Ano 8 - Edição 99 - Agosto/2019
Política X Audiovisual
Fantasmas da incerteza
Libere seu poder criativo O novo e revolucionário aplicativo para tablet e painel Creative Grading da Grass Valley fornece controle total do poder criativo das câmeras Grass Valley.
Copyright © 2019 Grass Valley Canada. Todos os direitos reservados. Especificações sujeitas a alterações sem aviso prévio.
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Novos tempos, novos meios Na Panorama Audiovisual, nós temos a missão e o compromisso de sempre apresentar e acompanhar as tendências do setor, procurando de forma imparcial, suprir nosso leitor com informações atualizadas sobre tecnologia e mercado. É tempo de se reinventar para atender às mudanças do comportamento no consumo de conteúdo. Por isso, em breve anunciaremos novidades, com nosso produto cada vez mais destinado às plataformas digitais, coberturas ao vivo em vídeo e canais dedicados em redes sociais. Nesta edição, destacamos o investimento que ultrapassa 200 milhões, da Rede Globo no estúdio MG4, complexo que engloba 3 novos estúdios capacitados para produção 4K e 4K HDR.
Ano 8 • N° 99 • Agosto de 2019
Redação Coordenador Editorial
Keila Marques keila.marques@vpgroup.com.br Editor Internacional
Antonio Castillo acastillo@panoramaaudiovisual.com Arte Carlos Borges Jr Comercial Gerentes de Contas
Temos também uma análise sobre os rumos da Ancine e a polêmica sobre uma possível censura do governo, com relação aos filmes que podem usar incentivos públicos para captação de recursos. Apresentamos uma prévia sobre a 31a edição do SET Expo, o maior encontro de tecnologia audiovisual na América Latina, que acontece em São Paulo de 26 a 29 de agosto. Nós estaremos lá mais uma vez, com a cobertura em vídeo dos principais lançamentos. Acompanhe na nossa página do Facebook!
Alexandre Oliveira alexandre.oliveira@vpgroup.com.br Colaboradores Gustavo Zuccherato
E o nosso entrevistado do mês é Marcelo Claret, fundador do IAV, contando em detalhes a história do instituto, que formou milhares de especialistas em áudio em nosso país. Uma boa leitura! Presidente & CEO Presidência e CEO
Victor Hugo Piiroja victor.piiroja@vpgroup.com.br Financeiro Rodrigo Gonçalves Oliveira rodrigo.oliveira@vpgroup.com.br Atendimento Jessica Pereira jessica.pereira@vpgroup.com.br
Panorama Audiovisual Online www.panoramaaudiovisual.com.br Tiragem: 16.000 exemplares Impressão: Gráfica57
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Sumário
20 Cinema Brasileiro O cinema brasileiro está ameaçado? Entenda.
Nesta Edição 06 Globo inaugura o MG4
24 Artigo: Gerenciamento em nuvem
São três novos estúdios em uma área construída de 26 mil m²
Como a agilidade na transferência de dados pode contribuir para as empresas de mídia
10 Prévia SET
26 Artigo: Produtores de conteúdo em evolução
Antecipamos as principais tecnologias e novidades do maior evento de mídia e entretenimento da América Latina. Confira!
Equipes enfrentam o gerenciamento de conteúdo proveniente de diversas origens e formatos
20 Cinema Brasileiro
O IAV completou 25 anos, conversamos com o fundador da instituição e foi incrível!
Representantes de fabricantes e produtores comentam os riscos do congelamento de investimentos da Ancine
10 Prévia SET: O que você vai ver no SET EXPO 2019
30 10 Perguntas: Marcelo Claret
30 10 Perguntas: Marcelo Claret fala sobre os 25 anos do IAV
A Sony apresenta uma solução ideal para produção ao vivo em 4K / HD, oferecendo operação eficiente e expandindo as aplicações no mercado Broadcast, além da criação de conteúdo para produção. A nova câmera portátil HD HXC-FB80 é equipada com três sensores CMOS ExmorTM Full-HD de 2/3 de polegada para fornecer excelente sensibilidade (F13 @ 50 Hz e F12 @ 59,94 Hz no modo 1080) com uma relação sinal/ruído típica de -60 dB. Esse sensor de imagem permite que a câmera seja configurada com flexibilidade, conforme necessidade, e você pode usar uma ampla gama de formatos de saída. A recém desenvolvida plataforma 3G aprimora as capacidades da HXC-FB80 no processamento de sinais de 1080/50P e 59,94 59,94P, ao mesmo tempo em que mantém baixo consumo de energia. Além disso, em combinação com a unidade de controle de câmera 4K / HD HXCU-FB80, a HXC-FB80 oferece capacidade de expansão útil, incluindo upscale de 4K e Suporte HD-HDR (no padrão HLG - Hybrid Log-Gamma)* para uma solução preparada para o futuro. O software opcional de Controle Remoto HZC-RCP5 (baseado em PC) também está disponível para composição de sistema de aplicação mais simples. * Suportado com a HXC-FB80 e o HXCU-FB80. O suporte HD-HDR requer atualização de firmwar ONDE COMPRAR: REVENDAS AUTORIZADAS SONY BRASIL
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Notícias
Rede Globo investe mais de R$ 200 milhões em novo estúdio Em uma área construída de 26 mil m², o MG4 (Módulo de Gravação 4) foi inaugurado no dia 8 de agosto, revelando três novos estúdios habilitados para 4K e 4K HDR Da Redação
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Globo dá início a uma nova era na gestão e produção do entretenimento com a inauguração de três novos estúdios, no Rio de Janeiro, ampliando o maior complexo de produção de conteúdo da América Latina – os Estúdios Globo. Em uma área construída de 26 mil m², o projeto foi desenvolvido a partir de um novo conceito de produção, que aproxima a dramaturgia das grandes produções internacionais e reúne o que há de mais moderno e avançado na indústria audiovisual do mundo. Com a inauguração hoje, os Estúdios Globo passam a ocupar uma área total de 1,73 milhão de m2, com 13 estúdios de gravação que totalizam 12,5 mil m2, ampliando a sua capacidade de produção de novelas, séries, minisséries, realities, formatos originais, programas de humor e variedades. Entre pesquisas e obras, o projeto levou cinco anos para ser concluído. Em um investimento de mais de R$ 200 milhões, as novas instalações são uma comunhão do que há de melhor na indústria audiovisual com a expertise Globo, que desenvolveu, in house, soluções inovadoras no mercado mundial. O redesenho de processos de gestão e produção, aliados aos novos padrões de tecnologia, pretendem trazer maior flexibilidade para a produção de conteúdo da Globo. A ampliação dos Estúdios Globo é considerada uma conquista não só da empresa, mas da cultura brasileira. Em um complexo que já conta com produção média anual de cerca de 3.000 horas de entretenimento, os estúdios possibilitarão à Globo ampliar ainda mais a
sua capacidade de produção, trazendo novas as possibilidades para o desenvolvimento de seus talentos. “Nessa era de transformações que vivemos, não há quem na indústria de mídia não prenda a respiração diante do que vem pela frente. Alguns se amedrontam e ficam paralisados. Outros seguem adiante, mas como se estivessem de olhos fechados. A tradição do Grupo Globo, em toda a sua existência e diante de todas as revoluções que enfrentou, foi sempre outra: acolher o novo com otimismo e coragem, tendo como propulsor a reunião dos melhores talentos, a aposta enfática na qualidade e a atitude de dar os passos com a urgência que a situação requer, mas com a responsabilidade que o desejo de progredir exige”, declarou Roberto Irineu Marinho, presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo, na solenidade oficial de inauguração, em que também estiveram presentes os acionistas João Roberto Marinho e José Roberto Marinho, seus familiares, além de elenco e executivos das empresas Globo.
Soluções inovadoras: um novo modelo de produção Um dos principais benefícios do projeto é o desenvolvimento de um novo conceito de produção de dramaturgia, ampliando os recursos artísticos para a criação, direção e fotografia das novelas da Globo. Com cenários fixos, os módulos de gravação têm sets cenográficos integrados, imprimindo maior realidade para as produções. O espa-
Intercomunicação Comunique-se com operadores de câmera e a equipe de produção.
Conexão USB Para atualizações das configurações e do software do switcher.
Program Mix Ouça a mixagem de som da programação.
Botões para a Seleção de Fontes Botões de entrada para os estilos de operação PGM/PVW ou barramento de corte.
Entrada de Sincronização Compatível com Black Burst ou Tri-Sync para uso com sistemas broadcast de grande porte.
Fonte e Controle Chaveador downstream, fade to black, leitores de mídia e seleção de transição.
Fontes de Entrada Conecte até 40 entradas 12G-SDI para HD e Ultra HD ou 10 entradas 12G-SDI de enlace quádruplo para 8K.
Controle Giratório Navegue pelos menus na tela ou ajuste os níveis de áudio.
Saídas Atribuíveis Independentes 24 saídas 12G-SDI para HD e Ultra HD ou 6 saídas 12G-SDI de enlace quádruplo para 8K.
Botão de Bloqueio Bloqueia as configurações do painel frontal contra alterações durante a produção.
Saídas para Multivisualização 4 saídas de multivisualização para HD e Ultra HD ou 1 saída de multivisualização 12G-SDI de enlace quádruplo ao trabalhar em 8K.
Apresentando ATEM Constellation 8K! Switcher 8K de próxima geração com DVE 8K, SuperSource 8K, chave croma 8K e multivisualização 8K! O novo ATEM Constellation 8K é um switcher de produção ao vivo Ultra HD com uma série de recursos que podem ser combinados para torná-lo um switcher 8K superpoderoso. Esse switcher de 4 M/Es possui 40 entradas 12G-SDI, 24 saídas auxiliares 12G-SDI, 4 DVEs, 4 chaveadores, 4 leitores de mídia, 4 multivisualizadores independentes, 2 mecanismos SuperSource e até conversão de padrões em todas as entradas SDI. E você pode combinar todos esses recursos instantaneamente para trabalhar em 8K nativo!
