Entrevista Acupuntura na Odontologia
Ano 4 - N° 40 - Maio de 2014
www.odontomagazine.com.br
comunicação integrada
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Editorial Edição: Ano 4 • N° 40 • Maio de 2014 Presidência & CEO Victor Hugo Piiroja e. victor.piiroja@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7732 Publicidade - Gerente Comercial Christian Visval e. christian.visval@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7740 Publicidade - Gerente de Contas Ismael Pagani e. ismael.pagani@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7724 Publicidade - Gerente de Contas Rosana Alves e. rosana.alves@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7723 Editora Vanessa Navarro (MTb: 53385) e. vanessa.navarro@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7734 Financeiro Rodrigo Oliveira e. rodrigo.oliveira@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7727 Assistente Administrativo Michelle Visval e. michelle.visval@vpgroup.com.br Marketing Tomás Oliveira e. tomas.oliveira@vpgroup.com.br Designers Cristina Yumi e. cristina.yumi@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7737 João Corityac e. joao.corityac@vpgroup.com.br Felipe Barros e. felipe.barros@vpgroup.com.br Flávio Bissolotti e. flavio.bissolotti@vpgroup.com.br Web Designer Robson Moulin e. robson.moulin@vpgroup.com.br Analista de Sistemas Fernanda Perdigão e. fernanda.perdigao@vpgroup.com.br Sistemas Wander Martins e. wander.martins@vpgroup.com.br Conselho Científico Augusto Roque Neto, Danielle Costa Palacio, Débora Ferrarini, Diego Michelini, Éber Feltrim, Fernanda Nahás Pires Corrêa, Francisco Simões, Henrique da Cruz Pereira, Helenice Biancalana, Jayro Guimarães Junior, José Reynaldo Figueiredo, José Luiz Lage Marques, Júlio Cesar Bassi, Lusiane Borges, Maria Salete Nahás Pires Corrêa, Marina Montenegro Rojas, Pablo Ozorio Garcia Batista, Regina Brizolara, Reginaldo Migliorança, Sandra Duarte, Sandra Kallil Bussadori, Shirlei Devesa, Tatiana Pegoretti Pintarelli, Vanessa Camilo, Wanderley de Almeida Cesar Jr. e William Torre. A Revista A Odonto Magazine apresenta ao profissional de saúde bucal informações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras comerciais e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas. O periódico é distribuído em todo o território nacional, em clínicas, consultórios, universidades, associações e demais instituições do setor.
Mulheres na Odontologia Prezados leitores, Como mulher, pesquisadora, professora, inventora e cirurgiã-dentista, identificome com tantas outras mulheres que atuam em múltiplas atividades ao mesmo tempo. Paro, penso e constato que, realmente, estamos conquistando um maior espaço em diferentes segmentos profissionais dentro da Odontologia. Que bom! Devido a esse panorama tão positivo, gostaria de citar exemplos de mulheres que nos representam e fazem a diferença. Maria Lúcia Varellis, que atua ativamente no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP, afirma que acumular funções, ter jornada tripla e ainda lutar pela profissão, jamais foram fatores impeditivos para vivermos uma vida com plenitude. Ao contrário, sempre nos fez sentir, ainda mais, com a sensação do dever cumprido. Maria Lúcia defende que, a mulher se colocou com tamanha competência que não há mais lugar onde ela não esteja inserida e cujo olhar a ela lançado não tenha se modificado. Trata-se da inserção da mulher no contexto profissional em razão da sua sensibilidade, intuição, capacidade administrativa e por seu potencial em realizar várias tarefas concomitantes, sem prejuízo das mesmas. A sensibilidade do olhar, antes criticada, hoje se tornou imprescindível para a compreensão de ambientes e grupos de trabalho, das ações e escolhas, uma peça indispensável em uma mesa de negociações. Conforme dados do Conselho Federal de Odontologia, representamos quase 64% dos profissionais inscritos no país, lembrando que Brasil conta com 19% dos cirurgiões-dentistas do mundo. Mesmo assim, ainda encontramos dificuldades para assumir papéis de igualdade no mercado, sejam em relação à jornada de trabalho, salários e benefícios. Pasmem! Já estamos no século XXI e tais ‘benefícios’ ainda são díspares. No ramo empresarial, cito Bianca Mittelstädt, diretora administrativa da FGM Produtos Odontológicos, que assegura que a presença feminina no mercado odontológico, assim como em outros segmentos, é cada vez mais evidente. “Todas nós, como mães e empresárias, enfrentamos grandes desafios, diariamente, especialmente para pessoas que são dedicadas e apaixonadas pelo o que fazem”. Outro importante exemplo e uma grande conquista é o lançamento do Programa Mulher e Ciência, iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, que divulgou o trabalho de jovens cientistas brasileiras com menos de 40 anos. Uma das escolhidas foi Alessandra Reis, pesquisadora, professora, cirurgiã-dentista, mãe e esposa. Para finalizar, gostaria de dizer que tenho muito orgulho de ser mulher, ter força diária para me reinventar, ajudar, pesquisar e vislumbrar um Brasil melhor para todos, agradecendo a cada momento por todas as experiências vividas com alegria, saúde e positividade. Aproveito para desejar um feliz Dia das Mães em nome de todas as mulheres. Valorizem cada momento como mães e filhas, pois são cruciais em nosso crescimento pessoal e profissional. Sou eternamente grata à minha mãe! Abraços afetuosos,
Odonto Magazine Online s. www.odontomagazine.com.br Tiragem: 37.000 exemplares Impressão: HR Gráfica
Sandra Kalil
Membro de Conselho Científico Alameda Madeira, 53, 9o andar - conj. 92 Alphaville - Barueri – SP - 06454-010- + 55 (11) 4197 - 7500 www.vpgroup.com.br
Maio de 2014
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Sumário
Maio de 2014 • Edição: 40
pág.
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Editorial
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Programe-se
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Notícias
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Odontologia Segura
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Produtos e Serviços
18 pág.
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Reportagem
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Entrevista
Acreditação: qualidade e gestão odontológica Agulhas mágicas: a acupuntura na Odontologia Maria Cristina Borsatto
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Casos Clínicos
Espaço Equipe
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O cuidado odontológico para os pacientes com transtorno mental Danielle Ramos
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Tratamento sem extrações da má oclusão Classe II, divisão 2, com severo apinhamento dentário superior Vitor Hugo Panhóca
Relacionamento
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Dental Gutierre: negócios em sorrisos Jose Eduardo Gibin Gutierre
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22
Aperfeiçoando o sorriso com clareamento dental José Augusto Rodrigues e Luis Gustavo Barrotte Albino
Ponto de vista
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Estética, PDT e Odontologia
Normas para publicação
Diego Portes
34 38
Colunistas Ortodontia
Mauricio Accorsi
Implantodontia André Antonio Pelegrine
pág.
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Maio de 2014
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Os artigos e as entrevistas são de inteira responsabilidade do autor e/ou entrevistado, e não refletem, obrigatoriamente, a opinião do periódico.
Programe-se
Maio Dental Meeting - Niterói 2014
produção de conhecimento na perspectiva da transdisciplinaridade.
19º Congresso Brasileiro de Ortodontia
Campina Grande – PB
25 a 27 de setembro de 2014
www.sobep2014.com.br
8 de maio de 2014
Renomados profissionais reunidos em um único dia para apresentar novas técnicas da Odontologia brasileira.
Niterói - RJ
www.odontoimersao.com.br
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2º Meeting Internacional de Ortodontia 29 a 31 de maio de 2014
O evento contará com grandes nomes da Ortodontia, como Jorge Ayala, Alberto Consolaro, Liliana Maltagliati, Eduardo Santana e Mauricio Sakima.
Barra da Tijuca – RJ
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Agosto
São Paulo – SP
www.ortociencia.com.br/Orto2014
8º SBO Ortopremium 13 a 16 de agosto de 2014
A programação científica do evento foi elaborada visando oferecer um evento diversificado e inovador com cursos de treinamento prático (hands on), cursos de credenciamento, curso internacional, simpósio multidisciplinar e palestrantes nacionais renomados.
Rio de Janeiro – RJ www.sbo.org.br
www.meetingortodontiaiom.com.br
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Outubro 12º CIOMIG - Congresso Internacional de Odontologia de Minas Gerais 08 a 11 de outubro de 2014
Com o tema “O que nós conhecemos, o que pensamos que conhecemos e o que não conhecemos”, o evento reunirá renomados profissionais da Odontologia.
Belo Horizonte – MG
eventos@abomg.org.br
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21 a 23 de agosto de 2013
XX CORIG – Congresso Odontológico Rio-Grandense 09 a 12 de julho de 2014
A comissão organizadora já começou a planejar a grade científica do evento, que terá a participação de ministrantes nacionais e internacionais. O evento contará com a temática “Odontologia: abrindo novos horizontes”.
A realização da 17ª edição do Congresso ALOP está a cargo da Associação Paulista de Odontopediatria (APO-SP), filiada a ABO-Odontopediatria. O congresso contará com uma programação científica que abrange todas as necessidades atuais dos profissionais.
CIOBA - Congresso Internacional de Odontologia da Bahia
São Paulo – SP
Salvador – BA
www.congressoalop2014.com.br
www.corig.com.br
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XXII Congresso Brasileiro de Estomatologia e Patologia Oral 23 a 26 de julho de 2014
Com o tema principal “Avanços biológicos e tecnológicos no contexto do diagnóstico oral”, o evento visa oportunizar a estudantes, profissionais e pesquisadores, discussões acerca dos avanços e práticas integrativas em saúde; fomentar a divulgação científica e o intercâmbio entre estudantes, profissionais e pesquisadores e instituições interessadas na temática central do evento; e estimular a
29 de outubro a 01 de novembro de 2014
O evento, que será realizado na capital baiana, contará com a presença de grandes nomes da Odontologia nacional e mundial. www.abo-ba.org.br
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Porto Alegre – RS
Maio de 2014
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17º Congresso Latino-Americano ALOP
Julho
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Durante três dias serão oferecidas aos participantes visões, ciências e experiências clínicas com o melhor da tecnologia mundial.
Setembro 1ª Conferência Odonto Magazine Odontologia Estética 10 de maio de 2014
Um dia inteiro para conhecer o que há de mais moderno e avançado no segmento. Além das seis palestras, você ainda será presenteado com uma aula especial, ministrada pelo ícone da Odontologia Estética, Dr. José Carlos Garófalo.
São Paulo – SP
vanessa.navarro@vpgroup.com.br
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Novembro III CIATESB – Congresso Internacional de Auxiliares e Técnicos em Saúde Bucal 15 e 16 de novembro de 2014
Serão dois dias inteiros de conferências e interatividade prático-demonstrativas, além das conferências nacionais e internacionais de grande expressão, concurso de painéis científicos, feira de exposição e o evento social para os congressistas, a famosa balada CIATESB.
São Paulo – SP
www.portalbiologica.com.br
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Conferência
Odontologia
estética
Um dia inteiro para conhecer o que há de mais moderno e avançado no segmento. Além das seis palestras, você ainda será presenteado com uma aula especial, ministrada pelo ícone da Odontologia Estética, Dr. José Carlos Garófalo.
