9 772238 571003
Ano 8 • No 83• julho/2018
83 ISSN 2238-5711
www.revistadigitalsecurity.com.br
Referência em tecnologia para o mercado de segurança eletrônica
Entrevista LEONARDO SANCHEZ CEO DA NICE BRASIL
Copa do Mundo FIFA
SEGURANÇA INTELIGENTE NA MAIOR CELEBRAÇÃO DO FUTEBOL MUNDIAL
CRIADO NO BRASIL PREPARADO PARA
O MUNDO!
www.digifort.com.br
Exportado para mais de 130 países em 18 idiomas.
Anuncio Solução de VA_Dahua Technology_Digital_Secutiry.pdf 1 16/07/2018 23:13:36
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VMS
Integração com os principais VMS do mercado
Consulte a disponibilidade de funções
Rádio Controle com Display de alta definição com integração 4G
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Mais de 12 opções de PAYLOAD
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4K PTZ, Térmica, 3D, Detecção de Gás, Áudio Bidirecional e muito mais
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O futuro nunca esteve tão presente
Solução profissional em vídeo monitoramento aéreo X820 O drone industrial X820 da Dahua Technology com inteligência analítica é perfeito para o vídeo monitoramento aéreo em cidades, portos, indústrias, eventos, zonas rurais, florestas, operações policiais, acidentes em locais de difícil acesso e também em áreas perigosas. Sua capacidade de zoom óptico de até 30X atrelado a sua resistência perante chuvas e ventos,
Ba c
torna-o um perfeito aliado para rondas automáticas, como também para transmissões em tempo real para um centro de controle de maneira totalmente criptografada. DAHUA TECHNOLOGY BRASIL | 11 3251 1871 www.dahuasecurity.com/br
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Modelagem 3D • Foto automático • Modelagem 3D automática • Integração e Informações de GPS no modelo 3D
Reconhecimento Facial • Reconhecimento facial automático • Avaliação da qualidade de imagem • Busca em banco de dados por similaridade • Reconhecimento de feições faciais • Comparação fácil em tempo real • Exportação em lote das fotos capturadas • Display dos resultados de comparação • Solução de visão térmica híbrida para identificar pessoas perdidas ou ocultas
Reconhecimento de Placas
• Detecção automática de placas • Busca em banco de dados • Auto tracking • Comparação em tempo real • Exportação em lotes das fotos capturadas • Comparação de imagem • Display de semelhança
4K Bateria Inteligente com 45 minutos de duração
Criptografia de ponta-a-ponta
Make Your Life Safer
Redundância de Sensores
Retorno Automático
Câmera
LAN Protocolos ONVIF / IPv4
10 Km
-20°~60° °C
Alcance
Temperatura
30X Zoom Zoom Óptico
Editorial
A hora e a vez Redação
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introdução da IoT e big data permitiu que os sistemas de vigilância executassem o processamento lógico e a análise de vídeo inteligente, aprimorando a usabilidade dos dados e reduzindo a latência da resposta. Com o surgimento dos sistemas inteligentes de vigilância, não apenas o grande número de funcionários antes necessário para monitoramento foi reduzido; o processamento e análise automáticos de dados também transformaram o sistema de monitoramento passivo em relatórios proativos de quaisquer eventos anormais. A melhoria da pontualidade e precisão dos dados criaram grande valor para diferentes setores de negócios. Segundo a pesquisa da Frost & Sullivan nem tão recente assim (dados de 2017), um terço dos dados de vídeo gerados em todo o mundo serão armazenados no sistema de nuvem e processados até 2020. Com câmeras de vigilância sendo amplamente implantadas e gerando mais e mais dados todos os dias, os servidores atuais no mercado se tornarão mais lentos e insuficientes devido a sobrecarga. A necessidade de tecnologias e soluções avançadas para transferir e processar a enorme quantidade de dados não estruturados não pode ser ignorada. Com o desenvolvimento de Inteligência Artificial, Deep Learning e tecnologias de computação de ponta é possível transformar grandes quantidades de dados não organizados em informações valiosas para ajudar as empresas a melhorar a eficiência operacional. Quando o assunto é vigilância por vídeo, o Big data tem sido usado em diversas verticais, mas foi a partir de 2017 que passou a ser cada vez mais adotado devido à quantidade crescente de dados gerados nos setores de transporte e varejo. Em geral, a plataforma de big data é construída com uma arquitetura distribuída para permitir que o sistema de vigilância alcance o balanceamento de carga no processamento de dados. Quando se trata de armazenamento de dados, há alguns pontos a serem lembrados: primeiro é determinar quais dados precisam ser armazenados, em segundo lugar, selecionar e armazenar os dados certos do sistema original durante a reconstrução do sistema e, por último, mas o mais importante: garantir a confiabilidade dos dados. Quando se fala em Big Data, se destaca o sistema capaz de gerenciar de forma eficaz a enorme quantidade de dados gerados pelas câmeras (que funcionam como sensores) e que permita a pesquisa e análise dos dados gerados em quaisquer verticais: Deixando de lado as questões técnicas de lado, neste segmento, assim como em diversos outros, o que conta é a experiência do usuário e o quanto o mercado absorve dela para devolver em forma de soluções e tendências aquilo que os técnicos criam nos centros de Pesquisa e Desenvolvimento. Nesse sentido, os próximos eventos mundiais do setor já fecharam agenda: Inteligência Artificial, Deep Learning e analíticos de Big Data entre outros temas estarão na ordem do dia. Como a repercussão há de ser grande, também deverão aparecer por aqui com mais profundidade a partir de 2019. É esperar para ver.
Publisher
Eduardo Boni (MTb: 27819) eduardo.boni@vpgroup.com.br Editor Assistente
Gustavo Zuccherato gustavo.zuccherato@vpgroup.com.br Coordenador Editorial
Flávio Bonanome flavio.bonanome@vpgroup.com.br
Arte Flavio Bissolotti flavio.bissolotti@vpgroup.com.br
Comercial contato@vpgroup.com.br
Presidente & CEO Presidência e CEO
Victor Hugo Piiroja victor.piiroja@vpgroup.com.br Financeiro Rodrigo Gonçalves Oliveira rodrigo.oliveira@vpgroup.com.br Atendimento Jessica Pereira jessica.pereira@vpgroup.com.br Digital Security Online www.revistadigitalsecurity.com.br
Tiragem: 22.000 exemplares Impressão: Gráfica Mundo
Eduardo Boni Publisher
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Al. Madeira, 53, cj. 91, 9º andar - Alphaville Industrial 06454-070 - Barueri, SP – Brasil + 55 (11) 4197 - 7500 www.vpgroup.com.br
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produtos e serviços
Bosch
pg10 Fabricante lança câmera com fusão de imagens e recursos de Machine Learning
Arena da Baixada
pg20 Em terras brasileiras, o Atlético Paranaense foi pioneiro e tornou-se referência nacional em segurança ao usar biometria para 100% dos acessos em sua Arena. Entenda as estratégias e tecnologias utilizardas para tornar este desafio uma realidade.
Milestone Systems
pg12 FNova versão do XProtect foca em desempenho dos servidores de processamento e gravação
Mercado
Dahua Technology pg14 Multinacional chinesa expande equipe de executivos no Brasil WDC Networks
pg14 Distribuidora estabelece nova divisão de Áudio e Vídeo e parcerias com fornecedoras de soluções de cibersegurança
entrevista
Leonardo Sanchez
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CEO da Nice Brasil
CASE STUDY
Copa da Rússia
pg16 De quatro em quatro anos, os olhos de todo o mundo se viram para a maior competição do futebol mundial, tornando-a uma grande vitrine de exibição do que há de mais avançado em recursos tecnológicos no planeta
Na contramão de qualquer previsão negativa, o grupo italiano está fortalecendo sua presença em território nacional em 2018, adquirindo novas empresas, construindo uma nova sede e iniciando o processo de unificação das marcas. Confira todas as novidades nesta entrevista exclusiva,
ARTIGO
VaaS: Vítima como serviço A plataforma SecurOS da ISS permitiu o uso do reconhecimento facial e de placas em cinco dos 12 estádios-sede nesta 21ª edição da disputa pelo título mundial. Saiba tudo sobre o projeto neste Case Study.