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Com um mixer de áudio Fairlight integrado, o ATEM Constellation viabiliza mixagens de som ao vivo extremamente complexas. Com um número impressionante de 156 canais, esse é o maior mixer de áudio já incluído em um switcher de produção ao vivo! Cada canal de entrada possui equalizador paramétrico de seis bandas, compressor, limitador, expansor, portão e panorâmica. Toda essa capacidade de áudio pode ser controlada por um painel externo Mackie compatível ou um console Fairlight Audio completo.
Você obtém 40 entradas 12G-SDI independentes, todas com o seu próprio conversor ascendente e cruzado. Isso permite que as fontes 1080p e Ultra HD sejam convertidas para 8K em todas as entradas. Você pode até fazer a saída em loop das entradas SDI 1 a 30 para as saídas de áudio digital MADI, assim você pode encaminhar o áudio das fontes do switcher para que um engenheiro de som externo realize a mixagem.
O ATEM Constellation possui quatro DVEs Ultra HD independentes, que atuam juntos como um único DVE 8K de resolução completa quanto você trabalha com formatos 8K. Também é possível criar efeitos PiP profissionais com bordas 3D, sombras e iluminação personalizadas. Os DVEs também podem ser usados para criar transições incríveis com efeitos para encolher, empurrar e voejar, tornando a sua programação mais interessante.
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Notícias
Os Estúdios Globo em números • Área total do complexo: 1,73 milhão de metros quadrados • Área total construída do complexo, após os novos estúdios: 192 mil m² • 13 estúdios de gravação totalizando 12,5 mil metros quadrados • Até 15 mil pessoas circulando por dia Sobre o MG4 • 3 novos estúdios, de 1.500 m² cada um, totalizando 4.500 m² de área últil • 26 mil m² de área construída. • Gleba cenográfica (área externa para gravação integrada) de 4mil m² • Portas acústicas de 8X6m • Projeto de 5 anos • Média de 500 profissionais envolvidos por mês • 700 empregos diretos gerados durante o período das obras • 14 mil novas mudas replantadas • 2 fossos de 70m² cada • Usina solar de 4.500 m² e geração de 1,05 MM KW no primeiro ano
ço possibilita, por exemplo, que uma cena tenha continuidade em uma área externa de 4.000 metros quadrados. Ou, ainda, uma gravação contínua a partir de dois fossos cênicos – solução trazida de teatros internacionais – para dentro dos ambientes. Os estúdios ainda contam com portas de 8X6m, um padrão muito superior ao que existe atualmente no país, que exigiram o desenvolvimento de uma solução de blindagem acústica inédita no mercado. Arquitetura inteligente e sustentabilidade também caminharam juntas no novo projeto. Com 100% da energia vinda de fontes renováveis, o empreendimento é dotado de um telhado verde – que contribui para a economia de energia –, iluminação 100% a LED, equipamentos de ar condicionado eficientes e planta de energia solar. Os espaços são humanizados e propiciam a convivência entre os colaboradores. Os camarins deram espaço a cabines de troca e grandes lounges de convivência, leitura e ensaio para o elenco. Além disso, conta com o reuso de água de chuva e ar-condicionado, tratamento de 100% dos efluentes gerados e coleta seletiva de lixo. Para o enriquecimento arbóreo do espaço foi promovido o plantio de 14 mil novas mudas. O projeto faz parte do processo de importantes reestruturações iniciadas na companhia há alguns anos, com a implementação de novos modelos de criação, gestão, gestão de talentos, produção e distribuição de conteúdo. Os aprendizados e expertises implementados
até agora, da arquitetura à tecnologia, serão aplicados também nos estúdios já existentes, com ganhos para o complexo como um todo. A primeira produção a ser gravada nos novos estúdios será a próxima novela das nove, ‘Amor de Mãe’, que tem autoria de Manuela Dias e direção artística de José Luiz Villamarim. A previsão é que as gravações no local sejam iniciadas em outubro.
Tecnologia: o futuro já começou nos novos estúdios O investimento tecnológico nos novos estúdios da Globo merece um capítulo à parte. Considerada uma das principais transformações da indústria audiovisual para os próximos anos, a adoção da conectividade por protocolo IP vai transformar a estrutura do complexo de estúdios em uma rede de dados por onde trafegarão as informações captadas, diferentemente de uma rede broadcast, permitindo o tráfego de grandes volumes de informação e mais agilidade nos processos de captação e edição. Os estúdios foram dotados de equipamentos wireless, eliminando os cabos de câmeras e microfones, o que garante maior mobilidade nas gravações, além de um set mais limpo. De olho no futuro, os três novos estúdios nasceram habilitados para os formatos 4K e 4K HDR. Além da percepção de qualidade e da experiência mais imersiva, a produção em altíssima resolução facilita o trabalho de pós-produção e prepara a empresa para as tecnologias que ainda virão. PA
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Reportagem
SET EXPO celebra sua 31º edição em São Paulo O evento reúne 150 empresas expositoras e oferece 30 palestras e workshops gratuitos em uma ação inédita, dde 26 a 29 de agosto no Expo Center Norte Da Redação
Na imagem, a SET EXPO 2018, uma edição especial na qual os 30 anos do evento foi comemorado
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ividido em um Congresso e uma Feira, o SET EXPO é o maior evento de tecnologia e negócios de mídia e entretenimento da América Latina. Realizado em São Paulo (SP), o evento acontece de 26 a 29 de agosto, no Pavilhão Vermelho e de Convenções Expo Center Norte. Só para o congresso são esperados 2 mil visitantes, e outros 15 mil visitantes na feira, provenientes de 38 países, que devem conferir as novidades das 150 empresas expositoras, que representam mais 400 marcas nacionais e internacionais. O avanço da tecnologia tem revolucionado a forma como as pessoas consomem informação e entretenimento ao redor do mundo. Esse movimento tem impactado diretamente a cadeia produtiva do setor de mídia, da criação ao consumo. Diante de um cenário de intensas mudanças e constante adaptação, o 31º Congresso de Tecnologia e Negócios de Mídia e Entretenimento do SET EXPO 2019 reúne especialistas, líderes empresariais, influenciadores e profissionais de todas as partes do mundo para discutir as tendências e os desafios do setor.
O Congresso do SET EXPO apresenta um mix brasileiro dos grandes tópicos que estão presentes nos eventos mundiais, como o NAB Show e o IBC. Para que esses temas tenham uma correspondência maior com o mercado nacional, eles são adaptados para que não deixem de atender às necessidades do mercado brasileiro. Composto por 56 painéis e mais 200 palestras, o congresso aborda temas como produção; distribuição; tecnologia; transmissão; novas mídias e serviços, até inovações como as oportunidades de novos negócios que podem surgir com a tecnologia 5G, evolução de telas de consumo de mídia e novos protocolos e ferramentas (IP, blockchain etc.). Serão quatro salas simultâneas ao longo de quatro dias. Além do tema geral Tecnologia e Negócios, a grade de programação do Congresso terá painéis subdivididos nos seguintes assuntos: Contribuição AV e Infraestrutura; Produção de Conteúdo; Inovação e Tecnologias Disruptivas; Distribuição Audiovisual; Regulatório e Normatização; Rádio e Áudio.
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Reportagem
SET ARENA Nesta edição, uma ação inédita chamada de SET Arena oferecerá gratuitamente palestras e workshops ministrados pelos próprios expositores e parceiros. Sempre a partir das 12h, o SET Arena acontecerá entre 27 e 29 de agosto – mesmos dias de realização da feira. “São temas que abordam o mercado de captura de som, imagem, transmissão e operação empregada em toda cadeia produtiva audiovisual”, afirma Paulo Galante, gerente de mídias e patrocínios da SET. O SET Arena terá 80m² e ficará montada dentro do pavilhão de exposições. O local terá capacidade para abrigar até 60 pessoas. Para
participar é simples: basta apresentar o crachá de visitante, pegar um fone de ouvido e se acomodar. Estão previstas cerca de 30 palestras e workshops durante os três dias de evento. Entre os nomes já confirmados para o SET Arena estão a AD Digital, integradora de sistemas com expertise no mercado de tecnologias de vídeo; InternetSat, provedora de banda larga via satélite; Viacast, empresa de soluções em telecomunicações; SNEWS, especializada em desenvolvimento de softwares; SES, líder global do setor de satélites; WTvision, responsável por criar soluções integradas para transmissões e Lawo, referência mundial em equipamentos de áudio profissionais. PA
Lançamentos SET EXPO 2019 Canon exibe 7 novas lentes Sumire Prime e as novas camcorders
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Canon do Brasil leva diversos produtos recém-lançados para a SET Expo 2019, entre eles, as 7 novas lentes Sumire Prime e as novas camcorders: XA45 e XA55. As novas lentes Sumire Prime, que vem com bocal PL, atendem a uma forte demanda do mercado cinematográfico e apresentam design óptico exclusivo, além de possibilitar uma nova renderização textural de imagem e um bokeh mais agradável. As camcorders XA45 e XA55, recém-lançadas, são opções com excelente custo benefício para quem precisa suprir demandas 4K de vídeo profissional, como emissoras independentes e profissionais autônomos. A Canon deixará à disposição dos visitantes todos os equipamentos de Cinema, Vídeo Profissional, Lentes Broadcast e Monitores 4K de
Referência, além das câmeras EOS R, EOS RP e M50. Também haverá demonstração do Serviço Técnico da Canon. PA
Sony destaca novas câmeras da série HDC
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Sony Brasil apresentará inovações em soluções de produção de estúdio, jornalismo e cinema, equipamentos de áudio profissional e câmeras compactas. Além de soluções wireless para produções ao vivo em HD, 4K, HDR e monitoração de referência, bem como opções para arquivamento de conteúdo. O destaque estará nas novas câmeras da série HDC, com os modelos HDC-3100 e HDC-3500. A HDC-3500 faz uso de três sensores de 2/3 de polegadas 4K, com suporte às mesmas lentes B4-mount, bem como
A HDC-3500 faz uso de três sensores de 2/3 de polegadas 4K, com suporte às mesmas lentes B4-mount das principais câmeras da série HDC-2000 da Sony
Produção completa como nunca antes
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Reportagem
os mesmos acessórios e equipamentos para controle das principais câmeras da série HDC-2000 da Sony. Já a HDC-3100, câmera que faz uso de três sensores de 2/3 de polegadas HD, permite flexibilidade por oferecer suporte a sistemas de transmissão por Fibra ou Triax, alcançando longas distâncias, ideal para estúdios ou produções de eventos e unidades móveis. Outro novidade está na solução wireless apresentada com a linha de camcorders XDCAM, que é uma solução extensa presente nos modelos PXW-X70, PXW-Z90, PXW-Z190, PXW-Z280, PXW-Z150, PXW-X320, PXW-X400, PXW-Z450 e PXW-X500. A tecnologia sem fio
oferece alta qualidade para produção ao vivo com baixo custo. Esses fluxos de trabalho podem retransmitir vídeo e áudio diretamente de locais remotos através de redes 4G/LTE e Wi-Fi. Também há novidades na linha com sensores Super 35mm ou Full Frame, que serão apresentadas nas câmeras PXW-FS5M2, PXW-FS7M2, além da VENICE, com uma nova capacidade de operação por meio do Extension System (CBK-3610XS). Agora o sensor pode ser removido do corpo da câmera, bem como os novos recursos opcionais de High Frame Rate e a opção de trabalho com o codec X-OCN XT de maior qualidade. PA
Snews demonstra sua solução Nux Playout Server Estande da SNEWS no SET EXPO 2018
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o SET Expo 2019, o lançamento da SNEWS é o Nux Playout Server, um Playout Linux que conta com um sistema altamente configurável, permitindo que se adapte ao cenário do cliente com facilidade; o Glaz.AI, que monitora todos os sites de notícias do mundo, todos os conteúdos virais do momento e as atividades das redes sociais; e uma atualização da ANEWS – Sistema de Jornalismo para HTML5.
