Odonto Magazine #08

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08

comunicação integrada

ISSN 2179-8796

Ano 1 - N° 8 - Setembro de 2011

www.odontomagazine.com.br

Reportagem

Halitose: investigação multidisciplinar 19/09/11 16:33


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Editorial

A Evolução da Odontologia

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os primórdios da Odontologia e da Medicina, um “bom profissional” era aquele que aliviava a dor. Assim, um “bom dentista” era habilidoso não só ao extrair um dente, mas também no trato com as pessoas ao saber confortar o sofrimento, fosse da dor ou da perda. Séculos se passaram e ainda não se pode prescindir de tais atributos. Porém, se esses atributos eram suficientes para caracterizar um “bom profissional”, hoje, com a evolução científica e tecnológica, ser “bom profissional” tornou-se ainda mais complexo. A exigência das pessoas por qualidade de vida é cada vez maior, isto incluí aspirações de função (inclusive a estética) cada vez maiores e por mais anos - já ultrapassamos totalmente a ideia de que “40 anos é a idade da dentadura”. Além do trabalho técnico da exodontia (que deve ficar cada vez menos frequente), existe a necessidade de: » Desenvolver a análise crítica para poder selecionar adequadamente o melhor entre a infinidade de boas e más ofertas de mercado. » Incorporar o conhecimento cada vez mais apurado em “diagnóstico”, permitindo o reconhecimento das principais patologias bucais - cáries, doenças periodontais, maloclusões e câncer bucal - em estágios cada vez mais iniciais, possibilitando medidas preventivas simples e/ou tratamentos pouco invasivos e, melhor ainda, permitindo manter o individuo em saúde ou o mais próximo dela possível. Principalmente no mundo desenvolvido, com o aumento da longevidade nas últimas décadas, foi-se sentindo de uma maneira crescente a importância de melhorar a qualidade de vida. Isso vem refletindo nos sistemas de saúde melhor organizados, onde a tecnologia de ponta (ao alcance de toda a população), foi se apoiando cada vez mais em uma filosofia preventiva. Essa combinação - prevenção e alta tecnologia - em culturas mais humanísticas (exemplo: Escandinávia, Holanda, Nova Zelândia, Canadá…) tem levado ao desenvolvimento crescente da “promoção de saúde”, que engloba a prevenção, mas já define uma nova etapa na evolução da Medicina e da Odontologia. Na área odontológica o desafio primeiro está em como incorporar na prática moderna toda a mudança em curso e seu direcionamento futuro. Como fica o relacionamento com os “pacientes” neste enfoque humanístico, valorizando mais a saúde do que a atenção à doença e incorporando todo o conhecimento e tecnologia em nível de diagnóstico e de recuperação e/ ou manutenção da saúde bucal? Esse enfoque implica em um relacionamento educativo, logo, interativo com o indivíduo (não mais apenas paciente) que nos procura para, em conjunto, trabalharmos em sua promoção de saúde. Já está mais do que determinado que a grande luta pela longevidade chegou a um ponto que o objetivo está direcionado. Não basta acrescentar mais anos à vida, mas, sobretudo, mais vida aos anos, onde do ponto de vista do conhecimento científico já é possível “programar” dentes por toda a existência. Essa perspectiva deve nortear um bom profissional neste novo século. O segundo desafio, e talvez o mais difícil, é o de reverter à prática no setor de saúde. Para que esse paradoxo possa ser desfeito, a iniciativa só pode partir de profissionais prestadores diretos de atendimentos, comprometidos com os ideais de saúde na qualidade de vida. A Odonto Magazine traz em sua oitava edição uma abordagem que contribui para a construção desse profissional completo, que deve se preocupar não com a técnica, mas, sobretudo, com o entendimento sistêmico do indivíduo. Tenham uma excelente leitura!

Edição: Ano 1 • N° 8• Setembro de 2011 Presidência & CEO Victor Hugo Piiroja e. victor.piiroja@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7501 Gerência Geral Marcela Petty e. marcela.petty@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7502 Marketing Ironete Soares e. ironete.soares@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7500 Financeiro Rodrigo Oliveira e. rodrigo.oliveira@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7761 Bruna Oliveira e. contato@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7765 Arte Christian Visval e. christian.visval@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7760 Débora Becker e. debora.becker@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7509 Wesley Costa e. wesley.costa@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7763 Programador e TI Wander Martins e. wander.martins@vpgroup.com.br t. +55 (11) 4197.7762 Editora e Jornalista Responsável Vanessa Navarro (MTb: 53385) e. vanessa.navarro@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7506 Publicidade - Gerente de Contas Vivian Ceribelli Pacca e. vivian.pacca@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7507 Diretora Científica Dra. Lusiane Borges e. lusianeborges@uol.com.br Conselho Científico Augusto Roque Neto, Danielle Costa Palacio, Débora Ferrarini, Éber Feltrim, Fernanda Nahás Pires Corrêa, Francisco Simões, Henrique da Cruz Pereira, Helenice Biancalana, José Reynaldo Figueiredo, José Luiz Lage Marques, Júlio Cesar Bassi, Maria Salete Nahás Pires Corrêa, Marina Montenegro Rojas, Regina Brizolara, Reginaldo Migliorança, Rodolfo Candia Alba Jr., Sandra Duarte, Sandra Kallil Bussadori, Shirlei Devesa, Tatiana Pegoretti Pintarelli, Vanessa Camilo e William Torre. A Revista A Odonto Magazine apresenta ao profissional de saúde bucal informações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras comerciais e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas. É uma publicação da VP Group voltada para profissionais de odontologia das mais diversificadas especialidades. Conta com a distribuição gratuita e dirigida em todo território nacional, em clínicas, consultórios, universidades, associações e demais instituições do setor. Odonto Magazine Online s. www.odontomagazine.com.br

Dra. Lusiane Borges

Tiragem: 37.000 exemplares Impressão: HR Gráfica

Diretora Científica

Alameda Amazonas, 686, G1 - Alphaville Industrial 06454-070 - Barueri – SP • + 55 (11) 4197 - 7500 www.vpgroup.com.br 4

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Sumário

setembro de 2011 • Edição: 08

pág.

14

Reportagem

18

Entrevista

20

Espaço equipe

4

Editorial

6

Programe-se

8

Notícias

10

Odontologia Segura

12

Produtos e Serviços

14

Halitose: investigação multidisciplinar

pág.

SOESP: representar e defender os interesses da classe odontológica

20

Trabalho a quatro e seis mãos: qualidade e produtividade Marina Montenegro Rojas

22

Relacionamento

24

Ponto de vista

32

44

Ergonomia: doenças de risco e prevenção – Parte II

48

Gestão

Felipe Chibás Ortiz e Claudia Firmino de Freitas

Mínima Intervenção

Sandra Kalil Bussadori e Carolina Cardoso Guedes 30

Levantamento do seio maxilar com pontas ultrassônicas Cvdentus® e instalação simultânea do implante Leandro Costa Matias, Marco Antonio Canada Salioni, Silmara Elena Papa Pellizoni e Ricardo Prado Grion

Colunistas

28

Facetas diretas com Opallis: passos clínicos Sanzio Marques

Prevenção e educação em saúde bucal

Vanessa Camilo Borges e Alexandre Menoncello Ballerine

26

Casos Clínicos

pág.

28

Aplicabilidade clínica do Beta TCP – Bionnovation Bruna Vitorazo Federici e Rubens Guida Junior

50

Normas para publicação

Saúde Pública

Tatiana Pegoretti Pintarelli julho de 2011

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CIATES

Programe-se

Setembro FDI Annual Dental World Congress

8º Congresso da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial

14 a 17 de setembro de 2011

12 a 15 de outubro de 2011

“Novos Horizontes da Saúde Oral” é o tema do programa científico do congresso. Além do programa científico, a feira comercial paralela ao congresso apresentará centenas de expositores de todo o mundo. A experiência ficará completa com uma visita turística aos inúmeros pontos de interesse do México, a começar pela famosa cozinha e espólio cultural.

O principal objetivo desta edição é buscar o permanente aperfeiçoamento dos associados da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial, apresentando-lhes as mais recentes tecnologias e pesquisas científicas da Ortodontia e áreas afins, com palestrantes internacionais e nacionais de notório saber.

Cidade do México – México

www.congressoabor2011.com.br

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19º Conclave Odontológico Internacional de Campinas 21 a 23 de setembro de 2011

O COIC é um evento científico com apresentação de trabalhos de pesquisas, casos clínicos, tendências, procedimentos ao vivo com pacientes, demonstração de técnicas com materiais, equipamentos e medicamentos, além de recursos em diagnóstico e prevenção.

20 a 22 de outubro de 2011

O CIOVIC 2011 terá como tema central “Odontologia: Uma questão de excelência e compromisso social”. Neste Congresso serão abordados temas de grande relevância na área de odontologia, com enfoque em elevar a demonstração da qualidade dos projetos de educação em saúde bucal e a qualificação profissional.

Vitória da Conquista - BA

XVII Encontro Nacional da Sociedade Brasileira de Reabilitação Oral 14 e 15 de outubro de 2011

Com foco na “Odontologia Contemporânea e seu Futuro”, o evento terá uma programação científica riquíssima, ministrada por verdadeiros mestres da área que prepararam um material inédito para este encontro.

***

12º Congresso Internacional de Técnicos em Prótese Dentária da APDESP 27 a 29 de outubro de 2011

Os participantes terão a oportunidade de seguir as mais recentes atualizações e avanços nos principais temas da prótese dentária. Ministradores nacionais e internacionais apresentarão cursos e conferências sobre as atualidades e novas técnicas.

São Paulo-SP www.apdesp.org.br

Rio de Janeiro – RJ www.sbro.com.br

Campinas – SP www.acdc.com.br

***

*** ***

16º Congresso Internacional de Odontologia de Goiás - CIOGO

Congresso Internacional de Auxiliares e Técnicos em Saúde Bucal (CIATESB)

Novembro

21 a 24 de setembro de 2011

15 e 16 de outubro de 2011

de Brasileira de Endodontia

Serão mais de 1.000 horas de atividades científicas distribuídas entre cursos internacionais, nacionais, integrados, ‘hand’s on’, conferências, videoconferências internacionais, fóruns acadêmico, científico e clínico, painéis, simpósios, temas livres e reuniões paralelas.

Goiânia – GO

O CIATESB é o primeiro Congresso no Brasil direcionado exclusivamente à Equipe Auxiliar (ASB e TSB). O evento contará com a participação de renomados profissionais de saúde bucal e será realizado no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo.

São Paulo-SP

www.ciogo.com.br

www.ciatesb.com.br

***

***

3º Congresso Internacional - Socieda03 a 05 de novembro de 2011

Várias comissões foram idealizadas para permitir que todos os detalhes possam ser minuciosamente organizados. O objetivo do evento é debater endodontia de forma democrática, o que permitirá interagir ciência, clínica e amizade, demonstrando a tão esperada união entre os participantes.

Campinas - SP

Outubro

7º CIO – Congresso Internacional de Odontologia

www.sbendo.com.br/congresso

11º Congresso Internacional de Odontologia do Paraná (XI CIOPAR)

17 a 21 de outubro de 2011

4º Congresso Maranhense de Odontologia

06 a 08 de outubro de 2011

O XI Ciopar foi lançado oficialmente no dia 6 de dezembro do ano passado, durante coquetel na sede da ABO/PR. O lançamento serviu para apresentar o evento aos futuros congressistas, expositores e profissionais ligados à Odontologia.

Curitiba-PR www.ciopar.com.br

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O evento contará com a participação de palestrantes nacionais e internacionais e com um público estimado de 500 participantes entre profissionais, estudantes e docentes.

São Paulo – SP

AU

www.abo-vc.com.br/ciovic

Belo Horizonte – MG

www.fdi2011.org

III Congresso Internacional de Odontologia

www.futurodentista.com.br/7cio

***

09 a 12 de novembro de 2011

O congresso realizado pela Associação Brasileira de Odontologia (ABO) seção Maranhão terá como tema: “Evidência Científica e Inovações Tecnológicas na Prática Odontológica”.

