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Entrevista
Ponto de vista Reabilitação estética em Odontopediatria
Ano 3 - N° 32 - Setembro de 2013
Saúde bucal para os pacientes com câncer
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Editorial Edição: Ano 3 • N° 32 • Setembro de 2013 Presidência & CEO Victor Hugo Piiroja e. victor.piiroja@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7501
Mais além...
Gerência Geral Marcela Petty e. marcela.petty@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7502 Financeiro Rodrigo Oliveira e. rodrigo.oliveira@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7761 Assistente Administrativo Michelle Visval e. michelle.visval@vpgroup.com.br Marketing Ironete Soares e. ironete.soares@vpgroup.com.br Designers Cristina Yumi e. cristina.yumi@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7509 João Corityac e. joao.corityac@vpgroup.com.br Web Designer Robson Moulin e. robson.moulin@vpgroup.com.br Mobile Cláudia Mardegan e. claudia.mardegan@vpgroup.com.br Analista de Sistemas Fernanda Perdigão e. fernanda.perdigao@vpgroup.com.br Sistemas Wander Martins e. wander.martins@vpgroup.com.br Editora Vanessa Navarro (MTb: 53385) e. vanessa.navarro@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7506 Publicidade - Gerente Comercial Christian Visval e. christian.visval@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7760 Publicidade - Gerente de Contas Ismael Pagani e. ismael.pagani@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7768 Publicidade - Gerente de Contas Rosana Alves e. rosana.alves@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7769 Conselho Científico Alice Granthon de Souza, Augusto Roque Neto, Danielle Costa Palacio, Débora Ferrarini, Diego Michelini, Éber Feltrim, Fernanda Nahás Pires Corrêa, Francisco Simões, Henrique da Cruz Pereira, Helenice Biancalana, Jayro Guimarães Junior, José Reynaldo Figueiredo, José Luiz Lage Marques, Júlio Cesar Bassi, Lusiane Borges, Maria Salete Nahás Pires Corrêa, Marina Montenegro Rojas, Pablo Ozorio Garcia Batista, Regina Brizolara, Reginaldo Migliorança, Sandra Duarte, Sandra Kallil Bussadori, Shirlei Devesa, Tatiana Pegoretti Pintarelli, Vanessa Camilo, Wanderley de Almeida Cesar Jr. e William Torre.
N
ão estou aqui para falar sobre religião ou para discutir religião. Creio em muitas coisas e respeito outras tantas. Gostaria, na verdade, de falar sobre um acontecimento que já faz parte da nossa história e que foi destaque na mídia, na casa de muitas famílias brasileiras e, até no Palácio do Planalto: a visita do Papa. Também não quero discorrer sobre o santo padre. Quero falar sobre o Francisco, ou melhor, sobre o argentino Jorge Mario Bergoglio, um senhor de idade avançada e com uma doçura imensurável no olhar, que chegou ao Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em julho passado. A JMJ é um evento internacional, organizado pela Igreja Católica, que promove um encontro entre jovens de todo o mundo - católicos e de outras religiões. O encontro, que acontece desde 1984, visa incentivar a participação dos jovens na Igreja, para compartilhar e celebrar a fé. Eu entendo que o objetivo principal do evento é, sim, aproximar as pessoas da igreja católica, porém, a última edição do encontro teve um gostinho especial, diferente. Nada foi imposto, tudo foi proposto. Claro que a fé estava presente em todas as pautas discutidas, se assim posso intitular as reuniões com o sacerdote. Mas, algo estava mudado. Aquele senhor falou sobre mais, ele foi além, ele “abençoou” a força do jovem, a vontade do povo brasileiro e pediu mais. Mais amor, mais perseverança, mais segurança, mais educação, mais saúde, mais dignidade, mais atitude para o mundo e para este país, que comemora, neste mês, 191 anos de uma quase independência. O Brasil não é dos católicos, dos ateus, dos evangélicos, dos espíritas ou dos judeus. O Brasil é nosso! O Brasil é do brasileiro, que sentiu, nos últimos meses, uma vontade imensa de mudar esse país, com as armas sólidas da coerência, da justiça e da paz. Vamos em frente!
A Revista A Odonto Magazine apresenta ao profissional de saúde bucal informações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras comerciais e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas. A distribuição é gratuita e dirigida em todo território nacional, em clínicas, consultórios, universidades, associações e demais instituições do setor. Odonto Magazine Online s. www.odontomagazine.com.br
Vanessa Navarro Editora
Tiragem: 37.000 exemplares Impressão: HR Gráfica
Alameda Amazonas, 686, G1 - Alphaville Industrial 06454-070 - Barueri – SP • + 55 (11) 4197 - 7500 www.vpgroup.com.br
Setembro de 2013
3
Sumário
Setembro de 2013 • Edição: 32
pág.
20
Reportagem
26
Entrevista
3
Editorial
6
Programe-se
8
Notícias
12
Odontologia Segura
13
Produtos e Serviços
8
Fluorose dentária: prevenção e tratamento
pág.
30
Saúde bucal para os pacientes com câncer Vanessa Tilly Moutinho da Silva
30
Espaço Equipe
A importância da estrutura física adequada dos consultórios odontológicos
38
Danielle Ramos
32
Ponto de vista
Reabilitação estética em Odontopediatria
36
Colunistas
44
Odontohebiatria Odontologia do Trabalho
50
pág.
Setembro de 2013
Cirurgias guiadas com planejamentos virtuais Ronaldo Silva, Fabrício Petersen e Camilo Ferreira Filho
Sandra Kalil Bussadori e Carolina Cardoso Guedes
Márcia Aparecida Gonçalves Fernandes
4
Lentes de contato dental: construindo um protocolo previsível Weider Silva, Hellen Gentili, Paulo Frederico Pereira, Lêndiel Olímpio, Gil Montenegro e Tarcísio Pinto
Danielle Monsores Vieira 34
Caso Clínico
36
Normas para publicação
Os artigos e as entrevistas são de inteira responsabilidade do autor e/ou entrevistado, e não refletem, obrigatoriamente, a opinião do periódico.
Programe-se
Setembro XI Meeting Internacional de Estética 13 a 15 de setembro de 2013
O evento contará com a participação de renomados profissionais da Odontologia Estética.
Belo Horizonte – MG www.abojf.com.br
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Outubro 24º Congresso Brasileiro de Odontopediatria 9 a 11 de outubro de 2013
O palco das principais decisões do país se tornará o cenário perfeito para compartilhar conhecimentos, ampliando os horizontes para o bem-estar infanto-juvenil.
1º Congresso Internacional do Sistema CAD/CAM CEREC – CONICAD 18 e 19 de outubro de 2013
A Sirona realiza pela primeira vez no Brasil o CONICAD. Durante o evento, serão apresentadas as novidades e o futuro da tecnologia CAD/CAM, além do lançamento de produtos e a utilização do sistema em especialidades como implantodontia, estética e prótese, entre outros.
São Paulo – SP
www.conicad.com.br
Brasília – DF
www.24congressoodontopediatria.com.br
Congresso Internacional MTB
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19 e 20 de setembro de 2013
O Congresso é promovido pelo Grupo de Estudos Ortodônticos MTB em parceria com a 3M. O evento contará com palestrantes de renome internacional.
São José do Rio Preto – SP
www.trevisi.com.br/congresso
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XII Congresso Internacional de Odontologia do Paraná – CIOPAR 19 a 21 de setembro de 2013
O evento contará com palestras nacionais e internacionais ministradas pelos mais renomados profissionais de saúde bucal.
9º Congresso Internacional da ABOR 09 a 12 de outubro de 2013
A Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial – ABOR promoverá o 9º Congresso Internacional da ABOR, no Centro de Convenções de Natal (RN), que estima ter um público de 2.500 participantes. Nesse sentido, o evento objetiva promover o intercâmbio científico entre os pesquisadores, educadores e profissionais nacionais e internacionais que atuam nessa área.
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1º Meeting de Biossegurança e Controle de Infeçção na Odontologia 21 de setembro de 2013
Sabe-se que é grande a discrepância entre a qualidade técnica dos resultados e a atenção dada à preservação da saúde da equipe odontológica e dos pacientes. Assim, faz-se necessário uma atenção especial à unificação de protocolos mínimos de controle de infecção na Odontologia.
13º Congresso Internacional de Técnicos em Prótese Dentária 11 a 13 de outubro de 2013
Renomados palestrantes e expositores compõem o maior e mais respeitado evento científico voltado à Prótese Dentária. Um evento imperdível para você, técnico em prótese dentária e cirurgião-dentista.
São Paulo – SP
www.apdesp.org.br/tpdinteligente
São Paulo – SP
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(11) 3167 - 6997 ou selobiologica@uol.com.br
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IN - Latin American Osseointegration Congress 25 a 28 de setembro de 2013
Sob a presidência de honra de Per Ingvar Brånemark, o IN 2013 deverá reunir cerca de 5.000 especialistas de todo o Brasil e dos demais países latino-americanos.
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Setembro de 2013
23 a 25 de outubro de 2013
A 18ª edição da Jornada Acadêmica da Faculdade de Odontologia da Universidade Paulista contará com palestrantes nacionais e internacionais. No ano de 2012, mais de 700 congressistas, dentre alunos, ex-alunos e profissionais da área odontológica, participaram do evento. Em 2013, a expectativa é que tenhamos mais de 1000 congressistas. Como em todos os anos, os melhores trabalhos de cada categoria receberão mais de R$ 10.000,00 em prêmios.
São Paulo - SP
www.souodontounip.com.br
Natal - RN
www.ciopar.com.br
(11) 3566-6205
XVIII Jornada Odontológica Científica-Acadêmica
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www.congressoabor2013.com.br
Curitiba - PR
São Paulo – SP
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III Meeting de Implantodontia e Cirurgia 24 a 26 de outubro de 2013
O Meeting será um grande evento, enriquecido por grandes nomes nacionais da Odontologia Moderna. A programação está surpreendente e a feira comercial com promoções e valores especiais.
Campo Grande – MS
http://aboms.org.br/meeting
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Novembro
17º Congresso Internacional de Odontologia de Goiás – CIOGO
19º Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética - SBOE
16 a 19 de outubro de 2013
06 a 09 de novembro de 2013
O evento reunirá renomados profissionais da Odontologia que apresentarão as técnicas mais recentes.
Goiânia – GO
www.abo-go.org.br/ciogo2013
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O maior congresso de Odontologia Estética do Brasil, congregando cerca de 40 palestrantes nacionais e internacionais. Serão 3600m2 de área de exposição e feira comercial.
