Panorama Audiovisual 76

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76 ISSN 2236-0336

Ano 6 - Edição 76 - Junho/2017

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Editorial

Quem aguenta streaming sem qualidade? A noção de qualidade de vídeo significa coisas diferentes para cada usuário e abrange um espectro tão amplo que “bom” para uma pessoa pode ser considerado “ruim”, para outra. Quando se trata de streaming de vídeo, os conceitos sobre qualidade podem ser tanto relativos como subjetivos, por isso é tão importante estabelecer indicadores de desempenho. Para identificar quais fatores afetam a qualidade do vídeo, a provedora de infraestrutura Akamai encomendou um estudo com 350 diretores de empresas prestadoras de serviços de vídeo over-the-top – aqueles com distribuição pela internet. Entre os pesquisados, quase metade já havia lançado um serviço. 21% pretendiam lançar um nos próximos seis meses, e quase um terço no próximo ano. Além disso, 22% não tinham uma data específica ou não sabiam quando lançariam o serviço. Isto sugere que o ritmo de crescimento destes serviços vai continuar neste e nos próximos anos. O estudo que pediu aos entrevistados para listarem os fatores que mais afetam a qualidade do vídeo e as respostas estão aqui: O rebuffering, com frequentes interrupções de vídeo, é a maneira mais fácil de perder público, segundo 84% dos entrevistados. Em seguida vem a sincronia de áudio, com 69%. O áudio que chega antes ou depois em relação ao vídeo causa muito desconforto e estudos têm mostrado que estes problemas podem ser mais graves que os problemas com a qualidade do vídeo. A pixelação ou desfoque da imagem vem na terceira posição, indicada por 60% dos entrevistados e geralmente está associada com taxas de bits não apropriadas. Depois os entrevistados indicaram o tempo de carregamento da mídia como fator crítico. Curiosamente, este ponto importante foi colocado após os três primeiros fatores. O tempo de inicialização foi apontado por apenas 32%. Por fim veio a latência. Muitas vezes realçada no contexto de esportes ao vivo, ela é o tempo de atraso entre a transmissão por TV ou cabo (ou reações nas mídias sociais) em comparação com o streaming. A latência foi um dos fatores principais para 26%. Todos entrevistados pareciam estar plenamente conscientes do impacto do rebuffering e a lentidão no início do serviço de vídeo. Eles também reconhecem que os problemas de qualidade representam a maior ameaça para atrair e reter assinantes e espectadores de seu serviço. Portanto, tendo em conta estas preocupações, o que acontece quando os espectadores tem uma experiência de baixa qualidade? Em primeiro lugar, a fidelidade despenca. Outro estudo com dados internos da Akamai ajudou a mostrar que os telespectadores começam a deixar um vídeo se ele demorar mais de dois segundos para rodar. Para cada segundo adicional, 6 por cento da audiência desiste. Aos 10 segundos, cerca de metade do público desaparece. Não só os telespectadores vão embora, mas as chances são grandes de eles não retornarem. O mesmo estudo mostrou que os espectadores que experimentaram falhas eram menos propensos a visitar o site em comparação com aqueles que não tiveram nenhum problema com o vídeo. Isso pode afetar negativamente o público e prejudicar a marca. Dada a clara ênfase na qualidade, não surpreende que 44% dos entrevistados deste estudo apontem a importância dos indicadores de desempenho, segundo os quais se pode julgar e gerenciar o desempenho de seu serviço. Quanto ao acompanhamento de desempenho, os prestadores de serviços têm várias abordagens. Quase um quarto (23%) concorda em deixar que um parceiro de distribuição de conteúdo (CDN) diga se está tudo ok. 31% coloca a responsabilidade nas suas equipes de operações ou em um fornecedor externo. 28% acreditam que o trabalho é ao mesmo tempo responsabilidade da equipe de operações e da CDN com que trabalham. A conclusão é que , embora a qualidade possa ser relativa e subjetiva, a má experiência com streaming pode arruinar todo o investimento em conteúdo e comercialização de um provedor de serviços. Portanto, para estabelecer indicadores de desempenho é crucial, não apenas para o negócio, mas também para os consumidores e anunciantes que estão ajudando a pagar as contas.

Ano 6 • N° 76 • Junho de 2017

Redação Editor e Jornalista Responsável

Fernando Gaio (MTb: 32.960) fernando.gaio@vpgroup.com.br Reportagem

Renan Araújo redacao@vpgroup.com.br Editor Internacional

Antonio Castillo acastillo@panoramaaudiovisual.com Coordenador Editorial

Flávio Bonanome flávio.bonanome@vpgroup.com.br Arte Flávio Bissolotti flavio.bissolotti@vpgroup.com.br Comercial Gerentes de Contas

Alexandre Oliveira alexandre.oliveira@vpgroup.com.br Colaboradores Gustavo Zuccherato, Fernanda Beatriz

Presidente & CEO Presidência e CEO

Victor Hugo Piiroja victor.piiroja@vpgroup.com.br Financeiro Rodrigo Gonçalves Oliveira rodrigo.oliveira@vpgroup.com.br Atendimento Jessica Pereira jessica.pereira@vpgroup.com.br

Panorama Audiovisual Online www.panoramaaudiovisual.com.br Tiragem: 16.000 exemplares Impressão: Gráfica57 Fernando Gaio (MTb: 32.960) Editor Al. Madeira, 53, cj 92 - 9º andar - Alphaville Industrial 06454-010 - Barueri – SP – Brasil +55 11 4197-7500 www.vpgroup.com.br PanoramaAV

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Sumário

10 NAB 2017 A cobertura dos principais lançamentos e tecnologias presentes no evento.

Nesta Edição 14 O futuro da transmissão esportiva

36 Artigo: Pirataria de Sinal

Com os primeiros jogos da seleção brasileira transmitido quase que exclusivamente pela internet, seria o começo de uma nova era para distribuição de mídia no país?

Como os detentores de conteúdo podem proteger seus produtos da crescente ataque virtual.

24 Entrevista: Guilherme Silva

40 Artigo: Virtualização

CEO da Glookast debate a tecnologia por trás de integração de sistemas e infraestrutura em nuvem.

As tecnologias de Playout já podem se valer das vantagens de virtualização de sistemas.

28 Semana ABC

44 10 Perguntas: Jeff Rosica

Os debates e as tecnologias no maior evento de cinematrografia do Brasil.

Novo presidente da Avid debate a fase da empresa e o que novas parcerias podem representar para seus usuários.

8 Reportagem

44 Semana ABC.

10 Perguntas Jeff Rosica


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Clear-Com forneceu sistemas de intercomunicação para espetáculo do Cirque du Soleil na Broadway Com instalação dos sistemas com fio HelixNet Digital e dos sistemas sem fio FreeSpeak II foi possível manter a conexão e a comunicação entre todos os presentes no local da apresentação

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Clear-Com foi a empresa responsável por fornecer as soluções de intercomunicação para o musical do Cirque du Soleil na Broadway “Paramour”, cuja turnê se encerrou em abril deste ano. A produção utilizou três HelixNet Digital Partyline Main Stations com fio e o FreeSpeak II sem fio para proporcionar um sistema de intercom que cobrisse completamente os quase dois mil assentos do Lyric Theater, em Nova York. Já o design de áudio envolveu 18 HPB beltpacks e 18HRM remote stations para conectar a equipe do palco ao sistema HelixNet. Além de coordenar as rápidas mudanças de cenário, suporte e equipamentos no musical, a equipe de palco pode monitorar em tempo real a segurança das performances aéreas do Cirque du Soleil. “O Paramour foi um desses projetos que levou a Broadway a uma nova direção; ele tem uma história e músicas como um musical mas também tem um componente importante que são as acrobacias do

Cirque du Soleil presentes ao longo do espetáculo”, disse David Patridge, sound designer associado. “A produção precisava de um sistema de intercomunicaçãorobusto, confiável e flexível que mantivesse todos conectados sem quedas ou falhas. Por exemplo, com o HelixNet você pode operar 24 canais multiplexados por meio de um cabo XLR e ligar a unidade com o mesmo cabo”, afirmou ele. Para a comunicação wireless, foi alugado o sistema FreeSpeak II 1.9 Ghz com beltpakcs/headsets para 15 usuários, mais nove antenas para aumentar o alcance dos produtos por todo o teatro. Ele também pode ser integrado às plataformas HelixNet e outros sistemas com fio da Clear-Com. “Com o uso das nove antenas FreeSpeak II e um par de splitters nós pudemos cobrir cada pedaço do prédio e todas estavam conectadas a um cabeamento leve CAT5. Esse tipo de cobertura completa não é alcançada em versões anteriores de comunicações sem fio”, explicou Patridge. PA


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Notícias

Câmera Paralenz é lançada exclusivamente para filmagens subaquáticas Câmera de empresa dinamarquesa permite filmagem em 4K por pouco mais de duas horas e possui ajustes de cores automáticos

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startup dinamarquesa Paralenz criou uma câmera de mesmo nome para a gravação de fotos e vídeos especificamente embaixo d’água. Para isso, ela oferece como diferencial um sensor de pressão que determina a pressão, temperatura e profundidade e aplica uma tecnologia de correção de cor que utiliza os ajustes necessários para deixar a imagem com a melhor qualidade. Voltada para utilização por mergulhadores, a câmera pode ser usada em um profundidade de até 200 metros, faz fotos em 8MP e pode gravar em Full HD a 30 fps durante 3,5 horas ou em 4K por pouco mais de duas horas sem recarregar a bateria. Ela possui um aplicativo para iOS e Android que permite a visualização, configuração e compartilhamento das imagens gravadas, além de fornecer informações sobre os percursos e profundidades percorridas. Ela também pode ser operada entre -20ºC e 85ºC e possui grava-

ção de áudio, resistência a impactos, capacidade de armazenamento de 128GB em um cartão micro-SD e conectividade Wi-Fi dual band, Bluetooth e USB. O preço da câmera é de US$728. PA

SAM anuncia Eric Cooney como novo CEO e presidente da empresa O executivo possui mais de 20 anos de experiência em empresas do setor de mídia e tecnologia e assume o cargo no lugar de Tim Thorsteinson

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Snell Advanced Media (SAM) anunciou o nome de Eric Cooney como o novo presidente e CEO da empresa. Ele possui mais de 20 anos de experiência na área de mídia, tecnologia e telecomunicações e era o atual CEO da Tiptana, fundo de investimentos do setor. Antes disso, ele já havia sido CEO da Tandberg Television, empresa do Grupo Ericsson e da Internap, além de já ter passagens pelas empresas Foxboro Company e Bailey Controls. Em sua nova função como CEO da SAM, ele terá o papel de continuar com o crescimento e o desenvolvimento do grupo através de vários mercados e de manter o aumento de vendas que a empresa tem alcançado nos últimos anos como resultado do lançamento de novos produtos. O grupo emprega quase 600 pessoas em escritórios na Europa, Américas, Oriente Médio e região da Ásia Pacífico. A empresa anunciou um crescimento consecutivo de 20% ao ano nos últimos anos. Ele substitui Tim Thorsteinson, que segue como acionista da companhia. “A SAM tem crescido muito nos últimos anos em um mercado desafiador impactado por mudar a natureza do consumidor de mídia final. Queremos assegurar meu compromisso com a inovação e a integração, mantendo os consumidores no centro das nossas decisões, além de explorar novas maneiras de aumentar nosso market share nesse mercado”, afirmou Eric Cooney. PA

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Notícias

Para Nagra e MTM, TVs por assinatura estão sofrendo os impactos das novas tendências do mercado Pesquisa das empresas afirma que movimentos de mercado como criação de OTTs, combate à pirataria e análise de dados movimentam operadoras de TV por assinatura na América Latina

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Nagra e a MTM, consultoria de pesquisas e estratégias, realizaram o programa de pesquisa global Pay-TV Innovation Forum 2017 que é voltado para executivos sênior de TV por assinatura e que examina as inovações e estratégias desse mercado envolvendo também negócios de TV, OTT, VOD e outros. Em abril foi realizado o primeiro seminário regional de 2017 que tratou das condições e do desenvolvimento da indústria de TV Paga na América Latina e as empresas apresentaram diversas conclusões com base nesse estudo. Segundo elas, por toda a América Latina, os mercados de TV por assinatura variam em termos de tamanho e a penetração e a receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) estão em diferentes estágios de desenvolvimento. Enquanto existem mercados com alto crescimento como o México e o Peru (crescimento de 23% de assinantes entre 2014 e 2016), também há aqueles com elevação moderada como a Colômbia e o Chile (8%), e outros que permaneceram estagnados nesse período, como o Brasil, especialmente por conta da crise econômica no país. A pesquisa analisou que, embora haja destaques positivos na região, alguns executivos reconhecem que o crescimento dos negócios para as TVs por assinatura enfrenta dificuldades por diversas razões, incluindo por altos níveis de desigualdade econômica, opções de emissoras de TV aberta, crescimento dos serviços de OTT e altos índices de pirataria.

Pirataria Os executivos reconhecem que a pirataria tem se tornado significativamente maior nos últimos anos. Eles destacam como causas a facilidade de acesso a aparelhos ilegais de set-top boxes e IPTV, aumento dos custos de assinaturas, sofisticação das técnicas de pirataria, e dificuldades de medir e rastrear os produtos ilegais. A maioria dos executivos compartilha que a indústria será capaz de reduzir o impacto da pirataria ao longo prazo caso haja maior cooperação da indústria, melhorias na legislação e educação, avanços em relação à proteção do conteúdo, soluções de marca d’água e melho-

ria nas propostas de valor das operadoras que atendam às necessidades dos consumidores.