20/09/2014 Mercure Jardins Al. Itu, 1151 - São Paulo - SP INSCRIÇÕES: R$330,00 conferencia.odontomagazine.com.br
Apoio:
Notícias
Medicamentos na Odontologia O 5º Congresso Brasileiro de Uso Racional de Medicamentos, que acontece entre os dias 22 e 25 de setembro, no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo, contará com uma programação especial destinada aos cirurgiões-dentistas. O evento realizado pelo Ministério da Saúde, pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo terá como foco principal a segurança do paciente. Desenvolvida pelo Comitê Nacional para Promoção do Uso Racional de Medicamentos, esta quinta edição, que foi concebida em consonância com o movimento mundial, materializado formalmente no país pelo Programa Nacional de Segurança do Paciente, foi estruturada sob orientação do eixo central – O Uso Racional de Medicamentos e a Segurança do Paciente, e contará com a participação de renomados palestrantes nacionais e internacionais. O dia 22 de setembro será dedicado aos profissionais da Odontologia, que serão, pela primeira vez, contemplados na programação do evento. Fonte: Portal Saúde e CROSP
A importância do pré-natal odontológico No período da gestação, tornou-se cada vez mais comum o trabalho em conjunto entre diversas especialidades da área da saúde para promover o bem-estar da mãe e do bebê. Segundo a Odontopediatra Déborah de Carvalho Gimenes, para beneficiar a saúde do bebê, a gestante deve fazer o pré natal odontológico, quando receberá orientações sobre o controle da placa bacteriana, por meio da escovação correta, do uso do fio dental e uso adequado do flúor. Caso seja necessário, também pode se submeter a tratamento dentário. A especialista explica que hábitos e doenças da gestante podem prejudicar a formação dos dentes da criança. Ela defende que sejam realizadas até quatro consultas com orientações odontológicas especiais durante a gravidez. Quando estes cuidados não acontecem durante a gestação, há riscos de descalcificação da estrutura dental, o que acarreta no surgimento de cáries, que é uma doença infecto-transmissível, causada por bactérias existentes na cavidade bucal e que gera uma transmissão de mãe para filho por meio da saliva. Algumas pesquisas científicas apontaram bebês prematuros e com baixo peso em mães que apresentaram saúde bucal insuficiente durante a gestação. Grávidas com o problema periodontal apresentam 3,5 vezes maior probabilidade de terem seus bebês com baixo peso e prematuros, isto pode se sedimentar no fato de mulheres grávidas com problemas de gengiva, e que apresentam níveis acentuados de prostaglandinas, que é um potente indutor de parto prematuro, no fluido gengival. Fonte: Assessoria de Imprensa
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Odontologia Segura
Sob o foco do paciente Lusiane Borges Biomedicina - UNISA / UNIFESP. Odontologia – UMESP. Especialização em Microbiologia – Faculdade Oswaldo Cruz. Especialista em Controle de Infecção em Saúde – UNIFESP. MBA em Esterilização - FAMESP. Pós-Graduanda em Prevenção e Controle de Infecção em Saúde – UNIFESP, São Paulo. Coordenadora de Cursos de ASB/TSB desde 2000. Membro do Conselho Científico da Odonto Magazine, São Paulo. Autoracoordenadora do livro “AST e TSB – Formação e Prática da Equipe Auxiliar”. Consultora em Biossegurança em Saúde – Biológica. Consultora Científica da Oral-B, Fórmula & Ação, Sercon/Steris e outros. Representante do Brasil na OSAP (Organization for Safety, Asepsis and Prevention), EUA. Responsável pelo site www.portalbiologica.com.br.
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esquisas recentes demonstram que a higiene, a limpeza e a biossegurança têm peso de extrema relevância na percepção do paciente. Esses itens podem ser determinantes para que o paciente não retorne à clínica ou saia do local, encantado e indicando o serviço a seus parentes e amigos. Nenhuma empresa é mais analisada do que uma organização de saúde, seja ela um consultório, uma clínica médica, um centro de medicina diagnóstica ou um hospital, simplesmente, porque estes locais têm como missão a análise, a manutenção e o restabelecimento da saúde das pessoas. Fala-se muito em foco no paciente, mas para que as ações se tornem extremamente positivas baseadas neste conceito, é preciso se colocar no lugar do paciente, de seus familiares e amigos. De forma mais clara, é preciso perceber o que eles focam quando desfrutam de determinada instituição. Certa vez, uma mãe relatou que levou seu filho a uma clínica
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odontológica 24 horas e foi muito bem atendida pela dentista plantonista, posteriormente, precisou retornar à mesma clínica, porém, o plantonista era outro, e esta mãe citou que o atendimento do profissional deixou a desejar. Não teve aquele acolhimento, aquele sorriso ou mesmo um gesto positivo para transmitir tranquilidade. Por isso, o conceito positivo da clínica perante esta mãe já não era mais o mesmo. Quando chegamos a uma empresa que comercializa produtos ou serviços, avaliamos, em particular, seu atendimento. Normalmente, vamos acompanhado de algum amigo ou parente, fato o que se torna mais comum quando a empresa presta algum tipo de serviço relacionado à saúde. Neste momento, todos estão avaliando o atendimento recebido dentro da instituição e atentos a todos os detalhes. A todo tempo, sua clínica está sob o olhar atento e crítico de seus pacientes e acompanhantes, familiares e até de seus amigos.
Odontologia Segura
A grande vantagem de priorizar o foco do paciente, para depois implantar o foco no paciente, é que isso permite a uma clínica estar um passo à frente na tomada de decisões, decisões essas que trarão melhorias e, como consequência, a credibilidade para a instituição como formadora de opinião positiva de pacientes, seus familiares e amigos. O controle de infecção é a premissa básica para qualquer atendimento em saúde e, nos últimos tempos, tem sido muito observado e questionado pela população de todos os níveis sociais. Atualmente, clínicas odontológicas têm utilizado a pesquisa de satisfação. Elas enumeram alguns quesitos e serviços para que as opiniões sejam analisadas mais rapidamente, fazendo com que soluções sejam implantadas em menor tempo. Invista na saúde e na segurança de sua equipe de trabalho e de seus pacientes. Repense os seus protocolos de biossegurança e de controle de infecção. Atualize-se! Seu paciente agradece. Até a próxima!
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Produtos Cicatrização mais rápida O Alveolex, desenvolvido pela Biodinâmica, é recomendado para estimular a cicatrização e diminuir a dor pós-operatória, proporcionando ao paciente mais conforto. O própolis utilizado em sua composição possui efeito analgésico, que garante um pós-operatório mais tranquilo e uma cicatrização 50% mais rápida. O componente é também rico em aminoácidos, vitaminas e bioflavonóides. O Alveolex ainda conta com a presença do iodofórmio, que tem a função de complementar a ação de preenchimento, através da proliferação celular, e apresenta também poder antisséptico. Sua fórmula isenta de Eugenol não provoca irritações ao contato com o tecido alveolar. O produto forma uma barreira física após as extrações dentárias, garantindo maior proteção por agir como um tampão alveolar moldável, constituindo um arcabouço sólido para a regeneração tecidual, evitando a contaminação das paredes ósseas.
A aplicação do Alveolex é bastante prática, pois apresenta uma consistência em forma de pasta, proporcionando, assim, maior permanência e o contato demorado com as paredes alveolares. Após a aplicação, não há necessidade de atenção especial. O acompanhamento deve ser feito para a observação do processo de cicatrização. www.biodinamica.com.br
Tecnologia e praticidade A Cristófoli amplia seu portfólio com o lançamento da bomba de vácuo Supergap. O equipamento conta com dois modelos: Supergap 1, que atende um consultório com uma instalação interna e simples; e Supergap 4, que necessita de instalação externa, atendendo até quatro consultórios. Contam com o modelo semisseca, onde o consumo de água é mínimo e o desempenho é excelente, por serem produzidas com motor Weg de alta potência, resultando em um ótimo rendimento no vácuo. Com tecnologia totalmente desenvolvida no Brasil, as bombas se apresentam com design moderno, clean, compactas e silenciosas. O produto possui conjunto de vácuo de alta resistência, proteção no eixo central do motor, comando de acionamento eletrônico, filtro de detritos na entrada da sucção, temporizador de desligamento (que garante a limpeza final das tubulações), carenagem de poliestireno e chave seletora bivolt. www.cristofoli.com
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Saúde bucal infantil A Editora Santos, integrante do GEN | Grupo Editorial Nacional, apresenta a segunda edição da obra Manual de Referência para Procedimentos Clínicos em Odontopediatria, escrita por Maria de Lourdes de Andrade Massara e Paulo César Barbosa Rédua, conteúdo essencial para o aprimoramento técnico-científico dos odontopediatras. Escrito por consultores científicos da Associação Brasileira de Odontopediatria (ABO-Odontopediatria), em conjunto com o Grupo Brasileiro de Professores de Ortodontia e Odontopediatria, o livro atualiza as diretrizes para os procedimentos clínicos recomendados para os cuidados de crianças e adolescentes, que podem ser modificadas e adaptadas de acordo com a conduta do profissional e com as necessidades individuais do paciente. Os destaques desta nova edição são: a inclusão dos graus de recomendação A, B ou C, definidos a partir do nível de evidência gerado e um guia de atualização, que contribui para o cumprimento de exigências metodológicas internacionalmente reconhecidas. A obra é uma importante ferramenta para nortear a prática clínica da Odontopediatria, bem como um instrumento pedagógico fundamental para o ensino dessa especialidade nos cursos de graduação e pós-graduação do país. www.grupogen.com.br
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Reportagem
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Reportagem
Qualidade e gestão odontológica A Acreditação deixa de ser o foco apenas de hospitais e clínicas e ganha espaço nos bastidores odontológicos. Por: Vanessa Navarro
O
s anos 1990 foram marcados por um novo agito no segmento da saúde. Com o intuito de mensurar qualidade na gestão e no atendimento, as instituições passaram a se mobilizar para conquistar selos que certificavam a excelência nas atividades realizadas. Segundo Heleno Costa Júnior, coordenador de Educação e também assessor de Relações Institucionais do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), a origem da Acreditação está associada com a criação da Joint Commission on Accreditation of Hospitals (JCAH) - Comissão Conjunta de Acreditação de Hospitais, em 1951, nos Estados Unidos, a partir da associação do Colégio Americano de Cirurgiões, da Associação Médica Americana, do Colégio Americano de Clínicos, da Associação Americana de Hospitais e da Associação Médica Canadense. Em 1919, a partir de um trabalho do Doutor Ernest Codman, nos Estados Unidos, foi proposta a criação do End Result System of Hospital Standardization (Sistema de Resultado Final para Padronização de Hospitais), a partir do qual foram criados os cinco padrões mínimos para a avaliação de hospitais americanos. Com a adoção do sistema, o hospital poderia rastrear cada paciente para determinar o quanto o tratamento era efetivo. “No Brasil, a iniciativa também partiu de associações de destaque, como a Academia Nacional de Medicina e o Colégio Brasileiro de Cirurgiões, por meio de contatos e atividades de visitas à Joint Commission Americana, assim como por meio de ações desenvolvidas ao longo das décadas de 1980 e 1990”, explica Heleno, que também é enfermeiro especializado em Administração Hospitalar pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e em Acreditação Internacional pela Joint Commission International (EUA). Após muitas pesquisas e a constatação da funcionalidade de todo o processo, em 1998 foram criadas, no Brasil, as duas primeiras agências acreditadoras, entre elas o Consórcio Brasileiro de Acreditação, que firmou uma parceria técnica com a Joint Commission International (JCI), subsidiária da empresa americana, até hoje a maior agência acreditadora em número de instituições de saúde acreditadas no mundo.
Entendendo a Acreditação Heleno explica que os fundamentos principais da Acreditação são a melhoria contínua da qualidade e a garantia da segurança na execução dos processos de cuidado ao paciente. A lógica atual das instituições consideradas de alta confiabilidade passa pela definição, desenvolvimento e monitoramento de um conjunto de padrões e critérios, como os da Acreditação em saúde, capazes de conduzir os profissionais a realizar procedimentos ou práticas seguras e com qualidade estabelecida,
para que possam ser medidos, por meio de protocolos, diretrizes ou fluxogramas. “Essas práticas ou condutas profissionais devem ser monitoradas e mensuradas a partir de parâmetros confiáveis e reconhecidos, a partir do que, a instituição pode evidenciar e comprovar que tem um desempenho considerado satisfatório ou esperado, frente a padrões, como os dos manuais de acreditação internacional”, aponta. Para ser habilitada como acreditadora, a instituição deve apresentar requisitos técnicos e de competência compatíveis com regulamentos ou exigências aplicáveis, conforme definido pelo mercado ou por normas técnicas especificas do país. Vale ressaltar que, no Brasil, o mercado de Acreditação de serviços de saúde é autorregulável e não há definições ou requerimentos específicos delimitados por órgãos ou entidades, como o Ministério da Saúde, para que uma empresa se configure como acreditadora e ofereça produtos ou serviços específicos. “A regulação do mercado tem se baseado no histórico, na experiência, nas cooperações técnicas ou acordos firmados, na credibilidade de seus fundadores ou executivos, assim como no currículo das empresas que têm se habilitado a desenvolver programas de acreditação, seja de âmbito nacional ou internacional, como no caso do CBA-JCI. No entanto, a empresa deve estar legalmente constituída e oficialmente licenciada para funcionar. No caso do programa de acreditação desenvolvido e divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), para as empresas de seguro e planos de saúde, faz-se necessário que a instituição acreditadora seja também acreditada pelo INMETRO, mediante um conjunto de critérios definidos por meio da Resolução Normativa 277, de novembro de 2011”, esclarece Heleno.