Pioneira no cenário de desenvolvimento de softwares, a SNEWS oferece em seu portfólio soluções para automação de jornalismo totalmente integráveis, como: Sistema de Jornalismo, Gerador de Caracteres, Exibidor de Jornalismo, Ingest Banda Base e Gerenciador de mídias (MAM). Com escritórios no Brasil e nos EUA, a empresa atende clientes em todo o território brasileiro e em diferentes partes do mundo. PA
Grass Valley estreia solução para produção de mídia GV STRATUS One
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Grass Valley apresentará sua solução para produção de mídia GV STRATUS One, que fará sua estreia na região LATAM, juntamente com uma variedade de tecnologias baseadas em aplicações na SET EXPO. As soluções da marca estarão
em exibição nos estandes de três empresas parceiras. Um deles é o #57 da FOCCUS DIGITAL, especialista em sistemas de transmissão digital para TV e rádio. Os visitantes do estande poderão conhecer o GV STRATUS One, que gerencia o ingest, playout, gravação,
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Reportagem
transcodificação e armazenamento, e é uma solução de produção de mídia acessível que permite a gestão de conteúdo sem interrupções. Também no estande estará o GV Korona K-Frame V-series, projetado especificamente para aplicações de mídia e broadcast de gama baixa e média. A Grass Valley também estará no estande #84 da Seal Broadcast & Content, integradora de sistemas e provedora de soluções de mídia e entretenimento no Brasil. Estará em exibição o GV STRATUS, o
conjunto modular de ferramentas de produção de vídeo e gerenciamento de conteúdo, bem como a solução integrada de playout ICE Automated Channel Playout e Morpheus, e o Switcher de Produção Kula 1 M/E, da Grass Valley. Além disso, no estande #123 da Avicom, parceira de vendas e consultoria, será apresentado o 12G-SDI Master Control Switcher - Masterpiece, da Grass Valley, que funciona em vários formatos para oferecer aos clientes o poder e a flexibilidade de um controle mestre sólido e confiável. PA
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Panasonic apresenta produtos com tecnologia 4K
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om mais de 100 anos de atuação no mercado, a Panasonic apostará em seus novos modelos de câmera na SET EXPO 2019. “Consideramos imperdíveis a linha de câmeras PTZ (incluindo o modelo 4K), a nova câmera AG-CX350 e a câmera de estúdio 4K”, disse Sergio Constantino, Gerente Geral da Panasonic. O executivo também destaca a relevância do SET EXPO para o mercado de broadcast. “O SET Expo é o principal evento no Brasil para os profissionais do segmento Broadcast e onde temos a oportunidade de mostrar produtos e soluções que muitas pessoas não tiveram a oportunidade de ver na NAB”, afirmou. PA
Matt Silva é o novo CEO da CIS Group
Em seu 31º ano, a CIS Group Corporation anuncia a ascensão de Guilherme Silva ao cargo de chairman, passando a liderança da empresa para Matt Silva
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CIS Group Corporation anunciou a ascensão de Guilherme Silva ao cargo de chairman, passando a liderança da empresa para Matt Silva que assume o cargo de CEO. Durante 2018, Matt liderou diversas iniciativas, incluindo a expansão da empresa nas Américas, a formação de parcerias importantes com líderes de tecnologia no mercado de M&E, a adição de soluções líderes ao portfólio da empresa e a expansão das equipes de Serviços
Profissionais, Vendas e Pré-Vendas. Por usa vez, Guilherme trabalhará em estreita colaboração com Matt e a CFO Marcia Andrade e continuará liderando todas as iniciativas na GLOOKAST, a empresa irmã da CIS Group. No SET EXPO 2019, a Spectra Logic e a CIS serão co-expositoras (estande # 81), apresentando ao mercado a associação estratégica que oficializou a CIS Group como a única fornecedora da marca Spectra no Brasil. PA
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Reportagem
ENENSYS TECHNOLOGIES traz novas soluções para entrega de conteúdo de mídia
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ENENSYS apresentará no SET EXPO 2019, no estande #49, um conjunto de novas soluções para otimizar, proteger e rentabilizar a entrega de conteúdo de mídia. Entre os destaques está a solução integral de transmissão SFN/ISDB-Tb que permite a entrega eficiente de serviços de TV digital através de redes ISDB-T/Tb com sua solução premiada OneBeam, e também fornece monitoramento exclusivo de SFN e RF com o EdgeProbe, da TestTree. A empresa também apresentará pela primeira vez sua nova solução AdsReach, que visa gerar rendimentos adicionais através de publicidade digital endereçável na TV linear. A solução oferece in-
serção de anúncios regionais e domésticos com análise de consumo e permite o ajuste em tempo real para adaptar dinamicamente a inserção destes anúncios. Além disso, possibilita o melhor da publicidade televisiva (UX, tela grande, etc.) e publicidade digital (medição, monitoramento, etc.) para permitir que a emissora gere rendimentos adicionais. A ENENSYS apresentará ainda sua nova solução ST2110 IPX para playout IP NexGen e o StreamProbe, da TestTree, solução de software completa para monitoramento de IPTV e OTT premiada como o produto do ano na NAB 2019. PA
Avicom mostra soluções para compressão de vídeo 4K/HD e OTT
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Entre o final de julho e o início de agosto, a solução da MediaKind foi implementada pela RecordTV com o apoio da Avicom Engenharia para a cobertura dos Jogos Pan-Americanos 2019
Avicom Engenharia participará da Feira SET EXPO 2019, no estande 123, com foco nas tecnologias das fabricantes Grass Valley, Mediakind, Bridgetech, Avateq, Newness Broadcast e IO Industries. Entre os destaques estão as soluções para compressão de vídeo 4K/HD e para OTT desenvolvidas pela Mediakind; a mesa de Controle Mestre Masterpice IP/SDI/4K da Grass Valley; as soluções de monitoramento de sinais de vídeo comprimido em IP/OTT/RF da Bridgetech; os analisadores de parâmetros avançados de RF da Avateq; as câmeras e gravadores de vídeo sem compressão HD/4K da IO Industries e os softwares de gerenciamento e controle de áudio em arquivos da Newness. “Desde 2012, com apoio das marcas que representamos, os nossos projetos, instalações e suporte técnico têm auxiliado dezenas de emissoras, programadoras, operadoras e produtoras brasileiras a utilizarem as mais recentes e eficientes soluções para criar, armazenar, monitorar e distribuir conteúdos audiovisuais nas mais diversas infraestruturas”, afirma Jaime Ferreira, diretor geral da Avicom Engenharia. PA
SM Facilities foca em soluções de engenharia de telecomunicações para TV
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SM Facilities está entre as 150 empresas nacionais e internacionais que irão demonstrar mais de 400 marcas e trazer o que há de mais recente no mercado em captura de som, imagem, transmissão e operação empregada em toda cadeia produtiva audiovisual para a Feira SET EXPO 2019. Com mais de 25 anos de experiência em oferecer serviços completos em radiodifusão que vão desde a concepção de projetos, passando
pela instalação e até ativação de equipamentos, a empresa já atendeu clientes tais como RPC, TV Globo, RBS, Seja Digital e QMC Telecom. Entre os serviços a SM Facilities apresentará suas soluçõesTurn Key desde a concepção de projetos, construção de infraestrutura, instalação, ativação e manutenção de equipamentos, e também opções exclusivas de baixo custo voltadas à cobertura de TV Digital e compartilhamento de infraestrutura nas cidades do interior chamada SM Slimcast. PA
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Reportagem
Fantasmas de incertezas: uma novela sobre o audiovisual e a política Conversamos com representantes de fabricantes e produtores audiovisuais para saber sobre as suas perspectivas a respeito do possível congelamento de investimentos por parte da ANCINE Por Flávio Bonanome e Gustavo Zuccherato
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mudança do comando político do país sempre causa incerteza sobre os rumos que o país, de fato, seguirá.A situação se agrava ainda mais quando analisamos que o Brasil alcançou um recorde histórico de renovação no congresso desde a redemocratização. No Senado, das 54 cadeiras em disputa, apenas oito estão sendo ocupadas por senadores reeleitos, o que significa uma taxa de renovação de 85%. Já na Câmara dos Deputados, essa taxa ficou na casa dos 47,37%: são 243 deputados de primeiro mandato e outros 251 que foram reeleitos. Desde 1994, o percentual de renovação na Câmara sempre ficou abaixo de 40%, de acordo com os dados da Secretaria-Geral da Mesa.. Este cenário de incertezas reanima o fantasma de uma era Collor que assombra o planejamento de toda a indústria de produção cultural, já que depende amplamente dos fundos de fomento e investimento do governo para sobreviver. Para o segmento audiovisual, desde 2001, o Brasil conta com a Agência Nacional de Cinema (ANCINE), órgão governamental de regulação
e fomento ao setor, que tem encarado uma tempestade de conflitos e problemas com o poder executivo, legislativo e judiciário federal. No final de 2018, a Polícia Federal realizou uma operação de busca e apreensão de computadores, HDs, livros contábeis e outros itens utilizados por cinco integrantes do órgão, incluindo o diretor-presidente, Christian de Castro. Em abril deste ano, o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou o resultado de uma auditoria que examinou a metodologia de prestação de contas de produções patrocinadas pela Ancine. Segundo o acórdão 721/2019, publicado no início de abril, o Ancine+Simples é contrário à legislação e não detecta eventuais fraudes. A metodologia foi desenvolvida pela Agência para conferir maior celeridade à análise dos processos de contas em projetos audiovisuais. Por meio dela seriam adotados procedimentos diferenciados, a exemplo da não verificação dos comprovantes de dispêndios e do uso de amostragem para selecionar os processos a serem submetidos à análise completa.