OTT Muitos executivos acreditam que o mercado de OTT na América Latina, embora ainda esteja no início, já está se desenvolvendo rapidamente. “Todas operadoras de TV por assinatura na América Latina já estão lançando experiências interativas: TV Everywhere, OTT, IPTV. Todos do mercado querem fazer parte do mundo digital”,comentou um dos executivos. Segundo Simon Trudelle, diretor sênior de marketing de produtos da Nagra, as operadoras perceberam a presença de seus concorrentes e passaram a investir em serviços próprios de OTT. Mas ainda assim, os índices de operadoras com esses serviços ainda é baixa. “78% das operadoras na América Latina oferecem serviços de TV Everywhere, enquanto 22% oferecem serviços de OTT. Mas elas ainda estão atrás dos americanos e da média mundial que possuem 83% das operadoras com serviços de TV Everywhere e 30% com serviços de OTT, respectivamente”, analisou ele.

Novas tendências De acordo com o gerente da MTM Jon Watts, as operadoras de TV por assinatura na América Latina buscam apresentar novas propostas de experiências interativas e únicas através de múltiplos dispositivos para seus clientes. “Eles estão investindo na próxima geração de set-top boxes, soluções de TV Evereywhere em multitelas e em alguns casos em serviços de OTT, enquanto ao mesmo tempo tentam encontrar maneiras de se dirigir a uma base de consumidores de baixa renda”, afirmou. Ele diz ainda que a análise de dados e analíticos avançados também começa a fazer parte do interesse desses profissionais. “Eles acreditam que isso trará valor significativo ao ajudar a entender seus consumidores e a entregar valor através de conteúdo personalizado e relevante e interfaces de usuários, propagandas segmentadas e melhoria de vendas, marketing e atendimento ao consumidor”, analisou. PA


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Church Tech Expo | Panorama Show

Sessão discute conceitos da tecnologia HDR

Câmeras como a Arri ALEXA 65 e Sony HDC-4800 já são usadas em fluxos de produção HDR

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urante o Congresso Church Tech Expo | Panorama Show 2017, a sessão “Fronteiras da captação de imagens: HD, 4K, 8K... Quais são os caminhos da indústria audiovisual?” recebeu Erick Soares da Sony do Brasil, Mário Jannini da Arri e Armando Ishimaru da Leader para uma discussão que teve como ponto alto a tecnologia HDR. HDR é a abreviação para High Dynamic Range, um termo que descreve imagens com pretos mais profundos e brancos brilhantes, levando a uma maior relação de contraste do que estava disponível até agora. Nos últimos anos, o termo HDR tem sido usado principalmente para descrever novas tecnologias de exibição que possuem maior alcance dinâmico e, portanto, podem exibir imagens com maior alcance dinâmico. Embora um contraste mais alto nas imagens seja ótimo por conta própria, ele também torna a imagem mais nítida, aumenta a saturação de cores, proporciona mais profundidade e permite uma maior variedade de looks. O HDR é considerado um importante passo tecnológico na exibição de imagens, uma vez que fornece uma melhoria clara, imediatamente visível, na qualidade da imagem, mesmo para o olho não treinado e independentemente da resolução da imagem, tamanho da tela ou distância de visualização. Além disso, o aumento da taxa de dados para um sinal HDR é mínimo, criando assim um grande impacto visual para um pequeno aumento de custo. O Standard Dynamic Range (SDR) ou intervalo dinâmico padrão comparado ao HDR é a taxa de contraste regular a qual estamos acostumados nos aparelhos de TV e no cinema.

Vídeo x Fotografia Na fotografia, o termo HDR é usado em um contexto diferente para descrever uma técnica para capturar mais alcance dinâmico, sobrepondo várias exposições feitas com diferentes velocidades do obturador. O resultado (representado numa tela Standard Dynamic Range) cria uma imagem de aparência “hiper-realista”. As câmeras de smartphones re-

centes geralmente utilizam esse método para capturar imagens HDR. O termo HDR usado em um contexto de vídeo ou cinema se concentra na captura e exibição de imagens com grande latitude de luminosidade ou HDR. Estas imagens têm mais detalhes nas luzes altas e baixas quando exibidas em uma tela HDR. Câmeras digitais como ALEXA 65, ALEXA, ALEXA Mini ou AMIRA, da Arri, bem como HDC 4300, HDC4800, HDC-P43, F-65, PMW-F55, PMW-F5, FXW-FS7/M2, da Sony, entre outras, capturam uma gama dinâmica maior que qualquer outra câmera ‘tradicional’. Em contraste com a fotografia HDR, estas câmeras digitais capturam uma alta Imagem de alcance dinâmico em um ponto no tempo e, assim, evitam qualquer artefato de movimento que resulte da captura de diferentes exposições em momentos diferentes.

Captação e exibição A captura de imagens HDR exige uma grande dinâmica de luminosidade para distribuição e exibição em uma tela igualmente compatível com HDR. Quando se está trabalhando para gravar um evento show que terá as imagens distribuídas em HDR, deve-se estar certo de que está sendo usado um sensor/processamento de imagem e posterior fluxo de produção capaz de capturar a latitude suficiente para um display HDR. A riqueza, a fidelidade e, portanto, as possibilidades de classificação de uma imagem HDR são definidas na fase de captação. Uma tela HDR é uma tela que pode produzir uma relação de contraste maior do que a ‘padrão’. No passado, os aparelhos de TV tinham um brilho máximo de 100 nits e o cinema exibe até 48 nits. O quão grande deve ser uma tela para ser considerada uma tela HDR não está claramente definido. A única projeção HDR para cinema reconhecida até agora é baseada na tecnologia a laser e tem um brilho de 108 nits. Os recentes aparelhos de TV HDR são baseados em luz de fundo ativa (backlight) ou tecnologia OLED e têm um brilho máximo de 500 a 1000 nits. O HDR tem um padrão HDR genérico (Rec 2100) e uma série de padrões de distribuição diferentes, dos quais três são os mais populares. São eles o Dolby Vision, o HDR10 e o Hybrid Log Gamma (HLG).


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Dolby Vision contra HDR-10 A primeira das duas principais diferenças entre o Dolby Vision e o HDR-10 é que o Dolby Vision usa 12 bits de informação por cor (vermelho, verde e azul), enquanto o HDR-10 usa 10 bits por cor. É daí que vem o nome HDR-10, bem como a possibilidade de surgir o HDR-12 como possível sucessor. Estes 2 bits permitem detalhes mais sutis e eliminam completamente os artefatos, como linhas de contorno nas imagens que ainda podem surgir em algumas circunstâncias com imagens em 10bits A segunda diferença está nos metadados - os dados extras que informam ao televisor como exibir o conteúdo do HDR. O Dolby Vision usa metadados dinâmicos ou contínuos, de modo que os níveis de cor e brilho podem ser ajustados cena por cena ou mesmo quadro a quadro. No HDR-10 da Sharp são usados metadados estáticos que são enviados apenas uma vez no início do vídeo. Na prática, isso significa que o Dolby Vision pode otimizar cenas noturnas, cenas de luz do dia e tudo de forma individual, enquanto o HDR-10 força um compromisso baseado nas características gerais do conteúdo. Outra diferença entre Dolby Vision e HDR-10: O Dolby Vision não requer conexão HDMI 2.0a. Os metadados são enviados na banda de transmissão, como um fluxo auxiliar dentro do fluxo de dados HDMI 2.0 existente. A boa notícia para os consumidores é que a Dolby Vision pode coexistir com o HDR-10. Os televisores Dolby Vision podem utilizar os metadados dinâmicos, enquanto os televisores HDR-10 podem simplesmente fazer o básico. O principal impedimento para a adoção do Dolby Vision é que, embora seja livre para criadores de conteúdo, artistas, emissoras, cineastas e outros, os fabricantes de TV devem pagar para implementá-lo. Resta saber se a demanda por este tipo de produto terá força para avançar.

HLG O Hybrid Log-Gamma (HLG) por sua vez é um sistema HDR desenvolvido especificamente para a televisão pelas emissoras britânica

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BBC e japonesa NHK. Para atender a todos os requisitos de ambas, o HLG foi projetado para ser um sistema baseado na cena exibida. O sinal representa níveis relativos de luz na cena original, que permitem que as imagens de um único processo de masterização ou produção ao vivo sejam adaptadas para dar o mesmo efeito artístico em telas mais brilhantes ou mais escuras. Com a tecnologia, o televisor recebe informações sobre a cena original e sobre onde está localizado para reproduzir fielmente a imagem. O HLG também possui compatibilidade nativa com a televisão de alcance dinâmico padrão (SDR), no mesmo formato de cores, que pode ser usada em telas SDR 4K.

Na casa do telespectador Os recurso HDR estão entrando nos aparelhos de televisão Full HD e devem ajudar a aumentar a presença do 4K (UltraHD). Segundo a ABI Research, os televisores com HDR estão crescendo a uma base de 41% por ano e chegarão a 245 milhões de unidades em 2022. Fornecedores incluindo LG, Samsung e Sony planejam incorporar o HDR em seus aparelhos de TV UltraHD como um recurso premium para suportar melhor cores e luminosidade. No entanto, como o HDR continua em desenvolvimento, as emissoras continuam a bloquear o seu enquanto as normas não estiverem bem claras. Enquanto o HDR10 é a norma padrão da indústria, o Dolby Vision oferece recursos premium como metadados dinâmicos cena a cena para aprimorar ainda mais a imagem, mas não é um recurso nem de longe conhecido pela maioria dos produtores de conteúdo. Além das TVs HD, os modelos UltraHD TV também ganham mercado constantemente e alguns fabricantes já estão se preparando para a próxima geração: O padrão de TV 8K. A fabricante japonesa Sharp anunciou o primeiro televisor 8K no final de 2015, que custava cerca de US$ 130.000. Os fabricantes chineses Chang Hong, Hisense e Skyworth também apresentaram aparelhos de TV 8K em 2017, mas eles ainda não estão disponíveis para venda. PA


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O futuro da transmissão esportiva

Redes sociais revolucionam modelo de negócios das transmissões esportivas Emissoras de TV tradicionais têm visto suas receitas declinarem e tem encarado o grande potencial da internet para a transmissão de materiais exclusivos

Por Fernando Gaio, Flávio Bonanome e Renan Araújo

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asta conviver um pouco com segmento broadcast para captar a verdadeira importância que os eventos esportivos tem para a sobrevivência das emissoras. As grandes cifras movimentadas por conta de patrocínios e direitos de transmissão gerou um monopólio que vigorou durante anos, mas que tem sido modificado com o boom digital trazido pela internet. Com o modelo de negócio das empresas provenientes da internet e dos meios digiais, capazes de oferecer enormes quantidades de conteúdo produzido de forma extremamente barata, as poderosas empresas de mídia e broadcast passaram a ver a suas receitas caindo lentamente sob a justificativa do Retorno de Investimento, ou seja, o valor investido para cada pessoa na audiência. As novas mídias também se tornaram capazes de oferecer um grande alcance de audiência por uma fração do custo do que equivaleria uma campanha publicitária em rede nacional seja em rádio ou televisão. A grande audiência presente nas novas mídias trouxe uma revolução. Os produtores de conteúdo perceberam que os meios digitais

ofereciam a possibilidade de consumo não linear, uma grande vantagem da internet em relação à televisão tradicional, o que atingiu fortemente os conteúdos de dramaturgia. Com isso, começaram a surgir companhias de produção e distribuição de produtos de entretenimento que começaram a entregar um conteúdo sob demanda com uma qualidade igual ou até mesmo superior a de muitas emissoras. Empresas como Netflix, Amazon e Apple trouxeram séries, filmes e documentários originais que atraíam muito mais atenção do público geral dos que oferecido pela televisão tradicional, por uma fração do preço de um serviço de TV por assinatura. Apesar da resistência inicial por parte da mídia tradicional, os broadcasters passaram a reconhecer a importância dos meios digitais e abraçaram as novas mídias, ainda que tivessem que conviver com uma receita publicitária bastante inferior em relação a períodos anteriores. Incapazes de combater esta nova realidade, executivos, presidentes de associações e outros gurus do segmentos declaravam um mantra que dominou o mercado pelo menos nos últimos cinco


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anos: de que realmente fazia mais sentido consumir dramaturgia por demanda, mas que eventos ao vivo como jornalismo e, principalmente, cobertura esportiva continuariam a ser uma prerrogativa do broadcast, sobretudo por conta de limitações técnicas para entrega em massa de video sobre redes IP. Este paradigma aliado à existência cíclica de grandes eventos esportivos, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, fez as emissoras apostarem todas suas fichas para criar uma experiência cada vez mais lúdica e incrível para o espectador. Elementos como produções de ultra alta definição, grafismos avançados, táticas e analíticos embarcados, servidores de mídia de alta capacidade fizeram parte de uma infraestrutura que passou a ser justificada por conta das gordas receitas publicitárias que suas equipes comerciais eram capazes de atrair para estas transmissões. No Brasil este modelo é considerado especialmente verdadeiro devido à grande paixão do brasileiro pelo futebol, pela força dos campeonatos organizados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pelo volume de dinheiro envolvido em patrocínios de atletas e transmissões. Não há nenhum exagero em falar que o esporte é o coração econômico das emissoras, mesmo daquelas que não compram mais direitos de transmissão, mas que têm os noticiários e programas de debates esportivos como seus produtos mais lucrativos. À frente deste trabalho de transmissão está a Rede Globo, empresa que se manteve como detentora dos diretos de transmissão dos clubes brasileiros e da seleção nacional por décadas, o que lhe conferiu liderança em audiência e receita no país. Nos últimos dois anos, porém, sua hegemonia começou a ser ameaçada. Primeiramente pela vinda ao Brasil da Fox Sports, emissora que passou a fazer valer seus direitos como detentora da Copa Libertadores da América para transmitir jogos com exclusividade e dificultar financeiramente as retransmissões da Sportv, pertencente ao Grupo Globosat, da Globo. Em seguida, houve a disputa pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro com o canal Esporte Interativo, do grupo americano Turner. Diversos clubes das séries A e B, como Palmeiras, Santos, Internacional, Coritiba e Atlético assinaram contrato com a

