais fortes deste ano 91 - Você na Moda Voilá participou do evento de consultoria de estilo que movimentou a cena fashion da capital 94 - Lançamento Confiram os melhores momentos do lançamento da nossa edição #3 96 - Beleza Confira algumas dicas de um expert para os cuidados com a pele no inverno 98 - Cabelos Voilá elege o corte
must-have para esta temporada 99 - Entrevista Moda, cultura e tradição com o estilista Jum Nakao 102 - Os melhores vinhos italianos – por Afra Soares, da ABS-PB 106 - Dicas culturais O melhor em matéria de música, literatura e arte 108 - Estilo V Confira a nossa entrevista com o ator galã Carlos Machado 110 - Encontra-se Confira o mapa da mina desta edição 111 - Get the look Sugestões de composições para o inverno
Carta do Editor Mudar é preciso! No decorrer do (árduo) caminho pelo qual passamos na produção desta quarta edição, pensei muito sobre que tema escolher como fio condutor desta carta. Levando tudo em conta, nenhum outro me parece mais adequado do que a mudança. Essencial em um mundo em constante evolução como o nosso, mudar e se adaptar sempre hoje não é só uma questão de atualização, mas sim de sobrevivência. Quem não muda junto com o universo ao seu redor tem apenas um destino como certo: o esquecimento. Mudança de pensamento e de formas de agir são essenciais em qualquer atividade, e mais ainda no ramo de moda e comunicação. Como bem a jornalista Érika Palomino escreveu em um dos seus éditos da L’Oficciel Brasil, o fazer editorial exige paciência, dedicação, perseverança, responsabilidade, um pouco de sorte e sobretudo, coragem para fazer alguns sacrifícios, quando eles são necessários – realidade que não faz parte da prática profissional de todos. Levando essa reflexão para a sua vida, você já pensou o que você poderia mudar, pessoal e profissionalmente? Com 2013 chegando na sua metade, é hora de reava-
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liar os projetos traçados e as promessas feitas no começo do ano. Afinal, no fim da jornada, queremos olhar para trás e ver que construímos algo e entramos no caminho que vá nos proporcionar felicidade. Esse sentimento de renovação e mudança esteve presente na elaboração desta edição de Voilá e se reflete em cada uma das suas páginas. Nossos dois editoriais e as matérias de moda mostram o melhor desta temporada, provando que o inverno não só existe no Nordeste, como ele também pode ser super fashion. E por falar na nossa região, usamos como gancho as festas juninas para mostrar o que temos de melhor em matéria de gastronomia, turismo, arte, música e cinema. Nossos entrevistados também refletem pontos importantes sobre o mundo da moda, visão que ganha um novo fôlego com a ajuda dos nossos colaboradores, que junto com a equipe da revista, trazem conteúdo relevante e independente da publicidade que patrocina nossa publicação. Então fica feito o convite, para que você leitor também adote a mudança como parte essencial da sua vida e passe a enxergar o mundo com novos olhos. Alex Cavalcanti
SEÇÃO
NO AR
www.estilovoila.com.br
Fotos: Reprodução
No nosso site você confere uma série de matérias e ensaios inéditos que complementam a leitura desta edição da revista. Confiram os highlights:
................................ Chanel N°5 em exposição
Recentemente uma exposição em Paris contou a história de um dos maiores ícones da tradicional maison francesa. No nosso site, uma matéria especial também mostrou a trajetória e ajudou a desvendar um pouco da magia do perfume mais famoso de todos os tempos.
. . . ........ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Você na Moda
Voilá participou do evento de consultoria de estilo promovido pelo Manaíra Shopping. No nosso site, você confere cliques dos looks e de quem passou por lá.
................................ Guia de Férias
No nosso site, você confere diversas dicas para essas férias de julho e para planejar suas férias de fim de ano. Além de dicas de lugares e “trips” para seu lazer!
. . . . ........ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Guy Bourdin
Conheça a trajetória e o estilo do fotógrafo de moda francês que inspirou um dos nossos editoriais desta edição.
................................ Culinária junina
Confira a receita deliciosa que o chef Fábio Cunha preparou para os leitores de Voilá!
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Colaboraram nesta edição: Os fotógrafos Wellington Jan (1), responsável pelos nossos editoriais de moda e Rizemberg Felipe(2) que clicou o ensaio da capa. A jornalista Patrícia Gouveia (3) contou tudo sobre as tradições juninas em duas matérias especiais. O designer Joey Almeida(4), representante de Voilá em Guarabira, falou sobre a relação do homem com a moda na sua coluna. A fotógrafa Camila Oliveira(5), registrou a entrevista com Jum Nakao em Fortaleza. O pesquisador Rodrigo Brandão (6) responsável pela nossa matéria de cinema. Fábio Cunha (7), chef que assinou nossa matéria de gastronomia. Rafael Lemos (8), responsável pelo styling dos editoriais de moda. Os modelos Janio Gomes (9), Lays Nascimento (10), Camila Montenegro (11) e Livya Nunes (12), as estrelas dos nossos editoriais. EXPEDIENTE Joe Cipriano - Publisher e Gerente Comercial Alex Cavalcanti - Editor de Conteúdo Matheus Medeiros - Diagramação Colunistas parceiros: Afra Soares, Joey Almeida e Valéria Didier Fotografia e Marketing de Moda: Rizemberg Felipe (JPA) e Agência Team (CG)
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CAPA: Gabriela Bonfim Foto e edição de imagem: Rizemberg Felipe
IMPRESSÃO Gráfica Moura Ramos DISTRIBUIÇÃO GRATUITA E DIRIGIDA
PARA ANUNCIAR: (83) 8758-8199 | 8618-1729 |9909 5989 (João Pessoa) (83) 8850-6761 (Guarabira)
comercial@estilovoila.com
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Clássicos
Unanimidade
fashion Versátil e atemporal, o preto é sempre uma boa opção. Voilá conta tudo sobre a cor que é ícone de estilo Fotos: Reprodução
A lendária estilista francesa Coco Chanel certa vez afirmou que “uma mulher só precisa de duas coisas na vida: um homem que a ame e um vestido preto”. A frase é perfeita para descrever a importância de uma das referências de moda mais difundidas: O preto. Elevado ao status de ícone fashion há quase 100 anos, ele pode ser usado em praticamente todas as ocasiões e adaptado para pessoas de todos os estilos, podendo ser combinado com todas as cores. No entanto, a cor nem sempre teve tanto prestígio. Durante muito tempo, o preto foi símbolo de tristeza, sendo associado ao luto no Ocidente. Em meados do século XIX, na Inglaterra vitoriana, as mulheres passavam por um lento processo de readaptação cromática, usando peças de cores como cinza e lilás antes de se livrarem dos pesados vestidos pretos. Foi Coco Chanel a responsável por tirar essa má fama do preto e transformá-lo em ícone de moda. Ela foi a primeira designer a reconhecer as potencialidades da cor. Chanel nos legou o conceito de “pretinho básico” e inseriu a cor tanto em produções casuais para o dia a dia quanto nos looks cheios de glamour para a noite. Segundo a consultora de imagem Valery Didier, a cor é quase que universal. “Pessoas de pele muito parda devem evitá-lo. O preto realmente emagrece e passa a idéia de autoridade, mistério e poder. As cores ideais para usar junto com o preto são o azul marinho, marrom, branco e demais cores neutras”, indicou.
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Pretinho básico Valery Didier conta que o “Little Black Dress” criado por Coco Chanel em 1926, era inicialmente um vestido de mangas compridas, na altura dos joelhos e com um decote alto. “No mesmo ano, ele foi publicado pela revista Vogue, ganhando uma nova proposta nas mãos de Christian Dior em 1947”, explicou. A consultora conta que a peça já foi reinterpretada por diversos estilistas no mundo inteiro e ganhou várias formas. “O seu
conceito ainda é o mesmo, unindo simplicidade e beleza em uma peça única. Não há uma mulher no mundo que não fique segura e linda em um vestido preto. Para qualquer evento, a qualquer hora do dia, não importa a idade ou a silhueta, ele é o que se pode chamar de peça versátil. Nas horas de trabalho, de lazer, dos quilinhos extras, da falta de imaginação, no frio ou calor, você pode abusar dele. Compre um de qualidade e não deixe-o menosprezado no armário para as horas de chatice”, sugeriu.
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Comportamento
Uma amizade cheia de
estilo
Elas têm em comum a paixão pela moda e a forte amizade que as une há muito tempo. Voilá ouviu três fashionistas que falaram sobre a importância dessa relação nas suas vidas Fotos: Joe Cipriano
O escritor brasileiro Mário Quintana disse certa vez que a amizade é um amor que nunca morre. Fundamentais na vida de qualquer pessoa, os amigos são os responsáveis por nos empurrar para a frente nas horas difíceis. Também são aqueles com quem sempre queremos estar nos momentos de alegria. No Brasil, Uruguai e Argentina, a data mais difundida para celebrar o Dia do Amigo é 20 de julho, aniversário da chegada do homem à lua. A data foi proposta pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro, que em 1969 enviou cerca de quatro mil cartas (escritas em vários idiomas) para diversos países considerando a chegada do homem à lua como um símbolo de que se os homens se unissem, não haveria objetivos impossíveis. Em 27 de abril de 2011, a Assembléia Geral das Nações Unidas escolheu o dia 30 de julho como o Dia Internacional da Amizade.
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Amizade fashion “Todo meu patrimônio são meus amigos”, frase da poetisa americana Emily Dickinson é perfeita para descrever a relação de Rosane Mariz, Diretora de Administração e Finanças da Secretaria de Habitação Social da Prefeitura de João Pessoa com as suas amigas. Algumas dessas amizades, ela conserva desde a infância, quando ela morava em Sousa, no interior do Estado. Rosane, que descreve o seu estilo com fashion e elegante ao mesmo tempo conta que quando se encontram, ela e as amigas estão sempre lembrando de situações divertidas que aconteceram com elas em várias ocasiões. “Nos falamos sempre por telefone e apesar do dia a dia corrido, procuramos nos ver sempre que possível”, contou. Já em relação à moda, ela conta que gosta tanto do assunto quanto as suas amigas, e assim como elas, se atualiza das principais novidades do universo fashion acompanhando revistas, blogs e desfiles. “Minhas cores preferidas são branco e preto, que uso sempre. Também amo camisas. Tenho dezenas delas”, disse.
Amizades para toda uma vida Já a advogada Ângela Abrantes, que também nasceu em Sousa e é amiga de Rosane Mariz desde a adolescência, se identifica com o estilo clássico. “Não uso muito peças curtas, como shorts, pois não me identifico com elas. Já a minha peça chave é a saia lápis. Adoro viajar para São Paulo e Nova York para saber das últimas novidades e acompanhar in loco os lançamentos, principalmente de grifes como Gloria Coelho, Cosh e Arte Sacra”, contou. Para a advogada, amizade é sinônimo de lealdade, fraternidade e companheirismo. “Procuro sempre estar sempre ao lado das minhas amigas, e partilhar as suas tristezas e alegrias”, afirmou. Cuidado esse que é reconhecido pelas amigas. “A Ângela é uma amiga muito leal”, revelou Rosane Mariz.
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Comportamento
Amizade e estilo A apresentadora Marília Lima também é outra fashionista que também procura viver cercada de amigas com as quais ela pode contar sempre. Marília, que nasceu em Teresina, apresenta diariamente um programa na afiliada da Rede TV! em João Pessoa no qual ela fala sobre temas ligados ao universo feminino. “Defino o meu estilo como único. Gosto de me diferenciar e não me identifico com roupas muito iguais, do tipo que todo mundo tem. Os vestidos e saias com detalhes são os que eu mais gosto”, contou.
Bastidores:
para Dubai, e uma sandália dela (estampada com animal print) arrancou suspiros das outras entrevistadas e da equipe da loja.
A sessão de fotos da matéria rolou de Rosane revelou que elas não interferem forma bem descontraída. Rosane, Marília e no estilo de se vestir uma das outras, mas semÂngela aproveitaram para botar o papo em pre compartilham dicas de moda e beleza. dia e deram boas risadas lembrando de situações engraçadas vividas pelas três. *Os looks usados por Ângela Abrantes, Marília Lima e Rosane Mariz estão disponíPara completar os looks montados veis na loja Fio Trançado (endereço no fim da para a matéria, Marília e Rosane trouxeram revista). Confiram cliques inéditos da matéria peças do seu acervo pessoal. Marília usou acessórios comprados na sua última viagem no nosso site: www.estilovoila.com.br
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Entrevistas
O homem
e a moda
Voilá conversou em duas oportunidades com o estilista Mario Queiroz, que falou sobre o seu processo criativo e a relação dele com o universo fashion Fotos: Reprodução
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esigner, professor e consultor de moda, Mario Queiroz atua no universo fashion nacional desde os anos 1980. Ao longo dessa trajetória, o estilista, que se considera antes de mais nada “um comunicador” já colaborou com marcas como Renner e Avon, participando de forma constante da maior semana de moda do país. Conhecido como um dos principais nomes da moda masculina nacional, ele passou, a partir de 2011 a também assinar criações femininas. Em 2005, ele representou o país no Salão de Pret à Porter de Paris e no mesmo ano, lançou o livro, “O herói desmascarado – a imagem do homem na moda”, texto que é resultado da pesquisa do seu mestrado e que fala sobre a relação dos homens com o universo fashion. O estilista hoje faz parte do corpo docente da Pós Graduação em Moda do Unipê e em breve será visto de forma constante em João Pessoa.
Qual a relação que o homem brasileiro tem com a moda? Essa é uma questão complexa que já rendeu discussões até para um livro. O fenômeno da moda ser uma coisa só feminina veio com o século XX, quando os homens foram para as frentes de batalha. As mulheres, que tradicionalmente se identificaram com esse universo, estão mostrando aos homens que o interesse por moda, quando ele existe, pode conviver com os outros assuntos dos quais o homem gosta. Mas também de-
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fendo que todas as pessoas não devem ser obrigadas a gostar de moda. A moda é uma expressão que as pessoas podem se identificar ou não. No entanto, os homens já se abriram muito para esse universo e esse é um momento ótimo para a moda masculina.
Qual a sua experiência com os desfiles? O primeiro desfile da marca aconteceu há 18 anos e a marca também comemora sua maioridade em 2013. A grife tem uma passagem por todos os grandes eventos de moda do Brasil, como o Phytoervas Fashion e na Semana Barra Shopping de Moda, eventos que foram os embriões dos maiores eventos de moda hoje do país, o SFPW e o Fashion Rio.