Benefícios da Acreditação As instituições já acreditadas têm demonstrado resultados clínicos e gerenciais diferenciados, quando comparados com instituições não acreditadas. O rol de instituições acreditadas ou que buscam acreditação cresce progressivamente, embora, no Brasil, este número ainda seja pequeno. As entidades associativas ou de especialidades têm também reconhecido o valor da Acreditação e têm recomendado aos seus associados e membros que busquem mais informações sobre o processo ou mesmo que ingressem efetivamente neste programa. “A Acreditação também já é uma metodologia consistente em vários países do mundo, em especial na América e na Europa, e tem avançado, de forma efetiva, para o Oriente Médio e para a Ásia/Pacífico. Desta forma, a relevância da Acreditação tem relação direta com o seu progresso e sua cada vez maior
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Reportagem
A Odontologia também deve se direcionar para programas de melhoria da qualidade e segurança de seus processos”, Heleno Costa Júnior
abrangência em todo o mundo. Uma questão a destacar é a divulgação, no Senado Federal, do projeto de lei do Senado (PLS 126/2012), do senador Vital do Rêgo, que obriga hospitais, públicos ou privados, vinculados ou não ao Sistema Único de Saúde (SUS), a passarem por avaliações periódicas e processos de certificação da qualidade, o que também anuncia uma mudança do perfil de gestão de qualidade dos serviços em nosso país, incluídos, seguramente, os serviços odontológicos”, destaca o enfermeiro Heleno. Cada vez mais o mercado de saúde tem se voltado para criar diferenciais e aumentar sua capacidade de competir. Agora não só as instituições propriamente ditas, como também o mercado tem identificado na Acreditação uma ótima oportunidade de alavancar a qualidade dos serviços e, a partir disto, tornar distinto a sua relação com os pagadores e prestadores de serviços em geral. Algumas empresas já estão utilizando iniciativas que preveem a utilização de tabelas de remuneração diferenciada para pagamento de serviços quando a instituição de saúde já adotou ou está em processo de Acreditação para a melhoria de serviços. Para o enfermeiro, outra perspectiva importante é o pagamento de serviços por desempenho ou resultados, no que a Acreditação também pode contribuir de forma efetiva, por meio de seu conjunto de padrões que objetivam sempre a melhoria do desempenho clinico e gerencial da instituição.
No atendimento odontológico Heleno explica que como um dos segmentos de importante significado na cadeia de serviços de saúde no Brasil e no mundo, a Odontologia também deve se direcionar para programas de melhoria da qualidade e segurança de seus processos. Como os padrões de Acreditação são desenhados e têm foco nos processos de cuidado ao paciente em qualquer ambiente de prestação de serviços, o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), que é o representante da Joint Commission International (JCI) no Brasil, atuando por meio de um acordo de acreditação internacional conjunta, já tem instituições odontológicas em processos de educação, como parte de um programa de acreditação, embora ainda não tenha obtido o selo de acreditação propriamente dito. O tempo necessário para uma instituição alcançar ou obter um selo ou certificado de Acreditação tem algumas variá-
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veis importantes. Uma delas tem a ver com o tamanho e a complexidade, ou seja, quanto maior o número de serviços e de atividades ou processos realizados, maior se torna o desafio de atender aos requisitos previstos nos manuais de Acreditação. “Outro fator de destaque é a capacidade de gestão da instituição, ou seja, a competência de seu grupo diretor ou de suas lideranças e profissionais em criar uma cultura e, consequentemente, ações efetivas voltadas para a melhoria da qualidade e segurança nos serviços. O número de profissionais envolvidos no processo também influencia o tempo de trabalho para a Acreditação. Portanto, não podemos estabelecer um prazo específico, mas as instituições com três ou quatro consultórios dentários -, para uma clínica considerada de médio porte, podem levar em média de 12 a 18 meses para alcançar um primeiro selo ou certificado de Acreditação”, explica o enfermeiro. Caso a instituição odontológica esteja com um maior número de requerimentos apontados como satisfatórios, menor será a necessidade de investimentos em melhorias ou aperfeiçoamentos. Se de outro lado, a ocorrência de não conformidades for alta, os investimentos podem ser maiores e envolver questões importantes, como contratação de profissionais, recuperação de estruturas físicas ou instalações, ou, ainda, a renovação ou substituição de equipamentos. Portanto, a recomendação que sempre se faz é que, logo no início da implantação de um programa de Acreditação, se faça, o mais breve possível, uma avaliação diagnóstica completa da instituição, de seus serviços e de seus processos, para que seja possível verificar o quanto esta instituição atende ou não aos padrões ou critérios definidos pelo manual de acreditação. No caso do programa do CBAJCI, a instituição ou profissionais podem solicitar orçamentos por meio da Assessoria de Relações Institucionais. As vantagens de possuir a Acreditação Odontológica estão, em primeiro lugar, relacionadas com o reconhecimento de um investimento que propicia a criação de um diferencial para alcançar excelência na qualidade e segurança de seus serviços. Outra vantagem direta é a garantia de que o paciente será atendido mediante processos pautados em padrões validados e reconhecidos no mundo, os quais dão maior oportunidade de resultados satisfatórios, uma vez que também são elaborados a partir de referenciais ou de parâ-
Reportagem metros nacionais ou internacionais de saúde. “Outra questão importante é que o próprio selo de Acreditação leva os usuários do serviço a cobrar maior eficiência na prestação dos cuidados, uma vez que a Acreditação deve ser divulgada pela instituição odontológica ou pelo profissional dentista, tão logo obtenha o selo ou o certificado correspondente. Por fim, vale destacar o fato de que a acreditação tem validade e deve ser renovada a cada dois ou três anos, conforme o tipo de Acreditação adotada, o que faz com que a instituição tenha que manter ou ainda melhorar continuamente a qualidade e segurança dos seus serviços”, afirma Heleno. Não há dados ainda disponíveis sobre o número de instituições odontológicas acreditadas, uma vez que o processo é muito recente. De fato, não houve, até o momento, um movimento direcionado para este perfil de instituições, o que não criou oportunidades para esta demanda no país. Mesmo considerando as instituições em geral, o número de instituições acreditadas é menor do que 1%, tendo como base o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), que aponta, em 2013, cerca de 267.000 instituições de saúde, incluindo em diversos tipos de estabelecimentos, unidades ou serviços odontológicos e ainda os consultórios individuais ou coletivos. Maria Carolina Moreno, diretora de Relações Institucionais da ONA - Organização Nacional de Acreditação, instituição não governamental, criada em 1999, com o objetivo geral de promover a implantação de um processo permanente de avaliação e de certificação da qualidade dos serviços de saúde, explica que para o profissional e para a organização, a Acreditação é uma ferramenta para a melhoria constante de seus processos, o que pode levar a excelência no atendimento, melhores resultados assistenciais e também a uma gestão mais eficiente dos recursos. “Aderir à Acreditação revela responsabilidade e comprometimento com a segurança, com a ética profissional, com os procedimentos que realiza e com a garantia de qualidade do atendimento à população”. A ONA criou recentemente o manual de Acreditação Odontológica, que visa estimular a maior segurança do paciente e do profissional, aprimorando continuamente a qualidade do serviço de saúde. “O manual para a avaliação de serviços odontológicos foi desenvolvido com base nos fundamentos da acreditação adotados pela ONA. Os padrões requisitos desenvolvidos para outras organizações de saúde foram revistos e adaptados, outros foram criados especificamente
para as clínicas odontológicas. Isto ocorreu no segundo semestre de 2011, em parceria com a Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas - ABCD e outros profissionais da área. O documento foi lançado em junho de 2012, e a principal diferença é a seção que faz referência específica da assistência odontológica. Outras questões, como a avaliação de fornecedores e da formação adequada dos profissionais, são igualmente importantes em qualquer serviço de saúde”, esclarece Maria Carolina. Segundo os princípios adotados pela ONA, uma instituição pode ser acreditada em três diferentes níveis: Acreditado é o primeiro nível, que atende ao princípio de segurança; Acreditado Pleno, que atende aos princípios de segurança e gestão integrada; e Acreditado com Excelência, o que, além dos requisitos anteriores, possui uma política interna e contínua de avaliação e melhoria dos processos. É importante lembrar que a captação de clientes tem relação direta com a qualidade e credibilidade que a instituição ou o profissional apresenta por meio da prestação de seus serviços. O enfermeiro Heleno lembra que, quando uma instituição ou profissional obtém um selo de Acreditação e, em especial, baseado em padrões internacionalmente reconhecidos e validados e o cliente tem acesso a essa informação, com certeza será um diferencial a ser considerado na sua escolha. “Além disso, as fontes pagadoras, como seguros e planos de saúde, também já consideram como diferencial a identificação de serviços ou profissionais que apresentem selos ou certificados de qualidade, com especial atenção para os programas de Acreditação de serviços de saúde”. As instituições acreditadas experimentam vários fatores positivos relacionados à gestão. “Existem inúmeros resultados positivos, mas os principais deles são a melhoria e otimização dos processos, mais segurança para o paciente, para o acompanhante e para o funcionário; desenvolvimento do trabalho em equipe e a valorização da gestão financeira responsável e sustentável em longo prazo”, enfatiza a diretora da ONA. “Hoje, o principal desafio é mostrar para os dentistas a importância de não subestimar os riscos. É preciso trabalhar continuamente para identificar e diminuir a incidência de erros. Isso é fundamental para a saúde do paciente, para a gestão da qualidade e, em última instância, para a sobrevivência da própria clínica”, finaliza Maria Carolina Moreno.
Aderir à Acreditação revela responsabilidade e comprometimento com a segurança, com a ética profissional, com os procedimentos que realiza e com a garantia de qualidade do atendimento à população”, Maria Carolina Moreno
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Entrevista
Agulhas mágicas: a acupuntura na Odontologia As práticas complementares na Odontologia são recém-reconhecidas e regulamentadas para o uso dos cirurgiões-dentistas. Entre tais práticas, é possível apontar a acupuntura. A entrevista com a cirurgiã-dentista Maria Cristina Borsatto apresenta um pouco mais sobre a técnica no segmento odontológico.
Por: Vanessa Navarro
Maria Cristina Borsatto Professora Titular de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - FORP-USP. Presidente da Comissão de Pesquisa da FORP-USP. Diretora Executiva da FUNORPUSP. Coordenadora do Curso de Habilitação em Acupuntura da FORP-USP. Responsável, desde 2004, pela disciplina de Acupuntura na Odontologia do Curso de Graduação em Odontologia da FORP-USP.
Odonto Magazine – A Resolução do Conselho Federal de Odontologia CFO 82/2008, de 25 de setembro de 2008, reconhece e regulamenta o uso pelo cirurgião-dentista de práticas integrativas e complementares a saúde bucal. Quando, efetivamente, a acupuntura passou a ser utilizada como técnica complementar na Odontologia? Maria Cristina Borsatto - A acupuntura é um método terapêutico milenar utilizado pelos chineses há mais de 3.000 anos, e que tem como objetivo harmonizar a energia que corre nos meridianos por meio da inserção de agulhas em pontos específicos do corpo. Na visão Ocidental, comprovada por inúmeras pesquisas científicas, principalmente na área de Neurofisiologia, esta é uma das várias técnicas dentro da Medicina Tradicional Chinesa, que promove a liberação de substâncias endógenas, neurotransmissores, que favorecem a restauração e a manutenção da saúde. Apesar de estes conhecimentos serem milenares, apenas a partir da década de 1950 é que se iniciou a sua utilização na Odontologia, na Europa. No Brasil, somente na década de 1980, surgiu a primeira entidade que promovia
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cursos de acupuntura em Odontologia: o IBRAHO – Instituto Brasileiro de Acupuntura e Homeopatia Odontológica, cujo presidente é um dos pioneiros da acupuntura e da homeopatia na Odontologia, o cirurgião-dentista Orley Dulcetti Junior. A partir de então, inúmeros cursos vêm sendo ministrados em muitos estados brasileiros, formando cada vez mais cirurgiõesdentistas habilitados para a prática da acupuntura. O Conselho Federal de Odontologia não reconhece, até o momento, a acupuntura como especialidade. Porém, no ano de 2008, os cirurgiões-dentistas do estado de São Paulo que participaram de cursos de formação em acupuntura - com carga horária mínima de 350 horas – submeteram-se a uma avaliação teórica e prática, realizada pelo Conselho Regional de Odontologia, para serem habilitados e, por fim, atuarem como acupunturistas. Odonto Magazine – As práticas complementares na Odontologia são recém-reconhecidas e regulamentadas para o uso dos cirurgiões-dentistas. As técnicas despertam o interesse de muitos profissionais e contam com a aprovação dos pacientes.
