Ano 6 - Edição 77 - Julho/2017
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77 ISSN 2236-0336
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Editorial
Unidos para sempre pelo IP? No último mês de Junho, John Mailhot, editor do conjunto de padrões SMPTE ST2110 e CTO da Imagine Communications, apresentou novas informações sobre as normas que organizam o tráfego de áudio, vídeo e dados – separadamente – sobre redes IP. Elas estão sendo desenvolvidas para dar um passo a frente em relação ao ST-2022 e atender necessidades específicas de grandes instalações de produção e distribuição de televisão. Inicialmente é preciso saber que os padrões estabelecidos até o momento pela Society of Motion Picture and Television Engineers (SMPTE) para transporte de mídia por IP são os ST 2022-1/2/3/4/5/6/7, definindo o transporte de fluxos MPEG-2 sobre IP e SDI sobre IP. Todos tratam de sinais multiplexados, onde o vídeo, áudio e dados adicionais são empacotados em um fluxo único, e todos os dispositivos e sistemas que precisam apenas de parte da informação devem estar aptos a recebê-la integralmente para então extrair o que desejam. Também deve estar claro que nestas normas o IP em si é entendido como um padrão de multiplexação, onde cada pacote pode ser parte de um stream diferente. Assim, há uma multiplexação dentro de outra. No caso do ST 2110, cujo desenvolvimento ainda não foi concluído, cada parte do sinal é colocada em um stream diferente, sendo vídeo, áudio e dados distribuídos e comutados separadamente. Nesta nova norma, cada dispositivo pode dizer o que quer – áudio e metadados por exemplo. Desta característica surge a primeira pergunta: Como manter tudo em sincronia? No ST2110, todas as parte da mídia recebem uma etiqueta digital baseada no tempo. É um código que anda com as partes de um pacote para todo o lugar e informa aos dispositivos a ordem correta de organizá-las. Na prática, isso deixa claro que é possível cortar duas imagens em um switcher sem confusão. Este ponto específico da norma é identificado por ST 2059 PTP (Precision Time Protocol) e compõe a parte 2110-10 (Sistema de tempo). Segundo John Mailhot, a norma especifica como o SMPTE 2059 PTP deve ser utilizado no âmbito do ST2110, como são calculadas as informações que etiquetam todos os sinais, os requisitos gerais dos fluxos IP, e os SDPs ou protocolos descritivos de sessões com os atributos e parâmetros de cada item transportado, para ajudar as duas pontas de uma transmissão a realizarem o stream com êxito. Com todos metadados incorporados, cada stream deixa claro ao seu receptor – um gravador, interface ou switcher, por exemplo – como interpretar o que será recebido. Sem estas informações adicionais o tráfego de mídia por IP simplesmente não funciona. A parte ST2110-20, que trata do vídeo sem compressão, estabelece que apenas áreas ativas da imagem são enviadas e que há suporte para imagens de até 32K x 32K. Ela indica ainda compatibilidade com as representações de cor YCbCr, RGB, XYZ e ICtCp (esta última usada no âmbito do HDR e WCG); com as taxas de amostragem 4:2:2/10, 4:2:2/12 e 4:4:4/16; e com HDR (PQ/Dolby e Hybrid Log-Gamma). Segundo as informações reveladas por John Mailhot do grupo SMPTE ST2110, num fluxo de imagem 2160p @ 59.94, são consumidos 12282,2 Gbit/s quando adota-se o padrão 2022-6. Com o 2110-20 são gastos 10279,6 Gbit/s: Uma economia de 16,3% que pode dobrar quando a taxa de frames cai para 50. A parte SMPTE 2110-30 encarrega-se do áudio e está baseada no padrão AES67 com áudio sem compressão (PCM). Entre as exigências estão taxa de amostragem de 48kHz em todos os dispositivos compatíveis, latência máxima de 1 milisegundo, suporte a até 8 canais por stream e profundidade de 16 e 24 bit em todos os dispositivos. Conforme a proposta, conjuntos de 2, 4 e 8 canais podem ser comutados a qualquer tempo sem sair do ambiente IP. Também podem ser tiradas ‘amostras’ para monitoração ou outras mixagens do todo ou parte do stream. Mas estes números ainda são pequenos diante dos 64 canais que podem ser carregados em um único stream. Finalmente, na parte 2110-40, estão as especificações sobre o uso de dados adicionais e metadados, que estão mais disponíveis que nunca para serem manipulados, alterados, consultados e redistribuídos conforme a necessidade.
Ano 6 • N° 77 • Julho de 2017
Redação Editor e Jornalista Responsável
Fernando Gaio (MTb: 32.960) fernando.gaio@vpgroup.com.br Reportagem
Renan Araújo redacao@vpgroup.com.br Editor Internacional
Antonio Castillo acastillo@panoramaaudiovisual.com Coordenador Editorial
Flávio Bonanome flávio.bonanome@vpgroup.com.br Arte Flávio Bissolotti flavio.bissolotti@vpgroup.com.br Comercial Gerentes de Contas
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Presidente & CEO Presidência e CEO
Victor Hugo Piiroja victor.piiroja@vpgroup.com.br Financeiro Rodrigo Gonçalves Oliveira rodrigo.oliveira@vpgroup.com.br Atendimento Jessica Pereira jessica.pereira@vpgroup.com.br
Panorama Audiovisual Online www.panoramaaudiovisual.com.br Tiragem: 16.000 exemplares Impressão: Gráfica57
Fernando Gaio (MTb: 32.960) Editor Al. Madeira, 53, cj 92 - 9º andar - Alphaville Industrial 06454-010 - Barueri – SP – Brasil +55 11 4197-7500 www.vpgroup.com.br PanoramaAV
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Sumário
30 Rede Globo A tecnologia implementada na nova sala de redação unificada do Jornal Nacional.
Nesta Edição 20 Realidade Virtual em primeiro plano A Panorama Audiovisual conversou com José Augusto de Blasiis, diretor da Cinemática Audiovisual, sobre fluxos de trabalho neste novo formato.
24 Broadcast + TI: Caminho unificado
38 Artigo: Seis maneiras para se estar no controle do broadcast digital no futuro As empresas de produção e broadcasters passam por uma grande transformação em relação a todo o ciclo de produção de conteúdo.
Antonio Leonel da Luz, diretor da Media and Content Dynamics, concedeu uma entrevista sobre o tema, para esclarecer as mudanças envolvidas nas estruturas.
40 XGames em Realidade Virtual
30 Nova redação da Rede Globo
44 10 Perguntas: Dan May
Toda a tecnologia integrada na nova sala de redação e no cenário do Jornal Nacional.
Presidente da Black Magic comenta sobre as estratégias da empresa e a delicada relação entre revendas e o modelo de distribuição no país.
41 Reportagem
ESPN realiza primeira transmissão de um evento esportivo em VR ao vivo da história. Veja os detalhes da tecnologia.
44 A primeira transmissão VR ao vivo
10 Perguntas Dan May
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Notícias
Lawo forneceu infraestrutura de áudio para comemoração do Dia da Bastilha na França Empresa utilizou quatro consoles de mixagem, um roteador e gravadores que se interligavam para garantir alta qualidade de áudio e boas condições de transmissão para emissoras de TV e rádio
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Lawo forneceu durante o terceiro ano consecutivo os consoles de áudio IP para a comemoração do Dia da Bastilha (14 de julho), data histórica para o país que representa o início da Revolução francesa. Em 2017, mais de 500 mil franceses estiveram presentes em frente à torre Eiffel para celebrar a data. Entre as diversas atrações estavam a apresentação do “Concert de Paris”, uma apresentação da Orquestra Sinfônica Nacional e do grupo Choir of Radio France que conta com solistas renomados internacionalmente. A transmissão das apresentações, seguidas de queima de fogos de artifício, foi transmitida para espectadores de TV e de rádio em toda a França. Dois consoles de áudio all-in-one mc²36 foram usados para mixagem Front of House, um colocado na orquestra e o outro entre os cantores de óepra e no coro. Outro desse console também foi usado na monitoração da mixagem. Já um console mc²66 estava presente na unidade móvel de transmissão para a transmissão ao vivo do evento pelas emissoras públicas France 2 e France Inter. Um roteador Nova37 ficou conectado a consoles de mixagem e sistemas de entrada e saída através de uma rede RAVENNA/AES67. Sua operação plug-and-play significa que uma rede de áudio pode ser
operacional em alguns momentos. Os direitos de usuários na rede foram gerenciados diretamente da tela touchscreen do console usando o sistema de gerenciamente de direitos da Lawo. Os presets de rede padrões estavam imediatamente disponíveis mas a configuração do roteador pode ser adaptado a necessidades específicas do instalador. O console mc²36 de 24 faders foi configurado para mixar os coros e os cantores de ópera e havia uma mesa de 40 faders para a orquestra. Outro console mc²36 de 40 faders foi usado para monitoração. Todos os consoles, o sistema de interface Dallis e os gravadores de áudio foram conectados aos nosso roteador plug-and-play Nova37”, afirmou Hervé de Caro, especialista em som ao vivo da Lawo. O mc²36 possui uma página intuitiva para configuração e gerenciamento dos direitos dentro da rede, controlando os preamps e alimentando as diferentes saídas e gravadores”, disse ele. Segundo a empresa, os consoles também provaram sua flexibilidade durante a celebração do Dia da Bastilha, atendendo às demandas atribuições ao vivo das emissoras, além de entregar qualidade de áudio e alta capacidade de canais. Durante a queima de fogos, a infraestrutura também garantiu que as emissoras pudessem transmitir um som com clreza aos seus espectadores. PA
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Notícias
Conhecimento premiado Rede TV cria cenário com 360 graus para nova versão do programa “O Céu é o Limite”.
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ma marca sempre lembrada pelos telespectadores brasileiros aliada a um programa de perguntas e respostas de sucesso comprovado. Assim é o “O Céu é o Limite”, lançado pela Rede TV e baseado no game show italiano “L’eredità”. Licenciado para oito países e no ar pela RAI 1 desde 2002, o programa tem mais de 3 mil episódios exibidos apenas na Itália.