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emissora para que o canal tivesse direitos de transmissão exclusivos a partir de 2019. Como se não bastasse, as transmissões das partidas da seleção brasileira, um dos negócios mais lucrativos da Globo, também começou a ser ameaçado e perdido. Após 20 anos de transmissões exclusivas da seleção, a CBF recusou a proposta da Rede Globo para a transmissões de dois amistosos da seleção brasileira e negociou seus próprios meios de transmissão. A entidade máxima do futebol nacional afirmou que a proposta não fazia jus à seus propósitos e optou por negociar com emissoras de menor importância e, principalmente, usar meios de entrega via internet para a transmissão dos jogos. Dessa maneira, os amistosos contra Argentina e Austrália, no começo de junho, foram transmitidos na TV Brasil e TV Cultura, além de ter o sinal aberto para todas as emissoras de TV fechada. Os jogos foram transmitidos ainda pela página Oficial da entidade no Facebook, pela CBF TV (site oficial), pelo Portal UOL e pelo aplicativo Vivo Mobile, uma das patrocinadoras da seleção. Dessa maneira, a CBF também pretendia, além de expor seus próprios patrocinadores, negociar cotas de patrocínio separadamente para cada partida. Ao todo, apenas no Facebook foram mais de 4 milhões de visualizações apenas durante a transmissão ao vivo dos jogos (que começaram às 07 horas por terem sido realizados na Austrália), além de milhares de reações, compartilhamentos e comentários nas redes sociais. Já a TV Cultura obteve cinco vezes mais audiência nesse horário em relação a dias normais e obteve 2,3 pontos na audiência, enquanto a TV Brasil teve 0,6 pontos. Segundo a Vivo, a transmissão de jogos da Seleção reforça a estratégia de transformação digital da operadora, que tem o vídeo como um de seus principais pilares. “A Vivo é patrocinadora oficial da Seleção Brasileira de Futebol há 12 anos e temos muito orgulho em avançar na nossa parceria com a CBF, tornando a tecnologia uma aliada para ampliar as alternativas para que fãs de futebol possam acompanhar a Seleção”, afirma Ricardo Sanfelice, vice-presidente de Estratégia Digital e Inovação

Uma das formas usadas pela CBF para a transmissão ao vivo dos amistosos da seleção foi a plataforma de vídeos do Facebook


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O futuro da transmissão esportiva

A NBB também passou a realizar transmissões dos jogos pelo Facebook desde 2016

da Vivo. “Esta novidade reforça o compromisso da Vivo em oferecer serviços inovadores para os seus clientes e a relevância do celular como tela para o consumo de conteúdo de qualidade”, afirma. Já o Facebook preferiu não se manifestar. A CBF afirmou que está fechando os números totais das transmissões e só realizará uma declaração após esse período.

Clubes no Facebook Um dos grandes marcos da revolução dos meios digitais para as transmissões esportivas foi a transmissão de três partidas entre Coritiba e Atlético durante esse ano válidas pelo Campeonato Paranaense nos canais oficiais das duas equipes no YouTube e no Facebook. Foram os primeiros jogos oficiais da história no Brasil a serem transmitidos oficialmente nas redes sociais de maneira gratuita. A transmissão nas redes sociais foi uma alternativa das equipes para que os torcedores pudessem acompanhar as partidas, já que as equipes consideraram muito baixa e recusaram a proposta da Rede Paranaense de Comunicação (RPC), afiliada da Rede Globo no Estado, de cerca de R$1,5 milhão. Contando com a expertise da equipe do Esporte Interativo e com os custos bancados pelos próprios clubes, as tranmissões dos três jogos (dois pelas finais e um na primeira fase do campeonato), contaram com mais de 5,5 milhões de visualizações nas duas mídias. Para viabilizar as transmissões, também foram exibidos patrocínios de grandes empresas como Uber, Adidas, Renault, Uber, TIM e Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica). “Temos consciência do evento histórico que foram as duas finais, e que os resultados foram plenamente atendidos, visto que sofremos uma concorrência muito grande. Todas as finais foram televisionadas pelas grandes redes e, mesmo com essa concorrência, fizemos números muito significativos. Além disso, a captação de patrocinadores foi muito satisfatória com empresas de peso. Por essas razões consideramos que tenha sido um grande sucesso”, disse o Atlético-PR, em nota oficial.

Já o Coritiba alegou que as transmissões não visavam o lucro e sim uma maneira de disponibilizar o jogo aos seus torcedores. Segundo o clube, os valores obtidos pelas parcerias comerciais para os dois jogos das finais do torneio são muito próximos ao montante oferecido pela emissora dos direitos de transmissão do campeonato. Também houve grande repercussão nas redes sociais do clube. “No Youtube, plataforma em que o clube mais canalizou as ações envolvendo as transmissões, o Coritiba dobrou o número de inscritos no canal. Na soma das contas de Youtube e Facebook dos dois clubes, o número total superou mais de 3,2 milhões de espectadores, quando somadas as duas partidas”, afirmou o coordenador de comunicação do Coritiba, Rodrigo Weinhardt Segundo ele, embora as cotas de televisão ainda sejam muito significativas, as transmissões online têm grande potencial para crescer ainda mais no país. “Sem dúvida alguma as transmissões online são tendências não só no meio esportivo, mas para diversos segmentos. As cotas de televisão representam para os clubes um valor significativo em relação aos orçamentos. Mas vemos as redes sociais como tendência e como plataformas que podem potencializar o futebol como produto, aumentando a exposição dos clubes e de seus patrocinadores”, explicou.

Outros esportes Mas engana-se quem pensa que o futebol foi o primeiro esporte a pensar nesse modelo de negócios. Por conta da pouca visibilidade nas grandes emissoras de televisão do Brasil, diversos esportes já realizaram transmissões por streaming em seus sites e redes sociais e possuem um planejamento estruturado para esse tipo de transmissão. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), por exemplo, já realizou nesta temporada a transmissão de cinco jogos da Superliga pelo Facebook e um pelo YouTube da CBV, seis jogos pelo Facebook da Superliga B, além das etapas do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia. A primeira transmissão, ainda sem narrador ou comentarista, foi


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O futuro da transmissão esportiva

Coberturas esportivas ao vivo e com alto nível de produção têm capacidade de mobilizar grandes audiências e atrair novos assinantes para os serviços de VoD

também a de maior sucesso: o jogo entre Vôlei Nestlé (SP) e Dentil/ Praia Clube (MG) teve mais de 100 mil visualizações, incluindo mais de 5 mil simultâneas. Segundo a entidade, a intenção é democratizar as transmissões entre os times, já que a Rede Globo, que detém os direitos de transmissão, concentra suas exibições em times que brigam pelo título. Para isso, foi contratada uma empresa especializada em transmissão web e utilizadas três câmeras com a tecnologia LiveU e uma mini unidade móvel no local. “Ao transmitirmos os jogos pela internet, além de atendermos um anseio dos torcedores e apaixonados pelo voleibol, podemos ampliar a visibilidade dos patrocinadores, tanto dos clubes, quanto da competição. Temos intenção de manter as transmissões, para isso temos realizado conversas com os clubes da Superliga. Buscamos proporcionar o máximo de visibilidade e transmissões dentro do nosso orçamento, inclusive buscando parceiros para as exibições”,

explica Renato D’Ávila, superintendente da Superliga , que ressalta que, por razões contratuais só é possível disponibilizar as transmissões na página da CBV e não nas páginas dos clubes. Já a Liga Nacional de Basquete (LNB), criadora da liga Novo Basquete Brasil (NBB) realiza transmissões por streaming desde 2014 e, desde 2016, exibe as partidas no Facebook. Ao todo foram transmitidos 40 jogos e mais de seis eventos na página oficial da NBB, que tiveram resultados que foram comemorados pela entidade. “Os resultados foram ótimos. Nós aumentamos a audiência na temporada em 4 vezes e quebramos todos os nossos recordes, sendo que na partida entre Flamengo x Pinheiros, válida pelas quartas de final, no dia 26/04, nós fizemos nossa melhor marca, com mais de 194 mil usuários únicos assistindo ao jogo”, disse o gerente de comunicação da LNB, Guilherme Buso. A LNB também realizou pequenos programas com entrevistas no pré e no pós jogo que contaram com o patrocínio da Caixa Econômica Federal.

O mercado mundial de vídeo sob demanda deve chegar a 2024 com um faturamento anual de US$ 77,7 bilhões


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A variedade de players afeta o modelo de negócio tradicional da televisão, mas não tira o televisor da sala

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) já realizou a transmissão dos campeonatos brasileiros na TV CBDA e pretende exibir os campeonatos de todas as modalidades durante esse ano. Já a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) realizou transmissões de todos os eventos no Facebook em 2016 e a partir desse ano pode começar a realizar as transmissões também em seu canal no YouTube.

Tendência mundial A transmissão dos eventos esportivos nas redes sociais já se encontra em estágio avançado em alguns países do mundo envolvendo contratos milionários, especialmente nos Estados Unidos. Algumas delas são feitas em parceria com redes de televisão que já possuem a experiência, equipamentos e profissionais especializados para as transmissões ao vivo, uma dificuldade encontrada pelas mídias sociais para a realização das transmissões. O Twitter, por exemplo, realizou no ano passado a exibição de dez partidas da NFL, liga de futebol americano, em parceria com a rede Pac-12 Networks, além de uma parceria para a transmissão do Torneio de Wimbledon no ano passado em acordo com a ESPN. Já o Facebook anunciou em março a assinatura de um contrato para a transmissão esportiva da Temporada 2017 do Circuito Mundial de Surfe (WLS), o que deve gerar ao todo mais de 800 horas de trans-

missão. Outro acordo assinado foi com a liga de futebol dos Estados Unidos (MLS) em parceria com o grupo Univision Communications. Serão ao menos 22 jogos transmitidos pela página Univision Deportes, canal da emissora no Facebook, além de outros eventos e materiais de análise e destaque exclusivos. Já a La Liga, responsável pela organização do Campeonato Espanhol e da Copa do Rei, na Espanha, tem transmitido alguns confrontos pelo Facebook em diferentes parcerias com a beIN Sports e a Media Pro como maneira


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O futuro da transmissão esportiva

de se aproximar de públicos de diferentes países, como Brasil, China e Índia. O Facebook também exibiu conteúdos dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 nas páginas oficiais das emissoras ESPN Brasil, Fox Sports Brasil, TYC Argentina, Claro Sports, ESPN LATAM e TVN Chile como complementos às suas programações. O YouTube, por sua vez, anunciou em março o lançamento do YouTube TV para os Estados Unidos, disponibilizará a transmissão de televisão ao vivo por streaming. Entre os primeiros canais incluídos no pacote estão dez canais esportivos, como ESPN, FOX Sports e NBCSN e Comcast SportsNet, empresa detentora dos direitos das ligas de beisebol, a MLB, e de basquete, a NBA, nos Estados Unidos.

Além das tradicionais redes sociais, outros sites tem apostado nesse caminho e sido bem sucedidos. O Yahoo possui uma plataforma de streaming para a transmissão de eventos esportivos e investiu cerca de US$20 milhões para transmitir online um jogo da NFL em 2015. Ao todo, foram mais de 33 milhões de visualizações de usuários de 185 países do mundo. O sucesso foi tanto que após a exibição, foram gerados acordos para a transmissão de partidas da liga de hóquei no gelo, a NHL, dos campeonatos de golfe do PGA Tour, da MLB e da NBA. A aposta no esporte pode servir como estratégia até mesmo para que o portal volte a ter a relevância que já teve anteriormente e se aproxime do Google e do YouTube. PA

Esportes lideram audiência no mercado norte-americano Os serviços de vídeo sob demanda (VoD) estão transformando a televisão tradicional, oferecendo recursos únicos, como alta qualidade e conteúdo de vídeo exclusivo através de redes de banda larga e móveis. Trata-se de um mercado impulsionado principalmente pelo aumento das despesas com consumo de dados na internet e pela crescente adoção de dispositivos móveis para assistir vídeos online. Graças às redes de alta velocidade, os provedores de serviços VoD começaram a oferecer serviços de transmissão e download mais rápidos. Em todo o mundo, o consumo de mídia o está ocorrendo cada vez mais em formatos digitais e players como Amazon, Netflix, Hulu, Roku, Boxee e Apple TV desafiam a hegemonia da televisão como o principal centro de entretenimento. Estes portais de mídia ainda criaram uma demanda por conteúdos personalizados e regionais, o que também impulsiona o crescimento do mercado de video on demand. Agora é possível transmitir qualquer tipo de competição para qualquer espectador – por mais distante que esteja de sua terra, desde que haja uma demanda mínima para financiar a operação. Na outra ponta, produtos que já eram sucesso na TV convencional, têm multiplicado os seus ganhos graças à internet. Estudos da Transparency Market Research indicam que o segmento esportivo tem crescido nos serviços sob demanda graças ao aumento dos eventos esportivos ‘premium’. Em 2015, o mercado global de VoD faturou US$ 33,32 bilhões. Em 2016 cresceu mais 9,3% e deve chegar a 2024 com um faturamento anual de US$ 77,7 bilhões, de acordo com um estudo publicado pela Ameri Research. Para a empresa de pesquisas, a ampliação de espectadores de conteúdos ao vivo de alta qualidade é a que mais avança no mercado global, com destaque para os esportes. Mercado norte-americano No ano passado, o consumo de mídia on-line nos Estados Unidos totalizou US$ 18,28 Bilhões, tendo na liderança de vendas as plataformas Netflix, Amazon Video (Amazon Prime), Hulu, MLB.TV, WWE Network, Sling TV, HBO Now, Crunchyroll, Showtime e CBS All Access, conforme levantamento da Parks Associates. A pesquisa é baseada no número de assinantes e mostra que os cinco primeiros colocados estão consolidados na posição há pelo menos dois anos. Brett Sappington, Diretor de Pesquisas da Parks Associates, lembra que a Liga Principal de Beisebol, MLB, e o canal de lutas