Entrevista
Como o dentista pode identificar o paciente que necessita de tais cuidados especiais? Maria Cristina Borsatto - A princípio, a grande maioria dos pacientes necessita de cuidados especiais, uma vez que, dificilmente as pessoas gostam de ir ao dentista e ficam tranquilas ou confortáveis durante o tratamento odontológico. Uma das indicações para o tratamento prévio com acupuntura é o controle da ansiedade e do medo frente ao tratamento odontológico. Existem ainda várias indicações, como casos de bruxismo ou ranger e apertamento dos dentes; disfunções da articulação têmporomandibular; analgesia; odontalgia; paralisia facial; nevralgia do trigêmeo; dores miofaciais diversas; no controle do reflexo de regurgitação e náuseas; lesões bucais, como aftas, herpes, entre outras. Além disso, a acupuntura está indicada no tratamento de pacientes com necessidades especiais durante o atendimento, como gestantes, hipertensos, cardiopatas, diabéticos, fóbicos, alérgicos ao anestésico local químico e os idosos. A aplicação das agulhas de acupuntura é realizada 20 minutos antes de o tratamento odontológico ser iniciado, no
mesmo ambiente clínico. Durante este período, o paciente começa a se sentir relaxado e tranquilo e, muitas vezes, adormece, em função da liberação de mediadores químicos que ocorre após a inserção das agulhas. Odonto Magazine – Existem estudos científicos que comprovam a eficácia da acupuntura nos tratamentos odontológicos? Maria Cristina Borsatto - Existem diversos estudos que comprovam a eficácia da acupuntura em todas as áreas, inclusive nos tratamentos odontológicos. Em um levantamento bibliográfico na base de dados do PUBMED é possível encontrar 398 trabalhos publicados em revistas internacionais indexadas relacionados com Acupuntura em Odontologia. Em um importante estudo sobre analgesia, publicado recentemente na revista Journal of Pain, os autores (Park et al, 2014) relatam que a despeito do acúmulo de evidências clínicas em relação à efetividade da acupuntura, seu mecanismo de ação ainda não está claro. No entanto, neste estudo, os autores identificaram os biomarcadores liberados na pele pela ação da acupuntura, induzindo
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Entrevista
A prevenção é a base da Medicina Tradicional Chinesa e proporciona o equilíbrio de todos os aspectos da vida
à analgesia. Estes achados são importantes para elucidar este mecanismo que, até então, os próprios autores consideravam sem fundamentação científica. Este é um dos inúmeros trabalhos que comprovam, cientificamente, a eficácia e o mecanismo de ação da acupuntura na analgesia, no entanto, existem os que são realizados diretamente nos pacientes, evidentemente que baseados na literatura, para a resolução de todos os sintomas e problemas relatados anteriormente, quando citadas as indicações de tratamento. A pesquisa envolvendo a acupuntura é bastante complexa, uma vez que o diagnóstico e o tratamento são individualizados, não sendo possível, desta forma, tratar todos os pacientes de um estudo com os mesmos pontos de acupuntura. No entanto, é impressionante a resposta dos pacientes quando são submetidos a este tipo de tratamento. Em função de uma casuística muito grande, podemos constatar, por meio de entrevistas e questionários, a satisfação e as mudanças de comportamento destes pacientes após o tratamento com acupuntura. Odonto Magazine – Como a acupuntura pode ser eficaz no tratamento contra a odontofobia? Maria Cristina Borsatto - As fobias, geralmente, são desencadeadas na infância. Hoje, as crianças são atendidas por Odontopediatras, profissionais treinados para atender estes pacientes de maneira carinhosa e sem traumas. A odontofobia, aos poucos, vai tendo índices cada vez menores, sendo que somente de 4% a 8% da população apresentam a verdadeira fobia pelo tratamento odontológico. O receio ou medo racional, ou não exagerado, relacionado ao tratamento odontológico parece ser cultural na nossa população, em função de abordagens inadequadas e, muitas vezes, caricatas, dos procedimentos clínicos odontológicos. A Medicina Tradicional Chinesa pode auxiliar de diversas formas nestes casos, pois o medo está relacionado com o meridiano dos rins, assim como, o do coração está relacionado com a alegria ou euforia; o baço-pâncreas com a preocupação ou pensamento obsessivo; o pulmão com a tristeza ou melancolia; e o meridiano do fígado com a raiva. Assim como um desequilíbrio na energia destes meridianos pode influenciar nas nossas emoções, as emoções exacerbadas também podem afetar a energia nestes meridianos. Uma das formas de tratamento seria tonificar a energia dos rins, sendo que, se o paciente tiver fobia de agulhas, podemos lançar mão do tratamento com laser de baixa potência nos acupontos selecionados em todo o corpo. Outro tipo de tratamento muito utilizado nestes casos, podendo ser
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encontrados vários trabalhos publicados na literatura, é a auriculoterapia, na qual o acupunturista faz o tratamento com agulhas no pavilhão auricular, que é considerado um microssistema, ou seja, uma parte do corpo que representa o todo. É importante ressaltar que, muitas vezes, um tratamento multidisciplinar é necessário e um psicólogo ou psiquiatra são de fundamental importância e essenciais nestes casos, sendo o tratamento com técnicas complementares um recurso a mais para auxiliar estes pacientes. Odonto Magazine – Como as classes de profissionais de saúde bucal mais conservadores enxergam a prática das terapias complementares no campo odontológico? Maria Cristina Borsatto - A prática de terapias integrativas tem se difundido em larga escala, em função dos ótimos resultados obtidos por meio dessas modalidades de tratamento, que são complementares, ou seja, uma ferramenta a mais colocada à disposição do cirurgião-dentista em sua prática diária de consultório. Devemos levar em consideração que, se os profissionais forem mais conservadores podem não ter tido ainda contato com as referidas práticas, ou ainda, não terem vivenciado nenhuma experiência relativa a esta modalidade de atendimento. Ainda hoje, existe certo preconceito em relação a estas práticas, uma vez que elas têm origem em conceitos Taoístas; e no Ocidente, acredita-se apenas naquilo que pode ser comprovado cientificamente. No entanto, com inúmeros trabalhos científicos publicados comprovando a existência dos meridianos e dos pontos de acupuntura, bem como do mecanismo de ação deste tratamento, atualmente, não existem mais argumentos para que não se acredite na eficiência e cientificidade destas técnicas complementares. Assim, com a divulgação das referidas práticas e do grande número de profissionais que tem se voltado para esse conhecimento, a tendência é que elas obtenham cada vez mais destaque entre os profissionais, não só da Odontologia, como de outros segmentos da área da saúde. De qualquer forma, devemos sempre respeitar a individualidade de cada um que, certamente, a sua maneira, busca proporcionar o melhor atendimento aos seus pacientes. Odonto Magazine – Comprovada a necessidade do uso da terapia complementar, todos podem ser tratados com a acupuntura? Existem restrições, dependendo do perfil do paciente? Maria Cristina Borsatto - A princípio, todos os pacientes podem ser tratados com acupuntura, respeitando sempre as contrain-
Entrevista dicações, como no caso de gestantes - quando devemos evitar alguns pontos; e idosos, em função da pele estar muito fina e sensível, devemos ser cuidadosos ao utilizarmos as moxas (bastão de Artemísia que aquece o acuponto). Assim sendo, o profissional bem capacitado e qualificado se cercará de todos os cuidados durante o tratamento. Devemos também ressaltar que a acupuntura é uma das técnicas da Medicina Tradicional Chinesa e que o terapeuta possui outras formas de tratamento, como auriculoterapia, moxabustão, laser de baixa potência aplicado sobre os pontos de acupuntura, tuiná (massagem chinesa), exercícios de Tai Chi Chuan, entre outros que podem ser indicados para o cuidado do paciente. Portanto, o paciente que procura este tipo de tratamento já vem com algum conhecimento de como será realizado, mas, quanto maior o número de informações disponibilizadas ao paciente sobre esse vasto leque de terapias e sobre os efeitos desejados, mais seguro ele sentirá em optar ou não pelas técnicas integrativas auxiliares ao tratamento odontológico. Odonto Magazine – Existem estudos sobre a utilização das técnicas complementares em casos de tratamentos odontológicos em pacientes especiais? Maria Cristina Borsatto - Existem trabalhos que foram publicados demonstrando o quanto estas técnicas complementares auxiliam no tratamento de pacientes especiais. Dependendo do tipo de comprometimento que o paciente apresenta, a acupuntura, a auriculoterapia e outras práticas integrativas se mostram como recursos adicionais que o cirurgião-dentista dispõe durante o tratamento odontológico. Muitas vezes, para que possa ser realizado um tratamento odontológico de qualidade em pacientes portadores de paralisia cerebral que apresentam movimentos involuntários, há necessidade de realizar uma contenção física, por meio de faixas que imobilizam estes pacientes, no entanto, estes procedimentos, geralmente, não são bem aceitos e até contraindicados, ou mesmo, proibidos em alguns países. Nestes casos, a acupuntura é uma técnica que vem a auxiliar de forma impressionante. Após 20 minutos da aplicação das agulhas em alguns pontos, os pacientes ficam tão tranquilos que as faixas de contenção podem até ser removidas, pois o paciente se encontra totalmente relaxado, em função da liberação de endorfinas, encefalinas, entre outras substâncias. Desde 2000, na Clínica de Pacientes Especiais da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto–USP, os pacientes são atendidos, quando necessário, por meio de tais técnicas, e os resultados são extremamente satisfatórios. Odonto Magazine – Como a acupuntura pode auxiliar na qualidade de vida do paciente e do profissional de saúde bucal? Maria Cristina Borsatto - A prática da MedicinaTradicional Chinesa, que tem na acupuntura uma de suas técnicas mais utilizadas, proporciona inúmeros benefícios tanto ao paciente quanto ao odontólogo e equipe. Entre eles, podemos destacar a redução da ansiedade e estresse, promovendo bem-estar emocional e tranquilidade, diminuição do risco de tendinites no profissional por esforço repetitivo, melhora da qualidade do sono e da digestão, melhora do humor, auxiliando, desta forma, na qualidade de vida de todos os envolvidos, de uma maneira geral. Com relação ao tratamento odontológico propriamente dito, a acupuntura pode auxiliar em diversas situações e em muitos casos rotineiramente enfrentados na clínica diária, como: » Anestesia sob acupuntura nos casos onde é contraindicada a
anestesia convencional. » Analgesia. » Controle da dor e da inflamação pós-operatória. » Diminuição da halitose e controle da xerostomia. » Diminuição do risco de hemorragia. » Controle da náusea durante os procedimentos de moldagem » Pacientes especiais. » Bruxismo. » Drenagem de abscessos e outras indicações citadas anteriormente. Lembrando sempre que, a prevenção é a base da Medicina Tradicional Chinesa e proporciona o equilíbrio de todos os aspectos da vida, no que diz respeito ao físico, mental, emocional e espiritual. Pacientes que se submetem aos tratamentos com estas técnicas complementares apresentam, com certeza, melhora na qualidade de vida e longevidade com saúde. Odonto Magazine – Como o profissional de saúde bucal deve agir para buscar capacitação e/ou treinamento no segmento das terapias complementares? Maria Cristina Borsatto - O profissional de saúde bucal interessado no segmento de terapias integrativas deve optar por cursos promovidos por instituições de ensino superior ou por entidades especialmente credenciadas junto ao MEC e/ou CFO; entidades de classe, sociedades e entidades de Acupuntura, devidamente registradas no CFO. O curso tem que ser coordenado por um cirurgião-dentista habilitado em Acupuntura pelo Conselho Federal de Odontologia, e o corpo docente deve ser composto por cirurgiões-dentistas habilitados na prática de Acupuntura e profissionais da área da saúde com comprovado conhecimento técnico-científico. O treinamento deverá ter carga horária mínima de 350 horas - entre aulas teóricas e práticas. Na Universidade de São Paulo, o único curso de Habilitação em Acupuntura para cirurgiões-dentistas é ministrado na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, gerenciado pela Fundação Odontológica de Ribeirão Preto. Atualmente, contamos com 373 cirurgiões-dentistas acupunturistas, distribuídos em todo o território nacional. Odonto Magazine – Existem projetos sendo estudados, atualmente, para implantar a prática de terapias complementares na rede pública de saúde bucal? Maria Cristina Borsatto - Na rede pública, os pacientes já são atendidos por médicos que fazem tratamento com acupuntura. No entanto, em relação à saúde bucal, o principal projeto, atualmente, é conseguir que a acupuntura seja uma Especialidade Odontológica. Este ano, provavelmente, este objetivo será alcançado com o apoio de toda a classe odontológica. Entre os dias 24 e 26 de abril foi realizado, em São Paulo, um Seminário pela Valorização da Odontologia, promovido pelo Conselho Regional de Odontologia de São Paulo. Especificamente no dia 24, foi realizada uma discussão sobre técnicas complementares. Ainda este ano, em outubro, acontecerá uma reunião da ANEO – Assembleia Nacional de Especialidades Odontológicas, na qual se propõe a aprovação de novas especialidades. Assim, com o apoio de toda a classe odontológica e com a presença de um número expressivo de cirurgiões-dentistas, estamos confiantes de que este objetivo será concretizado. Quando, por fim, a Acupuntura for uma especialidade odontológica, o próximo projeto, certamente, deverá ser a implantação das terapias complementares na rede pública, para auxiliar no tratamento e prevenção da saúde bucal.
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O cuidado odontológico para os pacientes com transtorno mental Danielle Ramos Cirurgiã-dentista. Especialista em Programas Governamentais - Saúde Bucal da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Especialista em Saúde da Família pela Universidade Federal de São Paulo. Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Universidade Cruzeiro do Sul.