São Luís – MA www.abo.ma.com.br

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O PRIMEIRO CONGRESSO NO BRASIL TOTALMENTE DEDICADO À EQUIPE AUXILIAR

15 e 16 de outubro de 2011 Centro de Convenções Rebouças São Paulo – SP INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: 1º CONGRESSO INTERNACIONAL DE AUXILIARES E TÉCNICOS EM SAÚDE BUCAL 1º ENCONTRO NACIONAL DE FORMADORES DE ASB E TSB 1º ENCONTRO NACIONAL DAS CÂMARAS TÉCNICAS DE TSB E ASB DO CONSELHO DE ODONTOLOGIA

www.ciatesb.com.br Tels: (11)3167.6997 e 5087.9497 TEMA DO EVENTO:

Prevenção e Educação em Saúde Bucal

PROGRAMA CIENTÍFICO  MAIS DE 20 CONFERENCISTAS ESPECIALMENTE CONVIDADOS A Importância da Atuação da Equipe Auxiliar na Saúde Bucal e Ética Profissional Sérgio Luiz Rosiello Edélcio Anselmo

Regulamentação da profissão de ASB / TSB e seus desafios Irene Rodrigues dos Santos Celina Lopes

Hábitos Bucais e Ortodontia Preventiva Francisco Simões

Políticas Públicas de Saúde Bucal Erico Vasconcelos

Riscos Ocupacionais Ligados à Ergonomia Munira Kaissar Nasr Adriana Lucia Pastore e Silva

A Importância da Equipe Técnica e Auxiliar na Estratégia Saúde da Família Danielle Palacio

Atualização em Materiais de Dentística e Prótese Augusto Roque Neto

Câncer Bucal: Prevenção e Orientação Renata Tucci

Inovações em Biossegurança e Resíduos de Saúde Lusiane Borges

Promoção em Saúde Bucal e Uso Racional do Flúor Helenice Biancalana

Saúde Bucal do Bebê à Pré-escola Lúcia Coutinho

Doenças de Risco e Acidentes com Material Biológico Liliana Donatelli

Atuação do ASB e TSB na Odontologia Hospitalar Itamara Lúcia Itagiba Neves

Concursos e Seleções Patrícia Pereira

Periodontia: Auxílio e Prevenção Regina Marques

Cirurgia e Implante Reginaldo Migliorança

Radiologia e Fotografia Alessandra Coutinho Thásia Dias Ferreira

Marketing e Excelência em Atendimento Plínio Tomaz

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Notícias Gripe A: prevenção no consultório odontológico

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Apesar de não haver muitos sinais de que a pandemia da Gripe A esteja bem controlada, agora já há mais informações sobre como prevenir a transmissão do vírus H1N1 e quais as primeiras medidas que devem ser tomadas em caso de suspeita e de confirmação. Além de divulgar e reforçar estas informações, a ABO orienta sobre os cuidados específicos para a prevenção dentro do consultório odontológico, com base nas opiniões e pareceres de especialistas em biossegurança e de entidades e órgãos de saúde e sanitários. O cirurgião-dentista e demais profissionais que trabalham com ele mantêm um contato muito próximo dos pacientes durante o atendimento, o que cria oportunidades para que o vírus da Gripe A seja transmitido, assim como o da gripe sazonal, já que são doenças transmitidas por aerossóis. Diante deste risco, a recomendação ao CD é adiar a consulta do paciente que é caso confirmado da gripe, ou tem sintomas, e encaminhá-lo ao médico. Esta também é a orientação de Enrique Acosta, cirurgião-dentista e diretor da Organization for Safety and Asepsis Procedures (Osap), entidade internacional voltada à biossegurança na Odontologia e parceira da ABO. “O atendimento eletivo deste paciente pode esperar até que ele se recupere e não esteja mais infeccioso”, diz Acosta. Ele ainda destaca que, da mesma forma, os profissionais com os sintomas devem abster-se de realizar atendimentos. Esta também é a posição do Center for Disease Control and Prevention (CDC), entidade dedicada a promover saúde e qualidade de vida através da prevenção e controle de doenças, que também orienta sobre como conduzir os pacientes que chegarem ao consultório com os sintomas da gripe, antes que seu atendimento seja cancelado, com o objetivo de também proteger os demais presentes. Segundo o CDC, este paciente deve ser identificado logo na recepção, para que seja solicitado que use a máscara cirúrgica e também oferecido a ele lenços, caso necessite. A entidade disponibiliza material completo sobre controle de infecção pelo H1N1 (www.cdc.gov/swineflu/guidelines_infection_control.htm).

Atenção no consultório Além destes cuidados destacados contra a Gripe A, o cirurgião-dentista e sua equipe devem também seguir os protocolos de biossegurança já conhecidos na área. “O uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPI), a lavagem frequente das mãos são as medidas mais destacadas”, diz a cirurgiã-dentista Renata Pittella, consultora em biossegurança da ABO. E ela completa: “Caso a cadeia asséptica se quebre, existe risco de contaminação cruzada no consultório odontológico, e não apenas pelo vírus H1N1”. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibiliza on-line a “Cartilha de Proteção Respiratória contra Agentes Biológicos para Trabalhadores de Saúde”, que orienta o profissional a cuidar da sua saúde durante o atendimento, prevenindo diversas infecções, inclusive pelo vírus da Gripe A. O conteúdo completo da cartilha pode ser lido em http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/ cartilha_mascara.pdf. A Organization for Safety and Asepsis Procedures (Osap) também mantém publicado em seu site (www.osap.org), no item Infection Control Issues, documentos com informações detalhadas sobre os cuidados em biossegurança recomendados com relação a doenças respiratórias. Um deles é o “Protocol for Managing Dental Patients with Confirmed or Suspected Respiratory Infection and for Dental Patients with Confirmed or Suspected Tuberculosis”.

Atendimentos urgentes Mas o que fazer se um paciente com sintomas ou que seja caso confirmado da Gripe A solicitar atendimento odontológico por estar com dor? Segundo Acosta, o ideal seria realizar a consulta em um ambiente preparado para isolar infecções pelo ar, o que pode ser encontrado em hospitais. “No entanto, sei que será difícil conseguir essas condições, além do cirurgião-dentista precisar de treinamento especial para usar estes equipamentos”. Mas, ainda assim, o diretor da Osap reforça que o atendimento deve ser adiado, principalmente de pessoas já confirmadas com a gripe. “Se ocorrer, é possível controlar a dor dental do paciente com analgásicos, anti-inflamatórios e antibióticos, até que ele se recupere da doença”. Além destas orientações, no Portal da ABO (www.abo.org.br) está disponível para download o “Informe Técnico sobre a Gripe A”, elaborado pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e pela Associação Médica Brasileira (AMB), com diversas orientações para o profissional de saúde. No site do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br) também estão disponíveis os documentos “Protocolo de procedimentos para manejo de casos e contatos de influenza A (H1N1)” e “Protocolo de notificação e investigação de casos”, entre outras informações e recomendações.

Em caso de suspeita… Se atender algum paciente suspeito de ter contraído o vírus H1N1, o CD deve orientá-lo a procurar atendimento médico, de preferência em algum Hospital de Referência. Os casos suspeitos também devem ser notificados imediatamente à Secretaria de Saúde Municipal e/ou Estadual. A notificação pode ser feita pelo Disque Notifica (0800 61 1997), pelo e-mail notifica@ saude.gov.br, ou no site do Ministério da Saúde, clicando no banner Influenza A (H1N1) e depois no Notifique Aqui. É prudente também anotar as informações do paciente, como nome, endereço, telefone, e-mail, para localizá-lo facilmente, se ele não se apresentar ao hospital indicado. No site do ministério está disponível a lista dos Hospitais de Referência para Pandemia de Influenza. Qualquer outra informação pode ser conseguida através do Disque Central Médica do Centro de Vigilância Epidemiológica: 0800 55 54 66, ou no Centro de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde: 0800 644 66 45. Além de encaminhá-lo ao local correto para diagnóstico e pronto tratamento, o cirurgião-dentista, enquanto profissional de saúde, deve esclarecer seus pacientes em relação aos sintomas da doença e quais medidas devem ser tomadas. Fonte: Associação Brasileira de Odontologia – ABO

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Dúvidas frequentes sobre Biossegurança Odontológica

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A Dra. Lusiane Borges*, cirurgiã-dentista especialista em biossegurança, esclarece as principais dúvidas sobre a segurança na odontologia.

É realmente necessária a utilização de água destilada na autoclave? Lusiane Borges - As autoclaves sempre deverão ser utilizadas com água destilada, pois a água de má qualidade ou de torneira possui sais minerais e metais pesados que podem bloquear o orifício da saída do vapor, causando assim possíveis bolsas de ar que inibem a elevação da temperatura, comprometendo o processo de esterilização, além de danificar e manchar os instrumentais. Existem no mercado modelos de destiladores de água portáteis que são totalmente automáticos e produzem água destilada de alta qualidade e livre de impurezas. Devo fechar as embalagens de papel grau cirúrgico com seladora ou posso fechar com a fita adesiva de autoclave? Lusiane Borges - As embalagens de papel grau cirúrgico deverão ser fechadas com seladora, pois a fita adesiva não proporciona uma vedação 100% segura, comprometendo a validade da esterilização. Como ótima opção para estes casos, recomendamos a utilização das embalagens autosselantes, pois este tipo de embalagem dispensa a utilização de seladora e de fitas para o fechamento. Se selarmos a embalagem de forma que fique hermeticamente fechada, como o vapor irá penetrar no material? Lusiane Borges - Nas autoclaves, o agente esterilizante é o vapor e por isso é imprescindível que o vapor chegue até o material que está sendo esterilizado. As embalagens de papel grau cirúrgico possuem uma característica única que permite a penetração do vapor através do papel, que abre os seus poros quando o mesmo é exposto a uma alta temperatura. Após o processo de esterilização, já em baixa temperatura, os poros se fecham, não permitindo a entrada do ar e mantendo o seu conteúdo estéril.

As embalagens para esterilização podem ser reesterilizadas? Lusiane Borges - Não. As embalagens de papel grau cirúrgico são de uso único e, portanto, são descartáveis. O papel grau cirúrgico possui uma característica de abertura dos poros (fibras) quando exposto ao vapor em alta temperatura, fazendo com que o vapor penetre no interior da embalagem. Este processo de abertura e fechamento dos poros (fibras) fica comprometido quando o material já processado é exposto novamente a altas temperaturas. Qual o tipo de detergente que devo utilizar na lavadora ultrassônica? Lusiane Borges - Para que se obtenha um melhor resultado através da limpeza em cubas ultrassônicas, recomendamos a utilização de detergentes enzimáticos. Os enzimáticos têm a característica de agir sobre a sujidade das matérias orgânicas, sangue, proteínas, gorduras, mucos, tecidos e particulados aderidos às superfícies de todo o instrumental cirúrgico, desencrostando-os e limpando-os profundamente (sem agredi-los). Recentemente surgiu uma inovação que até o momento se mostra mais eficiente do que o detergente enzimático. Trata­se do detergente alcalino, que além de agir sobre as sujidades orgânicas age também sobre as inorgânicas, deixando o instrumental livre das manchas comuns que vão se acumulando ao longo de sucessivas esterilizações. Envie suas dúvidas relacionadas à biossegurança odontológica para o e-mail: vanessa.navarro@vpgroup.com.br.

*Cirurgiã-dentista pela UMESP, São Bernardo (SP). Formada em Biomedicina pela UNISA/ UNIFESP. Especialização em Microbiologia pela Faculdade Oswaldo Cruz, São Paulo. Especialista e Pós-Graduanda em Controle de Infecção em Saúde pela UNIFESP, São Paulo. Coordenadora de Cursos para ASB/TSB na APCD e na ABO. Autora-Coordenadora do livro “AST e TSB – Formação e Prática da Equipe Auxiliar”, Editora Santos, 2011. Diretora-Presidente da Biológica Consultoria em Saúde, em São Paulo. Coordenadora da Pós-Graduação da UNINGÁ Santo Amaro, São Paulo. Consultora Científica da Medsteril e da Oral-B, em São Paulo.