Curitiba – PR
www.sboe.com.br/Cong2013/Por/index.html
Notícias Mais pela saúde bucal da população brasileira
Com o objetivo de proporcionar à população atendimento ortodôntico diferenciado e de excelência, os ortodontistas Dr. Alessandro Schwertner e Dr. Faisal Ismail fundaram em abril de 1998, em Foz do Iguaçu, no Paraná, a ORTOPLAN Clínica de Ortodontia. No ano de 2002, quatro anos após a criação da clínica de Ortodontia, diante do crescimento da concorrência no segmento e de frente à necessidade de prestar atendimentos eficientes e eficazes, os amigos e sócios perceberam a necessidade da atuação multidisciplinar em Odontologia. “Enxergamos a necessidade imediata de prestar o atendimento odontológico em todos os segmentos, visto que milhares de especialistas em Ortodontia haviam sido inseridos no mercado em poucos anos”, explica Dr. Faisal Ismail, sócioproprietário e especialista em Ortodontia, Ortopedia Facial e em Ortopedia Funcional dos Maxilares. No mesmo ano e com tais propósitos, a então, ORTOPLAN Clínica de Ortodontia ganhou nova marca e novos desafios, passando a ser chamada de ORTOPLAN - Especialidades Odontológicas, mas trazendo na bagagem a qualidade que foi sustentada durante o longo prazo atuando na Ortodontia. “Para que exista um entrosamento das especialidades na Odontologia, visando conquistar um resultado estético e funcional, é fundamental que os profissionais pensem na mesma linha de tratamento e que se superem em suas ações clínicas”, completa o sócioproprietário, enfatizando que a missão da empresa é buscar a cada dia um tratamento multidisciplinar de alto nível para todos os clientes e suas famílias. A novidade surtiu tal efeito positivo no segmento odontológico, que foi preciso, em 2004, ampliar o leque de atendimento. A ORTOPLAN - Especialidades Odontológicas passou, então, a ser conhecida e reconhecida em outros estados brasileiros. Atualmente, a clínica oferece atendimento em diversos segmentos da Odontologia, entre eles: Ortodontia e Ortopedia
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Facial, Implantes Dentários, Prótese, Estética, Estomatologia, Endodontia, Periodontia, Odontopediatria, Prevenção e Cirurgia Bucomaxilofacial.
Franquias No ano de 2008, com o conceito de franquia já consolidado no mercado odontológico, a ORTOPLAN passou a ocupar outro patamar no segmento odontológico. Após todo o reconhecimento no mercado, a marca, já registrada e regulamentada junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI, passou a integrar o quadro de franquias, com a aprovação da ABF - Associação Brasileira de Franchising. Hoje, a ORTOPLAN - Especialidades Odontológicas conta com clínicas instaladas por todo o território nacional, e já busca o seu espaço no MERCOSUL. “Já havíamos percebido este nicho de mercado e estávamos nos preparando para esta empreitada, ou seja, para expandir uma rede em nível nacional, deixando o interior do Paraná para conquistar o Brasil. Os desafios foram e são muitos, mas a viabilidade da nossa atividade faz com que ela continue a ser um excelente negócio para se investir”, enfatiza o Dr. Faisal.
Saúde bucal para todos Cerca de 90% da população brasileira, segundo o Ministério da Saúde, apresenta algum tipo de alteração bucal. A ORTOPLAN – Especialidades Odontológicas, com profissionais de saúde bucal especializados, visa auxiliar na mudança deste quadro, com atendimento humanizado e baseado nos preceitos da ética. A clínica conta com renomados profissionais atuantes nas mais diversas áreas da Odontologia, desde a Odontopediatria, passando pela Odontohebiatria, até a Odontogeriatria. Todos os pacientes contam com atendimento impecável por parte dos profissionais de saúde bucal. www.ortoplan.com
Notícias Novidade na Implantodontia A mais nova filial Neodent foi inaugurada no dia 22 de agosto, na Cidade do México. Para marcar este momento importante na história da companhia, uma programação científica especial foi apresentada no Hotel Four Seasons. Implantodontistas, professores das principais universidades mexicanas e formadores de opinião de diferentes associações da classe odontológica prestigiaram o evento. Representantes da Straumann, empresa parceira da Neodent, também compareceram ao evento inaugural, entre eles Matthias Schup, gerente regional América Latina e Andreas L. Meier, gerente da subsidiária no México. O sócio-fundador e CEO da Neodent, Geninho Thomé, e o consultor científico Jaime Lozada ministraram conferências com temas de grande interesse para os profissionais da área. Em sua exposição, Dr. Geninho demonstrou as inovações que aperfeiçoam os procedimentos na Implantodontia. “Arte, ciência e limitações de implantes dentários em zonas estéticas e em protocolos de carga imediata”, foi o tema escolhido por Dr. Lozada. “Estamos muito satisfeitos com a ótima receptividade dispensada à equipe Neodent. Mais importante que o nosso portfólio, que oferece as melhores opções para a reabilitação oral com implantes dentários, queremos construir um relacionamento comercial e institucional sólido e duradouro com novos clientes e parceiros. Vamos promover programas de treinamento para os profissionais, com o intuito de disseminar o conhecimento e desenvolvimento das técnicas implantológicas. Que-
Marketing Odontológico Sob o tema “Da Teoria à Prática”, o Dental Marketing Meeting vai reunir nos dias 23 e 24 de novembro, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, um time de 40 palestrantes e seis mediadores para apresentar e debater experiências de sucesso em várias áreas do Marketing, como comunicação visual, relacionamento com o paciente, montagem de equipe, captação e fidelização de clientes, entre muitos temas que deixarão o participante por dentro de estratégias de marketing para aplicar em seu consultório. “Vamos mostrar uma série de ações que o cirurgião-dentista pode fazer para conquistar mais sucesso profissional, sem ferir a ética”, afirma o presidente do seminário Thales Cardoso, cirurgião-dentista graduado pela Unesp e especialista em Marketing Digital e em Gestão e Saúde Coletiva. O seminário é realizado pela Curso Dentista, com apoio da Odonto Solutions e do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo – CROSP. Presidido pelo empresário e cirurgião-dentista Marcus Lima, professor e palestrante na área de Empreendedorismo Odontológico, o comitê científico criou uma grade com 25 palestras e sete mesas-redondas para profissionais. Paralelamente, haverá outras duas programações com sete palestras cada: uma para ASBs e outra para estudantes de Odontologia. As inscrições podem ser feitas por meio do portal www.dentalmktmeeting.com.br.
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remos contribuir, também, para a melhoria da qualidade de vida e da saúde dos pacientes”, afirmou Dr. Geninho.
Expansão A inauguração da filial no México integra a estratégia de expansão e consolidação da marca Neodent na América Latina. Além da filial Portugal, inaugurada em Lisboa em 2006, a Neodent tem uma rede de distribuidores autorizados que se estende por mais 35 países. www.neodent.com.br
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Odontologia Segura
Um convite à atualização
Lusiane Borges Biomedicina - UNISA / UNIFESP. Odontologia – UMESP. Especialização em Microbiologia – Faculdade Oswaldo Cruz. Especialista em Controle de Infecção em Saúde – UNIFESP. MBA em Esterilização FAMESP. Pós-Graduanda em Prevenção e Controle de Infecção em Saúde – UNIFESP, São Paulo. Coordenadora de Cursos de ASB/TSB desde 2000. Membro do Conselho Científico da Odonto Magazine, São Paulo. Autora-coordenadora do livro “AST e TSB – Formação e Prática da Equipe Auxiliar”. Consultora em Biossegurança em Saúde – Biológica. Consultora Científica da Oral-B, Fórmula & Ação, Sercon/Steris e outros. Representante do Brasil na OSAP (Organization for Safety, Asepsis and Prevention), EUA. Responsável pelo site www. portalbiologica.com.br.
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á mais de uma década, a Odontologia brasileira vive um grande paradoxo. Profissionais do mundo todo reconhecem nossa superioridade na solução de problemas estético-funcionais, porém, as condições de Biossegurança e controle de infecção na clínica odontológica estão muito aquém dessa realidade. Sabemos que é grande a discrepância entre a qualidade técnica dos resultados e a atenção dada à preservação da saúde da equipe odontológica e aos pacientes. Assim, fazse necessário que se dê atenção especial à unificação de protocolos mínimos de controle de infecção na Odontologia praticada em nosso país. No próximo dia 21 de setembro, a cidade de São Paulo sediará o 1º Meeting de Biossegurança e Controle de Infecção em Odontologia. No evento, estarão reunidos cirurgiões-dentistas, professores de graduação e pós-graduação, professores de cursos técnicos e profissionais que atuam na Vigilância Sanitária de todo o País, além de coordenadores e equipe odontológica de serviço público e privado, bem como ASBs e TSBs interessados no tema. Como conferencistas, foram convidados 10 nomes de grande expressão nacional e internacional, que trarão temas atuais e esclarecedores aos participantes. Confira os assuntos que serão discutidos pelos renomados profissionais da área de saúde bucal: » Jayro Guimarães Jr.: “Doenças transmissíveis na Odontologia: atualidade e história”. » Denise Barbosa: “Exigências da Vigilância Sanitária para Ser-
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viços Odontológicos e manual de rotinas e procedimentos”. » Denise Barbosa Mauro Teixeira: “A prática da biossegurança pela equipe de saúde bucal”. » Catalina Riera Costa: “Estamos notificando adequadamente as exposições ao risco biológico?”. » Liliana Donateli: “Infrações sanitárias em Odontologia: o caso de Oklahoma - lições para aprender”. » Lusiane Borges: “Atualização em esterilização: métodos, monitoração e rastreabilidade de processos”. » William Torre: “Resíduos de saúde e sustentabilidade”. » Mônica Romero: “Como sensibilizar a equipe auxiliar da importância do controle de infecção na clínica odontológica”. » Rui Dammenhaim: “Regras sanitárias para aquisição, armazenamento e controle de estoque”. » Sandra Spano: “As interfaces jurídicas no controle de infecção odontológico”. O 1º Meeting de Biossegurança e Controle de Infecção em Odontologia é uma iniciativa pioneira na América Latina e propõe estabelecer contato intensivo entre conferencistas e participantes durante todo o dia de trabalho, inclusive no almoço oferecido pelo evento. O encontro ocorrerá no Hotel Comfort Nova Paulista, localizado na Rua Vergueiro, 2.740, a 100 metros da estação Vila Mariana do metrô, em São Paulo. Mais informações e inscrições: www.portalbiologica.com.br. Venha se atualizar!