Marcelo Carvalho revitalizou “O Céu é o Limite” com estética e dinâmica diferentes da original, mantendo o chamariz da gorda premiação para quem sabe mais
“O Céu é o Limite” foi criado pela TV Tupi em 1955 com participantes respondendo perguntas e acumulando algum dinheiro pelas respostas corretas. Ele passou por diversas emissoras ao longo de 30 anos e teve J. Silvestre como seu mais famoso apresentador. Há muitos anos a Rede TV detém o direito de uso da marca, mas não tinha um produto igualmente marcante para revitalizá-la. Partiu do sócio da emissora e apresentador Marcelo Carvalho a ideia de trazer “L’eredità” para o Brasil. A enorme audiência ao longo de 15 temporadas e a afinidade particular de Marcelo com a Itália deram um empurrão para que ele fosse aos estúdio Cinecittà, em Roma. Lá ele acompanhou e até conduziu um piloto do que seria a versão brasileira. Aqui, além de ser rebatizado, o programa conta com participantes famosos que ajudam os competidores a responder aos desafios e
Parte da equipe por traz de “O Céu é o Limite”: Claudia Bexiga, Diretora, Ilton Casarotti Veiga, Gerente de TI, Jorge Emílio Isaac, Diretor Técnico, Elias Abrão, Diretor de Programação, Rafaela Barbosa, Comunicação, e Abraão Farina, Diretor de Tecnologia Digital
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acumular dinheiro de uma edição para outra. Em muitos aspectos ele lembra o “Show do Milhão”, com Silvio Santos no SBT, “Quem Quer Ser um Milionário”, com Luciano Huck na Globo, “Mega Senha”, apresentado pelo próprio Marcelo Carvalho na Rede TV, além de “O Céu é o Limite”.Todos recompensando com dinheiro as habilidades e os conhecimentos gerais dos candidatos. No novo programa as habilidades de seis participantes são colocadas à prova em rodadas eliminatórias com sete perguntas de conhecimentos gerais e quatro alternativas de respostas. O vencedor de cada etapa recebe uma soma em dinheiro e participa do programa seguinte. Em tese, um mesmo participante pode participar de inúmeros programas acumulando dezenas de milhares de reais, daí o nome original L’eredità, herança em português. Um dos pontos-chave na condução do programa é o software que coordena não apenas a ordem das perguntas e respectivas respostas, mas também a situação de cada participante. A tela de comando fica em frente ao apresentador, que detém o controle quase absoluto da atração. No cenário criado em 360 graus, a cada pergunta ou resposta são desencadeados movimentos de luz, painéis de LED, gráficos e efeitos sonoros. A todo o momento também são acionadas câmeras que correm sobre trilhos no entorno do palco e no alto do cenário. A câmera robótica colocada em trilhos circulares no alto do cenário é considerada um dos maiores desafios técnicos da atração e foi inspirada na versão italiana. A solução foi desenvolvida pela fabricante brasileira de tripés, suportes e movimento de câmera DMS, que tra-
Um dos maiores desafios técnicos foi criar um trilho aéreo para deslocar uma câmera robótica no entorno do palco. A solução foi dada pela brasileira DMS
No púlpito central fica o painel que dispara cada etapa do programa e organiza os próximos passos conforme a resposta
Detalhe das câmeras e do trilho instalado cerca de um metro abaixo do palco. A produção trabalha com grandes contrates entre a iluminação central e o fundo do cenário, que tem cores sempre quentes
balhou em conjunto com a engenharia da Rede TV para criar um pequeno carro motorizado que desloca levando uma câmera robótica. Variações intensas de luz marcam erros e acertos no jogo, numa combinação de recursos que inclui até um piso retroiluminado que informando a condição de cada competidor através de um código de cores. Claudia Bexiga, diretora do programa, é quem dá o aviso para o disparo de alguns efeitos de iluminação, enquanto outros são automatizados. “Por exemplo, quando o participante dá uma resposta errada, o sistema muda automaticamente as cores do piso e dispara um alarme sonoro”, explica. Por ser um game show, a gravação é feita como se fosse transmitido ao vivo, com todas as câmeras sendo gravadas em paralelo, além do sinal PGM limpo e PGM com os gráficos. “É uma questão de segurança, especialmente porque o programa envolve prêmios em dinheiro”, destaca Claudia Bexiga. Esta gravação de segurança ocupa quase 5 Terabytes de mídia em formato Apple ProRes 422 a cada programa. PA
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NewTek lança nova câmera PTZ IP com suporte para o padrão NDI A nova câmera pode transmitir vídeos em 3G 1080p60 diretamente a produtos compatíveis com padrão NDI
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NewTek lançou uma câmera de vídeo IP PTZ, com o padrão NDI, recurso de plug and play e capaz de transmitir vídeo ao vivo em 3G 1080p60 diretamente a produtos compatíveis com o padrão NDI através de uma rede padrão. A câmera se conecta a rede e oferece áudio e vídeo de alta qualidade com maior controle e energia por meio de um cabo Ethernet simples. Uma vez conectada à rede, a câmera é visível a todos os sistemas compatíveis na última versão do NDI incluindo: LiveStream Studio, SplitmediaLabs XSplit, Streamstar, OBS Studio, StudioCoast vMix, Telestream Wirecast, NewTek TriCaster, entre outros. A câmera PTZ também é reconhecida automaticamente por diversos aplicativos como Skype, GoToMeeting, Zoom Media e outros. “Tem havido poucos pontos de inflexão na indústria broadcast que ofereceram benefícios profundos, como a transição para a edição não-linear. O movimento para a produção por IP é um desses únicos momentos da nossa indústria”, disse Andrew Cross, presidente e CTO da NewTek. “A transição está acontecendo de maneira rápida
porque acontece de acordo com a demanda do usuário. Os produtores reconheceram que essa tecnologia simplifica seu trabalho ao mesmo tempo que expande a possibilidade de criar mais e melhor. Com a disponibilidade das câmeras NDI da NewTek e de outros que estão por vir, a produção por IP é uma realidade”, disse. PA
Euromedia migra unidades móveis de produção para a transmissão 4K A empresa realizou a migração dos switchers utilizados da Grass Valley para que as unidades correspondam a demanda de eventos esportivos e de entretenimento
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aumento do interesse por cobertura com imagens em 4K levou a empresa francesa Euromedia a migrar duas de suas unidades móveis de produção, a OB A21 e B40, para o UHD, ampliando a capacidade de seus switchers de produção Kayenne K-Frame Video, da Grass Valley. Ao atualizar seus switchers M/E Grass Valley Kayenne K-Frame de Compact K-Frames com 80 inputs 3G-SDI and 48 outputs 3G-SDI para Standard K-Frames com 180 inputs 3G-SDI e 84 outputs 3G-SDI, a Euromedia foi capaz de configurar 40 inputs UHD e 20 outputs UHD – e se necessário poderá utilizar imagens em HD. Projetado para suportar uma grande variedade de transmissões esportivas ou de produções de entretenimento, as duas unidades móveis já foram utilizadas em diversos eventos, que incluem a etapa de Fórmula 1 de Monaco desse ano e partidas e futebol para o canal francês Canal+. Os switchers Kayenne oferece suporte para multiformatos, incluindo 3G e 4K UHD, assim como 192 entradas, 96 saídas e até 9 M/Es con seis keyers en cada M/E. Os switchers da S-Series já estão disponíveis com entradas e saídas IP e conectividade SMPTE 2022-6 “A Euromedia é um grande fornecedor de serviços que está olhando para o futuro, tomando decisões e fazendo investimentos que a
posicionará em primeiro nível para entregar conteúdos de alta qualidade. Saber que nossas soluções desempenham um papel chave no planejamento da emissora é muito gratificante”, disse o vice-presidente de vendas e marketing da Grass Valley na Europa, Oriente Médio e África, Jan Pieter van Welsem. PA
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Emissora de TV chilena utiliza estrutura de intercom IP da Clear-Com para transmissão da Copa das Confederações A rede Mega TV utilizou painéis V-Series ligados ao sistema Eclipe para a comunicação entre as equipes sediadas em Santiago e em quatro cidades da Rússia durante a transmissão do torneio
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emissora deTV chilena RedTelevisiva Megavision S.A. (MegaTV) utilizou o sistema de matriz digital Eclipse e os painéis V-Series de intercom, da Clear-Com, para a cobertura da Copa das Confederações da FIFA, que foi realizada até o começo desse mês na Rússia. A série de painéis V-series utilizou a internet para interconectar as unidades móveis de transmissão da Mega nos estádios em Kazan, Moscou e Sochi com a equipe de produção no International Broadcast Center (IBC) em São Petesburgo e com os estúdios centrais da emissora em Santiago no Chile. Os sinais por IP da Rússia foram alimentados pelo sistema de intercom Eclipse, da Mega, em Santiago. A emissora utilizará a mesma estrutura para a transmissão da Copa do Mundo em 2018, também na Rússia. A grande novidade da estrutura da Mega foi a instalação dos painéis V-Series habilitados por IP em vários locais que são conectados com o sistema de intercom Eclipse já existente. “De um modo geral, estamos atualizando e incrementando nosso sistema de intercom para suportar novas aplicações e soluções tecnológicas que sejam necessárias”, disse o gerente de operações da emissora, Antonio Ormazabal. “Isso inclui ser capaz de se conectar às nossas equipes de produção remotas em qualquer lugar do mundo de maneira eficiente, confiável e com bom custo-benefício”, explicou.
A decisão de conectar seus intercoms remotamente por IP resolveu diversos problemas da emissora chilena. “Tem se tornado muito difícil encontrar ISDN ou linhas de telefone analógicas para eventos internacionais;. A adição dos painéis da Clear-Com nos permitiu a conexão via IP. Tivemos uma boa conexão para as entradas ao vivo, além de contarmos com a agilidade e praticidade desse sistema”, afirmou. A tecnologia robusta da Clear-Com proporciona baixa latência, com poucas exigências de banda (menos de 300 kbps) entre locais distantes como Santiago e Moscou. Os engenheiros técnicos da emissora adicionaram os painéis V-Series ao já existente sistema de intercom Eclipse e colocaram as unidades da Rússia conectadas de volta via internet para Santiago. Com a configuração do sistema do V-Series, as equipes da Mega poderiam se mover por diversos locais com variações de conexão de internet sem que houvesse perda do sinal. “Usar esses painéis ao invés de linhas de telefone deu às equipes a possibilidade de se comunicar com diferentes pessoas e áreas no sistema, como áudio, direção, masterização, entre outras, de maneira simultânea. Isso torna o fluxo de trabalho mais rápido e prático, como se eles estivessem uma porta próximos um do outro”, afirmou Joquebed Colin Lugo, gerente de vendas regional da Clear-Com na América Latina e Caribe. PA
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Church Tech Expo | Panorama Show
Realidade Virtual em primeiro plano O Congresso Church Tech Expo | Panorama Show contou com uma sessão exclusiva sobre realidade virtual e suas possibilidades. José Augusto de Blasiis, diretor da Cinemática Audiovisual, foi um dos conferencistas e conversou com a Panorama Audiovisual após o evento. Por Fernando Gaio
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anorama Audiovisual: Há poucos anos nós vimos uma imensa onda em torno do 3D e todas as suas vantagens para o espectador, entretanto ela perdeu força e está preticamente desaparecida. O que se pode dizer em relação à Realidade Virtual? José Augusto de Blasiis: A realidade virtual tem aplicações mais amplas que o 3D. Embora ainda tenha a limitação da interface, dos óculos, nós temos subdivisões com aplicações não imersivas de uso mais profissional. Na medicina é possível fazer exames não invasivos com realidade virtual, onde o médico mapeia o corpo do paciente com o ultrassom e pode ter uma visão espacial como se fosse uma janela para o corpo. Podemos imaginar inclusive um pai acompanhando o exame pré-natal da esposa com um óculos e assistindo o seu filho dentro útero, de maneira espacial. Estas possibilidades fogem do audiovisual comum e são um caminho sem volta. Por outro lado, para o entretenimento, existe a questão das narrativas, pois eu não domino o lado para onde o espectador irá olhar. A narrativa, a decupagem e o cinema sempre disseram: Olhe isso, ouça esta fala, com este enquadramento, e você terá outros olhares com outros pontos de vista. Com a realidade virtual pode haver uma grande dispersão. Será que o ser humano está preparado para tal grau de imersão?