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agenda
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Foto de capa: Tom Grimbert/Unsplash
Sumário
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A última tecnologia em compressão de vídeo
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Siga a Hikvision nas redes sociais:
Maior armazenamento
Maior velocidade de dados
• Codificação inteligente • Diminuição de ruído • Controle de taxa de bits
Algoritmo inteligente
Mais desempenho
Produtos e Serviços Bosch
Fabricante lança câmera com fusão
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Bosch está trazendo ao mercado brasileiro a sua primeira câmera com o conceito de fusão de imagens ópticas e térmicas, a MIC IP Fusion 9000i, apresentada na ISC West deste ano. Esta novidade possui dois sensores de imagem, sendo um térmico e outro óptico, e faz uso do processamento embarcado para combinar a análise de vídeos gerados por imagens térmicas nas imagens ópticas. Além disso, com o recurso de Machine Learning - também disponível nas câmeras da linha 7000i - o cliente pode treinar a câmera para reconhecer objetos específicos do ambiente monitorado. Paralelamente a este lançamento, a Bosch apresenta a nova linha de câmeras IP – Flexidome e Dinion – nos modelos 4000i, 5000i e 6000i que agora contam com recursos embarcados de vídeo inteligente, além do algoritmo de compressão H.265. As câmeras IP da Bosch possuem um ou dois processadores que analisam localmente as imagens capturadas e geram metadados que contêm informações, como classificação do objeto diferenciando pessoa, carro, caminhão, moto, bicicleta ou coisa; velocidade; cor; tamanho; direção/sentido do movimento; entre outros. Os metadados podem ser analisados localmente para comparação com regras configuráveis tais como cruzamento de linhas, velocidade máxima, tempo de permanência em determinadas áreas, sentido de fluxo, contagem de pessoas/objetos e tamanho de filas. Caso alguma regra configurada seja encontrada nas imagens, vários tipos de alarmes podem ser iniciados automaticamente pela câmera, sem a necessidade de intervenção de um operador. Os metadados ainda podem ser gravados localmente e/ou enviados para gravação centralizada. Existem duas versões de vídeo inteligente embarcado nas câmeras IP Bosch, o Essential Video Analytics (EVA) nas linhas 4000i, 5000i e 6000i, e o Intelligent Video Analytics (IVA) nas linhas 7000i
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e 9000i. O EVA é mais indicado para áreas onde a iluminação da cena é controlada, já o IVA é o mais recomendado para áreas externas, bem como para cenas com probabilidade de existência de poeiras, neblinas e outros tipos de fumaças. O algoritmo de IVA é executado em um processador exclusivo, existente na própria câmera e, portanto, possui maior capacidade para reconhecimento de possíveis falsos positivos nas cenas analisadas, como quedas de folhas, movimentos de árvores ou cercas, entre outros. Tão importante quanto a qualidade de imagens e a análise inteligente das mesmas é a garantia da privacidade das informações/ vídeos gerados pelas câmeras que são protegidas por lei. Neste quesito, a Bosch destaca a preocupação com o cliente, ao incluir de maneira exclusiva um módulo de plataforma segura, conhecido como TPM, no circuito eletrônico de todas as suas câmeras IP. Isto significa que com câmeras Bosch é possível ter a garantia de inviolabilidade dos vídeos e dados gravados, além de permitir a comprovação da autenticidade dos mesmos em questão de segundos. Para o gerenciamento de dados mais eficiente, todas as câmeras IP da série “i” oferecem os recursos de Intelligent Dynamic Noise Reduction e Intelligent Streaming. Como cenas tranquilas, com pouco ou nenhum movimento, exigem baixa taxa de transmissão, os recursos inteligentes da câmera diferenciam o ruído da imagem das informações relevantes, como o movimento. Isso ajuda a manter os dados de vídeo gerenciáveis ao mesmo tempo em que reduz significativamente os requisitos de armazenamento e carga da rede. Como o ruído da imagem é reduzido na fonte durante a captura da mesma, a taxa de transmissão mais baixa não compromete a qualidade do vídeo. Estes recursos, associados à compactação de vídeo pelo novo padrão H.265, proporcionam a redução das taxas de transmissão e armazenamento em até 80%. DS
Produtos e Serviços Milestone Systems
Nova versão do XProtect foca
Andrei Junqueira é o novo Channel Business Manager da Milestone no Brasil
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eguindo a tradição de lançar duas grandes atualizações para o seu software VMS por ano, a Milestone Systems anuncia a chegada do XProtect 2018 R2, com melhorias de aceleração de hardware do sistema de gravação e do servidor móvel. Além disso, em terras brasileiras, a desenvolvedora também reformulou seu time, colocando Andrei Junqueira como seu novo Channel Business Manager. A aceleração de hardware permite que o desempenho do sistema seja reforçado com a simples adição de uma placa gráfica (GPU) NVIDIA suportada no servidor, que assume o trabalho pesado de decodificação de vídeo, liberando espaço para que o sistema gerencie outras tarefas exigentes, como análise de vídeo. Com isso, o software permite o uso de servidores de menor porte para gerenciar mais fluxos de vídeo, reduzindo os custos de hardware. No contexto de Internet das Coisas, os sistemas inteligentes do futuro terão que gerenciar quantidades gigantescas de dados, não apenas de câmeras, mas também de todos os tipos de sensores. A forma mais adequada atualmente para gerenciar todos esses dados é investir no enorme poder de processamento da GPU, garantindo o preparo para o futuro inteligente. A aceleração do desempenho não está restrita aos servidores. Na versão anterior do XProtect 2018, a Milestone já permitiu o uso de múltiplas placas gráficas NVIDIA juntamente com a aceleração da GPU (Unidade de Processamento Gráfico) da Intel para obter alto desempenho no XProtect Smart Client 2018 e no XProtect Smart Wall. Com isso, o usuário pode visualizar mais fluxos de vídeo de Alta Definição ou Ultra HD e usar monitores de alta resolução mais recentes apenas acrescentando uma ou mais placas gráficas suportadas ao computador que está executando o software.
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Dentre os diversos aperfeiçoamentos operacionais nesta nova versão também está a evolução do suporte do recurso Mapa Inteligente, possibilitando aos operadores beneficiarem de uma melhor consciência operacional. Além disso, o Kit de Desenvolvimento de Software Milestone (SDK na sigla em inglês) foi aperfeiçoado e o software foi atualizado em um processo contínuo de fortalecimento do XProtect na proteção contra as constantes ameaças à segurança cibernética. Mudança no comando Com mais de quinze anos de trajetória no setor de tecnologia, Andrei Junqueira assumiu como novo diretor de canais da Milestone no Brasil. Graças a sua ampla experiência no setor de segurança, o executivo brasileiro terá como compromisso apoiar os parceiros locais em seus projetos, com ênfase nas ferramentas da Milestone, que vão além do software de gerenciamento de vídeo. “Uma das minhas principais tarefas será de aproveitar ao máximo os canais existentes e conseguir uma expansão apoiada em uma maior capacitação dos integradores e dos canais adicionais. Também estarei encarregado da formação dos usuários finais face as soluções que a Milestone oferece ao mercado. A ideia é trabalhar em conjunto com distribuidores e integradores”, explicou Andrei. Graduado em engenharia mecatrônica pela Universidade de Brasília e pós-graduado em gestão de negócios na área de TI pela FGV, Junqueira começou sua carreira na Johnson Controls como engenheiro de projetos. Posteriormente ingressou na VERINT Video Systems, onde fez parte da equipe de ventas para a região do Cone Sul (Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina e Chile). Após dois anos, então, ingressou na Axis Communications, onde passou dez anos chegando até o cargo de Gerente de Vendas para a América do Sul. DS
Mercado Dahua Technology
Multinacional chinesa expande equipe
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Dahua Technology está fortalecendo seu time de profissionais no Brasil e anuncia quatros novos integrantes na equipe: Edson Silva como Gerente de Marketing, Rodrigo Rozette e Luis Fernando Fraga e Klock como Gerentes de Negócios para a área de projetos e ainda Gabriel Nunes Gonçalves na área de pré-vendas. Formado em Propaganda e Marketing pela UNIP e Pós-graduado em Gestão de Marcas pela FIA-USP, o novo gerente nacional de marketing, Edson Silva, traz para a Dahua a experiência de trabalho em grandes multinacionais como Medtronic, Zeiss, Samsung e Hikvision sempre com o foco em branding, promoção e vendas. A região sudeste também conta com a integração de Rodrigo Rozette à equipe. O novo Gerente de Negócios direcionado para projetos atuará nas regiões do RJ, ES e MG. Formado em Administração de Empresas, conta com mais de 15 anos de experiência no segmento de segurança eletrônica, Automação Predial e Industrial, com passagens por empresas como Tyco, Honeywell, ISTC e Hikvision. “Entrei na Dahua
Technology para dar segmento ao que sempre fiz: cuidar de meus clientes, com respeito e nunca faltando com a verdade, cuidando de seus projetos e defendendo-os comercialmente e tecnicamente”, afirma. Ainda na área de projetos chega à empresa o profissional Luis Fernando Fraga e Klock. Com mais de 25 anos de experiência no segmento de segurança eletrônica, agora ocupará a posição de Gerente de Negócios para área de projetos, atendendo toda a região sul do Brasil. Formado em Administração de Empresas pela UNISAL de Campinas - São Paulo, atuou em empresas como Bosch, Medseg, Plantec, Coringa, Intelbras e Hikvision. A área de pré-vendas recebeu o reforço do engenheiro Gabriel Nunes Gonçalves, que atuará diretamente com os parceiros da Dahua Technology nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, onde compartilhará a experiência prévia de trabalho em integradores e fabricantes de sistema de segurança eletrônica. A contratação vai colaborar com a missão de promover o atendimento de qualidade aos integradores desde o primeiro contato com a companhia. DS
WDC Networks
Distribuidora estabelece nova divisão de áudio e vídeo e parcerias com
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WDC Networks, uma das principais distribuidoras de tecnologia para setores de Telecomunicações e Segurança Eletrônica do Brasil, fez diversos anúncios neste mês de julho. Como parte da estratégia de crescimento, intensificada neste primeiro semestre, a empresa anunciou a contratação de Fernando Guerra como seu novo diretor de negócios para a recém-criada divisão de Áudio e Vídeo; e parcerias com as empresas israelenses Check Point e ECI Telecom focadas em cibsergurança e telecomunicações, respectivamente. A nova divisão de negócios da WDC Networks irá atuar em três frentes: locadores de eventos; empresas de mídia e digital signage; e integradores de projetos audiovisuais. Com passagens por empresas como Dahua Technology, Panasonic, HARMAN International e Schneider Electric, Fernando Guerra chega com o desafio de fortalecer as parcerias já existentes com marcas como BARCO e Bosch/Electro-Voice e, principalmente, conquistar novas parcerias para consolidar o portfólio de produtos. Para Junior Carrara, diretor de vendas e marketing da WDC Networks, o novo diretor irá ajudar no posicionamento da empresa neste novo nicho. “A área de áudio e vídeo profissional carece de bons distribuidores e, por isso, a oferta de aluguel de equipamentos se encaixa como uma luva a este segmento. A experiência do Fernando Guerra neste mercado irá agregar ainda mais valor à WDC Networks”, afirma.