World Wrestling Entertainment são exemplos claros de liderança nos serviços de vídeo OTT. “Além do crescimento orgânico da MLB.TV, os assinantes da operadora de telefonia T-Mobile receberam uma inscrição gratuita para a MLB.TV no início da temporada de beisebol”, disse Sappington. “No segundo semestre de 2016, a WWE tinha 1,5 milhão de assinantes pagos, em comparação com 1,2 milhões no ano anterior”. Neste ano formalizou-se a aliança entre a Playmaker Media, da NBC Sports Digital, com a iStreamPlanet, da Turner. O objetivo é competir com fornecedores de streaming OTT estabelecidos, como a BAMTech – que distribui a ESPN, HBO Now e WWE Network, e a NeuLion (Univision, UFC e Tennis Channel), ganhando espaço em um mercado que cresce em alta velocidade e conta tem poucos provedores. Juntos o Playmaker e o iStreamPlanet têm a maior carteira de eventos do mercado, incluindo os Jogos Olímpicos do Rio, NFL, NHL, NASCAR, Premier League e o Super Bowl. Eles terceirizarão a distribuição para até 50 empresas parceiras. Por trás destas alianças estão a incapacidade da Playmaker, iStreamPlanet e suas controladoras de atenderem clientes em inúmeros mercados, seja porque não têm força de marketing suficiente, seja porque não têm infraestrutura que chegue para distribuir tanto conteúdo na velocidade de seus concorrentes. A NBC Sports Group lançou a Playmaker Media em maio de 2016 como um fornecedor de conteúdo para terceiros, de olho do mercado de distribuição pela internet, o chamado OTT. Além de transmitir milhares de eventos NBC Sports, a Playmaker Media proveu para o Comitê Olímpico Internacional o streaming ao vivo para o Canal Olímpico. Ela também forneceu o streaming para cobertura das eleições americanas de 2016 na NBC News. Já o iStreamPlanet ficou famoso em eventos em grande escala, como as Olimpíadas e o Super Bowl. Ele foi fundado em 2000 e adquirido pela Turner em 2015. Em 2013, ele lançou o Aventus, com transmissão ao vivo baseada em nuvem. A Turner Sports aproveita o iStreamPlanet para transmitir os jogos da liga de acesso da NBA, os campeonatos de jogos eletrônicos da ELeague, os torneios universitários da NCAA e as disputas de golfe do PGA 2017. A NBC ainda usou a plataforma durante as Olimpíadas de Rio para levar imagens a mais de 100 milhões de espectadores únicos (3,5 bilhões de minutos de vídeo durante 19 dias), numa parceria tecnológica com a Adobe, Akamai, Microsoft e Comcast Wholesale.


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Especial - TV Digital

Glookast entra no quebra-cabeça do fluxo de produção Por Fernando Gaio

Guilherme Silva, CEO da Glookast, revela que a empresa ganhou o mercado internacional após tornar-se parceira certificada pela Avid. No Brasil ela está pressente em 100% das novelas.

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segundo dia dos Congressos Church Tech Expo e Panorama Show contou com participação de Guilherme Silva, CEO da Glookast, que palestrou na sessão “Jornalismo 360º: Soluções integradas para geração de notícias” e na sequência concedeu uma entrevista detalhando a contribuição da empresa para agilizar os processos de produção com arquivos de alta resolução com distribuição em diversas plataformas. Veja a seguir os destaques:

Panorama Audiovisual: Como devemos lidar com a variedade de arquivos de mídia que circulam entre câmeras, sistemas de edição, armazenamento e exibição? Guilherme Silva: A Glookast nasceu exatamente da dificuldade de workflow de produção com HD, 4K e no futuro 8K. Ao contrário das demais empresas ligadas à movimentação de mídia e workflows digitais, nós começamos com os codecs mais pesados, como HDCAMSR e DPX, que demandam muita banda e processamento. Especificamente no caso do workflow de produção, há uma grande gama de minisséries e novelas feitas em 4K, sem uma solução que permita guardar horas e horas de conteúdo em storage. Seria necessária uma fortuna para armazenar todo este material. Além disso, as redes não estão preparadas para lidar com este consumo de banda. De forma muito simples, as soluções da Glookast pegam arquivos de câmeras Sony, por exemplo, gerando conteúdo em 4K e geram duas resoluções. Uma delas é a ‘working resolution’, a resolução de trabalho, que é segue para o ambiente de edição Avid, como Interplay, Isis, Nexis ou Media Composer. E nós guardamos o material

em resolução original num sistema de armazenamento que proteja o conteúdo e tenha banda. Daí para frente a edição deste conteúdo é a mesma, independente da resolução, nada muda para o operador, que dispõe da mesma interface. Assim economizamos banda e espaço de arquivamento. No final do processo, o sistema gera a versão de distribuição em HD, 4K ou outros formatos para a internet. PAV: Quais são as ferramentas utilizadas neste processo? Guilherme Silva: Quando nós editamos num ambiente convencional, Avid, utilizamos a solução Glooport para movimentar, transcodificar e ‘estacionar’ a mídia. Com isso, usamos a alta resolução apenas para o que foi selecionado na edição – evitando o tráfego pela rede de dados dos materiais descartados. Já na distribuição, nós voltamos a baixar a resolução para adaptar o material conforme a plataforma de distribuição. PAV: Há situações em que a captação é em 4K, mas a distribuição é em alta definição. É possível resgatar este material para uma futura distribuição em 4K? Como isso é feito? Guilherme Silva: Esse assunto deveria ser tratado com mais frequência pelos produtores, porque temos exemplos de novelas que precisaram de novas versões para exibição em cinema 4K. Todo material que passa pelos sistemas da Glookast é indexado e nós sabemos exatamente onde ele está. Se eu editei uma novela em XDCAM HD, eu posso recuperar as mesmas sequências e os mesmos metadados para finalizá-la em 4K – desde que a origem seja nesta resolução. A


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mesma filosofia funciona para qualquer resolução. Quando houver produção em 8K, o fluxo será o mesmo. PAV: Passando da produção para o jornalismo, as redações costuma receber arquivos gravados em diferentes câmeras, codificações e resoluções. Como organizar a chegada destes materiais para trabalhar com eficiência? Guilherme Silva: Neste caso o problema pode ser até mais complexo, porque há uma saturação de banda devido ao volume de usuários do sistema, sem contar que muitas vezes as imagens chegam em formatos desconhecidos. Por isso, na última NAB Show, nós lançamos o Media Producer, que trabalha com a filosofia cliente-servidor e permite usar com qualquer codec, fazendo ingest local, LAN e WAN. No caso de uma produção na Amazônia, por exemplo, também é possível dispor de uma interface local, sem a necessidade de comprar um equipamento adicional. Basta uma ‘licença flutuante’ em um hardware enviado para esta produção. Pelo período necessário, eu tenho uma solução para acelerar o processo de ingest e quando o material chegar à redação, ele estará organizado para entrar no sistema. A resposta então é ser o mais versátil e aceitar o maior número de codecs. PAV: É comum a pós-produção ser descentralizada, com várias pessoas colaborando em um mesmo projeto. Qual é confiabilidade do trabalho baseado na nuvem? Guilherme Silva: Se você conversasse sobre produção colaborativa na nuvem há 4 ou 5 anos, a primeira preocupação seria a segurança. Hoje essa preocupação não é tanta, porque todos reconhecem que soluções como o Microsoft Azure e outras são muito melhores na gestão de problemas de segurança que qualquer emissora ou produtora. A maior dificuldade hoje é ter conhecimento técnico sobre como implementar a produção colaborativa com 50 editores, por

Quando nós editamos num ambiente convencional, Avid, utilizamos a solução Glooport para movimentar, transcodificar e ‘estacionar’ a mídia. Com isso, usamos a alta resolução apenas para o que foi selecionado na edição

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Nós pensamos muito quando lançamos a linha Glooport, porque precisávamos quebrar o paradigma das versões, uma vez que as grandes empresas de mídia tinham duas centrais de produções, uma para TV e outra para a Internet. Eram equipes, com chefias diferentes e muitos problemas

exemplo, que demanda muita banda. Por isso os nossos produtos estão prontos para ingest na nuvem partindo de múltiplas fontes e resoluções para múltiplos destinos, utilizando um proxy MXF padrão Avid. Os arquivos em alta resolução ficam parados em um ponto de armazenamento e são recuperados quando o projeto está finalizado. Não se trata de um processo de ‘conform’, mas de ‘dynamic relink’, porque cada arquivo tem uma identidade única e nós podemos ligar as versões em alta e baixa resolução instantaneamente. PAV: Desta forma um projeto pode ter uma equipe distribuída, trabalhando em conjunto com editores remotos? Guilherme Silva: Sim, se o meu o meu ingest é remoto, partindo de várias localidades, nada me impede de enviar para a nuvem um proxy compatível com o Media Composer ou o ProTools, mantendo os arquivos originais arquivados com segurança. Enquanto o material começa a ser editado, eu me preocupo em levar estes arquivos brutos para a central de produção ou finalização. Esta tecnologia está disponível e é totalmente viável. O que não é viável é fazer isso sem o uso de proxies, porque não há banda para isso. PAV: Depois de finalizado, como é preparada a distribuição em diferentes plataformas e formatos? Guilherme Silva: Nós pensamos muito quando lançamos a linha Glooport, porque precisávamos quebrar o paradigma das versões, uma vez que as grandes empresas de mídia tinham duas centrais de produções, uma para TV e outra para a Internet. Eram equipes, com chefias diferentes e muitos problemas. Mas nos últimos anos existe a tendência de ter apenas uma equipe de produção para reduzir custos operacionais e processos. Com a evolução dos hardwares e softwares isso ficou muito fácil. Assim, quando termina a edição de um material no Avid Isis Interplay, por exemplo, é feita uma saída para múltiplas plataformas através do Glookast Media Connect, que pode enviar versões para o servidor de exibição da emissora e para internet em vários formatos. Podemos ter até oito versões simultâneas. PAV: Quais mercados estão mais evoluídos no uso destas soluções? Guilherme Silva: A Glookast começou na América Latina, porque sua coirmã CIS começou no Brasil e depois foi para os EUA. Hoje podemos dizer que a marca domina o mercado brasileiro e grande parte dos países vizinhos. Após a certificação da Glookast como parceiro da Avid, o mundo virou uma aldeia para nós e agora estamos na NBC News em Nova York, além de iTV na Europa e em inúmeros projetos de 4K na Ásia. No Brasil, 100% das novelas passam por Glookast, incluindo Rede Globo, Casablanca/Record e SBT, bem como TV Anhanguera, RBS e diversas outras emissoras e produtoras. PA




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Semana ABC

Evento debate a cinematografia nacional A Semana ABC, um dos maiores eventos do audiovisual no país, trouxe mesas, palestras e exposições sobre as principais tendências do segmento Por Renan Araújo

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Associação Brasileira de Cinematografia (ABC) realizou entre os dias 10 e 12 de maio, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, a 16ª edição da Semana ABC, um dos mais prestigiados eventos da cinematografia nacional. O evento reuniu estudantes de cinema e de vídeo e profissionais do meio audiovisual, incluindo nomes consagrados do segmento, e contou com debates, palestras, cursos e exibição de produtos de grandes marcas, além da cerimônia do Prêmio ABC para as melhores produções do cinema nacional no último ano. A programação do evento contou com mesas tradicionais sobre montagem, fotografia, direção de arte, atuação e áudio e também reuniu novidades como a conversa com os profissionais envolvidos com a realização da Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Rio-2016. O diretor Andrucha Waddington, Fernando Meirelles (por meio de vídeo) e outros profissionais do evento revelaram bastidores e desafios para a produção da festa que envolveu o trabalho de mais de 10 mil profissionais e diversas modificações até poucos dias antes do evento por conta de grandes limitações no orçamento. Segundo o diretor, o orçamento era dez vezes menor em relação às

Olimpíadas de Londres e 20 vezes menor que os Jogos de Pequim. Por conta da limitação, os profissionais tiveram que pensar em alternativas para superar a falta de recursos tecnológicos, além de pensar nas diferenças de efeitos para o público da televisão e para quem assistia ao vivo. Entre eles estava a utilização de lonas na Box City (cenário de grandes caixas que simulavam as favelas) que eram trocadas por colaboradores para dar a ideia de projeção e a ausência de grandes elementos que não passariam pelos portões do Maracanã para chegar ao campo. Além de pensar na linguagem visual, a equipe também precisou realizar técnicas antigas de projeção e uma iluminação discreta que não afetasse as imagens projetadas no palco. Apesar de todos os desafios, Andrucha salienta que o trabalho acabou se tornando muito original e agradou a todos. “Buscamos soluções para reverter as adversidades a nosso favor e utilizamos uma linha narrativa muito diferente para contar essa história. O fato de utilizarmos elementos que não são usados e adaptarmos para esse tipo de espetáculo foi muito bacana”, exalta ele. O evento promoveu também um debate sobre a convergência entre a fotografia e o cinema e reuniu nomes que, de uma maneira ou


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outra, já tiveram alguma ligação com as duas áreas, como o fotógrafo Bob Wolfenson e o diretor Jorge Bodanzky. Os profissionais apresentaram diversos casos de profissionais que já trabalharam com ambas as áreas ao longo da história e exibiram montagens de fotógrafos que tentavam trazer o movimento às suas obras e de fotos que são verdadeiros planos cinematográficos por conta de uma produção elaborada. Eles também foram unânimes em falar que uma arte busca a outra como referência e ao longo da história elas se conversam de diversas maneiras. Esse foi o caso do diretor Jorge Bodanzky. “Quando eu faço um documentário eu utilizo uma câmera fotográfica que oferece todos os recursos e também estou com o olho de fotógrafo. O que muda é a forma de contar a história. No cinema, você tem mais recursos como o áudio, enquanto a fotografia te obriga a pensar de forma sintética”, explica ele. Outro debate que trouxe algumas das inovações utilizadas no cinema brasileiro foi o que reuniu profissionais de direção de arte, pós-produção e efeitos visuais sobre o futuro da tecnologia 3D no cinema. Enquanto o diretor de arte Valdy Lopes, que participou da série 3% do Netflix, explicou algumas técnicas de 3D usadas na direção de arte, como a da profundidade de campo, os demais profissionais também falaram sobre a criação de cenários para vídeos a partir de fotos tiradas por drones ou de novos ambientes e realidades a partir da criação de montagens, representações e impressões 3D.