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Produtos e Serviços Escova Colgate 360º Surround revoluciona o cuidado bucal A Colgate amplia a linha de escovas e apresenta Colgate 360º Surround. Com design único, a nova escova Colgate 360º Surround remove bactérias de três maneiras diferentes: cerdas surround, que limpam simultaneamente os dois lados dos dentes e alcançam até a linha da gengiva, limpador envolvente e limpador de língua e bochechas. “A tecnologia aplicada ao design, com novos atributos para a escova Colgate 360º Surround, representa um avanço para a categoria e também é uma novidade importante para a saúde bucal do consumidor”, informa Luciana Abe, gerente de Grupo de Complementos da Colgate-Palmolive. Comparada a uma escova de cerdas planas em um estudo de única escovação, a nova escova reduz aproximadamente 88% mais placas entre os dentes e 52% das placas presentes nas gengivas. Além disso, a nova escova superou todas as expectativas dos consumidores após o uso, possui 80% de intenção de compra e é a escova melhor avaliada da Colgate. www.colgate.com.br

Um toque especial em suas obras O refinamento de seu trabalho é o que garantirá uma maior satisfação de seu paciente, e contar com materiais de confiança são essenciais para que ambos possam se surpreender com os resultados. A FGM oferece uma completa linha de acabamento e polimento para que suas restaurações, de uso clínico e laboratório, possam chegar ao nível máximo de estética. Em destaque podemos citar as Lixas Diamond Pro, que apresentam quatro versões de granulações para uma melhor adaptação a estrutura dental, possui sistema de encaixe rápido ao mandril, além de não conter partes metálicas na superfície do disco. www.fgm.ind.br

Dente com três camadas O Tritone é o novo dente três camadas da VIPI, fabricado com alta tecnologia, onde a base da qualidade é o uso das mais avançadas tecnologias CAD/CAM. As matrizes do dente Tritone são confeccionadas com uma escala de centésimos de milímetros, garantindo precisão total na oclusão e permitindo simplicidade na montagem, oclusão balanceada bilateral perfeita, confecção de uma prótese confortável e estável para o usuário. Tritone oferece ampla gama de cores e modelos com alta durabilidade. Produto disponível inicialmente para os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Consulte os representantes. www.vipi.com.br

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Produtos e Serviços Primeiros socorros para acidentes bucais “Primeiros Socorros para os seus Filhos: Traumatismo dentário”, da Editora Santos, ajuda pais, professores e responsáveis a lidar com acidentes bucais envolvendo crianças. A obra de autoria das renomadas especialistas Vera Campos e Eliane Raye Vallim Cruz tem como objetivo orientar leigos, pais, professores e responsáveis, em casos de acidente bucal. Os acidentes bucais estão se tornando cada vez mais comuns entre adultos, jovens e principalmente entre as crianças. O livro, totalmente didático e de fácil manuseio, traz informações preciosas a respeito da prevenção do traumatismo dentário, anatomia dos dentes e riscos de acidentes em cada fase de desenvolvimento da criança e do adolescente. www.grupogen.com.br

Novo sistema CAD/CAM A Talmax traz para o Brasil o novo modelo M3 do sistema CAD/CAM da Zirkonzahn. O sistema possui trocador de brocas automático e tem os mesmos cinco eixos da unidade de fresagem M5, que possibilitam realizar trabalhos sobre implantes, barra protocolo e fixas extensas. A nova máquina é mais compacta e apresenta novo design interno, o que facilita a limpeza. O sistema realiza trabalhos em resina, cera e zircônia e custará cerca de 10 a 15 mil reais a menos do que a M5. www.talmax.com.br

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Halitose: investigação multidisciplinar A halitose não escolhe sexo, raça e nem idade. O cirurgião-dentista deve estar sempre preparado para prestar auxílio aos pacientes que sofrem deste mal.

Por: Célia Gennari Colaboração: Alice Canavó

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erca de 40% das pessoas, em qualquer idade, sofrem de halitose, embora nem sempre tenham consciência disso e precisem ser alertadas pelos parentes mais próximos. Segundo a Dra. Olinda Tarzia, do Centro de Excelência no Tratamento de Halitose - FOB/USP, com o avançar da idade, devido ao uso de medicamentos em maior número, e que devem ser de uso crônico, os 40% podem chegar a 85%, pois a maioria desses remédios tem efeitos colaterais xerostômicos e vão inibindo as glândulas salivares. “Com o passar do tempo, essa inibição faz com que seja produzida menor quantidade de saliva, porém, mais rica em mucina, provocando, respectivamente, a presença de saburra lingual e doença periodontal”. Embora com base sistêmica em relação à função das glândulas salivares, a halitose pode ser uma causa local, com manifestações bucais e odores vindos diretamente dos pulmões, que se devem a substâncias odoríferas que se encontram na circulação sanguínea e que, no momento da respiração, escapam no ar exalado. Esses odores sistêmicos tanto podem ser de origem alimentar quanto medicamentosa, ou até mesmo fisiológica. “A halitose da manhã, considerada fisiológica, desaparece após a alimentação e a higiene matinal”. A Dra. Olinda deixa claro que certos hábitos alimentares, como ficar muito tempo sem se alimentar, pouca ingestão de água, exercícios físicos, estresse, saúde sistêmica, uso de medicamentos, devem e precisam ser investigados. Hábitos de higiene bucal também devem ser verificados e orientados de forma adequada. “Às vezes os problemas são de origem odontológica, outras de origem na área médica, predominando os problemas otorrinolaringológicos e alterações intestinais, e até mesmo problemas de origem psicossomática, precisando da ajuda de um psicoterapeuta ou até mesmo psiquiatra”. Quanto à halitose por contaminação da boca por bactérias patogênicas, explica que ocorre pela queda de resistência do hospedeiro e pela exposição ambiental a essas bactérias, o que significa que halitose, na maioria das vezes, é de origem microbiana e, portanto, transmissível. “Quando as bactérias patogênicas chegam ao periodonto, e se inicia uma doença periodontal, elas podem cair na corrente circulatória e aumentar o risco de parada cardíaca, AVC, artrite reumatóide reacional,

pré-eclâmpsia e natimorto em mulheres grávidas, e nascimento prematuro”. Se o paciente estiver hospitalizado, não basta remover a prótese móvel, se houver, familiares e enfermeiros devem promover a higiene bucal e humectação bucal adequadas, pois devido aos medicamentos e sedativos, alguns pacientes dormem de boca aberta. Muitos problemas de saúde pública poderiam ser evitados facilmente com tratamentos preventivos. Todos os profissionais da área médica e odontológica deveriam estar alerta para indicar ao paciente o profissional apropriado para resolver o problema.

Diagnóstico e tratamento A halitose é o cheiro das moléculas que surgem devido às alterações fisiológicas, patológicas ou mesmo devido à deficiência de higiene bucal. Conforme a Dra. Olinda, o cheiro identifica a causa e dá a pista para o tratamento correto. As causas mais frequentes da halitose são a saburra lingual e a doença periodontal que, em geral, acontecem basicamente devido a alterações na composição da saliva ou até a sua relativa falta. Por isso, a orientação inicial é para que o paciente observe e perceba a existência de um material viscoso, branco ou amarelado (saburra), sobre a língua, se percebe sangramento gengival, se sente a boca um pouco seca, se usa fio dental, se tem algum dente amolecido, se tem alguma cárie cavitada, se respira pela boca durante o sono, se sabe o que é tártaro e se costuma ter, se permanece mais de quatro horas sem se alimentar, se evita radicalmente alimentos que contenham carboidratos, etc.. Identificada a presença de saburra, o profissional deve ensinar o controle local da saburra, instituindo o uso de um limpador lingual adequando e a seguir, após a limpeza, o uso de um enxaguante com princípio ativo correto para o tratamento. Ao lado desse primeiro procedimento, que pode reduzir ou até eliminar a halitose imediatamente e de maneira temporária, deve avaliar o fluxo salivar, a aparência da saliva e corrigir as razões pelas alterações observadas e instituir o tratamento sistêmico adequado ao caso. Importante também é investigar outras causas que possam ser responsáveis pela saburra.

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Todos os profissionais da área médica e odontológica deveriam estar alerta para indicar ao paciente o profissional apropriado para resolver o problema que desce como corrimento nasal vai se localizar no dorso posterior da língua, servindo como mais uma fonte de alimento para as bactérias aí localizadas, que nesse caso vão proliferar mais rapidamente e produzir os odores correspondentes.

Estudos e pesquisas

As imagens mostram a língua com a presença da suburra e o resultado após a limpeza adequada.

Depois da anamnese, o profissional deve indicar exames completos para poder fazer um diagnóstico correto e iniciar o tratamento. Hoje em dia, conforme explica a Dra. Olinda, é possível tratar a halitose com praticamente 100% de sucesso. “O medidor de hálito Oralchroma é preciso, o que indica os odores e permite identificar as principais causas, facilitando a orientação para o tratamento da halitose.

Mau hálito x estresse Existe uma relação particular entre estresse e mau hálito, que pode ser explicado pelo fato do estresse provocar redução de fluxo salivar e/ou aumento da concentração de mucina, o que facilita a aderência das bactérias patogênicas na cavidade bucal. Um dos últimos trabalhos importantes sobre o assunto mostra que, sob a pressão de um estresse agudo, as glândulas produtoras de mucina começam a produzir outro tipo de mucina, a chamada MCU5, que faz a mediação entre o H.pilori e a cavidade bucal. A MCu5 apresenta receptores para o H.pilori e cria a aderência dele à superfície da língua. “Nesse trabalho, Bosch e seus colegas conseguiram associar o estresse com a gastrite, não deixando de lado o novo conceito de que a causa é a presença do H.pilori”. O mau hálito pode piorar no inverno para pessoas que sofrem de rinite alérgica e corrimento nasal, pois o material mucoso

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Historicamente, a halitose vem incomodando desde os tempos ancestrais. A Dra. Olinda Tarzia esclarece que existem citações na bíblia, no talmud e nos trabalhos de dramaturgos. No entanto, apenas há cerca de 130 anos (1874) um médico de nome Howe descreveu a halitose como uma entidade clínica. Mesmo sendo reconhecida como um problema de saúde, permaneceu sem tratamento por um longo tempo. De 20 anos para cá, a Dra. Olinda conta que surgiram dois medidores de hálito, o Halimeter, que ajudou a encorajar pesquisadores a trabalhar com possibilidades de tratamento, medindo as condições antes e depois do diagnóstico; e, posteriormente, o Oralchroma, mais preciso, que identifica os odores predominantes e permite identificar as principais causas, facilitando a orientação e o tratamento para a halitose. “Hoje, contamos com um arsenal de produtos bastante úteis para a contenção de hálito e para melhor atender aos pacientes”. A halitose ainda não é uma especialidade odontológica reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia, mas já é aceita pelo MEC. A FOB-USP ministra cursos de pós-graduação sobre o assunto. No CETAO também há cursos de extensão e de pósgraduação latu senso e palestras sobre a questão. Com a divulgação recente de que uma cientista britânica isolou a bactéria que causa o mau hálito, cada vez mais estudos e pesquisas sobre o assunto irão surgir, motivando profissionais a se interessarem profundamente pela halitose.

“Quando iniciei os atendimentos na área, havia apenas 121 trabalhos descrevendo teoricamente o problema, abordando uma ou outra causa de mau hálito. No livro Halitose, publicado em 1991, passei informações sobre diagnóstico. É uma obra pioneira no mundo todo. Coloquei em prática meus conhecimentos teóricos e tive uma grata surpresa: na prática, a teoria funciona”.

Dra. Olinda Tarzia

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Entrevista

SOESP: representar e defender os interesses da classe odontológica O Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo apoia há mais de sete décadas a classe de profissionais de odontologia. A entrevista com o Dr. Pedro Petrere, presidente da entidade, aponta os trabalhos realizados pelo SOESP e os benefícios oferecidos para os dentistas que atuam no estado de São Paulo. Por: Vanessa Navarro

Dr. Pedro Petrere

Presidente do Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo (SOESP). Formado em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da Universidade de Mogi das Cruzes. Pós-Graduado em Saúde Pública e em Administração Hospitalar pela Universidade de Ribeirão Preto.