Produtos e Serviços Opção nacional para primer de metal e zircônia Nas próteses de metal, zircônia ou alumina, os métodos tradicionais de cimentação e/ou adesão mostram-se pouco efetivos. Para estas situações, a utilização de Primers nos procedimentos de adesão possibilita uma forte união química das peças ao cimento, resultando no aumento de adesão e resistência mecânica da prótese. Os Primers com esta função, disponíveis no mercado, possuem a desvantagem de serem obtidos apenas por importação e, em consequência, possuem um custo elevado. Pensando nisso, a Angelus desenvolveu o MZ Primer, disponibilizando aos dentistas e aos técnicos em prótese dental um produto que, além de qualidade comprovada cientificamente, possui uma ótima relação custo-benefício. Principais vantagens do produto » Promoção de adesão química de superfícies de próteses em metal, zircônia e alumina a compostos resinosos e resinas acrílicas. » Frasco único, permitindo técnica de uso simplificada. » Versatilidade de uso com indicação para procedimentos clínicos e laboratoriais. » Disponível em frasco com 5 ml. » Custo acessível. www.angelus.ind.br
Carl Zeiss apresenta inovações A multinacional alemã, Carl Zeiss, apresenta os microscópios odontológicos OPMI Pico e OPMI Proergo. O microscópio OPMI Pico é um equipamento clínico, que trabalha a magnificação e pode documentar todos os procedimentos, proporcionando conforto ao dentista, preservando a ergonomia. O microscópio OPMI Proergo conta com o que há de mais moderno para a Odontologia de excelência, pois é totalmente automatizado e possui freios eletromagnéticos, todos os comandos são acessíveis às mãos através de joysticks. A empresa pretende fortalecer as parcerias no segmento de Odontologia no Brasil e tornar a funcionalidade de seus produtos ainda mais conhecida pelos especialistas da área. www.meditec.zeiss.com
Sorriso branco e saudável Sorriso reforça a categoria de cremes dentais com mais uma novidade: Xtreme White 4D, linha composta por gel dental e escova. O lançamento traz um novo conceito para o mercado, oferecendo limpeza avançada, remoção da placa, além de fortalecer e proteger os dentes. Com sua tecnologia de ação tridimensional, a incrível sensação de refrescância completa a quarta dimensão para o seu sorriso. O uso regular do gel dental branqueia os dentes em duas semanas e ajuda a prevenir manchas, além de devolver o brilho natural aos dentes. Já a escova, é a aliada ideal para a higiene bucal, pois possui cerdas de borracha, que ajudam a remover até 81% das manchas extrínsecas, limpando profundamente os dentes e ao redor da gengiva, ajudando a mantê-la saudável e resultando em dentes mais brancos. www.colgate.com.br
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Produtos e Serviços Novidade em Endodontia Para os profissionais que utilizam sistemas mecanizados de instrumentação dos canais radiculares, rotatório ou reciprocante, a Dentsply Brasil acaba de lançar a nova geração do X-Smart, o motor endodôntico X-Smart Plus, compatível tanto com os sistemas Wave One e Protaper, quanto com os demais sistemas disponíveis no mercado. X-Smart Plus, desenvolvido para clínicos gerais e endodontistas, garante simplicidade de uso ao profissional. É compacto, leve e possui tela de LCD ampla e colorida, facilitando a identificação das limas durante o procedimento. Seu design ergonômico vai além da interface de tela e teclado. O equipamento possui acionamento manual, por meio da peça de mão, sem a necessidade de pedal. Devido ao tamanho reduzido de seu contra-ângulo, o X-Smart Plus possibilita uma excelente visibilidade do campo operatório. Além disso, o contra-ângulo pode ser ajustado em seis diferentes posições, realizando um giro de até 360º. Dinâmico, o motor oferece seis opções de programas pré-definidos, entre eles Wave One, Protaper Next, Protaper Universal, Pathfile, Reciproc e Gates. Além destes, possui ainda sete programas livres ajustáveis, de acordo com a preferência do profissional. O equipamento dispõe, ainda, de mecanismo de reverso nas opções de automático, semiautomático ou sem o mesmo. Permite o ajuste independente de velocidade na faixa de 250a 1200 RPM e de torque de 0.6 a 4.0 Ncm (em movimento rotatório convencional apenas). A bateria é bivolt, com autonomia de operar mesmo sem estar conectado a uma fonte de energia. Para mais informações e compra, acesse o site www.VantagensReais.com.br.
Odontologia e os pacientes especiais A editora Santos, integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional, acaba de lançar a obra O Paciente com Necessidades Especiais na Odontologia – Manual Prático. No livro, a autora Maria Lucia Varellis aponta a importância dos cuidados na Odontologia para com os pacientes especiais, portadores de distúrbios neuropsicomotores. A segunda edição atualizada do livro traz relatos de casos observados na prática clínica acadêmica na Faculdade de Odontologia da Unicastelo e no atendimento diário no consultório da autora. Trata-se de um manual com sugestões de condutas para as situações clínicas envolvendo o atendimento de pacientes com necessidades especiais. O tema em questão vem sendo estudado ao longo dos anos, pois envolve o conhecimento do cirurgião-dentista frente aos problemas psicossociais que interferem no processo de colaboração do paciente à assistência odontológica. Esses pacientes compõem um grupo que pode ser considerado de alto risco para o desenvolvimento de doenças bucais, de acordo com o tipo de patogenia sistêmica, alteração salivar, dieta cariogênica, alteração muscular e ineficácia da higienização. A bibliografia sobre o assunto é ainda bastante escassa. Sendo assim, a obra preenche uma lacuna nesta área da Odontologia. Cada capítulo foi estruturado de modo a abordar o passo a passo no atendimento do paciente com necessidades especiais. www.grupogen.com.br
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PARTICIPE DO MAIOR EVENTO NACIONAL SOBRE TECNOLOGIAS CAD/CAM CEREC Em dois dias, serão discutidas as mais recentes técnicas e tecnologias em odontologia digital e como incorporá-las a aplicação prática da odontologia. Esperamos você em São Paulo!
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Dia 18/10 /2013 - das 07h30 às 19h00 Novas Tecnologias CAD/CAM DARIN O’BRYAN
Moldagem digital, novas perspectivas para dentistas e laboratórios BASTIAN HEINLOTH
A Tecnologia CAD/CAM ao alcance de todos LUIZ NARCISO BARATIERI
Como otimizar sua consulta? BRUNO GODOY
Integrando o desenho do sorriso a estética facial CHRISTIAN COACHMANN
Análise dos Volumes Tomográficos e o Planejamento de Implantes LUTZ RITTER
Momento atual e futuro da Odontologia Digital LUDWIG SCHULTHEISS
CEREC Planejamento Digital e tradicional. O quê muda? PAULO KANO Palestra com MAX GEHRINGER
Dia 19/10/2013 - das 08h30 às 15h00 Mundo digital CEREC em módulos específicos como Prótese e Estética, Implantodontia e Laboratório de Prótese. No momeNto da iNscrição, escolha qual módulo você quer participar: módulo estÉtica e prótese Diferenças entre *Omnicam e Bluecam: DARIN O’BRYAN Restauração estética minimamente invasiva com os sistemas CAD/CAM DARIO ADOLFI Recursos que podem melhorar sua prática clínica: Digital Smile e Articulador Virtual BRUNO GODOY Lentes de contatos, uma realidade simples, método rápido e fácil com o sistema CEREC PAULO KANO
módulo implaNte - iNtegração da radiologia com o cad/cam O papel do CAD/CAM na Imaginologia Contemporânea ISRAEL CHILVARQUER Cenários com a Tecnologia CAD/CAM na Implantodontia FERNANDO KAYATT *CEREC Guide. Tipos de guias cirúrgicas SILVIO DE LUCA
módulo laBoratório de prótese Artesanato x Tecnologia RODRIGO MONSANO *CEREC Connect JOHN PHILIPP Laboratório Digital - Integração perfeita entre TPD e CD BASTIAN HEINLOTH
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Reportagem
Fluorose dentária: prevenção e tratamento
O contato constante com o fluoreto para prevenção de cárie pode comprometer a estética dos dentes, por isso, especialista explica como administrar a solução para evitar tal consequência. Por: Viviam Santos
A
utilização dos fluoretos como meio preventivo e terapêutico da cárie dentária iniciou-se em 1945 e 1946 nos Estados Unidos e Canadá e, em 1951, a fluoretação de águas nos EUA passou a ser política oficial. No Brasil, a fluoretação ao tratamento das águas de abastecimento teve início em 1953, no estado do Espírito Santo. Em 1988, o fluoreto foi adicionado ao creme dental e, em 1989, mais de 90% dos produtos disponíveis para os consumidores estavam fluoretados. Tais dados históricos mostram o quão importante foi a descoberta e os estudos posteriores sobre os fluoretos, que significaram apenas no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, mais de 100 milhões de pessoas beneficiadas. De acordo com a mestre em Saúde da Criança e do Adolescente, Helenice Biancalana* - diretora do departamento de Prevenção e Promoção de Saúde da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas -, “o uso do fluoreto na água e no creme dental tem sido responsável por significativo declínio da experiência de cárie na população infantil e adolescente brasileira e projeta importante mudança, que poderá conferir padrão de saúde bucal, distinto do atual, para as próximas gerações”. Ela lembra que os resultados da última pesquisa realizada pelo Projeto SB 2010, revelou que o valor médio de dentes atacados pela cárie, em crianças de 12 anos, foi estimado em 2,2 dentes atingidos, com ampla variação nas capitais: em Porto Velho, mais de quatro dentes por indivíduo estavam atingidos pela doença, enquanto, em Florianópolis, a média foi de menos de um dente por indivíduo. “Entre as possíveis hipóteses para essa desigualdade, pode ser ressaltada, entre outros aspectos, a ampla variação nas taxas de cobertura da fluoretação das águas de abastecimento”, diz a Dra. Helenice. Devido à importância da fluoretação de águas, em 2004 ela foi inscrita como parte do desenvolvimento de ações intersetoriais para expandir a medida em todo território brasileiro, garantindo sua continuidade e controle por meio de sistemas de vigilância compatíveis. “A concentração de fluoreto é um dos parâmetros para avaliar a qualidade da água. O monitoramento dos teores de flúor de fluoreto é uma importante tarefa da vigilância em saúde”, acrescenta a especialista. Outro meio de tratamento e prevenção da cárie é a solução fluoretada para bochecho semanal, usada em programas preventivos em escolas, como a solução de NaF a 0,2% (900 ppm de F-). “Sua efetividade como método de prevenção da cárie dental está suportada por estudos clínicos de qualidade. Os bochechos, assim como os dentifrícios fluoretados, promovem um aumento da concentração de fluoreto na saliva e no biofilme dental”, explica.
O dentifrício fluoretado é um meio de utilização de fluoreto que deve ser recomendado para todos os indivíduos, de todas as idades, segundo ela. “Quando escovamos os dentes com dentifrício fluoretado, a concentração de fluoreto na saliva aumenta, permanecendo alta por uma ou duas horas. Mesmo 12 horas após a escovação, o biofilme remanescente em indivíduos utilizando dentifrício fluoretado de duas a três vezes ao dia terá maior concentração de fluoreto do que o biofilme de indivíduos não utilizando o dentifrício”, nota. De uso profissional, os produtos que contêm alta concentração de fluoreto (géis, verniz tipo Duraphat) também demonstraram sua eficiência clínica em estudos controlados. “Esses produtos, além de aumentarem a concentração de fluoreto na cavidade bucal no momento da aplicação, têm um adicional: formam reservatório de CaF 2. Esse mineral se forma pelo contato do fluoreto, em alta concentração no produto, com íons cálcio disponíveis na cavidade bucal. Quando é feita uma aplicação tópica de fluoreto serão beneficiadas não só as superfícies dentais que apresentam lesões ativas de cárie, mas também outras superfícies nas quais a lesão ainda não está visível”, indica Biancalana. Os meios adicionais de aplicação de fluoreto são só necessários quando há maior índice de cárie no paciente: “Indicar bochechos diários ou realizar aplicação profissional de fluoreto em indivíduos que controlam cárie pelo uso de água e dentifrício fluoretados não trará nenhum benefício. Por outro lado, indivíduos que não controlam o processo de cárie, seja devido a uma alta frequência de exposição a carboidratos fermentáveis, pela diminuição do fluxo salivar por medicamentos ou pela dificuldade de remoção do biofilme dental pela instalação de dispositivos ortodônticos, precisam de meios adicionais”. A Dra. Helenice ainda lembra que, além de todos estes meios, existem vários alimentos e bebidas que contêm alto teor de flúor e estão associados à presença da fluorose dental – peixes, mariscos, frango (quando alimentado com farelos de ossos), chás e outras bebidas, fórmulas infantis e leite, quando processados em regiões com água de abastecimento público fluoretada.