Os visitantes puderam experimentar as tecnologias em primeira mão

Um dos destaques foi o trabalho realizado pelo pós-produtor e diretor de efeitos visuais Guilherme Ramalho, que participou do filme “Tudo que aprendemos juntos”, e reconstituiu não apenas cenários e elementos de época, mas também uma pessoa a partir de projeções 3D de maneira realista. A imagem do ator Lazaro Ramos, protagonista do filme, foi recriada com perfeição em uma cena que era necessário mostrá-lo tocando violino. “Ninguém de fato percebeu que não era ele que estava tocando ali. O que eu gosto de fazer é invisível, se você não mandar um making-of e explicar o que eu fiz as pessoas não percebem”, explica ele. Outros debates que chamaram a atenção e reuniram um grande público foram sobre Mulheres na Cinematografia, que contou com a participação de mulheres de diferentes áreas da cinematografia, incluindo a presença da diretora Anna Muylaert, do longa “Que Horas


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■ Multi formato: HD/SD/HDMI/Analógico/VGA (Opcional) SaídasPGM, PGM,PVW PVWe e22Clean Cleanpor porM/E M/E ■■Saídas ■ Suporta 3G/4K (S/W opcional) ■ Multi formato: HD/SD/HDMI/Analógico/VGA (Opcional) ■ Multi formato: HD/SD/HDMI/Analógico/VGA (Opcional) ■ 4x Keyers por M/E, e 4x FLEXaKEYsTM (atribuído para M/E ou AUX) Suporta3G/4K 3G/4K(S/W (S/Wopcional) opcional) ■■Suporta Até 6 Keyers no M/E1, até 8 Keyers TM no M/E2 e até 4 Keyers no AUX quando atribuído (atribuídopara paraM/E M/EououAUX) AUX) ■ 4x Keyers por M/E, e FLEXaKEYsTM (atribuído ■ 4x Keyers por M/E, e 4x4xFLEXaKEYs ■ 8x 2.5D DVE + 4x Opcional 3D DVE Até66Keyers KeyersnonoM/E1, M/E1,até até88Keyers KeyersnonoM/E2 M/E2e eaté até44Keyers KeyersnonoAUX AUXquando quandoatribuído atribuído Até ■ 18 saídas auxiliares (2 HDMI, 12 HD-SDI, 8 AUX transition, 6 MELiteTM function) ■ 8x 2.5D DVE + 4x Opcional 3D DVE ■ 8x 2.5D DVE + 4x Opcional 3D DVE ■ Painel de controle com botões coloridos RGB e tela touch de 7 polegadas function) 18saídas saídasauxiliares auxiliares(2(2HDMI, HDMI,12 12HD-SDI, HD-SDI,88AUX AUXtransition, transition,66MELite MELiteTMTMfunction) ■■18 ■ 4 Mult Viewers sendo 2 standart (até 64 janelas) ■ Painel de controle com botões coloridos RGB e tela touch de 7 polegadas ■ Painel de controle com botões coloridos RGB e tela touch de 7 polegadas ■ Todas entradas possuem FS com captura e gravação de imagens em Still MultViewers Viewerssendo sendo22standart standart(até (até64 64janelas) janelas) ■■44Mult ■ 4 Still/Clip media player. 4 canais de gravação de imagens de até 900 frames/30 Todasentradas entradaspossuem possuemFSFScom comcaptura capturae egravação gravaçãodedeimagens imagensem emStill Still ■■Todas segundos ■ 4 Still/Clip media player. 4 canais de gravação de imagens de até 900 frames/30 ■ 4 Still/Clip media player. 4 canais de gravação de imagens de até 900 frames/30 ■ Todos M/Es possuem Chroma Keys segundos segundos ■ Operação simples com Midas TouchTM: ONStageTM em modo palco com múltiplas telas ■ Todos M/Espossuem possuemChroma ChromaKeys Keys ■ Todos M/Es ■ Correção de cor na entrada, na saídaTMe aplicaçãoTMpara patchs (opcional) : ONStageTM em emmodo modopalco palcocom commúltiplas múltiplastelas telas Operaçãosimples simplescom comMidas MidasTouch TouchTM: ONStage ■■Operação Correçãodedecor cornanaentrada, entrada,nanasaída saídae eaplicação aplicaçãopara parapatchs patchs(opcional) (opcional) ■■Correção

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Semana ABC

Ela Volta?” e a mesa sobre Cinema Latino-Americano, que contou com representantes dos cinemas argentino, peruano, mexicano, chileno e venezuelano. Também foi realizada uma master class com o tema “Photo-eletronic Systems”, ministrado pelo diretor de fotografia Affonso Beato, que participou dos filmes “Tudo sobre minha mãe” e “Carne Trêmula” de Pedro Almodóvar e “Água Negra”, de Walter Salles.

Prêmio ABC A cerimônia do Prêmio ABC teve como grande vencedor o filme “Elis”, eleito pelo júri como melhor direção de fotografia (Adrian Tejido), melhor direção de arte (Frederico Pinto) e melhor som (Jorge Rezende, Armando Torres Jr e Alessandro Laroca). Os outros premiados foram o filme “Aquarius”, que foi eleito como melhor montagem, “Do Pó da Terra” como melhor direção de fotografia de documentário, “Lunatique” como melhor direção de fotografia de curta-metragem, “Justiça”, como melhor direção de fotografia de série de TV, “C&A – Misture, Ouse e Divirta-se”, como melhor direção de fotografia de filme publicitário e “Olhos de Argila”, como melhor direção de fotografia de filme estudantil. A cerimônia foi apresentada pela atriz Andrea Horta e os prêmios foram entregues pelos atores Felipe Folgosi e Milhem Cortaz, pelos diretores João Daniel e Fernando Coimbra, entre outros profissionais.

Exposição Durante a Semana ABC 2017, além das palestras, debates e mesas-redondas, os visitantes puderam conferir as principais novidades em relação a equipamentos de grandes fabricantes, como Canon, Fujifilm, ARRI, Sony, Panasonic, entre outras, voltadas para o mercado de cinema e audiovisual. Entre os destaques estavam dois produtos da Canon exibidos pela primeira vez no Brasil. O primeiro é a câmera de alta tecnologia para cinema C700 Super 35, com uma lente 30-300 mm na versão PL, capaz de gravar um codec proprietário da Canon, o XF-AVC e ProRes em 4K e um gravador proprietário Codex DCX-3150. “Ela tem a capacidade de gravar em RAW sem compressão em 120 frames por segundo, pode ser operada com duas pessoas simultaneamente, possui bateria V-mount, finder Full HD e pode ser utilizada com diversas lentes EF, incluindo modelos mais básicos”, explicou Yuri Henrique Nieto, executivo de contas de cinema da Canon. Outra novidade da empresa foi a câmera C100 Mark 2 com a lente 1880mm que apresenta um sistema Servo e pode ser alimentada pelo próprio bocal da câmera por meio de um sistema mecânico, sem que haja alimentação externa. Ela é compatível, por meio do sistema de Servo, com câmeras como a T5I, a 5D e qualquer câmera com bocal EF, incluindo modelos da Blackmagic e da Sony.

A Arri estava demonstrando o setup completo para captação de cinema que é o sonho de consumo de muitos dos cineastas brasileiros

A Fujifilm exibiu como um de seus destaques a objetiva MK1855 mm T2.9, novidade da série MK, lançada em fevereiro. A lente conta com alto desempenho óptico, baixa distorção, zoom de T2.9 de abertura constante e compatibilidade com sensor de 35 milímetros/ APS-C. Com abertura rápida, ela conta com design compacto, que facilita a captura de imagens de longa distância. Elas estão voltadas para os bocais da Sony, como os modelos S5 e S7. Além da 18-55, também foi exibida a lente 50-135 mm da mesma série, que deve chegar ao mercado em julho. A ARRI também trouxe novidades que estavam em exibição durante a NAB 2017, incluindo a Alexa Mini com uma lente anamórfica de 50 mm e o acessório MasterGrip embutido, que foi premiado durante a NAB Show em Las Vegas. O acessório é um punho eletrônico que permite carregar a câmera na mão, oferece display touchscreen, ajuste de sensibilidade, memória, botões e apresenta a conexão em série L-bus, que se conecta a um cabo e três diferentes motores. Através de cada um desses controles é possível mudar a íris, o foco, o zoom e outras funcionalidades da câmera. Outro modelo foi a Alexa STX Plus, que possui HDR, HFR, gravação em 4K, é compatível com diversos tipos de protocolos e padrões e pode ser operada por meio de conexão wireless. O público também foi atraído pela exibição do SkyPanel com o firmware 3.0 para os modelos S30, S60 e S120. Com a novidade, estão

O processo de produção da cerimônia de abertura das olimpíadas foi uma das sessões mais concorridas do evento


Especial - TV Digital <<

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Um dos destaques da Canon foi a C700 Super 35, com uma lente 30-300 mm na versão PL, capaz de gravar um codec proprietário da Canon, o XF-AVC e ProRes em 4K

inclusos diversos efeitos de iluminação como de festa, vela, nuvens passando, fogo, carros de polícia, relâmpago, televisão, papparazzi, entre outros. Os efeitos podem ser duplos, quádruplos, podem ter suas velocidades e frequências modificadas e funcionar de maneira independente. “O usuário também pode controlar o equipamento de maneira remota por meio de um console DMX. Também há a opção de acessar esse controle por meio de um aplicativo no celular, no computador ou qualquer dispositivo desde que haja uma conexão Wi-Fi. No modo High Speed, ele pode chegar a até 25 mil quadros por segundo”, explica Mario Janini, diretor técnico da ARRI Brasil. A Sony trouxe três modelos principais de câmeras. Entre elas estão dois novos modelos de câmeras 4K com sensor Super 35mm e HFR, a PXWFS5 que grava em 30p e 240 frames Full HD e a PXWFS7M2, que grava em 60p e 180 frames Full HD. Além disso, também estava exposta a PMWF55, um modelo de cinco anos voltado para a área de cinema e dramaturgia. Já a Panasonic exibiu duas de suas principais câmeras para cinema. A primeira foi a Varicam Pure, fruto da colaboração da Panasonic com a Codex, que une o sistema da VariCam 35 com o gravador Codex V-RAW 2.0, permitindo aquisição de imagens 4K RAW sem compressão. A outra foi a VariCam LT, um modelo mais leve e compacto que conta com a capacidade de gravar em 4K (4096x2160) e em UHD (3840x2160) e oferece alta sensibilidade, baixo nível de ruído, HDR e profundidade de campo cinematográfica. Mas além das grandes marcas, também estiveram locadoras de equipamentos, como a MonsterCam. exibiu modelos de câmeras para trabalhos com custos mais elevados com produtos como Alexa Mini, da Arri e Epic, da RED ou mais econômicos como 7S, C300 ou FS7. O objetivo da empresa é atingir públicos com todos os tipos de orçamentos, e que realizam desde curtas-metragens até publicidades e longa-metragens. A empresa, que exibe seus produtos pela segunda vez na Semana ABC, também possui lentes, acessórios, tripés e equipamentos de luz e de som direto. Outras marcas que também estiveram presentes no evento foram a Panasonic, Lumtaek, Locadora de Equipamentos Cinematográficos, 22 Locações, Electrica, Base 1 e Sindcine. PA



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Artigo

Consumidores e pirataria de TV por assinatura: um relacionamento complexo em que a educação não é suficiente Por Christopher Schouten, Diretor Sênior de Marketing de Produto, NAGRA

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ão há dúvida de que as operadoras de TV por assinatura em todo o mundo estão sofrendo cada vez mais com os efeitos da pirataria sobre suas receitas e número de assinantes. Com os set-top boxes baseados em Kodi, aumentando a imitação da experiência da grande tela da TV por assinatura na sala de estar, os piratas criando campanhas publicitárias elaboradas e profissionais, além de sites para vender serviços ilegais, os consumidores têm muito mais dificuldade em reconhecer os serviços legítimos. E alguns dos motivos para piratear podem ser muito convincentes para algumas pessoas, dependendo de suas circunstâncias pessoais e preferências. Isso não é uma desculpa para que façam isso, mas pode fornecer uma visão importante sobre o que leva consumidores à pirataria além de dar algumas dicas sobre como combatê-la. Mas quão importante ou eficaz é a educação do consumidor em relação à pirataria? Você pode realmente convencer alguém que está pirateando conteúdo a parar de fazer isso? Recentemente, alguns têm sugerido que esta é a chave, mas na realidade, depende total-

mente de qual é o principal motivo que leva o consumidor a praticar pirataria de conteúdo. Com base nos mais de 20 anos de experiência da NAGRA em investigar e combater a pirataria, os consumidores têm três motivos principais para roubar conteúdo:

Custo Muitos roubam conteúdo porque não podem pagar pelo preço cobrado. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), a renda per capita do brasileiro é de US$ 15 mil por ano. A compra de um pacote premium de televisão por assinatura representaria 8% do total de gastos anuais só em TV. Esse número nos EUA seria de 2,4%, mas incluindo a Internet de alta velocidade e muito mais canais. O custo financeiro representado por estas despesas, para a média de latino-americanos, é altíssimo. A educação, nesse caso, realmente ajudaria a prevenir a pirataria se uma família tivesse que escolher entre TV, comida ou escola? Claramente não. A única solução viável neste caso é oferecer pacotes de baixo custo que es-


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tão mais ao alcance de TODOS os segmentos de mercado e reduzir o custo total de vendas com novas formas de oferecer serviços de TV paga, como pacotes flexíveis entregues em serviços OTT (Over-The– Top) utilizando os dispositivos de propriedade dos consumidores.