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Reportagem
Para o relator do processo, ministro-substituto André Luís de Carvalho, “a edição dos normativos com o suposto propósito de simplificar a análise financeira da prestação de contas dos ajustes afrontaria até mesmo os valores de governança pública, a exemplo da accountability, ao possibilitar a aprovação de prestação de contas sem a necessária documentação e sem a suficiente análise documental”. Tal documento, causou a paralisação temporária de todas as movimentações financeiras por parte da Agência com a justificativa de preservar a integridade operacional e dar segurança jurídica aos servidores. Na efervescência deste imbróglio, aconteceu a Semana ABC, o mais importante evento voltado para cinematografia do Brasil. A Panorama Audiovisual aproveitou a oportunidade para conversar com representantes de fabricantes e produtores audiovisuais para saber sobre as suas perspectivas a respeito de um possível congelamento de investimentos por parte da Ancine. Para Bruno Massao, executivo de contas da Canon Brasil, todo o mercado tem visto esse movimento como algo negativo, mas o impacto na venda dos equipamentos ainda não está sendo sentido. “Nós acabamos atendendo locadoras e produtoras maiores que continuam adquirindo equipamentos. O impacto é mais na questão do uso: como há um repasse menor de verbas, menos produções irão acontecer e, com isso, menos pessoas acabam utilizando os equipamentos, não só da Canon como de todos os fabricantes”, disse. “É uma pena para o audiovisual, porque a demanda por conteúdos de qualidade, só consegue ser atendida por quem já é grande. Os produtores pequenos, que são cheios de ideias maravilhosas, acabam tendo que lidar com equipamentos de menor qualidade ou importam ilegalmente” Já Ilson Brancaleoni, especialista de vendas da Sony, acredita que a diminuição de investimentos no setor audiovisual causará um impacto, mas que ele não será tão grande como o mercado está achando que será. “Até pode ter uma diminuição de verba, mas talvez esse seja o momento de procurar novas maneiras de se fazer negócio e não depender única e exclusivamente de um financiamento do governo”, defende.”É um momento de mudança de paradigma, porque o mercado de produção audiovisual é muito grande e não vai parar de produzir. Isso é impossível”. Marcel Gallo, consultor de vendas da Fujifilm, compartilha da mesma visão. “Quando se fala de política, não podemos ser imediatistas. No momento, não vimos nenhum reflexo tão impactante para nossos negócios, mas acreditamos que vamos ter que nos adaptarmos e pensar em novas maneiras de fazer negócio”. Para ele, o mercado de publicidade continuará a ser grande e o parque de lentes da Fuji disponível dentro de locadoras de cinema traz perspectivas boas de negócio.
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O congelamento de investimentos é uma pena para o audiovisual, porque a demanda por conteúdos de qualidade, só conseguirá ser atendida por quem já é grande e consegue investir
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“Nós temos uma grande rede de contribuidores, dealers, distribuidores e a própria Fuji - através do seu ecommerce - trabalha com uma série de opções de financiamento e pagamento que facilitam a vida de quem quer adquirir os equipamentos, dividindo o valor em 12 vezes, por exemplo. Pode parecer pouco, mas qualquer coisa que possamos diluir o investimento, pode ajudar no bolso dos produtores audiovisuais”, diz Gallo. “Soma-se a isso, os equipamentos que temos trazido ao mercado, como a XT3, que tem uma série de especificações avançadas e pode trabalhar modularmente, onde podemos oferecer o máximo pelo mínimo de investimento para os clientes, desde produtos de entrada até os topos de linha”. Ainda falando pelas fabricantes, Mario Jannini, diretor técnico da ARRI Brasil, acredita que a diversificação de negócios auxilia na manutenção das empresas no país. “A ARRI tem vários negócios além do cinema, atendendo também a televisão, principalmente a TV Globo, com iluminação LED, por exemplo, por conta da obsolescência das lâmpadas de tungstênio. Eu até digo que ainda bem que a ARRI tem mais coisas para vender do que só a câmera em si, assim conseguimos atender diversos tipos de público”, explica. “Os comerciais continuam a todo vapor e a ARRI está presente em todos esses grandes comerciais de televisão. As locadoras também compraram bastante luz e continuam investindo. De todas as câmeras ALEXA Mini LF que foram comercializadas na América Latina, quase 40% foi adquirida aqui no Brasil. O mercado ainda está acreditando e investindo, mas precisamos ver o que o futuro reserva para nós”. Como um dos grandes expoentes da produção cinematográfica brasileira, o diretor de fotografia, professor e primeiro presidente da Associação Brasileira de Cinematografia, com mais de 50 anos de carreira, Carlos Ebert, é bastante crítico ao momento que o país vive. “Acredito que esse congelamento dos investimentos causará um impacto na produção audiovisual porque tudo é movido a dinheiro. Se não há dinheiro, a produção certamente vai cair. Mas essa rigidez na prestação de contas é uma questão que já vem há algum tempo”, diz. Para ele, a metodologia de controle financeiro adotado pela Ancine é totalmente absurda. “É preciso sim apresentar um orçamento mais preciso possível, mas depois ficar cobrando a nota do cafézinho, não é por aí. A burocracia nunca andou de mãos dadas com a criação artística. São duas áreas totalmente diferentes e conflitantes”, pontua. Ebert também acredita que o momento de polarização pode levar o país a um verdadeiro colapso em todas as áreas e que é preciso mais diálogo. “Nós que fazemos audiovisual, nunca somos ouvidos. Nós somos tratados como se fossemos um simples consumidor de verbas públicas e não é isso. Nós conhecemos os estrangulamentos e problemas reais da produção cinematográfica. Enquanto os órgãos que regulam e incentivam não ouvirem o que nós temos a dizer, eles vão errar, porque estão se baseando em impressões totalmente falsas, baseadas em conversas e percepção subjetiva e não nos fatos”, defende. “Mesmo os números frios, não tem capacidade de retratar a situação toda. O critério de bilheteria não deveria ser o único a ser analisado. Você pode ter um filme que não rendeu bilheteria, mas que daqui a 100 anos será um clássico do cinema brasileiro. O cinema é como uma criança. Quando você olha para um bebê, não dá para saber se ele vai ser um Einstein ou um perfeito idiota. Não há como saber. É preciso deixar a coisa andar”. Mesmo diante desta tempestade de incertezas, a Ancine divulgou os dados de investimento relacionados ao primeiro semestre de 2019, sinalizando que este deve ser mais um ano de crescimento para a indústria audiovisual nacional. Só para projetos em fomento direto, ou seja, aquelas apoiadas por recursos do Fundo Setorial Audiovisual FSA já foram disponibilizados mais de R$ 230 milhões para projetos de 18 estados e Distrito Federal.
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A essas ações se somam ainda os projetos que buscam recursos nos mecanismos de fomento indireto, como os Funcines, os artigos da Lei do Audiovisual e outras formas de renúncia fiscal. Até julho, já foram aprovados para captação 241 projetos de 12 estados e Distrito Federal. Os produtores foram autorizados a captar R$ 736 milhões via renúncia fiscal. No desenrolar dessa história a Ancine segue com uma agenda cheia de reuniões e debates, especialmente com o poder legislativo e até recebendo representantes de produtores em sua sede, ao mesmo tempo em que tem que lidar com declarações do próprio presidente relacionadas a sua atuação que levaram os holofotes da grande mídia para o tema. Após esclarecimentos junto ao TCU e a publicação do Acórdão 992/2019, no dia 17 de maio, a Ancine desbloqueou os recursos e voltou a operar normalmente. Os números recentemente apresentados por João Pinho, secretário-executivo da Ancine, em uma audiência pública conjunta das Comissões de Educação, Cultura e Esportes (CE) e de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) para debater a prorrogação da Lei do Audiovisual no Senado Federal, mostram a força do mercado audiovisual nacional. A Ancine estima que o segmento gera 335 mil empregos diretos e indiretos, com 12,7 mil empresas atuando na cadeia e alcança uma taxa de crescimento de 8,8% ao ano. Na reunião, Pinho também mostrou a importância da Lei do Audiovisual para a viabilização dos projetos, permitindo que mais de 4300 obras pudessem captar recursos via artigos 1 e 1A, e afirmou que a renúncia fiscal é pequena se
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Nós somos tratados como se fossemos um simples consumidor de verbas públicas e não é isso. Nós conhecemos os estrangulamentos e problemas reais da produção cinematográfica
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comparada à participação do setor na economia nacional. Em 2017, a Lei do Audiovisual foi responsável por 0,1% de toda a renúncia fiscal, enquanto dados do IBGE divulgados por Christian de Castro em reunião com deputados, indicam que indústria do cinema e do audiovisual no Brasil movimenta R$ 44 bilhões em faturamento por ano, gerando cerca de R$ 25 bilhões em valor adicionado. Dadas as cartas, a discussão e os desafios seguirão. Cabe a todos ficarem atentos aos próximas capítulos desta novela. PA
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Uma geração de produtores de conteúdo em evolução Por Nahuel Villegas
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randes redes de televisão e companhias produtoras de conteúdo, com seus altos valores de produção e imagens de alta qualidade, estabeleceram o padrão para produtores de todos os tamanhos por muitos anos. Atualmente, desde pequenas operadoras de transmissão e produção, a emissoras de TV regionais com transmissão via satélite, ou empresas corporativas a instituições educacionais e até mesmo igrejas, todas são capazes de produzir conteúdo e distribuí-lo em várias telas, de maneira similar, para engajar ainda mais a sua audiência. À medida que as demandas de produção, publicação e distribuição aumentam, as equipes enfrentam o gerenciamento de conteúdo proveniente de várias origens e em vários formatos - geralmente uma tarefa complexa e demorada. Para aliviar essa pressão, as equipes, embora grandes ou pequenas, podem agora se beneficiar de poderosas ferramentas de fluxo de trabalho de gerenciamento de produção que ajudam a gerenciar os ativos à medida que entram e saem de suas instalações. Essas ferramentas de fluxo de trabalho permitem que as equipes de produção localizem arquivos com facilidade e rapidez, bem como marquem e forneçam conteúdo para uma variedade de plataformas, de lineares e on-line a mídias sociais.