“Além do entretenimento, muitos outros mercados têm a ganhar com a realidade virtual, tornando-a mais promissora que o 3D”, afirmou José Augusto de Blasiis em entrevista durante a Church Tech Expo | Panorama Show
Panorama Audiovisual: Estas características fazem da RV um espetáculo individual ou coletivo? José Augusto de Blasiis: O rádio foi um dos primeiros instrumentos de entretenimento e nos anos 20 ele só podia ser ouvido de fone. Com a invenção do alto-falante ele visou um espetáculo familiar de congraçamento em grupo. Depois o cinema levou isso para fora de casa, mas continuou sendo em grupo. A televisão entrou em casa com imagem e som e era vista com a família. O consumo do celular e do fone de ouvido nos leva para a origem do entretenimento, porque o a tela pequena do celular e o fone nos levam para o consumo individual. Hoje vemos pessoas andando isoladas pela rua, sem conversar, o que é perigoso para as relações humanas. Panorama Audiovisual: A RV pode nos isolar ainda mais? José Augusto de Blasiis: Eu acho que sim. Há este perigo. Pode parecer um discurso passadista, mas eu gosto de verificar as possibili-
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2018
Organização
13 A 15 DE JUNHO
Mídias oficiais
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Church Tech Expo | Panorama Show
A captação de áudio ambiente e reprodução conforme os movimentos do espectador é um dos maiores desafios da realidade virtual. O microfone Sennheiser AMBEO é uma das propostas colocadas no mercado para atender a demanda.
dades de novas narrativas, sem adotá-las antes haver um caminho claro. No debate promovido durante a Church Tech Expo | Panorama Show, nós falamos sobre as telas de 180 graus, que podem tornar as narrativas de longa duração muito cansativas, mas se adéquam bem a feiras, eventos e parque de diversões. É um caminho. Panorama Audiovisual: Quais são as possibilidades nas transmissões de eventos ao vivo? José Augusto de Blasiis: Uma proposta interessante que também vimos neste congresso foi a transmissão de casamentos, quando nem todos os interessados podem acompanhar no local. Com uma câmera 360 graus e um aplicativo é possível fazer a transmissão, que pode ser assistida sem óculo através por diversas plataformas. O problema está na óptica, porque estas câmeras forçam a visão periférica com suas lentes grande-angulares. Agora estão sendo desenvolvidos sistemas com múltiplas câmeras para reduzir a distorção e o cansaço nas vistas. Neste tipo de transmissão o que vai faltar é a possibilidade de andar e se aproximar do objeto, porque a câmera tem um ponto de vista fixo. Panorama Audiovisual: Mas existem outras possibilidades, integrando imagens reais e virtuais. José Augusto de Blasiis: Esta possibilidade usa diversas câmeras, criando uma imagem 8K que combina imagem criada em compu-
tador com imagens ao vivo. Tudo está traqueado esse movimenta junto no universo do 3D. Como a imagem está em 8K, é possível aproximá-la sem perder qualidade. Outra possibilidade está em soluções que interpretam o movimento dos olhos. Quando olhamos fixamente para um ponto da imagem, automaticamente acontece um zoom para seguirmos a navegação pelo ambiente. Panorama Audiovisual: O mercado de construção tem muito a ganhar com essa aplicação. José Augusto de Blasiis: Esse modelo já é usado utilizado projetos em CAD, com uma animação. A Realidade Virtual permitiria apresentar o apartamento verdadeiro, com móveis reais e paisagens reais. A partir das captações 360 graus em cada ambiente é possível fazer a navegação e conhecer toda a instalação. Por isso a RV é muito mais rica que o 3D. Panorama Audiovisual: A captação de áudio é igualmente complicada na RV. Por que ela tão importante para na narrativa? José Augusto de Blasiis: Existem dois caminhos para o áudio. Um deles é captar diversos canais e através de uma medição do ambiente criar as relações de reverberação. Outra opção é recriar todo áudio na pós-produção. Na produção Beatles Experience, na qual eu trabalhei, nós posicionamos a câmera representando a posição de um espectador, com alguns cenários reais do pal-
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Hoje é possível fazer transmissões ao vivo com pequenas câmeras VR de baixo custo
co e gramado. O resto foi criado em 3D e nós não captamos o som no local. Para o áudio nós utilizamos a tecnologia do som binaural, que não é nova. Ela é feita com fones de ouvido que têm microfones estéreo representando os nossos ouvidos. Após o processamento, o som engana o nosso cérebro, criando um espaço falso através da diferença de freqüências entre os ouvidos direito e esquerdo. Após a captação em estúdio, recriamos o som em 7.1 canais em uma sala de mixagem de cinema para incluir as vozes da platéia e a espacialização das caixas. Neste projeto não foi possível alterar o eixo do som quando a cabeça se movia, como é comum em games. Uma novidade neste aspecto é o sistema Dolby Atmos de 11.1 canais, com o qual é possível captar toda espacialidade e permitir que os movimentos do corpo sejam refletidos na reprodução do som.
Em espetáculos e eventos ao vivo de longa duração, a realidade virtual pode ser usada em momentos cruciais da narrativa, para não cansar o espectador
Panorama Audiovisual: A RV tira um pouco da noção de corpo, de como interagimos com o ambiente e do sentido de equilíbrio? José Augusto de Blasiis: Sim. Eu já fiz uma experiência dessas. Quando você olha para o horizonte e depois abaixa para olhar os próprios pés tem uma experiência muito estranha, mas que pode ser incorporada à narrativa. Panorama Audiovisual: Para iniciantes, com pouco orçamento, o que é possível fazer em termos de realidade virtual? José Augusto de Blasiis: Você precisa de um modelo com duas câmeras de 180 graus, uma de costas para outra, formando um globo com 360 graus. As bordas das imagens são ‘costuradas’ pelo software, gerando esta ilusão. Com esta câmera já é possível transmitir ao vivo para ou YouTube e Facebook, por exemplo. Panorama Audiovisual: Em alguns eventos, nem sempre é necessária a visão em 360 graus, 180 graus são suficientes. É possível usar uma câmera DSLR nesta situação? José Augusto de Blasiis: Acho que sim, com uma lente olho de peixe de 8 milímetros. O software vai processar a imagem como a metade do globo ou esfera. Panorama Audiovisual: Na outra ponta, o que é possível realizar em transmissões ao vivo de alto impacto integrando gráficos? José Augusto de Blasiis: Pode ser frustrante ver um jogo de uma posição fixa sem zoom. Eu faria uma transmissão normal, em 4K, e daria ao espectador a opção de VR na câmera da cable cam, voando de um lado para o outro do estádio por exemplo. Já os gráficos podem entrar como informação adicional nas laterais da imagem, conforme o acionamento do espectador. Panorama Audiovisual: Como funciona essa quebra entra transmissão normal e em VR? José Augusto de Blasiis: Pode ser uma escolha de narrativa, reservando o uso para alguns momentos de maior emoção. Isso vale para o cinema inclusive. Eu posso ter a exibição normal e no ápice do filme eu peço para que todos coloquem os óculos, como já aconteceu com o cinema IMAX 3D. PA
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Church Tech Expo | Panorama Show
Broadcast + TI: Caminho unificado Durante a Church Tech Expo | Panorama Show 2017, esteve em alta a discussão sobre a integração das soluções de TI e das redes IP na produção e distribuição de mídia. Antonio Leonel da Luz, diretor da Media and Content Dynamics, participou do congresso e concedeu uma entrevista sobre o tema, para esclarecer as mudanças envolvidas na estrutura e nas operações de emissoras e produtoras.