Como é criar moda feminina? Já conto um ano e meio trabalhando com moda feminina. Criar peças para mulheres não representou um grande salto
para mim, já que a referência continua no guarda-roupa masculino. Na última coleção, a inspiração foi mostrar que o masculino e o feminino andam juntos. Não costumo seguir muito as tendências que são mais passageiras, mas procuro acompanhar macro-tendências, que são mais amplas e transcendem a moda.
Você acha que a moda pode ser militante? Sempre. A minha moda masculina se orienta nesse sentido. Quando eu coloco na passarela um homem usando tanga, ele representa a mesma imagem de uma mulher de biquíni, nem mais nem menos, mas sim igual. Procuro dar os mesmos valores para o masculino e para o feminino, e isso por si só já é uma atitude política e cultural. Moda é também é cultura.
Muito da produção da sua marca se concentra no eixo Rio-São Paulo. Você conhece a moda feita em outras regiões do país, como no Nordeste, por exemplo?
através do Dragão Fashion, evento do qual eu participo desde o começo, então conheço mais os designers que desfilam lá. Não sou muito a favor da regionalização da moda. Com a internet, o mundo não pode mais ser dividido ou pensado de forma regional. Até a definição de moda brasileira perde sentido, pois hoje somos cidadãos do mundo, e as influências chegam de todas as partes. O que é bom nesse cenário é a descentralização.
Como se relacionam as inspirações do estilista com a representação da identidade nacional nas coleções? O autor é um sujeito livre para se inspirar naquilo que ele quiser, pensando nas distinções entre roupa e figurino e sobretudo em quem ele está vestindo. pensand o
O conhecimento da moda nordestina eu tenho Looks da coleção apresentada em Fortaleza e imagem do encerramento de um dos desfiles no SPFW
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Entrevistas em quem ele está vestindo. Vejo muitas referências de brasilidade caírem em clichês e coisas mais caricatas. Não é necessário que a inspiração seja evidente nas roupas, mas sim que elas sejam o ponto de partida para a interpretação pessoal do designer.
Como podemos concorrer com países que já têm uma tradição maior nessa área? E qual a relação disso com a profissionalização no setor? Precisamos concorrer com esses países em relação ao mercado. Em São Paulo, por exemplo, tinha uma rua famosa por concentrar marcas nacionais, hoje, as principais grifes são todas estrangeiras,vendidas em shoppings. A especialização de profissionais está acontecendo hoje no país, principalmente em escolas técnicas. A moda brasileira, como a conhecemos hoje existe há menos de 50 anos, o que é muito recente. As vezes, por ansiedade, temos pressa que as coisas aconteçam rapidamente, e nem sempre pode ser assim. Esse desenvolvimento é uma prática, que vem com um tempo.
E a formação acadêmica, também é importante? A formação acadêmica é muito importante. Qualquer designer hoje precisa se especializar. Um curso de graduação é ponto de partida, e cada profissional deve se aprofundar naquela área com a qual ele se identifica mais.
Qual a relação da mídia brasileira com a moda hoje no país? Me incomoda a homogeneização que os grandes veículos fazem, enxergando todas as pessoas como iguais, o que não combina muito com os dias de hoje. Hoje, a TV ainda é uma das principais referências que a maioria dos brasileiros têm, não só em relação à moda, mas também da própria realidade deles. Mas os estilistas não precisam concordar sempre com essas referências. Dicas de estilo by Mario Queiroz: *Se olhar no espelho e se perguntar: Esse sou eu? O que eu posso melhorar? *Você não precisa ser fashionista, mas sim seguir o seu estilo e usar aquilo que você se identifica.
Alex Cavalcanti, Mario Queiroz e Rosa Toscano
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Clássicos
La vie en
rouge
Cor chave desta temporada, o vermelho é uma referência clássica da moda. Conheça os significados e a história dessa cor ícone Fotos: Rizemberg Felipe
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eja em roupas, acessórios ou na maquiagem, o vermelho é um pré-requisito do visual de toda femme fatale que se preze. Atemporal, ele tem adeptos de peso, como o estilista italiano Valentino, que de tanto usar um tom específico da cor, acabou por batizá-lo com seu nome. Cor das emoções fortes, o vermelho é ideal para compor os looks de mulheres cheias de atitude – não é a toa que ele foi o escolhido para estampar a capa desta edição de Voilá. Nesta temporada, a cor ressurge como o tom chave do outono-inverno brasileiro, tendo aparecido nas coleções mais importantes da estação. Também no Hemisfério Norte a tendência se fez notar e foi das passarelas até às ruas, aparecendo também em revistas de moda e nas produções elegantes para festas, como mostraram recentemente celebridades e ícones de estilo como a cantora Rihanna e a atriz Jessica Chastain, nas últimas edições do Grammy e do Sag Awards, respectivamente.
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A cor e a história O vermelho tem uma longa trajetória, chegando mesmo a se confundir com a história da própria humanidade. Pesquisas arqueológicas comprovaram que na época do homem das cavernas já era comum o uso dessa cor pelo homem pré-histórico. No Brasil, os estudos apontam que os indígenas nativos usavam dos recursos naturais como pitanga, urucum e o pau-brasil para obter a coloração e se enfeitarem para as batalhas. Na Europa medieval, a cor era de difícil produção, sendo obtida através do uso da secreção de um molusco encontrado nas praias do Mediterrâneo. Quando os europeus chegaram na América, eles descobriram e guardaram a sete chaves o segredo da cochonilha, um inseto capaz de produz uma substância de cor vermelha que poderia ser utilizada no tingimento de tecidos, na preparação de cosméticos e como aditivo alimentar. No século XVII, o rei francês Luís XIV praticamente instituiu o vermelho como cor oficial da nobreza, colocando-a em palácios, roupas e sapatos.
Para os looks do dia a dia nesta temporada, o vermelho pode ser usado junto com o preto (combinação cromática que virou tendência nas passarelas nacionais e internacionais), assim como uma releitura invernal do navy, misturando a cor com tons mais escuros de azul, que também aparecem com força nesta temporada. Outra opção é misturar a cor com estampas clássicas de inverno, como o xadrez. Modelo: Gabriela Bonfim Fotos: Rizemberg Felipe Styling: Alex Cavalcanti. Vestido RC Store e colar Cecília Design Beleza: Kennedy Santana (endereços no fim da revista)
Usando o vermelho Segundo a consultora Valery Didier, colunista de Voilá, o vermelho é a cor da paixão, do entusiasmo, da rebeldia e da sensualidade. “Ela fica bem quando combinada com tons de bege, gelo, cinza, marrom e verde. Para este inverno, uma das tendências em alta é o look monocromático (composto de uma cor única). Essas combinações sempre tão tidas como muito elegantes e mega indicadas para ambientes mais formais”, explicou. A consultora explicou que os tons mais claros são expansivos, mais informais e femininos. “Eles engordam e passam uma ideia de informalidade, devendo ser evitados nos ambientes de trabalho. Já os tons mais escuros são dramáticos, masculinos e fortes, ou seja, elas alongam a silhueta e passam uma ideia de seriedade”, explicou.
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Têndencia
Em
technicolor
Produções de cores fortes também são tendência. Anote as dicas para entrar nessa onda com muito estilo Fotos: Agência Fotosite
Com um pé na pop art dos anos 60 (tema da matéria de arte da edição #3 de Voilá), as produções de cores como amarelo, azul e vermelho fazem parte da cartela de cores neste outono-inverno. Os visuais monocromático s (ou seja, de uma cor só) tanto dessas cores quanto de outras mais neutras e de tons suaves também são outras opções em matéria de cor para esta Alexandre Herchcovitch temporada. Marcas como Sacada, Ellus e Alexandre Herchcovitch colocaram as cores fortes nas suas passarelas, tendência que pode ser usada de várias formas por homens e mulheres neste outono inverno. Para um look total monocromático, complemente as peças com acessórios do mesmo tom. Se a ideia é contrastar cores (bem ao gosto do color blocking), escolha um tom diferente e pegue leve nos acessórios. Para uma produção menos chamativa, eleja uma peça de cor forte e complemente o visual com outras de cores como branco e preto.
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Candy Produções que remetem aos doces surgiram há algumas temporadas e continuam como uma das apostas para este inverno Fotos: Agência Fotosite
Elevada à categoria de ícone fashion devido a sua paixão pela moda, a controversa rainha francesa Maria Antonieta ressurge como referência sempre que pensamos nas candy colors (ou tons pastel). Retomada há algumas temporadas pela Chanel - que não por coincidência elegeu os jardins de Versalhes para o desfile dos seus looks açucarados - a referência aos tons clarinhos de azul, lavanda, verde pistache e rosa ressurgem nesta temporada como uma opção suave para os looks da estação. Ellus 2nd Floor, Alexandre Herchovitch, Maria Garcia e Oh Boy foram algumas das grifes
Ellus 2º Floor Para ver: A atriz Kirsten Dunst no filme fashion dirigido por Sofia Coppola
Alexandre Herchcovitch
brasileiras que apostaram na volta da tendência, reinterpretando-a cada uma do seu jeito. Para um visual soft neste inverno, vale combinar peças claras de vários tons, em uma versão suavizada da tendência do bloco de cor. Looks monocromáticos e a mistura de peças em candy color com tons típicos da estação, como cinza, preto e azul contrapõe o efeito girly do visual. Combinar os tons claros com peças fluo também é outra boa opção.
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I FEEL LOVE “Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente. É um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.” Os versos do poeta português Luís de Camões, escritos há mais de 500 anos nunca foram tão atuais para descrever um sentimento tão forte e avassalador quanto o amor. O vermelho, cor chave desta temporada, se destaca no editorial que procura traduzir em forma de moda todas as sensações vivenciadas por quem se ama. A obra do fotógrafo francês Guy Bourdin, a estética gótica e o estilo retrô são outras referências que falam de sensualidade, mistério, ciúme, dor e paixão. Tudo com uma pegada leve e bem fashion, com produções que são ideais para esquentar o clima do nosso inverno.
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Blusa estampada e com paetês Naguchi (Brunet) e short de veludo Kodfik (Fio Trançado). Colar Maria Mello
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Camisa Clio Collection, calça Armadillo (ambas na Brunet). Cinto Brunet, clutch e brincos PenÊlop.
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Blusa Morena Rosa ( RC Store), saia de couro sintĂŠtico Lez a Lez (Brunet) e clutch PenĂŠlop.
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Blusa École de Minaribe (disponível na Penélop), calça Clio Collection (disponível na Brunet) e colar Penélop
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Top cropped de veludo Gloss Style (disponível na Fio Trançado), casaco Naguchi (Brunet) e Short DTA (Fio Trançado).
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Short jeans com spikes Penélop.Blusa Canal (disponível na Rc Store) e colete Damyller. Peep toe acervo Voilá
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Look 1 Vestido tomara que caia Mestre Kim (disponível na Brunet). Colar de pérolas sintéticas Mércia Monteiro. Look 2: Vestido de couro sintético preto Elaé (disponível na Penélop). Casaco Lado Avesso (disponível na Fina Donna). Cinto Penélop e colar Maria Mello.
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Vestido Dimmy (disponĂvel na Brunet) e brincos PenĂŠlop.
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Blusa cropped Anne Ferndandes (disponível na Fio Trançado) Legging de paetês Up Girl (Brunet) e blazer Canal (RC Store).
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Blusa de seda Amissima e saia de couro sintĂŠtico Talgui (ambos na Fina Donna). Colar Brunet.
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Blusa Armadillo (Brunet), saia, colar e brincos PenÊlop. Endereços no fim da revista.
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FOTOGRAFIA: WELLINGTON JAN MODELOS: CAMILA MONTENEGRO, LIVYA NUNES E JANIO GOMES (AGENCIA TEAM) STYLING: RAFAEL LEMOS PRODUÇÃO: NATÁLIA DAMIÃO, RAFAELY OLIVEIRA, RONEY RODRIGUES BEAUTY: LIAH PEPERONI (MAKE) / EDNA SIMÕES (HAIR)
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Cultura de moda
Um clássico de inverno
Padronagem antiga e versátil, o xadrez ressurge cada temporada de inverno como uma opção à prova de erros Fotos: Reprodução
Pense rápido: Que padronagem vem a sua mente como símbolo de inverno? Dica: Quem mora no Nordeste, também vai associá-la ao dresscode das festas juninas. Acertou quem disse o xadrez, padrão que tem uma longa história e que já se firmou como um clássico da moda. Hoje, ele prova a sua versatilidade fazendo parte desde o look casual até o visual de festa, sendo uma referência constante nas coleções de outono-inverno no mundo inteiro. Na moda, a padronagem tem uma longa história. Junto com o trench-coat, ela é um dos símbolos do estilo da grife britânica Burberry (assim como do próprio estilo do Reino Unido), que atualiza a referência a cada temporada. Uma das adeptas célebres do xadrez é a popstar Madonna, que já o utilizou diversas vezes, dentro e fora dos palcos: Em 2001 a diva uniu a estampa com o visual country usado para promover o disco “Music”. Já no começo deste ano, ela mixou o xadrez junto com a estética punk no look usado para ir ao Baile do MET, em Nova York. Xadrez e história As estampas geométricas fazem parte da história humana. O xadrez, que é mais conhecida delas, teve origem na Europa, durante a Idade do ferro (700 –50 a.C.). De acordo com o historiador têxtil E. J. W. Barber foi na Escócia, Alemanha e Dinamarca que o xadrez surgiu. Segundo ele, a origem de estampas geométricas, é sempre associada aos escoceses, mas a origem da padronagem remonta aos antigos celtas.
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Na região da Escócia, os tartans, que são o tipo mais conhecido de xadrez, servem para identificar os diversos clãs
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do país, tendo também uma importância social e cultural. Ele também é utilizado para fazer o kilt, o saiote pregueado típico dos homens escoceses. As cores diferentes designam a família ou clã ao qual o usuário pertence. Evidências da existência de tartans datam do século 3 a.C., mas foi apenas no século XVIII que o padrão se firmou como símbolo dos clãs escoceses. A falta de tecnologia, indispensável para a grande quantidade de diferentes combinações de tons que classificam as várias famílias, impossibilitava o tingimento homogêneo do fio, necessário para a confecção da padronagem xadrez complexa dos tartans. Xadrez e moda O tartan foi muito utilizado por grandes nomes da moda, como a estilista inglesa Vivienne Westwood que no final dos anos 1970, inseriu o xadrez no visual punk. Mas foi no começo do século XX que a estampa entrou no guarda roupa feminino pelas mãos de Coco Chanel, que também causou uma revolução dando um valor elegante ao xadrez.