Disponibilidade do conteúdo As restrições geográficas na distribuição de conteúdo fizeram sentido em um mundo de transmissão onde era possível controlar a disponibilidade de filmes, esportes e séries em cada país. Mas na Internet e na era da mídia social, as pessoas estão cada vez mais conscientes do melhor conteúdo em todos os lugares, não importa onde vivam no mundo. E, estão menos inclinados a aceitar atrasos na disponibilidade desse conteúdo. Quer se trate de geo-bloqueio de fornecedores de vídeo OTT, blackouts locais para esportes ao vivo, ou posterior distribuição de conteúdo premium devido à necessidade de dublagem ou legendagem. Os consumidores têm cada vez menos paciência para a falta de disponibilidade global de conteúdo. Até que a questão da disponibilidade seja abordada, nenhuma quantidade de educação é suscetível a superar essa impaciência, o que tornarão coisas como compartilhamento de conteúdo e uso de VPNs progressivamente mais comuns, especialmente quando ficam mais fáceis de usar. Felizmente, muitos fornecedores de conteúdo estão disponibilizando a liberação simultânea de conteúdo popular em várias regiões.

Experiência do usuário Você pode convencer alguém que está pirateando conteúdo a parar de fazer isso? O último grande fator que influencia os consumidores na pirataria é a capacidade de criar uma experiência de usuário personalizada. Ao fazer o download ou transmitir conteúdo de uma ou mais fontes e usar o software de gerenciamento de bibliotecas como

o Plex (veja a figura 1), os usuários podem criar uma biblioteca de “qualquer conteúdo, qualquer dispositivo” para acessarem quando e como quiserem, online e offline via download-and-go. Sem pesquisa, sem zapping, apenas o conteúdo que eles querem, em uma interface atraente disponível nas TVs conectadas, smartphones, tablets, consoles de jogos e PCs. Sem restrições geográficas e quase totalmente livre. Como os operadores de televisão paga podem competir com isso? Somente oferecendo um serviço equivalente que inclui possibilidades como PVR de rede, Catch-Up e Start-Over TV, serviços de VOD (S), etc., entregues ao dispositivo da escolha do cliente. Na ausência disso, nenhuma educação pode convencer tal “conhecedor de conteúdo” a parar suas atividades piratas, porque seria um passo atrás demasiado grande. É ingênuo pensar que a educação sobre as ilegalidades da pirataria por si só pode ter um grande impacto. Onde a educação pode ajudar, no entanto, é quando é combinada a atividades agressivas antipirataria, que mostram aos consumidores que há alternativas legais e também um grande risco ao investirem em soluções piratas, porque elas podem ser flagradas a qualquer momento, tornando o investimento em desperdício. Uma campanha como essa nos EUA, realizada pelo IBCAP (www.isyourboxnext.com),mostra aos consumidores os riscos de se envolverem em atividades piratas e lhes dá uma alternativa legal e com preços razoáveis. Não é suficiente apenas dizer aos consumidores “O que você está fazendo é ilegal!”. A indústria tem de ilustrar as reais consequências do que estão fazendo, e educá-los sobre alternativas legítimas. Não funcionará sempre, mas nos casos onde os operadores estão oferecendo os serviços avançados com conteúdos novos que eles querem, há uma boa possibilidade de sucesso. O IBCAP é um excelente exemplo disso. PA



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Virtualizando Suas Operações de Playout: Uma Análise da Realidade A virtualização pode oferecer muitos benefícios para um centro de playout. Mas considere cuidadosamente todos os fatores antes de tomar uma decisão. Por Ian Cockett, CTO, Pebble Beach Systems

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ocê quer virtualizar o seu playout? Bom, a implementação de um canal na nuvem oferece muitos benefícios. Para os hubs de centralcast, provedores de serviços, MCOs (operadores de canais múltiplos), broadcasters de esportes e empresas, o playout virtual pode oferecer uma opção acessível para implementar ou contratar canais baseados em IP sem a necessidade de racks e hardware complicado, semanas ou meses de configuração e preparação. Mas adicionar uma infraestrutura virtualizada em uma instalação de broadcast acrescenta uma camada extra de complexidade e novas exigências específicas. Não subestime o nível de conhecimentos técnicos que serão necessários para implementar uma plataforma virtualizada completa. Não se engane, você precisará entender cada detalhe de seu ambiente virtual. Então, antes de embarcar em uma demorada e potencialmente custosa Prova de Conceito (POC) ou implementação virtualizada, aqui estão nossas dicas e orientações para ajudá-lo a definir suas expectativas e ser claro sobre o que você deseja alcançar.

O sucesso do projeto dependerá tanto da sua infraestrutura quanto das aplicações nela executadas Embora um provedor possa estar disposto a fornecer um pequeno sistema virtualizado para uma POC, um ambiente de produção em grande escala é uma questão diferente. Os provedores de aplicações provavelmente não estarão dispostos a assumir a responsabilidade de controle e design de sua infraestrutura; embora eles devem ser qualificados e experientes o su ciente para ajudá-lo a ajustar o sistema e diagnosticar problemas de desempenho, por exemplo.

Quem conhece a sua infraestrutura virtualizada? A sua empresa, um terceiro, ou um contratante? Antes de iniciar o projeto, certifique-se de compreender quem é proprietário de cada parte do ambiente. Na configuração mais tradicional, você será o proprietário do dispositivo de playout e o fornecedor assumirá toda a responsabilidade pelo funcionamento desse dispositivo, com quais


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benchmarks está em conformidade, etc. No entanto, com uma solução virtualizada, o fornecedor é simplesmente o provedor de software, o que significa que você, ou seu representante, é responsável pelo desempenho geral da plataforma virtualizada e das redes. Você precisará construir relacionamentos com um conjunto completamente diferente de fornecedores, e é recomendável fazê-lo no início do processo.

Qual é o objetivo de sua POC? Você pretende estabelecer que uma aplicação simplesmente seja executada em uma plataforma virtualizada e que ela atenda a um conjunto de requisitos de playout arbitrários? Se você planeja começar por algo pequeno e simples, você pretende testar seus casos de uso mais simples ou os mais complexos? Todas as partes devem definir quais serão os resultados esperados da POC. O fornecedor da aplicação certamente poderá fornecer uma configuração para que você teste seu software, mas talvez seja mais relevante para a POC se concentrar em estabelecer se sua organização é capaz de projetar, criar, gerir e manter uma infraestrutura virtualizada escalável, e se esse sistema atenderá às necessidades contínuas de seu negócio.

Escolha seus parceiros sabiamente Em qualquer projeto de playout de canal integrado virtualizado, você está entrando em um relacionamento de longo prazo com um único fornecedor. Os modelos de negócios anteriores envolviam relacionamentos com vários provedores, incluindo um fornecedor de servidores de vídeo, um provedor de gráficos, um especialista em comutação e roteamento, um fornecedor de codificação e multiplexação, etc. No entanto, com o “colapso da função”, que a tecnologia de canal integrada oferece, a integração de vários fornecedores é muitas vezes escondida para o usuário final. Na maioria das vezes, os provedores de playout integrado usam software de terceiros em sua solução para funcionalidades específicas, como legendas, gráficos, processamento de áudio, etc. Certifique-se de escolher um fornecedor em que você confia e esteja ciente de que provavelmente seu fornecedor de canal integrado depende de componentes de outros fornecedores. Seu fornecedor pode depender de outras empresas para corrigir alguns problemas. O provedor de canal integrado escolhido possui uma arquitetura su cientemente modular para poder substituir componentes se um provedor de terceiros não conseguir corrigir um problema específico?

Não todos os hipervisores são iguais Você precisará escolher qual plataforma virtualizada usará. Frequentemente há muitas opções para nuvens públicas e privadas. Depois de ter selecionado a plataforma, você precisará saber e entender como vai medir o desempenho do seu ambiente virtual. O software de playout pode funcionar de forma diferente com diferentes hipervisores (software que cria, executa e monitora máquinas virtuais). Que métricas vai usar? Como saber se poderá reproduzir o que viu na POC quando implemente a arquitetura realmente? O seu ambiente de teste é escalável?

Quão perto você está do limite? É vital observar que você não precisará apenas medir o comportamento da aplicação de software de playout; você também precisa monitorar o comportamento de toda a infraestrutura. A simples verificação de que o vídeo e o áudio estão sendo reproduzidos não oferece um panorama completo.


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Verifique se o fornecedor do software de playout lhe dará acesso aos dados brutos que mostram como a aplicação está real- mente funcionando na plataforma virtualizada. Há uma infinidade de parâmetros que podem ser medidos, mas, quais são importantes para o desempenho geral do sistema? Por exemplo, o horário de sleep/ wake dos processadores de certos hipervisores pode não ser bom o su ciente para o playout em tempo real. A latência e o comportamento variam de acordo com o hipervisor testado.

Aprovisionamento excessivo É tentador preparar seus recursos para lidar com o pior cenário possível. Certamente, com os cronogramas muito dinâmicos que podem existir no playout, precisamos ter certeza de que existem recursos suficientes na máquina virtual para lidar com os cenários mais complexos de playout. No entanto, você também deve verificar o efeito que o excesso de aprovisionamento tem sobre o desempenho dos seus hipervisores. Em certos casos, a latência irá aumentar dramaticamente, tornando a arquitetura inadequada para playout. O aprovisionamento excessivo pode ter um efeito adverso! Uma das razões pelas quais os sistemas tradicionais de broadcast eram tão caros é que havia excesso de aprovisionamento em todo o sistema. Para aproveitar algumas das vantagens de uma plataforma virtualizada, é importante ter o aprovisionamento certo. Comprar uma caixa “bare-metal”, uma certa quantidade de RAM e um número de núcleos de CPU lhe dará um desempenho razoavelmente previsível em determinadas circunstâncias, mas ao colocar sua aplicação em um hipervisor, você está adicionando uma nova camada de software entre você e o hardware, que tem um número potencialmente enorme de variáveis. Espere o inesperado! E não se esqueça de verificar se o hipervisor escolhido é compatível com as unidades de disco e o armazenamento que deseja usar com o seu hardware COTS. Se for necessário trocar o seu hipervisor, o seu hardware será compatível?

Considere que há uma diferença entre o aprovisionamento excessivo para segurança e para expansão futura. É melhor adicionar a capacidade quando você precisar expandir, e não se esqueça de que os custos vão cair e o desempenho vai melhorar ao longo do tempo.

Quanto você confia em sua rede? Não subestime a importância de sua infra- estrutura de rede. Os fluxos de transporte gerados pela sua infraestrutura de playout irão passar pelos comutadores de rede da empresa; portanto, podem sobrecarregar a largura de banda da rede e ter um efeito no desempenho no ar, apesar do fato de que sua aplicação de software de playout pode funcionar em uma rede completamente separada.

Você já fez uma análise comparativa adequada? Para que uma POC de virtualização seja bem-sucedida, é importante que você de na seus canais. Diga ao fornecedor tudo o que os canais precisam, para que a funcionalidade correta possa ser incorporada e para entender como isso afetará o ambiente do host. Decida se você vai usar codificação baseada em CPU ou GPU. Os clientes geralmente acham que a codificação de CPU é mais versátil, mas exige CPUs mais caras. Os gráficos True 3D quase sempre exigem GPUs. Estabeleça quais formatos de arquivo, faixas de áudio, grá cos, etc. precisam ser incorporados. Qual bitrate você usará para entregar os fluxos de transporte finais? Você vai usar MPEG2 ou H.264? Qual é o destino final dos fluxos de transporte? Qual é o equipamento receptor. Todos esses fatores e outros terão um efeito no ambiente do host, portanto, compartilhe as informações no início.