Consequência estética Com tantos dados e fatos, constata-se que o contato com o fluoreto é tão importante que, constantemente, há o contato dos indivíduos com a solução – seja na água, nos alimentos e nos produtos de cuidado dental. Apesar de nem sempre os pacientes fazerem uma boa higienização – que inclui escovação com dentifrício fluoretado de duas a três vezes ao dia - a fim de evitar o surgimento e desenvolvimento das cáries. Por isso, surge o prejuízo estético do consumo e uso tópico do fluoreto: a fluorose dentária.
* Helenice Biancalana é especialista em Odontopediatria e em Ortopedia Funcional dos Maxilares. Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente pela FCM – UNICAMP. Diretora do Departamento de Prevenção e Promoção de Saúde da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas - APCD.
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Reportagem
“A fluorose dentária origina-se da exposição do germe dentário, durante o seu processo de formação, a altas concentrações do íon flúor. Como consequência, têm-se defeitos de mineralização do esmalte, com severidade diretamente associada à quantidade ingerida”, explica a Dra. Helenice, que ressalta: “a água otimamente fluoretada tem potencial de causar fluorose, mas restrita aos níveis muito leve e leve, que não comprometem a estética dos indivíduos. Crianças expostas a esta água não terão risco aumentado de fluorose se usarem uma pequena quantidade de pasta fluoretada para escovar os dentes”. Ou seja, o cuidado para que a criança não desenvolva a fluorose está diretamente ligado à ingestão do dentifrício fluoretado. “Os pais devem assumir a responsabilidade de colocar o dentifrício na escova, supervisionar a escovação ou estimular a criança a cuspir o dentifrício, sendo uma orientação por parte do cirurgião-dentista e dos profissionais de saúde aos pais e à própria criança”, sugere. Além disso, os pais devem ser orientados sobre a concentração adequada de fluoreto: “As evidências mais atuais na literatura indicam que o uso de dentifrício com pelo menos 1000ppm deve ser recomendado para todas as crianças, a partir da erupção dos primeiros dentes, independente de sua classe social ou de seu risco de cárie”. Geralmente, o aspecto clínico da fluorose dentária é de manchas opacas no esmalte, em dentes homólogos, até regiões amareladas ou castanhas, em casos de alterações mais graves. “Além da dosagem de flúor, outros fatores interferem na severidade da doença: baixo peso corporal, taxa de crescimento esquelético e períodos de remodelamento ósseo constituem-se fases de maior absorção do flúor; estado nutricional, altitude e
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alterações da atividade renal e da homeostase do cálcio também são fatores relevantes”, observa ela. A especialista nota, com base nos estudos dos autores Jaime Cury e Lívia Tenuta, que o dente com fluorose não é mais suscetível à cárie por ser menos mineralizado que o não-fluorótico, e também não é mais resistente à cárie por possuir mais flúor. “Em acréscimo, se o paciente estiver em risco ou atividade de cárie, a aplicação tópica profissional de flúor é recomendável sem qualquer risco de aumentar a fluorose, ocorrida anos atrás, durante a formação do esmalte”, explica. Quanto aos produtos de uso profissional, como géis e vernizes, “não estão relacionados ao desenvolvimento de fluorose, embora cuidados devam ser tomados quanto ao risco de intoxicação aguda”. O tratamento com fluoreto é o mesmo nos dentes com fluorose, portanto, a estética é o fator mais comum deste diagnóstico. Com isso, surgiram diversos índices para medir a gravidade deste prejuízo estético.
Índices A Dra. Helenice Biancalana acredita que “a diversidade dos índices utilizados para a mensuração da doença dificulta a comparabilidade dos estudos”, mas que apesar das diferenças entre os estudos, é de fundamental importância que os mesmos descrevam os casos de moderados a severos da doença. “Estes são os considerados de importância para a saúde pública, pois provocam alterações estéticas e funcionais significativas, e percebidas como de relevância social para a comunidade”, acrescenta.
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Reportagem Dentre os índices, têm-se o TF – Thylstrup e Fejerskov – (Fejerskov et al., 1994), que classifica a fluorose dentária em nove graus de severidade, e se propõe a precisar diferentes categorias de comprometimento do esmalte dentário nas formas mais graves, utilizando profilaxia prévia e secagem durante o exame clínico. Costuma ser o mais indicado para populações com altas exposições a fluoretos ou alta prevalência da doença. O índice de Dean (1934) é baseado em variações no aspecto estético do esmalte, desde normal/questionável até a forma grave, abrangendo seis categorias. É um índice bastante utilizado, embora seja incapaz de descrever com clareza gradações importantes das formas mais severas da doença, já que estas estão agrupadas em uma única categoria. Já o índice TSIF, proposto por Horowitz em 1987, utiliza a superfície dental (oclusal, vestibular e lingual) como unidade de análise, classificando-as em oito categorias, sendo de 1 a 3 variações nos graus de opacidade, enquanto de 4 a 8 graus de manchamento ou cavitação da estrutura.
Tratamentos “Tem sido sugerido que 0,05 a 0,07 mg F/kg/dia deve ser a dose máxima aceitável em termos do balanço riscos/benefícios de
exposição a fluoreto, sem ainda nenhuma evidência experimental”, inicia a Dra. Helenice sobre a forma inicial de prevenção da fluorose durante a formação dos dentes. A maior prevalência de fluorose é de grau muito leve e leve, que muitas vezes passa até despercebida pelo próprio familiar ou paciente, sem necessitar de tratamento clínico. “Os casos de fluorose com comprometimento estético relatado pelo paciente, não pelo dentista, podem ser eficazmente tratados com microabrasão ácida, porque a camada de esmalte alterada é superficial”, continua. “Já a fluorose de grau moderado com manchamento, algumas vezes pode requerer um tratamento estético como microabrasão e, conforme indicação e planejamento do profissional, até um clareamento”, diz ela. Nas fluoroses dentárias de grau mais severo, “o tratamento estético deve ser restaurador”. Para a especialista, considerando o equilíbrio entre os riscos e benefícios do uso dos dentifrícios fluoretados na população, é possível confirmar, mais uma vez, que, uma pequena quantidade de fluoreto deve ser utilizada “para que se tenha o efeito anticárie desejado, sem ultrapassar o limite de segurança do risco de fluorose que comprometa as questões estéticas”, finaliza.
Fluorose dentária em categorias O índice de Dean (1934), como base de diagnóstico amplamente utilizado e recomendado pela OMS (1999), divide a fluorose dentária em seis categorias: 0. Normal: esmalte superficial liso, brilhante e geralmente de cor branca bege pálida. 1. Questionável: esmalte apresenta leves alterações na translucidez de esmalte normal, que podem variar desde pequenos traços esbranquiçados até manchas ocasionais. 2. Muito leve: áreas pequenas e opacas de cor branca, porosas e dispersas irregularmente sobre o dente, mas envolvendo menos de 25% da superfície dentária vestibular.
3. Leve: opacidade branca do esmalte mais extensa do que para o código 2, recobrindo menos de 50% da superfície dentária. 4. Moderado: superfície de esmalte apresentando desgaste acentuado e manchas marrons, frequentemente alterando a anatomia do dente. 5. Severa: superfície do esmalte muito afetada e hipoplasia tão acentuada que o formato geral do dente pode ser afetado. Existem áreas com fóssulas ou desgastes e manchas marrons espalhadas por toda parte. Os dentes frequentemente apresentam aparência de corrosão.
“Crianças expostas à água fluoretada não terão risco aumentado de fluorose se elas usarem uma pequena quantidade de pasta fluoretada”
Helenice Biancalana
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Entrevista
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Entrevista
Saúde bucal para os pacientes com câncer A entrevista com a cirurgiã-dentista Vanessa Tilly, especialista em atendimento aos pacientes especiais, apresenta a importância do cuidado odontológico diferenciado às pessoas com câncer. Por: Vanessa Navarro
Vanessa Tilly Moutinho da Silva Cirurgiã-dentista. Residência em Odontologia Hospitalar. Especialista em Pacientes Especiais. Atua em consultório particular e no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).