S
egundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças e transtornos mentais afetam mais de 400 milhões de pessoas em todo mundo. No Brasil, a estimativa é de que 23 milhões de pessoas passem por tais problemas. O atendimento às pessoas com transtornos mentais no Brasil, por décadas, esteve centrado no hospital, por meio de internações prolongadas, mantendo o paciente afastado de seu âmbito familiar e social. A partir de 1970, com a Reforma Psiquiátrica, ficou claro que a proposta do cuidar é muito mais ampla, assumindo o compromisso de reintegrar o sujeito à sociedade, resgatando a cidadania. As principais ações preconizadas pela Reforma Antimanicomial são: a diminuição progressiva dos leitos psiquiátricos e a criação dos Centros de Atenção Psicossocial - CAPS. Os (CAPS) são serviços de saúde destinados a acolher os pacientes com transtornos mentais graves, apoiá-los em suas iniciativas de busca da autonomia e lhes oferecer acompanhamento multiprofissional. Sua característica principal é buscar integrá-los a um ambiente social, familiar e cultural, designado como seu “território”, o espaço da cidade onde se desenvolve a vida quotidiana de usuários e familiares. Tais iniciativas trouxeram à tona novas estratégias voltadas à reabilitação psicossocial de pessoas em sofrimento mental, propondo a valorização do cuidar e uma nova forma de pensar no processo saúde-doença. Nes-
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Espaço Equipe se sentido, há necessidade de construção de redes de cuidado e um trabalho interdisciplinar para que o tratamento em saúde mental se dê de forma integral. Falando em integralidade do cuidado, não podemos deixar de pensar na saúde bucal. Os pacientes com transtorno mental podem ser considerados como de alto risco para patologias bucais, principalmente para doença cárie e periodontal. Estas alterações são resultados de uma associação de fatores, tais como: prejuízo nos hábitos de higiene bucal; danos psicomotores; dificuldades na coordenação motora para realização da higiene; diminuição do fluxo salivar, devido ao uso de medicamentos; e dificuldade de acesso aos serviços odontológicos. A dificuldade de acesso aos serviços ocorreu em virtude do mito que os pacientes com transtorno mental são sempre agressivos e que não colaboram com a execução de procedimentos odontológicos. Com a mudança do modelo assistencial embasado em um tratamento humanizado e resgate da cidadania, o atendimento odontológico passou a fazer parte do cuidado integral. É importante ressaltar que o cirurgião-dentista deve contar com o apoio da equipe multiprofissional e conhecer as características e particularidades de cada caso. Assim, a criação de ações preventivas em saúde bucal se torna de extrema importância, pois o cuidar de pessoas em sofrimento mental vai além de todo aparato técnico. É necessário entender suas singularidades, envolver os usuários e familiares, motivando-os a cuidar da higiene bucal, oferecendo um atendimento humanizado e acolhedor e estabelecendo uma relação de confiança e respeito.
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Transformando negócios em sorrisos Com a missão de atender as necessidades dos clientes, oferecendo produtos de qualidade, entrega rápida e preço justo, a Dental Gutierre completa 16 anos, com as melhores práticas comerciais, sociais e ambientais. Por: Vanessa Navarro
Jose Eduardo Gibin Gutierre Proprietário e Diretor Comercial da Dental Gutierre.
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Fachada da matriz, Araraquara, interior de São Paulo.
Odonto Magazine - Como e quando surgiu a Dental Gutierre? Jose Eduardo Gibin Gutierre - A Dental Gutierre atua no mercado desde 1998. Desde que foi inaugurada, tem como meta a satisfação de seus clientes, dos seus fornecedores e colaboradores. Por isso, não nos preocupamos apenas em comprar e vender produtos odontológicos, mas sim, em prestar um serviço de alta qualidade voltado para um segmento que exige informações precisas, disponibilidade de estoque e diversificação de produtos. Tudo isso, nós conseguimos oferecendo a todos, condições de negócios e parceria com as melhores empresas do segmento. Atualmente, a empresa está estruturada com uma matriz em Araraquara, interior de São Paulo, com 1.800m², uma filial em Uberlândia, em Minas Gerais, com 800m² e 12 escritórios de vendas distribuídos estrategicamente pelo Brasil. A força de vendas da empresa é composta por um call-center na matriz - que trabalha com atendimento ativo e passivo - o Atacado, e além disso, buscando levar ainda mais comodidade e criar um relacionamento mais próximo com o cliente, lançamos nosso canal de vendas eletrônico, o e-commerce www.dentalgutierre.com.br, há pouco mais de um ano. A empresa possui 13 escritórios de venda no Brasil, em uma estrutura física com computadores, internet, telefone, mesas, cadeiras e vendedores registrados e comissionados. Os custos operacionais são financiados pela Dental Gutierre. O quadro de funcionários é de 105 profissionais, divididos nas áreas de compras, recebimento de produtos, separação, TI, logística, vendas varejo e atacado, recursos humanos, financeiro, faturamento, pós-venda, SAC, marketing e licitação. Odonto Magazine – Há quase duas décadas no mercado, a Dental Gutierre oferece qualidade e eficiência do início ao fim dos processos. Qual é a principal missão da empresa? Jose Eduardo Gibin Gutierre - Nossa missão é atender as necessidades dos clientes com produtos de qualidade, entrega
rápida, preço justo, oferecendo sempre diferenciais em nosso trabalho, para aumentar os resultados e a satisfação dos clientes. Isso tudo, visando ser a mais humana e competente no relacionamento com colaboradores, clientes e fornecedores, sendo referência para o mercado e sociedade. Odonto Magazine - Qual é a importância da Dental para o profissional de saúde bucal? Jose Eduardo Gibin Gutierre - O mercado está cada vez mais competitivo, e apenas as empresas sérias sobreviverão. A Dental Gutierre segue os mais rígidos padrões de qualidade e de compromisso com o cliente, e o reflexo disso é a conquista do primeiro lugar como melhor Dental no 2o Prêmio Odonto Magazine, em 2013. Odonto Magazine - Quais são as estratégias adotadas em relação às compras de equipamentos e entregas? Jose Eduardo Gibin Gutierre - A Dental Gutierre processa, em média, quatro mil pedidos por mês, onde são controlados e monitorados pelo software Protheus da TOTVS, que pode ser acessado - remotamente - em qualquer parte do mundo. Estão cadastrados aproximadamente 50 mil dentistas em nosso banco de dados. As informações geradas são armazenadas em um servidor próprio, devidamente licenciado. Em nosso site são mais de 20.000 visitas nacionais e internacionais. Outro setor de extrema importância na Gutierre e que também nos coloca em posição de destaque no mercado é o Departamento de Logística e Expedição, pois garante que os produtos vendidos cheguem até o seu destino nas condições adequadas e, principalmente, dentro dos prazos estabelecidos. Para isso, a empresa oferece uma estrutura completa e tecnologia adequada, disponibilizando software especializado, celulares, rádios e internet, para que possamos desenvolver nosso trabalho com qualidade e segurança, mantendo, principalmente, nosso bom relacionamento com as empresas de transporte que trabalham
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Separação dos materiais. Os produtos são organizados por indústrias.
em parceria com a Dental. Atualmente, realizamos, em média, 180 pedidos por dia. Com o lançamento do e-commerce da Gutierre, o número de pedidos cresceu, e nós estamos preparados para atender esse aumento de fluxo. A pontualidade é outro fator relevante na Expedição. Para o Estado de São Paulo, os pedidos chegam com até 24 horas, a partir da compra e liberação. Outros Estados também são atendidos com a mesma eficiência. Odonto Magazine - Quais são as medidas utilizadas para determinar a prioridade das ações de vendas? Jose Eduardo Gibin Gutierre - Por trabalharmos em parceria com grandes indústrias, todo mês recebemos as novidades e lançamentos e levamos ao cirurgião-dentista por meio dos nossos canais de comunicação, redes sociais e telemarketing. A prioridade fica por conta de produtos que são utilizados no dia a dia do consultório, como descartáveis e resinas, entre outros. Odonto Magazine - Qual é a importância do atendimento humanizado neste segmento? Jose Eduardo Gibin Gutierre - Defendemos que o trabalho precisa ser feito com amor, garra, transparência, dedicação e muita humildade, pois somente assim, continuaremos a crescer no mercado que atuamos. Os valores centrais da Gutierre são nossos colaboradores, seres humanos que se dedicam intensamente na busca do crescimento e garantem o sustento de todas as famílias que dependem da empresa. Queremos que todos os colaboradores se respeitem - independentemente do nível hierárquico - e colaborem uns com os outros, auxiliando nas dúvidas, nas dificuldades e comemorem, com alegria, as vitórias alcançadas. Odonto Magazine - Quais são os diferenciais apresentados pela Dental Gutierre? Jose Eduardo Gibin Gutierre - A empresa possui certificações da ANVISA, SIVISA e Certidão de Regularidade Técnica, que garantem a qualidade e higiene dos produtos e processos, além de um pro-
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fissional farmacêutico no período integral, que cuida das condições de armazenagem, certificações, procedimentos e treinamentos. Queremos que o mercado nos reconheça pela competência e criatividade da nossa equipe, pois oferecemos para nossos clientes o melhor atendimento, muita simpatia, atenção e comprometimento em todos os pedidos - do menor ao maior. Nossa equipe é reconhecida pelos objetivos alcançados com premiações. Para se destacar, é preciso muito empenho e conhecimento da empresa como um todo, não somente no departamento que atua. Buscar constantemente informações do mercado odontológico e trazer ideias para compartilhar na empresa, gerando soluções para as dificuldades. Odonto Magazine - Hoje, a Dental conta com mais 50 mil clientes cadastrados. Como é possível definir essa trajetória de sucesso junto aos cirurgiões-dentistas e aos parceiros da indústria odontológica? Jose Eduardo Gibin Gutierre - A empresa traz consigo o comprometimento com o cliente e uma equipe alinhada com os valores enraizados por meio da gestão de seus diretores. A família Gutierre recebe cada cliente de braços abertos e trabalha para que ele continue conosco por muitos e muitos anos. Agradecemos cada compra, não importa o valor. Isso nos motiva a continuar levando produtos de qualidade a todo o Brasil. Odonto Magazine - Com o passar dos anos, o cirurgião-dentista brasileiro percebeu a necessidade de acompanhar as novas tecnologias apresentadas ao mercado. Como a Dental Gutierre trabalha para assistir a essa evolução, oferecendo o que há de mais recente no segmento odontológico? Jose Eduardo Gibin Gutierre - Estamos na ‘onda do mercado. Recentemente, fechamos algumas parcerias que levarão aos profissionais conteúdos que ultrapassam a área clínica. São encontros com o foco na gestão do negócio, no trabalho por prazer e na organização do segmento. Fique por dentro das novidades por meio das nossas redes sociais.
Ponto de Vista
Estética, PDT e Odontologia Diego Portes Cirurgião-dentista. Pós-graduado em Ortodontia. Pós-graduado em Cirurgia Bucomaxilofacial. Mestrando em Laser. Habilitado em Laserterapia. Experiência em Odontologia Hospitalar, Auditoria Clínica e Consultoria Clínica Odontológica. Proprietário da clínica odontológica OdontoPortes.