Como atender às necessidades das produções de hoje Não são apenas estações de transmissão e operadores de produção que enfrentam o desafio de um melhor gerenciamento de mídia.
Igrejas estão produzindo uma ampla gama de conteúdos, alavancando-os para envolver suas congregações locais pessoalmente e em suas diversas unidades- e até continentes. Principalmente administrado por voluntários, o fluxos de trabalho de gerenciamento de produção e mídia deve ser simples de usar e flexível o suficiente para atender a todas as necessidades, desde um serviço semanal até grandes shows. As faculdades e universidades também estão expandindo suas capacidades de produção de conteúdo profissional - e não apenas para uso dos alunos em cursos de mídia. Cada vez mais, as instituições educacionais criam seus próprios conteúdos com produção profissional, desde o aprendizado à distância até a atividade promocional. Além disso, muitas instituições de ensino implantam sistemas de produção com qualidade de transmissão em seus estádios esportivos, agregando capacidade de produção multicâmera para atender à demanda de seus fãs por conteúdo cativante. Gerenciar esse volume de conteúdo em rápido crescimento em uma ampla gama de funções e canais significa implantar vários sistemas individuais para suportar cada aspecto do fluxo de trabalho - e o conhecimento técnico para configurá-los e gerenciá-los. Em ambientes onde o espaço é escasso, a equipe é pequena e o treinamento é mínimo, isso representa um desafio. Normalmente, esses sistemas individuais são complexos, exigindo semanas para instalação e comissionamento por equipe de engenharia especializada.
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Eliminando a complexidade do gerenciamento de fluxo de trabalho Para atender essas especificidades, a Grass Valley desenvolveu o GV STRATUS One. Capacitando operações de conteúdo de qualquer tamanho para levar suas produções para o próximo nível, essa solução de gerenciamento de produção pode ser implantada em questão de horas, sem a necessidade de assistência técnica especializada. A solução foi projetada para permitir que uma equipe operacional com recursos limitados manipule mais facilmente todos os aspectos do fluxo de trabalho de mídia, desde o momento em que o conteúdo é capturado até a entrega final por meio de qualquer plataforma.
Simplificação dos fluxos de trabalho Usando o GV STRATUS One, as equipes de produção podem agilizar os fluxos de trabalho e mover o conteúdo de maneira rápida e eficiente por meio do pipeline de produção. Altamente user-friendly, o GV STRATUS One oferece uma solução integrada entre múltiplos locais, com conteúdo acessível a partir de qualquer sistema. O acesso baseado em navegador abre formas mais colaborativas de trabalhar; a equipe pode adicionar e acessar clipes de qualquer local, enquanto as equipes de produção podem editar e trabalhar na mídia sem demora, a partir do momento em que a gravação começa. O sistema oferece tudo, desde o gerenciamento de conteúdo e ingest até o playout - bem como streaming na web e entrega de mídia social de qualquer lugar - em um formato compacto e fácil de usar. Uma solução ideal para expandir seu fluxo de trabalho de mídia atu-
O GV STRATUS One é uma solução de gerenciamento de produção que pode ser implantada em questão de horas, sem a necessidade de assistência técnica especializada
al. Em ambientes de produção menores, a eficiência e a facilidade de uso são essenciais e fornecendo uma solução robusta de gerenciamento de fluxo de trabalho de mídia, o GV STRATUS One permite que as equipes de produção obtenham rapidamente o conteúdo para seu público - em qualquer plataforma e tela.
O backup dos backups O GV STRATUS One não se limita a instalações menores. Os clientes que já usam a solução podem implantá-la como um backup para operações de recuperação de desastres (DR). Com a atenção do consumidor em uma mercadoria altamente disputada, manter os serviços no ar é fundamental. O GV STRATUS One permite que os broadcasters sirvam consistentemente seus públicos a partir de um local primário ou secundário até que os principais sistemas voltem ao ar. PA
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Gerenciamento de mídia na nuvem O crescente uso de armazenamento em nuvem e serviços baseados em software pelas empresas de mídia pode resultar em gargalos de largura de banda, mas uma nova solução de transferência de dados via internet super rápida pode ajudar Por Stephen Cousins
de vídeo grandes e valiosos pela Internet pública pode ser muito lento e apresentar riscos de segurança. Usando o Aspera, os clientes podem entregar conteúdo de vídeo de forma rápida e segura à nossa plataforma. A velocidade do fluxo de trabalho geral do vídeo, incluindo o consumo de arquivos, o tempo de filas, o tempo de processamento e a saída, é essencial para muitas grandes empresas de mídia e entretenimento”, afirma Jeff Malkin, presidente do serviço de processamento de mídia em nuvem da Encoding.com. Outras empresas de mídia e entretenimento trabalham com o IBM Aspera, incluindo Netflix, Universal Pictures, BT, Canal 4, Soluções Digitais Deluxe, Australian Broadcasting Corporation e Media Corp. A superação da latência e as perdas de pacotes na indústria de mídia e entretenimento está impulsionando a necessidade de transferência mais rápida de arquivos pela Internet. Arquivos de vídeo continuam a aumentar em tamanho, pois produtores de conteúdo e distribuidores promovem maior qualidade, usando HDR (High Dynamic Range) e tamanhos de frames maiores, como 4K e UHD. A transição para um modelo altamente descentralizado resultou em um aumento dramático nos locais onde o conteúdo é produzido, processado e distribuído, aumentando a captação de armazenamento e processamento baseados em nuvem mais prontamente disponíveis. “Há várias tendências em jogo, incluindo a mudança da distribuição física para a digital, o aumento dramático de empresas capazes de produzir, graças à internet, e a globalização da produção. Essas tendências estão se estabelecendo, portanto, mais potência é necessária para movimentar os arquivos”, afirma Jay Migliaccio, gerente de ofertas da Aspera on Cloud da IBM Asper.
Divulgação
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software licenciado convencional está evoluindo para uma entrega baseada em nuvem pela Internet, impulsionada pela popularidade de aplicativos como Software como Serviço (SaaS), Plataforma como Serviço e Infraestrutura como Serviço, sendo acessados por meio de plataformas de serviços on-cloud, como Amazon Web Services, Microsoft Azure e Google Cloud Compute. À medida que os setores que utilizam dados intensivamente, como Mídia e Entretenimento, migram cada vez mais para soluções em campo, o ingest de dados se torna um desafio significativo, pois arquivos grandes devem ser retransmitidos muitas vezes de vários locais do mundo. A latência e a perda de pacotes de dados são grandes obstáculos para as transferências de arquivos de longa distância sobre protocolos convencionais da Internet. Como resultado, muitas empresas têm adotado soluções baseadas em UDP (User Datagram Protocol), que operam fora da sobrecarga de rede tradicional para aumentar significativamente a velocidades de transferência. A FASP, por exemplo, é uma tecnologia de software baseada em UDP desenvolvida pela IBM Aspera para cortar gargalos de banda larga e atingir velocidades de transferência centenas de vezes mais rápidas que o FTP tradicional. A tecnologia fornece a base para a plataforma Aspera on Cloud, possibilitando a troca de grandes volumes de dados, independentemente do tamanho do arquivo, da distância da transferência e das condições da rede. A empresa de processamento de vídeos Encoding.com usa a solução da Aspera para migrar fluxos de trabalho de vídeo de produção de alto volume de empresas de mídia para sua plataforma de nuvem baseada em AWS e retornar novamente. “Nós processamos e entregamos arquivos para CDNs, terminais de cabo e outras plataformas de hospedagem de vídeo. Mover ativos
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À medida que a nuvem continua a evoluir, a rápida transferência de arquivos desempenhará um papel cada vez mais importante no apoio ao futuro das empresas de mídia
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As transferências de arquivos pela Internet tradicionalmente dependem de protocolos populares baseados em TCP, incluindo FTP/S, SFTP e HTTP/S, que facilitam a comunicação entre um servidor da Web e um sistema operacional para organizar como os arquivos são movidos para cima ou para baixo. O TCP foi introduzido na década de 1970 e provou ser ideal para aplicativos, como e-mail ou navegação na web, mas quando grandes tamanhos de arquivo estão sendo enviados a longas distâncias, uma falha fundamental é exposta. Se a camada TCP no sistema operacional (responsável por garantir a entrega confiável de pacotes de dados) detectar que um pacote não chegou, um algoritmo feito sob medida o faz “acelerar”, retransmitindo pacotes a uma taxa muito mais lenta, antes de aumentar lentamente essa taxa. Nas condições altamente congestionadas da Internet de hoje, onde roteadores ocupados e vários estágios de rede aumentam a latência e a perda de pacotes, a retransmissão TCP pode reduzir drasticamente as transferências. “A perda de pacotes e o congestionamento são uma realidade na internet pública hoje, mas não devemos deixar isso reduzir as taxas de transferência. Por isso, a Aspera criou o FASP como um protocolo de comunicação de alta velocidade à prova de falhas para mover bytes pela Internet ”, diz Migliaccio. O protocolo FASP da Aspera aproveita o UDP para enviar pacotes em alta velocidade, mas não pode confirmar se os pacotes chegam com segurança. Para fazer isso, uma camada extra de autenticação e segurança é adicionada, garantindo a entrega oportuna de cada pacote. O Aspera On Cloud foi um divisor de águas para a empresa de distribuição de filmes Bitcine, que incorporou a solução para mover arquivos para dentro e fora do armazenamento do AWS S3. “Nós lidamos com arquivos com centenas de gigabytes de tamanho, então as opções convencionais de transferência nem são viáveis. As principais vantagens são o aumento da velocidade de transferência, funções de retomada automática e resiliência para conexões de baixa qualidade”, afirma Colin Carter, fundador e CEO da Bitcine. Outro cliente satisfeito é a Silver Trak Digital, que agrega conteúdo para muitas plataformas grandes SVOD/OTT. De acordo o COO da empresa Christian Christiansen, a capacidade de aumentar a largura de banda durante os picos de demanda usando o Aspera on Cloud é fundamental. “Operamos um SaaS de Gerenciamento de Aplicativos Móveis na nuvem onde os requisitos de largura de banda são decididos a partir de quantos arquivos são carregados, baixados e/ou entregues. A capacidade de ativar as instâncias do Aspera On Cloud para atender à demanda é essencial para fornecer um bom serviço”, diz ele.