Odonto Magazine - Como é possível evitar infecções odontológicas no decorrer do tratamento do paciente oncológico? Como o profissional de saúde bucal pode auxiliar na programação de atendimento odontológico alternado com as possíveis sessões de terapias indicadas? Vanessa Tilly Moutinho da Silva - A melhor maneira de evitar infecções odontológicas é a prevenção. O ideal é que o paciente passe em consulta odontológica ao menos duas semanas antes do início do tratamento oncológico com quimioterapia (QT) ou radioterapia (RT). Faz-se necessária avaliação dos exames hematológicos, tratamento quimioterápico/radioterápico e plano de tratamento médico. É importante que exista uma discussão de caso do paciente entre o cirurgião-dentista, médicos e demais integrantes da equipe multidisciplinar, como nutricionista, enfermagem, etc., a fim de promover um tratamento dental seguro ao paciente. A partir dessa avaliação, fazemos o plano de tratamento individualizado a cada paciente. A eliminação dos focos de infecção intraoral pode ajudar a prevenir sérios problemas em boca, por exemplo, infecções, e a diminuir os efeitos colaterais da QT e RT, como o grau de severidade da mucosite oral. Odonto Magazine - A quimioterapia e a radioterapia podem provocar efeitos indesejáveis na cavidade oral. Como esses tratamentos podem interferir na saúde bucal do paciente oncológico? Vanessa Tilly Moutinho da Silva - O tratamento oncológico (QT e RT) pode causar efeitos colaterais na cavidade oral. Esses efeitos podem incluir alteração do paladar, trismo, danos nas glândulas salivares, mucosite oral - um dos efeitos colaterais em boca mais comuns do tratamento antineoplásico. É encontrada em aproximadamente 40% dos pacientes que recebem a quimioterapia e em quase 100% dos pacientes submetidos à radioterapia na região de cabeça e pescoço, clinicamente apresentada em seus
graus mais avançados por ulcerações -, e etc. Esses efeitos colaterais podem ocasionar dor, xerostomia, disfagia, disgeusia, dificultar a nutrição, fonética e deglutição. Além do mais, a QT pode aumentar o risco de infecção. Com a imunossupressão, o paciente fica mais susceptível a desenvolver infecções fúngicas, como candidose; virais, como herpes simples; e bacterianas, por exemplo, as úlceras na cavidade oral podem ser infectadas pelas bactérias que habitam a boca, e isso pode acarretar sérios problemas. É importante prevenir qualquer futuro problema. Odonto Magazine - Segundo a Organização Mundial da Saúde, o câncer é uma das principais causas de morte, com uma incidência de 7,6 milhões de óbitos no mundo. Existe um protocolo determinado pelas autoridades em Odontologia para o atendimento odontológico aos pacientes com câncer? Vanessa Tilly Moutinho da Silva - A experiência profissional é de suma importância. A cada paciente, faz-se necessário um plano de tratamento individualizado, todavia, é possível encontrar na literatura orientações de condutas para esse grupo de pacientes, por exemplo, no artigo “Dental Treatment Planning and Managemente in Patient Who has Cancer”, de Michael T. Brennan, escrito no ano de 2008. O trabalho descreve a necessidade de eliminar ou estabilizar a doença bucal, a fim de minimizar infecção local ou sistêmica durante e após o tratamento oncológico. Dessa forma, fica enfatizada a necessidade de realizar exame bucal minucioso, com intuito de identificar focos da doença sistêmica em boca – previamente não identificada. O melhor momento para cuidar deste grupo de pacientes é no período pré-QT ou RT, por isso falamos tanto em prevenção. É importante, também, ressaltar que, além da eliminação de todos os focos de infecção oral, por exemplo, a cárie, lesão endodôntica, doença periodontal, etc., devemos remover ou ajustar possíveis fatores de trauma em
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Entrevista
Temos a obrigação de tratar, cuidar, orientar o paciente e seus acompanhantes, sem esquecer, em momento algum, de realizar todas as atividades com muito carinho, mesmo quando estamos na correria do dia a dia
mucosa, como aparelho ortodôntico, prótese removível ou total. Odonto Magazine - Como a questão da saúde bucal aliada à qualidade de vida deve ser abordada pelos profissionais de saúde bucal? Vanessa Tilly Moutinho da Silva - Precisamos avaliar, sempre, o paciente como um todo. Esse é, sem dúvida, um dos maiores diferenciais. Visamos um atendimento humanitário com promoção de saúde e qualidade vida a eles, essa é a nossa missão. É fundamental que sejam esclarecidas as complicações em boca resultantes do tratamento oncológico em curto e longo prazo. Devemos atuar, ao máximo, na prevenção dos possíveis efeitos colaterais, mas também não podemos nos esquecer de que estamos cuidando de um ser humano, que, no presente momento, encontra-se emocionalmente abalado, com muitas dúvidas, angústias e incertezas. O amor é fundamental para proporcionar um bom atendimento. Temos a obrigação de tratar, cuidar, orientar o paciente e seus acompanhantes, sem esquecer, em momento algum, de realizar todas as atividades com muito carinho, mesmo quando estamos na correria do dia a dia. Para promover um atendimento humanitário, basta nos colocarmos no lugar desses pacientes tão especiais. Odonto Magazine – O cirurgião-dentista precisa manter um bom relacionamento com a equipe multidisciplinar envolvida no cuidado ao paciente com câncer. Como essa relação pode prevenir ou minimizar complicações no tratamento do paciente com a patologia? Vanessa Tilly Moutinho da Silva - É extremamente importante que o cirurgião-dentista mantenha sempre um bom relacionamento com a equipe multidisciplinar. Devemos fazer parte desse time. Dessa forma, acompanhamos de perto as fases do tratamento, exames complementares, efeitos colaterais, etc., contribuindo, assim, com o bom tratamento, diagnosticando lesões orais, medicando, prevenindo os efeitos indesejáveis, orientando, sempre visando, como já mencionado, a qualidade de vida e humanismo no atendimento. Odonto Magazine – Existe algum tipo de capacitação e/ou treinamento para o cirurgião-dentista responsável pelo tratamento bucal de pessoas com câncer?
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Vanessa Tilly Moutinho da Silva - Existem aprimoramentos, cursos de capacitação, residência em Odontologia Hospitalar, além da especialização em Estomatologia. Logo após a graduação em Odontologia, a minha formação hospitalar foi obtida por meio da Residência em Odontologia Hospitalar Hospital das Clínicas da FMUSP. Porém, acredito que, independente da área de atuação do cirurgião-dentista, devemos estar sempre em formação continuada, participando de congressos, seminários, grupos de estudo, dividindo experiências com nossos colegas de equipe. O crescimento profissional de uma equipe e/ou instituição se deve ao seu grupo de trabalho. Não conquistamos nada sozinhos. Somos uma equipe, afinal, o segredo de um grande sucesso está no trabalho de uma grande equipe. Sou sempre muito grata a todos que contribuíram para a minha formação e aos que atuam comigo para promover a saúde bucal. Odonto Magazine – Existem pesquisas científicas em andamento sobre a importância da saúde bucal do paciente oncológico? Vanessa Tilly Moutinho da Silva - Cada vez mais, a importância da Odontologia, bem como da saúde bucal do paciente oncológico, é respaldada cientificamente. Existem inúmeras pesquisas em andamento e outros inúmeros protocolos já bem estabelecidos. Os profissionais podem direcionar sua busca por meios de sites de grandes centros de tratamento ao paciente com câncer. Indico o site da Multinational Association of Supportive Care in Cancer – MASCC (www.mascc.org), onde é possível encontrar recentes e confiáveis diretrizes. Odonto Magazine – Como as atuais tecnologias empregadas no mercado odontológico podem auxiliar, de maneira positiva, o cirurgião-dentista no tratamento odontológico do paciente com câncer? Vanessa Tilly Moutinho da Silva - Uma das atuais tecnologias empregadas de maneira positiva no tratamento odontológico do paciente com câncer é o laser de baixa potência, muito utilizado no processo profilático e terapêutico da mucosite oral, onde os sintomas variam desde um leve desconforto até lesões ulcerativas graves, comprometendo a nutrição e a ingestão hídrica do paciente. O laser de baixa intensidade tem sido proposto para o tratamento da mucosite oral, com resultados satisfatórios dos pontos de vista clínico e funcional, acelerando o processo de cicatrização das feridas e diminuindo o quadro doloroso.
Espaço Equipe
A importância da estrutura física adequada dos consultórios odontológicos Danielle Ramos Cirurgiã-Dentista. Especialista em Programas Governamentais - Saúde Bucal da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Especialista em Saúde da Família pela Universidade Federal de São Paulo. Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Universidade Cruzeiro do Sul.
O
planejamento da estrutura física do consultório odontológico é de suma importância. Atualmente, a segurança do paciente e do profissional, a gestão do tempo, o aumento da produtividade e a acessibilidade são fatores diretamente influenciados por um ambiente de trabalho favorável. A adequação da estrutura física dos consultórios odontológicos vai além de um espaço confortável e bem decorado. Os profissionais devem considerar a funcionalidade do local, prevenindo e minimizando riscos, de forma a contribuir para a qualidade da assistência. As orientações contidas na RDC/Anvisa nº 50, de 21 de fevereiro de 2002 e suas atualizações devem nortear o projeto físico do local. A intenção deste texto não é descrever toda a norma técnica, mas vale lembrar alguns pontos importantes. Segundo a referência citada, um consultório odontológico individual deve possuir dimensão mínima de 9m². Para consultórios coletivos, a área mínima
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depende do número e da quantidade de equipamentos utilizados, devendo possuir uma distância mínima livre de 80 cm na cabeceira e de 1 metro nas laterais de cada cadeira odontológica. Entre duas cadeiras, a distância mínima deve ser de 2 metros, para permitir a circulação dos profissionais e minimizar a contaminação por aerossóis. Os materiais para o revestimento de paredes, pisos e tetos devem ser resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes. Devemos priorizar materiais de acabamento que deixem a superfície lisa, livre de ranhuras. A junção entre o rodapé e o piso deve permitir a completa limpeza do canto formado. Os consultórios devem dispor de sistema de iluminação artificial eficiente, que permita boa visibilidade no local de assistência aos pacientes. Para a segurança de todos, devemos instalar pontos elétricos suficientes para os equipamentos do local, de modo que cada equipamento tenha o seu ponto elétrico, não sendo admitido o uso de um ponto para diversos equipamen-
Espaço Equipe tos (por meio de extensões e benjamins). Ainda para a segurança da equipe, é essencial falarmos em ergonomia. O papel da ergonomia em Odontologia é diminuir o estresse físico e cognitivo do profissional, racionalizar o trabalho, contribuir para a produtividade, proporcionar ambiente seguro e agradável tanto para o profissional quanto para o paciente. Os profissionais que compõem a equipe de saúde bucal são altamente vulneráveis aos riscos ocupacionais. Estudos revelam que, enquanto a prevalência de desconforto e dores musculoesqueléticas atinge 62% da população em geral, em cirurgiões-dentistas seu percentual chega a 93%. Podemos concluir que, as doenças ocupacionais ocorrem com frequência e a aplicação da ergonomia é a melhor maneira de prevenir e eliminar tais riscos. O posto de trabalho ergonomicamente adequado deve permitir que o profissional trabalhe com a coluna vertebral relativamente ereta e apoiada no encosto do mocho, pés inteiramente apoiados no piso e coxas paralelas ao chão. A cabeça deve estar levemente inclinada para frente e para baixo, de forma a evitar curvatura exagerada do pescoço. Estudos mostram que a distância média recomendada entre os olhos do profissional e a boca do paciente deve ser de 30 a 40 cm. O pedal de acionamento deve estar próximo a um dos pés, de maneira que o pé não tenha que ser direcionado lateralmente durante seu uso. Não podemos nos esquecer do fluxo interno do consultório, ou seja, o caminho do paciente até a cadeira odontológica, principais pontos de circulação de profissionais, etc. Nesse contexto, a disposição dos equipamentos deve ser bem elaborada, permitindo a livre circulação de pessoas no ambiente e em locais necessários.
Falando em circulação e acesso, não podemos deixar de citar outro fator relevante na elaboração de um projeto para consultório ou clinica odontológico: a acessibilidade. Acessibilidade é a condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050; 2004). Permitir que uma pessoa com deficiência tenha acesso aos serviços de saúde com respeito e segurança é fundamental. Ao elaborar um projeto é necessário pensar nos móveis, sala de espera, no consultório, banheiros, corredores e espaços estruturados para que os cadeirantes não tenham dificuldades. Neste processo, é importante conhecer as dimensões de uma cadeira de rodas e suas necessidades de giro e rotação, para possibilitar que o cadeirante efetue manobras. Deve possuir também ambientes adequados para crianças, idosos, pessoas com carrinho de bebê, etc. Assim, é fundamental que os profissionais da área odontológica, antes de elaborar um projeto para consultório ou clínica odontológica, apropriem-se das normas técnicas que orientam a adequação dos ambientes. Um consultório adequado não pode ser apenas bem decorado e com equipamentos modernos, ele deve possuir um projeto arquitetônico que alinhe biossegurança, ergonomia e atenda as necessidades de todos os pacientes, possibilitando que os profissionais promovam saúde de forma segura e humanizada.