Monitoramento e cenários de falhas A gama de opções de monitoramento disponíveis em um ambiente SDI geralmente excede em muito as disponíveis no domínio IP. Tenha em mente que os diagnósticos podem ser mais difíceis para IP, portanto você deverá investigar quais ferramentas estão à sua disposi-


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ção e precisará de funcionários capazes de interpretar os resultados. O monitoramento operacional também é extremamente importante, especialmente em cenários de nuvens públicas. Além de monitorar as latências e considerar como e onde seus operadores irão monitorar o playout, você precisa considerar as latências de controle que precisarão ser adicionadas. Sua automação de playout pode precisar enviar comandos de controle considerando a latência de monitoramento para o usuário. Os cenários de falhas e contingências precisam ser considerados. Quem ou que vai realizar a comutação de fluxos IP? Se a sua VM falhar, você pode perder o fluxo de transporte completamente. Pode a sua distribuição downstream funcionar sem fluxos, nem mesmo um fluxo nulo? Para onde estão indo seus fluxos IP? Você pode testá-los?

Cuidado com os vizinhos barulhentos Várias máquinas virtuais no mesmo host físico podem impactar umas às outras, em detrimento do seu playout. É possível que a sua aplicação de playout esteja compartilhando um hipervisor com seu sistema MAM ou um servidor de e-mail no Centro de Dados. E esses vizinhos podem não estar previsivelmente ocupados. Além disso, esses vizinhos podem “entrar e sair” em momentos inesperados. É possível que alguém possa escolher lançar outras 4 VMs em sua “box” sem aviso prévio. Você precisará gerir de perto as permissões para implementar canais. Para evitar que a aplicação de software seja afetado por algo mais que esteja sendo executado no hardware físico, você deve monitorar

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e, potencialmente, verificar que os recursos de playout estejam isolados para reprodução em tempo real.

Você realmente precisa virtualizar? Qual é o benefício? A virtualização tem um custo. Você precisa ter certeza do que está tentando alcançar. Em última instância, uma infraestrutura de playout virtual oferece flexibilidade e agilidade, mas o caminho para esses benefícios pode não ser curto, simples ou econômico. O nível de competências e conhecimentos necessários em sua empresa não deve ser subestimado. Tomar a rota não-virtualizada mais comum permite acessar à experiência do provedor. Ele fornecerá o hardware comprovado, juntamente com estatísticas de análises comparativas e o nível de simplicidade, previsibilidade e desempenho que é difícil de alcançar em seu ambiente virtualizado. No entanto, um ambiente de playout virtualizado permite isolar a aplicação da tecnologia genérica no Centro de Dados. Teoricamente, os drives e CPUs podem ser simplesmente atualizados por não- especialistas em broadcast. A equipe de serviço terá menos “boxes” para manter, porque provavelmente a mesma tecnologia estará em uso em várias plataformas. A virtualização simplifica a clonagem e redistribuição de aplicações em um ambiente comum em toda a instalação, simplificando a expansão de um sistema ou a migração para hardware de nova geração. Para um broadcaster, não se trata apenas de escolher o mais barato, ou obter mais dos recursos, o importante é a flexibilidade, portabilidade e facilidade de manutenção. PA


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10 Perguntas

10P Jeff Rosica O novo presidente da Avid conversou com a Panorama Audiovisual sobre como a empresa está se abrindo e reagindo a um futuro cada vez mais baseado em soluções em nuvem.

Por Flávio Bonanome

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o final de 2016 a Avid, uma das principais desenvolvedoras de solução para o mundo da produção audiovisual, anunciou uma grande transformação em sua estrutura executiva. Após quatro anos com Louis Hernandez Jr. ocupando os cargos de CEO, Presidente e Chairman, a empresa apontou um novo executivo para tomar o papel de presidente, Jeff Rosica, que já estava na empresa desde 2013. “Quando Louis Hernandez entrou na Avid, eu fui a primeira pessoa que ele contratou”, conta Rosica. A mudança era a parte final de uma enorme transformação que a companhia vinha protagonizando nos últimos anos em termos de linha de produto e posicionamento de mercado, e, para a nova

etapa, houve uma escolha estratégica de deixar o CEO mais focado neste desenvolvimento e ter alguém de confiança para o dia-a-dia da empresa. “Como presidente, Rosica será responsável pelo cotidiano da empresa como Vendas, Marketing, Serviços Profissionais, Entrega de Serviços e Suporte ao Cliente”, explicava o comunicado enviado à imprensa na época da nomeação. Apesar da novidade, Rosica não é nenhum novato do mercado broadcast, tendo mais de 30 anos de trabalho em empresas como Philips, Thomson e Grass Valley antes de assumir como Vice-Presidente Sênior de Operações Globais na Avid em 2013. No começo de 2016 o executivo assumiu o cargo de Vice-Presidente Sênior de


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Vendas e Marketing até o final do ano quando finalmente foi apontado como presidente. Reputado como uma pessoa capaz de discutir a tecnologia das soluções desenvolvidas pela Avid a um nível extremamente profundo, Rosica é o tipo de executivo que exige mais do que informação de mercado de seus colaboradores, exige ideias e soluções. Apesar da postura exigente, o executivo ostenta uma postura sempre bastante amigável e se gaba de estar informado sobre a indústria a nível global. “Não sou muito bom com o Português, mas sempre dou uma olhada na revista de vocês para saber sobre o que estão falando no Brasil”, comentou antes desta entrevista. A Panorama Audiovisual conversou com exclusividade com Jeff Rosica durante a NAB Show 2017. O executivo nos recebeu de forma bastante aberta na sala privativa da Avid e conversou sobre sua nova posição, como lidar com a relação de amor e ódio protagonizada pelos usuários com a marca e o que esperar do futuro em nuvem que a desenvolvedora vem prometendo há anos.

Panorama Audiovisual: Como sua nova posição como Presidente altera o ritmo que vinha sendo desenvolvido pela Avid? Qual a estratégia por trás desta mudança? Jeff Rosica: Na verdade já havia uma estratégia e a mudança foi para suportar esta estratégia. Há quatro anos, quando o Louis Hernandez Jr. assumiu como CEO da Avid, eu fui a primeira pessoa que ele contratou. Hernandez veio para transformar a empresa e falamos muito com nossos clientes e parceiros que seria uma transição de quatro anos e no final da metade 2017 o alvo seria terminar toda a transformação. Tratava-se de realinhar a Avid para o futuro. Cada companhia de tecnologia, não interessa qual seja, pode ser o Google, vai enfrentar um momento em que terá que se realinhar. Todas as empresas de tecnologia precisam se reinventar constantemente. É como um popstar que precisa sempre criar alguma coisa nova para manter-se em evidência. É o mesmo com empresas de tecnologia se não você perde relevância. Precisávamos redirecionar a Avid para o futuro e agora, após este quatro anos, estamos entrando na fase de crescimento da companhia que internamente nós chamamos de “Fast Foward to Future” (e.g. Avanço Rápido para o Futuro) que é sobre focar em nosso futuro e o crescimento daqui para frente. Com esta transformação, Hernandez resolveu apontar um presidente no cargo que fosse capaz de ajudar a empresa neste ponto, eu sou uma pessoa que busca o crescimento, então você coloca no cargo um executivo que vai ajudar a empresa a focar-se no crescimento, obviamente o Hernandez está focado na direção em que estamos indo, mas ele precisa de alguém para dirigir o dia-a-dia e conseguir o foco extra na parte do crescimento.

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A maior notícia é que agora estamos integrados à EVS, que era uma discussão que sempre havia sobre como era possível que não estivéssemos integrados à EVS, de porque o IPDirector não poderia trabalhar com AvidMedia, então nós resolvemos isso

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Se nós permitimos às pessoas de qualquer lugar do planeta serem ouvidas, serem vistas e ter uma voz, teremos feito isso, teremos mudado o mundo

PAV: Uma das principais implementações do Louis Hernandez Jr. foi a criação da Avid Costumers Association (e.g. Associação de Clientes Avid), que trouxe a vida a forte comunidade da Avid que já existia na internet. Você diria que o ACA é a versão física desta comunidade? Rosica: Não é somente. Eu diria que o evento Avid Connect, que acontece aqui antes da NAB e reúne os membros da associação, é esta versão física. A ACA, além disso, engloba nossas publicações, os usuários, os materiais dos blogs… Queríamos este senso de comunidade viesse da comunidade para a comunidade. Primeiramente é preciso lembrar que a ACA é dirigida pelos nossos clientes, nós somos facilitadores, ajudamos com o financiamento, mas queremos focar a energia para uma forma construtiva de ter a comunidade junta, com uma voz coletiva para ajudar a Avid a ajudá-los, mas para que juntos possamos todos ser mais bem sucedidos.

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PAV: Existe uma relação bem clara de Amor e Ódio entre os usuários e as soluções Avid. A criação da ACA foi uma maneira de tentar remover o ódio desta equação? Rosica: Eu concordo com esta conotação de amor e ódio. Nossos clientes são apaixonados por nossas soluções e, como em qualquer paixão, há momentos em que ficamos frustrados com nosso objeto de carinho. Por exemplo, eu tenho um carro que eu adoro, mas odeio a maneira como a interface para o iPod funciona. É alto totalmente terrível e mal feito, mas amo meu carro e ninguém vai me convencer a trocar por outro, fico só esperando que, quando eu fizer a troca por um modelo mais novo, eles melhorem isso. Acho que é a mesma coisa para nossos usuários. Isso é acontece por duas razões. Primeiro as pessoas querem ferramentas que as ajude a contar suas histórias, e é isto o que fazemos. A segunda é que as pessoas odeiam que a ferramenta desperdice seu tempo. Se a solução está tomando seu tempo criativo, você fica muito frustrado, porém é preciso focar esta energia de forma positiva para nos ajudar a trabalhar com nossos clientes. Um bom exemplo disso é a ferramenta de Script Sync do Media Composer. Todo mundo odiou quando a funcionalidade saiu do software e foram bem explícitos sobre isso. Nós não queríamos remover a funcionalidade, ela teve que ir por conta da situação de um desenvolvedor externo, mas nós ouvimos as reclamações e encontramos uma solução. Levou um longo tempo, a comunidade foi muito vocal, a ACA foi muito focada sobre este problema, sabíamos que era um problema, mas foi através da ACA que entendemos a gravidade, o quanto tempo as pessoas estavam perdendo por não poder usar esta funcionalidade. E isso nos deu a motivação para encontrar a solução.

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PAV: Outra transformação que veio nesta nova fase da Avid foi a abertura para o mercado. Até há pouco tempo na Home Page da Avid você encontraria os dizeres “Adobe funciona melhor com Avid”. Este tipo de campanha seria inimaginável cinco anos atrás, pois havia esta má reputação de a Avid ser uma empresa muito fechada. Quais são os próximos passos desta a abertura, isto é, o quão aberta a Avid será?


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10 Perguntas

Jeff Rosica falando como Presidente pela primeira vez durante o Avid Connect

Rosica: Fico muito feliz em você comentar sobre a campanha na Home Page porque tive muito atrito dentro da empresa quando decidi colocar aqueles banners no website. Este resultado, sua impressão, é exatamente o que estávamos buscando. Esta reputação de a Avid ser uma empresa fechada foi uma crítica merecida há alguns anos, porque de fato era uma empresa bem fechada. Hoje é o oposto, tem gente que não esquece o passado e continua agindo como se fôssemos uma companhia excludente, mas eu realmente acredito que somos a empresa mais aberta entre todas as milhares de empresas aqui da NAB Show. Pergunte para qualquer empresa do mercado ele colocaria seu concorrente número um em sua própria plataforma, fazendo dele um cliente de primeira classe, e o colocaria na homepage de seu website. Veja se alguém está fazendo isso. Então acho que merecemos estas críticas no passado, mas as pessoas precisam enxergar o que a empresa é hoje. Estamos super comprometidos com esta abertura, claro que há uma limitação tecnológica, mas estamos abertos à todos. A maior notícia é que agora estamos integrados à EVS, que era uma discussão que sempre havia sobre como era possível que não estivéssemos integrados à EVS, de porque o IPDirector não poderia trabalhar com AvidMedia, então nós resolvemos isso. PAV: Quando o Avid Everywhere foi anunciado, muita gente da indústria ficou bastante confusa tentando entender do que se tratava. Com o passar do tempo, pudemos ver tudo o que foi prometido sendo cumprido aos poucos pela empresa, chegando finalmente a integração em nuvem, e as coisas passaram a fazer mais sentido. Quais os próximos passos da visão? Rosica: Eu não fico surpreso que no começo era meio confuso, afinal, era um movimento muito ambiciosos para esta indústria.

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Agora a visão do Avid Everywhere e a implementação do Mediacentral Platform estão bem mais claros para os usuários. O Avid Everywhere foi a nossa visão sobre como resolver os problemas mais urgentes da indústria, não só uma forma de juntar todas as ferramentas disponíveis, mas de colocar todo o ecossistema junto. Isso significa juntar Adobe, EVS, Avid… ter uma estratégia para colocar junto a indústria como um todo, ajudar a conectar as empresas de mídia e os artistas de um jeito que nunca foi feito antes. A Avid Everywhere pareceu uma coisa que ninguém entendia porque era uma plataforma, mas também gente se conectando. Os desafios da indústria estavam crescendo e para resolvermos seria preciso olhar para as coisas de forma diferente. Optamos por parar um pouco, dar um passo atrás e observar os desafios, ver o que estava acontecendo para então sabermos como resolver estes problemas. Já a MediaCentral Platform é o resultado disso e como resolvemos as coisas. Então era ambicioso, completamos algumas tarefas e em outras ainda estamos trabalhando, mas realmente leva tempo. Nós literalmente mudamos o foco de ser uma empresa de produtos para uma empresa de plataforma, e agora estamos mudando para uma provedora de serviços em nuvem. Então é uma grande transformação. O que estamos procurando agora é continuar nesta jornada da plataforma e ajudar levar esta tecnologia à nuvem de forma inteligente. Isso significa não sair colocando tudo na nuvem, mas como pensar tecnologia em nuvem para que as pessoas possam implementar isso de uma forma que seja boa para elas. Talvez um cliente possa tomar partido de uma solução mais robusta de Disaster Recovery, outro de um suporte de Armazenamento, um terceiro em colaboração remota ou ainda a possibilidade de contar com uma enorme infraestrutura para um evento que possa ser desinstalada ao fim dele.