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Novas parcerias Seguindo essa onda de crescimento, as parcerias com a Check Point e a ECI Telecom oferecem novas possibilidades para clientes já consolidados das companhias. Em ambos os casos, o modelo pioneiro de locação ofertado pela WDC trará vantagens para os parceiros de negócio. “O canal tem a chance de tornar o investimento para o cliente final em algo muito atrativo, já que esse modelo conta com uma grande redução da carga tributária”, explica Carrara. O acordo entre a WDC Networks e a Check Point prevê a distribuição de soluções completas contra ataques cibernéticos, que possibilitam a prevenção de ameaças e levam ao usuário funcionalidades que vão desde o controle de acesso básico à detecção de anomalias. Já com a ECI Telecom, a parceria permitirá o fornecimento de produtos de transporte óptico de pacotes (DWDM), aplicações SDN/NFV, soluções de segurança cibernética e uma gama de serviços profissionais para o mercado brasileiro. “Os provedores de internet brasileiros estão chegando a um estágio de maturidade das suas redes óticas que necessitam mais conexões de alta-velocidade. A WDC novamente se adianta a essa tendência e traz para o mercado uma das mais conceituadas tecnologias de transmissão para os ISPs e Data Centers. A grande novidade, vamos vender esses projetos como serviços para desmistificar a ideia de que DWDM é caro demais para o provedor”, ressaltou Vanderlei Rigatieri, presidente da WDC Networks. DS
Case Study Copa da Rússia
Análise inteligente de imagens A plataforma SecurOS da ISS permitiu o uso de reconhecimento facial e de placas em cinco dos 12 estádios-sede da maior competição do futebol mundial
Foto: soccer.ru
por Gustavo Zuccherato
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o hall de eventos mais grandiosos do planeta, a Copa do Mundo FIFA sempre figura entre uma das três primeiras posições. Em sua 21ª edição, a Rússia foi a anfitriã das 64 partidas que consagraram a França como bicampeã, atraindo mais de 2,8 milhões de torcedores aos 12 estádios e arenas nas 11 cidades-sedes do país, além de uma audiência global estimada de 3,4 bilhões de pessoas. Recebendo algumas das maiores autoridades e celebridades do mundo, as preocupações, exigências e o compromisso com os mais altos níveis de segurança são óbvios. O planejamento das operações e dos recursos humanos e tecnológicos que são empregados durante um evento de tal porte começam desde a concepção dos projetos de construção, reformas e ampliação dos espaços que recebem as multidões. Além disso, a Copa do Mundo FIFA sempre é uma vitrine para mostrar o que há de mais avançado em tecnologia para qualquer segmento envolvido. Não a toa, em 2018, os analíticos de vídeo - atuais queridinhos da indústria de segurança - tiveram espaço garantido no monitoramento dos locais de competição dos jogos. A ISS - Intelligent Security Systems teve um papel essencial neste cenário, projetando todo o sistema de segurança e fornecendo a sua consagrada plataforma SecurOS para estádios, arenas e
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Com capacidade para 43 mil pessoas, a Arena Rostov recebeu 1452 câmeras IP e implementou o SecurOS Auto e Face para reconhecimento automático de rostos e placas de veículos
instalações auxiliares e temporárias de cinco cidades desta Copa: Ecaterimburgo, Nijni Novgorod, Volgogrado, Rostov do Don e Kaliningrado. Todos com o módulo de reconhecimento automático de placas, SecurOS Auto, e os dois últimos com o módulo de reconhecimento facial, SecurOS Face. “O sucesso da implementação de projetos de tecnologia de grande escala depende do nível de comprometimento de todos os envolvidos no processo, incluindo os clientes principais e funcionais, empreiteiras e contratados para execução dos projetos”, ressaltou Evgeny Malikov, diretor de desenvolvimento de negócios da ISS. “Enquanto trabalhávamos na criação do projeto de sistemas de segurança para os estádios, nós já tínhamos certeza absoluta de sucesso, porque nós vimos o alto interesse dos representantes do Ministério de Esportes e recebemos um suporte abrangente das empreiteiras e organizações sob o seu controle, assim como das estruturas do Ministério de Assuntos Internos, o Serviço de Segurança Federal e as administrações das cidades”. O progresso da ISS neste projeto foi conduzido em coopera-
Case Study Copa da Rússia
Cada estádio possui sua própria central de monitoramento para a gestão local de todas as câmeras
ção com o Ministério dos Esportes, a empresa estatal Sport-Engineering (responsável por assinar como responsável por todos os projetos de estádios e arenas da Copa no país) e as empreiteiras Stroytransgaz, nas arenas de Volgogrado e Nijni Novgorod; Crocrus Group, nas arenas de Rostov do Don e Kaliningrado; e Sinara Group, na arena de Ecaterimburgo. Os sistemas de vigilância permitiram o controle de todo o espaço dos complexos esportivos: do perímetro às entradas e ambientes internos, incluindo áreas de concentração de público e estacionamentos. Na arena de Ecaterimburgo, foram cerca de 1500 câmeras Hikvision gerenciadas através de 39 servidores NVR, SecurOS IVS, e controladas a partir de 57 estações de trabalho SecurOS Universal Work Stations equipadas para que os operadores, controladores e funcionários de serviços operacionais pudessem trabalhar nos estádios durante os eventos. Lá, o sistema da ISS também foi integrado à plataforma PSIM da Electronika, permitindo também o envio dos fluxos de vídeo e dados para o Centro de Emergência e Segurança da Cidadania do município e para sistemas de terceiros no Serviço Federal de Segurança e no Ministério para Medidas de Emergência. Em seis pontos de controle de veículos, o SecurOS Auto permitiu a identificação das placas, ajudando a melhorar a eficiência operacional nos pontos de checagem e garantir a segurança de qualquer veículo nas áreas de estacionamento dos estádios. Os estádios de Nijni Novgorod e Volgogrado, por sua vez, receberam um total de 2100 câmeras da marca TVhelp cada, sendo 15 delas PTZ, controladas e gerenciadas por 30 servidores e 40 estações de trabalho da ISS. Em ambos também há 12 pontos de controle de veículos, interoperabilidade com o sistema de alarme e incêndio da marca Bolid, com a transmissão de imagens para o Centro de Emergência e Segurança da Cidadania e armazenamento em NAS Isilon da Dell EMC. Por fim, em parceria com a Stroytransgaz, o SecurOS Enterprise da ISS permitiu a gestão de 1452 câmeras IP, sendo 110 PTZ, na Arena de Rostov, e outras 1120 câmeras, sendo 56 PTZ, no estádio de Kaliningrado, todas da marca IDIS. Para o processamento dessa massa de dados, 19 servidores de vídeo SecurOS IVS estão no estádio de Kaliningrado, além de 30 estações de trabalho SecurOS Universal Work Stations. Na Arena de Rostov, são 25 servidores IVS que transmitem vídeo para mais de 30 estações de trabalho. Ambos estão integrados aos sistemas de alarme e incêndio Bolid e de controle de acesso da RusGuard.