Por Fernando Gaio
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anorama Audiovisual: Como é feita a integração de recursos de TI utilizados no mundo corporativo ao ambiente de broadcast? Leonel da Luz: Cada empresa deve encontrar o seu caminho, mas entre as opções estão começar pelas unidades moveis, que já são sistemas isolados, ou com pequenas células para realizar testes, ou ainda fazer uma mudança mais brusca, uma vez que este conhecimento já vem sendo usado pelos concorrentes. O interessante é que a cada dia essa transição fica suave, porque se antigamente os primeiros conceitos sugeriam a substituição de todos os sistemas, mas hoje vemos gateways, que fazem adaptações entre sistemas (antigos e novos). Panorama Audiovisual: Uma questão comum nestas integrações é justamente a segurança, uma vez que emissoras não podem ficar fora do ar nem por um segundo, algo admissível em outras instalações. Quais são as garantias destas novas infraestruturas? Leonel da Luz: Quando você fala de mundo corporativo, uma falha de um ou dois minutos, pode ser tolerada em algumas etapas administrativas, mas não todas. Da mesma forma no streaming de vídeo, por exemplo. Imagine a preocupação que existe em sistemas de segurança patrimonial ou predial, que recebem sinais de centenas de câmeras? Imagine perder cinco minutos de imagem? É um prejuízo enorme. Por isso já existem iniciativas para ter sistemas extremamente seguros. Da mesma forma, os sistemas de televisão e streaming contam com este tipo de preocupação e existem soluções, que garantem 99,999% de disponibilidade ao longo do ano. Não é uma preocupação nova, e demonstra a perfeita compatibilidade entre sistemas corporativos e de televisão. Panorama Audiovisual: Uma questão paralela que surge são os novos protocolos utilizados para integrar estes sistemas e para transferir mídia entre eles. São diversas propostas disputando o mercado. Quais são os protocolos que estão despontando? Leonel da Luz: Hoje temos várias iniciativas de protocolos e no final das contas quem decide o que prevalecerá é o usuário final. Já vimos esta história várias vezes, com o surgimento do vídeo componente, do SDI, do S-Video, por exemplo. Não vou dizer que eles viviam harmonicamente, mas conviviam conforme o tipo de aplicação. Existem empresas que vão para um lado por questões de praticidade, de custo, de abrangência oferecida. Se uma empresa apenas recebe o vídeo, trafega e envia para frente, provavelmente não trabalhará com múltiplos processamentos de áudio e vídeo separados,
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Os padrões de interoperabilidade propostos pela SMPTE despontam entre os demais por sua abrangência
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Antonio Leonel da Luz, diretor da Media and Content Dynamics, está otimista em relação a adoção das tecnologias IP e acredita que ela abrirá novas oportunidades para produção remota e integração de sistemas
e um protocolo pode ser suficiente. Em outros casos é preciso abrir os arquivos, editar e mixar, exigindo diversos protocolos. A SMPTE, sociedade de engenharia de televisão norte-americana vem acompanhando e agregando inovações aos novos padrões. Eu diria então que as iniciativas que lideram vêm da SMPTE, além da Sony com o NMI, e NewTek com o NDI. Panorama Audiovisual: Nenhum deles é exigido nas instalações por enquanto? Leonel da Luz: De fato não, mas o SMPTE desponta com vários protocolos, como o 2022-6 (ST 2022-6:2012 - Transport of High Bit Rate Media Signals over IP Networks) para vídeo sem compressão. Já o
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Church Tech Expo | Panorama Show Panorama Audiovisual: A integração de sistemas broadcast comTI pode reduzir os custos com equipamentos de uma emissora ou produtora? Leonel da Luz: Toda adoção de uma nova tecnologia tem um custo de entrada, pago pelas primeiras companhias a adotá-las. É o custo da inovação. Em alguns casos, estas empresas entram antes para influenciar no desenvolvimento da tecnologia, para ver os seus interesses atendidos nos comitês. Também existem as empresas retardatárias, que são mais conservadores e contam com os benefícios de uma tecnologia mais madura e barata. É importante destacar que na época do SDI, cada mudança era um golpe, uma mudança de infraestrutura. No caso do IP há um impacto inicial que vai sendo diluído ao longo do tempo. Por exemplo, se você já tem fibra passada com tecnologia de 10 Gbit/s e amanhã precisa ir para 100 Gbit/s, a fibra é a mesma. Todo gasto com racks, suportes, cabos etc é preservado. PA
As redes de fibra podem centralizar o fluxo de áudio e vídeo em centrais técnicas, reduzindo o uso de unidades móveis de produção
2022-7 (ST 2022-7:2013 - Seamless Protection Switching of SMPTE ST 2022 IP Datagrams), trata do vídeo sem compressão e com redundância. Portanto há uma grande abrangência de necessidades, colocando a SMPTE vários passos à frente dos concorrentes. Panorama Audiovisual: Estas novas redes de dados e protocolos ampliaram a possibilidade da produção remota. Conceitualmente este avanço está claro, mas o que já possível fazer de fato? Leonel da Luz: A abordagem IP facilita a produção remota, mas não quer dizer que ela é a única forma de fazer isso. Antigamente você poderia utilizar a fibra apagada, na qual trafega na fibra o padrão que quisesse, incluindo o SDI. Porém não era viável economicamente. Com a abordagem TI, ao invés de utilizar a sua estrutura, podemos usar uma estrutura já estabelecida por uma empresa de telecom. Conforme a oferta e consumo aumentam, os custos vêm caindo e facilitando esta forma de produzir. Quanto aos impactos, temos uma grande redução de custos, porque ao invés de montar uma unidade móvel com diversos equipamentos e especialistas para uma cobertura, você precisa apenas das pontas, como câmera, microfones, intercom, teleprompter, retorno para locutores, etc. O vídeo limpo da câmera vai diretamente para o estúdio (central de produção), onde as imagens são monitoradas e selecionadas, retornando para os operadores saberem o que está no ar. O próprio controle da câmera pode ser feito na central. Isso tudo é viável porque tudo trafega por IP em uma ou múltiplas vias, facilitando muito o trabalho. Panorama Audiovisual: O que é preservado e o que muda neste caso sob o ponto de vista dos operadores? Leonel da Luz: Diminui a preocupação com a unidade móvel em si, mas haverá alguém preocupado em garantir que os sinais chegarão com qualidade à central técnica, por exemplo. Acredito que haverá pouco impacto na parte operacional, operadores de OCP e teleprompoter não precisarão sair, mas continuarão existindo. Da mesma forma o operador de áudio tem acesso a todos os canais remotamente, mas o seu trabalho é o mesmo. O que talvez mude um pouco e que quando há dificuldades numa externa, você abre a porta do caminhão e conversa com a equipe. Isso vai ser feito pelo intercom ou mesmo por videoconferência, o que não é nenhum problema.
Campo de batalha Na disputa pela hegemonia entre os padrões de interoperabilidade que serão usados pelas estruturas de produção das emissoras e produtores audiovisuais estão os interesses de fabricantes, instituições e usuários. Conheça algumas das propostas e envolvidos. AIMS - Alliance for IP Media Solutions. Não é um padrão em si, mas um conjunto de padroes apoiados pela União Europeia de Radiodifusão (EBU), com os seguintes membros fundadores: Nevion, Grass Valley, Imagine Communications, Lawo e Snell Advanced Media. Foi lançada em dezembro de 2015. ASPEN - Adaptive Sample Picture Encapsulation. Desenvolvida pela Evertz e apresentada em abril de 2015. NDI - Network Device Interface. Lançada pela NewTek em setembro de 2015. NMI - Networked Media Interface. Foi lançada pela Sony em Setembro de 2014. SMPTE 2110. Família de protocolos proposta por instituições de abrangência internacional, como SMPTE, IETF, AES e IEEE, com publicação prevista para breve.
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Reportagem
Rede Globo inaugura nova redação e cenário do Jornal Nacional com tecnologia de ponta No mês de junho, a emissora estreou sua redação integrada com diversas equipes de jornalismo, o novo cenário para o Jornal Nacional e novos equipamentos e tecnologias Por Fernando Gaio, Flávio Bonanome e Renan Araújo
“O
valor maior do nosso trabalho é o nosso conteúdo. É ele que nos alimenta, nos dá força e é fundamental. Ao olhar para o futuro, a gente vê que o jornalismo de verdade é o que permanecerá e tenho certeza que juntos estamos construindo muito bem, com muita solidez, esse caminho”. Essa foi a frase com a qual o diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder, inaugurou de forma oficial a nova redação unificada da emissora e o novo estúdio do Jornal Nacional no último dia 19 de junho. Nesse mesmo dia, o JN já foi apresentado do novo ambiente. Com a presença dos principais executivos e de toda a equipe da emissora no Rio de Janeiro, a Globo anunciou que as equipes do G1, da Globo News, da Editoria Rio, do Bom Dia Brasil e do Jornal Nacional passaram a trabalhar em uma redação unificada com 1.370m² que abriga 189 profissionais dentro do novo prédio no complexo localizado no bairro do Jardim Botânico , no Rio de Janeiro. O objetivo é promover maior integração e trocas entre os profissionais dos diferentes telejornais da emissora. “A nova redação do jornalismo reúne em um lugar só os jornalistas que produzem a informação em diversas plataformas. Quando você unifica a redação ou quando você centraliza todo mundo em um lu-
gar como esse você assegura que haverá um fluxo de informações muito mais intenso e rápido”, resumiu o editor-chefe e apresentador William Bonner. O projeto, iniciado em 2014, também trouxe um novo cenário para o Jornal Nacional e inaugurou novas tecnologias e equipamentos que serão utilizados pela empresa. “O grande desafio deste projeto foi o de criar um cenário que pudesse ser revolucionário não só visualmente, mas com ferramentas tecnológicas que apoiassem ainda mais o jornalismo na forma de contar a notícia. Foi um enorme trabalho de pesquisa e desenvolvimento, encontrando tecnologias, muitas vezes, até de fora do mundo broadcast para viabilizar o ousado projeto gráfico. Foram exaustivos testes e ajustes até chegarmos ao cenário que todos os brasileiros podem ver no ar”, explicou Antonio Berbel, diretor de Tecnologia do Jornalismo da Globo.
Estúdio Jornal Nacional No centro da redação está o cenário do Jornal Nacional, composto por um vidro de 15 metros em curva atrás da bancada revestido por uma película controlada de PDLC que varia do fosco para o transparente e está sincronizado por nove projetores a laser. Ao fundo da
Reportagem <<
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O projetode reforma trouxe um novo cenário para o Jornal Nacional e inaugurou novas tecnologias e equipamentos que serão utilizados pela empresa
redação, está um telão de LED retrátil com 16 metros de largura e três de altura que permite a projeção de imagens e ilustrações 3D . Segundo a emissora, as imagens podem ser vistas de diferentes perspectivas de acordo com o movimento de câmeras. A Globo também utiliza a projeção mapeada no primeiro plano em vários momentos do telejornal. O estúdio do JN conta quatro câmeras adaptadas ao projeto, incluindo duas robóticas, uma de trilho de chão, que se desloca em curva acompanhando a linha do cenário, e uma câmera de trilho aéreo, que permite uma visão ampla da redação e viabiliza a abertura e passagens do bloco de jornal. “Todos estes sistemas robôs integram-se aos sistemas de grafismo, possibilitando os movimentos integrados de câmera e grafismo, bem como recursos de realidade aumentada”, destaca Berbel. “É um projeto bem diferente de tudo que existe, não tínhamos referências para seguir. As inovações complementam a apresentação dos âncoras, que poderão interagir com os gráficos, correspondentes e apresentadores do tempo, por exemplo”, contou o diretor de Ilustração e Arte do Jornalismo e Esporte, Alexandre Arrabal, responsável pelo projeto. A emissora adaptou dois braços robóticos vindos da indústria automotiva para receber duas câmeras que se movimentam em nove
eixos que podem ser controladas remotamente. em trajetórias que podem ser guiadas ou pré-fixadas remotamente por sensores de acordo com o movimento dos apresentadores. “Os movimentos são normalmente programados, mas o sistema é capaz de naturalmente fazer qualquer movimento manual, quando for necessário. Temos uma quinta câmera que pode entrar em programas especiais como,
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Reportagem
Redação unificada abrigará 189 profissionais do G1, Globo News e TV Globo com o objetivo de promover maior integração e trocas entre os jornalistas
por exemplo, quando tivermos um entrevistado no cenário”, explicou o diretor de tecnologia. A emissora afirma que ainda não enxerga a necessidade de utilização de câmeras UHD, mas que poderá se preparar para essa tecnologia no futuro. A Globo confirmou que os antigos equipamentos saíram das suas operações, mas não revelou o destino, nem revelou o que deve ser feito com o estúdio sobre o mezanino na redação, que era utilizado há 17 anos. Equipamentos e estrutura Entre as demais novidades estão 18 novas ilhas de edição que continuam com o software Media Composer, da Avid (algumas delas foram instaladas no meio da própria redação), três de pós-produção, duas cabines de locução, salas de reunião e uma ilha de pós-produção de áudio que utiliza o Avid Pro Tools. A Globo explicou que o fluxo de trabalho, desde o ingest até o playtou, não foi modificado e que qualquer ganho nesse processo foi originado por conta da integração entre as equipes que estão na mesma redação. Além disso, também houve trabalhos de tratamento acústico no teto, piso e paredes da redação. A emissora inaugurou também um novo centro de apuração e monitoramento de notícias sobre o Rio de Janeiro, do Brasil e do mundo. A sala de partida conta com um video wall que possibilita o monitoramento em tempo real de agências internacionais de notícias, canais internacionais e nacionais de relevância e todos os sinais de equipes externas em trabalho no Rio, além da escuta digital, que monitora os principais fatos nas redes sociais. Para auxiliar na produção rápida de conteúdo, a Globo utiliza ferra-
mentas próprias e customizadas desenvolvidas pelos parceiros de tecnologia. “Temos o sistema que integra a contribuição de texto e áudio/vídeo aos nossos servidores de conteúdo permitindo a edição e exibição rápidas, seja em matérias ou em grafismo e o sistema que permite acompanhar os diversos assuntos que podem ser fonte para notícias, não só em redes sociais, mas também na web”, esclarece Berbel. Nessa sala também ficam localizadas as chefias de reportagens e supervisores de operações de jornalismo no Rio da Globo, da GloboNews e do G1.