Odonto Magazine - O SOESP é uma entidade representativa da categoria Odontológica junto aos poderes constituídos e protege os cirurgiões-dentistas em todos os níveis para efeito de defesa de classe. Qual é a missão principal da instituição? Dr. Pedro Petrere - O Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo (SOESP) foi fundado em 11 de março de 1937 com o objetivo de representar e defender os interesses da classe odontológica. Nossa missão é propor e lutar por melhorias e benefícios para os cirurgiões-dentistas, em todas as esferas, seja em assuntos relacionados à defesa da classe, formação profissional ou mercado de trabalho. Representamos hoje 70 mil profissionais em todo o Estado e contamos com três delegacias regionais, localizadas em Araçatuba, Bauru e Campinas. Graças ao nosso empenho e luta, já conseguimos trazer muitos benefícios aos profissionais de odontologia, como a equiparação salarial entre cirurgiões-dentistas e médicos que atuam pelos municípios – 206 cidades de São Paulo já aderiram à nossa causa -, aposentadoria especial após 25 anos de contribuição, entre outros. Estamos lutando por muito mais: obrigatoriedade da presença do cirurgião-dentista na UTI, implantação da odontologia do trabalho. Odonto Magazine - Qual é o papel do SOESP em relação à educação continuada dos cirurgiões-dentistas? Dr. Pedro Petrere - Temos como preocupação não apenas auxiliar os profissionais de odontologia em assuntos relacionados à defesa de classe e mercado de trabalho. Consideramos que a formação e a atualização profissional também são extremamente importantes, pois contribuem para manter o eleva-

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do nível do atendimento odontológico prestado à população. Em função disso, o SOESP oferece periodicamente palestras gratuitas e cursos de aperfeiçoamento e especialização em variadas áreas da odontologia. As aulas são ministradas por experientes profissionais do mercado, todos com título de especialista, mestre ou doutor. Os cirurgiões-dentistas podem visualizar a nossa programação de palestras e cursos pelo site www.soesp.org.br. É importante reforçar que as atividades são oferecidas tanto em nossa sede, em São Paulo, como em nossas delegacias regionais, localizadas nas cidades de Araçatuba, Bauru e Campinas. Odonto Magazine - Quais são os serviços jurídicos realizados pelo SOESP dos quais os associados pode usufruir? Dr. Pedro Petrere - O SOESP oferece para todos os cirurgiões-dentistas sindicalizados serviços jurídicos gratuitos, independentemente da área necessitada – civil, criminal ou trabalhista. Nosso departamento Jurídico está à disposição para orientar os profissionais de odontologia. Em nosso site, também disponibilizamos orientações relacionadas à contratação de profissionais, rescisões de contrato, montagem de consultório, homologação, responsabilidade civil do cirurgião-dentista, entre outras. Essas informações podem ajudar a esclarecer possíveis dúvidas dos cirurgiões-dentistas. Odonto Magazine – O SOESP conta com programas sociais voltados à saúde bucal da população? Dr. Pedro Petrere - Nosso sindicato possui uma clínica odontológica que presta serviços (em sua maioria gratuito) para a

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população. Além de realizar os tratamentos, buscamos orientar os pacientes sobre as melhores práticas de higiene bucal. Os serviços oferecidos pela clínica odontológica do SOESP são destinados a qualquer pessoa que necessite de tratamento odontológico, nas áreas de ortodontia, implantodontia, dentística, endodontia, prótese, cirurgia e periodontia. Os interessados devem comparecer em nossa sede de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 12h00 ou das 14h00 às 16h00, com o RG, CPF, comprovante de residência e o encaminhamento do cirurgião-dentista. O paciente passará por uma triagem antes de iniciar o tratamento. Odonto Magazine - Existem números que possam comprovar a eficiência do SOESP entre a população de cirurgiões-dentistas associados? Dr. Pedro Petrere - O nosso empenho e determinação têm trazido muitos benefícios aos cirurgiões-dentistas de todo o Estado. Graças ao nosso trabalho, por exemplo, profissionais de odontologia de 206 cidades, que atuam pelas prefeituras, conseguiram ter os seus salários equiparados aos dos médicos. Conseguimos, também, que os cirurgiões-dentistas pudesse se aposentar com 25 anos de contribuição – determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Nossos sindicalizados possuem, ainda, serviço de contabilidade no valor de R$ 120,00, o trimestre. Oferecemos assistência jurídica gratuita, assessoria ao recém-formado na documentação necessária para a montagem do consultório, curso de reciclagem em Estética gratuito para os cirurgiões-dentistas com mais de cinco anos de profissão, além de uma grade de palestras gratuitas e cursos de aperfeiçoamento e especialização. Como sinalizei anteriormente, nossa luta continua. Queremos ampliar o benefício da equiparação salarial para outros municípios do Estado, buscamos a obrigatoriedade da presença de um cirurgião-dentista nas Unidades de Terapia Intensiva e

a implantação da odontologia do trabalho. Nosso objetivo é conquistar cada vez mais o reconhecimento merecido aos profissionais de odontologia. Odonto Magazine - Como o SOESP está preparando os cirurgiões-dentistas para a questão do envelhecimento da população? Existem expectativas sobre a formação de mais odontogeriatras nos próximos anos? Dr. Pedro Petrere - Noto que há uma crescente preocupação com o envelhecimento da população. Muitos profissionais estão buscando se especializar nesta área para poder atender com eficiência e qualidade a demanda de pacientes idosos. Odonto Magazine - O senhor possui muitos anos de dedicação como cirurgião-dentista e a frente do SOESP. Quais foram as mudanças mais marcantes que pôde presenciar no cenário odontológico nos últimos anos? Dr. Pedro Petrere - A evolução de nossa técnica tem sido o grande destaque. A odontologia brasileira está, atualmente, em primeiro lugar nos quesitos conhecimento técnico e científico. Nós saímos da prótese para o implante, e estamos saindo do implante para a genética, com o uso de células-tronco para fazer dentes novos. O índice de cáries em crianças de 12 anos, que na década de 1970 era de seis dentes, em média, hoje está em 1,8 dentes cariados (média). Odonto Magazine – Qual análise o senhor pode fazer do cenário atual da odontologia? Quais são as expectativas e metas para a área odontológica para os próximos cinco anos? Dr. Pedro Petrere - Acredito que as expectativas sejam as melhores para a odontologia. Temos evoluindo muito em técnicas e procedimentos, o que nos têm destacado no cenário odontológico mundial. Na minha opinião, sairemos quase que totalmente da odontologia curativa para fazermos a odontologia preventiva.

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Trabalho a quatro e seis mãos: qualidade e produtividade Marina Montenegro Rojas Cirurgiã-Dentista. Membro da Diretoria da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD Pinheiros) e da Coordenação do Projeto Odontocomunidade – CIOSP. Cirurgiã- Dentista do Programa Saúde da Família da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Docente da Equipe Biológica nos Cursos para Auxiliares - APCD e ABO. Consultora em Odontopediatria do site “multiplos.com.br”. marinamr2006@gmail.com

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ltimamente, as transformações no mercado vêm exigindo mudanças de comportamento por parte do cirurgião-dentista, cujo sucesso não depende mais única e exclusivamente de suas habilidades técnicas e conhecimentos científicos, mas também de sua capacidade organizacional e administrativa. Assim, é importante racionalizar e simplificar o trabalho, reduzindo tempo e custos para aumentar a produtividade e os rendimentos. Preconiza-se então que execute somente os procedimentos irreversíveis e delegue ao pessoal auxiliar todos os passos reversíveis, promovendo um tratamento dinâmico, com máxima economia, eficiência e menor fadiga para o profissional, equipe e paciente, tornando o trabalho menos solitário e mais prazeroso. São procedimentos reversíveis aqueles que podem ser corrigidos ou refeitos sem prejuízo aos tecidos bucais ou saúde do paciente, ficando a cargo do dentista o que requer maior conhecimento e habilidade profissional, como diagnóstico, plano de tratamento, anestesia, desgaste dental, incisões, entre outros. Apesar de todas as vantagens supracitadas, cerca de 60% dos dentistas trabalham sem auxiliar, devido à carência de profissionais capacitados e ao desinteresse de alguns cirurgiões-dentistas em treinar sua equipe; além disso, muitos ainda não aprenderam a trabalhar em equipe, mantendo o monopólio de atividades e funções que poderiam e deveriam ser delegadas. O denominado “trabalho a quatro ou seis mãos” tem importante papel na racionalização do trabalho. Estudos demonstram que um cirurgião-dentista utilizando um (a) auxiliar aumenta de 30 a 50% sua produtividade e, com dois auxiliares, o aumento é de cerca de 75%. Tal sistema de trabalho segue padrões ergonomicamente delineados para promover produtividade, qualidade e bem-estar físico e mental aos profissionais. É interessante apenas quando realmente se minimizam movimentos indesejados de torções, estiramentos e acelera a maioria dos procedimentos. Isso não se refere apenas à simples transferência de instrumental de um profissional para o outro e nem na velocidade do atendimento. Mais do que isso, constitui um trabalho inteligente e eficiente. Segue classificação de movimentos realizados pelo dentista: 1. Somente dos dedos: pegar um rolete de algodão.

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2. De dedos e punho: manipular um instrumento manual. 3. Dedos, punho e cotovelo: alcançar a caneta de alta rotação. 4. Todo o braço e ombro: alcançar materiais além da área de trabalho, sem fazer torção da coluna. 5. Torção completa do tronco: virar-se para alcançar um instrumental ou equipamento. Os movimentos que englobam as classes 1, 2 e 3 formam o que é considerada a área ótima para o trabalho com as duas mãos, mas sabe-se que constantemente são realizados todos os movimentos, inclusive por equipes que, erroneamente, afirmam que trabalham a quatro ou seis mãos. Há três tipos de trabalho auxiliado: sem troca de instrumentais, com troca de instrumentais e com delegação de tarefas. De modo geral, na instrumentação à distância a produtividade é de 15% a 20%, se comparado ao cirurgião-dentista que atende sozinho. No trabalho a quatro mãos, aumenta de 30% a 50%. Quando se tem apenas um auxiliar, este acumulará funções de preparador e instrumentador durante os procedimentos clínicos; com dois auxiliares, ou seja, trabalho a seis mãos, um deles exercerá a função de instrumentador, cuidando exclusivamente dos procedimentos intrabucais e o outro, de preparador, executando todo o trabalho fora da boca, em pé, como volante. Com o trabalho a seis mãos, a produtividade aumenta muito visto que o instrumentador dá integral atenção ao cirurgião-dentista, não havendo interrupções na sequência clínica. Nos estudos a seguir, o aumento de produtividade foi em relação a uma equipe controle contando, no mínimo, com um auxiliar, o que já confere cerca de 30% de economia no tempo de trabalho. Alguns estudos comprovam que com um técnico em saúde bucal trabalhando em outra equipe, sob a supervisão do dentista, é claro, esta chega a ser 40, 60 ou até 103% mais produtiva do que a equipe inicial, com um dentista e um auxiliar em saúde bucal. Quando há, por exemplo, um dentista, um auxiliar e quatro técnicos, operando em quatro equipes, a produtividade chega a 133% em relação à equipe composta por um dentista e dois auxiliares. A maior parte de o pessoal auxiliar contratado possui conhecimento/treinamento de ASB, auxiliar em saúde bucal, havendo

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número bem reduzido de TSB, técnico em saúde bucal, talvez reflexo ainda de uma mentalidade insegura e preconceituosa do cirurgião-dentista, com receio de que o técnico “roube” seu mercado, que é incapaz de realizar trabalhos com a mesma qualidade. Pesquisas afirmam que as atividades mais executadas pelo pessoal auxiliar são: agendamento de pacientes, preparo de bandejas, sucção de campo operatório e manejo de fichas clínicas. Nota-se que são poucas as atividades quando comparadas ao que pode realmente ser feito, demonstrando uma subutilização de o pessoal auxiliar, responsável por quase 40% das ações realizadas pelo dentista. Além disso, quase 55% dos profissionais não utilizam a transferência de instrumentos pelos auxiliares, sendo eles próprios que alcançam os instrumentos na mesa auxiliar, procedimento totalmente contraindicado pelo gasto de tempo e de maior execução de movimentos. Como já foi dito, a transferência de instrumentos reduz os movimentos do cirurgião-dentista, permitindo-lhe manter os olhos focados no campo operatório, evitando fadiga visual. Promove também economia de tempo, uma vez que os instrumentos são entregues de forma contínua e sem atrasos. No sistema público é impossível o trabalho sem a equipe auxiliar, pois há real necessidade de abrangência do tratamento à maior parte da população em um período relativamente curto. Cirurgiões-dentistas com mais de 20 anos de atividade profissional queixam-se de doenças sabidamente relacionadas ao estresse psicológico, tais como: distúrbios posturais, dores na coluna cervical, enxaquecas constantes, hipertensão arterial, depressão, fibromialgias, distúrbios da atividade sexual, infartos, insuficiências respiratórias, envelhecimento precoce. Por isso, a prevenção por meio de mais organização e dinâmica do processo de trabalho é fundamental. Devem-se observar vários fatores, tais como: » Postura e posicionamento » Comunicação clara e objetiva » Preparação e separação de materiais e instrumentais antecipadamente » Conhecimento da sequência de materiais e instrumentais usados na realização do procedimento » O espaço físico e a disposição dos equipamentos devem ser compatíveis com a realização da técnica » A troca de instrumentais é um processo que deve ser coordenado e livre de improvisação. Desenvolver um trabalho em equipe implica em superar desafios diários, como relacionamento interpessoal, entrosamento, objetivos em comum, ”falar a mesma língua”, ouvir e dar sugestões, acreditar, confiar, compreender. É um constante aprendizado que traz inúmeros benefícios, não só aos pacientes, mas aos profissionais envolvidos. Que tal começar as mudanças agora?

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Prevenção e educação em saúde bucal O OdontoComunidade conta com cirurgiões-dentistas, estudantes de Odontologia, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes e técnicos em saúde bucal. Esses profissionais se unem para disseminar a educação em saúde bucal entre as crianças de comunidades carentes e os pertencentes ao núcleo da “melhor idade”.