Os estádios de Kaliningrado e Rostov do Don também possuem, respectivamente, doze e seis pontos de controle de veículos equipados com o SecurOS Auto, além de 81 e 60 canais de vídeo com o módulo SecurOS Face, permitindo o reconhecimento de rostos e a comparação em tempo real com bases de dados de 5 mil e 2 mil faces. O SecurOS Face permite identificar visitantes que estão em uma “lista negra” e torna possível determinar o número exato de pessoas que chegam ao estádio em determinada entrada, além de aumentar a eficiência do sistema de controle na entrada e saída dos grupos no estádio. Os locais também foram equipados com o sistema controlador de videowall SecurOS, permitindo um fluxo de trabalho facilitado e mais eficiente para os operadores e membros das equipes de respostas à emergências. Para esses espaços, a gravação de vídeo é feita em um sistema de armazenamento da marca Hitachi em um modo duplo: durante as partidas é constante e, em outros momentos, apenas com detecção de movimento. O video é gravado nos servidores por 30 dias. Seguindo as exigências do governo e da própria FIFA para melhorar o tempo de resposta às ocorrências, durante a Copa do Mundo, os fluxos de vídeo também eram enviados para locais externos aos estádios. A equipe da ISS implementou interfaces de integração que garantem a interoperabilidade entre os novos sistemas de videovigilância dos estádios com os softwares das agências policiais e do Ministério de Assuntos Internos da Rússia. Centros especiais de situação também foram equipados para o trabalho das forças de segurança, o que permite o controle da situação no estádio de uma maneira mais efetiva e, se necessário, responder imediatamente aos incidentes. A ISS, em colaboração com os parceiros integradores, também implementou sistemas de monitoramento de vídeo para as instalações auxiliares temporárias dos cinco estádios mencionados. As soluções baseadas nos produtos SecurOS ofereceram monitoramento situacional dos centros de credenciamento, fan zones, bilheterias, pontos de checagem e instalações policiais e de segurança nos estádios. Cada local recebeu uma média de 150 à 200 câmeras e de 7 à 15 servidores. O SecurOS Auto também permitiu a liberação automática de veículos através de configuração de “white lists” de veículos credenciados. Com todo essa infraestrutura facilitando o trabalho das equipes de segurança e respostas à emergências, a Copa da Rússia foi mais uma operação de sucesso, sem registrar nenhum incidente grave. DS
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Case Study Arena da Baixada
Garantia de Primeiro clube brasileiro a implementar biometria para 100% dos acessos, o Atlético Paranaense trouxe agilidade para as operações de segurança e a tranquilidade para os torcedores que visitam a Arena da Baixada por Gustavo Zuccherato | Fotos: Divulgação/Atlético Paranaense
“O
s níveis de incidência e violência são desprezíveis aqui”. Dita em uma entrevista para o Jornal O Povo em março deste ano, a frase de Fernando Volpato, diretor de operações da Arena da Baixada, pode parecer exagerada em um país onde o nível de violência nos estádios e entre torcidas é preocupante mas tem sua razão de existir. Casa do Clube Atlético Paranaense (CAP), o Estádio Joaquim Américo Guimarães na capital Curitiba é referência nacional quando se fala em segurança - e a tecnologia tem um papel essencial nesse cenário. Fundado em 1914, o espaço foi reformado em 1999, onde passou a ser conhecido como Arena da Baixada, e ampliado e modernizado entre os anos de 2012 e 2014 para se tornar uma das sedes da Copa do Mundo no Brasil. Com a autogestão do CAP, o empreendimento virou um espaço multiuso de 43 mil lugares que recebe jogos de futebol e outros eventos diversos, sejam esportivos como
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o UFC ou grandes shows de música e até encontros empresariais. Na época da Copa, a integradora NEC foi a escolhida para implementar toda a eletrônica do estádio, incluindo a infraestrutura de rede IP e sem fio para telefonia, sistemas de sonorização, telões, iluminação, ar condicionado e segurança. Em parceria com a AEG Facilities, a NEC implementou 133 câmeras de alta resolução da Bosch espalhados pelos 8 andares do empreendimento, nas entradas, arredores e também na arquibancada. Destas, 11 são do modelo speed dome, com alcance para enxergar qualquer ponto da arquibancada e até quatro quarteirões de distância no perímetro. Um centro de controle operacional também foi estabelecido. Com uma parede de vidro e localizado no andar mais alto do estádio, o espaço oferece visão completa das arquibancadas, além de oito telas para visualização de todas as câmeras, 24 horas por dia, 7 dias por semana, com o software proprietário da Bosch.
Enxergando além do que é visível A câmera H4 Thermal
Operando além do espectro visível, a linha de câmeras H4 Thermal foi criada para detectar o movimento de pessoas e veículos em áreas com baixa visibilidade, desafiando condições de iluminação, escuridão absoluta e cenas parcialmente camufladas. Integração com Software Avigilon Control Center (ACC) Configuração de análise e notificações de alarme sem complicação Analítica de vídeo com autoaprendizagem patenteada da Avigilon Ajuda operadores a verificar e agir em caso de eventos Tecnologia HDSM SmartCodec™ Ajuda a reduzir a largura de banda da câmera, mantendo qualidade de imagem excepcional e diminuindo os requisitos de armazenamento Certificados de resistência IP66 para ambiente e IK10 para vandalismo Para suportar desafiadoras condições climáticas
avigilon.com/pt-br/h4-thermal | asksales@avigilon.com
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Case Study Arena da Baixada
Localizado em uma região central de Curitiba, a Arena da Baixada se tornou um espaço multiuso que recebe eventos esportivos, grandes shows e até encontros empresariais
Para a implantação de controle de acesso, por sua vez, a NEC contou com a parceria da empresa Imply, especializada no desenvolvimento de sistemas de controle de acesso para estádios e arenas. “Neste projeto, fomos contratados inicialmente para o fornecimento de catracas, implementar as tecnologias de controle predial em alguns pontos de acesso restrito, o sistema de estacionamento e o software para essa integração”, explica Fabiano Horn, diretor de tecnologia da Imply. “Foi um trabalho em conjunto em que a Imply e a NEC trabalharam para fornecer as melhores tecnologias com o menor custo para o cliente-final. Um exemplo foi o fornecimento das catracas. A NEC já possuía um bom relacionamento com a Wolpac e as comprou diretamente da fábrica para vendê-los ao clube, evitando a bitributação”. Ao todo, foram mais de 90 catracas fixas em todas as entradas, com leitores de código de barras e códigos 2-D para liberação de acesso com ingressos vendidos on-line ou presencialmente. “Fizemos uma integração via Web Service com o serviço de venda de ingressos na época, onde recebíamos as informações de ingressos no dia do evento e fazíamos o controle de acesso baseado nestes códigos”. Além da atualização tecnológica que o estádio passou em 2014 para atender aos alto padrões exigidos pela FIFA, nestes quatro anos desde a reinauguração, o clube não deixou de investir e buscar a melhoria em seus processos e procedimentos visando mitigar ao máximo os incidentes e a violência no está-
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dio. Assim, logo no primeiro ano após a Copa, o CAP se tornou pioneiro ao optar por complementar o controle de acesso com a utilização de biometria de impressões digitais para os setores dedicados à torcidas organizadas. Desta forma, com o auxílio das câmeras e do sistema de biometria, a equipe de segurança consegue identificar rapidamente o responsável por qualquer delito ou mau comportamento e, então, tomar as medidas cíveis, penais e desportivas cabíveis para res-
O Centro de Controle Operacional acompanha as imagens das 133 câmeras espalhadas pela Arena, 24 horas por dia
Case Study Arena da Baixada
Módulo da Imply permite integrar leitores de impressão digital, RFID, códigos de barra e de QR Code
ponsabilizar o infrator. “Em 2017, era rotina da torcida organizada do Corinthians levar sinalizadores para acender durante os jogos, uma prática ilegal e que gera penalizações para o clube. A Arena da Baixada foi um dos únicos estádios onde eles não acenderam sinalizadores por receio da identificação”, exemplifica Ronildo Finger Barbosa, coordenador de segurança do CAP. Os resultados positivos fizeram com que o CAP expandisse o projeto para 100% dos acessos na arena em 2017 e, com o apoio do setor público, provaram que é possível transformar os estádios e arenas em um espaço de convivência e celebração esportiva amigável a qualquer cidadão e família. Funcionamento O clube firmou um convênio com o governo do Estado e a Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar) para a integração dos bancos de dados do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) e do Instituto de Identificação ao sistema de biometria da arena, facilitando processos de identificação para torcedores paranaenses que ainda não foram ao estádio após a implantação da biometria e permitindo a identificação de infratores com mandado de prisão em aberto. “Hoje, o clube conta com uma plataforma unificada de venda de ingressos e controle de acesso desenvolvida e fornecida pela Imply”, destaca Horn. “Anteriormente, precisávamos fazer todos os cadastros de informações tanto no nosso sistema de acesso, quanto no outro sistema de bilhetagem. Hoje, precisamos fazer os cadastros e a parametrização dos eventos de um lado só e apenas alguns apontamentos no controle de acesso. Um exemplo é a definição de tipos de ingressos que serão vendidos: no momento que você decide o tipo de ingresso, você não diz se o usuário vai entrar pelo portão A, B ou C. Isso é uma ação mais de controle de acesso. São habilidades distintas de quem faz essas parametrizações e nós facilitamos o processo”. A compra dos ingressos pode ser feita on-line ou em pontos de venda do estádio no dia do jogo. O procedimento é simplificado: o interessado faz um cadastro com informações pessoais, de contato e um documento de identificação, escolhe o tipo de ingresso, setor,