Prédio O novo prédio que concentra as redações no Rio de Janeiro possui no piso térreo as operações de externa e áreas de apoio que trabalham na logístca, como o Centro de Distribuição de Equipamentos, e contam com um espaço para o carregamento das Unidades Móveis de Jornalismo. Já o primeiro pavimento engloba a redação integrada com as redações da Globo, G1 e Globo News e os estúdios dos telejornais. Dentre os programas jornalísticos apresentados no Rio, apenas o Fantástico e o Globo Repórter possuem estúdio e redação próprios. O prédio também buscou oferecer soluções sustentáveis, com uma fachada revestida por uma tela com propriedades térmicas que reduzem a incidência solar e a temperatura do prédio. O telhado verde também ajuda no isolamento térmico, enquanto a iluminação em LED diminui o consumo de energia. A área construída total do complexo é de 3.405 m².
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Reportagem
Novo cenário do JN conta com telão para projeções e imagens em 3D e câmeras robóticas para deslocamentos diversos
Histórico de Tecnologia Um pré-requisito da TV Globo é que a automação playout ofereça uma operação altamente robusta e sem ponto de falha. Para atender a esta premissa, em 2013 a emissora adotou o sistema de automação Pebble Beach Marina, que foi configurado com funcionalidades “Air Protect” e controles redundantes completos para servidores de mídia, principal e de backup. Toda a solução foi sincronizada com um sistema de backup completo, para maximizar a resiliência, a disponibilidade e a facilidade de manutenção. O sistema Marina foi fornecido com uma interface dinâmica sob medida para o sistema de tráfego da TV Globo, com uma interface para MAM. O sistema também incluiu ingest em vários locais, um fluxo de trabalho sofisticado para controle de qualidade e controles para múltiplos dispositivos periféricos, como controles mestre, roteadores, sistemas de gráficos ao vivo e servidores de mídia.
ção de continuidade e inserção de metadados adicionais no Avid Interplay. O conteúdo em alta resolução SStP é transferido de forma segura pelo Ingester-HR em um sistema NAS para futuras conformidades usando a infraestrutura de pós-produção da Avid. O Ingester-HR também está sendo usado para acelerar e simplificar o ingest de conteúdo capturado em tomadas externas. Um fluxo de trabalho similar ao usado em estúdio também é utilizado em campo.
Controle de qualidade Em 2013, a TV Globo começou a utilizar o Volicon Observer Media Intelligenca, uma ferramenta para monitorar feeds de 27 estados e dos Distrito Federal, assim como em 125 países das Américas, Europa e África que transmitem canais da TV Globo Internacional. O Observer é usado para suportar aplicações críticas incluindo
Fluxo de trabalho Outra tecnologia adotada nos últimos tempos veio da Glookast, que desenvolve soluções para gerenciamento de fluxo de trabalho. A empresa forneceu para a TV Globo os sistemas Ingester-HR, Remote Ingest Controller (RIC) e ScriptChecker para gerenciar e simplificar o ingest de mídia para a pós-produção dentro do Projac, no Rio de Janeiro. O uso de múltiplos Ingester-HR, RIC e ScriptChecker permitiu a Globo implementar um fluxo de trabalho em sua pós-produção totalmente “tapeless”, multi-resolução e baseado em arquivos, tanto em estúdio como na produção de campo. Com este novo fluxo, filmagens capturadas em formato SStP-440 da Sony são processados pelo Ingester-HR e o RIC para a incorporação de metadados, com a finalidade de criar outras duas versões dos vídeos em baixa resolução para edição e navegação. O arquivo em resolução para edição é “ingestado” pelo Glookast Ingester-HR diretamente em um dos múltiplos sistemas Avid ISIS/ Interplay do Projac, enquanto que os arquivos em resolução para navegação são movidos para o Gloobox ScriptChecker para valida-
Novo cenário foi inaugurado em 19 de junho, data em que o Jornal Nacional foi transmitido pela primeira vez no local
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2018
Organização
13 A 15 DE JUNHO
Mídias oficiais
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Reportagem
compliance em monitoramento, compliance para áudio em closed-caption e análise competitiva. Na ocasião, Eduardo Ferreira, engenheiro da TV Globo, atestou que a Volicon provou ser um parceiro responsável e capaz de fornecer o suporte adequado. “Nós apreciamos os diferentes benefícios da plataforma de mídia inteligente da companhia trazidos para nossas operações no Brasil e no mundo”, disse. Primeiro, a TV Globo avaliou o sistema Observer com o seu escritório em Nova York para permitir o monitoramento remoto. Usando o sistema Observer, a emissora estabeleceu o acesso remoto para sua equipe no Rio de Janeiro, que pode se conectar ao servidor, assistindo ao conteúdo desejado e fazendo os downloads necessários. Na Europa, o Observer acompanha o playout da TV Globo Internacional e TV Globo Portugal. Lá, o sistema da Volicon monitora quatro canais transmitidos para a Europa e África, como dois específicos para o mercado português. Durante as 24 horas do dia, o Observer permite o monitoramento e a solução de problemas, para que os engenheiros no Rio de Janeiro revejam conteúdos e o discutam com os operadores qualquer questão técnica. No Brasil, onde a rede cobre mais de 98% do País, a TV Globo fornece programação para cinco canais próprios e 122 afiliadas. Uma instalação do Observer no Rio de Janeiro habilita a entrada no sistema e o monitoramento de feeds da rede nacional, assim como oito canais concorrentes. A TV Globo também utiliza o sistema para ajudar a monitorar dados de closed caption e descrição de áudio. Dado que ele permite à TV Globo acessar canais de áudio via a interface SDI de mais de 16 canais relacionados, a companhia pode assegurar a gravação das faixas necessárias para checar e estar de acordo com seus padrões de compliance. Russell Wise, vice-presidente de Volicon, avalia que “com o emprego do Observer nas operações domésticas e internacionais, a TV Globo demonstra quão poderoso o sistema pode ser com uma ferramenta para manter e ampliar a qualidade e o valor do produto broadcast”. Eduardo Ferreira, gerente na TV Globo, explica que o sistema se tornou popular internamente, em particular, pelos múltiplos grupos da organização - incluindo as áreas de engenharia, vendas, e a equipe
da programação - que pode acessar sua interface amigável e flexível em seus iPhones e iPads a qualquer horário para ver tudo que é exibido no ar, avaliar o conteúdo ou compará-lo com a programação.
Distribuição Neste ano, a Cisco e a TV Globo começaram a trabalhar juntas em um projeto de larga escala para maior agilidade nos negócios por meio da virtualização e da orquestração das funções de rede, de gestão, entrega e compartilhamento de conteúdo. Combinando os componentes virtuais da solução Videoscape com os servidores Cisco Unified System Computing (UCS), os switches Cisco Nexus e os serviços da Cisco, a Globo pode gerenciar e fornecer dezenas de formatos de vídeo, conteúdos e metadados a partir de uma arquitetura de rede centralizada para suas várias unidades e parceiros de mídia. A emissora chega em 99,5% dos potenciais espectadores da população brasileira e anualmente produz cerca de 2.400 horas de entretenimento. Suas operações internacionais incluem sete canais de TV pay-per-view e uma divisão de produção e distribuição, com esportes domésticos e conteúdo de entretenimento, para mais de 190 países ao redor do mundo. “Com a quantidade de conteúdo que produzimos e gerenciamos, temos de trabalhar constantemente para melhorar a eficiência de nossas operações e transformar a maneira como fornecemos vídeo para milhões de telespectadores, nas novas mídias e também nas tradicionais. A colaboração com a Cisco vai permitir à Globo operar com a agilidade necessária, acelerando os fluxos de trabalho e oferecendo qualidade de vídeo multiscreen para os consumidores”, afirmou Raymundo Barros, Diretor Geral de Tecnologia. Utilizando o Processamento Virtualizado de Vídeo (Virtualized Video Processing - V2P) e as tecnologias do portfólio Cisco Videoscape, a Globo está reduzindo o custo e a complexidade de gerenciar e modificar os fluxos de vídeo, aumentando a eficiência de seus recursos de hardware e software. “A Cisco está focada em ajudar as empresas de mídia a tornarem-se mais ágeis com as suas operações de vídeo multiscreen, expandindo seus negócios e oferecendo mais conteúdo para mais usuários”, reforça Jordi Botifoll, vice-presidente sênior da Cisco para América Latina. PA
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Artigo
Seis maneiras para se estar no controle do broadcast digital no futuro Por Ooyala/Divulgação
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omandada pelas grandes demandas de conteúdo, pelo rápido aumento dos serviços de OTT e pelas mudanças no comportamento da audiência, as empresas de produção e broadcasters passam por uma grande transformação em relação a todo o ciclo de produção de conteúdo. Essa transformação tem início com as grandes mudanças que estão levando a produção, a distribuição e o broadcast a migrarem de fluxos de trabalho tradicionais e lineares a fluxos de trabalho digitais e não-lineares, por IP ou em nuvem. Em cada estágio da cadeia de fornecimento de mídia, as empresas estão utilizando as tecnologias digitais – para os mais diversos tipos de atividades que incluem transferência de arquivos, codificação, armazenamento e mais. Por exemplo, uma pesquisa da Encoding. com exibiu o dado que os volumes de vídeo codificados em nuvem cresceu 63% desde 2015 até esse ano. As empresas produtoras de conteúdo precisam deixar para trás sistemas e processos baseados em fitas enquanto simultaneamente realizam uma integração ao para os processos digitais e aos fluxos de trabalho de OTT. E eles precisam fazer tudo isso enquanto asseguram maior controle de custos, produção de conteúdo ainda mais acelerada, elevação de ROI, procura por oportunidades de crescimento e aumento da agilidade para futuras ondas de disrupção de mercado. Mudar é difícil. Felizmente, se você é um produtor de conteúdo ou broadcaster, as plataformas de logística de mídia, aquelas que realizam desde o ingest até o output de mídia, estão agora em condições de ajudar a gerenciar seus negócios e a aumentar seu controle sobre o futuro com o digital. Essas plataformas oferecem o gerenciamento avançado de operações de mídia com base em dados, ajudando empresas de conteúdo a dominar as mudanças em um mundo digital.