De acordo com a consultora de estilo Valery Didier, no Brasil esse estilo é ideal para ser adaptado em festas juninas e sertanejas. “No entanto, se você quiser adotá-lo no seu dia a dia, deve escolher entre pequenos elementos e contrapor com peças mais clássicas para não parecer uma verdadeira cowgirl, a não ser que você esteja passando uns dias na fazenda, claro!”, contou. Segundo a consultora, o xadrez também pode ser combinado com estampas de outros estilos, seguindo a tendência do mix de estampas, que é forte nesta temporada. Um desses estilos é o folk. “As estampas variam entre as florais, de bichos, desenhos geométricos e egípcios e o xadrez. Como peças chave desse estilo pra lá de urbano, temos as saias e vestidos longos, os coletes, os jeans, lenços, franjas, tranças e os acessórios indianos com penas”, explicou.
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Cultura de moda
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Referência constante no outono-inverno, o look gótico ressurge com tudo nesta temporada. Saiba como aderir sem exageros Fotos: Reprodução, e Saccha Hoschtetter, para Damyller
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ma horda de vampiros, lobisomens e outras criaturas fantásticas recentemente invadiram a cultura pop em livros, filmes e séries de TV. Eles são representantes do gótico, estilo literário, arquitetônico e musical que têm uma longa história de inspiração no universo fashion. Na moda, peças pretas, maquiagem carregada (devidamente complementada por uma pele pálida) e um ar sombrio e de mistério dão o tom do visual.
na morbidez e no romantismo do movimento, eles cultuavam a tristeza e a melancolia. Nesta época, bandas como The Cure, Siouxsie and the Banshees e Bauhaus aliaram essa estética com a música e levaram o estilo para o grande público, tornando-o muito popular durante os anos 1980, situação que em parte perdura até hoje através de artistas como o Evanescence.
A origem da palavra gótico remete aos godos, uma tribo bárbara do leste da Alemanha que teve importante papel na queda do Império Romano do Ocidente. Durante o Renascimento, o termo ganhou um tom pejorativo, que dizia respeito a algo sem requinte e ultrapassado. Foi nesta época que a arquitetura medieval foi batizada de gótica, sendo considerada bárbara para os padrões do Renascimento. No século XVIII, o termo foi usado para designar o estilo literário que tratava de temas macabros e que entrou em moda na Europa naqueles tempos. No século seguinte, o norte-americano Edgar Allan Poe e os britânicos Bram Stoker e Mary Shelley - autores respectivamente de “Drácula” e “Frankstein”, duas obras-primas da literatura gótica – se tornaram mestres do gênero. Já no século XX, o espírito gótico foi resgatado pelos jovens ingleses no final da década de 1970. Associando a estética com a rebeldia que caracteriza esse período, eles usavam roupas pretas repletas de crucifixos e caveiras, penteados desarrumados e maquiagem muito carregada. Buscando inspiração
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Winona Ryder e Gary Oldman em “Drácula” (1992) Foto: Reprodução
Gótico fashion Fascinados pela estética gótica, vários profissionais de moda se inspiraram no movimento para criar coleções, editoriais e campanhas publicitárias. Vários estilistas renomados como Karl Lagerfeld, John Galliano,
Jean Paul Gaultier, Christian Lacroix, Thierry Mugler e Yohji Yamamoto já usaram e abusaram do look gótico nas passarelas. Em 2008, a inserção desse universo na moda foi tema de uma exposição no Fashion Institute of Technology de Nova York, que resgatou os principais ícones do estilo.
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Cultura de moda
E como é natural, os elementos obscuros e macabros que compõem o look gótico voltam de forma recorrente nas coleções de inverno. Há algumas temporadas, grifes internacionais como Givenchy, Zac Posen, Rodarte e Vera Wang apostaram na referência, que se espalhou pelo mundo inteiro, ganhando interpretações próprias em cada lugar. No Brasil, nomes como Alexandre Herchcovitch e Lino Villaventura foram alguns dos criadores que buscaram nessa referência elementos para consolidar os seus estilos. Em 2013, a Damyller usou a mesma referência para a campanha de inverno que fotografou na Hungria. A designer paraibana Fabíola Beltrão, que tem uma grife de roupas inspirada no universo gótico, explicou que a cartela de cores do estilo passa pelos tons neutros, como preto e branco, além de outros como roxo, marrom, azul e vermelho. “Para não brigar com o clima de uma região mais quente, sugiro a mistura entre as cores mais escuras, que são símbolo do visual gótico, com outras mais leves e claras. Já no Sul e no Sudeste ou em outros locais mais frios, pode-se facilmente fazer o bom uso de todas essas cores sem restrições”, disse. Segundo a estilista, o visual gótico tem várias vertentes como clássico, vitoriano, medieval, ethereal, deathrock, steam punk, perky e cyber. “Então, sem dúvidas você já usou peças de estilo gótico, que está presente no visual da performer Dita von Teesse, na história infantil Família Adams e até em ídolos pop com Britney Spears, que usous elementos góticos na sua turnê Femme Fatale”, explicou. Para não cair no exagero, a estilista e consultora recomenda moderação. “O ideal é mixar peças clássicas com alguma de vertente gótica, por exemplo, jeans e uma túnica com mangas como uma das peças usadas na era Vitoriana. O estilo também pode ser incorporado na maquiagem. Olhos com sombra escura e batom marcante, como vermelho ou tons mais escuros”, orientou.
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João Pessoa Av. Edson Ramalho, 1150 Loja 02 - Manaíra Galeria Via Venetto 83 3021-0465 Fortaleza Maraponga Mart Moda - MART 4 - Loja 33 85 3495-2442
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Eventos
RADAR
Voilá esteve em alguns dos eventos mais badalados que aconteceram em abril, maio e junho e conta tudo para você agora Fotos: Reprodução
Lançamento na Tippo Em maio, a loja da multimarcas Tippo na Av. Edson Ramalho realizou uma festa para apresentar a clientes e imprensa especializada as novidades da nova coleção da grife Lança Perfume. As clientes de Fátima Lúcio puderam conferir os principais look do outono-inverno da marca em um mini desfile que aconteceu durante o coquetel.
Desfile Fashiontech No começo de maio aconteceu o desfile da coleção Candy Craft, vencedora da segunda edição do Fashiontech, concurso de novos estilistas promovido pela Estação da Moda, órgão ligado à Prefeitura de João Pessoa. A apresentação contou com a presença da estilista paulistana Fernanda Yamamoto que atuou como jurada do concurso. A coleção foi desenvolvida pelo estudante de design gráfico Alberto Segundo, e foi inspirada em doces e dobraduras.
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Fernanda Yamamoto em JPA A estilista paulistana esteve em João Pessoa no começo de maio para ministrar uma palestra sobre processo criativo. Para ver a entrevista que fizemos com ela, acesse: www.estilovoila.com.br.
Palestra com o Mario Queiroz Já o estilista carioca radicado em São Paulo Mario Queiroz, que assim como
Fernanda Yamamoto também integra o line up do SPFW esteve na capital paraibana mo dia 16 de maio também para ministrar uma palestra. Intitulada “A moda hoje: Da criação ao styling” a conversa girou em torno de vários temas ligados ao universo fashion e abriu a aula inaugural do curso de pós-graduação em moda do Unipê.
Inauguração do Atelier Érica Medeiros No fim de abril, a designer de acessórios Érica Medeiros lançou o seu novo atelier, localizado no Bairro dos Estados. Além de encontrar peças da nova coleção da designer, peças de outras criadoras também podem ser encontradas no novo espaço, onde também serão ministrados mini cursos sobre acessórios e conserto de peças.
Festa Cia do Corpo Na noite do dia 21 de maio, aconteceu a inauguração da nova loja da grife de beachwear Cia. do Corpo. O novo espaço, localizado na Avenida Edson Ramalho, funciona como uma loja conceito da grife, trazendo as principais – e mais exclusivas – novidades para o público pessoense. Participaram do coquetel clientes da marca, além de imprensa e convidados VIP. A festa contou com buffet de Sueli Almeida e e decór da Êxito Projeções e Eventos.
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Aniversário de 1 ano do Pensando em Moda Voilá participou da gravação do programa especial de aniversário de um ano do Pensando em Moda, programa da RCTV comandado pela jornalista Clara Torres. As gravações aconteceram no Haras Pôr do Sol, em Cabedelo, com os convidados sendo recepcionados pela apresentadora e pela produção do programa com comidinhas deliciosas e um décor assinado por Dora Ramalho. Participaram das gravações profissionais de moda que são destaque em João Pessoa, como o estilista Romero Sousa, a designer de acessórios Maria Mello, a professora e pesquisadora de moda Mayrinne Meira Wanderley e o jornalista e stylist Alex Cavalcanti, editor-chefe da revista Voilá.
Dragão Fashion Brasil Entre os dias 13 e 18 de abril, Fortaleza virou a capital fashion do Nordeste, com a realização do Dragão Fashion Brasil 2013, semana de moda que reuniu desfiles, workshops e palestras no Centro Cultural Dragão do Mar, na praia de Iracema, tradicional pólo de moda, arte e cultural da capital cearense. Ao todo, 27 apresentações formaram o line up da semana de moda, que reuniu nomes consagrados da moda nacional, como os estilistas Lino Villaventura e Mario Queiroz. Um dos destaques do evento foi o concurso de novos designers, que reuniu estudantes de várias instituições do país e premiou os alunos de uma tradicional faculdade de moda de Fortaleza. Acompanhe a cobertura completa do evento no nosso site: www.estilovoila.com
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Festa The Society No começo de maio, o colunista e editor Ricardo Castro comandou uma festa na Maison Blu’nelle com um objetivo duplo: comemorar o seu aniversário e lançar a primeira edição da RC Vips Magazine, publicação impressa que a cada dois meses traz matérias relacionadas com moda, cultura e eventos. Tendo como atrações musicais os cantores Ramon Schanyder e Márcia Freire, a festa contou com a participação de empresários, formadores de opinião e profissionais de vários segmentos que são destaque na sociedade paraibana.
Desfile Fuxicando moda
Moda e telejornalismo em debate
Aconteceu em João Pessoa a apresentação da coleção “Fuxicando Moda”, criada pelas produtoras de moda Vanda Costa e Vanessa Guimarães, ex-alunas do curso técnico em Produção de moda da Funetec-PB. A coleção foi desenvolvida em parceria com o Museu Casa do Artista Popular Janete Costa, espaço onde foi feita a apresentação. Foram criados 20 looks inspirados no artesanato paraibano, confeccionados com materiais reciclados, além de algodão cru e chitas.
As relações existentes entre as roupas usadas por apresentadores e repórteres de televisão e o universo fashion, assim como o figurino dos telejornalistas e os seus significados foram alguns dos temas abordados pela jornalista e pesquisadora Agda Aquino durante uma palestra ministrada no último dia 14 de maio na Funetec-PB. O tema é pesquisado pela jornalista há alguns anos, rendeu uma dissertação de mestrado e em breve também virará tema de um livro elaborado pela pesquisadora.
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Moda e negócios A primeira edição do Salão Bossa Nova Moda e Negócios, resultado da união dos eventos Rio-à-Porter e Fashion Business, aconteceu de 14 a 17 de maio no Rio de Janeiro. Ao todo, 250 expositores de 11 estados brasileiros puderam mostrar os seus produtos para compradores nacionais e estrangeiros.
Lançamento Anuário de casamentos No último dia 03 de maio, aconteceu no Hotel Tropical Tambaú, em João Pessoa, o lançamento do primeiro anuário de casamento da Paraíba, evento realizado em parceria entre a Rede Brasil Casamento e Tok Dez Editora.
Lançamento Abrasel No começo de maio aconteceu mais uma edição do Brasil Sabor na Paraíba. O festival, que acontece simultaneamente em todos os estados do Brasil e é reconhecido como o maior evento gastronômico do mundo, ocorreu em João Pessoa e em Campina Grande. Na Capital, a atividade foi realizada de 02 a 26 de maio e, na Rainha da Borborema, de 07 a 30 do mesmo mês. Neste ano, o tema escolhido foi “A comida do lugar em todos os lugares”, dando destaque à culinária regional. A realização é da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes na Paraíba (Abrasel-PB).
Nati Vozza em João Pessoa A nova loja Aliança Center na capital paraibana foi inaugurada no último dia 28 de maio, com um coquetel que trouxe à cidade a blogueira paulista Nati Vozza e a natalense Ju Flor.
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Festa na RCTV Uma festa que reuniu apresentadores, técnicos, diretores e convidados, marcou o aniversário de um ano da RCTV, canal 27, da Net Digital, a mais nova emissora do Sistema Correio de Comunicação. Para comemorar a data, uma grande festa foi realizada no dia 01 de maio, no restaurante Cassino da Lagoa. O programa ‘Happy Hour’, apresentado por Abelardo Jurema e Linda Carvalho, foi transmitido ao vivo direto do local. Apresentadores, diretores e toda equipe da RCTV participaram do evento.
Workshop de atores A Escola de Atores trouxe para João Pessoa o Curso Livre de Interpretação para TV e Teatro, com direção geral de Léo Niklevis. Famoso por ter revelado estrelas como Samara Felippo, Iran Malfitano, Bianca Rinaldi e Carlos Machado, o curso foi realizado em uma faculdade dentro do Manaíra Shopping.
Consultoria de Estilo na Santa Contemporânea No começo de junho, a Santa Contemporânea, uma das multimarcas mais badaladas de João Pessoa realizou um workshop com a dupla de consultoras de moda Flávia e Roberta Santos, da Santté Estilo. O evento contou com a participação de várias fashionistas da cidade.
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Fotografia
Lentes Mágicas Voilá conversou com um dos maiores fotógrafos de moda do país, que contou detalhes sobre o seu processo criativo e histórias interessantes – e imperdíveis – da sua carreira
Fotos: Reprodução
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ob Wolfenson começou a carreira aos 16 anos, como assistente de fotografia. Depois de uma temporada em Nova York, onde trabalhou com o fotógrafo Bill King, ele voltou ao Brasil e a partir de 1985, fotografou dezenas de top models, produziu campanhas publicitárias para grifes importantes e editoriais de moda para as edições nacionais de títulos como Vogue, Elle e Harper’s Bazaar. Unindo o rigor estético - que faz dele um dos profissionais mais procurados por revistas de forte apelo comercial, como a Playboy - com a sensibilidade que está pre-
sente em todo artista, o fotógrafo também é conhecido pelos retratos que ele faz de personalidades da política, da cultura e do esporte nacionais. Pelas suas lentes já passaram o rei Pelé, o cantor Caetano Veloso, a top Gisele Bündchen e a atriz Maria Ximenes. Figuras muito diferentes entre si mas com algo em comum: Algo interessante para ser compartilhado com o público, característica prontamente revelada pelas lentes do fotógrafo. Retratos e mais retratos
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“Todo retrato funciona como a crônica de uma época, e portanto, cada retrato é uma fotografia de moda. O retrato é um encontro entre o fotógrafo, o fotografado e a circunstância na qual a foto foi feita”, refletiu. Para ele, a profissão lhe garante
um passaporte para conhecer novas pessoas, mas ao mesmo tempo não permite na maioria das vezes proximidade com quem vai ser fotografado, o que faz do fotógrafo um “especialista em breves encontros”, como ele mesmo definiu.