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assento e a forma de pagamento diretamente na plataforma. “Uma vez aprovada a compra, o sistema automaticamente irá fazer uma busca com o número de CPF da pessoa nos bancos de dados da Celepar e, caso a biometria já esteja cadastrada no sistema deles, o torcedor poderá imprimir o ingresso em casa ou armazenar um QR Code em uma carteira virtual no celular para acessar o estádio diretamente. Caso contrário, um voucher será gerado com a orientação que o torcedor compareça no estádio antes do jogo com sua documentação para fazer o cadastro biométrico”, explica o diretor de tecnologia da Imply. O controle de acesso possui uma infraestrutura híbrida, combinando processamento local com comunicação em nuvem. “A custódia das impressões digitais é competência da Celepar, por se tratar de uma base de dados com informações sensíveis das pessoas. Nós continuamos fazendo essa integração via Web Service onde, no momento que o torcedor coloca o dedo no leitor, o sistema automaticamente irá enviar à Celepar, que confirma a identidade, retorna a informação e o software libera o acesso”. Esse tipo de comunicação rápida e eficiente só é possível graças ao uso do padrão interoperável de templates de digitais ANSI 378, desenvolvido pelo American National Standards Institute, o instituto de padronização nacional dos Estados Unidos. “Esse padrão permite extrair o template, traduzir aquela foto em uma informação biométrica e enviar apenas essa informação de 300 a 400 bytes para a nuvem. O tráfego de dados é muito pequeno. Ainda assim, o clube fornece uma conexão redundante com a internet para os nossos sistemas para garantir que não haja falhas na comunicação”. Os leitores de digitais implementados no módulo da catraca são da marca japonesa Nitgen, fornecidos pela distribuidora FingerTech. “A Nitgen foi uma das primeiras empresas que compreendeu essa necessidade de mercado em trabalhar com
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padrões interoperáveis. Nós entendemos que não poderíamos ficar a mercê de uma fabricante que trabalhasse com um template proprietário porque, no dia em que tivesse algum problema, você estaria amarrado à marca, sem poder mudar. Conhecemos casos de clientes que tinham 40 mil pessoas cadastradas em um sistema proprietário e, anos depois, a fabricante deixou de dar suporte àquele módulo de leitor, obrigando o cliente a trocar todos os 100 equipamentos e recadastrar todas as digitais”, relata Horn. “Trabalhar em padrões interoperáveis permite que hoje eu opere com um validador da Nitgen, amanhã com o da Suprema, outro dia com o da Fulltronic, ou operar com todos esses validadores simultaneamente”. Para alcançar a alta performance, tempo de resposta e confiabilidade necessária para uma operação de eventos de grande porte que são realizados na Arena - chegando a receber um público recorde de 45.201 pessoas durante a realização do UFC 198, em maio de 2016 -, a Imply decidiu investir em uma equipe própria de pesquisa e desenvolvimento. “Quando você tem mil pessoas querendo fazer o acesso ao estádio em um período de um minuto, qualquer meio segundo a mais que o hardware demore para responder pode causar um efeito cascata e ser catastrófico para o sistema. Para conseguir mitigar esse ponto, nós mesmos fabricamos e desenvolvemos uma placa controladora, além do firmware, do software de controle de acesso e do mecanismo de validação biométrica, que permitem disparar processamento em paralelo nos threads do CPU de forma automática”, pontua o diretor de tecnologia. “Com essa abordagem, conseguimos identificar qualquer problema ou bug que está causando lentidão no sistema e rapidamente realizar melhorias, sem depender de uma outra fabricante”. O executivo também defende que “se usamos uma placa controladora de um terceiro, nós acabamos nos tornando apenas mais um fornecedor que é facilmente substituível, perdendo a garantia de receita recorrente de suporte e manutenção do sistema.
É uma forma de você ter um pouco mais de controle sobre o que está oferecendo ao seu cliente”. O coordenador de segurança da CAP, Ronildo Barbosa, também destaca o auxílio da Imply na atualização do sistema de controle de acesso para atender necessidades específicas. “No início, tínhamos apenas o campo de CPF com padrão para busca de informação. Atualmente, já há espaço para RG e até passaporte, para que possamos cadastrar visitantes de outros países”. Na prática Um exemplo real recente dos resultados do uso da biometria que foram noticiados pela imprensa local em Curitiba foi a partida entre o Atlético Paranaense e o Atlético Mineiro, realizada no dia 13 de maio de 2018. Na ocasião foram identificados e cumpridos 4 mandados de prisões. Os acessos foram identificados logo no bloqueio do estádio pelas Polícias Civil e Militar. “Quando há a identificação de algum caso de torcedor com mandado de prisão em aberto, a catraca automaticamente emite um código específico conhecido pelo supervisor local que rapidamente aciona o Policial Militar mais próximo. De forma discreta e rápida, os infratores são conduzidos à delegacia e presos. Os demais torcedores nem chegam a perceber que isso ocorre”, destaca o coordenador de segurança. Além disso, o sistema gera logs de acesso que ficam armazenados localmente e podem servir para rastrear os infratores. “Como o estádio é setorizado, nós conseguimos identificar por qual portão, catraca e o momento exato em que aquela pessoa entrou no estádio, permitindo que a equipe de segurança faça a busca com o auxílio das câmeras”, ressalta Horn. Barbosa explica que “em sua maioria, os mandados são relacionados ao não pagamento de pensão alimentícia, mas houveram outros casos recentes da prisão de um procurado por tráfico, outro por roubo e outro por furto. Desta forma, conseguimos realmente inibir a vinda do bandido ao estádio”.
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O Clube Atlético Paranaense optou por trabalhar com staff próprio em suas operações, como forma de economia e garantia de qualidade
Para Ricardo Henrique Ferreira Jentzsch, Juiz Auxiliar da 2ª Vice-Presidência do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), o projeto de colaboração é um exemplo de sucesso. “A ideia inicial do convênio sempre foi contribuir com a Segurança Pública no ambiente do futebol e dos eventos de grande porte. Com essa funcionalidade permitindo identificar-se na entrada do Estádio o indivíduo que tenha contra si alguma pendência com a justiça, como mandados em aberto, a sociedade tem a confiança de que o Estado cumpre o dever estabelecido pela Constituição Federal e pelo Estatuto do Torcedor e o criminoso passa a perder a famigerada sensação de impunidade”. A Desembargadora Lidia Maejima, 2ª Vice-Presidente do TJPR, também lembra a importância de incentivar e aperfeiçoar o uso da tecnologia em favor da Segurança Pública. “O Estado do Paraná tem sido pioneiro em soluções tecnológicas de aprimoramento da Segurança Pública. A identificação biométrica dos cidadãos na entrada do estádio, com a identificação de eventuais mandados de prisão e ordens de restrição é algo inédito no Brasil, que merece ser difundido. Os resultados já começam a aparecer e é cada vez mais sensível o baixo número de ocorrências no estádio e em seu entorno. Isso é um inequívoco sinal de que o Paraná conta com mecanismos efetivos de controle da violência”. “A biometria traz a vantagem de permitir a identificação direta dos indivíduos que estão no estádio, auxiliando o clube a prestar serviços que vão além da segurança, como a devolução de documentos perdidos no estádio, por exemplo”, pontua o coordenador de segurança da CAP. “Recentemente, tivemos um caso de um torcedor que veio ao estádio apenas com o ingresso e teve um mal súbito a ponto de não conseguir nem comunicar qual era o seu nome. Puxamos o CPF na base de dados, identificamos a família e conseguimos informá-los para qual hospital o torcedor estava sendo encaminhado. É um contexto em prol da saúde dos torcedores”, finaliza.
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Gestão em casa A tecnologia, por si só, jamais garantirá a segurança dos eventos sozinha. O planejamento da operação aliada a uma equipe bem treinada para operar os sistemas, prestar atendimentos aos torcedores locais e visitantes e lidar com as possíveis adversidades é tão essencial quanto um sistema de vigilância de alta resolução ou um controle de acesso a prova de falhas. Por isso, o CAP estabeleceu um departamento próprio dedicado à tratar dos assuntos de segurança da Arena, além de contar com o apoio das forças policiais. “O Atlético Paranaense possui autorização junto a Polícia Federal para trabalhar com segurança orgânica. Temos uma equipe de 24 pessoas trabalhando na vigilância patrimonial 24 horas por dia e, em dias de jogos, contratamos profissionais autônomos devidamente legalizados para prestar os serviços necessários”, relata Barbosa. “Nossa média de público é de 10 a 15 mil torcedores por jogo e calculamos a quantidade de seguranças entre 2 e 2,5% do público previsto”. De acordo com Barbosa, a decisão de trabalhar com uma equipe própria traz dois principais benefícios. “Por uma empresa terceirizada ter que arcar com todas as despesas de uniformes, deslocamento, pagamento de pessoal e ainda ter seu lucro, o custo seria, no mínimo, três vezes maior do que o que gastamos hoje com uma equipe orgânica. Além disso, nós conseguimos alcançar um padrão de excelência que só é possível com uma equipe orgânica. Ao final de cada evento os supervisores avaliam a equipe e nós construímos essa base de dados para sempre chamarmos os profissionais mais bem avaliados para os próximos eventos. Todo esse planejamento começa com, no mínimo, uma semana de antecedência para que possamos atender aos prazos exigidos pela Polícia Federal”. A iniciativa do Clube Atlético Paranaense é uma prova de que tecnologia, preparo e trabalho em conjunto são o caminho para trazer mais segurança até mesmo nos ambientes mais desafiadores. Um caminho possível para que a violência nunca mais atrapalhe a festa do futebol brasileiro. DS
Entrevista Leonardo Sanchez - CEO da Nice Brasil
Confiança Na contramão de qualquer previsão negativa, o grupo italiano NICE está fortalecendo sua presença em território nacional em 2018. Logo no primeiro trimestre, a multinacional anunciou a aquisição de mais uma empresa e a construção de uma nova sede no país. Conversamos com Leonardo Sanchez, CEO do grupo no Brasil, sobre o novo espaço, a estratégia de unificação das marcas e as apostas tecnológicas da companhia por Gustavo Zuccherato
Confira essa entrevista e outros conteúdo em vídeo em nosso site www.revistadigitalsecurity.com.br
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m 2011, a italiana The Nice Group entrava no Brasil adquirindo a Peccinin, uma das principais marcas de automatizadores de portões do país. Trazendo o DNA e a capacidade de investimentos de uma multinacional, a empresa fortaleceu sua presença em todo o território nacional ao longo dos anos e seguiu apostando em novas verticais de atuação adquirindo a especialista em alarmes Genno em 2015 e a fabricante de sistemas de controle de acesso Linear-HCS no começo de 2018. Consolidando de vez sua confiança no mercado brasileiro, em fevereiro, o grupo anunciou o investimento de R$ 35 milhões na construção da sua nova sede em Limeira, localizado a 145 quilômetros da capital paulista. O novo espaço será a base central da necessária reestruturação organizacional e do processo de unificação das marcas sob o mesmo nome NICE que resultará na integração total entre todas as linhas de produtos. A Digital Security foi até a cidade para conversar sobre essas mudanças e apostas da companhia com Leonardo Sanchez, CEO da NICE Brasil.