Por: Vanessa Navarro

Dra. Helenice Biancalana

Especialista em Odontopediatria. Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares. Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente. Diretora do Departamento de Prevenção e Promoção de Saúde da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas APCD Central. Diretora da Associação Paulista de Odontopediatria - APO. Coordenadora dos Projetos de Educação e Prevenção desenvolvidos pela APCD em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social-SMADs e com as Faculdades de Odontologia - Ação SOS Sorriso Saudável. Coordenadora do Projeto Odontologia Comunidade Crianças, realizado durante o CIOSP - Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo – APCD. Coordenadora do Projeto Odontologia Comunidade Idosos, realizado durante o CIOSP - Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo - APCD.

Odonto Magazine - Quem idealizou e como surgiu o Odontologia Comunidade? Qual é o propósito do projeto? Dra. Helenice Biancalana - O Odontologia Comunidade já foi um Projeto, hoje é uma Atividade ou uma Ação Permanente e Indispensável de todas as edições do Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo – CIOSP. O primeiro evento aconteceu em 1992, uma ação pontual, importante e fundamental para o continuísmo deste trabalho até os dias atuais. Foi no 15º CIOSP, que a Colgate montou o escovódromo, forneceu os Kits de escovação. Uma grande Tenda abrigou o Projeto separadamente das atividades científicas e da Feira do CIOSP. O principal objetivo é “popularizar” a importância da saúde bucal, isto é, educar especialmente as crianças por meio de atividades lúdicas, motivando-as e despertando o interesse delas para os cuidados de higienização bucal, ensinando e ao mesmo tempo interagindo com os participantes com brincadeiras, incorporando assuntos sobre a alimentação mais saudável e equilibrada. Odonto Magazine - Quais são as ações educativas e preventivas realizadas pelo Odontologia Comunidade? Dra. Helenice Biancalana - O Odontologia Comunidade é um Programa de Saúde Bucal Coletiva totalmente voltado para a Promoção da Saúde. São desenvolvidas eminentemente ações de educação e prevenção em saúde bucal. A metodologia utilizada compõe-se de: recepção e condução das crianças para o espaço do “Projeto”. As boas-vindas são dadas pelo teatro do Dr. Dentuço – Colgate, com alegria e muita interação

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entre os atores, monitores e crianças, transformando o OdontoComunidade em festa e alegria. Todos os ensinamentos são aplicados na segunda etapa do projeto: o Escovódromo. Ali, cada criança recebe o seu Kit Dr Dentuço (escova, creme dental, folheto de orientações) e a atenção especial e individual de um monitor voluntário ou um Doutor Mirim, que o ensinará a escovar os dentes e higienizar melhor a boca (bochechas e língua), além de orientá-lo sobre a quantidade ideal de dentifrício a ser colocado na escova. Neste momento, o voluntário vai motivá-lo ao uso racional da água, utilizando a água da torneira somente quando for necessário, apontando as noções de responsabilidade e de envolvimento social. A SABESP esteve envolvida no último evento. Na terceira etapa, as crianças colocam no papel toda a informação recebida até o momento, sedimentando o conhecimento adquirido com desenhos coloridos e jogos lúdicos fornecidos pela Colgate. Na quarta etapa, os pequenos se preparam para sair e recebem as embalagens com as refeições: lanche natural, suco natural de caixinha e uma fruta (maçã). Esta ação complementa a importância real da prevenção em saúde bucal. As crianças ainda levam uma sacola com jogos e atividades para serem trabalhadas na escola e em casa. O transporte já está à espera das crianças e de seus educadores para levá-los de volta para a instituição de ensino. Odonto Magazine - Como as instituições educacionais interessadas em participar da ação devem proceder?

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Relacionamento melhorar a qualidade de vida dessas crianças? Dra. Helenice Biancalana - O Odontologia Comunidade é uma ação em Saúde Bucal Coletiva e oferece um conjunto de atividades educativas com o objetivo de promover a cidadania e melhorar a qualidade de vida das crianças atendidas e também de suas famílias. Para essas crianças, educadores e familiares, o dia do Odontologia Comunidade é um dia de passeio e de alegria, abrindo um caminho para a educação, para o envolvimento com o meio ambiente, valorizando o indivíduo, dandolhe funções e oportunidades que muitas vezes não percebem ou não acontecem no seu dia a dia. A condição de saúde bucal das crianças que visitam o Odontologia Comunidade está entre os índices estimados de CPOD do Ministério da Saúde, Coordenação de Saúde Bucal. É possível estimar, baseados em evidências científicas, que em média 75% dessas crianças estão com a saúde bucal bastante equilibrada, ou seja, existe baixo risco de cárie.

Dra. Helenice Biancalana - As instituições são avaliadas por critérios pertinentes da Assistência Social, visitadas e selecionadas para participarem do Odontologia Comunidade. Mais informações podem ser obtidas através do e-mail prevenção.apcd@apcdcentral.com.br ou dos telefones: (11) 2223-2555 e 2223-2556. Odonto Magazine - Quantas crianças já foram orientadas durante a existência do Odontologia Comunidade? Dra. Helenice Biancalana - O Odontologia Comunidade assiste 2.500 crianças/ano, portanto, em média nos últimos 10 anos foram 25.000 crianças assistidas pelo Trabalho de Educação em Saúde Bucal. Todas as crianças participam do circuito completo, conforme descrito anteriormente. Entre elas muitas se destacam e se interessam diferencialmente, transformando-se em Doutores Mirins de Saúde Bucal, que é o trabalho dos monitores da Comissão Organizadora do Projeto. Durante o ano que antecede ao Projeto, os Componentes da Comissão Organizadora (Dentistas, estudantes de Odontologia Voluntários etc.) organizam e formam os Doutores Mirins em Saúde dentro das Instituições que visitarão o Congresso. Os Doutores Mirins auxiliarão os monitores e, sob a coordenação dos seus formadores, irão contribuir com o desenvolvimento do Projeto e serão os agentes multiplicadores da ação em seus lares, escolas e comunidades. Odonto Magazine - De que maneira as palestras educativas ministradas por profissionais e estudantes voluntários podem

Odonto Magazine - O Odontologia Comunidade não se restringe apenas ao público infantil, a ação conta com a divisão educacional para os idosos. Quais são os benefícios oferecidos para essa população na “melhor idade”? Dra. Helenice Biancalana - Desde 2007, durante o 25º CIOSP, os idosos também participam de uma ação coletiva de promoção de saúde, com o apoio e importante parceria da Oral B. No último ano, no Congresso do Centenário, a Johnson & Johnson foi a grande colaboradora. A atenção odontológica para grupos não-escolares requer que políticas públicas de promoção de saúde bucal para as pessoas idosas sejam formuladas, para que elas possam viver essa época da vida com qualidade. Com o aumento dessa faixa etária, torna-se necessário e primordial modificar o quadro de desatenção para com a saúde bucal do idoso brasileiro. Diante do exposto, é necessário desmistificar ao idoso que envelhecer não significa ficar desdentado. A autoavaliação pode ser feita em casa por qualquer indivíduo. Neste Projeto, a equipe voluntária desenvolve ações de educação (palestras ilustrativas), orienta a higienização bucal individualmente, com escovação adequada, estimulando a realização do autoexame diário, cuidados e limpeza correta das próteses, sempre com toda atenção e carinho que esta idade merece. Também são realizados exames clínicos que avaliam a porcentagem dos dentes, lesões de mucosa e CPOD e, ainda, testes para a averiguação de doenças crônicas, como o teste de glicose, e os testes de verificação da cognição, prevalência de doenças crônico-degenerativas, quantidade de medicações ingeridas pelos indivíduos, além de outras questões. Odonto Magazine - Os profissionais de odontologia voluntários do OdontoComunidade Idosos estão preparados para o crescimento eminente da população idosa? Dra. Helenice Biancalana - A Equipe que desenvolve o Projeto Odontologia Comunidade Idosos é composta por voluntários Especialistas em Odontogeriatria e coordenada pela Professora do Curso de Odontogeriatria da APCD. É uma equipe multidisciplinar, que conta com os cirurgiões-dentistas especialistas, enfermeiros, fisioterapeutas, ministradores de dança sênior especializada em terceira idade. É uma equipe muito envolvida e competente e que faz um trabalho magnânimo.

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Ponto de Vista

Ergonomia: doenças de risco e prevenção Parte II

Vanessa Camilo Borges

Alexandre Menoncello Ballerine

Graduada em Educação Física. Pós-Graduada em Fisiologia do Exercício. Especializada em GL Ginástica Laboral. Coordenadora Científica e Pedagógica da Biológica. Professora dos cursos de ASB e TSB da Biológica. Membro da diretoria da ALAPOS (Associação Latinoamericana de Pesquisa em Odontologia e Saúde).

Graduado em Fisioterapia. Especialista em Estabilização Segmentar, Fisioterapia e Fisiologia do Exercício. Docente das disciplinas de Ergonomia, Primeiros Socorros e Agentes Infecciosos nos cursos de Auxiliar em Saúde Bucal / Técnico em Saúde Bucal (APCDs e ABO). Pratica Home-Care nas áreas de Neurologia (adulto e infantil), Ortopedia, Geriatria e Cardiorrespiratória. Membro da ALAPOS (Associação Latino Americana de Pesquisas em Odontologia e Saúde).

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artigo visa abordar algumas doenças ocupacionais que mais acometem os profissionais da área odontológica e sugerir, por meio da prática de exercícios, a prevenção das mesmas. Como foi dito na edição anterior, os profissionais da área odontológica estão sujeitos aos riscos ocupacionais devido à natureza de suas funções, tendo como consequência o risco de patologias, abreviação da vida profissional, invalidez e até mesmo a morte. Uma pesquisa realizada no município de São Paulo, com 1088 cirurgiões-dentistas com idade superior a 20 anos, detectou mais de 500 patologias provavelmente relacionadas ao exercício destes profissionais, algumas delas como a tenossinovite, a bursite e a tendinite são muito comuns entre estes profissionais. A seguir abordaremos algumas patologias que podem ser diagnosticadas entre os profissionais da área odontológica.

Tendinite É a inflamação do tendão (estrutura branca, brilhante, de grande resistência a cargas e que liga o músculo ao osso) que pode ter como causa movimentos repetitivos, excesso de força, posições viciosas ou variações anatômicas do tendão. São comumente diagnosticadas no ombro, cotovelo, extensores dos punhos, joelho e calcanhar, onde, inicialmente, diagnosticam-se sintomas de um processo inflamatório comum (dor, calor, vermelhidão e inchaço), causando incômodo e diminuindo ou interrompendo as atividades físicas.

Bursite É a inflamação de uma pequena bolsa com líquido em seu interior que envolve as articulações e funciona como amortecedor entre ossos, tendões e tecidos musculares, em especial: ombros, cotovelos e joelhos. Estatisticamente infecções, artrite (inflamação das articulações), gota (depósito de cristais de ácido úrico na articulação) e ações mecânicas, como traumatismos, esforço, uso excessivo das articulações e movimentos repetitivos, destacam-se entre as cau-

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sas mais frequentes. Podemos citar a dor, o edema (inchaço), a inflamação e a restrição de movimento como os sintomas mais comuns da doença.

Tenossinovite Doença resultante do atrito excessivo do tendão que liga o músculo ao osso. É considerada um “mal do avanço tecnológico”, pois tem acometido trabalhadores que utilizam movimentos repetitivos das mãos, por exemplo, digitadores, caixas, dentistas, ASBs e TSBs, pianistas e etc. Normalmente os primeiros sintomas da doença são: um leve desconforto na mão mais utilizada, um peso no braço e uma dor localizada. Com o passar do tempo, as dores vão se acentuando, e a força muscular, diminuindo. Em uma fase mais crítica pode ocorrer atrofia dos dedos, impedindo não só que o paciente realize tarefas simples do dia-a-dia (como segurar um copo), mas também pode determinar a aposentadoria precoce deste trabalhador.

Síndrome do ombro doloroso Síndrome que atinge estruturas responsáveis pela movimentação do ombro (articulações, tendões e músculos, bursas, cápsulas e ligamentos) que tem como características a dor e a impotência funcional em graus variados. Há uma estimativa aproximada de que a SOD é causada em 80% dos casos por bursite, em 8% dos casos por miofribosite, e em 15% dos casos por atrites nos ombros. Os 7% restantes surgem por outros motivos variados.