E se é no campo artístico que ele busca a maioria das referências – hoje ele é o criador da Sem número, revista que aborda vários temas relacionados a moda, comportamento e design, sempre de forma conceitual – foi na moda que Bob Wolfenson criou algumas das suas imagens memoráveis. “A fotografia de moda não deve representar a realidade, mas ser uma encenação, construída através de vários fatores. E nesse contexto, o fotógrafo é como um maestro ou um diretor de cinema. Na fotografia de moda, o trabalho do stylist é super importante, assim como o da modelo. Uma boa modelo já garante 50% do trabalho. E quando falo em boa modelo, me refiro aquela que dá ao fotógrafo alternativas, assim como uma atriz oferece várias possibilidades ao diretor”, disse. Fotografia x tecnologia Bob conta que não costuma participar do processo de produção das pautas de moda que ele costuma fotografar para grandes revistas da área. “É a equipe da produção que decide sobre o cabelo, a maquiagem, as roupas e todos os elementos cênicos que serão usados no ensio. Não costumo interferir nesse processo, e só
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opino quando acho necessário, pois antes de mais nada me considero um criador de imagens”, disse. E assim como em várias áreas, a tecnologia também modificou o processo de produção das fotografias não apenas de moda. Ela revolucionou a área e permitiu aos profissionais explorar novas linguagens. “O sistema digital alterou todo o processo. Antes o fotógrafo tinha mais autonomia, e também tinha que ter conhecimentos mais técnicos sobre fotografia e outros assuntos, como a química. Hoje praticamente tudo pode ser feito pelo computador, o que diminuiu e muito o trabalho” opinou. Segundo ele, as ferramentas tecnológicas devem ser usadas para potencializar o trabalho do fotógrafo. “ O uso de programas como o photoshop se torna um problema quando ele passa a ser indiscriminado. Em muitos casos hoje o fotógrafo atua como um DJ, um sampleador de imagens, sem muita criação artística, banalizando a fotografia”, disse. Para o fotógrafo, outro fator importante do trabalho é a relação entre a pressão comercial e a liberdade criativa. “Cada profissional deve fazer algumas concessões, mas cada um tem que ter o seu limite de até onde é possível ir. Se você é muito subserviente, o próprio mercado acaba te rejeitando. E é da tensão entre o publisher e o fotógrafo que nascem as boas fotografias de moda”, disse.
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Cultura de Moda
O estilo e as histórias de
Martha Medeiros Uma das maiores estilistas brasileiras fala sobre o processo criativo e a história das peças criadas por ela que são admiradas internacionalmente
Fotos: Reprodução
Ela faz parte do seleto time de profissionais de moda brasileiros que transcendeu as fronteiras nacionais e teve o seu trabalho reconhecido em escala internacional. Se hoje as peças de renda da estilista alagoana Martha Medeiros são apreciadas nos EUA e na Europa, o começo do seu trabalho com a moda foi bem mais singelo. A estilista conta que herdou da avó, uma dedicada professora de arte, a paixão pelas técnicas artesanais. As suas primeiras criações foram peças para as suas bonecas, quando ela ainda era criança. “As roupas das minhas bonecas tinham golas e barras bem feitas, diferentes dos modelos das outras meninas, que eram praticamente pedaços de tecidos com buracos para os braços e a cabeça das bonecas”, relembrou. A paixão pela moda se consolidou anos mais tarde, quando ela se mudou para Maceió e fundou uma loja multimarcas que aos poucos virou referência na cidade. Já o início como estilista se deu por necessidade. “Muitas clientes não encontravam na loja peças com as quais se identificavam e para suprir essa demanda, passei a criar alguns looks, que logo caíram no gosto das mulheres”, contou.
Mulher rendeira Martha contou que o seu interesse pela renda surgiu pela identificação que ela tem com esse material desde a infância. A delicadeza da renda, luxuosa por natureza, resulta em peças que são verdadeiras obras de arte. A estilista usa as técnicas de confecção mais sofisticadas, que são complementadas com horas de trabalho manual, a fim de assegurar a cada peça um acabamento perfeito. “Outro dos meus segredos é inserir as tendências em alta nas peças de renda, que ganham assim um apelo mais fashion”, contou. Segundo a estilista, os principais tipos de renda com os quais ela trabalha são a renascença, filé, richilieu, de bilro e a boa noite, esta última feita apenas na Ilha do Ferro, localidade que fica nas margens do rio São Francisco, a 320 km de Maceió. Junto com essas matérias primas tipicamente brasileiras, a estilista usa os mais tecidos mais nobres, como musseline de seda, tule e renda francesa, barbatana de silicone alemã e crinol suíço. “Para cada peça são necessárias várias horas de trabalho manual, fio a fio. Cer-
ca de 350 em três estados, organizadas em cooperativas de rendeiras em pequenas cidades, estão envolvidas no processo de confecção das peças, que tem seu foco na modelagem e no apelo de moda”, contou. Nordeste que inspira moda Martha Medeiros conta que o tema da sua próxima coleção já está definido: Os mares. Segundo ela, o sertão, com suas paisagens e pessoas são uma inspiração constante para o seu trabalho, marcado pelo resgate das tradições típicas do Nordeste. Com 20 pontos de venda no Brasil e um em Nova York, ela conta que nem sempre é fácil trabalhar com moda no país. “Não é fácil criar roupas no Brasil. Faltam incentivos, profissionais qualificados e matérias-primas de qualidade a preços competitivos”, comentou. Nos planos da estilista estão os lançamentos de uma linha para o público teen e outra de produtos para a casa, que também tenham o DNA luxuoso da sua marca. “Antes de criar uma peça, acredito que ela tem que ser linda para sempre. Isso é o verdadeiro luxo, que não tem a ver tanto com dinheiro, mas sim com sensibilidade”, disse.
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Tendências
150 tons de
cinza
Voilá ensina você como usar com estilo a cor que além de ser um clássico do inverno, é tendência absoluta nesta temporada Fotos: Agência Fotosite
O cinza vem sendo considerado por muito experts em matéria de estilo como o novo preto. Cor atemporal e bastante versátil, ele é uma referência constante nas passarelas da temporada mais fria. Neste outono-inverno brasileiro a cor em inúmeros tons voltou com tudo, aparecendo em produções para o dia a dia e nos visuais de festa. A tendência segue firme e forte para a próxima temporada, como provam as fotos que ilustram esta página: todas são de coleções de primavera-verão desfiladas nas últimas edições do SPFW e do Fashion Rio. Como um tom neutro, o cinza pode ser combinado com praticamente todas as outras cores. Para o inverno, o ideal é combiná-lo com outros tons da cartela da temporada, como as versões escuras de azul e os tons violáceos. As melhores cores são: preto, azul marinho, roxo (ou lilás) e prateados em geral. Outras tonalidades de cinza também criam a clássica combinação tom sobre tom, que é sempre elegante. Acessórios com strass também ficam bem com o cinza, pois refletem a cor criando um tom prata interessante. A tendência também invadiu o campo da maquiagem, com a sombra cinza estando presente nos últimos desfiles de Valentino, Chanel e Armani. Várias celebridades apareceram no tapete vermelho com a tendência, entre elas trendsetters como Mila Kunis, Kristen Stewart, Sandra Bulloock e Emma Stone.
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Colunas
Viajando com
ESTILO
Por Valery Didier Foto: Reprodução
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rrumar uma mala funcional e que contenha mil looks incríveis e descolados pode ser uma tarefa estressante e difícil. A gente joga milhares de roupas e acessórios na cama, tem vontade de levar o armário inteiro e ainda fica com frio na barriga toda vez que pensa na hora de pesá-la no embarque. Agora, imagina chegar no destino final, abrir a mala, não gostar nada do que se levou (ou pior, levar muita coisa e nada combinar com o clima local) e passar a viagem inteira lembrando das suas coisinhas do closet? Todas nós já passamos por isso, até aquelas que se dizem super práticas e descompromissadas com as combinações perfeitas para os passeios perfeitos. Mas, o bom
é que existem certas dicas valiosas que podem nos ajudar e muito a como fazer uma mala mais funcional e menos pesada, seja ela de verão ou inverno. Abaixo, as principais dicas para não errar nessa hora: • A primeira coisa mais importante é checar o tempo para saber como anda a temperatura por lá. Às vezes, a gente acha que vai estar quase nevando de tanto frio e se engana e passa um calorão; • É essencial ter uma mala leve de verdade. Hoje já existem no mercado umas malas chamadas “Ultra Light” que são realmente leves, diminuindo o peso total. Se puder, compre uma com quatro rodinhas que giram em 360º, que são melhores para transportar. Adquira também um conjuntinho de necés-
saires legal, de preferência revestida por pláticos para levar todas as bugigangas de beleza, e acessórios.
Não se esqueça de uns dois cardigans e de um blazer ou colete, todos neutros.
• Pense em quantos dias vai ser a viagem. Lembrem-se de que: para cada peça de baixo (calça, bermuda, legging), você pode levar até três de cima. Separe tudo na cama. Evite as peças muito na moda (leve no máximo uma ou duas peças) e prefira os clássicos de cores neutras que são mais fáceis para coordenar.
• Leve umas duas ou três camisetas mais basiquinhas, um camisão de botão, dois cintos legais, um lenço e os acessórios como brincos, colares, pulseiras, etc. Dois pijamas são melhores que um, por quê? Porque um pode sujar e aí a gente fica sem opção para dormir. Já no quesito underwear, duas calcinhas por dia e um sutiã correspondente.
• Pense em dois looks por dia. Um mais básico e outro mais arrumadinho. Não caia na tentação de levar muitos sapatos. Uma sapatilha, um tênis, um par de botas, um chinelo e um scarpin são mais que suficientes.
• Se o lugar para onde você vai é muito frio, leve o sobretudo na mão para evitar o peso extra e não se esqueça das luvas, cachecóis, meias térmicas e tudo mais para lhe aquecer.
• Viaje com uma calça confortável e leve outra de reserva que pode ser de couro, resinada ou jeans. Um vestidinho de tricô e uma saia midi para usar com uma meia ou legging por baixo são bem-vindos.
• Na hora de arrumar tudo, comece sempre pelo mais pesado em baixo e os mais leves em cima. Cubra tudo com uma toalha para evitar possíveis furtos. Aproveite o zíper grande de dentro para colocar as necéssaires e os sapatos.
*Valery Didier é consultora de imagem e editora do site www.temqueterestilo.com.br. Para falar com ela mande um email para valeriadidier@temqueterestilo.com.br.
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Comportamento
TRADIÇÕES que se entrelaçam Conheça um pouco da história da festa e das tradições que animam todo o Nordeste nesta época do ano Fotos: Reprodução
*Por Patrícia Gouveia
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om a chegada de junho, mês que traz o sabor do milho e o som do arrasta pé, celebramos São João, Santo Antônio e São Pedro. Segundo historiadores, essa festa tão típica no Brasil e em especial no Nordeste nasceu na época da colonização, após 1500, quando os portugueses introduziram em nosso país muitas características da cultura europeia. O surgimento dos festejos juninos se deu no período pré-gregoriano, como uma festa pagã, quando se comemorava a grande fertilidade da terra e as boas colheitas. Trazida pelos colonizadores, logo foi incorporada aos costumes dos povos indígenas e negros. Aqui no Brasil essa celebração foi criando sabores, cores e ritmos próprios, a partir da tradição dos países europeus católicos que remonta ao século IV. Originalmente os festejos eram chamados de “Festa Joanina” (em homenagem a São João) e quando chegou ao Brasil, o nome da festa foi modificado para junina. Devemos destacar que não só os brasileiros contribuíram para a transformação da festa: os franceses, por exemplo, trouxeram para a quadrilha os passos e marcações inspirados na dança da nobreza europeia. Os chineses incluíram os fogos de artifício, que dão um tom diferente e alegre para a festa. Já a dança de fita teria sido trazida da península Ibérica, muito comum em Portugal e na Espanha. Com o passar do tempo, todos estes elementos culturais foram misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (que mescla referências indígenas, africanas e de imigrantes europeus) em todo o país,
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tomando características particulares em cada uma delas. Mas, foi na região Nordeste que se enraizou, tornando-se tradição e marca forte da cultura nordestina. Hoje, falar no Nordeste além de lembrar as belas praias também nos remete a alegria do São João. Nordeste em festa É no Nordeste que a festa transpõe-se da comemoração e se incorpora no cotidiano do seu povo. É tempo de comemorar as colheitas, dançar e ter comida da boa na mesa. Também é a época de receber turistas que proporcionam o crescimento econômico na região. Na dança típica deste período, as competições são acirradas: os componentes das quadrilhas ensaiam o ano todo e durante todo mês de junho competem entre si nos vários concursos para eleição do melhor grupo. Caruaru, em Pernambuco, e Campina Grande, na Paraíba, disputam há anos o título de maior festa junina do País. Em Campina Grande, o São João reúne tradicionais apresentações de quadrilha, trios de forró
pé de serra, repentes, exposição de cordel e grupos folclóricos. Nas ilhas do forró, onde só se entra acompanhado, a fogueira cenográfica esquenta o clima da noite. Para quem gosta de viajar, o Expresso Forrozeiro, trem que viaja entre Galante e Estação Velha é uma boa opção, trazendo um som regional diferente em cada vagão.
São doces, salgados e bebidas ligados à cultura do campo e a região do interior, como a pamonha, o bolo de milho verde, de fubá, de pé de moleque e de macaxeira, cocada, canjica, curau, o famoso milho cozido e assado, entre outras.
Já em Caruaru, além das atrações musicais gratuitas nos palcos oficiais outras opções são as Drilhas. Desde 1989, os grupos de quadrilha se organizam de maneira parecida com os blocos do carnaval de Salvador e se apresentam fantasiados, seguindo o trio elétrico ao som de forró, sempre no período da tarde, na Avenida Agamenon Magalhães. No Alto do Moura, outro ponto turístico da cidade, o movimento fica por conta de bares e restaurante onde as bandas locais animam os turistas o dia todo.