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10 Perguntas

Plataforma em nuvem é sobre eficiência, sobre ter capital de instalação efetivo, flexibilidade, agilidade e elasticidade, mas o que poucos falam é de novos fluxos de trabalho e maneiras de fazer as coisas. A capacidade de aliar Big Data para preencher metadados que você não possui, este é o poder da nuvem. E queremos fazer isso de forma bastante flexível, tentando entender qual o tipo de licenças nossos clientes estão dispostos à adquirir, se querem seus softwares na nuvem ou instalados em seus computadores, ou uma combinação de ambos. Queremos fazer da Avid a plataforma da indústria. Não só transformar o MediaCentral Platform na plataforma de trabalho, mas queremos que a ACA seja a voz da comunidade, queremos que o Avid Everywhere seja um ecossistemas para todos os provedores de soluções fazerem dinheiro, tendo companhias como Glookast ou Spectrologic dentro dela. Queremos que seja uma plataforma para os criativos contarem suas histórias de maneira melhor, queremos que seja uma plataforma onde todos possam ser ouvidos, vistos em qualquer canto do mundo. Só isso (risos)! PAV: É… Não parece –uma tarefa simples… Rosica. Mas é algo que pode acontecer. Durante um dos painéis que participei na NAB alguém jovem me perguntou uma questão típica da juventude: “O que a Media poderia fazer para mudar o mundo”. Minha resposta foi bem simples porque eu realmente acredito nela. Se nós permitimos às pessoas de qualquer lugar do planeta serem ouvidas, serem vistas e ter uma voz, teremos feito isso, teremos mudado o mundo. E é o que fazemos, criamos ferramentas para que as pessoas possam fazer isso, sejam eles uma enorme empresa ou uma pessoa em uma fazenda no meio do Brasil.

“Não se trata somente de termos escolhido a Microsoft como nossa plataforma, mas sim do que poderíamos criar juntos. Conversamos sobre isso um pouco e queremos colaborar em termos de tecnologia, desenvolvimento de produto e cooperação comercial”, afirma Jeff Rosica

PAV: Durante a NAB Show foi anunciada uma pareceria entre a provedora de computação em nuvem Microsoft Azure e a Avid. O que mais podemos Parceria com a Microsoft para Cloud, o que mais podemos ver desta parceria? Rosica: Nós pesquisamos durante um longo tempo e comparamos todas as empresas que tem oferecido serviços de nuvem, e são todas grandes companhias. Mas a Microsoft ofereceu o que estávamos procurando, que era uma maneira de implementar ferramentas e o fluxo de trabalho. Precisávamos da possibilidade de sermos híbridos e da capacidade de entrega. Fala-se muito da um fluxo de trabalho totalmente baseado em nuvem, mas não acreditamos que é algo que será feito agora. Estamos falando de produção de media, não de um software de contabilidade, então este é um ambiente que será híbrido. O que realmente temos forte nesta relação é a escala global que a Microsoft Azure oferece, mas estamos fazendo juntos mais do que isso, não se trata somente de termos escolhido a Microsoft como nossa plataforma, mas sim do que poderíamos criar juntos. Conversamos sobre isso um pouco e queremos colaborar em termos de tecnologia, desenvolvimento de produto e cooperação comercial. Do ponto de vista tecnológico, estamos olhando tecnologias que a mídia precisa na nuvem, e a Microsoft e a Avid juntas estão investindo nesta tecnologia para desenvolver soluções bastante específicas para estes meios, então eles estão trabalhando conosco, investindo conosco para criar produtos na nuvem. E também estão

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trabalhando para ter nossa plataforma toda na Cloud para termos estes serviços como Big Data e inteligência artificial disponíveis para nossos fluxos de trabalho. PAV: A Microsoft também passaria a comercializar as soluções Avid? Rosica: Não, na verdade o contrário. Nossos clientes poderão lidar diretamente com a Avid para aquisições como assinaturas de plataformas Azure. A Microsoft tem sido muito cauta em como vai trabalhar a indústria de mídia e o aspecto comercial do programa. A partir de hoje você verá muitas inovações pelos próximos 18 ou 20 meses com duas grandes novidades que anunciaremos em breve.

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PAV: Tivemos no Brasil dois grandes eventos esportivos e, atualmente, estamos meio que vivendo uma “ressaca” pós-olimpíadas. Como a Avid tem encarado o mercado no país neste momento? Rosica: Em minha carreira eu sempre passei muito tempo no Brasil e posso dizer que conheço muito bem o país. Eu acho que a coisa mais importante a dizer é que a Avid não veio para o Brasil para a Copa do Mundo e as Olimpíadas, já estávamos no Brasil antes disso e vamos continuar no país muito tempo depois, então para nós foi só um momento no calendário. Foi legal, bonito, o país entregou dois eventos incríveis e tenho certeza que todo mundo ainda está bastante orgulhoso disso. Para nós o Brasil é um mercado significante com grandes empresas do mercado de media, claro que há a TV Globo, que ainda é o maior broadcaster no mundo, portanto sempre foi e sempre será um mercado muito importante para a Avid. Estamos muito focados em desenvolver o país. Todos os países que sediam Copas do Mundo e Olimpíadas passam por esta… bem, eu nunca tinha ouvido o termo “ressaca”, é

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meio que isso mesmo. Porque é uma grande concentração de investimentos e upgrades e depois fica tudo estagnado. Acontece com todos os países, aconteceu em Beijing, aconteceu na Rússia. Quando você coloca um esforço para construir uma nova infraestrutura, é natural que, ao atingir o estado da arte, você possa esperar um pouco para os próximos upgrades. Eu estou neste negócio há muitos anos e sempre foi assim. PAV: Falando um pouco da indústria do áudio profissional, temos visto o Pro Tools como um padrão do mercado há algum tempo. Porém, há um crescimento na competição com outras plataformas como nunca antes houve. Como a Avid tem se posicionado nesta situação? Rosica: Sempre tivemos concorrentes, concorrência é bom, deixa todo mundo alerta e garante que todo mundo busque uma forma de inovar, mas acredito que mesmo existindo diversas DAWs servindo comunidades que estão aspirando a fazer música, já que entendemos que a maioria deles está atendendo este mercado de aspirantes, nós lançamos o Pro Tools First e agora é usado por quase meio milhão de pessoas., Este número é tão grande que deve somar todas as outras DAWs juntas. Desta forma acho que estamos em uma boa posição. Temos milhões de usuários de Pro Tools.

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PAV: O Pro Tools First não é exatamente um software para a indústria profissional do áudio…. Rosica: Não, é o mercado aspirante, mas acho que se você for para o profissional, perceberá que nada mudou e o Pro Tools é praticamente o padrão do mercado.É muito difícil alguém que esteja criando música fora do Pro Tools e esteja de fato vivendo de música e tendo uma carreira séria. Nós trabalhamos muito duro para inovar e satisfazer as necessidades da indústria musical e áudio profissional para cinema e TV, eu acho que olhando para as pessoas que realmente fazem dinheiro com música, elas estão quase sempre usando Pro Tools.

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PAV: Há porém uma latente exceção no segmento da indústria de Games. Como a Avid vê este mercado? Rosica: Achamos que é um grande mercado, que há espaço para fazer mais. Quando seu concorrente cria um produto extremamente competitivo, é difícil lutar contra, então eles começam a procurar um novo mercado e construir uma posição nele. Mas conforme a indústria de Games cresce e passa a ter mais interação com o resto do mundo da produção de mídia, eles terão que tomar decisões sobre como será sua interface com o restante do mercado, porque se você vai buscar música para Games, você vai acabar trabalhando com os mesmos talentos, nossos clientes fazem Games no exato mesmo estúdio que fazem outros trabalhos. Sempre existiram muitas DAWs por ai, o que costumava ser Fairlight agora é Resolve. E eu acho que é uma boa ideia dar aos produtores de vídeo mais capacidades de áudio, mas não resolve as necessidades da indústria da música ou do Pro Audio, mas é ótimo para a comunidade de vídeo. Elas sempre existiram, todos os fabricantes de I/O Low End sempre tiveram suas DAWs, nada mudou, a tecnologia continua, todo mundo continua a inovar, assim como nós e veremos como isso vai terminar. PA

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“É muito difícil alguém que esteja criando música fora do Pro Tools e esteja de fato vivendo de música e tendo uma carreira séria”, desafia Rosica

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Programe-se!

Agenda Acompanhe aqui o roteiro com as melhores sugestões de congressos, festivais, exposições, mostras, cursos, treinamentos e eventos do mercado audiovisual.

6 a 8 de Junho de 2017 Church Tech Expo

Considerado uma versão europeia da NAB Show, o IBC reúne em Amsterdam os líderes da indústria de radiodifusão, broadband e produção audiovisual. Mais de 1000 estandes apresentam um panorama completo do mercado. www.ibc.org

A Church Tech Expo reúne o melhor das tecnologias de áudio e vídeo para templos, igrejas, locais de pregação e adoração. Exposição, palestras técnicas e workshops cobrem os segmentos de sonorização, mixagem, captação em vídeo, projeção, gravação, edição e transmissão. Em 2015, o evento reuniu 90 expositores, representando mais de 200 companhias, e mais de 7 mil visitantes. Participe e conheça o que há de mais inovador no setor. Aprenda com exemplos práticos como ampliar e otimizar as suas instalações ao lado dos principais fornecedores, integradores, consultores do mercado nacional e mundial. Entenda como e onde investir para ampliar o alcance de sua mensagem. O evento é destinado a líderes e representantes de religiões, membros de ministérios, equipes técnicas e de projeto, operadores de áudio e vídeo, e todos os envolvidos com áudio, vídeo e iluminação em templos e igrejas. O Congresso Church Tech Expo 2015 teve 100 de programação e recebeu 80 palestrantes em 65 sessão. Os temas centrais são: Integrando Áudio, Vídeo e Luz; Acústica e Inteligibilidade; Sistemas de PA e Sonorização; Produção de Apresentações Musicais; Mixagem e gravação; Seleção e configuração de microfones; Produção HD Ao Vivo; Implantação e Vantagens do Live Stream; Integração com Switcher e Robótica; Projeção e Processamento de Vídeo; Integração com Mídias Sociais; Infraestruturas baseadas em IP; Digital Signage Aplicada; Projetos de sucesso; Automação de Processos e Eventos; Desafios da Iluminação. www.churchtechexpo.com.br

Operação em Mesas Digitais

6 a 8 de Junho de 2017

Todo último final de semana de cada mês, o IAV promove o curso. Operação em Mesas Digitais. Indicado para profissionais de áudio interessados em ampliar seus conhecimentos e dominar a operação dessas mesas. O curso explora a infinidade de recursos disponíveis, através de um método prático exclusivo que desmistifica sua utilização. www.iav.com.br

PANORAMA SHOW

03 a 26 de Julho Curso de Animação Digital - Técnicas Cut Out O curso tem como objetivo formar o aluno para o mercado de animação utilizando um dos softwares mais trabalhados na indústria, o Toonboom. Visando teoria e prática, o aluno terá experiência na pré produção e produção de séries de animação, participando de exercícios em animação clássica digital e cutout e utilizando de processos da área, o aluno trabalhará em equipe com seus colegas para a criação de um curta metragem animado, simulando o ambiente real de trabalho de um animador. Professor: Rodrigo D. Frias institutodecinema.com.br

14 a 19 de Setembro IBC 2017

25 a 27 de Outubro Caper 2017 Principal encontro focado em broadcast e produção audiovisual dos países espânicos no cone sul. O evento traz feira e congresso e reúne fornecedores e usuários de emissoras, produtoras, agências de publicidade, novas mídias e cinema. www.caper.org.ar/la_expo.php

O mais importante latino-americano dedicado às tecnologias de Produção Audiovisual e Broadcast será realizado no São Paulo Expo (antigo Centro de Exposições Imigrantes), em São Paulo. Serão três dias de exposição e congresso dedicados ao aperfeiçoamento profissional, debate sobre tecnologias e promoção de negócios. Os temas-chave do congresso são soluções para produção e distribuição de áudio e vídeo em TV, cinema, novas mídias, publicidade, animação e games. Em 2015 o evento reuniu 7000 visitantes, incluindo mais de 1000 congressistas, que participaram de 65 sessões de debate e workshops. www.panoramaaudiovisualshow.com.br


Fonte de luz: Casada.

46 luzes em um SkyPanel. Os LEDs do SkyPanel são calibrados e, portanto, é possível reproduzir qualquer cor. O Firmware 3.0 do SkyPanel tem a vantagem de incluir 46 cores pré-programadas que casa com fontes comuns encontradas ao nosso redor. Estas fontes incluem: tungstênio, vapor de sódio, fluorescente branca, vela, palitos fosforescentes e muito mais.

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