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Digital Security: Como é esse processo para decidir qual empresa adquirir em uma determinada região? Leonardo Sanchez: O processo faz parte do dia a dia da companhia. A empresa tem como uma das estratégias para crescer no mercado a aquisição de empresas. Esta aquisição é baseada principalmente no mercado que a Nice já atua, sendo eles o de automação residencial, comercial e industrial, e também no de segurança em geral. Esse direcionamento no mercado é o principal input para saber mais ou menos que tipo de empresa nos interessa adquirir, além de obviamente o mercado onde a empresa quer agir. Digital Security: Quais são esses mercados que a Nice busca atualmente? Leonardo Sanchez: São mercados justamente como o Brasil. Em 2011, entramos no país comprando a operação da Peccinin justamente porque é uma empresa bem similar à operação que já temos na Europa. A Nice entrou no país comprando um dos líderes de mercado. Foi
Entrevista Leonardo Sanchez - CEO da Nice Brasil
uma decisão óbvia. Após entrar no mercado com a Peccinin, a empresa conseguiu ir abrangendo outras áreas, mas sempre pensando na parte de segurança e automação. Digital Security: Quais eram os objetivos da Nice quando chegou no Brasil em 2011 e quais as diferenças dos objetivos daquela época para os objetivos atuais da empresa, sete anos depois? Leonardo Sanchez: Não tem mudado muito. Temos o mesmo objetivo de ser a empresa número 1 aqui no Brasil e também na América Latina. Obviamente, para isso, você precisa fazer um plano de ação e estratégia a longo prazo. A empresa entrou no Brasil para ficar e para crescer. A diferença para hoje é que nós temos um conhecimento muito mais apurado e maduro do mercado. Temos um plano muito mais aprimorado do que precisamos fazer. Até mesmo por isso, em fevereiro, anunciamos que construiríamos uma nova planta aqui no país, sediada em Limeira. Digital Security: Como está o processo de unificação das marcas Peccinin, Genno, Linear e Nice sob a mesma marca Nice? Leonardo Sanchez: Esse processo está em andamento. É um processo natural que tem que acontecer. A ideia é justamente fortalecer a imagem da marca Nice dentro do Brasil. Já temos muitos distribuidores e a marca já é bem conhecida. Mas eu gostaria, mais do que falar sobre Peccinin, Genno e Linear que estão sob o guarda-chuva da Nice, de falar de segmentos, sendo eles controle de acesso, segurança e automação. Nesses segmentos, tirando as marcas, estamos agindo no mercado e com sucesso. A estratégia de como e quando essas marcas serão unificadas para Nice é um processo que pode ser rápido em alguns casos e um pouco mais demorado em outros. Vai depender muito da dinâmica do mercado. Digital Security: Quais mudanças ocorreram na estrutura organizacional da companhia para esse unificação? As empresas e as equipes já estão trabalhando de maneira unificada ou ainda há uma separação em linhas de produtos, por exemplo? Leonardo Sanchez: Falando em linhas de produtos, ainda há algumas coisas que precisam ser melhoradas para alcançar a sinergia que precisa existir. Mas há outras medidas que já estamos tomando. Por exemplo, há mais ou menos um ano e meio, nós colocamos toda a parte de eletrônica em um polo de desenvolvimento e industrial em Santa Rita do Sapucaí (MG). Essa sinergia tem que continuar. Com a nova planta que teremos em Limeira, vai acontecer a mesma coisa: trazendo alguma sinergia para o grupo completo. Não posso falar que hoje a estrutura já está adequada ao que queremos para o futuro, ainda não chegamos a esse patamar, mas estamos no processo. Normalmente fazemos um planejamento para três anos com uma visão mais abrangente para daqui a cinco anos. Esse mercado de automação e segurança é um mercado onde não se consegue planejar muito além de cinco anos. A tecnologia e o mercado são muito dinâmicos, então sempre precisamos fazer mudanças durante o processo. Digital Security: Vocês pretendem mudar a forma de identificação dos produtos da marca no Brasil para o instalador? Leonardo Sanchez: O instalador tem que ficar confiante. Todas as mudanças que vem são para o bem, para melhorar a tecnologia, o serviço e essa parceria que a empresa tem construído por anos aqui no Brasil. Sim, de fato, tem um plano em andamento para que seja possível identificar a marca. Quando o instalador vai pegar da prateleira de um distribuidor nosso, já consegue ver que a antiga marca ainda está lá, mas com o logo do grupo Nice logo abaixo. Gradativamente isso vai mudar. Algumas vão sumir, outras vão durar um pouco mais
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Neste mercado de automação e segurança não se consegue planejar muito além de cinco anos. A tecnologia e o mercado são muito dinâmicos, então sempre precisamos fazer mudanças durante o processo. de tempo, mas o mais importante para o instalador é que a qualidade e a segurança oferecidas pelos produtos Nice no Brasil não vão mudar. Digital Security: Para os canais que atuavam com apenas uma das marcas do grupo Nice, seja Peccinin, Genno ou Linear, o que essa mudança estratégica representa? Leonardo Sanchez: Representa a segurança de uma marca internacional com muita experiência. Representa que absorvemos as coisas boas da marca tradicional brasileira e estamos incorporando coisas boas do mercado internacional, mas mantendo o espírito do mercado brasileiro. Para o instalador, fica muito mais simples porque ele vai identificar em uma só marca praticamente toda a gama de produtos que trabalha. Além disso, todas essas linhas podem ser integradas, com tudo falando entre eles. Isso é uma vantagem que o instalador tem dentro do guarda-chuva da Nice. Os produtos da mesma marca interagem entre si e oferecem uma solução muito mais ampla tanto para o consumidor quanto para o instalador. Digital Security: Como está o programa de canais da Nice e quais vantagens vocês oferecem para esse parceiro? Leonardo Sanchez: Nós atendemos o mercado através de distribuidores. Esse distribuidor geralmente é exclusivo, nós não atendemos por outros canais e ele atende a revenda. Esse, por fim, chega ao cliente-final. Temos uma política comercial bem diferenciada para o distribuidor que age exclusivamente com a nossa marca. Oferecemos benefícios que um distribuidor que não é exclusivo não tem. Mas isso é bem comum e padrão no mercado. Digital Security: Qual tipo de canal-parceiro a Nice está buscando nessa nova etapa da empresa aqui no Brasil? Leonardo Sanchez: São canais-parceiros bem parecidos ao que já temos atualmente que já são muito bons. Os melhores distribuidores que existem no Brasil estão conosco. Ainda assim, buscamos parceiros que estão em regiões estratégicas onde a marca ainda não age ou onde precisamos reforçar a presença para melhorar o atendimento ao instalador. Esse é o principal foco dentro do perfil de distribuidor que a gente procura. A gente tem a presença em todos os estados do país. Obviamente
Entrevista Leonardo Sanchez - CEO da Nice Brasil
temos uma inserção muito maior na região do Centro e Sul e estamos melhorando nossa capilaridade na parte Norte e Nordeste do país. Digital Security: Quais são as principais dificuldades em gerenciar uma rede de distribuição de mais de 350 canais aqui no Brasil? Leonardo Sanchez: São dificuldades, mas eu olho muito mais como oportunidades. Temos uma política comercial padronizada, mas também desenvolvemos um relacionamento bem particular com cada um deles porque as necessidades são diferentes dependendo da região e do tipo de cliente. Por isso, nós temos representantes de vendas para cada uma das regiões e conseguimos entregar um atendimento personalizado para esses distribuidores, baseado na necessidade da região. Muitas vezes, em uma determinada região, um tipo de produto não é tão vendido quanto em outra. Além disso, conseguimos fazer melhorias e customizações de produto para uma região em específico. O controle de acesso é um exemplo típico. O sucesso desse produto depende muitas vezes da customização porque cada realidade, cada situação, cada condomínio que a gente precisa instalar uma solução do grupo tem uma necessidade e nós podemos customizar. É uma coisa que só o grupo Nice consegue fazer. Digital Security: Quais são as exigências e como é o processo para recrutar novos canais de distribuição aqui no Brasil? Leonardo Sanchez: O processo é bem simples. Primeiramente, nós sempre estamos procurando parceiros baseados na necessidade que temos na região. Temos um gerente regional que procura ativamente os distribuidores. Também temos nossos canais de comunicação que recebem as propostas, como nosso site, por e-mail e até mesmo por redes sociais, para conseguir atender esse novo distribuidor interessado em atuar com nossos produtos. Digital Security: A ABESE projeta um crescimento maior do mercado de segurança para esse ano fomentado principalmente pelo videomonitoramento e pelas portarias remotas, que são muito baseadas em CFTV. Por que o grupo Nice no Brasil ainda não atua com uma linha de produtos voltada para o videomonitoramento? Leonardo Sanchez: Não é somente o CFTV porque você precisa de toda a inteligência por trás para a parte de monitoramento de um prédio, por exemplo. Nesta área, justamente, o grupo é líder com a marca Linear-HCS. Hoje, posso falar sem temor algum que a tecnologia que está por trás do monitoramento remoto de prédios, condomínios e indústrias é do grupo Nice.