Genilda da Silva, 50 anos, funcionária pública, mora no Sertão da Paraíba, em uma cidade chamada Imaculada, que fica a 294Km da capital, João Pessoa e que tem quase 12 mil habitantes, segundo o IBGE. Lá, a tradição das festas juninas é forte e segundo Genilda, no mês de junho a cidade pára festejando o São João.
Também não se pode falar em festa junina sem falar da comida, que dá o tempero da festa. As famosas iguarias típicas, (na maioria pratos feitos a base do milho), fazem parte da tradição e se incorporaram na festa.
Uma festa feita de tradições
“Para mim essa é uma das festas mais importante do nosso calendário, é o período que lembramos e celebramos São João, que é um dos santos de destaque da Igreja Católica. Comemoramos com muita alegria, ela nunca pode deixar de existir, faz parte da cultura do Brasil e principalmente da nossa região”, contou. Ainda segundo Genilda, os pratos tí-
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picos, que ela mesma prepara sem reclamar do trabalho extra, não podem faltar na mesa da noite de São João. “Tenho o maior prazer e sei fazer todos! Como já gosto muito de cozinhar, fico muito alegre cozinhando e no dia da festa preparo os pratos com alegria em dobro, dividindo com os vizinhos e com a família”, disse. A fogueira também é outra tradição da festa que tem origem européia. As fogueiras faziam parte da celebração do solstício de verão. Acesa no dia de 24 de Junho, a fogueira tornou-se na Idade Média um atributo da festa de São João. Ela também faz parte da história da Igreja Católica. O antigo costume tem as suas raízes nos primórdios do catolicismo, quando em um acordo entre Maria e Isabel, esta última teria de fazer uma fogueira, para avisar que estava prestes a nascer o seu filho, João Baptista. Assim a Virgem Maria iria em seu auxílio. Para a dona de casa Sandra Oliveira, que mora em João Pessoa, acender a fogueira na noite de São João tem um significado especial. “Mesmo não morando mais no interior, não deixa a tradição religiosa de lado. Acender a fogueira para São João representa uma promessa do meu pai que passou por tradição para os filhos, espero que os meus filhos continuem com o costume”, contou.
O São João no restante do Brasil Na região Sul e Sudeste as Festas Juninas são marcadas pelas quermesses, festas populares realizadas por igrejas, nos colégios, sindicatos e empresas. Na quermesse temos barraquinhas com comidas típicas, pipoca o “quentão”, bebida quente que tem como ingredientes vinho e gengibre, jogos para animar crianças e adultos, na música a quadrilha e o estilo sertanejo também fazem parte da festa. Antônio Laureano, analista de qualidade, mora há quase trinta anos no Paraná e sente saudades do tempo que acendia fogueira com o pai e comia os pratos típicos da noite de São João: “Quando chega o mês de Junho bate a saudade do Nordeste, queria muito trazer as tradições do São João para o Sul, ascender a fogueira que eu ascendia com meu pai e comer uma deliciosa pamonha, mas aqui é muito difícil, as festas juninas aqui são diferentes”, lembrou. Como Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, nesse período as mulheres solteiras estão com as simpatias em mãos para arrumar um casamento. No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio”. Diz a tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca ocorra a falta. As mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão. *Patrícia Gouveia é jornalista e assessora de imprensa.
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Cultura
uma dança cheia de ritmo E HISTÓRIA Com passos bem marcados e inspiração francesa, a quadrilha se firmou como uma das maiores tradições do São João no Nordeste Fotos: Reptrodução
*Por Patrícia Gouveia
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s quadrilhas juninas dão cor e ritmo para as festas juninas. A dança tem origem na França (Normandia) e na Inglaterra, sendo chamada na Europa de “Neitherse”, e no passado fez presença constante nos nobres salões aristocráticos e burgueses. Em Paris ela se chamava “quadrilhe”, originando a contradance française, uma adaptação da “country dance” holandesa e alemã. Em terras brasileiras, as quadrilhas vieram para ficar nas terras brasileiras, em especial no Nordeste. Na região, os componentes dos grupos ensaiam o ano inteiro, planejando literalmente passo a passo da apresentação, com uma apresentação tão cuidadosa quanto os preparativos do Carnaval no Rio de Janeiro.
Em sua origem, temos a França como mãe e difusora da quadrilha. Surgida nos palácios, ela era uma dança nobre que rapidamente se espalhou por toda a Europa, estando presente em todas as festividades da nobreza. Segundo estudiosos, a quadrilha foi introduzida no Brasil na cidade do Rio de Janeiro, em meados de 1820, por intermédio da família real portuguesa. A quadrilha era a dança preferida para abrir os bailes da Corte Imperial, e com o tempo ela saiu dos salões ganhando as ruas e clubes populares. Com a mudança, o povo acrescentou nomes e características regionais à coreografia aristocrática. A quadrilha apresenta marcação alternadamente em português e francês - e
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mesmo em francês e linguagem sertaneja, mistura que deu origem ao matutês, a junção do linguajar matuto com o francês, - que caracteriza a maioria dos passos da quadrilha junina. Expressões como “Balancê” que quer dizer Balancer, significando que todos os participantes devem dançar balançando em seus lugares. Essa e outras expressões da dança francesa foram adaptadas quando o estilo passou a fazer parte da festa junina. Alegria, performance e ritmo Dentro da quadrilha junina é desenvolvida uma encenação que se assemelha com a prática teatral. As figuras que não podem faltar são: o noivo e a noiva, o padre, o pai e a mãe da noiva, o sacristão e o delegado. O enredo do casamento matuto traz a noiva que está grávida antes do casamento, seus pais obrigando o noivo a casar, ele recusa, daí surge a intervenção da polícia. Assim, o casamento é realizado com a benção do padre e sob os olhos atentos do delegado, com a dramatização satirizando com muito humor uma situação que muitas vezes acontece de verdade no interior do Nordeste. Com o passar dos anos até mesmo a “quadrilha matuta” adquiriu algumas transformações, criando uma nova forma de expressão na dança, a “Quadrilha estilizada”, que traz alguns traços da quadrilha matuta, porém com uma coreografia própria, um grupo de dança que tem com passos criados exclusivamente para a música escolhida, com temas, causas, como em um corpo de balé. A versão estilizada da dança traz em seus componentes alguns
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personagens como Lampião, Maria Bonita, “sinhozinho”, espanholas e ciganos. Neste caso, os trajes usados lembram roupas típicas do folclore dos pampas gaúchos. Segundo edital de concurso da Funjope, Fundação Cultural de João Pessoa, considera-se quadrilha junina um grupo fiel às tradições regionais. Este precisa ser formado por componentes adultos, com casamento e conjunto musical regional (sanfona, zabumba, triângulo e pandeiro). Já a atuação da quadrilha precisa estimular e valorizar expressões artísticas e culturais típicas do período junino na cidade. A quadrilha Lampião, do bairro Mangabeira, em João Pessoa, tem 65 componentes que neste ano dançou com o tema “O solo produtivo e rico no peito do Nordeste pulsa o coração do Velho Chico”, que faz uma reflexão sobre a seca e a importância do solo. Leonilson Aquino faz parte da quadrilha, que em 2013 completa 30 anos. Na Paraíba a quadrilha é a única hexacampeã do Estado. Para ele, participar de uma quadrilha junina é algo especial: “Participar de uma quadrilha junina é primeiro gostar de dançar, é reencontrar amigos, é brincar e expandir a cultura através da dança. Neste ano, temos a melhor expectativa possível, conseguimos personalizar o tema nos trajes, usamos serigrafia, os trajes femininos representam a seca, os masculinos a água. Trabalhamos sempre tendo a originalidade como foco principal”, destacou. *Patrícia Gouveia é jornalista e assessora de imprensa.
Gastronomia
Tradição
reinventada
Convidamos um chef de cozinha que deu dicas de como dar uma cara gourmet aos pratos típicos do São João, e assim apreciá-los o ano inteiro Fotos: Alex Cavalcanti
*Por Fábio Cunha
A
s festas juninas no Brasil são uma das maiores manifestações de religiosidade, arte e cultura popular. A gastronomia junina está intrinsecamente ligada aos costumes e hábitos alimentares dos brasileiros. Cada estado ou região possui uma característica ímpar, influenciados pela colonização, história e geografia. No
Nordeste, a festa é comemorada com mais força, com a culinária se destacando como umas das maiores tradições da data, com pratos repletos de cores, sabores e aromas da cozinha brasileira. O milho verde, mugunzá, canjica, paçoca, pé de moleque, bolo de fubá, cuscuz, bolinho de nata, batata doce, carne de sol e a boa e velha cachaça brasileira. O difícil é eleger entre uma infinidade de insumos e receitas, qual é o mais típico, melhor e mais saboroso produto da gastronomia junina. A tradição das festas juninas é uma cultura transmitida de geração em geração e todo brasileiro possui uma memória gustativa referente a essa época do ano. Nesse caso entram em questão as memórias gustativas: sabores e sensações que acolhem, confortam e trazem saudades.
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Também podemos dar um toque gourmet aos pratos típicos juninos, criar releituras de receitas clássicas e fazer interpretações mais criativas e diferentes. Se reconhece um bom chef pela excelência na execução de simples receitas, que prezam o sabor, a apresentação e a identidade do prato. Com a diversidade de ingredientes típicos dessa época do ano é possível se criar uma infinidade de receitas juninas, dando a elas as mais diferentes formas de interpretações e apresentações. Vale a pena priorizar o paladar, dar preferências aos quitutes clássicos dessa época do ano e levar em conta nossas raízes, memórias gustativas, sabores e aromas que encantam os sentidos. Sugiro investir numa apresentação mais criativa, reinventando a gastronomia junina sem perder a identidade, afinal de contas não podemos esquecer que é uma festa caipira e cheia de sutilezas.
O ideal é deixar o clima junino entrar na sua casa. Monte uma mesa farta com delícias típicas, decore o ambiente com bandeiras e balões, invista no colorido dessa época do ano. Uma boa dica para servir seus convidados é no formato de finger food, pequenas porções individuais de diferentes receitas, que podem decorar a mesa facilitarem o acesso dos convidados aos diversos quitutes. No nosso site tem uma receita que o chef Fábio Cunha preparou especialmente para os leitores de Voilá. Confiram o passo a passo para fazer um delicioso pudim de pamonha com goiabada acessando www. estilovoila.com.br *Fábio Cunha é chef de cozinha e apresentador do programa Casa Master.
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Música
Tradição, alegria
e ritmo
Fotos: Reptrodução
Alceu Valença
O forró é um dos gêneros musicais mais populares do país e símbolo do Nordeste. Contamos tudo sobre o estilo que é a cara do São João
G
ênero que une dança e música, o forró é o principal estilo musical do Nordeste e um dos símbolos da região. Ele surgiu a partir de uma generalização de vários ritmos musicais nordestinos, como o baião, a quadrilha, o xaxado, que tem influências holandesas e o xote, cuja inspiração veio de Portugal. A versão tradicional é executada por um trio, composto de um sanfoneiro (tocador de acordeão, que no forró é tradicionalmente a sanfona de oito baixos), um zabumbeiro e um tocador de triângulo. Na sua origem, o forró possui semelhanças com o toré, prática cultural dos índios brasileiros e com ritmos portugueses
e holandeses, povos que influenciaram os hábitos culturais do país na época da colonização. Já a dança que acompanha o ritmo musical tem influência direta das danças de
Elba Ramalho Alceu Valença
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salão européias popularizadas no século XIX. Ritmo e história Segundo o filólogo pernambucano Evanildo Bechara, a palavra “forró” é uma variante do antigo galego-português forbodó, relacionando o termo a farbodão, do francês faux-bourdon, usado para definir uma técnica de harmonização musical popular durante a Idade Média. Já o escritor espanhol Fermín Bouza-Brey explica que o elo entre os termos surgiu na região noroeste da Península Ibérica (Galiza e norte de Portugal), onde a palavra forbodó era usada para definir um ritmo musical que acompanha uma dança muito apreciada pelos moradores da área. Outra história popular no Brasil conta que a palavra “forró” surgiu a partir da adaptação da expressão da língua inglesa “for all” (para todos). Conta-se que no início do século XX engenheiros britânicos, instala-
Zé Ramalho dos em Pernambuco para construir a ferrovia Great Western, promoviam bailes abertos ao público, ou seja for all. Assim, o termo passou a ser pronunciado “forró”, que também foi usado pelos nordestinos para definir a música e a dança da festa. Outra versão da mesma história substitui os ingleses pelos norte-americanos e Pernambuco pelo Rio Grande do Norte na época da Segunda Guerra Mundial, quando uma base militar dos Estados Unidos foi instalada em Natal. Muitos historiadores acreditam que as duas histórias seriam uma lenda, já que em 1937, (cinco anos antes da instalação da base americana), a palavra “forró” já se encontrava registrada na história musical na gravação fonográfica de “Forró na roça”, canção composta por Manuel Queirós e Xerém. Os bailes populares conhecidos em Pernambuco por “forrobodó” ou “forrobodança” ou ainda “forrobodão” também já eram populares em muitos locais da região já no século XIX.
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O forró clássico Além do forró tradicional, denominado pé-de-serra, existe outras variações, tais como o forró eletrônico, vertente estilizada e pós-modernizada do forró surgida no início dos anos 1990. Ela utiliza elementos eletrônicos em sua execução, como a bateria, o teclado, o contrabaixo e a guitarra elétrica. Já o forró universitário também surgiu no final da década de 90 em São Paulo, se caracterizando como uma espécie de releitura jovem do forró tradicional. O forró tornou-se um fenômeno pop em princípios da década de 1950. Em 1949, Luiz Gonzaga gravou “Forró de Mané Vito”, de sua autoria em parceria com Zé Dantas e em 1958, “Forró no escuro”. No entanto, o forró só se popularizou mesmo em todo o país com a migração dos nordestinos para outras regiões do país, especialmente, para as capitais Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
Nos anos 1970, surgiram, nessas e noutras cidades brasileiras, “casas de forró”. Artistas nordestinos que já faziam sucesso, como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Trio Nordestino, Genival Lacerda se consagraram e outros surgiram. O forró hoje Depois de um período de desinteresse na década de 1980, o forró ganhou novo fôlego da década seguinte em diante, com o surgimento e sucesso de novos artistas. Hoje, o ritmo faz sucesso durante o ano inteiro na região, lotando casas de show e festivais de música. Durante os festejos juninos, é o forró quem dá o tom da festa, desde grandes comemorações em Campina Grande e Caruaru – que disputam o título de Maior São João do Mundo – até festas em cidades pequenas.