Casos de uso de mídia O Aspera on Cloud é utilizado principalmente por clientes de mídia por meio de três casos principais. Os produtores enviam conteúdo de vídeo para edição ou os distribuidores, muitas vezes com grandes bibliotecas, transferem conteúdo licenciado para clientes em merca-
dos em todo o mundo. O terceiro grupo de usuários são os fornecedores de SaaS, que fazem o controle de qualidade e transformam o vídeo em diferentes formatos, por exemplo, transcodificando um formato mestre em um formato adequado para transmissão de TV ou OTT em diferentes países ou outras ferramentas de gerenciamento de ativos. As ofertas de transferência na nuvem tiveram que evoluir nos últimos anos, desde o simples movimento de arquivos de um PC até uma máquina virtual, para permitir que os arquivos interajam com uma infinidade de serviços atualmente explorados pelos usuários de mídia. O Aspera on Cloud é baseado em uma arquitetura versátil baseada em software que pode ser instalada em qualquer sistema operacional padrão. É capaz de se conectar aos servidores locais dos usuários e aos principais serviços de armazenamento em nuvem e provedores de SaaS. A plataforma suporta toda a gama de metadados disponíveis no armazenamento em nuvem baseado em objetos e é constantemente atualizada para refletir novas adições. “Este ano nosso foco está em adicionar automação para a plataforma, a maioria dos nossos clientes tem perguntado como automatizar diferentes aspectos para aprimorar seus fluxos de trabalho. Isso é algo que incluímos em nossa pilha de software local por um tempo, estendendo esse conceito para a nuvem como uma progressão natural”, afirma Migliaccio. A nuvem oferece oportunidades para usar diferentes eventos como gatilhos para automatizar tarefas. Por exemplo, quando um arquivo é carregado no armazenamento em nuvem, o início da transferência pode ser um evento que aciona o próximo estágio na jornada do arquivo, como a entrega ao destino final, ou a comunicação com um aplicativo SaaS que analisará ou processará isto. Um evento pode acionar uma chamada de API para qualquer serviço de terceiros para processar o conteúdo. A Encoding.com já está fornecendo suporte para esse recurso útil. Os proprietários de conteúdo com um servidor de transferência de alta velocidade Aspera podem utilizar a API Encoding.com para automatizar a transferência de arquivos do local de origem para os centros de processamento das empresas, além de fornecer conteúdo codificado para destinos específicos. A Aspera está injetando inovação no espaço de transmissão ao vivo, que enfrenta desafios semelhantes em termos de garantia de velocidade e desempenho em longas distâncias. As equipes de produção exigem retornos rápidos para enviar vídeo ao vivo, monitorar, editar e fazer controle de qualidade e, em seguida, republicam o conteúdo para consumo por um público-alvo. Conexões de fibra ou satélite dedicadas são uma opção rápida, mas cara, e o streaming da FASP pela Internet pública pode oferecer uma opção mais barata e eficaz. O primeiro grande caso de teste de transmissão ao vivo da Aspera foi a transmissão realizada pela FOX Sports ao vivo na Copa do Mundo na Rússia, na qual o conteúdo foi enviado para editores baseados em Los Angeles editarem clipes e, em seguida, re-publicá-los como destaques nos canais de notícias. A produção foi tão bem sucedida que a emissora está procurando expandir seu uso em futuros eventos ao vivo. “A transmissão ao vivo abre inúmeras oportunidades para as principais emissoras”, diz Migliaccio. “Voltamos ao assunto da produção descentralizada e da capacidade de cobrir eventos ao vivo em qualquer lugar do mundo sem precisar licenciar tecnologias caras de transmissão. Embora não seja provável que as pessoas desativem os satélites que funcionaram bem nos últimos 10 anos, definitivamente haverá mais testes nessa nova área”, complementa. À medida que a nuvem continua a evoluir e as empresas de mídia buscam tirar proveito de seus serviços escalonáveis e econômicos, a rápida transferência de arquivos desempenhará um papel cada vez mais importante no apoio ao seu sucesso futuro. PA
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Marcelo Claret fundador do IAV - Instuto de Áudio e Vídeo
Por Gustavo Zuccherato
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eferência nacional em ensino sobre áudio no Brasil, o IAV Instituto de Áudio e Vídeo completou 25 anos em 2019. Fruto da motivação de Marcelo Claret e da aposta de grandes nomes do mercado de áudio em levar um ensino estruturado para os interessados no assunto, o instituto segue um modelo de negócio diferenciado que permitiu montar uma infraestrutura de peso para oferecer serviços de áudio para o mercado profissional, resultando em uma experiência de imersão real para os seus alunos. Nesta entrevista exclusiva, conversamos com o fundador e diretor da IAV sobre essa trajetória e a sua visão sobre a relação da tecnologia com o ensino. Panorama Audiovisual: O IAV acaba de completar 25 anos. O que essa marca representa pra você? Marcelo Claret: Primeiramente, gostaria de dizer que jamais imaginei que isso iria acontecer. Quando tudo começou, eu não projetava isso, mas que bom que aconteceu e estou muito feliz de completar 25 anos.
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Do ponto de vista institucional, é mais que uma vitória. Sobreviver como uma instituição de ensino durante 25 anos no Brasil, com todas as crises que vivemos e ainda estamos vivendo, olhar pra trás e ver o sucesso dos seus alunos, o que é o mais importante, é impagável. PAV: Como foi o início da sua trajetória? Claret: Comecei como todo mundo na década de 1960 e 1970: mexendo e fuçando com som. Eu tinha um 3-em-1 e fazia as festas de aniversário dos vizinhos. Era quase um DJ da época. Fui me interessando cada vez mais no assunto e quando decidi que queria seguir nesta área de áudio, fui fazer uma faculdade de engenharia. Em paralelo, eu já trabalhava em uma empresa de sonorização como técnico de montagem. Ao mesmo tempo em que estudava, fazia shows e eventos. Com essa minha experiência, percebi que a faculdade de engenharia não iria me ensinar áudio. Decidi abandonar a faculdade no terceiro ano e fui fazer comunicação. Foi nessa época que comecei a gravar em estúdio e aí decolou.
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Como a formação de todas essas pessoas que começaram nessa época é autodidata, sem um roteiro a ser seguido, percebi que existiam outras pessoas que certamente passariam pelas mesmas dificuldades que eu para aprender as coisas. Assim, tive a ideia de montar o IAV para suprir essa lacuna de formação e melhorar a qualificação do mercado. Procurei pessoas que, na época, já eram os expoentes do áudio brasileiro, como Luiz Fernando Cysne, Homero Sette, Flávia Calabi, Franklin Garrido, entre outras, e apresentava a ideia. Minha proposta era que, se eu montasse a escola de áudio, eles iriam dar aula. Todos disseram que sim, graças a Deus. Levei dois anos para montar a estrutura, a grade curricular e o material didático do curso. Quando montei, voltei a falar com todas aquelas pessoas e deixei eles escolherem qual aula queriam dar. Com o passar do tempo, algum deles deixaram de dar aula e outros professores vieram. Após um ano e meio mudamos para a sede onde estamos até hoje, na Vila Mariana, em São Paulo. De lá pra cá, foi só investimento. Hoje, contamos com quatro estúdios e contamos com uma empresa de sonorização do IAV também. Todas essas estruturas servem primordialmente para oferecer uma prática real para quem está aprendendo na escola. Gravamos e participamos do mercado profissional, e é isso que estamos ensinando. Essas estruturas também nos ajudam a subsidiar o curso, que é um dos mais baratos do mundo: cobramos R$ 20 reais por hora/aula, o que dá menos de 5 dólares, se for pensar mundialmente. Sabemos que apesar de ser muito barato a hora/aula, a carga horaria é muito extensa para trazer uma formação sólida, acaba somando e o valor nominal acaba ficando alto. Mas o valor real do curso é muito baixo. Costumo brincar que nem o professor de violão cobra 20 reais a hora de aula e ele nem precisa ter nada, porque o violão quem precisa levar é o aluno. Conseguimos manter isso tudo em função dessas outras estruturas comerciais. O IAV é um alicerce que nos permite ganhar dinheiro como profissionais, ou seja, não dependemos de dar aula no IAV para sobreviver. Assim, todo o dinheiro que o aluno investe, fica no IAV. É por isso que conseguimos ter os quatro estúdios, com tratamento acústico inclusive nas salas de aula, o que é uma raridade no Brasil. Esse tratamento é um requisito recomendado internacionalmente porque você melhora demais a inteligibilidade, diminui as interferências externas e o nível de concentração e compreensão do aluno aumenta muito. O ganho de aprendizado pode chegar até 30% a mais do que uma sala não tratada acusticamente. Na realidade, nós medimos isso meio que sem querer. Fizemos esse projeto porque queríamos ter audições críticas na sala de aula, para demonstrar as diferenças de uma equalização e os pequenos detalhes, então precisávamos de uma sonoridade coerente. Depois que fizemos o tratamento acústico, o nível de aproveitamento de todas as turmas começou a subir demais. A média geral de notas era 6 e passou a ser 7,2. Até por isso, subimos a nota de corte do curso para 7. Isso tudo é possível porque você mantem o investimento que aluno
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Enfrentamos grandes desafios econômicos, mas o curso do IAV é um dos mais baratos do mundo e, por isso, atraímos muitos alunos até de fora do Brasil
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faz dentro da escola. O objetivo não é ganhar dinheiro com aula, é ganhar dinheiro com áudio dentro do mercado profissional, assim o beneficio vem para todo mundo. PAV: Quando você começou, houve muito desse seu autodidatismo. Você acha que isso ainda acontece hoje? Claret: Acho que isso vai acontecer sempre, em todas as áreas. Claro que há algumas áreas onde o autodidatismo é mais perigoso, como a medicina, por exemplo. Hoje, principalmente por causa da internet, o aprendizado autodidata é, ao mesmo tempo, menor e maior. Maior porque tem mais possibilidades de aprender “sozinho”, pesquisando na internet, mas por outro lado, ter mais opções pode dificultar a compreensão. Outro diferencial significativo do IAV é o método de ensino. Sendo autodidata, você mesmo que tem que criar o seu próprio método: você que define a sequência do que é ensinado, a maneira como a informação é transmitida e como é compreendida. Acaba sendo mais complexo. Acabei de voltar do SemanÁudio em Salvador e fiquei muito feliz de ver a quantidade de pessoas que está indo atrás de informação. Ainda que elas não tenham formação acadêmica, elas estão buscando a informação. Esse foi o papel da AES durante décadas no Brasil e continua sendo no exterior e agora está aparecendo com outras vertentes, com outras pessoas organizando. Fico feliz de ver como as pessoas estão querendo aprender. Não importa onde você vai aprender, o grande diferencial é estar buscando esse conhecimento. O complicado é quando você não quer aprender, como acontecia muito no passado, onde os técnicos que já estavam trabalhando no mercado tinham um bloqueio e não queriam aprender coisas novas. Eu, mesmo com 33 anos de profissão, tenho um monte de coisa que preciso aprender neste momento, então se a pessoa acha que por estar trabalhando há 15 ou 20 anos, não precisa mais estudar, é um grande equívoco. Eu fiquei muito feliz de ver isso no evento porque me deu a sensação de que esse bloqueio está acabando.