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Reabilitação estética em Odontopediatria Danielle Monsores Vieira Especialista em Odontologia Estética. Especialista em Dentística. Especialista em Pacientes com Necessidades Especiais. Mestre em Ciências da Saúde. Doutoranda em Clínicas Odontológicas pela São Leopoldo Mandic - Campinas - SP.
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A criança tem no sorriso, o dom de trazer felicidade a quem a rodeia” (Anônimo). Não existe nada melhor para trazer felicidade do que um sorriso de criança. Aquele sorriso branquinho, às vezes faltando um dentinho, às vezes faltando mais, mas sempre um sorriso de criança. O sorriso é um componente importante para o estabelecimento das relações sociais. Muitas pessoas não sorriem pelo fato de terem a saúde bucal debilitada ou por não estarem satisfeitas com a estética do sorriso. O cuidado com a saúde bucal é importante para a valorização dos relacionamentos, tantos sociais como afetivos. As crianças são seres em desenvolvimento, que estão em constante aprendizado nas relações humanas. Deste modo, quando o sorriso de uma criança está comprometido, sua autoestima é alterada, gerando marcas em sua personalidade. Embora atualmente, diversas medidas preventivas estejam disponíveis e a prevalência da doença cárie pareça estar diminuindo, ainda é comum observamos a ocorrência de cárie dentária e de progressão rápida na população infantil, devido ao uso frequente e prolongado da mamadeira, e falta de higiene bucal. Traumatismos dentários e má oclusões também são bastante frequentes. O desenvolvimento de lesões cariosas, que levam à destruição dos dentes decíduos, ainda representa uma das situações clínicas mais complexas para os profissionais. Os fatores etiológicos da cárie em dentes decíduos são os mesmos da população em geral. No entanto, a pouca destreza manual das crianças faz com que os pais sejam os responsáveis pela higienização bucal correta, o que às vezes não ocorre. A falta dessas orientações pode levar a uma deficiência na saúde bucal, causando lesões de cárie, mau hálito, inflamações gengivais e, consequentemente, a perda precoce do dente decíduo. A perda precoce de dentes decíduos poderá criar influências negativas, alterar a aparência da criança e produzir uma mudança comportamental. Crianças sendo repelidas, motivos de piadas ou apelidos maldosos, sofrendo o tão famoso bullying. Ocorrendo ações que podem mexer com a autoestima, sorrir menos, colocar a mão na boca para disfarçar, desestimular a convivência com os outros, afetando seu desenvolvimento e formação emocional.
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Daí, a importância de o Odontopediatra trabalhar em conjunto com os pais desde muito cedo, conscientizando e motivando a criança na sua higiene bucal e explicando os problemas que acarretam a perda precoce dos dentes, mostrando a importância de valorizar o fator estético dos dentes decíduos, preservando o fator psicológico, não apenas da criança, mas também de seus pais. Ao realizar uma reabilitação estética na criança, o Odontopediatra tem o desafio de não só devolver a função dental, como também evitar transtornos emocionais, melhorar a qualidade de vida e devolver o sorriso descontraído. Existem diversas opções de tratamento para os dentes decíduos destruídos ou perdidos, como coroas de aço ou de policarbonato, coroas de acetato, facetas estéticas, próteses fixas ou removíveis, utilizadas como medida temporária. As coroas de aço foram, frequentemente, utilizadas na Odontopediatria por serem uma técnica fácil e resistente aos esforços mastigatórios. As coroas de policarbonato não apresentavam boa resistência à abrasão. Sendo ambas não muito utilizadas nos últimos tempos, devido à estética prejudicada e à evolução da adesividade e dos materiais estéticos.
Ponto de Vista
As coroas de acetato foram desenvolvidas devido às falhas das coroas de policarbonato, sendo muito utilizadas em dentes destruídos ou fraturados. As coroas de acetato proporcionam uma melhora imediata na estética, oferecendo resistência e durabilidade. A faceta estética, confeccionada em resina composta ou porcelana, é também um tratamento muito utilizado quando ocorre a alteração de cor do elemento dental, devido à amelogênese imperfeita, dentinogênese imperfeita, trauma, hemorragias, necrose pulpar e etc. O dente é todo recoberto pela vestibular, devolvendo a estética, a aceitação e o conforto ao paciente. Em dentes decíduos anteriores com grande perda de estrutura coronária, pode-se realizar coroas com pino de retenção radicular, ou seja, um pino metálico curto ou de fibra de vidro, que não interfira na erupção do dente sucessor permanente. São procedimentos demorados e depende da colaboração do paciente. As próteses, sejam elas fixas ou removíveis, previnem a má oclusão, restaurando a função mastigatória e, devolvendo o equilíbrio bucal e psicológico rapidamente à criança, assim, minimizando os distúrbios causados pela preocupação com a estética, não esquecendo que nestes trabalhos devemos ter uma periodicidade nas consultas e sempre instalar aparatos para acompanhar o crescimento das arcadas dentárias.
Entre os tipos de prótese mais utilizados na Odontopediatria, está a prótese removível, clinicamente relacionada como mantenedora de espaço, além de restabelecer a estética e a função oclusal. São indicadas quando ocorre perda precoce dos dentes decíduos e necessita-se da manutenção do espaço. A prótese fixa, do tipo adesiva, facilita a sua utilização devido a redução ou ausência dos preparos cavitários nos dentes de suporte, preservando as estruturas dentárias. Estas próteses podem ser utilizadas para estabelecer a estética, manter o espaço e melhorar a função, sendo, muitas vezes, cimentadas em somente um dente suporte, para não comprometer o desenvolvimento craniofacial da criança. A prótese total pode ser utilizada na ocorrência de cárie aguda generalizada, comprometendo todos os dentes precocemente ou em caso de anadontia total. Esta prótese, quando corretamente indicada, deverá fazer com que o paciente compareça às consultas perió dicas, devido ao crescimento e erupção dos dentes permanentes. Portanto, cabe ao profissional, escolher a melhor opção de tratamento. O Odontopediatra será o educador, o conscientizador. É um trabalho difícil, longo e necessita paciência, mas com amor e carinho, pode-se contribuir positivamente para o crescimento da criança, não só fisicamente, mas emocionalmente. Crianças saudáveis serão adultos saudáveis.
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Coluna - Odontohebiatria
Drogas e suas repercussões na cavidade oral
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Sandra Kalil Bussadori
Carolina Cardoso Guedes
Especialista, Mestre e Doutora em Odontopediatria. Pós-Doutora em Ciências pelo Departamento de Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria da UNIFESP. Professora do Curso de Mestrado em Ciências da Reabilitação da UNINOVE.
Especialista em Odontopediatria. Mestre em Ciências pelo Departamento de Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria da UNIFESP. Professora da Disciplina de Odontopediatria da UBC.
que são drogas? Segundo Zagury (2002), droga no sentido científico do termo, significa todo e qualquer medicamento. Entretanto, no sentido leigo, passou a designar substâncias tóxicas que produzem alterações psíquicas ou de comportamento, pelos efeitos que provocam no sistema nervoso central. Em geral, para quem as utiliza, levam a uma sensação de prazer, como sedação, excitação, alucinações e euforia, alterações estas que podem alterar a percepção, inteligência, memória, raciocínio e autocontrole. Infelizmente, nos dias atuais, o consumo de drogas tem se tornado mais comum e, normalmente, a fase de experimentação ocorre no início ou durante a adolescência. Alguns jovens buscam um utópico conforto por meio do uso drogas, tabaco e ingestão de álcool. Em primeiro lugar, o cirurgião-dentista deve ter conhecimento sobre as drogas que poderão aparecer na rotina de consultórios e ambulatórios, para assim, poder detectar, por meio de exame clínico e físico, as possíveis alterações que estejam ocorrendo na saúde geral e bucal do paciente que faz o consumo das mesmas. Vale salientar que, os sinais e sintomas variam de acordo com o tipo de droga utilizada, a dosagem, forma de apresentação e administração, estado de saúde do indivíduo, frequência e motivação de uso. Segundo a Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO, existem quatro tipos de usuários com os quais podemos nos deparar: » Experimentador: aquele que usa uma ou poucas vezes vários tipos de drogas, por curiosidade ou pressão do grupo de amigos. Em geral, logo as abandona. » Usuário ocasional: faz o consumo apenas quando tem a droga disponível, em uma festa ou casa de amigos, por exemplo. Não é considerado dependente. » Usuário habitual: já apresenta dependência, precisa da droga,
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mas ainda não apresenta rupturas sociais importantes. Ainda trabalha, estuda, namora. » Usuário dependente: vive para o consumo das drogas. Apresenta rompimento de vínculos sociais, tende ao isolamento. Pode apresentar sintomas de decadência física e moral. Zagury (2002) ainda classifica as drogas em depressoras e estimulantes, de acordo com os efeitos produzidos do organismo.
Drogas depressoras Diminuem ou deprimem a atividade cerebral, levando a relaxamento, sedação, calma e, consequentemente, ao desligamento de problemas, reduzindo a ansiedade. Podem também provocar a desinibição. Diminuem o ritmo cardiorrespiratório. Pinotti (2002) afirma que essas drogas fazem o consciente desaparecer pouco a pouco, dando vazão aos conteúdos inconscientes. As bebidas alcoólicas, barbitúricos, calmantes, codeína e inalantes são considerados drogas depressoras.
Drogas estimulantes Essas drogas provocam a sensação de dinamismo, potência, força, maior rendimento no trabalho e coragem. São elas: cafeína, nicotina, cocaína, crack, anfetaminas. Pesquisas mostram que a droga mais utilizada pelos adolescentes é o álcool, atingindo mais da metade dos jovens entre 14 e 18 anos de idade, sendo que destes, 10,2% usam com frequência. Em segundo lugar estão os calmantes, e em terceiro a maconha, bem próxima aos remédios para emagrecer. Na cavidade bucal, o álcool tem como efeitos o manchamento dentário e até queimaduras, causados, principalmente, pelos destilados. Ocorre também uma queda do pH bucal, alterando a flora mi-
Coluna - Odontohebiatria
crobiana, o aumento do risco de doenças periodontais e também do câncer bucal. É importante ressaltar que os cirurgiões-dentistas não devem prescrever bochechos com soluções que contenham álcool em sua composição para crianças e adolescentes, pois podem causar dependência química nos predisponentes. Já os inalantes, como cola de sapateiro, fluído para isqueiro, acetona, clorofórmio, éter e outros, podem causar queimadura nos tecidos moles bucais (lábios, gengiva e bochechas), hipersensibilidade dentária e maior risco para a doença periodontal. Uma droga facilmente identificada pelos cirurgiões-dentistas ao examinar a cavidade bucal é a nicotina. O uso de cigarro e similares mancha os dentes (tom amarronzado), aumenta a incidência de cálculo dentário – que, na maioria das vezes, fica igualmente manchado, reduz o pH bucal e aumenta a probabilidade de câncer bucal. O uso de cigarros de maconha deixa a tonalidade das manchas mais amarelada, um sinal também observado nas pontas dos dedos dos consumidores desta droga. A cocaína, quando em contato com a cavidade bucal, provoca desmineralização na região cervical dos dentes, maior formação de cálculo, ressecamento da mucosa e descamação gengival. O crack produz sinais semelhantes, porém, mais agressivos, sendo comum a perda dentária por doença periodontal. O cirurgião-dentista deve estar atento. O paciente sob efeito de dro-
gas pode apresentar alterações dos batimentos cardíacos, o que nos faz redobrarmos os cuidados durante a prática anestésica. Outro fator importante que deve ser considerado é a modificação de conduta e de comportamento dos pacientes. Uma das formas de verificar se o indivíduo está consumindo cocaína por via inalatória, por exemplo, é colocar discretamente a luz do refletor em direção às narinas e, com o auxílio de um espelho clínico, observar se há resíduos de pérolas do pó nessa região. As pupilas também devem ser sempre observadas, para verificar se há dilatação, comum quando há uso de drogas. Devemos nos lembrar de que quando tratamos menores de idade e percebemos algum comportamento inadequado, como o uso de drogas, essas observações devem ser repassadas de forma adequada aos pais e/ou responsáveis. Já os maiores de idade, devemos realizar as orientações pertinentes a um profissional de saúde, orientando de melhor forma possível, buscando sempre a saúde geral do mesmo.