Síndrome do Túnel do Carpo Resultado da compressão de um nervo (mediano) responsável pela sensibilidade e movimentação do polegar e alguns outros dedos e músculos da mão. Tem como características a dor, as alterações de sensibilidade e/ou o formigamento do punho. A STC é relacionada aos movimentos inadequados e repetitivos. Os sintomas podem variar desde a diminuição de sensibilidade nos dedos (menos no mínimo), causando dificuldade para que a

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Ponto de Vista

Componentes Protéticos PecLab

pessoa amarre os sapatos ou descasque frutas, até as sensações de choques em determinadas posições da mão, que podem dar a impressão de ser um “derrame” ou ”problemas de circulação”, levando à procura de profissionais das respectivas áreas. Por meio de exercícios, procuramos amenizar os possíveis sintomas e prevenir a instalação de patologias que podem abreviar a carreira dos profissionais da área odontológica.

Roteiro para exercícios » Sentado com as costas totalmente apoiada. Pernas formando um ângulo de 90 graus e pés apoiados no chão. Deve-se permanecer em cada posição por no mínimo 15 segundos. » Fazer uma rotação dos ombros para trás e para frente. » Estender os braços na frente do corpo com os dedos entrelaçados. » Ainda com os braços estendidos, elevá-los acima da cabeça. » Com os cotovelos apoiados, entrelaçar os dedos e mexer os punhos em todos os sentidos. » Com o braço estendido na frente do corpo, fazer a extensão do punho, puxando os dedos para baixo. Uma vez de cada lado. » Na mesma posição, fazer a flexão do punho, puxando os dedos para cima. Uma vez de cada lado. » Estender o braço na frente do corpo (ao lado) e empurrá-lo para trás, pelo cotovelo. Uma vez de cada lado. » Elevar o braço flexionado nas costas e o antebraço por trás da cabeça. Puxar o cotovelo para baixo com a mão oposta. Uma vez de cada lado. » Com os braços estendidos ao lado do corpo, abrir a mão com os dedos bem estendidos e fechá-la bem forte. Repetir várias vezes.

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Na próxima edição haverá mais exercícios para complementação da série. Também serão mencionados outros males que podem atingir os profissionais da Odontologia.

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Coluna - Gestão Odontológica

Tendências da sociedade e do mercado odontológico: apostas para 2011 e 2012 – Parte II Felipe Chibás Ortiz

Diretor da Consultoria Perfectu. Psicólogo. Mestre e Doutor pela USP em temas de Gestão e Comunicação Organizacional. Especialista em Marketing Direto pela Universidade Alcalá de Henares, Espanha. Autor de 11 livros publicados em vários países.

Claudia Firmino de Freitas

Diretora da Perfectu. Odontóloga. Especialista em Ortodontia e em Atendimento e Fidelização ao Cliente pela Universidade Politécnica de Madrid, Espanha.

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o artigo anterior foram abordadas algumas tendências do mercado odontológico. No presente, continuamos a explicar mais algumas. O cenário econômico mundial mudou bastante, com a China cotada como segunda economia mundial e o Brasil como a sétima. Investimentos pesados estão sendo feitos em produto do Brasil, futura sede dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo de Futebol. A presidente Dilma Roussef está dando continuidade à exitosa política do seu predecessor e está tendo elevados índices de aprovação de sua gestão. Neste cenário socioeconômico, a economia brasileira e o mercado odontológico têm um futuro promissor. A seguir mostramos algumas das tendências do mercado odontológico para este ano: » Turismo médico e odontológico: o turismo receptivo médico e odontológico crescerá, dado que muitas pessoas de outros países procurarão ser atendidas no Brasil, devido aos preços mais acessíveis, assim como pela facilidade de contato atual, via site, e-mail ou mídias sociais com pessoas distantes geograficamente. Isso tudo associado ao reconhecimento que a Odontologia e a Medicina brasileira estão a cada dia ganhando internacionalmente. » Educação continuada: a procura por capacitação profissional na área de gestão pelos profissionais da saúde crescerá, sobretudo por parte dos recém-formados e pelos os que se formaram a partir do ano 2000. Estes profissionais que precisam achar ou definir melhor seu espaço no mercado de trabalho sentem mais o incremento da competição e a presença dos convênios médicos e odontológicos. Será incrementada também a procura por mestrado e doutorado pelos profissionais do setor referente a parte técnica e também aos temas de gestão na saúde. Em anos anteriores não existia essa preocupação, dado que depois de formado todos eram tratados como “doutores” pelos pacientes e os títulos acadêmicos não faziam

diferença. Mas, hoje, chegou ao ponto no qual estar formado ou ser especialista não é mais um diferencial. » Mercado feminino: as mulheres dentistas e profissionais da saúde cada vez mais passarão a fazer cotação de preços de material odontológico e cirúrgico, assim como comprarão pela internet. Serão criados serviços e blogs que expressam, de forma privilegiada, o critério e as formas de pensar feminino. » Demanda de profissionais eficientes: cada vez mais existirá uma maior atuação de determinados grupos profissionais, mais eficientes, flexíveis, multidisciplinares, proativos e capazes de trabalhar em equipe. Os profissionais com este perfil serão mais valorizados no mercado de trabalho do setor da saúde. Serão cada vez menos valorizados os profissionais “estrelas”, egocêntricos e que não sabem cooperar com os outros, mesmo sendo bons tecnicamente. » Responsabilidade social: cada vez mais os dentistas, os demais profissionais da saúde e as organizações cooperam com causas sociais. Doar medicamentos, ajudar as pessoas ou comunidades nas situações de desastre no país ou fora dele, fazer atendimentos gratuitos, ter um projeto de responsabilidade social no seu consultório, clínica, hospital, farmácia ou serviço de saúde, tornaram-se realidades cotidianas. Neste ponto destacarão as ações que envolvam o meio ambiente. » Tratamento humanizado: os pacientes procurarão cada vez mais os consultórios, clínicas e hospitais que tenham um tratamento mais humanizado e valorizem o natural. Aqueles dentistas ou profissionais da saúde que usam medicamentos ou tratamentos com produtos naturais, devem explicar seus tratamentos para o paciente e o diferencial que eles oferecem; ter equipes treinadas em atendimento e fidelização; e usar as mídias sociais como forma de interação com seu público-alvo, assim, terão um retorno maior. www.perfectuodontologia.com.br

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Coluna - Mínima Intervenção

Remoção química e mecânica da cárie Sandra Kalil Bussadori Especialista em Odontopediatria. Mestre em Materiais Dentários pela FOUSP. Doutora em Odontopediatria pela FOUSP. Pós-Doutora em Ciências pelo Departamento de Pediatria da UNIFESP/EPM. Professora do Curso de Mestrado em Ciências da Reabilitação da UNINOVE. Professora da UNIMES. Professora Coordenadora dos cursos de especialização em Odontopediatria da APCD Central e ABCD, em São Paulo.

Carolina Cardoso Guedes Especialista em Odontopediatria. Mestre em Ciências - Departamento de Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria da UNIFESP/EPM. Professora das disciplinas de Odontopediatria e Cariologia da Universidade Braz Cubas. Professora Assistente dos cursos de especialização em Odontopediatria da APCD Central e ABCD, em São Paulo.

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remoção química e mecânica da cárie é uma técnica minimamente invasiva para remoção do tecido cariado, na qual se utilizam instrumentos não cortantes associados a agentes que amolecem quimicamente a dentina infectada, facilitando sua remoção e assegurando ao paciente um maior conforto quando comparado ao método convencional (uso de alta rotação). Como não há estímulos cortantes, não há a necessidade do uso de anestesia. A remoção química e mecânica da cárie foi introduzida em 1972, quando surgiu um produto denominado GK 101, o primeiro sistema para remoção química e mecânica da cárie. O GK101 promovia uma remoção do tecido cariado lentamente, de modo que para melhorar a velocidade da reação foi desenvolvido o GK101E ou Caridex™, como o mesmo foi denominado em 1984 pela FDA. O Caridex™ era composto por ácido aminobutírico-N-monocloro-DL-2 (NMAB) e, além de não remover efetivamente o tecido cariado, apresentava outros inconvenientes, como a necessidade de aquecimento, grande quantidade de solução para a remoção da cárie, aparatologia complexa e alto custo. A necessidade de promover melhorias na técnica, criando um produto mais simples e de fácil utilização, acabaram por culminar no desenvolvimento do Carisolv™, gel constituído por um fluido de alta viscosidade, que contém além de três aminoácidos (leucina, lisina e ácido glutâmico), cloreto de sódio, eritrosina, carboxi-metil-celulose (CMC), água destilada e hidróxido de sódio e por uma solução de hipoclorito de sódio de baixa concentração (0,5%). Com o intuito de globalizar a utilização dos sistemas de re-

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moção química e mecânica do tecido cariado, promovendo o emprego desta técnica principalmente no âmbito de saúde pública em 2000, Bussadori e Miziara desenvolveram um gel à base de papaína, cloramina e azul de toluidina para remoção química e mecânica da cárie, um produto totalmente nacional, registrado e aprovado pela Anvisa sob o n° 80013980025, denominado em 2003, Papacárie. Em 2011 uma nova versão do produto chegou ao mercado, o Papacárie Duo, que possui um maior tempo de validade (dois anos, ao contrário do anterior, que era de um ano) e que não precisa ser armazenado em geladeira. O Papacárie é um material à base de papaína e cloramina que alia as propriedades da remoção químico-mecânica atraumática da cárie com baixo custo, fácil aplicabilidade e que não necessita de aparatos tecnológicos para ser realizado. Alia características atraumáticas com a ação bactericida

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Coluna - Saúde Pública

e bacteriostática, o que torna esta técnica uma alternativa eficaz para o tratamento de lesões de cárie. A papaína interage com o colágeno exposto pela dissolução dos minerais da dentina pela ação das bactérias, tornando a dentina infectada mais amolecida, permitindo sua remoção por meio de instrumentos não cortantes, dispensando, assim, o uso de anestesia e de instrumentais rotatórios. A cloramina é um composto que contém cloro e amônia e possui propriedades bactericidas e desinfetantes. Baseado no princípio de que um ingrediente ativo age no colágeno pré-degradado da lesão promovendo o amolecimento do mesmo, o gel realiza sua ação sem agir nos tecidos sadios adjacentes e sem provocar estímulos dolorosos. O método de remoção químico e mecânico da cárie dispensa, na grande maioria das vezes, o uso do motor e da anestesia. Assim, torna o procedimento de remoção da cárie rápido e muito mais confortável. Além disso, preserva melhor os tecidos sadios do dente, uma tendência da odontologia atual. O método de raspar somente o tecido infectado pela cárie preserva muito mais o tecido sadio subjacente, já que ele não é atingido pelo gel. Com a broca, esse controle não pode ser feito e sempre é removida dentina saudável junto ao tecido necrosado.

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Coluna - Saúde Pública

Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família Tatiana Pegoretti Pintarelli Cirurgiã-Dentista. Aprimoramento Profissional em Odontologia Hospitalar. Especialista em Saúde Coletiva. Mestre em Odontologia, área de concentração em Saúde Bucal durante a Infância e Adolescência. Cirurgiã-Dentista da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba-PR.

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m pouco de história (...). As bases para a construção do Sistema Único de Saúde (SUS), na reestruturação da atenção básica, foram estabelecidas pela VIII Conferência Nacional de Saúde (8ª. CNS) e consolidadas com a Constituição de 1988 (artigo 196). O SUS, em sua essência, é constituído por princípios doutrinários (universalidade, equidade, integralidade) e organizativos (participação popular, descentralização, regionalização, hierarquização). Em 1994, na reestruturação da atenção primária à saúde, proposta pelo SUS, houve a instalação do Programa de Saúde da Família (PSF). Assim, para aplicabilidade dos princípios organizativos do SUS, tornou-se indispensável inserção e normatização de equipes multidisciplinares em Unidades Básicas de Saúde (UBS) com PSF, dentre elas as Equipes de Saúde Bucal (ESB), que passou a acontecer a partir de 2000. Com as modificações contínuas na assistência à saúde, em reconhecimento à situação socioeconômica e biológica das áreas das UBS, a nomenclatura do PSF foi alterada para Estratégia Saúde da Família (ESF), em 2006. A necessidade de monitorar o exercício do SUS em todos os níveis de atenção à saúde reforçou a existência do Pacto pela Saúde, com revisão anual, nos aspectos relacionados à Vida, Defesa do SUS e Gestão em Saúde. A construção da ESF em grandes e pequenos centros urbanos constitui um grande desafio ao SUS, exigindo constante reformulação, intenso planejamento, organização de fluxo de assistência e abordagem diferencial, com o cuidado voltado para o núcleo familiar. É neste contexto desafiador que se insere a Saúde Bucal.

A Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família A Saúde Bucal, na reorganização da atenção primária da saúde, é compreendida como parte integrante e inseparável da saúde geral do indivíduo, relacionando-se com condições biológicas, demográficas e socioeconômicas. Assim, ensinar que a “boca é a porta para a saúde do corpo” repercute na melhoria da qualidade de vida das pessoas; além de possibilitar uma mudança na dinâmica de atenção à saúde - o cuidado em saúde bucal

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abrange uma equipe de trabalho integrada que se relaciona com os usuários e participa da organização dos serviços de saúde para dar resposta às demandas da população. A integração da ESB com a UBS possibilita o aumento do acesso da população às atividades educativas e consultas ambulatoriais, apresentando resultados positivos que reforçam o vínculo com a comunidade e maior resolubilidade das doenças. A implantação das ESB, na maioria das UBS, ocorreu após implantação da ESF. Portanto, não havia o conhecimento do panorama das necessidades de saúde bucal nestas comunidades. Nesses casos, a ESB é orientada a avaliar o perfil epidemiológico da área de abrangência da UBS, ao realizar um diagnóstico situacional antes de estabelecer as prioridades de atendimento. Este envolvimento diferenciado da ESB no atendimento dos pacientes e nas dinâmicas de trabalho da UBS é indispensável para a consolidação de práticas de vigilância à saúde, no realce constante do “cuidado ao paciente”. Desta forma, a inclusão da Saúde Bucal na ESF mostrou a possibilidade de criação de espaço para novas práticas e relações a serem construídas para reorientação do processo de trabalho na atuação da Odontologia – a Odontologia Social e Humanitária direcionada por

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Coluna - Saúde Pública

princípios do SUS. Atualmente, são mais de 20,4 mil ESB presentes em 4.829 municípios brasileiros, em plena expansão.

Desafios e pontos de fragilidade Com efeito da reorganização na atenção básica odontológica, incluindo a Saúde Bucal na ESF, há alguns avanços a serem considerados. Os dados preliminares da segunda Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SB Brasil, 2010) apontaram crescimento de 57% nos atendimentos odontológicos no SUS. Neste contexto, para os adultos, houve redução de 30% no número de dentes cariados, queda de 45% no número de dentes perdidos por cárie, além do aumento de 70% no número de dentes tratados, no período de 2003 a 2010. Entretanto, persistem alguns desafios a serem enfrentados na expansão da Saúde Bucal na ESF. Dentre eles, é possível citar alguns: o desafio do trabalho em equipe, a real prática da universalidade e equidade no acesso à saúde, as diversidades econômicas convivendo em uma mesma área de abrangência (condomínios fechados e favelas, por exemplo) e o predomínio e ascensão da violência em áreas de privação socioeconômica. Além dessas, há muitas barreiras organizacionais a serem superadas, como a alocação dos profissionais com perfil adequado ao exercício da Saúde bucal na ESF, a rotatividade dos profissionais de saúde, a forma de contratação e salários e o acesso a Educação Continuada periódica. No entanto, tendo em mente que o SUS é um “adulto jovem” de 22 anos e a Saúde Bucal na ESF é uma “criança quase na adolescência”, os avanços, já alcançados, são positivos e o futuro (...) promissor.

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Caso Clínico

Facetas diretas com Opallis: passos clínicos Sanzio Marques Mestre em Dentística Restauradora. Especialista em Prótese Dental. Autor do livro “Estética com resinas compostas em dentes anteriores: percepção, arte e naturalidade”. Coordenador do Curso de Excelência em Odontologia Estética do IEO-Belo Horizonte. Coordenador do Curso Dominando a Arte com Resinas Compostas do IEO - Belo Horizonte.

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entes com severo escurecimento necessitam de espaço suficiente no preparo para opacificar a cor indesejável e ainda possibilitar uma profundidade (penetração da luz nas camadas subsequentes) e “vida” à restauração. O bom senso clínico supõe ainda a cimentação adesiva prévia de pinos de fibras

de vidro, neste caso sim, onde o dente foi desgastado consideravelmente, como fator de reforço. Segue o passo-a-passo clínico de facetas diretas em dois incisivos centrais superiores tratados endodonticamente e com escurecimento severo.

Figuras 1, 2 e 3 Caso inicial mostrando severo escurecimento dos elementos 11 e 21.

Figura 4 Mensuração vestibular com uma fresa e cursor do comprimento dos pinos, deixando um mínimo de 5 mm de guta percha intacta no delta apical.Uma boa radiografia nesta etapa é fundamental.

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Figuras 5, 6, 7 e 8 Vista palatina dos incisivos, abertura da câmara pulpar, desobstrução do conduto com broca de largo e preparo com fresa apropriada do kit de pinos White Post DC (FGM), de acordo com os pinos selecionados por meio de radiografia. Os pinos escolhidos para o caso em questão foram o DC3.

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Caso Clínico

Figuras 9 e 10 Prova e recorte dos pinos.

Figuras 11 e 12 Tratamento de superfície dos pinos. Com o auxílio de Cavibrush (FGM), limpeza com álcool, aplicação de uma camada de silano, aguardando um tempo de 60 segundos.

Figuras 13, 14 e 15 Tratamento do conduto e câmara pulpar. Condicionamento com ácido fosfórico Condac 37 por 15 segundos; remoção do ácido e subprodutos do condicionamento com água em seringa hipodérmica com uma cânula fina; e secagem do conduto com seringa tríplice e cones de papel absorventes para manutenção de umidade da dentina.

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Caso Clínico

Figuras 16, 17, 18, 19 e 20 Aplicação de um sistema adesivo de presa química Camada de primer seguida de remoção de excessos com cones de papel e jatos de ar. Fotoativação do primer. Aplicação da mistura de base e catalisador do adesivo e remoção de excessos com cones de papel e jatos de ar.

Dentes com severo escurecimento necessitam de espaço suficiente no preparo para opacificar a cor indesejável Figura 21 Cimento resinoso All Cem (FGM) sendo inserido no conduto com broca lentulo, após manipulação de pasta base e catalisadora.

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Caso Clínico

Figuras 22 e 23 Inserção dos pinos White Post DC (FGM) e fotoativação do cimento All Cem (FGM) por 60 segundos.

Figuras 24 e 25 Camada de resina Opallis (FGM) seladora da câmara pulpar sendo fotoativada.

Figuras 26 e 27 Modelo de gesso da arcada superior obtido de um molde de alginato e enceramento dos elementos 11 e 21, restaurando as bordas incisais desgastadas. Deste enceramento foi confeccionada uma matriz com silicone pesado para auxílio durante o procedimento restaurador.

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Caso Clínico

Figura 28 Inserção de um fio retrator Pro Retract 00 (FGM) no sulco gengival para reduzir a possibilidade de contaminação da restauração pelo fluído gengival, tendo em vista que a restauração foi confeccionada sob um isolamento absoluto modificado.

Figuras 31,32 e 33 Figuras 29 e 30 Canaletas de orientação do preparo.

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Desgaste vestibular e incisal. Checagem do desgaste incisal (aproximadamente 2 mm) com a matriz de silicone e acabamento dos preparos com discos Diamond Pro (FGM).

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Caso Clínico

Figura 34 Uma camada da massa mais opaca do sistema Opallis (FGM), a OW, foi polimerizada em cima do preparo para conferir sua capacidade de mascarar totalmente o escurecimento. Chegou-se a conclusão que esta foi insuficiente, e que só conseguiríamos isso se aumentássemos a espessura, o que comprometeria a profundidade superficial da faceta, deixando-a muito opaca e sem “vida”.

Figuras 35 e 36 Preparo concluído já sob isolamento. Observe um sangramento controlado com agente hemostático (FGM).

Figuras 37, 38 e 39 Condicionamento dos preparos com Condac 37 (FGM) por 15 segundos. Aplicação de um sistema adesivo de dois passos e fotoativação.

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Caso Clínico

Figuras 43 e 44 Aplicação de um opaco em pasta Creative Color Opaquer Pink para mascarar o escurecimento dental. Uma fina camada deste opaco em pasta consegue o que necessitaríamos de uma espessa camada da resina OW. Com isso, podemos trabalhar as camadas superiores com massas mais translúcidas, ganhando em estética e naturalidade.

Figuras 40, 41 e 42 Com o auxílio da matriz de silicone, uma camada de resina responsável pela reprodução do esmalte palatino e incisal foi inserida. Para esta fina camada foi utilizada uma resina translúcida Opallis T-Blue (FGM).

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Figura 45 Fina camada de resina opaca Opallis OP (FGM) na região correspondente a dentina.

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Caso Clínico

Figuras 46 e 47 Uma maior cromatização da dentina com Opallis DA4 (FGM) na região cervical e Opallis DA2 nos terços médio e incisal, mantendo o desenho de três mamelos incisais.

Figuras 48 e 49 Uma resina incisal Opallis T-Blue (FGM) sendo colocada estrategicamente na incisal ao redor dos mamelos dentinários. Observe, após a polimerização desta, o sutil efeito translúcido opalescente.

Figuras 50 e 51 Caracterização com corantes resinosos. Branco para criar efeitos de hipoplasias e ocre para contraopalescência.

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Figura 52

Figura 53

Esmalte vestibular sendo reproduzido com uma mistura de Opallis E Bleach H com VM (esmalte de médio valor) (FGM).

Fotoativação final com uma camada de Oxiblock (FGM) bloqueando o oxigênio para uma melhor polimerização da camada resinosa superficial.

Figuras 54, 55 e 56 Com uma lâmina 12 de bisturi, os excessos cervicais foram removidos. Com a mesma lâmina é realizado um tipo de corte interdental, seguido de uma torção com espátula para separação dos dentes.

Figuras 57, 58, 59 e 60 Determinação da forma básica dos dentes com discos Diamond Pro (FGM) de granulação grossa.

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Figuras 61 a 69 Texturização e brilho de superfície obtidos com discos Diamond Pro (FGM), pontas diamantadas, pasta de óxido de alumínio com feltro Diamond Flex (FGM), além de tiras Epitex para polimento interproximal.

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Figuras 70, 71, 72 e 73 Excelente resultado estético obtido com as facetas de Opallis (FGM). Aspecto natural e mimetismo com demais dentes do paciente.

Figuras 74 e 75 Fluorescência e opalescência naturais de Opallis (FGM).

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Levantamento do seio maxilar com pontas ultrassônicas Cvdentus® e instalação simultânea do implante Leandro Costa Matias

Marco Antonio Canada Salioni

Especialista em Dentística Restauradora. Professor Assistente do Programa de Pós-Graduação em Implantodontia da Universidade Cruzeiro do Sul, São Miguel Paulista, SP.

Mestre e Especialista em Disfunção Temporomandibular (ATM) e Dor Orofacial.

Silmara Elena Papa Pellizoni Mestre em Disfunção Temporomandibular (ATM) e Dor Orofacial. Pós-Graduando em Implantes pela Universidade Cruzeiro do Sul, SP.

Ricardo Prado Grion Pós-Graduando em Implantes pela Universidade Cruzeiro do Sul, SP.

U

m dos casos mais comuns encontrados na odontologia moderna é a falta dos elementos dentários superiores posteriores, que podem ser unilateral ou bilateral. Uma das técnicas citadas para solucionar este problema é a cirurgia de levantamento do seio maxilar, que visa o ganho de espaço para colocação de implante ósseointegrado em regiões com densidade óssea mais pobre1. Os implantes são muito procurados pelos pacientes, sendo importante que os dentistas conheçam as limitações desse procedimento, que requer como base o suporte ósseo em altura e espessura suficiente para instalação dos implantes2.

Caso clínico Paciente I.A, 46 anos, sexo feminino, leucoderme, com perda dos elementos dentais posteriores unilateral direito e com grande perda óssea devido à falta de carga mastigatória nessa região. Depois de análise dos exames complementares de radiografia panorâmica juntamente com minuciosa anamnese ficou indicado a cirurgia de levantamento de seio maxilar superior direito para a instalação de implante dentário (figuras 1 e 2). Iniciou-se então o procedimento da cirurgia de seio maxilar direito com anestesia e a técnica de infiltração local supraperióstea com lidocaína seguida da incisão mucoperióstica com bisturi lâmina 15 deslocada para palatino (figura 3) com o descolador de Molt, expondo o osso por vestibular, permitindo a abertura da janela de acesso (figura 4). O corte ósseo foi realizado utilizando um ultrassom piezoelétrico da marca CVDentus 1000 (figura 5) com número de série US019/09, e em combinação com as pontas diamantadas ultrassônicas CVDentus® modelo R2 de formato esférico (figura 6), visto que neste sistema não há afinidade

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Figura 1 Radiografia panorâmica.