O sucesso do controle de acesso depende, muitas vezes, da customização. Cada realidade tem uma necessidade e o grupo Nice é o único que consegue oferecer isso.
Agora, sim, o CFTV normalmente está bem inserido dentro de todo esse mundo. E neste universo dos pontos da segurança onde não estamos agindo, podemos considerar mais no futuro por parte da nossa marca. Digital Security: Por que dessa estratégia? É uma recomendação que veio da matriz na Itália? Leonardo Sanchez: Se você olhar, basicamente todos os produtos que o grupo vende aqui no Brasil possui por trás uma tecnologia 100% do grupo. Não há tecnologia de fora. Em CFTV, nós temos algumas coisas desenvolvidas, mas não chegamos ao mesmo patamar dos produtos que já estão disponíveis no mercado brasileiro. Digital Security: O que diferencia os produtos Nice das soluções oferecidas pela concorrência? Leonardo Sanchez: Nós temos um design muito mais atrativo, além de alta tecnologia e qualidade embarcadas bem diferenciadas. Esse pacote completo unindo design, inovação e a capacidade completa de nossos produtos falar entre eles faz toda diferença no mercado atual. Digital Security: Essa capacidade está muito ligada ao conceito de Internet das Coisas, ou seja, utilizar a conectividade para fazer a integração entre os produtos. O que a Nice oferece nesse sentido aqui no mercado brasileiro? Leonardo Sanchez: Os instaladores e distribuidores que tiveram a oportunidade de visitar o nosso estande na recente Exposec puderam conferir pela primeira vez o conceito que a marca está trazendo ao mercado. É justamente essa integração. Se você olhava a parte de segurança, controle de acesso, alarme e cerca elétrica, uma das coisas mais representativas era o conceito modular do nosso novo alarme Cloud. Ali você tem um alarme onde consegue crescer com a mesma base e fazer esse crescimento através de módulos GPRS, de internet. E também fizemos o lançamento dos primeiros automatizadores que têm a capacidade de falar e interconectar entre cada um dos equipamentos. Digital Security: Vocês estão investindo R$ 35 milhões nessa nova sede de 14 mil metros quadrados na cidade de Limeira. Quais vantagens essa nova sede trará ao grupo? Leonardo Sanchez: Se a gente quer ser a número 1 do mercado no segmento de segurança e automação, também é necessário ter uma sede que traga aos nossos clientes esse espírito de ser a número 1. Estamos fazendo esse investimento de R$ 35 milhões que diz respeito apenas a construção do prédio para criar um espaço pensado para o cliente. Teremos um espaço bem focado na experiência Nice de inovação para que esse cliente tenha contato e manuseie a tecnologia, mas não é só isso. O cliente vai conseguir olhar o produto desde o momento em que ele nasce na pesquisa, durante o processo de fabricação e quando é colocado na caixa. Além disso, é muito importante ressaltar que não é um espaço só para o cliente, mas também para todos os colaboradores que fazem parte do grupo Nice no Brasil. Essa planta vai ser uma referência, um lugar muito agradável para trabalhar e para desempenhar o trabalho de ser número 1. Digital Security: Vocês vão unificar todas as operações nesse novo espaço ou vocês ainda vão manter as instalações que vocês já tem das outras marcas do grupo? Leonardo Sanchez: Não vamos manter as outras sedes, mas não vamos fechar os outros espaços. A parte administrativa e o centro de desenvolvimento central da companhia ficarão nesta nova sede
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Entrevista Leonardo Sanchez - CEO da Nice Brasil
em Limeira. Mas também manteremos os espaços que já temos em Santa Rita do Sapucaí (MG), com um prédio novo onde está um centro de desenvolvimento e produção de eletrônica para o grupo. Ainda este ano, o prédio de lá deve estar 100% pronto, onde vamos ter um Centro de Treinamento e mais um showroom para todo o grupo. A ideia é oferecer para o instalador uma experiência para que ele conheça como se elabora a eletrônica desde o ponto zero. Além disso, em São Caetano, que é justamente a casa onde funciona hoje a Linear, vamos fazer um investimento novo e que deve estar pronto ainda esse ano para estabelecer uma academia Nice e um centro de atenção ao cliente diferenciado para a área de São Paulo. Não vamos ficar apenas com um centro em Limeira. Teremos no mínimo três centros de atenção para nossos clientes. Digital Security: Como está a equipe de Pesquisa e Desenvolvimento da Nice aqui no Brasil e no que ela está focada atualmente? Leonardo Sanchez: Nós temos basicamente dois grandes grupos de pesquisa e desenvolvimento. Um está alocado aqui em Limeira e focado em tudo que é automação residencial, comercial e industrial, além da parte de segurança. O outro, bem interessante e muito profissional, que está alocado em São Caetano. Vamos manter esses dois centros. Agora eles estão fazendo a nova geração de produtos dentro do grupo. A gente tem que se preparar para que todas as soluções que temos no mercado consigam falar 100% com todas as soluções que já temos fora do país, porque esses produtos, obviamente, já começaram a entrar no país e precisamos ter os protocolos de comunicação consigam falar entre eles.
dia ou também a pessoa que faz a instalação e configuração técnica do equipamento. Para essas duas vertentes, a Nice já tem aplicativos que facilitam a experiência com nossos produtos. Neste ano estamos trabalhando e investindo muito no desenvolvimento, melhoria e aprimoramentos dos nossos aplicativos para melhorar a interface do usuário e do técnico com nossas tecnologias. Este ano faremos um relançamento do Especialista Nice. Mas também há a entrada de produtos europeus no mercado que já começamos a trazer desde o ano passado com a cancela Wide. Essa cancela tem um equipamento auxiliar que facilita muito o processo de configuração para o instalador, mas também temos outros aplicativos onde o instalador consegue fazer remotamente a configuração da cancela. A cancela também vai ter capacidade de falar diretamente com nosso cérebro de controle de acesso justamente para facilitar e dar um feedback constante entre a cancela e a placa controladora de todo o sistema de controle de acesso do prédio.
Digital Security: Como é a relação dessa equipe de pesquisa e desenvolvimento local aqui no Brasil com a matriz na Itália? Leonardo Sanchez: Esse relacionamento é muito próximo. A estrutura do grupo aqui no Brasil é matricial. Temos uma cabeça para cada uma das funções e dos processos, mas essas cabeças reportam ao CEO do grupo Nice aqui no Brasil e tudo é passado para cabeça dessa família profissional, lá na Europa. A comunicação é bem fluente, basicamente há contato toda semana e reuniões de resultado do segmento a cada três meses.
Digital Security: Quais as diferenças e melhorias vocês vão dar para o aplicativo Especialista Nice nessa nova versão que está chegando? Leonardo Sanchez: Hoje, na versão 2.0, o técnico consegue fazer um orçamento, olhar um catálogo, as especificações, dicas de como instalar, fazer download de vídeos. Mas nós queremos que o aplicativo vire uma ferramenta muito mais próxima do instalador e facilite a sua vida. O profissional terá, por exemplo, um registro histórico de todas as instalações que ele fez para que possa gerar novos negócios ao agendar atendimentos na interação com o usuário-final através desse app. O usuário interage com o aplicativo, gera uma necessidade como a troca de bateria de um sensor ou manutenção do automatizador da porta e automaticamente verá o instalador que fez a instalação em primeiro colocado no ranking. O objetivo é gerar novos negócios e uma receita recorrente para o instalador, o que é muito importante hoje em dia. Além disso, para o instalador, ele vai conseguir fazer um pré-agendamento por tempo com o cliente para que ele consiga pré-vender horas do serviço.