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PAV: Quais foram os principais desafios que vocês enfrentaram nesses 25 anos e quais caminhos a IAV seguiu para superar esses desafios? Claret: O primeiro grande desafio foi o econômico. Pensar que nós passamos o plano Collor, a super inflação, o plano real, as crises internacionais, a flutuação do dólar e agora essa crise que estamos vivendo no Brasil. Uma vez estava em uma reunião com um grande empresário americano apresentando uma ideia que tinha para um outro negócio e ele me deu cinco minutos da agenda dele. Ele ficou me perguntando quem eu era, o que fazia, etc... Naquela época, o IAV já existia há 17 anos e, quando eu disse que tinha a escola para ele, ele fez as contas e percebeu que comecei em 1994. Um empresário capitalista sabe bem quais são os grandes buracos e as oscilações da história, e ai ele me deu mais 20 minutos. Quando perguntei o porquê daquilo, ele me respondeu que uma pessoa que conseguiu manter uma empresa no Brasil neste período e por tanto tempo, valeria o tempo dele. Foi um papo no qual aprendi muito mais do que fui oferecer. O outro desafio, que é o mais crítico, é o da mudança, quando você percebe que já passou uma, duas, três gerações, e as pessoas estão vindo diferentes, com realidades, objetivos e conhecimentos diferentes. Aí você tem que adaptar o seu modelo de negócio e o método de ensino, precisa se reinventar a cada momento. Nós superamos esses desafios por conta das estruturas que criamos que pudessem agregar valor aos profissionais, porque se fos-
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semos só depender da hora/aula para viver, o IAV já teria fechado. O que fazemos é que, por exemplo, fechamos um contrato com um teatro, fazemos a sonorização, gravamos um disco, fazemos a mixagem, e a partir daí, mesmo que você não consiga deixar todo o dinheiro na escola, pelo menos você não está tirando. Eu estarei sobrevivendo como profissional, o dinheiro fica na escola e você vai mantendo a estrutura. Saiba que o IPTU da nossa sede, no começo, era algo em torno de 500 a 600 reais e hoje já está quase 40 mil. É assustador você pensar que é o mesmo lugar e o governo resolveu que aquilo vale mais do que você consegue pagar. A questão da mudança do modelo são muitas adaptações de estrutura, metodologia e exemplos. Um exemplo é da época da mesa analógica, com aquele monte de botão e as pessoas se questionavam sobre como iriam saber qual botão apertar. Nós desenvolvemos uma metodologia onde pegávamos um papelão bem grande, cortávamos só com a largura de um canal e aí a gente mostrou que aquilo era o que eles precisavam realmente saber. Depois que a estrutura de botões de um canal estava bem compreendida, nós íamos abrindo outros canais até a pessoa entender que aquilo tudo era simplesmente uma reprodução de um channel strip, de um módulo daquilo. São pequenas coisas que você vai pincelando sobre o método de ensino. Hoje temos muitas coisas de exemplos históricos para poder contar, como a história da primeira gravação, do francês que registrou via ótica num papel a fala mas não conseguiu reproduzir, e temos estes áudios todos. Isso acaba encantando os alunos, porque ele percebe que está entrando em uma história muito grande. São essas coisas que vamos moldando e aperfeiçoando. PAV: Você acha que estar em um país latino-americano traz mais vantagens ou mais desvantagens quando se fala no ensino sobre áudio e tecnologia em relação a outros países? Claret: Não sei se podemos mensurar dessa maneira. Acho que em todos os lugares do mundo, você vai ter vantagens e desvantagens. É um erro grave achar que lá fora é diferente. O saudoso Carlos Correia dizia: a física é democrática, é igual para todo mundo. Você aprende decibel aqui e é o mesmo que o cara vai aprender na China, na Alemanha, na Austrália, onde for. Os desafios econômicos são pesados mas, por outro lado, o curso que temos aqui custa 5 dólares a hora. Se você pegar uma grande faculdade americana, a Full Sail, por exemplo, tem uma estrutura sem igual, mas é um custo altíssimo. Então, nesses outros países, ele até pode não ter os problemas econômicos que temos aqui, mas o custo que ele tem para estudar é absurdo. Ótimo se o cara tem condições de fazer uma Full Sail ou uma SAS Expression, mas é pesado. Fora o fato do cara ter que pagar o curso, ele tem que se manter no país por aquele período. Na contramão disso, o IAV recebe muitos alunos que vem de fora do Brasil. Já tivemos alunos da Colômbia, Argentina, do Uruguai, da Suécia, Austrália, porque eles olham o que tem no mundo e enxergam que os currículos são iguais, só que um custa cinco dólares a hora e outro custa cinquenta. Então a desvantagem pode ser transformada em vantagem, dependendo do ponto de vista.
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PAV: De que forma a evolução tecnológica influencia o ciclo de ensino, especialmente quando falamos de áudio? Claret: Influencia demais. Temos um problema gigantesco no IAV hoje que é manter as mesas analógicas funcionando, porque o início do nosso processo de aprendizado é analógico e precisa ser assim. Isso já foi discutido em diversas AES Educacionais. O fluxo do sinal, a compreensão do caminho das coisas, o que é headroom, os diagramas, etc, obrigatoriamente tem que nascer analógico.