Abaixo estão seis maneiras de tratar do futuro do broadcast digital com a ajuda de uma plataforma de logística de mídia.
1- Entenda quais são as áreas necessitam de investimentos imediatos e que negócios serão beneficiados a longo prazo com fluxos de trabalho IP Nem todas os segmentos relacionados a conteúdo de vídeo estão progredindo no mesmo ritmo ao longo dos fluxos de trabalho IP. Uma pesquisa recente da Ooyala e da Digital Production Partnership (DPP) revelou que áreas relacionados a OTT como distribuição IP e streaming ao vivo são mais beneficiadas ao se mudar imediatamente para um modelo IP, enquanto o gerenciamento de produção em locações ou com produções baseados em objetos possuem menos benefícios imediatos, e podem ser priorizados para implantação posterior. Além delas, áreas como o gerenciamento de mídia, pós-produção e playout em nuvem, são algumas das quais a mudança poderia facilitar a realização de mudanças de modelos em operação e proporcionar vantagens iniciais.
2- Construa uma visão holística das suas operações É importante pensar além do media asset management (MAM) visando um planejamento para a transição de fluxo de trabalho em vídeo digital. Operações de vídeo e entrega (particularmente para empresas que gerenciam broadcasts tradicionais e digitais em múltiplas plataformas) agora exigem a coordenação que vai além das tradicionais plataformas de MAMs para plataformas de logística de mídia, capazes de integrar e orquestrar a cadeia de fornecimento de mídia de maneira completa. Esse gerenciamento avançado permi-
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te que as equipes de produção estejam continuamente conectadas, previnindo a duplicação e trazendo menores custos à operação.
3- Perceba que os dados são primordiais para o conteúdo de sucesso Os dados são o centro dos fluxos de trabalho digitais eficientes e são um componente crítico no planejamento da transição. Uma plataforma de logística de mídia permite que os sistemas carreguem os recursos e informações sobre os negócios ao longo do ciclo de vida do conteúdo. Com isso é possível realizar a catalogação, visibilidade e controle de recursos, produzir uma análise operacional e de conteúdo mais robusta e diminuir os riscos de perdas de dados. Com a divulgação em tempo real das tarefas dos operadores e das ações automatizadas, produtores e broadcasters ganharam elementos para eliminar suposições e realizar análises que resolvam rapidamente os problemas que causam interrupções no fluxo de trabalho e que encontrem recursos entre os sistemas a qualquer momento com facilidade.
4- Não tenha medo da automação As capacidades de automação dessas plataformas tem proporcionado aos produtores e broadcasters diversas vantagens. A automação potencializa as operações com o objetivo de trazer mais eficiência, minimizar dificuldades causadas por erros e atrasos humanos e gerenciar as diferentes tarefas e formatos. Com isso, é possível cortar os custos de produção de conteúdo, aumentar o ROI e a velocidade de lançamento de novos conteúdos. A automação também permite que companhias possam redirecionar uma equipe qualificada para criar novos conteúdos, gerenciar projetos adicionais ou construir novas parcerias que possam ser monetizadas. As máquinas podem se dedicar a entregar tarefas de “baixo valor” como movimentação de recursos e execução de tarefas repetitivas. Dessa maneira, as empresas podem expandir as oportunidades de desenvolvimento para suas equipes, reduzir problemas causados por erros humanos e tarefas repetitivas, melhorar a produtividade e otimizar os investimentos de vídeo.
5- Planeje o futuro com as mudanças em mente Em negócios relacionados a conteúdos mudanças rápidas são inevitáveis. Em conjunto com o pensamento sobre a transição digital, muitas empresas também precisam se planejar para novas exigências de parceiros, de produções e dispositivos e sobre como o crescimento do mercado global poderá impactar em seus negócios. Eles também precisam acompanhar as tecnologias em evolução como
realidade virtual e inteligência artifical, que prometem não só desafiar as operações de mídia existentes como também intensificar e aumentar o engajamento da audiência com o conteúdo. Sobre isso a plataforma de logística de mídia também pode ajudar seus usuários. Elas podem ser implementadas presencialmente, em nuvem ou de maneira híbrida, em múltiplos lugares. As atualizações de sistema podem ser feitas rapidamente de acordo com a necessidade de produtores e broadcasters. E os modernos pequenos serviços de arquitetura suportam a escalabilidade e modularidade a tal nível que os sistemas atuais podem mais facilmente se adaptar a ajustes rápidos – como novos codecs ou tipos de DRM – e o futuro pode ser conduzido com mais facilidade.
6- Tenha controle sobre o seu destino digital Por fim, o planejamento da transição do linear para o digital é o momento perfeito para que produtores de conteúdo e broadcasters assumam as posições em seus futuros digitais. As plataformas de logística de mídia têm a capacidade de lidar com sistemas antigos e substituí-los ou introduzir os novos sistemas para reduzir a complexidade que essa atividade pode gerar. Como os negócios evoluem, as companhias podem com isso mudar e customizar os fluxos de trabalho, configurar novas funcionalidades, ajustar ofertas de produtos, atualizar operações e expandir parcerias de distribuição. Eles podem fazer isso sem que seja necessário acionar os vendedores originais para realizar modificações a cada ocasião, para que, dessa maneira, seja possível evitar o período de inatividade, e altos custos envolvidos. “A tecnologia está sempre se tornando mais rápida mas a coisa mais interessante para mim agora é que mais consumidores estão procurando por simplicidade. Quando você tem que mudar rapidamente não há tempo para complexidade. A tecnologia de base exigida para mudar rapidamente é fundamental; o ponto principal é como você pode tornar isso mais fácil de ser feito, mais simples de implementar e mais simples para mudar de acordo com as transformações do mundo”, Digital Production Partnership Report, The Need for Speed. PA
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Transmissão em VR
ESPN faz primeira transmissão ao vivo em VR de um evento esportivo na história Foram três categorias dos X-Games, principal evento de esportes radicais do mundo, para mais de 48 países via Samsung VR Gear. Por Flávio Bonanome
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á considerado um dos principais laboratórios de inovação quando se fala de transmissão esportiva, os X-Games entraram para história mais uma vez. Realizado entre os dias 13 e 16 de julho em Minneapolis, nos Estados Unidos, o evento consagrou-se como o primeiro a ser transmitido ao vivo para dispositivos de Realidade Virtual para mais de 48 países, graças a uma parceria entre a ESPN, a Samsung e a empresa de produção digital Digital Domain. Os jogos, que são considerados as “Olimpíadas dos esportes radicais”, tiveram sua primeira edição em Rhode Island em 1995, dando a primeira oportunidade para atletas de Motociclismo, Mountain Bike, Skate e BMX. Dois anos mais tarde foi a vez dos Esquis, Snowboards e Snowmobile com a primeira edição de inverno. Hoje o evento acontece anualmente nos dois formatos nos Estados Unidos, em formato único na Ásia e com edições eventuais na Europa e América Latina, inclusive com uma edição no Brasil, em 2013. Até pela característica destas modalidades, sempre mais novas do
que os esportes olímpicos clássicos, o X-Games ganhou esta fama de território de inovação, onde não só os atletas poderiam experimentar, como também as equipes de transmissão. “O X-Games sempre foi um lugar de testes”, afirmou Tim Reed, Vice Presidente da ESPN. “Como nós mesmos somos os produtores do evento, bem como os responsáveis pelo conteúdo televisivo, isto nos permite ser o quão criativo quisermos ser. Nós sempre buscamos formas de fazer os jogos serem o mais incríveis o possível e entegá-los de forma completamente imersiva”. E isso chegou ao topo na última edição, onde as modalidades de Sakteboard Vert, BMX Street e Sakeboard Street Amateurs foram transmitidas ao vivo para 48 países usando o aplicativo Samsung VR. As três modalidades foram captadas com um sistema de câmeras 360 graus para criar uma experiência ao vivo em multi-câmera, e incluindo grafismo em tempo real. Do lado da produção a ESPN trabalhou com a Digital Domain, uma
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Cada uma das modalidades teve seis câmeras VR posicionadas ao longo da pista de competição
empresa de produção digital baseada em Los Angeles que normalmente produz efeitos de alta qualidade para cinema. Em seus últimos projetos estão inclusos o remake da Bela e a Fera pela Disney e o reboot dos Power Ranges para cinema. Eles também possuem um extenso histórico em realidade virtual, oferecendo serviços de produção e distribuição em fluxo de trabalho completo para VR. Em cada uma das modalidades esportivas, seis sistemas de câmeras com sete sensores cada foram instaladas nas áreas destinadas às provas. Todos os feeds trafegaram via fibra óptica das venues direto para um caminhão de produção onde todos os ângulos de câmera foram cortados em tempo real por um diretor de corte. As câmeras foram posicionadas por todos os lados da pista de Skate, por exemplo, até mesmo com uma voando junto com a Spydercam no alto do estádio. “Provavelmente você
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Transmissão em VR
A ESPN optou por fazer a entrega de um único stream já cortado e com inserção de gráficos e replay ao invés de dar ao usuário a escolha de qual ângulo ver
deve estar pensando que este tipo de instalação deixaria as pessoas enjoadas, correto?”, brinca Sam Reisner, engenheiro de equipe da ESPN. “Na verdade não. Nós trabalhamos com a SpyderCam e fizemos muitos testes. Tivemos muito trabalho para deixar a mount funcional e no final as imagens ficaram incríveis”. O fato de a ESPN ser a produtora do evento, além da responsável pela transmissão, permitiu diversos benefícios para o posicionamento de câmeras. Houve liberdade para instalar sistemas de captação onde quer que fosse necessário sem a necessidade de ter a aprovação de uma federação ou órgão de governança, como é o caso de eventos como as Olimpíadas ou campeonatos de futebol. Da perspectiva do espectador, a ESPN vai distribuir um único stream
Como a ESPN é também a produtora do evento, foi possível garantir um posicionamento de câmera bastante agressivo
completamente produzido, ao contrário de algumas experiências em VR que sugeriam a possibilidade de o usuário escolher os ângulos de câmera que queria ver. Trata-se de uma escolha mais filosófica do que seria um produto melhor finalizado. “Exige-se muita energia do usuário ficar trocando de câmeras”, afirma Reisner. “Muitas vezes você quer só relaxar e assistir. Nós sabemos que somos muito bons em produzir um feed finalizado”. Esta transmissão finalizada acaba ficando totalmente robusta, oferecendo todo o poder do grafismo típico da ESPN, replays e demais experiências. O objetivo era transformar a transmissão em VR em um evento broadcast completo, não um complemento a uma transmissão mais tradicional.