Figura 2 Radiografia panorâmica aproximada.

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Figura 3

Figura 4

Incisão mucoperióstea.

Sindesmotomia.

Figura 5

Figura 6

Ultrassom Piezoelétrico.

Ponta Ultrassônica CVDentus.

Figura 7

Figura 8

Abertura da janela de acesso.

Descolamento da membrana do seio maxilar.

com os tecidos moles da membrana do seio maxilar. Concomitante a isso, foi realizado irrigação com soro fisiológico (figura 7). A janela de acesso foi criada de forma oval, 2 cm de largura por 1 cm de altura, de acordo com a visualização radiográfica e confirmação por observação direta clínica, levando em consideração a raiz do dente 17. O corte ósseo foi realizado até que a cor azulada da membrana sinusal fosse visualizada (figura 7). Com uma cureta com ponta romba foi descolada a membrana de toda a parede óssea do centro para as laterais, evitando a pressão nessa estrutura (figura 8). Após o procedimento, foi

realizada a perfuração com broca cônica 3,5mm X 11mm de comprimento para colocação dos implantes de maneira imediata à cirurgia de enxerto, tendo o cuidado de proteger a membrana sinusal (figura 9). Em seguida foi inserido uma pequena quantidade do enxerto ósseo, previamente triturado (figura 10) na região posterior do seio maxilar anteriormente a instalação dos implantes. Foi utilizado enxerto alogênico por meio de um cubo odontológico de tecido humano fresco congelado (figura 11) para transplante retirado do fêmur direito pesando 3 gramas, com largura de 17mm, comprimento de 22mm e altura

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Figura 9

Figura 13

Perfuração para colocação do implante.

Implantes instalados.

de 10mm, do lote 11000035, com registro número 110047 e validade até 03/06/2016, proveniente do Banco de Tecidos Salvador Arena - Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Foram instalados implantes cônicos de 3,5mm X 11mm e 3,5mm X 10mm procurando a correta inclinação e fixação (figura 12), sendo em seguida promovido o preenchimento total da cavidade com restante do osso triturado (figura 13). Para finalizar, foi reposicionado o tecido mole e a coaptação das bordas e sutura do retalho.

Discussão Figura 10 Enxerto ósseo triturado.

O tratamento de levantamento de seio maxilar parece ser o melhor para a reabilitação de áreas comprometidas por perdas ósseas acentuadas, com resultados muitas vezes previsíveis e seguros. Desde a década de 1970 foram publicados inúmeros trabalhos com sucesso e bons resultaldos1. A maxila posterior parece diminuir em largura em uma taxa mais rápida do que em outras regiões da maxila3, sugerindo, em grande parte, cirurgia de levantamento do seio maxilar. O levantamento do seio maxilar com preenchimento ósseo e instalação imediata do implante favorece o prognóstico e tem aceitação acima de 90% 4, desde que bem indicado e com critérios bem definidos.

Conclusão

Figura 11 Enxerto Alógeno.

A técnica de levantamento de seio maxilar é eficaz e efetiva quando bem indicada. A colocação de implantes simultaneamente a esse procedimento pode encurtar o tratamento. O uso do ultrassom mostra-se de grande valia no que diz respeito a não perfuração da membrana, que inviabiliza esse tratamento.

Referências 1. Mish CE,: Treatment planning for edentulous maxillary posterior region. In Mish CE, editor: Contemporary implant dentistry, St. Louis, 1993, Mosby. 2. Tatum OH: Lecture presented at Alabama Implant study Group, Birmingham, Ala, 1997. 3. Pietrowsky J: The bony residual ridge in man, J Prosthet Dent 34:456-462, 1975.

Figura 12 Instalação dos implantes.

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4. Del Fabbro M, Testori T, Franchetti L et al: Systematic rewiew of survival rates for implants placed in the grafted maxillary sinus, Int J Periodontics Restorative Dent 24:565-577, 2004.

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Aplicabilidade clínica do Beta TCP – Bionnovation

T

Bruna Vitorazo Federici

Rubens Guida Junior

Graduada em Odontologia pela USP - SP. Mestre em Dentística Restauradora pela USP - SP. Atualização em Implantodontia pela APCD.

Graduado em Odontologia. Atualização em Implantodontia pela APCD.

écnicas convencionais de reparação óssea utilizam enxertos autólogos, que possuem propriedades de osteocondução e esteoindução. Porém, seu uso depende de áreas doadoras, o que nem sempre há a disponibilidade em relação ao local doador e quantidade de enxerto necessário. Nos casos de enxertos homólogos também há a questão da incompatibilidade imunológica1. As pesquisas científicas, ao longo dos anos, estudam o desenvolvimento e comportamento dos biomateriais com a finalidade de recuperar e manter o volume e os contornos anatômicos em regiões que perderam suas conformações anatômicas adequadas2. Biomateriais ósseos sintéticos, como o Beta fosfato tricálcico, foram desenvolvidos a partir de compostos minerais do osso3. Este biomaterial não tem a capacidade de induzir a diferenciação de células osteoprogenitoras, porém, serve como preenchimento de defeitos ósseos, orientando as células osteoblasticas e promovendo a neoformação óssea. O Beta fosfato tricálcico (B-TCP) é um material sintético (cerâmica porosa) que tem propriedades biológicas de biocompatibilidade e é reabsorvível pelo organismo, atuando como um arcabouço para crescimento ósseo. Sofre uma degradação progressiva, sendo substituída por tecido ósseo com o decorrer do tempo4. O BTCP é um material que é amplamente testado em animais para demonstrar sua capacidade como biomaterial para regeneração óssea. Tem demonstrado bons resultados clínicos em cirurgias odontológicas, médicas e na área biológica. O uso na odontologia vai desde a proteção do tecido pulpar em dentes com vitalidade até a utilização em regeneração óssea em defeitos ósseos isolados ou agregados aos implantes.

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Por ser um material sintético, o Beta fostato tricálcico pode se apresentar em forma de cimentos, blocos, grânulos, ou ainda em misturas com Hidroxiapatita. Algumas formulações deste composto ainda podem receber um revestimento de fator de crescimento humano recombinante fator-5 (rhGDF-5). Por meio dos estudos, percebe-se que a utilização do BTCP deve ter a indicação correta para uma neoformação óssea eficiente do local enxertado.

Caso clínico Paciente do sexo feminino com 46 anos de idade, leucoderma e bom estado geral de saúde. Em exame clínico da paciente verificou-se a ausência do incisivo central superior esquerdo. Em análise radiográfica, constatou-se a presença da raiz residual fraturada do elemento dentário. Após uma incisão linear sobre a crista óssea e descolamento do retalho mucoperiostal, a raiz residual foi removida, evidenciando um defeito ósseo vestibular. Seguiu-se toda a sequência de fresagem preconizada pela empresa para o implante selecionado (Implante Cônico Torque Direto – TD) e o mesmo foi instalado até o assentamento total à perfuração óssea. O Beta Fosfato Tricálcico (Bionnovation®) foi o biomaterial escolhido para o recobrimento das espiras visíveis do implante, devido ao defeito ósseo vestibular. À medida que o sangue é incorporado ao Beta TCP, este fica com uma consistência estável e permite ser modelado conforme a necessidade de preenchimento do local enxertado. Para que o biomaterial se mantenha em posição, uma Membrana PTFE (Bionnovation®) foi adaptada ao rebordo ósseo, recobrindo totalmente o enxerto. A sutura realizada conseguiu unir os retalhos em sua totalidade e protegendo o conjunto.

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Figura 1

Figura 2

Incisão linear gengival sobre a crista do rebordo ósseo.

Exodontia do elemento dentário fraturado.

Figura 3

Figura 4

Perfuração óssea com a broca cônica correspondente ao implante selecionado.

Instalação do implante Torque Direto – TD (Bionnovation®).

Figura 5

Figura 6

Implante com assentamento total à perfuração óssea, evidenciando o defeito ósseo vestibular.

Inserção do Beta TCP (Bionnovation®) para recobrimento do defeito ósseo.

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Caso Clínico NORMAS PARA PUBLICAÇÂO A seção CASO CLÍNICO da ODONTO MAGAZINE tem como objetivo a divulgação de trabalhos técnico-científicos produzidos por clínicogerais e/ou especialistas de diferentes áreas odontológicas. Gostaríamos de poder contar com trabalhos originais brasileiros, produzidos por cirurgiões-dentistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e médicos, para divulgar esse material em nível nacional por meio da revista impressa e pelo site: www. odontomagazine.com.br Os trabalhos devem atender as seguintes normas:

Figura 7

Figura 8

Aspecto final da região enxertada após a adaptação do biomaterial.

Membrana Surgitime PTFE Bionnovation.

1) Ser enviados acompanhados obrigatoriamente de uma autorização para publicação na ODONTO MAGAZINE, assinada por todos os autores do artigo. No caso de trabalho em grupo, pelo menos um dos autores deverá ser cirurgião-dentista. Essa autorização deve também dar permissão ao editor da ODONTO MAGAZINE para adaptar o artigo às exigências gráficas da revista ou às normas jornalísticas em vigor. 2) O texto e a devida autorização devem ser enviados para o e-mail: vanessa.navarro@vpgroup.com.br. As imagens precisam ser encaminhadas separadas do texto, em formato jpg e em altaresolução. Solicitamos, se possível, que o artigo comporte no mínimo três imagens e no máximo 30. As legendas das imagens devem estar indicadas no final do texto em word. É necessário o envio da foto do autor principal do trabalho. 3) O texto deve seguir a seguinte formatação: espaço entre linhas simples; fonte arial ou times news roman, tamanho 12. As possíveis tabelas e/ou gráficos devem apresentar título e citação no texto. As referências bibliográficas, quando existente, devem estar no estilo Vancouver. 4) Se for necessário o uso de siglas e abreviaturas, as mesmas devem estar precedidas, na primeira vez, do nome próprio.

Figura 9

Figura 10

Membrana PTFE adaptada sobre a região enxertada.

Síntese de tecidos protegendo o local enxertado em sua totalidade.

5) No trabalho deve constar: o nome(s), endereço(s), telefone(s) e funções que exerce(m), instituição a que pertence(m), títulos e formação profissional do autor ou autores. Se o trabalho se refere a uma apresentação pública, deve ser mencionado o nome, data e local do evento. 6) É de exclusiva competência do Conselho Científico a aprovação para publicação ou edição do texto na revista ou no site.

Conclusão

7) Os trabalhos enviados e não publicados serão devolvidos aos autores, com justificativa do Conselho Científico.

O tratamento realizado com a indicação correta do Beta TCP, o conhecimento da fisiologia óssea e o respeito ao tempo necessário para que haja a neoformação óssea são fatores fundamentais para o sucesso do tratamento reabilitador utilizando este biomaterial.

8) O conteúdo dos artigos é de exclusiva responsabilidade do(s) autor (res). Os trabalhos publicados terão os seus direitos autorais guardados e só poderão ser reproduzidos com autorização da VP GROUP/Odonto Magazine.

Referências

9) Cada autor do artigo receberá exemplar da revista em que seu trabalho foi publicado.

1. Isaac, J. et al. B-TCP Microporosity decreases the viability and osteoblast diferentiation of human boné marrow stromal cells. Journal of Biomedical Materials Research Part A., n386-393, 2007. 2. Grandi, G. Análise histomorfométrica comparative entre alfa-TCP e Beta-TCP/HA no reparo ósseo de calotas cranianas de ratos. Dissetação (mestrado). Faculdade de Odontologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. 3. Li, Y.et al. Biological performance in goats of a porous titanium alloy- biphasic calcium phosphate composite. Biomaterials, 28: 4209-421, 2007. 4. Shiratori et al., Bone formation in Beta TCP boné defects of rat fêmur: Morphometric analysis and expression of boné related protein m RNA. Biomedical Research. 26(2): 51-9, 2005. 5. Keating, J.F.; Mcqueen, M.M. Substitutes for autologous bone graft in orthopaedic trauma. J. Bone Jt.Surg. Br.; 83:3-8, 2001.

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10) Os trabalhos, bem como qualquer correspondência devem ser enviados para: Vanessa Navarro ou Vivian Pacca – ODONTO MAGAZINE Alameda Amazonas, 686 – sala G1 Alphaville Industrial – Barueri-SP CEP 06454-070 11) Ao final do artigo, acrescentar os contatos de todos os autores: nome completo, endereço, bairro, cidade, estado, CEP, telefones e e-mail. 12) Informações: Editora e Jornalista Responsável Vanessa Navarro (MTb: 53385) e. vanessa.navarro@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7506 Publicidade - Gerente de Contas Vivian Ceribelli Pacca e. vivian.pacca@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7508

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