Alceu Valença
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Cinema
CINEMA
MADE IN NORDESTE Além de belas praias, a região mais alegre do país também é um prato cheio quando o assunto é a sétima arte Fotos: Reprodução
*Por Rodrigo Brandão
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esde a retomada na década de 90, o cinema nacional cada vez mais tem obtido reconhecimento mundial pela sua crescente qualidade técnica e crítica social. Apesar do pólo de produção audiovisual brasileiro ser situado no eixo Rio-São Paulo, o Nordeste rendeu inúmeras obras audiovisuais aclamadas por crítica e público. Mas esse sucesso da região transcende a riquíssima cultura nordestina, tradicional fonte de conteúdo da TV e do cine-
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ma, e tem em seus talentosos cineastas um olhar singular sobre o próprio entorno. Com tradição histórica em documentários e ficção, o nordeste foi o berço do Cinema Novo, movimento encabeçado pelo cineasta baiano Gláuber Rocha, que produziu clássicos como “Deus e o diabo na terra do sol” (1963) e “Terra em transe” (1967). Também fundador do movimento, o diretor alagoano Cacá Diegues foi o responsável pelo premiado “Bye Bye Brasil” (1979). Diegues também lançou a
da” para a TV e o cinema, ambos lançados em 2000. Em seguida vieram os longas “Lisbela e o Prisioneiro” (2003), “Romance” (2008), versão de Tristão e Isolda, e a adaptação para as telonas da clássica telenovela “O Bem Amado” (2010). Cinema e crítica social na terra do sol versão longa-metragem de “Tieta do Agreste” (1996), além de “Orfeu” (1999) e ‘Deus é brasileiro” (2003). No entanto, foi em um produtor televisivo de longa data que o Nordeste teve representações bem-humoradas de sua realidade. Responsável por programas consagrados da TV brasileira, como “Armação Ilimitada”, “TV Pirata” e “A Grande Família”, o pernambucano Guel Arraes obteve grande sucesso de público com a adaptação de “O Auto da Compadeci-
No outro extremo da dramaturgia na sétima arte está a abordagem visceral e determinista da natureza humana do pernambucano Cláudio Assis. Polêmico, Assis dirigiu longas premiados como “Amarelo Manga” (2002), “Baixio das Bestas” (2006) e “A Febre do Rato” (2011). Já seu conterrâneo Marcelos Gomes dirigiu as cinebiografias “Madame Satã” (2002) e “Cinema, Aspirinas e Urubus” (2005), o drama experimental “Viajo porque preciso, volto porque te amo” (2009) e o longa “Era uma vez eu, Verônica” (2012). A Bahia também é representada pelo roteirista e diretor baiano Sérgio Machado, que dirigiu filmes como “Cidade Baixa” (2005) e a adaptação de “Quincas Berro d’Água” (2010), além de ter produzido “Alice”, uma versão pós-moderna do livro de Lewis Carroll para o canal pago HBO. Parceiro recorrente de Machado em vários trabalhos, o cineasta cearense Karim Aïnouz dirigiu o premiado “O céu de Suely” (2006).
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Na Paraíba, o gênero cinematográfico mais expressivo é o documentário, cujo vanguardista foi o cineasta Linduarte de Noronha com o curta-metragem “Aruanda” (1960), considerado precursor do Cinema Novo. Essa tradição foi continuada no estado por cineastas renomados como Wladimir Carvalho, Bertrand Lira, Marcus Vilar e Torquato Joel. No gênero ficcional, apesar de haver uma produção regular de curtas metragens, poucos foram os longas produzidos, como por exemplo, “O Salário de Morte” (Linduarte Noronha, 1971), “Por trinta dinheiros” (Vânia Perazzo, 2005) e “ O sonho de Inacim “(Eliezér Rolim, 2009). Recentemente, o diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho consagrou-se com o seu recente longa-metragem ficcional “O Som ao Redor” (2012). Um crítico do jornal The New York Times considerou-o um dos melhores filmes de 2012, dentre uma lista de 10 filmes do mundo inteiro. Produzido com apenas R$ 1,8 milhão, o longa é um bom exemplo de filme mundialmente aclamado, mas com orçamento reduzido para os padrões hollywoodianos, rodado num país que ainda está construindo a sua indústria cinematográfica e ainda possui total dependência dos incentivos governamentais. Entretanto, essas limitações do cinema brasileiro geraram talentosos cineastas que cada vez mais sabem extrair qualidade, experimentação e inventividade delas. *Rodrigo Brandão é pesquisador e cineasta.
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Arte
Arte
em dose dupla Em diferente áreas, dois paraibanos se destacaram, elevando a arte no Brasil e se tornando referência até hoje Fotos: Reprodução
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escritor português Eça de Queiróz afirmou certa vez que a arte é um resumo da natureza feito pela imaginação. A frase é perfeita para definir a carreira de dois paraibanos que com o seu trabalho, representaram as paisagens, o povo e a realidade do nosso país e sendo –cada um na sua área - referência obrigatória até hoje. Um deles é José Lins do Rego Cavalcanti, romancista que o crítico literário Otto Maria Carpeaux, definiu como “o último dos contadores de histórias”. Ele nasceu em Pilar, no dia 03 de junho de 1901, primeiro ano do século que iria anunciar uma verdadeira revolução no meio artístico brasileiro e mundial.
Ao lado de Graciliano Ramos, Érico Veríssimo e Jorge Amado, ele foi um dos escritores regionalistas mais conhecidos da literatura nacional. Seu romance de estreia, Menino de Engenho (1932), é o seu livro mais conhecido. Publicado com dificuldade, a obra logo foi sucesso de crítica e público.
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As pessoas e as paisagens do Nordeste Cinco dos seus livros mais conhecidos, que ele nomeou como parte do “Ciclo da cana-de-açúcar”, falam sobre a decadência do engenho açucareiro nordestino, sob um ponto de vista menos nostálgico e com toque mais realista. Além de Menino de Engenho, fazem parte desta série: Doidinho (1933), Bangüê (1934), O Moleque Ricardo (1935), e Usina (1936). Suas histórias não se limitam apenas à crítica sócio-política, se destacando também pela sensibilidade ao falar das paisagens, do povo e da realidade do Nordeste.
Vários críticos e estudiosos literários importantes atribuem ao autor a invenção do novo romance moderno brasileiro. Segundo eles, José Lins do Rego ajudou a construir uma nova forma de escrever inspirada na oralidade, o que só se tornou possível pela liberdade conquistada e praticada pelos modernistas de 1922. Sua magnum opus, o romance Fogo Morto (1943), é considerado pelo crítico Massaud Moisés como “romance dos grandes personagens e uma das obras mais representativas não só da ficção dos anos 30 como de todo o Modernismo”. O heroísmo nacional em tela Se no campo da literatura José Lins do Rego trouxe o modernismo para a Paraíba,
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no século XX outro paraibano se destacou, desta vez fazendo uma arte de inspiração clássica. Mais conhecido como pintor, Pedro Américo (que nasceu em Areia no dia 29 de abril de 1843) foi também escritor, cientista, teórico de arte, filósofo, político e professor. Considerado hoje como um dos mais importantes pintores acadêmicos do Brasil, ele deixou obras de impacto nacional. Assim como o austríaco Wolfang Amadeus Mozart, ele desde cedo demonstrou inclinação para as artes, sendo considerado um menino-prodígio. Ainda jovem participou como desenhista de uma expedição de naturalistas pelo Nordeste e recebeu apoio do governo para se formar na Academia Imperial de Belas Artes. Saindo do Brasil, ele fez seu aperfeiçoamento artístico em Paris, estudando com mestres da pintura. Retornando ao Brasil, ele passou a dar aulas e iniciou uma carreira de sucesso, ganhando projeção com grandes pinturas de caráter cívico e heróico. Seu estilo, coerente com as tendências artísticas do seu tempo, fundia elementos neoclássicos, românticos e realistas, e sua produção é uma das primeiras grandes expressões do Academismo no Brasil, que vivia o auge naquela época. Pinturas como Batalha de Avaí, Fala do Tro-
no, Independência ou Morte! e Tiradentes esquartejado, são hoje reproduzidas aos milhões em livros escolares de todo o país, permanecendo vivas até hoje no imaginário coletivo da nação. Um pintor moderno, à sua maneira Pedro Américo passou sua carreira entre o Brasil e a Europa, e em ambos os lugares seu talento foi reconhecido, recebendo grandes elogios da crítica e do público. Para os artistas vanguardistas, o pintor tinha talento e técnica admiráveis, mas ele representava também tudo o que o sistema acadêmico tinha de conservador, elitista e distante da realidade nacional. Embora os modernistas tenham tentado desmerecer a sua obra, seus grandes méritos artísticos fazem dele ainda hoje um dos maiores pintores que o país já produziu. Sua fama e influência em vida fez dele um dos maiores representantes artísticos de um país recém independente. Ele também foi um símbolo da consolidação de um novo sistema de arte sobre bases metodológicas e conceituais modernas, o que coloca o seu nome como um dos mais importantes da história da cultura brasileira do fim do século XIX.
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Turismo
Tesouros
paraibanos
Belas paisagens, tranqüilidade e povo acolhedor são alguns dos atrativos de três cidades do interior da Paraíba que apresentamos para você agora Fotos: Reptrodução
Nem só de belas praias vive o turismo na Paraíba. Localizadas a cerca de duas horas de carro da capital paraibana, três cidades vêm se destacando no turismo local e regional, atraindo visitantes que se encantam com a gastronomia, a cultura, a natureza e a história desses locais. A primeira (e mais conhecida delas) é Campina Grande, distante 122 km de João Pessoa, e segunda maior cidade da Paraíba. Fundada em 1º de dezembro de 1697, ela foi elevada à categoria de cidade em 11 de outubro de 1864. Por estar no meio de uma serra, a cidade possui um clima um pouco mais ameno. O inverno é a época ideal para se visitar a cidade, quando a temperatura cai e um friozinho delicioso se instala. Paradoxalmente, é o período em que a cidade ferve devido a sua principal festa popular: O São João.
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Rainha da Borborema Algumas das paradas obrigatórias de Campina são os museus. Além do Museu de Arte Popular da Paraíba (que serviu de cenário para um dos editoriais de moda da nossa edição #3), projetado por Oscar Niemeyer e construído às margens do Açude Velho, também se destacam o Museu do Algodão, que conta um pouco da história da produção desse tecido na cidade. No começo do século XX, Campina Grande já foi uma das maiores produtoras da fibra no mundo.
O Museu de Arte Assis Chateaubriand, e os Museus do São João e da Gemologia também são outros pontos de parada obrigatória. Para quem gosta de programas culturais, outro programa imperdível é o Festival de Inverno, que ocorre em agosto e desde 1975 traz para a cidade grupos de dança, música e teatro do país. Já o Encontro da Nova Consciência, que neste ano teve a sua 22ª edição discute temas como meio ambiente, cultura e sociedade. Já quem curte praticar esportes ao ar livre ou só estar perto da natureza, a cidade também tem belos parques e praças. Um deles é o Parque Evaldo Cruz, que fica no centro da cidade, próximo ao Parque do Povo. Com uma área de 46 875 m², o espaço conta com muitos bancos e árvores, assim como pequenos restaurantes que ficam em volta de uma fonte.
Já para quem gosta de compras ou badalação, em Campina Grande podem ser encontradas as principais grifes do país, nos dois shoppings centers (mais dois estão em fase de construção) ou na Rua Irineu Jofilly, centro do comércio chic da cidade. A cidade também conta com ótimos locais para se aproveitar o melhor da culinária regional. Uma boa dica é optar pelos restaurantes ou bares mais tradicionais, e que sirvam petiscos tradicionais.
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Uma cidade que respira cultura e história Já Areia, reconhecida como a capital paraibana da cultura é o berço do pintor Pedro Américo (tema de outra matéria desta edição de Voilá), e está encimada no topo da Serra Borborema, e fica a 130 km de João Pessoa. A cidade guarda todo potencial dos efervescentes movimentos culturais acumulados ao longo da sua história. Tendo como foco o turismo cultural, a cidade mantém vivas as manifestações de artes, pintura, música, teatro, artesanato e da gastronomia. Em Areia são fabricados cachaça, mel e rapadura, que são as estrelas da culinária local. Com uma expressiva referência histórica, arquitetônica, urbanística e paisagística, Areia recebeu em 2006 o título de Patrimônio Cultural do Brasil, em agosto de 2006. Do casamento entre o verde das serras e vales com as construções, resulta uma aura poética e envolvente. Além do pintor Pedro Américo, o escritor José Américo de Almeida é outro paraibano ilustre nascido nessa terra de gente hospitaleira, que abriga museus, igrejas, engenhos seculares e o primeiro teatro da Paraíba, chamado batizado Minerva (a deusa que na mitologia da Roma Antiga representava a sabedoria). Na cidade, um ponto de parada obrigatória é o Hotel Fazenda Triunfo, um dos principais da região.
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Bananeiras
Outra jóia da serra Também localizada na Serra da Borborema, no Brejo paraibano, Bananeiras é outra cidade que não pode faltar no roteiro de quem visita esta região paraibana. Distante 141 km de João Pessoa, 150 km de Natal e a 70 km de Campina Grande, a cidade fica em uma altitude de 526 metros em relação ao nível do mar, o que faz com ela possua um clima mais ameno.
riqueza esta expressa na arquitetura de seus casarões, conservados ainda hoje. Incluída no “Roteiro do Frio”, a cidade hoje conta com hotéis e condomínios de alto padrão que atraem visitantes de todo o Nordeste. Recentemente, a cidade também vêm se firmando como um dos principais pontos do turismo ecológico e de aventura na Paraíba.