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técnica de clareamento dental fotoativado é aplicada em consultório e tem como objetivo acelerar a remoção de manchas e o processo de quebra de pigmentos que transmitem, aos nossos olhos, a cor amarelada. Essa técnica tem a vantagem de produzir excelentes resultados, alcançados em um curto espaço de tempo em relação ao tratamento com moldeiras, devido à luz LED Azul ser emitida pelo equipamento, causando aumento de energia e maior agitação das moléculas de peróxido de hidrogênio e, consequentemente, um resultado estético em menor espaço de tempo. Porém, é necessário comentar que esta técnica requer cuidados com os tecidos moles da cavidade bucal do paciente e deve ser sempre supervisionada pelo profissional, sendo esta uma vantagem em relação ao tratamento caseiro. Os resultados mostram que a técnica realizada em consultório para clareamento dental em dentes vitais amarelados naturalmente, apresenta-se simples e eficiente, não causando nenhum dano aos tecidos moles e duros da cavidade bucal. A escolha de um agente clareador deve levar em conta, entre outros fatores, a sua ação sobre as estruturas dentárias. O peróxido
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de hidrogênio a 35% é reconhecido como um agente seguro, sendo comprovada sua eficácia sobre os espécimes escurecidos. Os LEDs azuis utilizados no clareamento fotoativado necessitam de pouca energia para a geração de luz. Tal fator influencia diretamente no custo/benefício em relação aos lasers, sendo estes dispositivos adaptados para tal procedimento. Os lasers de baixa intensidade não apresentam ação direta no processo de clareamento, sendo seu uso exclusivo e pontual (em contato) para casos de analgesia em hipersensibilidades dentárias e em lesões causadas pelo contato do gel clareador com a mucosa, acelerando a cicatrização e diminuindo a dor imediatamente após sua aplicação. De acordo com a literatura, há uma quantidade suficiente de pesquisas existentes, que demonstram a segurança e a eficácia dos clareamentos fotoativados com LEDs azuis e com produtos clareadores à base de peróxido de hidrogênio a 35%, desde que bem indicados, orientados e devidamente supervisionados pelo profissional. Os resultados atuais alcançados mostram a eficácia do tratamento com luz LED azul e a satisfação do paciente quanto
Ponto de Vista
ao resultado estético final, sendo a falta de sensibilidade a maior qualidade relatada pelos pacientes em pesquisa realizada em diversas clínicas espalhadas pelo país. O sistema por ação Fotodinâmica com o uso do laser vermelho de baixa intensidade vem sendo muito utilizado na área da saúde, principalmente nas áreas médica (dermatologia) e odontológica. Esta técnica inovadora tem sido bastante usada no controle microbiológico. A ação fotodinâmica utiliza uma combinação de feixe de luz e uma substância fotossensibilizadora para destruir seletivamente um micro organismo ou tumor. As moléculas do fotossensibilizador são ativadas pela luz laser e inicia um processo de troca de energia com as moléculas de oxigênio, produzindo uma espécie de oxigênio altamente reativa: o oxigênio singleto. Essa espécie reativa oxida de forma rápida e eficaz quase todos os substratos biológicos em seu caminho. É um processo rápido e seguro para eliminar os micro-organismos. Na presença do oxigênio singleto, ou mesmo de outros radicais livres produzidos pela excitação do fotossensibilizador, há um eficiente ataque aos micro-organismos. Inúmeros estudos vêm sendo desenvolvidos utilizando o princípio da ação fotodinâmica, aplicada tradicionalmente no combate de células tumorais, para inativar micro-organismos. A maioria dos trabalhos in vitro com vírus tem procurado a esterilização do sangue e é desenvolvido utilizando a ação fotodinâmica, para inativar micro-organismos. Existem estudos utilizando a ação fotodinâmica para matar fungos, como a Candida albicans, responsável pelas candidoses sistêmicas que ocorrem, principalmente, em pacientes imunodeprimidos que utilizam próteses removíveis e para eliminar bactérias, por exemplo, as presentes na cavidade bucal, responsáveis pela cárie e pela doença periodontal. Essa técnica vem sendo apontada como uma alternativa de baixo custo no tratamento de infecções bucais locais. Venho trabalhando, de forma árdua, em diversos aspectos a ação Fotodinâmica na área bucal, por meio de estudos, e estou observando condições onde a descontaminação geral da boca pode ajudar em procedimentos odontológicos, como Periodontia, Endodontia, Dentística e descontaminação com pacientes em tratamentos oncológicos, e com tal ação desenvolver procedimentos utilizando esta terapia. A vantagem da utilização da ação fotodinâmica antimicrobiana é que a eliminação das bactérias pode ser controlada, restringindo-se a região irradiada. Assim, evita-se a destruição microbiana em outros locais, e o desenvolvimento de resistência seria improvável. Outra vantagem desta terapia é o fato de que ela pode ser aplicada inúmeras vezes, sem qualquer tipo de efeito colateral, e sem causar as ‘famosas’ reações sistêmicas a certos tipos de drogas. A ação fotodinâmica antimicrobiana é um campo a ser explorado de forma mais concreta e direta, que ainda necessita de estudos, mas que demonstra sua viabilidade e está sendo empregada clinicamente pelos profissionais da área da saúde.
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O fim das extrações na era dos autoligados: mito ou realidade? Mauricio Accorsi Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Universidade Federal do Paraná. Mestre em Ortodontia pela Universidade de São Paulo. Preceptor em DTM e Dor Orofacial pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). Desenvolve linha de pesquisa relacionada às novas tecnologias para o diagnóstico e planejamento 3D em Ortodontia e Cirurgia Ortognática e tratamentos por meio de sistemas de braquetes autoligados, labiais e linguais. É autor do livro “Diagnóstico 3D em Ortodontia”, da Editora Napoleão. Faz apresentações e participações em eventos nacionais e internacionais. É professor convidado de cursos de Pós-Graduação em Ortodontia no Brasil e no exterior.
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discussão sobre a indicação de exodontias para a realização de um tratamento ortodôntico bem-sucedido é uma grande preocupação de todos os especialistas, desde que Charles Tweed repensou a abordagem do seu mentor, muitos anos atrás. Como ortodontistas, estamos acostumados a seguir tabelas, fórmulas, regras, receitas de bolo, etc., no melhor interesse dos nossos pacientes. Será isso correto? A aceitação de certos dogmas na profissão denota fundamentalismo e é terreno fértil para que vendedores de ilusões prosperem. Braquetes que ‘fazem crescer osso’, versus extrações baseadas somente em normas cefalométricas podem não ser as melhores escolhas. O que significa sucesso em Ortodontia? A ânsia por satisfazer o nosso TOC habitual (transtorno obsessivo compulsivo) para ‘encaixar’ dentes em Classe I, nossa vaidade acadêmica, o lucro incessante, ou o bem-estar dos nossos clientes, de fato? Será que existe fórmula mágica que funcione para todos os casos? Por quanto tempo devemos escutar o nosso paciente na consulta inicial? Qual a importância que devemos dar às necessidades e desejos do nosso bem mais precioso? Caso pudesse mudar algo em sua clínica, o que seria? Gostaria de ter mais respeito e consideração dos seus clientes e, consequentemente, mais lucro e satisfação profissional? Será que impera somente a era do marketing, onde a única fórmula para o sucesso é um interior de consultório projetado pelo Philippe Starck com a Giselle Bündchen na sala de espera? Existe saída para a Ortodontia sim, e ela reside no trabalho e na valorização da especialidade e do especialista. O nosso ideal deve ser baseado no melhor interesse dos nossos clientes, e,
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para isso, precisamos entender que a ‘boca’ não é uma entidade separada do restante do corpo. Precisamos enxergar nosso paciente como um ser humano integral, com história prévia, emoções particulares e, principalmente, com desejos e necessidades únicas. Somos capazes de mudar vidas e aprimorar o bem-estar de nossos pares, para isso temos a responsabilidade de estarmos preparados a altura para o desafio, que deve ser baseado em um aprimoramento constante de nossa parte. Em outras palavras, precisamos ler e estudar cada vez mais. Buscar o entendimento de um novo processo de diagnóstico e tomada de decisão terapêutica, que está baseada, hoje, na utilização de novas tecnologias, evidências científicas e mudanças conceituais decorrentes. Os novos recursos diagnósticos estão aí para nos auxiliar a enxergar esse ‘algo mais’ em nossos clientes. Precisamos aprender a olhar com mais atenção para a face, vias respiratórias e todos os aspectos funcionais que envolvem a oclusão dentária e a articulação têmporomandibular. Precisamos conhecer e saber diagnosticar todos os aspectos socioemocionais dos nossos clientes e o impacto disso nos nossos tratamentos. Para Bill Proffit, o maior objetivo, agora, não é somente prevenir ou tratar uma doença. Um problema dento-facial não pode mais ser encarado como uma condição patológica por si só, e o tratamento ortodôntico se encaixa bem melhor em um paradigma de qualidade de vida. Finalmente, precisamos aprender a educar melhor nossos clientes e conviver em harmonia com nossos colegas dentro de um contexto interdisciplinar. Independente dos novos sistemas autoligados serem capazes, ou não, de produzir ‘crescimento ósseo’ e permitirem um ali-
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Precisamos enxergar nosso paciente como um ser humano integral, com história prévia, emoções particulares e, principalmente, com desejos e necessidades únicas
nhamento e nivelamento por meio de uma ‘expansão consistente’, somente com a aplicação de forças leves e baixa fricção e sem a utilização de disjuntores ou cirurgia, é inegável que estejamos passando por um momento em que o índice de extrações declinou. Eventualmente, isso poderia, de fato, acontecer em alguns casos? E se porventura sim, quais seriam esses casos? Temos hoje a disposição métodos de análise que nos permitem avaliar de forma consistente esses resultados, como a tomografia computadorizada de feixe cônico (Cone-beam CT) e a sobreposição de modelos digitais 3D. Catanneo e colaboradores, entre eles Lúcia Cevidanes e Birte Melsen, não conseguiram confirmar a remodelação da tábua óssea vestibular com concomitante translação dentária (movimento de corpo), como consequência da expansão promovida por meio de um sistema autoligado passivo. Por outro lado, Raphael Greenfield tem trabalhado com o ‘desenvolvimento coordenado do arco’ há mais de 30 anos, chegando a um índice de 98,5% de casos tratados sem extrações, utilizando apenas técnicas convencionais, segundo seus próprios relatos. O que queremos pontuar é que não são somente os recursos terapêuticos que determinam as alternativas de tratamento, mas, sim, as condições individuais de cada paciente e de cada profissional. Dessa forma, existem fatores que necessitam ser avaliados - cuidadosamente - quando estamos frente a casos que suscite a remoção de dentes permanentes, o que, certamente, deverá continuar indicado para muitos de nossos casos. A despeito do marketing dos fabricantes, um mérito das ‘novas filosofias expansionistas’ é o de trazer a tona essa discussão, que é fundamental para o sucesso dos nossos tratamentos. Ao avaliarmos um indivíduo que apresente discrepância de espaço e ‘discrepância cefalométrica’, devemos olhar muito atentamente para o perfil e vias respiratórias antes de indicarmos a remoção de pré-molares, independente da mecânica selecionada para o caso. Muitas vezes, estaremos diante de casos limítrofes, onde as extrações são determinantes para a indicação de cirurgia ortognática, em função do perfil facial e, principalmente, do volume de vias aéreas. Não há mais espaço para ‘compensações’ em casos de Classe II de Angle, com a remoção de pré-molares superiores, onde o caso apresente deficiência mandibular com diminuição significativa do volume das vias respiratórias superiores. Por outro lado, também
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existem limites para a movimentação dentária, e as alternativas que dispomos para aumentar o espaço disponível ainda são a expansão, a distalização, os desgastes interproximais, a projeção anterior, ou a remoção de dentes permanentes. É muito temeroso tratar sem extrações casos de grandes discrepâncias de espaço em pacientes verticais, com a presença de biprotrusão dentoalveolar, perda de suporte periodontal, ou ausência de corredor bucal, por exemplo. Além disso, o preparo cirúrgico também requer a extração de dentes em algumas situações. Mas, caso estejamos frente a uma situação limítrofe, onde a discrepância de espaço indicaria a remoção de dentes, mas o perfil facial não permite, a expansão com os aparelhos autoligados pode ser uma alternativa viável, desde que o tônus muscular seja adequado e que se observem todos os cuidados com uma correta sequência de arcos, intervalos maiores entre as consultas, uso de desgastes interproximais e de mini-implantes como ancoragem, por exemplo. A Radiologia tem um princípio conhecido por ALARA (as low as reasonably achievable) para orientar os especialistas quanto à dose de radiação empregada nos exames. ALARA significa em português: ‘tão baixa quanto racionalmente possível’. Precisamos também ser conservadores tanto quanto possível, quando estivermos frente à possibilidade de extrações. William Arnett nos orienta por meio do seu protocolo FAB1 (face, airway and bite) para a indicação cirúrgica. Convido os colegas a refletirem sobre o assunto e darem sua opinião acerca das indicações e contraindicações das extrações em Ortodontia e sobre as novas possibilidades terapêuticas com os sistemas autoligados. Faz-se necessário um consenso maior que possa nos orientar na tomada dessa importante decisão terapêutica, algo que possa auxiliar muitos profissionais a terem melhores resultados e evitar problemas, como o do colega de Mato Grosso do Sul, que não teve revertida sua condenação ao pagamento de indenização ao cliente, ‘pelo não cumprimento eficiente de tratamento ortodôntico’. A ação teria sido ajuizada por uma paciente que alegou fracasso de procedimentos realizados para correção do desalinhamento de sua arcada dentária. Na ação, a paciente pediu o ressarcimento de valores com a alegação de que foi submetida ao tratamento inadequado, pois a extração de dois dentes sadios teria lhe causado perda óssea (sic).
Face, mordida e vias respiratórias: Segundo Bill Arnett, a oclusão dentária determina a necessidade de tratamento e a face determina qual a melhor forma de se tratar. Sendo assim, em casos onde somente a oclusão pode ser tratada de forma ortodôntica, mas existe a indicação de melhora na face e nas vias respiratórias, o tratamento cirúrgico estará indicado.
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Coluna - Implantodontia
Reflexões em Implantodontia André Antonio Pelegrine Cirurgião-dentista. Mestre em Implantodontia. Doutor em Clínica Médica. Pós- doutorado pela Universidade Federal de São Paulo. Professor Titular de Implantodontia da Faculdade São Leopoldo Mandic. Autor dos livros “Transplantes ósseos na Odontologia” e “Células-Tronco em Implantodontia”.