Transmissão em VR << Áudio Imersivo Grande parte do poder de imersão trazido pelo VR se deve ao áudio. É claro que o uso de equipamentos como os Samsung Gear e as imagens interativas trazem um novo formato de vídeo que atrai o espectador, mas a experiência completa é implementada pela produção de sons que estejam de acordo com a cena e capazes de transportar o usuário para a posição de câmera. Trabalhando dentro da unidade produção VR A1, o responsável de áudio Nick Tveitbakk pegou feeds de microfones individuais e um programa estéreo da unidade remota principal, onde foram mixadas para as seis câmeras VR que a ESPN estava usando para cada um das modalidades. Os Shotguns, Microfones de Contato e Lapelas posicionadas sob as rampas já eram parte da infraestrutura de áudio da emissora usada para a transmissão tradicional. O áudio principal da transmissão estava sendo mixado em uma console Calrec Artemos, que entregava os feeds para uma DiGiCo SD11 usada para uma mixagem exclusiva para VR. Os espectadores eram capazes de seguir a ação usando o Samsung Gear VR. “Esta foi a primeira vez que fizemos isso nos X-Games, e viemos inovando por todo o caminho”, explicou Tveitbakk, que descreveu a ação como uma mixagem “complexa e desafiadora”. Os dois consoles estavam conectados vai protocolo MADI, permitindo que uma única instalação fibra óptica fosse capaz de enviar as entradas de microfone bem como os mixdown da Artemis para a SD11, e então de lá para o caminhão de produção VR da ESPN no broadcast compound.
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Tveitbakk, que já fez diversos trabalhos para a ESPN em futebol americano, MLB, NHL, e NBA na região de Minneapolis, criou uma configuração de efeitos de microfone em grupos dentro da SD11. Isso facilitou realizar trocas entre eles conforme o ponto de vista da Realidade Virtual era trocada, o que era frequente e rápido. “Foi mais fácil escolher quais microfones nós queríamos para cada perspectiva e manter o som extremamente ligado à ação”, ele explica. “Por exemplo, uma abordagem broadcast tradicional pode focar a ação em uma área, mas você ouve a torcida gritando por conta de algum acontecimento em outra região. Com o VR, nós podemos manter tudo isso conectado como um único evento, você pode virar e ver de onde o som estava vindo. Há também muito cross-fade: por exemplo, conforme o atleta atinge o topo da rampa, temos um microfone que pode capturar o áudio conforme a câmera o segue até o topo. Nós estávamos fazendo muito disso, e é algo que nunca foi feito antes”, explicou. Haviam dois eventos transmitidos ao vivo por dia, com diversos outros gravados usando uma Blackmagic HyperDeck Studio conectada a cada uma das seis câmeras VR. Isso, junto com o áudio em multitrack vindo de uma interface MOTU conectada a SD11, será depois editada para streaming. “Tudo que fizemos aqui foi a primeira vez, mas já nos diz sobre para onde está indo a transmissão de esportes ao vivo”< afirma Tveitbakk. “A sensação de estar no meio do evento que o VR consegue oferecer é incrível, mas não é nem um pouco tão efetiva sem o áudio estando exatamente onde precisa estar”, conclui. PA
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10P Dan May Presidente da Blackmagic Design sobre o processo do desenvolvimento tecnológico da fabricante e as dificuldades de manter um bom pós-venda no Brasil. Por Flávio Bonanome
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á faz uma boa porção de anos que nenhuma visita a um grande evento internacional de audiovisual é completo sem checar quais são as novidades trazidas pela Blackmagic Design. Fundada em 1984, a empresa passou longos anos como coadjuvante no mercado até o lançamento da placa de captura DeckLink em 2002, um fenômeno de vendas que posicionou a marca como uma fabricante de interfaces e conversores até 2009, quando os frutos financeiros dos anos de boas vendas a permitiram adquirir a renomada desenvolvedora de sistemas de correção de cor DaVinci Systems em 2009 e ai tudo mudou. A Blackmagic reformulou o premiado sistema da DaVinci e passou a comercializá-lo a preços extremamente acessíveis, eventualmente
até de forma gratuita, a colocando em um turbilhão de dúvidas sobre a confiabilidade da estratégia comercial da marca. Um ano depois foi a vez da Echolab ser adquirida, seguida da Teranex em 2012, mesmo ano em que foi lançado ao mercado sua primeira câmera da série ursa, com capacidades 2,5K, bocal EF e preço compatível com o crescente mercado DSLR. De lá para cá foram mais três aquisições (Cintel, Eyon Software e Fairlight) e produtos o bastante para completar todo o workflow, sempre de forma extremamente acessível. Dan May entrou na empresa em 2006, e vivenciou todo este turbilhão de acontecimentos e transformações em primeira mão. Talvez isso explique o comportamento agitado e frenético com que o executivo recebe a imprensa sempre que concede uma entrevista.
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Parte empolgação, parte confiança, May consegue exacerbar um clima de otimismo e excitação que faz dele o porta-voz perfeito para uma empresa que quer passar uma imagem de inovação e, acima de tudo, inquietação. A Panorama Audiovisual conversou com Dan May em duas ocasiões, a primeira durante a NAB Show 2017, logo após o lançamento do sistema Atem Television Studio Pro, uma ferramenta de Switching tudo em um extremamente compacta, onde pudemos falar sobre posicionamento e integração das novas tecnologias nas linhas da empresa. A outra conversa foi em meados de julho, quando debatemos as dificuldades de manter a qualidade de pós-venda em um país como o Brasil onde se é tão refém das distribuidoras. Panorama Audiovisual: Dan, parabéns, vocês conseguiram de novo, estão trazendo um produto extremamente útil e versátil a um preço extremamente baixo… Dan May: Sim, nós temos tido muito sucesso com a linha Atem, provendo produtos que trazem ao usuário um poder tremendo. Porém, nós nunca havíamos feito um sistema tudo em um, pois sempre nos vimos como uma empresa com muitas opções. Se eu preciso converter HDMI para SDI, por exemplo, eu não preciso ter isto incluso no Switcher, gostamos de ter todas estas caixas diferentes que fazem coisas diferentes, mesmo quando fazemos um switcher, dávamos a opção de um controle em software ou um painel de controle. Esta é nossa primeira experiência em construir um Hardware que tem o switcher em si, mas também o painel para controle, tudo junto. Neste produto vemos também como uma oportunidade educacional, já que vamos ter muitos clientes que estarão trabalhando pela primeira vez com produção ao vivo, e podem aprender na prática no nosso produto.
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PAV: De fato este deve ser o “primeiro switcher” de muitos profissionais, o que pode ser uma desafio na parte educacional, porque, geralmente quando se lança um produto com esta faixa de preço, o treinamento não vem incluso gratuitamente… May: temos investido muito nesta parte educacional. Acabamos de lançar nosso primeiro programa educacional completo para o Resolve que já está online, onde estamos certificando parceiros de treinamento para que eles tenham condições de replicar o conhecimento. Queremos seguir isso e afundo também em nossas outras linhas de produtos, falar sobre ATEM, sobre as câmeras, tem muito mais trabalho pela frente que queremos fazer. Então nós confiamos bastante em nossos parceiros locais, como a Pinnacle Broadcast no Brasil, para serem capazes de trabalhar esta parte educacional também. A boa notícia é que nossos produ-
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Nosso trabalho é sobre esta nova geração de criadores de conteúdo que tem uma história para contar, uma mensagem, querem fazer seus filmes, suas produções ao vivo, colocar seu trabalho no Twitch ou no Youtube, estas são novas avenidas que não estavam disponíveis há 20 anos para quem queria contar sua história.
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Sabemos que não basta fincar a bandeira e dizer que ‘estamos aqui’ e esperar que as pessoas venham. Temos que mostrar comprometimento, mostrar o desenvolvimento que estamos fazendo, então o próximo passo de adicionar o Fairlight é que as pessoas percebam que a Blackmagic está realmente engajada no mercado de pós-produção.
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tos são razoavelmente muito fáceis de usar, não posso dizer que é super fácil porque há sim uma curva de aprendizado, mas acredito que um time certificado de treinamento consegue preparar uma equipe para operar os equipamentos para um evento ao vivo em uma ou duas horas. PAV: Dá pra dizer que o novo Atem Television Studio Pro tem praticamente o preço de um equipamento de consumo. Este é um novo alvo de vocês? May: Nós vivemos em dois mundos. Queremos ser aquela empresa com soluções High-End para Broadcast e Pós-Produção, ter nossas câmeras em grandes filmes, mas sabemos que não é ai que está o dinheiro. Nosso trabalho é sobre esta nova geração de criadores de conteúdo que tem uma história para contar, uma mensagem, querem fazer seus filmes, suas produções ao vivo, colocar seu trabalho no Twitch ou no Youtube, estas são novas avenidas que não estavam disponíveis há 20 anos para quem queria contar sua história. Este é um mercado bem maior e crescente, onde não importa se você está no Brasil ou se você está na Espanha, você pode adquirir ferramentas profissionais e ter uma audiência global. É bem mais interessante quando se tem esta noção do número de usuários que temos hoje. Temos que ter em conta a quantidade de pessoas que existe hoje e que está por ai tentando criar conteúdo profissional para estas novas plataformas.
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PAV: Quando vocês anunciaram a compra da Fairlight, ficamos tentando adivinhar para qual direçnao seguiria a Blackmagic, e agora vimos ela como ferramenta de áudio integrado dentro do Resolve. Este é o foco para a marca ou haverá outras integrações de tecnologias? May: Este é outro dos desafios que temos quando pensamos em situações de multi-usuário bem como situações de usuário único. Se um usuário compra uma câmera Blackmagic queremos que as filmagens que ele fizer funcionem com qualquer um de nossos parceiros como Avid, Adobe, Apple, queremos que os fluxos de trabalho lá sejam o mais tranquilos possíveis, mas também queremos ter certeza de que estamos entregando um ótimo fluxo de trabalho também, o que significa fazer do DaVinci Resolve o melhor aplicativo que nós podemos fazer. Claro, ele sempre será o melhor software para gradação de cor, trabalhamos duro para ele ser incrível para edição de vídeo, o áudio, na maioria das produções, é a última coisa que se pensa, então ser capaz de colocar a Fairlight lá, dá mais ferramentas para uma pessoa que vai fazer todo este trabalho de pós sozinho.