Antiga produtora de café - em 1852, a produção cafeeira chegou a ser a maior da Paraíba e a segunda do Nordeste - a cidade era uma das mais ricas da região,
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Gente
Campina, meu amor Voilá ouviu três campinenses antenados que deram dicas para aproveitar o melhor da cidade nesta temporada Fotos: Reprodução
“Nem preciso pensar muito na hora de indicar um dos meus lugares favoritos em Campina Grande: basta dizer que semanalmente estou com um grupo de amigas tomando um chocolate quente ou tomando um café especial no Fran´s Café. O Fran´s está em uma avenida que reúne diversos restaurantes e bares, o clima que encontramos por lá é sempre aconchegante e agradável. Adoro o atendimento preciso e os quitutes deliciosos. Os sanduiches são super especiais! Não deixem de pedir o churros com doce de leite, que é de comer rezando! Ah, a salada de frutas também é maravilhosa! Ótima pedida pra quem não quer sair da dieta!” Ceicinha Figueiredo, gerente da loja Hering do Boulevard Shopping Como estamos em junho eu diria facilmente que o meu programa preferido é o Parque do Povo. Adoro as barracas, algumas já são tradição, sabe? Todo mundo se conhece, conhece os garçons. E como uma boa ‘Campina Grandense’ (sou trezeana também), o Quartel General do Forró sempre é visto com um chame especial, bem mais que shows. O nosso Maior São João do Mundo tem uma áurea que apenas quem nasce na cidade (ou foi fisgado pro ela) entende bem o que estou falando. Nos meses considerados ‘normais’, o Bar do Cuscuz é o point certo. O espaço oferece muitos shows bacanas (com artistas locais e de todo o Brasil), muita gente bonita e um ótimo espaço para diversão. Super recomendo! Eliz Monteiro, jornalista e colunista do Jornal da Paraíba Uma das coisas que me encantam em Campina é que ela é uma atrevida cidade do interior com uma pitada de grande metrópole. E, na correria diária da vida, nada mais gostoso do que no meio da tarde, dar uma fugida e andar um pouco pelo acervo do Museu Assis Chateaubriand (MAC). É muito bacana, principalmente pra tirar o stress e fazer a gente pensar com mais calma na vida. Ah, sem falar na cafeteira que tem no andar térreo e que se tornou um point pra encontrar os amigos de mesma sensibilidade artística. Wellington Jan, empresário e fotógrafo de moda
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Colunas
O homem e a
moda *Por Joey Almeida Fotos: Reprodução
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ivemos o tempo da novidade. O novo coordena, ordena e altera tudo. Conjuga-se como moderno. A novidade não está somente em dar nova forma ao tradicional, mas criar algo genuinamente autêntico e com o tom de modernidade para este novo homem. Se formos analisar a moda como linguagem e comunicação, há uma consistência por meio deste império masculino, a partir do seu vestuário (evolução) como um conjunto de significados traduzidos no corpo, impressos na segunda pele (roupa). A mudança de comportamento do homem é algo que vem se transformando cotidianamente, e a moda justamente vem como um vetor intensificando esta pluralidade de masculinidades. A maior prova disto é a diversidade de criações de produtos de moda para estes homens, impul-
sionados pelo desejo. Através da moda, podemos mostrar que ele pode ser alegre sem que isso macule seus temores de identidade sexual. Preocupações com a aparência e o cuidado com o corpo e a moda, sempre tidos como exclusivas do feminino e de homens não masculinos, são crescentemente recriadas como partes integrantes de um “ser homem” contemporâneo. Com isto observamos grandes mudanças na indumentária (roupa) dos gêneros, trazendo consigo novas possibilidades para o guarda-roupa deste ser masculino, ditando uma moda mais visível, nua e sem rótulos. A moda que vinha transformando a imagem masculina tida como tradicional e formal, também passa a desencadear seus valores, extraindo deste novo homem – identidade à expressão da ousadia no vestir e a exibição de seus artifícios, rompendo seus próprios medos. Assim como a moda, se as pessoas passarem a limitar-se ao corpo e usar a indumentária como um símbolo de identificação do seu próprio gênero (masculino ou feminino) haverá sempre limitações quanto ao entendimento das novas formas de ser homem. *Joey Almeida é Designer e professor de um Curso Técnico de Vestuário.
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Jogo de
contrastes O yin-yang são dois conceitos do taoísmo, uma tradição filosófica e religiosa originária da China que enfatiza a vida em harmonia com o Tao ou “o princípio”. O termo designa a fonte e a força motriz por trás de tudo e expõem a dualidade de todas as coisas que existem no universo. A expressão também descreve as duas forças fundamentais opostas e complementares, que se encontram em tudo ao nosso redor. Na moda, preto e branco também representam essa dualidade. Separadas, as duas cores são clássicos. Quando usadas juntas garantem um look atemporal e estiloso. Não é a toa que essa mistura cromática é recorrente, se firmando como tendência para este inverno e para o próximo verão. Para tirá-la do óbvio, adicione no visual elementos como brilho e estampas que brinquem como esse contraste que por si só já é cheio de estilo.
Vestido Belart (Disponível na Fina Dona).
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Vestido Clio Collection (Brunet)
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Blusa Unique Chic e saia Talgui (ambas na Fina Donna).
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Blusa Banila B (Brunet) e calรงa estampada Talgui (Fina Donna).
Camisa com transparência Lado Avesso (Fina Donna). Calça Ouro Prata (Brunet).85
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Vestidos: PenĂŠlop
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Vestido Wool Line (Fina Donna).
Calça Morena Rosa (RC Store) e Blusa Penélop.
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Top cropped Penélop, Jaqueta Armadillo e Legging de paetês Up Girl, (ambas na Brunet). Endereços no fim da revista
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FOTOGRAFIA: WELLINGTON JAN MODELO: LAYS NASCIMENTO (AGENCIA TEAM) STYLING: RAFAEL LEMOS PRODUÇÃO: JEFFERSON SOUZA, MAYNNARA JORGE, ALANA ALCÂNTARA BEAUTY: LIAH PEPERONI (MAKE) / EDNA SIMÕES (HAIR)
PromoEventos
você NA
MODA
Evento de consultoria de estilo promovido pelo Manaíra Shopping ensinou ao público pessoense como usar com estilo as trends deste outono-inverno
Fotos: Alex Cavalcanti e Joe Cipriano
E
ntre os dias 01 e 08 de maio o público pessoense participou de uma iniciativa inédita na Paraíba. Centenas de pessoas que passaram pelo Manaíra Shoppping receberam uma consultoria de estilo personalizada, oferecida gratuitamente por um time de profissionais de moda. Além de tirar as principais dúvidas que o público têm na hora de se vestir, o evento também mostrou como adaptar as tendências em alta nesta temporada para o dia a dia.
A revista Voilá foi parceira do Manaíra Shopping no Você na Moda, e além de fazer a cobertura do evento para a sua versão online, também disponibilizou parte da sua equipe para atender o público. Participaram da consultoria o jornalista de moda e stylist Alex Cavalcanti, editor de conteúdo da publicação, a publicitária Rosa Celina Toscano e a consultora de imagem Valéria Didier, colunistas de Voilá. Vitrine, o blog oficial do shopping também esteve presente no evento, fazendo a cobertura para a web e mídias sociais.
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Looks montados
O produtor de moda e designer Pantera Costa e o beauty artist Johnny Lopes também participaram do evento, dando dicas de moda e beleza para os participantes. A cada dia, um convidado especial também interagiu com o público. Passaram pelo lounge as estilistas Fabíola Beltrão e Raphaela Mendes, a fotógrafa Thayse Gomes e as blogueiras Renata Uchoa e Berlanya Brito. Alunos do curso de Design de Moda do Unipê e profissionais recém formados pela instituição também participam da consultoria e deram suporte técnico aos consultores. Evento agrada ao público e ganha repercussão na mídia Depois de receber as orientações de um dos consultores, o participante do evento tinha um look completo – com direito a roupas, acessórios e um retoque no cabelo e maquiagem – montado com peças de marcas presentes no Manaíra Shpoping, desde itens de fast fashion até aqueles de grifes renomadas. Foram disponibilizadas no lounge peças masculinas, femininas, infantis e para o público plus size. Depois de tirar as suas
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dúvidas, o participante passava por uma verdadeira transformação e o seu visual, adequado para a sua idade, biotipo, estilo e personalidade era devidamente registrado por um fotógrafo. A imagem de todos os looks montados foram disponibilizadas no site do Manaíra Shopping para que os participantes pudessem fazer o download das suas fotos. “Achei o evento uma oportunidade única de aprender sobre moda, de uma forma simples e rápida”, contou a estudante pessoense Fernanda Guedes, que participou pela primeira vez de uma consultoria de estilo. Já a estudante paraense Karine Soares, que mora há quatro meses em João Pessoa também se entusiasmou. “Aprendi a gostar de peças que antes eu não usava, como vestidos longos. Adorei a produção que foi montada para mim”, revelou. O evento teve repercussão na mídia impressa e eletrônica de João Pessoa. O jornal Correio da Paraíba, maior periódico do Estado fez matérias sobre o evento, assim como o programa do colunista social Gerardo Rabello, que vai ao ar semanalmente na TV Master. Vários portais de notícias e blogs da cidade também realizaram divulgação espontânea do evento.
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Eventos
Lançamento cheio de Em clima de soft-openning, a terceira edição da revista Voilá foi lançada na capital paraibana Fotos: Equipe Voilá e Leonardo dos Anjos
estilo
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o último dia 13 de abril, a loja da grife de moda masculina Skyler do Manaíra Shopping sediou o lançamento da terceira edição da revista Voilá. Em clima descontraído, clientes da marca, leitores, parceiros e clientes da revista, além do público em geral puderam conferir em primeira mão as novidades da edição #3, em um coquetel que se prolongou durante toda a tarde do sábado. A terceira edição da publicação fez uma prévia do outono-inverno brasileiro, trazendo quatro ensaios inéditos que mostram o melhor da moda para esta temporada, do estilo mais clássico até as tendências mais fortes da estação. Um deles foi fotografado em São Paulo, durante o SPFW. A cobertura da edição de verão do São Paulo Fashion Week e entrevistas com a editora da Harper’s Bazaar Brasil, Maria Prata e com a modelo Ellen Jabour são outros destaques desta edição da revista. Um guia especial sobre casamentos – com matérias sobre etiqueta, estilo, decoração e gastronomia – orientam os casais que desejam ter um matrimônio inesquecível e cheio de estilo. Um ensaio de moda festa, produzido pela Team, agência de marketing de moda parceira da revista e clicado no novo museu de arte da Campina Grande (projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer) completaram a edição, que também trouxe matérias sobre cinema, arte e beleza.
A empresária Jaynna Maia e o editor-chefe da revista, Alex Cavalcanti, recepcionando os convidados.
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A fotógrafa Estela Santos e Arthur Mastroianni
Jaynna Maia e Rebeka Brito
Daniellly Meirelles e Klebber Pontes
Joe Cipriano e Berlanya Brito
A publicitária Rosa Celina
A maquiadora Noemi Lucena
A empresária Socorro Brunet aprovou a edição
Rosa Celina e Mariana Carneiro e seus filhos
O modelo Isaac Roseevelt
A estrela da capa, a modelo Patrícia dos Anjos com a sua mãe, Goretti dos Anjos e o gerente comercial da revista Voilá, Joe Cipriano
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Beleza
Pele perfeita
no inverno
A temporada mais fria exige alguns cuidados. Ouvimos um expert que dá as principais dicas para você Fotos: Reptrodução
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Brasil é conhecido por ter um inverno ameno e quase inexistente em algumas regiões mas em geral, nos meses de junho e julho, chega a temporada de chuvas e a temperatura tende a cair um pouco. Já em regiões como o Sul e o Sudeste, o frio aparece, momento no qual temos que fazer uma atualização na nécessaire, adotando cuidados para a pele específicos para esta época. Segundo o beauty artist Kennedy Santana, os cuidados básicos diários continuam os mesmos: esfoliação semanal e hidratação diária. “No inverno o ar fica mais seco, assim as peles secas devem ter hidratação mais intensa (até 3 vezes ao dia). Já nas peles mis-
tas, a hidratação deve ser de até 2 vezes e oleosas ao menos uma vez. No as peles com acne devem ser analisadas com mais precisão por um dermatologista”, explicou. De acordo com Kennedy, nesta temporada não devem faltar os batons escuros e de cores frias, com pouco pigmento avermelhado. “Os blushes rosados, que transmitem frescor e naturalidade (neste caso para peles claras) também não podem faltar. Já em peles mais escuras não é recomendado usar blush nesta época. Já a máscara de cílios deve ser usada sempre, em peles de todos os tons”, indicou. Beleza invernal O beauty artist explicou que não há cuidados específicos com a maquiagem para
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Segundo o maquiador, que é um dos consultores de beleza de Voilá, o que vai continuar nessa estação é a leveza da pele, com aspecto natural e saudável, sem excessos de produtos e opacidade da pele. “Este outono-inverno traz cores mais ousadas que transmitem confiança para quem usa, com destaque para os tons frios como os azuis, roxos e verde. Estas cores não vieram em tons pastel ou neon como na temporada passada. São cores fortes e sempre som uma mistura de cor requintada sem brilhos excessivos”, explicou.
o inverno, pois estes são os mesmos durante o ano inteiro. “Homens e mulheres devem usar sempre produtos hipoalergênicos e sem chumbo, porém com uma duração prolongada. No caso das mulheres, por exemplo, os cílios ser sempre à prova d’água. Não esquecer de retirar a maquiagem no fim do dia também é importante para manter a saúde da pele”, disse.
Para o look perfeito desta temporada, o beauty artist recomenda que tanto a maquiagem como a roupa devem combinar com quem as usa. “Durante o dia não acho tão necessário um delineador marcado ou batom tão escuro, por mais que o inverno seja sombrio. Já de noite podemos carregar na máscara de cílios, olhos e rosto iluminados e sem muita cor. A boca deve ser muito bem delineada já que os tons escuros denunciam as falhas durante a aplicação que podem deixar sua boca assimétrica, isso pode surtir efeito contrário no look luxuoso”, orientou.
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Beleza
O CABELO DA VEZ Os comprimentos curtos se firmam como a principal tendência capilar da temporada. Saiba como aderir você também
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ímbolos de elegância, os cabelos curtos sempre estiveram presentes nas cabeças de mulheres estilosas do mundo inteiro desde que Coco Chanel revolucionou o visual feminino ao propor o corte à la garçonne na década de 1920. Seja na altura dos ombros ou mais curto ainda, no melhor do etilo boyish, esse visual volta com tudo nesta temporada. Embaixadoras desse estilo não faltam. A atriz Anne Hathaway, que se desfez das madeixas longas para o papel que lhe rendeu um Oscar é vista desde o fim do ano passado com o corte apelidado no Brasil de “Joãozinho”. No baile do MET, a atriz surpreendeu e surgiu em versão loiríssima e moderna, inspirada na cantora Debbie Harry. Já Nicole Kidman, que em breve viverá Grace Kelly no cinema, também adotou o cabelo que a princesa de Mônaco tornou moda nos anos 1950 e 1960, inspirando mulheres do mundo todo. Em terras nacionais, foi a atriz Sophie Charlotte quem melhor incorporou a tendência, pelas mãos do mago da beleza Fernando Torquatto.