A
utilização das proteínas morfogenéticas ósseas, ou simplesmente BMPs (da sigla em inglês de Bone Morphogenetic Proteins), com a finalidade de reconstrução óssea, vem sendo alvo de inúmeros estudos, tanto na Medicina como na Odontologia. Sua propriedade osteoindutora é conhecida desde 1965, por meio das pesquisas de Marshall Urist, porém, a possibilidade de utilização rotineira é bastante recente. Este hiato deve-se a inúmeros fatores, sendo, talvez, os dois principais: a dificuldade de obtenção em larga escala e o seu potencial imunogênico, relatado pelo próprio Urist, em 1991. O primeiro desses fatores foi amenizado com o desenvolvimento das tecnologias de clonagem, possibilitando a utilização das BMPs recombinantes (rh-BMPs). Porém, possivelmente, o segundo fator ainda não tenha sido bem solucionado. Talvez isso explique, em parte, alguns relatos de reações adversas decorrentes do uso desta terapia. Algumas dessas reações cita-
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das na literatura são: edema intenso, cefaleia, seroma, formação óssea ectópica, crescimento ósseo incontrolável, osteólise, infecção e câncer. Recentemente, o nosso grupo de pesquisa da São Leopoldo Mandic publicou um livro intitulado “Células-Tronco em Implantodontia”, onde ponderamos o risco de modificar o microambiente celular. Entendemos que, na atualidade, no âmbito da terapia celular, temos segurança para concentrar células-tronco autógenas, por meio de processos de centrifugação e/ou filtragem, porém, não temos plena segurança para cultivar células com finalidade terapêutica, pois isso repercute em importante mudança do microambiente celular, o que poderia levar a alterações genéticas. O encurtamento de telômero, por exemplo, é algo já muito bem evidenciado quando do cultivo celular. Portanto, se temos receio de modificar drasticamente o microambiente in vitro (para posterior uso clínico), deveríamos ter a mesma pre-
Coluna - Implantodontia ocupação com a modificação drástica do microambiente celular in vivo, e é justamente isso o que fazemos quando utilizamos as BMPs. Causa desconforto os atuais acontecimentos nos EUA, onde grupos de advogados aparecem na televisão transmitindo o seguinte recado: “Se você foi submetido ao uso do produto X (uma BMP recombinante) e apresentou alguma reação, entre em contato conosco”. Mas, talvez o que mais vem preocupando a comunidade científica são os aspectos éticos relacionados aos indícios de fraude, onde pesquisadores que, comprovadamente, receberam milhões da indústria teriam acobertado alguns efeitos adversos do rhBMP2, fato esse publicado na conceituada revista científica “The Spine Journal” (Carragee et al. 2011.471-491) e também no respeitado “The New York Times”. Concluindo, creio que o uso clínico das BMPs no Brasil deveria se limitar à faixa de indicação do FDA (uso on label), o que na Odontologia é restrita aos alvéolos pós-extração e em levantamentos de seio maxilar. Qualquer outro tipo de utilização se enquadra em uso off label (ou seja, diferente daquela indicada na bula) e receio que, em casos de litígios, nesse tipo de uso, não estaríamos devidamente respaldados. A despeito disso, o que tenho visto no Brasil com mais frequência é o uso off label. A justificativa para isso é a de que não existiria necessidade desta tecnologia para reconstruções tidas como não críticas, como os alvéolos frescos e seios maxilares pneumatizados, em contraposição às grandes reconstruções do tipo onlay. No entanto, como previamente ponderado, não existindo aprovação do FDA e ANVISA para uso deste material em reconstruções deste porte, creio que o momento deva ser de reflexão e debate sobre este tipo de conduta. Por outro lado, não podemos deixar de reconhecer que temos visto resultados reconstrutivos impactantes em usos de rh-BMPs de forma off label.
Caso Clínico
Tratamento sem extrações da má oclusão Classe II, divisão 2, com severo apinhamento dentário superior Vitor Hugo Panhóca Especialista em Ortodontia pela ACDC-Campinas-SP. Especialista em Dor Orofacial e DTM pela Escola Paulista de Medicina – UNIFESP. Pesquisador Clínico junto ao Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) – Instituto de Física – USP – São Carlos – SP. vitorpanhoca@ortodontista.com.br
O
apresentava, anteriormente ao tratamento ortodôntico, recessão gengival no incisivo central inferior direito. Na radiografia panorâmica, observou-se integridade dos tecidos ósseos e dentários, presença e formação dos terceiros molares inferiores e também presença do segundo pré-molar inferior direito em posição favorável de erupção (figura 4). A avaliação cefalométrica evidenciou uma retroposição das bases apicais superior e inferior (SNA=72° e SNB=67°), mandíbula em posição distal em relação à maxila (ANB=5°), incisivos superiores e inferiores verticalizados (1/.NA=21° e /1.NB=10°), tendência vetorial de crescimento mandibular com predomínio do componente vertical(S-N.Gn=75°) (quadro 1 e figura 5).
paciente V. M. B., do gênero masculino, leucoderma, brasileiro, 10 anos de idade, apresentava harmonia dos terços da face, simetria facial, perfil facial ortognático, selamento labial em repouso, ângulo nasolabial levemente diminuído e comprimento da linha queixo pescoço normal (figuras 1a, 1b e 1c). No exame clínico intrabucal, constatou-se uma má oclusão de Classe II de Angle1, segunda divisão, caninos em posição de Classe II, sobremordida acentuada, mordida cruzada posterior unilateral direita (figuras 2a, 2b e 2c), arcada superior atrésica, discrepância de modelo superior e inferior negativa, rotações dentárias no arco superior e inferior e presença do segundo molar decíduo inferior direito (figuras 3a e 3b). O paciente
Quadro 1 – Valores cefalométricos iniciais e finais
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Inicial
Final
Normal
SNA
72º
73º
82º
SNB
67º
70º
80º
ANB
5º
3º
2º
S-N.GN
75º
73º
67º
FMA
26º
21º
25º
1/./1
142º
125º
131º
1/.NA
21º
30º
22º
1/-NA
2mm
4mm
4mm
/1.NB
10º
21º
25º
/1-NB
2mm
5mm
4mm
IMPA
80º
94º
87º
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Caso ClĂnico
Figuras 1a, 1b e 1c Imagens iniciais.
Figuras 2a, 2b e 2c
Imagens intrabucais iniciais.
Figuras 3a e 3b
Imagens intrabucais iniciais.
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Caso ClĂnico
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7a
Radiografia panorâmica inicial.
Disjuntor palatino Hyrax.
Figuras 7b e 7c
Imagens intrabucais finais.
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Telerradiografia lateral inicial.
Imagem intrabucal final.
Caso ClĂnico
Figuras 8a e 8b
Imagens intrabucais oclusais finais.
Figuras 9a e 9b
Imagens de face finais.
Figura 10
Radiografia panorâmica final.
Figura 11
Telerradiografia lateral final.
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Caso Clínico monia facial, conseguindo maior proeminência anterior dos lábios do paciente.
Alternativas de tratamento O apinhamento severo de 9mm, na arcada superior, acompanhada de uma posição molar de Classe II de Angle levaria a muitos ortodontistas em optarem por um tratamento ortodôntico corretivo com extrações de dois pré-molares superiores. Considerando a possibilidade em aumentar o perímetro do arco superior e inferior com abertura da sutura palatina mediana5,6, inclinação dentária anterior inferior juntamente com distalização dos molares superiores7,8, optamos por realizar o tratamento ortodôntico sem extrações.
Progresso do tratamento A evolução do tratamento foi conduzida da seguinte maneira: » Instalação do disjuntor palatino Hyrax9 com ativação de 4/4 de volta no primeiro dia e ativação de ¼ de volta por dia até obter sobrecorreção da mordida cruzada (figura 6). » Bandagem e cimentação dos elementos 36 e 46. » Colagem direta total superior e inferior. » Nivelamento e alinhamento superior e inferior. » Ancoragem extrabucal tipo Klohen10 (AEBK) apoiado nos dentes 16 e 26 para obter correção da discrepância anteroposterior. Não houve colaboração no uso deste dispositivo por parte do paciente. » Arcos ideais. » Ajustes anteroposteriores com elásticos intermaxilares Classe II. » Contenção superior com placa tipo Hawley modificada e contenção inferior por meio de barra de fio metálico colada do 33 a 43.
Resultados de tratamento
Figuras 12a, 12b e 12c
Imagens após um ano e seis meses do final do tratamento ortodôntico.
Objetivos de tratamento
O primeiro objetivo deste tratamento era corrigir a mordida cruzada posterior unilateral direita e obter espaço nas arcadas dentárias superior e inferior 2-3, permitindo alinhamento e nivelamento dos dentes superiores e inferiores, facilitando a higiene bucal do paciente. O segundo objetivo era corrigir a má oclusão de Classe II, divisão 2 juntamente com a correção da retroinclinação dos incisivos superiores, retirando a oclusão traumática sobre os incisivos inferiores, que poderia agravar a recessão gengival do incisivo central inferior direito e, consequentemente, permitir a melhora do tecido periodontal desta região. Corrigindo a má oclusão, também tínhamos o objetivo de melhorar a relação entre os lábios superior e inferior 4, assim como melhorar a har-
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A mordida cruzada posterior unilateral direita foi corrigida por meio da abertura da sutura palatina mediana, obtendo um correto relacionamento transversal das arcadas superior e inferior (figura 7). A disjunção palatina e a tração cervical permitiram um ganho de espaço no perímetro da arcada superior, resolvendo o problema de discrepância dentária superior com sua base apical, tornando possível o alinhamento e o nivelamento dos dentes superiores, sem que os mesmos inclinassem acentuadamente para vestibular (quadro 1 e figuras 8a e 8b). O apinhamento dentário inferior foi corrigido em parte por inclinação vestibular dos incisivos inferiores (quadro 1), e em parte pela diferença de tamanho do segundo molar decíduo direito e seu sucessor permanente, que durante sua erupção ocupou menor espaço no arco inferior, devido manutenção do espaço do dente decíduo através da mecânica ortodôntica fixa. A mordida profunda, apresentada inicialmente pelo paciente, teve sua correção a expensas de nivelamento e alinhamento das arcadas superior e inferior. Foi utilizada uma força de distalização dos molares e de inibição de crescimento maxilar no sentido posterior da face, através do uso de ancoragem extrabucal com puxada cervical associado ao uso de elásticos intermaxilares de tração para correção da Classe II de Angle, obtendo-se completo sucesso como mostrado nas figuras 7a, 7b e 7c. O crescimento mandibular ocorreu, o que, conjuntamente com o tratamento ortodôntico corretivo com intenção de inibir o crescimento maxilar, promoveu uma melhora na estética facial do paciente, podendo se constatar nas fotos finais
Caso Clínico uma face de perfil e frontal com selamento labial em repouso mais harmônico (figuras 9a e 9b).
Discussão A discussão em extrair ou não extrair dentes no tratamento ortodôntico é polêmica e histórica na Ortodontia. As opiniões de Angle11 e Case12 são de longa data conhecidas pelos ortodontistas13, e a mudança da filosofia a respeito de extração após o trabalho de Tweed14 e Beeg15 gerou impacto nos conceitos sobre esse assunto após estudos clínicos apresentados neste aspecto da Ortodontia. Quando planejamos um tratamento ortodôntico corretivo em um paciente portador de Classe II, divisão 2 com apinhamento dentário severo superior, como no caso clínico mostrado neste artigo, o primeiro protocolo a ser pensado é o de extrações dentárias, para se obter espaço na arcada para o correto alinhamento e nivelamento dos dentes superiores e também possibilitar correção da Classe II de canino, conseguindo uma oclusão funcional com desoclusão guiada pelos caninos. Vamos pensar sobre o que aconteceria se optássemos por extração dentária de dois pré-molares superiores e retração dentária anterior para correção desta má oclusão de Classe II acompanhada de mordida cruzada posterior e mordida profunda. Provavelmente, com as extrações dentárias, teríamos uma diminuição total do arco superior acompanhado de um aprofundamento do perfil mole deste paciente4. Além disso, a correção da mordida profunda durante um movimento de retração dentária seria de difícil controle, o que poderia levar ao final do tratamento um resultado estético e funcional insatisfatório. Diante do exposto, e se tratando de um paciente jovem com crescimento ósseo ainda em formação, decidiu-se por um tratamento em estimular crescimento maxilar no sentido lateral, corrigindo a mordida cruzada e aumentando o perímetro do arco, obtendo espaço para alinhamento e nivelamento dentário na arcada superior. O uso de ancoragem extrabucal10 foi feito no sentido não só de se obter chave de oclusão molar, mas também de conseguir espaço necessário para o alinhamento e nivelamento de todos os dentes superiores, evitando, assim, extrações dentárias e um insucesso no resultado estético no tratamento ortodôntico final. Associado a aparelhagem extrabucal foram utilizados elásticos intermaxilares para obter a finalização dos ajustes anteroposteriores das arcadas. Significativas melhoras após a realização do tratamento foram obtidas na oclusão, no sorriso e no perfil deste paciente. Apesar de pequena inclinação vestibular dos incisivos inferiores, nenhum dano periodontal foi notado nos registros finais; isto concorda com o estudo de Melsen e de Allais16. O tratamento foi bem-sucedido, porque um diagnóstico apropriado foi determinado. O resultado bem-sucedido sublinha a importância de compreender os limites do movimento ortodôntico do dente e se o osso alveolar é suficientemente disponível para conseguir movimento seguro do mesmo dentro do rebordo alveolar, antes de se definir um determinado plano de tratamento. A análise facial e cefalométrica inicial do paciente nos conduziram a escolher um plano de tratamento de não extração, produzindo um resultado final que valida a opção terapêutica adotada (quadro 1 e figuras de 7 a 11). O tratamento ortodôntico aplicado neste paciente se apresentou com estabilidade ocluso-funcional e estética após um ano e seis meses da finalização do tratamento (figuras 12a, 12b e 12c).