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Mas também há a questão de multi-usuário, em situações onde há um editor, um colorista e um engenheiro de som, ser possível haver um workflow em que eles podem, não só operar todos o mesmo software, como também o mesmo projeto ao mesmo tempo, é uma nova forma de pensar que nunca esteve disponível no mundo da pós-produção. Vemos a Fairlight como uma peça central em conseguir oferecer uma solução em que você pode começar e finalizar a pós-produção dentro do mesmo projeto usando o mesmo aplicativo. PAV: Com todo este poder dentro do Resolve, vocês se vêm agora como concorrentes da Adobe e da Avid, por exemplo? May: Essa é uma daquelas coisas que nós queríamos garantir que temos todo o fluxo de trabalho. Agora, se alguém quer comprar a câmera de outro fabricante e usar o Resolve para pós-produção, nós queremos ter o melhor workflow possível. Se alguém quer usar nossas câmeras, mas usar outras aplicações para finalizar, queremos ter certeza que também funciona perfeitamente. Não queremos cair em uma situação onde de repente alguém muda algo e não somos mais compatíveis, então não podemos estar totalmente dependente de soluções de terceiros. Temos que ter certeza que o Resolve será o melhor que ele pode ser, mas claro que há muitos benefícios em dizer “Gravei em uma câmera BlackMagic, editei, colori e fiz o áudio em um projeto Blackmagic, e não precisei me preocupar com conformação e adaptação”. Queremos ter certeza que todos estes fluxos de trabalho também existam, porque as pessoas são muito comprometidas com suas ferramentas de trabalho. Às vezes tenho a impressão que pessoas que vêem de fora querem que os fabricantes briguem uns contra os outros, quando o que os usuários realmente querem é ter opções que funcionem.
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PAV: … Olha, tem gente que é quase religiosa à respeito de suas ferramentas de trabalho. Eu conheci pessoas que tinham literalmente tatuado ‘Avid’ no corpo…. May: Claro, e muitos deles foram vencidos antes, certo? Houve migrações de um aplicativo para outro, somente para terminar em frustração de ter de encontrar outro aplicativo. Nós queremos continuar comprometidos com isso e ter esta ferramenta completa funcional e é ótimo vir à um evento como a NAB, onde nós trabalhamos tanto para transformar o Resolve em uma ferramenta de edição e agora cerca de 60% a 70% das pessoas que estão vindo ao estande para ver o Resolve são editores que querem aprender mais sobre ele. Então é um longo processo. Sabemos que não basta fincar a bandeira e dizer que ‘estamos aqui’ e esperar que as pessoas venham. Temos que mostrar comprometimento, mostrar o desenvolvimento que estamos fazendo, então o próximo passo de adicionar o Fairlight é que as pessoas percebam que a Blackmagic está realmente engajada no mercado de pós-produção.
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PAV: Hoje praticamente todos os seus concorrentes possuem escritórios próprios no Brasil. Caso de empresas como Canon, Panasonic, Sony entre outras. Quando veremos um escritório da Blackmagic Design no Brasil? May: No momento temos um time de suporte excelente de distribuidores e revendedores na região que têm suprido os usuários de Blackmagic Design em todas as indústrias, e este permanece sendo a melhor forma para os clientes chegarem até nossos produtos.
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PAV: Quais vocês acreditam que seja os maiores desafios para a região da América Latina no momento? May: No começo, o desafio era educar os usuários sobre
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10 Perguntas
nossos produtos e como incorporá-los em seus fluxos de trabalhos. Enquanto que existam numerosos tutorais online de terceiros e recursos, bem como eventos locais e regionais, nós acabamos de anunciar o programa de treinamento que falei anteriormente. Temos uma rede com mais de 75 professores certificados e mais de 30 centros de treinamento ao redor do mundo, onde os clientes podem colocar as mãos na massa e se tornar usuários certificados de DaVinci Resolve. PAV: Vemos muitos produtos da Blackmagic Design quando visitamos instalações de Live Streaming e produções de Music Videos, mas nem tanto na área de cinema ou broadcast. Esta é uma tendência global ou uma estratégia local? May: Cada região é única conforme os mercados estão emergindo e quais têm mais destaque. Historicamente, produção ao vivo e broadcast sempre foram mercados fortes para a Blackmagic, incluindo nossa linha de switchers de produção Atem, roteadores Videohub e conversores de padrão Teranex. Um exemplo disso é a TV Promar da Venezuela que usa o Atem 2M/E Production Studio 4K, Universal Videohub e os processadores Teranex 2D como o coração de seus caminhões de produção. Eles usaram os caminhões
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Nós nos esforçamos para ser o mais acessível possível na América Latina. No assunto manutenção e pós-venda é onde nós dependemos da nossa rede de revendedores e distribuidores para dar acesso aos clientes à manutenção e peças para troca quando eles precisam.
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para transmitir todos os jogos da Liga Venezuelana de Baseball, a maior liga de Baseball da América do Sul. O que temos visto recentemente com o rápido avanço da tecnologia, é que o mercado de live streaming cresceu para além do mercado de produção ao vivo. Enquanto os dois mercados se sobrepõe e nossos produtos de produção ao vivo fazem uma transição perfeita para o mercado de streaming, nós temos mantido os olhos abertos para as tendências e como podemos desenvolver e adaptar nossa tecnologia para melhor servir estes consumidores. Vide a recente chegada de produtos como Blackmagic Web Presenter, Atem Television Studio HD e ATEM Television Studio Pro HD e o HyperDeck Mini. Estes produtos, em particular, funcionam tanto no mundo da produção ao vivo como do streaming e trazem pontos de entrada bastante acessíveis para clientes, com funcionalidades profissionais sem comprometer a qualidade. No caso dos Music Videos, o DaVinci Resolve tem estado nas suítes de pós-produção da região. nos últimos anos, nos aprimoramos o produto e hoje ele é largamente usado na América Latina em instalações de pós-produção e broadcast. A O2 Filmes é uma das grandes produtoras do Brasil que, sozinha, possui mais de 80 licenças de DaVinci Resolve Studio, usando-o em cada comercial, filme e trabalho para televisão que fazem. PAV: Muitos profissionais de produção no Brasil consideram a Blackmagic Design como uma excelente opção para produção, mas encaram alguns problemas de manutenção e acesso à peças sobressalentes. Existe algum plano para deixar este aspecto mais confiável no Brasil? May: Nós nos esforçamos para ser o mais acessível possível na América Latina. Isto é onde nós dependemos da nossa rede de revendedores e distribuidores para dar acesso aos clientes à manutenção e peças para troca quando eles precisam. Para nós, no final das contas, tudo é sobre dar mais poder ao usuário final, então quanto mais crescermos na região, mais crescerão os recursos para os usuários. PA
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Agenda Acompanhe aqui o roteiro com as melhores sugestões de congressos, festivais, exposições, mostras, cursos, treinamentos e eventos do mercado audiovisual.
13 a 15 de Junho de 2017 Church Tech Expo
Considerado uma versão europeia da NAB Show, o IBC reúne em Amsterdam os líderes da indústria de radiodifusão, broadband e produção audiovisual. Mais de 1000 estandes apresentam um panorama completo do mercado. www.ibc.org
A Church Tech Expo reúne o melhor das tecnologias de áudio e vídeo para templos, igrejas, locais de pregação e adoração. Exposição, palestras técnicas e workshops cobrem os segmentos de sonorização, mixagem, captação em vídeo, projeção, gravação, edição e transmissão. Em 2015, o evento reuniu 90 expositores, representando mais de 200 companhias, e mais de 7 mil visitantes. Participe e conheça o que há de mais inovador no setor. Aprenda com exemplos práticos como ampliar e otimizar as suas instalações ao lado dos principais fornecedores, integradores, consultores do mercado nacional e mundial. Entenda como e onde investir para ampliar o alcance de sua mensagem. O evento é destinado a líderes e representantes de religiões, membros de ministérios, equipes técnicas e de projeto, operadores de áudio e vídeo, e todos os envolvidos com áudio, vídeo e iluminação em templos e igrejas. O Congresso Church Tech Expo 2015 teve 100 de programação e recebeu 80 palestrantes em 65 sessão. Os temas centrais são: Integrando Áudio, Vídeo e Luz; Acústica e Inteligibilidade; Sistemas de PA e Sonorização; Produção de Apresentações Musicais; Mixagem e gravação; Seleção e configuração de microfones; Produção HD Ao Vivo; Implantação e Vantagens do Live Stream; Integração com Switcher e Robótica; Projeção e Processamento de Vídeo; Integração com Mídias Sociais; Infraestruturas baseadas em IP; Digital Signage Aplicada; Projetos de sucesso; Automação de Processos e Eventos; Desafios da Iluminação. www.churchtechexpo.com.br
Operação em Mesas Digitais
13 a 15 de Junho de 2017
Todo último final de semana de cada mês, o IAV promove o curso. Operação em Mesas Digitais. Indicado para profissionais de áudio interessados em ampliar seus conhecimentos e dominar a operação dessas mesas. O curso explora a infinidade de recursos disponíveis, através de um método prático exclusivo que desmistifica sua utilização. www.iav.com.br
PANORAMA SHOW
03 a 26 de Julho Curso de Animação Digital - Técnicas Cut Out O curso tem como objetivo formar o aluno para o mercado de animação utilizando um dos softwares mais trabalhados na indústria, o Toonboom. Visando teoria e prática, o aluno terá experiência na pré produção e produção de séries de animação, participando de exercícios em animação clássica digital e cutout e utilizando de processos da área, o aluno trabalhará em equipe com seus colegas para a criação de um curta metragem animado, simulando o ambiente real de trabalho de um animador. Professor: Rodrigo D. Frias institutodecinema.com.br
14 a 19 de Setembro IBC 2017
25 a 27 de Outubro Caper 2017 Principal encontro focado em broadcast e produção audiovisual dos países espânicos no cone sul. O evento traz feira e congresso e reúne fornecedores e usuários de emissoras, produtoras, agências de publicidade, novas mídias e cinema. www.caper.org.ar/la_expo.php
O mais importante latino-americano dedicado às tecnologias de Produção Audiovisual e Broadcast será realizado no São Paulo Expo (antigo Centro de Exposições Imigrantes), em São Paulo. Serão três dias de exposição e congresso dedicados ao aperfeiçoamento profissional, debate sobre tecnologias e promoção de negócios. Os temas-chave do congresso são soluções para produção e distribuição de áudio e vídeo em TV, cinema, novas mídias, publicidade, animação e games. Em 2015 o evento reuniu 7000 visitantes, incluindo mais de 1000 congressistas, que participaram de 65 sessões de debate e workshops. www.panoramaaudiovisualshow.com.br
Fonte de luz: Casada.
46 luzes em um SkyPanel. Os LEDs do SkyPanel são calibrados e, portanto, é possível reproduzir qualquer cor. O Firmware 3.0 do SkyPanel tem a vantagem de incluir 46 cores pré-programadas que casa com fontes comuns encontradas ao nosso redor. Estas fontes incluem: tungstênio, vapor de sódio, fluorescente branca, vela, palitos fosforescentes e muito mais.
Download do Firmware 3.0 do SkyPanel: www.arri.com.br ARRI Brasil Av. Ibirapuera, 2907 - Cj. 421 – Moema São Paulo – SP Tel. (11) 5041-9450 arribrasil@arri.com
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