Segundo o hair stylist Kennedy Santana, um cabelo curto sempre bonito será aquele
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cabelo com aspecto saudável, brilho e movimento. “Uma hidratação capilar regular, que deve ser específica para a necessidade do cabelo é essencial, principalmente se os fios já passaram por processos químicos. Esta orientação é tanto para cabelos lisos, ondulados e cacheados. A frequência entre as lavagens também não deve ser longa, no máximo, dois dias entre uma e outra”, explicou. Kennedy Santana contou que esse tipo de corte, conhecido por ser prático e moderno, é indicado para mulheres de personalidade forte. “Ele exala uma elegância e poder inabaláveis. No entanto, o cabelo muito curto não dá um leque de opções tão grande para variar o look como o corte de tamanho médio. Mas de acordo com a criatividade, dá para deixá-lo com uma inspiração mais romântica ou rocker. Basta perceber-se como você se sente melhor e mais confortável e imprimir seu “eu” através do cabelo”, aconselhou.
Confira no nosso site mais dicas sobre o visual: www.estilovoila.com.br
Entrevistas
Jum Nakao: Moda que veste e transforma as pessoas Cultura, tradição e história fizeram parte da conversa com o designer que está ajudando a construir a cultura de moda no Brasil Fotos: Camila Oliveira
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esigner e diretor de criação, Jum Nakao é brasileiro, mas tem forte ligação com a cultura oriental (ele é neto de japoneses) e com São Paulo, cidade na qual vive hoje e onde se localiza o seu ateliê. Atualmente Jum realiza diversas palestras e workshops pelo país e no exterior sobre processo criativo.
No seu início na moda, ele foi aluno de mestres como a francesa Marie Rucki e colaborou com grifes como a Zoomp (da qual foi diretor de estilo) e com a Nike, para a qual criou uma linha especial. Na TV, participou da concepção dos figurinos e da cenografia da microssérie “Hoje é dia de Maria”. Em junho de 2004, realizou no São Paulo Fashion Week uma performance que foi encerrada com as modelos rasgando as elaboradas roupas de papel vegetal usadas na apresentação e
confeccionadas em mais de 700 horas de trabalho. O momento é lembrado por personalidades como Costanza Pascolato como um dos mais memoráveis da maior semana de moda do país. Em 2012, o designer participou de uma ação inédita no Brasil. Intitulado “Reality projetc”, o projeto montou ao vivo e tempo real uma coleção durante a 14ª edição do Dragão Fashion Brasil (DFB), semana de moda de Fortaleza. Batizada de “A hora do Brasil”, a coleção foi produzida com elementos como couro, crochê, renda, corda e osso, em um trabalho colaborativo, de artesãos a designers, a partir técnicas típicas do artesanato do Nordeste. Neste ano, ele voltou para a capital do Ceará para a abertura da exposição sobre a coleção, oportunidade na qual ele conversou com Voilá.
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mostra que esse é um caminho sólido, que pode servir como inspiração para novas gerações em muitos países. Várias metodologias usadas na produção da coleção estão hoje nas salas de aula. O projeto também teve um impacto social: Muitos dos participantes estão atualmente fora do país, trabalhando em oportunidades geradas a partir daquele trabalho.
E a repercussão do desfile “A costura do invisível”? Como é para você olhar para esse projeto hoje? Assim como esse projeto realizado em Fortaleza, eu nunca esperava que o desfile do SPFW tivesse essa repercussão que ele teve. Quando você se envolve em um projeto como esse, você nunca tem noção do que pode acontecer. É como você jogar sementes sem saber que resultado elas vão dar. Acho que a educação tem muito a ver com isso, você semear com generosidade
Como foi a experiência de criar uma coleção dessa maneira inédita? Jum Nakao: Foi muito gratificante poder trabalhar com quase 20 pessoas de origens diversas. Havia artesãos de várias áreas até estilistas e professores, que trocaram conhecimento entre si, o que potencializou todo o processo. Fazer uma coleção ao vivo dentro de uma semana de moda também foi interessante e quebrou um paradigma. Nunca isso tinha acontecido em nenhum lugar do mundo, onde nas fashion weeks você vê apenas o resultado final, mas não o processo que levou a construção daquelas peças. Qualquer pessoa que estivesse no evento ou até em casa poderia acompanhar tudo ao vivo ou através da internet. Pela web, os países que deram mais audiência foram a Holanda e a Itália, o que
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na expectativa do que se pode colher. É muito gratificante ver o seu trabalho florescer e voltar para você em cores e aromas, porque vejo cada vez mais que é isso o que realmente importa. Faço moda não para vestir as pessoas, mas para transformá-las. Quem faz moda só para vestir as pessoas só gasta pano.
E as novidades do Reality Project? Ele vem sendo gerado há um ano e agora estamos colhendo os frutos dele. Para o ano que vem, planejamos uma nova edição do projeto, com uma abrangência muito maior, para todo o Brasil, onde possamos cruzar as culturas das várias regiões do país e mostrar o Brasil na sua totalidade.
Você acha que o formato do projeto é válido para semanas de moda que tenham um viés mais comercial, como o SPFW? O Nordeste saiu na frente com esse projeto de trazer para um evento de moda uma perspectiva que talvez no futuro talvez seja a nova plataforma para os eventos do segmento, que é trazer uma perspectiva mais aberta e colaborativa, ao contrário de alguns aspectos desse universo, que fazem dele algo restrito. A moda tem por natureza uma função de ampliar horizontes, de conhecimento e de percepções. Ela também tem um papel interativo, seja com o outro e sobretudo com você mesmo. A interação propicia descobertas e isso permite trazer algo mais autêntico. Idéias como a do projeto podem trazer algo mais autoral, o que hoje falta em muitos eventos de moda. Hoje, avaliando alguns eventos, você percebe que apesar do acesso á informação, ainda falta profundidade e conteúdo no que é mostrado neles.
doutrinação, que muitas vezes vem de fora e independe do designer. O processo de experimentação tem a ver com aprendizado, o que não acontece quando apenas se reproduz algo que já foi feito. O que é importante não é reproduzir, mas sim descobrir coisas novas, e a única forma disso acontecer é através da experimentação. Hoje a moda carece de uma base mais experimental, investigativa. Hoje muita gente prefere ficar de olho no que o outro está fazendo e não se aprofundando em pesquisas.
Quais as inspirações e referências mais constantes que você usa no seu trabalho? Para mim o importante é estabelecer sempre uma conexão com o universo lúdico, o mundo das possibilidades. Recentemente ouvi alguém falar sobre o “era uma vez”, que não fala sobre um tempo, mas sobre um lugar onde todos pudessem sonhar a criar. Esse universo precisa ser trazido à tona pelas pessoas, para que ela possa existir no mundo real. Também me inspira a capacidade das pessoas de materializarem seus sonhos. Pessoas sem sonhos são pessoas sem alma, que não têm para onde ir. Meu projeto maior sempre tem a ver com o onírico, o lúdico, como pontes para o real.
Como a identidade, não só da moda, mas da realidade brasileira, pode ser mostrada hoje nas passarelas? Através de novos processos de conhecimento e de experimentações. Através disso, o designer pode fazer uma imersão em busca da essência das matérias-primas, para saber o que elas podem te propiciar em termos de resultado, e não só o que você copia de outras fontes e adapta para uma matéria-prima que muitas vezes é inadequada para aquele uso. Aí não existe um aprendizado, mas sim uma
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Coluna Promocional
Sabores da
Itália Por Afra Soares Fotos: Reprodução
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uando os gregos estabeleceram suas colônias no sul da Itália e constataram a excelente adaptação da videira naquela terra, deram-lhe o nome de Enotria - “Terra dos Vinhos”. Esta região mediterrânea teve a influência de vários povos e culturas. A principal delas foi a grega, que deixou as maiores marcas, sendo a cultura do vinho a mais forte. Ali vamos encontrar a Puglia, região conhecida como o calcanhar e salto da bota da Penísula Itálica e importante na produção de vinhos, que vem merecendo destaque no cenário mundial, principalmente por duas castas de uvas autóctones: A Primitivo, uma das grandes castas tintas do sul da Itália, produzindo vinho geralmente escuros, densos, intensos e robustos. A bebida tem aroma de frutas negras maduras, especiarias e bálsamo, com alta acidez e de corpo médio a potente.
A casta Primitivo curte o provérbio “antes só que mal acompanhada”. Sempre é encontrada sozinha (varietal). Segundo alguns estudos recentes, a Primitivo é a mesma Zinfandel plantada na Califórnia. A outra casta é a Negroamaro, cuja origem do nome é a repetição da palavra “negro” em duas línguas: em latim e em grego antigo. Se um negro já é bom, imagina dois. O que, de imediato, me chamou a atenção nesta casta foi exatamente o nome porque “Negro” é a cor que mais amo, depois Amaro (Muniz, arquiteto) é um grande amigo da nossa família. Já a degustamos há um bom tempo, mas ela continua sendo uma uva desconhecida para a maioria das pessoas. Esta casta gera vinhos de médio corpo, boa complexidade e muita elegância. De cara, ela agrada ao bom bebedor de vinhos. Os amigos que costumam fazer parte da nossa turma, todos já se apaixonaram por ela. Você também pode prová-la, por um excelente custo/beneficio, e se apaixonar. • Os vinhos Primitivo Puglia IGT e Negroamaro (Produtor Feudi Di San Marzano) estão disponíveis no restaurante Degustar (83 3246-5565), em João Pessoa. *Afra Soares, é jornalista, consultora de vinhos pela Wine Spirit Education Trust e Presidente da Associação Brasileira de Sommeliers - Seccional Paraíba.
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João Pessoa agora tem um lugar certo para o homem de bom gosto e exigente com qualidade. Já estamos prontos, e impecáveis nos detalhes para recebê-lo. Venha nos conhecer!
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Dicas Culturais
Estante Fotos: Reprodução
Estar na moda também é ler um bom livro, ver um filme, show ou peça de teatro interessante. Por isso, na nova edição da Estante, selecionamos as opções mais quentes da temporada para você aproveitar nos momentos de dolce far niente das férias de meio do ano.
Cinema O diretor Zack Snyder (que dirigiu os ótimos “Watchmen” e “300”), leva para a tela grande a nova adaptação da história do Superman. Na nova versão, “O homem de aço” é interpretado pelo ator inglês Henry Cavill, no filme que também tem no elenco Amy Adams (que interpreta o par romântico do herói, a jornalista Lois Lane), Russell Crowe, Michael Shannon, Diane Lane e Kevin Costner. Estreia no Brasil: 12 de julho
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Livro A discussão proposta pelo escritor português Eça de Queirós em “A cidade e as serras”, romance publicado em 1901, nunca esteve tão atual. Fiel à escola literária do Realismo, a obra faz uma comparação entre a vida agitada de Paris e o dia a dia tranquilo no interior de Portugal. Uma obra das mais significativas do escritor, o livro conta a história de Jacinto, um ferrenho adepto do progresso e da civilização, que troca o ambiente civilizado, repleto de comodidades provenientes do progresso tecnológico, pelo mundo natural, selvagem, primitivo e pouco confortável, mas onde ele encontra a felicidade.
Rock In Rio O maior festival de rock mundial acontece neste segundo semestre, mas para quem pretende assistir aos shows, já é hora de se programar. Ivete Sangalo, Skank, Jota Quest, Frejat, Kiara Rocks e Sepultura com Tambour Du Bronx são alguns dos artistas nacionais que vão animar a platéia. Com exceção do Kiara Rocks, todos os outros artistas tocaram na edição de 2011 do festival. Entre as atrações internacionais, Beyoncé, Justin Timberlake, Bon Jovi e Florence and The Machine, dentre outros, vão agitar o público brasileiro, com apresentações na Cidade do Rock, no Rio de Janeiro. Data: 13 a 22 de setembro de 2012 Mais informações: www.rockinrio.com.br
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Entrevistas
Estilo V:
Carlos Machado
Se na última edição da Estilo V conversamos com a modelo e apresentadora Ellen Jabour, o nosso entrevistado da seção onde celebridades e formadores de opinião compartilham com os leitores de Voilá dicas sobre moda, beleza e lifestyle não é menos especial.
Fotos: Reptrodução
Fragrância:
Formando em Odontologia, o ator Carlos Machado estreou na televisão e 1996, na novela teen “Malhação”. De lá para cá, foram mais 15 atuações em novelas, minisséries e programas globais, além de trabalhos no teatro e no cinema. Na telinha, sua última participação foi como o vilão Ferdinand em “Fina Estampa”, de 2011. O galã conversou com Voilá no começo de maio, durante a passagem dele por João Pessoa.
Moda:
“Meu estilo é básico e despreocupado, mas depende muito da ocasião. Podendo, gosto muito do combo calça jeans e camiseta, com chinelo, que são as peças-chave do meu guarda-roupa. Um bom sapato, um bom blazer e um terno sob medida também são indispensáveis.”
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“O meu perfume favorito é o 212, da Carolina Herrera.”
Viagens:
“No Brasil, curto o arquipélago de Fernando de Noronha e no exterior, Paris.”
Trabalho:
“Os melhores papéis são aqueles que exigem mais do ator. Gosto de interpretar personagens que não tenham muito do meu temperamento e imagem, que exigissem preparo e transformação. É sempre melhor quando há desafio”.
Boa forma:
“Sempre quis ser atleta, com 7 anos eu já fazia ciclismo e ganhava provas de corrida. Depois fiz judô, atletismo e vôlei até os 20 anos. Até hoje faço natação, musculação, corridas... Mas tudo pouco e sempre. Uma hora por dia no máximo, alem de exercitar, também, a mente, com leituras e atividades culturais. Exercícios regulares, sem exagero e alimentos naturais são o segredo da saúde e da boa forma. Acredito que cada um tem que conhecer o seu organismo e respeitá-lo. Durmo bem e sou feliz. O resto é genética. Tenho 48 e me sinto com 28”.
Em cena da novela “Fina estampa” com o colega Marcelo Serrado.
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ue o São Paulo Fashion Week é a maior semana de lançamentos do país você já sabe. A principal vitrine da moda nacional - cuja cobertura de revista é feita na Paraíba com exclusividade por Voilá – indica as principais tendências, estilos e peças que você vai querer usar. Sabendo dessa importância, adiantamos para você usar já, duas trends que vão bombar na próxima temporada: Preto e branco (tema de um dos nossos editoriais desta edição), estampas clássicas, sobreposições leves e produções com referência na alfaiataria.
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Foto e edição de imagem: Wellington Jan Produção: Agência Team, com peças das lojas Brunet e Penélop