Conclusões Neste artigo, foi reafirmada a necessidade de obter um diagnósti-
co apropriado, respeitando as limitações periodontais e de estética facial do paciente portador de má oclusão de Classe II, divisão 2. A definição do plano de tratamento, por sua vez, leva em conta a maneira mais segura de atingir os objetivos do tratamento. O sucesso do tratamento é baseado na aplicação de uma aparatologia - comprovada cientificamente - que foi adaptada às possibilidades e necessidades do paciente, pensando, sempre, na otimização dos resultados clínicos ortodônticos estéticos e funcionais.
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Caso Clínico
Aperfeiçoando o sorriso com clareamento dental
José Augusto Rodrigues Mestre e Doutor em Clínica Odontológica- área de Dentística e Professor da Universidade Guarulhos - UnG. jrodrigues@prof.ung.br
H
á uma forte relação entre a aparência física do ser humano e sua atratividade social. Em muitos casos, a forma como o indivíduo é percebido em um ambiente ou em grupo pode influenciar de maneira significante sua interação e desenvolvimento social e intelectual1. A face é uma das primeiras regiões do corpo a ser observada em um indivíduo e tem o poder de expressar uma série de sentimentos, sendo o sorriso um dos elementos mais importantes na forma de comunicação não verbal e na estética2. O sorriso emoldura os dentes, que podem, assim como outros elementos da face, denunciar a idade cronológica do indivíduo por meio de desgastes ou mesmo pela cor. Nesse contexto, dentes escurecidos são considerados desagradáveis pela sociedade, ao contrário de dentes brancos, considerados um sinal de jovialidade e saúde. Todavia, deve-se considerar que a cor dental é somente mais um componente que influencia na estética corporal e existem diversas pessoas belas que apresentam dentes escurecidos. Contudo, quando o escurecimento dental afeta a convivência social, pode-se indicar o clareamento dental externo3. O clarea mento dental externo é indicado para dentes vitais que apresentam escurecimento generalizado e tons acima da cor A3 na
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Luis Gustavo Barrotte Albino
Mestre em Odontologia - área de Dentística. Professor da Universidade Guarulhos - UnG. lgbarrote@prof.ung.br
escala Vita ordenada pela luminosidade. É um procedimento extremamente conservador quando comparado a outras opções para sanar o escurecimento dental, como facetas diretas e indiretas e coroas cerâmicas4. Existem duas técnicas de clareamento externo, a que é realizada em consultório e a caseira. Na técnica em consultório, os dentes são isolados e é aplicado o agente clareador pelo cirurgião-dentista que tem controle direto sobre o tratamento. Já na técnica caseira o agente clareador é aplicado pelo próprio indivíduo, utilizando moldeiras individuais no período noturno ou diurno3-6. O clareamento dental ocorrerá pela decomposição do agente clareador, o peróxido de carbamida em peróxido de hidrogênio ou diretamente o peróxido de hidrogênio, que libera radicais livres (oxigênio e peridroxil), que reagem com as macromoléculas de pigmentos, reduzindo-as a moléculas menores e mais claras. Além disso, quanto maior a concentração e frequência do peróxido de hidrogênio sobre os dentes, maior será a liberação de radicais livres e o efeito clareador4. Baseado nessa premissa, em casos de escurecimento mais severo ou quando são necessários resultados mais rápidos, pode-se optar por indicar a associação das técnicas caseira e
Caso Clínico
Um rapaz de 35 anos apresentou-se no Ateliê Odontológico Dr. Luis Gustavo com o objetivo de clarear os dentes que se apresentavam escurecidos, e, com isso, melhorar sua aparência física e, consequente, aceitação profissional em sua carreira como modelo (figuras 1 e 2). Ao exame clínico, seus dentes possuíam uma coloração amarelada, classificada pela escala Vita em ordem de luminosidade como B3 nos incisivos e B4 nos caninos, provavelmente devido à pigmentação em função do consumo de alimentos e bebidas com corantes da dieta (figura 3 e 4). Este tipo de escurecimento possui um bom prognóstico4. Como o paciente desejava um tratamento rápido, foi proposta a associação da técnica caseira utilizando peróxido de hidrogênio 7,5% (White Class 7,5% FGM) com a de consultório utilizando peróxido de hidrogênio 35% (Whiteness HP Blue). Após a execução do registro de cor e do protocolo fotográfico, os arcos superior e inferior foram moldados com material à base de alginato e modelos foram vazados em forma de ferradura para a confecção de moldeiras individuais (figura 5). Esta moldeira foi recortada acima do colo dos dentes, testada para verificar se não havia ponto de contato prematuro (figura 6). Em seguida, foi recomendado ao paciente que antes de realizar o clareamento no período noturno, higienizasse os dentes por meio de escovação e fio dental. Para a aplicação do agente clareador, deveria ser colocada uma gota na vestibular dos dentes anteriores e pré-molares das moldeiras, e em seguida elas deveriam ser inseridas nas arcadas e verificada a presença de excesso de agente clareador para removê-lo.
Após o uso das moldeiras, essas deveriam ser lavadas, os dentes higienizados e, caso ocorresse qualquer problema, esse deveria ser comunicado ao cirurgião-dentista. Nessa mesma sessão, com o auxílio de um afastador de lábios, os dentes escurecidos foram isolados com uma barreira gengival composta de uma resina flúida fotoativável (Top Dam –figura 7), que foi aplicada sobre a face vestibular de cada dente e ativada pela luz de um aparelho LED (figura 8). Foi aplicada uma camada do agente clareador a base de peróxido de hidrogênio a 35% (Whiteness HP Blue – figura 9). Esse sistema clareador apresenta como vantagem sua forma pré-dosada, que evita desperdícios e possibilita ser aplicado diretamente da seringa, através de uma ponteira. Além disso, é apresentado em duas seringas, uma contento o peróxido de hidrogênio e outra o espessante, sendo que, após o acoplamento das seringas, pode-se facilmente misturar as duas fases, garantindo perfeita homogeneização. Dessa forma, para o preparo do gel, as duas fases com as seringas foram conectadas e os êmbolos foram empurrados alternadamente por 10 vezes, e, então, toda a mistura foi empurrada para a seringa transparente, que permite o controle visual da quantidade de produto durante a aplicação. Esse agente clareador permaneceu em ação por 50 minutos. Em seguida, foi removido com sucção e jatos de água-ar (figura 10). O mesmo procedimento foi realizado novamente na mesma sessão. Foi solicitado o retorno do paciente após uma semana. No período de sete dias, foi constatada mudança de cor nos dentes escurecidos, luminosidade próxima a C2 na escala Vita (figura 11), porém, esse clareamento ainda estava insatisfatório para o paciente, que recebeu mais duas aplicações de uma hora. O mesmo ocorreu na segunda reavaliação, que a luminosidade dos dentes se aproximava a B2, sendo o tratamento concluído na terceira reavaliação, quando foi observado que, tanto os incisivos quanto caninos apresentavam luminosidade semelhante a B1 da escala Vita. Assim, o tratamento clareador foi concluído com 11 dias de clareamento caseiro e três sessões de duas aplicações por 50 minutos em consultório (figuras 12 e 13).
Figura 1
Figura 2
de consultório, visto que a conclusão do tratamento clareador caseiro diário ou semanal em consultório ocorre somente após três a quatro semanas7-8. Este trabalho apresenta o caso de um paciente que apresentava uma boa aparência física, porém, buscava melhorar seu sorriso por meio do clareamento dental externo.
Caso clínico
Paciente com lábio em repouso. Observe que o escurecimento já pode ser percebido nas bordas incisais.
Sorriso do paciente apresentando escurecimento dental, devido ao consumo de alimentos corantes associado à idade.
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Caso Clínico
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Figura 9
Figura 10
Visão lateral do sorriso do paciente.
Moldeiras individuais confeccionadas em plastificadora a vácuo.
Isolamento relativo do campo operatório com afastadores de lábios e barreira gengival – Top Dam.
Aplicação do agente clareador Whiteness HP Blue.
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Visão aproximada dos dentes. Note a coloração escura, principalmente nos dentes caninos.
Prova das moldeiras individuais.
Fotoativação da barreira gengival com LED.
Remoção do agente clareador Whiteness HP Blue após 50 minutos de aplicação.
Caso Clínico
Figura 11
Figura 12
Figura 13
Figura 14
Discussão
custo, porém, requer de três a seis semanas de tratamento por arcada dental, podendo se estender até seis meses, em casos de manchas por tetraciclina mais severas8,11. Entretanto, como paciente relatou urgência no tratamento clareador, devido à questão profissional, optou-se pelo clareamento associado da técnica caseira com a de consultório, visto que o paciente apresentava um elevado escurecimento dental. Estudos relatam que a associação de técnicas pode resultar em um clareamento efetivo em menor tempo, contudo, essa vantagem de obter resultados mais rápidos em um menor intervalo de tempo também aumenta os efeitos indesejáveis, como a sensibilidade dental apresentada pelo paciente8,11. Devido ao baixo peso molecular, os agentes clareadores transitam facilmente pelo esmalte e dentina até alcançar a polpa dental. No tecido pulpar, os agentes clareadores causam um processo inflamatório, tornando os dentes mais sensíveis e com uma prevalência de aumento proporcional ao aumento da frequência e concentração do gel clareador11-13. Como a sensibilidade dental causada pelo tratamento clareador é temporária e cessa com a eliminação natural dos subprodutos dos agentes clareadores pela polpa, foi solicitado ao paciente que intercalasse as noites de tratamento caseiro,
Resultado clínico obtido no período de sete dias de tratamento.
Sistema clareador caseiro White Class 7,5% - FGM utilizado para o clareamento dental.
O clareamento dental vem se tornando um procedimento popular e muito requisitado pelos pacientes. Clinicamente, ele oferece uma melhora da estética do sorriso sem a necessidade de procedimentos invasivos, como a confecção de coroas ou facetas4,10. Essa demanda pela estética por parte dos pacientes e dentistas tem estimulado cada vez mais o aperfeiçoamento dos agentes clareadores, de forma que resultados sejam obtidos de forma mais rápida. Como o clareamento dental ocorre pela degradação das moléculas de pigmentos por radicais livres gerados da decomposição do peróxido de hidrogênio, quanto maior a frequência, concentração e reatividade desse agente sobre os dentes, maior será o efeito clareador4,10. Dessa forma, vários sistemas clareadores estão disponíveis para os cirurgiões-dentistas, com pequenas variações na técnica de aplicação, mas que garantem que no final do tratamento, que pode envolver maior ou menor intervalo de tempo, haja um resultado efetivo3,10. Tradicionalmente, os cirurgiões-dentistas indicam a técnica de clareamento dental externo caseiro com peróxido de carbamida 10%. Essa técnica oferece segurança, efetividade e baixo
Término do tratamento clareador após 11 dias de clareamento caseiro e três sessões de duas aplicações por 50 minutos em consultório.
Sistema clareador caseiro Whiteness HP Blue – FGM utilizado para o clareamento dental.
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Caso Clínico para proporcionar o restabelecimento da condição normal da polpa. Com essa redução de frequência de aplicação, intercalando um dia de aplicação com um de descanso, o paciente conseguiu reduzir a sensibilidade dental, podendo, após três semanas, obter o sucesso do clareamento dos dentes. Obteve-se, então, uma excelente integração dos dentes clareados no sorriso em harmonia com a face.
Considerações finais Com base nos achados clínicos descritos no presente trabalho, pode-se inferir que quando há a necessidade de clareamento de dentes escurecidos em um curto intervalo de tempo, os cirurgiões-dentistas podem optar pela associação das técnicas de clareamento externo de consultório e caseira e empregar géis clareadores com concentrações mais elevadas para suprir os anseios dos pacientes. Entretanto, deve-se considerar a real necessidade do caso, buscando a melhor técnica de tratamento com a menor possibilidade de efeitos indesejáveis, pois com o aumento da frequência e da concentração dos géis clareadores, possivelmente aumentará o risco dos dentes tornarem-se mais sensíveis durante o tratamento, ressaltando-se que agentes clareadores em menor concentração necessitam apenas de um maior intervalo de tempo de tratamento clareador para alcançarem resultados tão efetivos quanto os dos agentes de maior concentração.
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