Referências 1. Zagury T. O adolescente por ele mesmo – orientação para pais e educadores. 13 ed. Rio de Janeiro: Record, 2002. 2. Bussadori SK, Massuda M. Manual de Odontohebiatria. 2 ed. São Paulo: Santos, 2012.
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Coluna - Odontologia do Trabalho
Bruxismo associado ao estresse emocional laboral
Márcia Aparecida Gonçalves Fernandes Especialista em Odontologia do Trabalho. Especialista em Dentística. MBA em Administração e Gestão da Qualidade. Presidente da Associação Brasileira de Odontologia do Trabalho/Seccional Maranhão – ABOT-MA. Presidente da Comissão de Odontologia do Trabalho do CRO-MA. marciaagfernandes@yahoo.com.br
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lcançar melhor qualidade de vida no trabalho tem sido a meta das empresas modernas e competitivas, com a implantação de programas de saúde integral do trabalhador (geral e bucal), contribuindo para a proteção e manutenção do seu estado de saúde e bem-estar, sob uma ótica interdisciplinar das diversas especialidades envolvidas no processo, como a Odontologia do Trabalho, a Medicina do Trabalho, a Psicologia do Trabalho, a Fonoaudiologia, entre outras, de forma que suas atividades alcancem desejável produtividade, sem comprometer a saúde. A presença do cirurgião-dentista do trabalho é de substancial relevância no universo laboral, sobretudo, por atuar na promoção da saúde com a integralização de diagnósticos resultantes de exames odontológicos ocupacionais, como os admissionais, periódicos, mudança de função, retorno ao trabalho, demissionais e específicos, conforme necessidades; e campanhas prevencionistas, linkado diretamente no auxílio ao tratamento pela identificação precoce e célere das alterações bucais frente aos riscos e perigos ocupacionais, na orientação e encaminhamento dos trabalhadores aos especialistas da esfera corretiva. Tem acontecido deparar-nos com reclames de pacientes, queixando-se de bruxismo, associando essa condição ao mau desempenho de suas atividades ocupacionais, após assumir uma função que demanda uma grande carga emocional. Embora, em primeiro momento, essa associação pareça empírica, tal assertiva encontra assento científico em estudos da psicóloga LIPP, que relaciona o estresse emocional a uma reação física e emocional que o organismo tem frente a qualquer ação excessivamente desafiadora.
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A Associação Americana de Desordem do Sono (ASDA) define bruxismo como um distúrbio de movimento caracterizado pelo apertamento e/ou ranger dos dentes durante o sono, seguido de desgaste dentário, ruído e desconforto nos músculos mastigatórios. Considerando que o estresse psicológico pode se manifestar em qualquer região do organismo, bem como nas estruturas bucais e suas adjacências, o hábito do bruxismo pode ser mais bem explicado pelos reflexos sobre atividades infantis. Acredita-se que a boca possui significado emocional intenso, posto que, na infância, a boca é a primeira fonte de prazer e de comunicação com o ambiente externo, estando, portanto, intimamente relacionada aos estados emocionais de satisfação, frustração, ansiedade e medo. Tais associações seriam significativas desde o nascimento, permanecendo por toda a vida. Por esta razão, os indivíduos adultos teriam seus reflexos retornados à cavidade bucal, em especial nos períodos de estresse, rangendo os dentes. Assim, lê-se na literatura científica sobre o bruxismo durante o sono, descrita por vários pesquisadores, como uma resposta à liberação da ansiedade ou estresse emocional laboral no dia a dia do trabalhador. Dessa forma, quando o estresse emocional é decorrente de tensões emocionais oriundas do trabalho e/ou da vida profissional, passa a tratar-se de estresse emocional ocupacional. Portanto, o estresse ocupacional é um fenômeno que se sucede no organismo do trabalhador com a participação dos agentes estressantes lesivos derivados diretamente do trabalho ou por motivo deste, e que podem afetar a saúde do trabalhador. Os elementos percebidos na situação de trabalho podem agir como estressores e podem conduzir a reação de tensão e es-
Coluna - Odontologia do Trabalho
tresse. O estresse ocupacional e a manifestação de tensão no trabalho são produtos da interação entre fatores ambientais, percepções e comportamentais do indivíduo. Essas manifestações não residem isoladamente no ambiente ou na pessoa, mas são os resultados de transações dinâmicas que ocorrem entre esses elementos. Pesquisas apontam o estresse emocional ocupacional com forte potencial gerador de problemas bucais. O estresse emocional ocupacional ou não, que origina o bruxismo, prejudica a saúde bucal e geral do trabalhador, devido a dores na articulação temporomandibular (ATM), diminuindo assim, sua produtividade, podendo gerar, ainda, absenteísmo (ausência ao trabalho), presenteísmo (presença no trabalho, mas sem concentração para a realização de suas atividades), quase acidentes e acidentes ocupacionais, repercutindo em custos indenizatórios para a empresa e impactos negativos na qualidade de vida do trabalhador. Durante o exame periódico odontológico ocupacional, realizado pelo cirurgião-dentista do trabalho, evidencia-se a história laboral do trabalhador, os perigos e os riscos do ambiente de
trabalho aos quais está submetido e é realizada a palpação dos músculos mastigatórios, exame intraoral para detecção de facetas alinhadas de desgastes, compondo, dessa forma, o diagnóstico de bruxismo. A seguir, analisa-se na Ficha de Saúde Bucal Ocupacional (FSBO), registros obtidos no exame odontológico admissional quanto à presença ou não de sinais e sintomas do bruxismo, com o fito da análise comparativa do momento da admissão em ato contínuo em sua história ocupacional. O diagnóstico definitivo do bruxismo associado ao estresse emocional laboral é confirmado quando da análise positiva pelo psicólogo por meio do teste estresse laboral, compondo o prontuário do trabalhador e o banco de dados epidemiológicos da empresa, que norteará à implantação de Programas de Qualidade de Vida na empresa. Dessa forma, o cirurgião-dentista do trabalho desenvolve relevante papel junto à equipe multiprofissional, para o melhor desempenho empresarial e para a promoção da saúde do trabalhador, nos aspectos profissional, pessoal, familiar e social, com uma visão sistêmica integrada de segurança e saúde do trabalho e responsabilidade social.
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Caso Clínico
Lentes de contato dental: construindo um protocolo previsível
Weider Silva
Hellen Gentili
Especialista em Dentística. Especialista em Prótese. Especialista em Implantodontia. Professor do Curso de Especialização de Dentística e Prótese da ABO - TAG, Brasília, DF. Professor do curso de Especialização de Implantodontia da ABO, Brasília, DF.
Paulo Frederico Pereira
weidersilva@hotmail.com
Especialista em Dentística e Prótese.
Monitor dos cursos de Especialização de Dentística e Prótese da ABO - TAG, Brasília, DF.
Lêndiel Olímpio
Professor do curso de Especialização de Dentística e Prótese da ABO - TAG, Brasília, DF.
Gil Montenegro
Professor do curso de Especialização de Dentística e Prótese da ABO - TAG, Brasília, DF.
Tarcísio Pinto
Professor do curso de Especialização de Dentística e Prótese da ABO - TAG, Brasília, DF.
A
crescente valorização de um sorriso esteticamente agradável faz com que profissionais e pacientes busquem cada vez mais alternativas de tratamento para modificar a aparência dental. Diversas situações clínicas que necessitam de resistência associada à estética, e que antigamente só eram resolvidas com tratamentos protéticos invasivos, hoje, podem ser solucionadas, perfeitamente, com técnicas e materiais restauradores adesivos de última geração, que possibilitam procedimentos mais conservadores. Dentes com pequenas alterações de forma, cor, posição e tamanho podem ser tratados de forma rápida e conservadora, através das facetas de cerâmicas com espessura média de apenas 0,4 mm. Daí, serem popularmente chamadas de lentes de contato dental. A utilização de peças com espessuras tão pequenas, somente foi possível após a incorporação de partículas de reforço ou partículas de carga nas cerâmicas convencionais. Como exemplo dessas partículas,
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destaca-se o dissilicato de lítio, o qual alia excelentes propriedades mecânicas e ópticas.
Caso clínico A técnica de escolha para cimentação das lentes de cerâmica é a adesiva, uma vez que, além de permitir um excelente vedamento marginal, reforça a estrutura dental remanescente e permite escolha de cor para o cimento. É válido ressaltar que o profissional deve optar por cimentos fotoativados, ao invés dos cimentos de presa dual, pois esses últimos podem alterar a cor após sua presa final, devido o componente amina terciária presente em sua formulação. Esse caso clínico demonstra que, por meio de um diagnóstico multidisciplinar minucioso e de um planejamento prévio com fotografias, radiografias, modelos de estudo, enceramento e planejamento virtual, é possível tornar as reabilitações complexas em procedimentos seguros, rápidos e previsíveis.
Caso Clínico
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Aspecto inicial do sorriso da paciente.
Close-up do 11 e 21, evidenciando o policromatismo dental e as restaurações antigas insatisfatórias.
Delimitação dos preparos com broca esférica e asperização vestibular com disco abrasivo.
Remoção do fio afastador superficial.
Vista frontal dos dentes superiores, mostrando a diferença de altura incisal dos elementos 12 e 22.
Inserção do primeiro fio afastador número 000.
Inserção do segundo fio afastador número 000.
Inserção simultânea do material de moldagem fluido e pesado.
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Caso Clínico
Figura 9
Figura 10
Figura 11
Figura 12
Figura 13
Figura 14
Obtenção do molde final – técnica de moldagem de passo único, com duplo fio afastador.