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Gravador analógico em um dos estúdios ajuda na compreensão de diversos princípios do áudio
Manter a estrutura funcionando com o principio analógico para depois ir para o digital é um desafio imposto pela evolução tecnológica. A tecnologia melhorou, trouxe muito mais recursos, mas nos criou um problema educacional de eu não ter como mostrar o principio para o aluno. A fabricação de mesa analógica ainda existe, mas é praticamente nula, algo como 0,1% do mercado. Outra tecnologia que influencia o ciclo de ensino é toda esta tecnologia de rede. Um profissional de áudio vai precisar entender minimamente a estrutura de rede, então isso muda todo o processo de formação. O cara até pode achar que não precisa entender de rede, apenas de Dante, mas se perder um IP no meio do caminho, se o switch tiver oscilação, se uma rede Gigabit cair para megabit ou qualquer outro problema, ele não saberá o que fazer. Aí não vai ter mais som, porque agora tudo é TI. Da mesma forma, a tecnologia de RF está caminhando para o digital, o que também muda os processos. Tem muita coisa que evolui para o bem, obviamente, mas que mudam radicalmente a estrutura de ensino. PAV: O audiovisual exige uma abordagem e técnicas diferentes de ensino? Claret: Costumamos dizer que todas as áreas têm alguma particularidade, principalmente no que diz respeito a finalidade. Em todas elas, o áudio vai ser a mesma coisa. Em televisão, o decibel, o microfone, a mesa de som, toda a estrutura e processo de áudio, não é diferente do que seria em uma estúdio para produção musical. O que muda é o que vou fazer com esse processo. Faço muitos musicais como designer de som e uma vez estava em uma palestra dentro da Rede Globo e me questionaram falando que lá dentro era diferente. Eu respondi que não era diferente e peguei o exemplo do Programa do Jô Soares. É um programa com plateia, ele usava um microfone de lapela e a voz dele precisava ir para a plateia, tinha uma banda e a plateia precisava escutar. No fim das contas, você está fazendo um musical e transmitindo na televisão. Os objetivos são diferentes, mas a essência é a mesma. O que costumamos dizer no IAV é que não importa onde você vai trabalhar, porque o que você aprender você vai poder aplicar em qualquer
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lugar, no teatro, na TV, em show, no cinema. Obviamente vai ter que coisas que você vai ter que aprender e aplicar para cada área, mas a base, a fundamentação, o alicerce, é um só. PAV: Como você enxerga os novos padrões de áudio, como Dolby Atmos? Qual a sua visão em relação a curva do adoção desse tipo de tecnologia? Quando você acha que isso, de fato, vai chegar a casa e aos ouvidos do grande público e que indústria você acredita que vai puxar esse padrão? Claret: Passando pelo que eu já passei, onde eu vi o CD nascer e morrer, posso dizer que é muito difícil prever. Como íamos prever, há 10 anos atrás, que a mídia física iria desaparecer? É assustador pensar nisso. Eu realmente não sei dizer o que vai acontecer. O que sei dizer é que a Dolby tem grande influencia histórica no mundo audiovisual. Então normalmente o que a Dolby determina como um padrão é o que a indústria do audiovisual segue e isso está acontecendo de novo. A NHK desenvolveu o sistema 22.2 para surround, ou seja, tem uma imersão de áudio muito superior ao que poderia fazer com o Dolby Atmos, já que tem muito mais caixas, mas você vê que não vingou, provavelmente vai ficar só lá NHK mesmo. Por isso, acho que a Dolby tem esse poder dentro do mercado audiovisual. Do ponto de vista do consumidor-final, eu fiquei muito impressionado com a tecnologia do soundbar. Recentemente, eu ouvi a soundbar da Neumann-Sennheiser no Congresso da AES e é impressionante. Eu acho que a tecnologia do grande público, certamente, vai ser um soundbar, porque é óbvio que se você puder ter aquele envolvimento apenas com uma coluna deitada em frente da sua televisão, as pessoas não vão ficar passando cabo e pendurando várias caixas. Talvez, dentro da produção, o Dolby Atmos possa ser o padrão e seria bom se fosse assim. Porque o ruim para gente é ter vários padrões. É querer que sejamos todos e nenhum deles ao mesmo tempo. Essa é uma guerra que não temos como prever, de fato. É uma briga de indústrias mundiais, com poder econômico absurdo. Imagine o que aconteceu com a história do DVD e do Blu-ray. Foi uma briga sobre qual era o protocolo e modelo que seria adotado como indústria. Havia o DVD, aí resolvem mudar para o Blu-ray e depois criam um DVD de 16 camadas que supostamente seria muito melhor e, de repente, nada disso vai para frente, tudo acaba, e grandes redes varejistas estão vendendo DVD a um real hoje. Quando se pensa quanto tempo isso demorou, é algo realmente assustador. Por isso, é muito dificil prever o que vai acontecer, mas acredito que, com a evolução da internet para ultravelocidades, com uso de fibra óptica, o que pode acontecer é que, finalmente, vamos conseguir nos livrar do MP3, esse padrão que foi importante mas que, pelo amor de Deus, já estamos cansados de perder tanta qualidade e resultar em algo tão diferente da mixagem original. Já existem algumas plataformas de streaming, como o Tidal, por exemplo, transmitindo o arquivo em FLAC, com compressão sem perda. Na minha opinião, vai acabar sendo uma transmissão em formato WAV mesmo. Hoje, você tem condição de ouvir uma mixagem em casa usando uma matriz de 24-bit/96 kHz, ou seja, um áudio de altíssima qualidade e fidelidade. Com a evolução rumo ao 5G e pesquisas para transformar lampadas de LED em propagadores de Wi-FI, provavelmente no futuro você conseguirá fazer isso no seu carro na estrada. Não tem fim esse negócio.
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PAV: Qual o tipo de público que mais busca a IAV hoje? Há algum pré-requisito para ser aluno do Instituto? Claret: Nós recomendamos que a pessoa esteja, pelo menos, cursando o segundo grau. Não há uma idade mínima, mas eu
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acredito que menos de 14 anos para fazer o curso do jeito que ele é, fica meio puxado. Se a pessoa não teve a oportunidade de cursar o segundo grau, recomendamos que tenha pelo menos 18 anos porque o nível de compreensão sobe um pouco e o essencial a gente acaba ensinando, independente do que ela aprendeu ou não no colégio. A parte fundamental de física e matemática que temos a necessidade que a pessoa saiba, nós revisamos no IAV com outro método, com foco e objetividade. Não temos pré-requisitos, a não ser aqueles que acreditamos que podem prejudicar o próprio aluno. Se o aluno for muito novo, ele até pode entender o que é um microfone, mas ele provavelmente não vai entender o que é eletricidade, o que é propagação, o que é uma onda eletromagnética, entre outros, o que fica um pouco mais difícil. A maioria do nosso público é entre 20 e 35 anos. São pessoas que, normalmente, gostam de áudio e música, como DJs, músicos, técnicos e produtores, que estão procurando um caminho diferente. Eles acabam entrando no áudio, porque gostam de música mas não querem ser músico, ou porque são músicos e querem produzir seus próprios trabalhos no home studio. Então são pessoas que sentem a necessidade de aprender quais são as técnicas, os equipamentos, como se usa um microfone adequadamente, um compressor, um efeito, etc. PAV: Quais os principais cursos que vocês oferecem hoje e como está o planejamento para novos cursos do IAV? Claret: Temos como carro-chefe o curso “Fundamentos de Áudio e Acústica”, um curso de 300 horas disponível em modo regular com duração de 5 meses com aulas de segunda a sexta de 3 horas, e o intensivo, com 5 semanas, aulas de segunda a sexta, com aula das 9h às 20h. O intensivo é mais para quem vem com o objetivo muito determinado, pessoas que vem de fora do estado de São Paulo ou do Brasil normalmente escolhem esse curso. Esse é o curso que iniciou o IAV e continuamos com ele, bravamente, cada vez melhor porque a estrutura melhorou. Nós também temos vários cursos de especialização e dezenas de workshops para que as pessoas possam entender para que caminho elas preferem seguir. Estamos trabalhando para fechar um ciclo de workshops com diversos distribuidores e fabricantes de equipamento para mostrar para os alunos essas tecnologias novas que estão aparecendo. Entre os cursos de especialização, os mais procurados são o Mix in the box, voltado para a galera que quer aprender a gravar em casa; e o de alinhamento de sistemas de sonorização, permitindo que o interessado saiba como utilizar positivamente inúmeras fontes sonoras em um ambiente. Também temos o curso de efeitos para mixagem, o curso de criação de ambiente 3D no processo de mixagem estéreo, os cursos de software como Logic, Pro Tools, e mais recentemente temos um curso novo de Music Business: o mercado de entretenimento, com o Ricardo Cantaluppi, que é uma sumidade nesse assunto. É claro, temos alguns outros cursos no forno, derivados dessas experiências que temos com os workshops. Nós vemos quais são os temas que as pessoas estão tendo mais interesse e desenvolvemos um curso nesse sentido. Para o audiovisual, estamos trabalhando em um curso de Captação para Som Direto que acredito que vamos começar a oferecer a partir do ano que vem. Eu sempre ouvi do mercado broadcast que o maior problema na área de áudio são as externas, então nós queremos atacar esse ponto fazendo um curso muito bem estruturado que vai ser servir muito bem tanto para o cinema quanto para a televisão e novas mídias. PA
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Programe-se!
Agenda Acompanhe aqui o roteiro com as melhores sugestões de Congressos, Festivais, Exposições, Mostras, Cursos, Treinamentos e Eventos do mercado Audiovisual
31 de agosto a 01 de setembro
17 a 30 de Outubro
Indicado para profissionais de áudio interessados em ampliar seus conhecimentos e dominar a operação de mesas digitais, o curso do IAV explora a infinidade de recursos disponíveis, através de um método prático exclusivo que desmistifica sua utilização. Máximo de 4 alunos por turma, das 9h às 18h. Turmas sempre no último final de semana de cada mês. www.iav.com.br
Realizado na cidade de São Paulo durante duas semanas, o evento exibe mais de 300 títulos em diversos endereços, entre cinemas, espaços culturais e museus espalhados pela capital paulista, incluindo projeções gratuitas e ao ar livre. http://42.mostra.org
Operação em Mesas Digitais
13 a 17 de setembro IBC 2019
Considerado uma versão europeia da NAB Show, o IBC reúne em Amsterdam os líderes da indústria de radiodifusão, broadband e produção audiovisual. Mais de 1000 estandes apresentam um programa completo do mercado. www.ibc.org
25 de setembro
Rádio: mercado em sintonia A relevância do rádio como atividade econômica será tema do encontro “Rádio: mercado em sintonia”, promovido pela ABERT, em São Paulo (SP). Agências de publicidade, anunciantes e demais profissionais do segmento apresentarão indicadores e tendências do mercado, no Teatro do Renaissance Hotel, das 14h às 18h. As inscrições são gratuitas e as vagas são limitadas. www.abert.org.br
Mostra Internacional de Cinema em São Paulo
28 de Outubro a 01 de Novembro Caper Show
Principal evento do cone sul para produção audiovisual, broadcast e novas mídias, traz ampla programação de debates, palestras e treinamentos, além da exposição de tecnologias em primeira mão para o mercado argentino. www.caper.org.ar
07 a 17 de Novembro Festival do Rio
O Festival do Rio oferece ao público mais de 200 filmes de cerca de 60 países em múltiplos pontos de exibição por toda a cidade maravilhosa. O Cinema Brasileiro é homenageado com uma programação de mais de 80 títulos, entre curtas e longas, documentários e ficção. O evento também promove espetáculos musicais, debates com realizadores, workshops, masterclasses e rodadas de negócios. Completam a programação eventos gratuitos, para plateias mais amplas. http://www.festivaldorio.com.br
LARGE FORMAT, SMALL CAMERA
ALEXA MINI LF. TRULY CINEMATIC.
THE ARRI LARGE-FORMAT CAMERA SYSTEM
ARRI Brasil Av. Ibirapuera, 2907 - Cj. 421 – Moema São Paulo – SP Tel. (11) 5041-9450 arribrasil@arri.com
Media Composer 2019 ®
FEITO PARA CRIADORES DE CONTEÚDO Da primeira edição até a entrega final, o Media Composer ® tem tudo para você. Projetado para editores de todos os níveis, o novo Media Composer traz interface moderna e intuitiva, áreas de trabalho baseadas em tarefas, uma nova ferramenta de colorização incorporada e compatibilidade com codecs para fluxos de trabalho OTT. O novo Media Composer 2019 é tudo o que você já conhece e adora, só que ainda melhor.
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