Digital Security: Hoje é indispensável pensar na integração de tecnologias com uma gestão facilitada, seja para o usuário-final ou para o parceiro de negócio instalador. O que a Nice oferece para esse parceiro aqui no Brasil e para o usuário-final nesse sentido? Leonardo Sanchez: Nós já temos um aplicativo que responde parcialmente a essa demanda. Entendemos que é muito importante que não só as máquinas e as tecnologias falem entre si, também é importante essa interface que as máquinas fazem com o usuário. Esse usuário pode ser a pessoa que vai usar a tecnologia no dia a
Digital Security: Como é a relação da Nice Brasil com outras empresas para a integração da linha de produtos da marca com outros produtos que vocês não atuam, como CFTV, por exemplo? Leonardo Sanchez: Basicamente os protocolos de comunicação com CFTV são abertos. Um exemplo é a nova central Cloud modular que tem capacidade de integrar câmeras IP de CFTV dentro do protocolo de comunicação. Então quando você acessa a configuração do usuário, se você tem câmeras conectadas, você consegue integrar dentro do aplicativo de alarme todas as câmeras.
Se queremos ser a número 1, precisamos de uma sede que traga esse espírito aos nossos clientes 32
Digital Security: Como funcionam as certificações e treinamentos técnicos da Nice aqui no Brasil? Leonardo Sanchez: Hoje temos um centro de treinamento que está em São Caetano, onde fazemos treinamento para todo o grupo. Temos também outro Centro de Treinamento em Santa Rita de Sapucaí e, no momento que completarmos esse novo prédio em Limeira, teremos a Academia Nice para o Brasil. O Instalador consegue se inscrever através da nossa página na web ou através do distribuidor que é o nosso principal parceiro. Agendamos baseados em uma quantidade mínima de participantes e vamos até o distribuidor ou até uma dessas sedes para ministrar o treinamento. DS
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VaaS: Vítima como Serviço por Ivan Marzariolli*
O
título deste artigo pode assustar alguns, afinal o conceito hipotético de “VaaS”, “Victim as a Service”, é bastante impressionante, mas é real e acontece em várias empresas. Assim como temos o SaaS, PaaS, IaaS e outros “aaS”, a mente dos hackers nunca para e eles estão migrando de ransomware para o cryptojacking, apenas para dar um exemplo de ataque. Portanto, proponho pensarmos como um cibercriminoso para tentarmos nos proteger deles. O cibercriminoso “eficiente” possui três objetivos – vantagem, continuidade e discrição – ele quer roubar algo, quer continuar roubando pelo maior tempo possível e não quer ser descoberto. Isso porque agentes maliciosos querem o que qualquer empresa quer ao final do trimestre, lucro. O ransomware cresceu ao longo dos últimos anos como uma maneira muito simples de praticar o cibercrime. Bastava acessar os cantos obscuros da deep web, comprar um malware por um punhado de dólares, somado a uma breve explicação de como usá-lo, caprichar no phishing e pronto, criptomoeda na carteira e discrição. Até que, uma dupla acabou com este modelo de negócio criminoso escancarando o golpe para o mundo, ela se chamava WannaCry e Petya – e fez um bom estrago no primeiro semestre de 2017. WannaCry e Petya foram um marco na cibersegurança. Mostraram como muitas empresas com informações críticas estavam despreparadas para ataques muito simples, quase amadores. Além disso, o ataque não ficou restrito à grandes empresas, afetou desde multinacionais com sistemas SCADA desatualizados, órgãos governamentais e hospitais, até pequenos negócios e usuários finais. Acredite, isso foi péssimo para os criminosos. Seu malware virou manchete em todos os países e as pessoas correram para atualizar seus sistemas e defesas, quebrando o esquema. Mas, a mente do cibercrime não para. Depois disso, eles decidiram ir por uma outra estrada: minerar criptomoeda. Vejam, minerar criptomoeda por si só não é crime, existem muitas empresas que investem pesado em hardware e software para tal propósito e existem grupos que unem o processamento de suas máquinas para que juntos, possam conseguir algumas Bitcoins, Moneros, entre outras. O crime ocorre quando esta mineração é feita sem o consentimento das pessoas ou empresas. Por exemplo, um grupo pode mandar phishing com um malware que se instala na máquina da vítima e rouba uma porcentagem do processamento. O mesmo vale para empresas que podem ter seus data centers comprometidos. O “pulo do gato” está entre o hacker balancear seu roubo de processamento de maneira que tenha agilidade para minerar criptomoeda e, ao mesmo tempo, não deixar que o usuário perceba lentidão nas máquinas. Isso, em um data center, pode ocasionar perdas grandes de energia e até mesmo a compra de appliances desnecessários.
O cryptojacking se tornou rentável e seguro e é nesta onda que os cibercriminosos surfam. Apenas uma campanha, a Smominru, descoberta em janeiro deste ano, rendeu mais de 10 milhões de reais na criptomoeda Monero, minerada ilegalmente com o sequestro de processamento. Diante deste cenário, a segurança da informação se mostra cada vez mais estratégica, pois não é só de cryptojacking que os hackers vivem. Seu servidor pode estar em uso por criminosos neste exato momento para ataques DDoS, CnC, entre outros. Às vezes, o simples roubo de wi-fi para vídeos ou outros fins fúteis pode resultar em prejuízos altos, tanto financeiros como de produção. Aproveite o SaaS, PaaS, IaaS, mas tenha segurança em seu projeto de TI para não se tornar um VaaS ou até mesmo alvo de investigação da GDPR. DS
* Ivan Marzariolli é country manager da A10 Networks no Brasil
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Agenda
SETEMBRO TranspoQuip 2018 12 a 13 de setembro São Paulo / SP OTranspoQuip é um evento com foco em infraestrutura de transporte para os setores rodoviário, aeroportuário, ferroviário, metroviário e portuário. Além da feira, que apresenta as principais novidades em equipamentos e soluções para o setor, o evento tem um programa de conferências com palestras ministradas por especialistas sobre os assuntos mais relevantes do ano. Chegando em sua 10ª edição, o evento será realizado em parceria com o 20º Enacor (Encontro Nacional de Conservação Rodoviária), para apresentar e discutir soluções, novas técnicas, materiais, tecnologias e equipamentos destinados ao setor e a Expo Parking, showroom e palco de palestras dedicados à tecnologias avançadas para operação eficiente, monitoramento e gerenciamento de estacionamentos. www.transpoquip.com.br
Equipotel 18 a 21 de setembro São Paulo/SP A Equipotel é o ponto de encontro da hotelaria e gastronomia da América Latina. Figurando entre as cinco maiores do mundo no setor, é um polo de negócios e relacionamentos fundamental para o sucesso de empresas dos setores de hotelaria, gastronomia, alimentação e turismo. www.equipotel.com.br
Global Security Exchange 23 a 27 de setembro Las Vegas/EUA Depois de 63 edições que consagraram a ASIS Seminar and Exhibits como uma das principais plataformas de discussão e exibição de tecnologias de segurança na América do Norte, a associação internacional de profissionais de segurança ASIS se uniu à InfraGard e à ISSA - International Systems Security Association International para renomear sua feira e congresso para Global Security Exchange - GSX. Mais do que uma mudança de nome, o GSX surge com uma proposta de elevar a experiência do evento com uma educação modernizada, networking revitalizado e um chão de exposição reimaginado que permite explorar o cenário de
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segurança atual e futuro, trocar ideias e melhores práticas, expandir os contatos globais e experimentas as inovações do mercado. Para isso, o evento espera levar mais de 300 sessões em seu congresso, incluindo palestras, painéis de discussão, workshops e case studies. Nesta primeira oportunidade, o evento espera atrair mais de 22 mil profissionais para conferir as soluções e serviços de mais de 550 provedores durante três dias na cidade de Las Vegas. www.gsx.org
OUTUBRO Futurecom 15 a 18 de outubro São Paulo / SP Figurando como um dos maiores eventos de Tecnologia da Informação e Comunicação da América Latina, o Futurecom completa 20 anos em 2018 reunindo os mais importantes agentes da área de telecomunicações, TI e internet para discutir temas e expor soluções nas áreas de redes, nuvem, realidade aumentada, redes sociais, transformação digital, experiência do usuário, inteligência artificial, cidades inteligentes, Internet das Coisas, entre outros. No ano passado, o Futurecom contou com a participação de mais de 15 mil visitantes de 40 países, reunindo mais de 250 empresas expositoras de vários continentes. www.futurecom.com.br
NOVEMBRO Expoprotection 6 a 8 de novembro Paris Porte de Versailles/França A Expoprotection é o único evento na França que reúne os maiores especialistas internacionais de segurança e os mais inovadores equipamentos e soluções em só lugar. Combinando conferências e áreas de networking, o evento tem como objetivo demonstrar soluções que possam proteger os colaboradores, as instalações, os dados e o ambiente de trabalho das empresas e das administrações locais. www.expoprotection.com.br
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