Inserção no molde obtido, inicialmente, através do modelo encerado – mock-up de resina bisacrílica quimicamente ativada.
Provisórios obtidos facilmente. Fim da primeira sessão clínica.
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Modelo inicial encerado previamente.
Conjunto molde/resina bisacrílica levado em boca para obtenção dos provisórios.
Lentes de contato dentais em cerâmica pura, reforçadas com disilicato de lítio.
Caso Clínico
Figura 15
Figura 16
Condicionamento das peças com ácido fluorídrico 12%, por 20 segundos.
Verificação da espessura das peças (0,5 mm).
Figura 18 Figura 17
Aspecto das peças após lavagem com água por um minuto.
Condicionamento das peças com ácido fosfórico 37%, por 20 segundos, com a finalidade de remover resíduos inorgânicos, produzidos pelo condicionamento com ácido fluorídrico.
Figura 19
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Aspecto das peças após lavagem com água por um minuto.
Aplicação de silano por um minuto.
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Caso Clínico
Figura 21
Figura 22
Figura 23
Figura 24
Figura 25
Figura 26
Figura 27
Figura 28
Condicionamento dos dentes com ácido fosfórico 37% por 20 segundos.
Aplicação de cimento resinoso fotopolimerizável nas peças.
Vista lateral direita final – close-up.
Vista lateral esquerda final – close-up.
Aplicação de adesivo fotopolimerizável.
Vista frontal final das peças cimentadas nos dentes superiores.
Vista frontal final – close-up – mostrando o policromatismo natural obtido.
Aspecto final do sorriso da paciente.
Conclusão Devido à influência dos meios de comunicação, a busca por tratamentos estéticos cresceram consideravelmente nas últimas décadas. Na Odontologia, essa procura também foi aumentada, principalmente pelo desenvolvimento das cerâmicas Odontológicas e materiais cimentantes adesivos, os quais, além de pre-
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servarem a estrutura dental, fornecem tratamentos estéticos e duradouros. Atualmente, as facetas de cerâmicas, popularmente chamadas de “lentes de contato dental”, exemplificam, da melhor maneira, esses tratamentos, possibilitando transformar um sorriso de forma rápida e segura.
Caso Clínico
Cirurgias guiadas com planejamentos virtuais
Ronaldo Silva
Fabrício Petersen
Doutor em Reabilitação Oral pela FORP/USP. Coordenador do Curso de Residência em Implantologia Oral do Instituto Ronaldo Silva - Ribeirão Preto - SP. Autor do livro “Casebook Reabilitação Osseointegrada”.
Camilo Ferreira Filho
N
a área médica, todo avanço cirúrgico consiste em técnicas cada vez menos invasivas. Não podia ser diferente na Odontologia. A técnica de cirurgia virtual guiada na implantodontia, a cada dia fica mais difundida e aprimorada. Ao longo dos últimos anos, muitos softwares estão sendo desenvolvidos na Implantodontia, com o objetivo de auxiliar no planejamento cirúrgico, otimizando o posicionamento tridimensional durante a instalação dos implantes dentários, baseado no osso remanescente e no planejamento protético pré-elaborado (planejamento reverso), tendo sempre como pré-requisito uma excelente tomografia. O princípio básico desta técnica consiste em realizar uma tomografia computadorizada no paciente, tendo pontos de referência, como a própria prótese, previamente planejada, ou um guia tomográfico para a captura das imagens pelo tomógrafo e convertidas para o software específico. Essas imagens são manipuladas por meio deste software específico, que permite não apenas a colocação dos implantes virtualmente, mas, a partir disso, a confecção de um guia cirúrgico de alta precisão, possibilitando fidelidade na transferência do planejamento virtual para o ato cirúrgico, sendo estas cirurgias sem retalhos (flapless). Com esta técnica, a cirurgia se torna rápida, precisa, tem baixo sangramento e rápido retorno do paciente para sua rotina diária, haja vista, o baixíssimo trauma causado, além da prótese com carga imediata, caso estes implantes sejam contemplados com estabilidade primária suficiente. Segundo Balshi et al. (2006), este é um avanço significativo na Implantodontia e na prótese. Kupeyan et al.(2006) comentam sobre a precisão do software. A cirurgia é minimamente invasiva, rápida, relativamente simples e a recuperação do paciente com mínimo desconforto.
Caso clínico 1 Paciente do gênero masculino, 60 anos, em bom estado geral
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Graduado pela UNIUBE. Mestrado em Implantodontia pela São Leopoldo Mandic Campinas (SP). Coautor do livro “Casebook - Reabilitação Osseointegrada”.
Graduado pela UNAERP. Especialista em Implantodontia pela AORP – Ribeirão Preto - SP.
de saúde, compareceu à clínica mostrando-se insatisfeito com a condição geral da sua boca (figura 1). O protocolo de atendimento incluiu anamnese, radiografia panorâmica inicial, tomografias e documentação fotográfica. O paciente mostrava-se insatisfeito com a sua prótese total móvel superior e não fazia uso da prótese parcial removível inferior, por não se acostumar com a mesma, além do mau estado dos dentes remanescentes inferiores (figura 2). Após análise da queixa principal e avaliação dos exames, foi proposta ao paciente a terapia com implantes dentários, com o objetivo de reabilitá-lo com próteses do tipo protocolo na arcada superior e inferior. Uma vez obtida a aprovação do paciente, foram realizados procedimentos para obtenção de guia cirúrgico inferior e guia tomográfico superior (figuras 3 e 4). No procedimento cirúrgico inferior foram realizadas as exodontias dos elementos remanescentes, curetagem dos alvéolos, nivelamento ósseo e a instalação de cinco implantes osseointegrados, que obtiveram uma estabilidade primária superior a 45N/cm (figura 6). No superior, foi realizada tomografia com duplo escaneamento para conversão no programa Simplant Materialise e planejamento virtual dos implantes, obtendo-se a guia cirúrgica prototipada para realização de cirurgia flapless (figuras 5 e 7). Com a guia prototipada e com o auxílio do sistema Neoguide, foram colocados oito implantes Cone Morse Neodent com estabilidade primária superior a 45N/cm. Devido à boa estabilidade primária dos implantes, optamos por trabalhar com carga imediata (figuras de 7 a 11), fazendo a transferência dos implantes com as guias obtidas no planejamento reverso (figuras 12 e 13), obtendo-se as próteses do tipo protocolo para a instalação. No procedimento de instalação foram dados torque de 10N/cm nos parafusos das próteses, conforme recomenda o fabricante, e realizados os devidos ajustes oclusais. Em um espaço curto de tempo, o paciente obteve a satisfação de estar reabilitado com próteses fixas, atingindo a sua expectativa (figuras 14, 15 e 16).
Caso Clínico
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Figura 2
Figura 3
Figura 4
Planejamento reverso.
Guia tomográfica superior. Observe as marcações necessárias para confecção da tomografia.
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Situação protética inicial.
Planejamento virtual.
Situação clínica inicial.
Implantes inferiores instalados pela técnica convencional.
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Caso Clínico
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Guia cirúrgica superior prototipada.
Fresagem para instalação dos implantes, com a guia previamente fixada.
Pós-operatório imediato.
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Vista pré-operatória.
Instalação dos implantes.
Instalação dos minipilares.
Caso Clínico
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Figura 14
Figura 15
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Caso clínico 2
programa, realizamos a exodontia virtual das raízes e o enceramento virtual dos dentes, possibilitando o planejamento virtual dos implantes de forma precisa, e a obtenção da guia cirúrgica prototipada (figura 4). No procedimento cirúrgico, foi realizada a exodontia minimamente invasiva para a conservação das paredes ósseas, sendo que após as exodontias e a curetagem dos alvéolos foi colocada a guia prototipada para a colocação dos implantes sem abertura de retalho (figuras 5, 6 e 7). Com o auxílio do sistema Neoguide, foram feitas as perfurações para a instalação dos implantes Cone Morse Neodent (figuras de 8 a 12). Após a colocação dos implantes, foi inserido biomaterial para preenchimento do gap e feita escolha de componentes para a confecção das próteses temporárias, devido à boa estabilidade primária dos implantes (figuras 14 e 15).
Moldagens com os guias multifuncionais.
Radiografia panorâmica final.
Paciente do gênero feminino, 42 anos, em bom estado geral de saúde, compareceu à clínica mostrando-se insatisfeita com os elementos 14 e 15, que soltavam sempre as coroas. O protocolo de atendimento incluiu anamnese, radiografia panorâmica inicial, tomografia e documentação fotográfica. Após análise da queixa principal e avaliação dos exames, foi proposto a paciente a terapia com implantes dentários, devido à fratura dos elementos 14 e 15. Para a obtenção do guia cirúrgico foi realizado procedimento de moldagem (figura 1) e escaneamento do modelo (Scanner de mesa) (figuras 2 e 3), para que no programa Simplant Materialise fosse possível a fusão do modelo com a tomografia, assim podemos visualizar a estrutura óssea, bem como os tecidos moles (gengiva). Por meio do
Próteses protocolo instaladas.
Aspecto clínico final.
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Caso Clínico
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Moldagem inicial.
Escaneamento dos modelos.
Figura 5
Situação clínica inicial.
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Montagem em articulador para escaneamento.
Planejamento virtual.
Figura 6
Exodontia minimamente invasiva.
Caso Clínico
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Instalação do guia prototipado.
Instalação dos implantes por meio da anilha referente ao diâmetro do implante.
Figura 11
Finalização da instalação com chave de catraca.
Fresagem com o Kit Neoguide.
Implante Cone Morse tendo sua instalação guiada.
Figura 12
Observar a estabilidade primária obtida.
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NORMAS PARA PUBLICAÇÂO
A seção CASO CLÍNICO da ODONTO MAGAZINE tem como objetivo a divulgação de trabalhos técnico-científicos produzidos por clínicogerais e/ou especialistas de diferentes áreas odontológicas. Gostaríamos de poder contar com trabalhos originais brasileiros, produzidos por cirurgiões-dentistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e médicos, para divulgar esse material em nível nacional por meio da revista impressa e pelo site: www. odontomagazine.com.br
Figura 13
Escolha e instalação dos pilares protéticos.
Figura 14
Aspecto clínico dos elementos temporários com carga imediata.
Conclusão A instalação de implantes por meio da cirurgia virtual guiada, quando comparada à técnica convencional, apresenta vantagens consideráveis. Essa técnica cirúrgica proporciona maior conforto ao paciente e planejamento preciso e seguro ao profissional. Devemos conhecer os recursos disponíveis nos softwares de planejamento. A tecnologia CAD/CAM, associada aos softwares específicos, contribui para um avanço da técnica da Cirurgia Virtual Guiada, principalmente nos casos parciais, permitindo que o planejamento reverso e o planejamento dos implantes sejam virtuais, facilitando o emprego da técnica, trazendo maior precisão no posicionamento dos implantes e permitindo cirurgias sem retalho (flapless). Dentro da sua indicação, a Cirurgia Virtual Guiada é considerada uma evolução cirúrgica viável à realidade clínica do implantodontista.
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Setembro de 2013
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