Panorama Audiovisual 91

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90 ISSN 2236-0336

Ano 8 - Edição 91 - Setembro/2018

IBC 2018

Produção ao vivo Notícias Entrega de Conteúdo Networking

Transpondo as barreiras da realidade broadcast Número 1 em Tecnología de Mídia e Conteúdo

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Por que cobrimos feiras internacionais É muito comum receber surpresa de alguns executivos da indústria broadcast quando comentamos que estamos nos preparando para cobrir o IBC. Para a maioria deles, um evento que tem como alvo os mercados EMEA, ou seja, Europa, Oriente Médio e África, não parece ter muito sentido para um veículo brasileiro dar toda a atenção que damos. De fato, quando comparamos com NAB, o número de jornalistas sul-americanos presentes no evento é vertiginosamente menor. Este ano éramos o único veículo brasileiro em todo o IBC. Então porque desprendemos o esforço de viajar tantos quilômetros, com uma cotação de câmbio pouco amigável, para realizar a cobertura de uma feira que não tem como alvo o mercado sul-americano? A primeira parte da resposta diz respeito ao tipo de trabalho que Panorama Audiovisual realiza. Muito além de cobrir o mercado em si, nós somos um veículo de tecnologia, falamos sobre as tendências e novidades da produção e distribuição de conteúdo audiovisual. Só por isso já justifica-se estar presente em um evento onde cerca de metade de todas as novidades tecnológicas do ano serão reveladas. E quando não é o caso, ainda sempre há a eventual possibilidade de ver um protótipo do que ainda virá a ser para a NAB do ano seguinte. Mas a discussão vai um pouco para além disso. Vai para o lado de por que cobrimos feiras internacionais como um todo, incluindo a NAB. Além da missão de levar a informação sobre tecnologia em tempo real para quem nos acompanha, e de buscar localizar este conteúdo visando as necessidades específicas do mercado brasileiro, eu vejo pessoalmente a presença da Panorama Audiovisual nestes eventos como uma questão de representação. Durante as feiras, nossa equipe realiza quase três centenas de reuniões, entrevistas, bate-papos, vídeos e afins. Estes encontros, muitas vezes, é o primeiro ou único ponto de contato com empresas específicas, sobretudo as menores ou mais novas, com o que é o mercado brasileiro. Neles, somos questionados sobre questões de mercado, política, economia, características dos clientes brasileiros, e muitas outras informações que estes membros da indústria não teriam outra forma de conseguir de uma fonte que não fosse diretamente ligada à algum cliente ou representante. De certa forma, nós acabamos sendo uma forma de a indústria internacional ter uma visão de o que é e como está o mercado de broadcast brasileiro para além do que comentam os importadores e distribuidores, que tem interesses comerciais diretos nisso. Não é incomum membros da indústria buscarem em um bate-papo conosco estratégias de mudanças na sua distribuição ou mesmo traçar planos para entrar no mercado brasileiro. Sabemos que somos somente um pequeno passo neste processo de tomada de decisão, mas normalmente somos a porta de entrada. Por isso, além do fazer jornalístico, gosto de pensar que estamos em um evento como este representando o interesse do mercado brasileiro na feira em si, nas empresas que lá estão e preparados para fornecer informação de volta, como uma via de mão dupla. Por isso, enquanto houver representatividade do mercado brasileiro para a indústria internacional do broadcast, pode contar que a Panorama Audiovisual estará nos principais eventos globais trazendo informação em tempo real, para o Brasil e para o mundo. Boa leitura.

Ano 8 • N° 91 • Setembro de 2018

Redação Coordenador Editorial

Flávio Bonanome flávio.bonanome@vpgroup.com.br Editor Internacional

Antonio Castillo acastillo@panoramaaudiovisual.com Arte Flávio Bissolotti flavio.bissolotti@vpgroup.com.br Comercial Gerentes de Contas

Alexandre Oliveira alexandre.oliveira@vpgroup.com.br Colaboradores Gustavo Zuccherato

Presidente & CEO Presidência e CEO

Victor Hugo Piiroja victor.piiroja@vpgroup.com.br Financeiro Rodrigo Gonçalves Oliveira rodrigo.oliveira@vpgroup.com.br Atendimento Jessica Pereira jessica.pereira@vpgroup.com.br

Panorama Audiovisual Online www.panoramaaudiovisual.com.br Tiragem: 16.000 exemplares Impressão: Gráfica57

Flávio Bonanome Coordenador Editorial Al. Madeira, 53, cj 92 - 9º andar - Alphaville Industrial 06454-010 - Barueri – SP – Brasil +55 11 4197-7500 www.vpgroup.com.br PanoramaAV

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Sumário

10 IBC 2018 Lançamentos e análise de um dos principais eventos do mercado de produção e distribuição de mídia

Nesta Edição 06 Luiz Padilha é nomeado presidente da Sony Professional Solutions América Latina

O executivo passa a exercer a nova posição em 1º e Novembro.

06 TV por assinatura perde 536 mil clientes em 12 meses

O Brasil registrou 17,79 milhões de contratos ativos do serviço de TV por Assinatura no mês de agosto de 2018

06 Mercado: Luiz Padilha assume a presidência da SPS

08 Banda larga via satélite dobra em um ano De acordo com dados do mês de julho, foram registrados 161 mil acessos de banda larga via satélite.

10 Um mercado buscando alternativas Industria broadcast segue buscando maneiras de ajudar seus clientes a monetizar mais e melhor seus conteúdos

26 10 Perguntas Guilherme Silva e Matt Silva falam dos 30 anos da CIS Group, passado, presente e futuro.

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Notícias

Luiz Padilha é nomeado presidente da Sony Professional Solutions América Latina O executivo passa a exercer a nova posição em 1º e Novembro

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divisão América Latina da Sony Professial Solutions enviou um comunicado hoje (03/10) informando a nomeação do então Diretor Comercial Luiz Padilha para o cargo de Presidente das operações na região. Katsunari Matsuoka, que exerce o cargo há 3 anos, retornará ao Japão para assumir nova posição na organização da Sony Professional. Luiz Padilha é um velho conhecido do mercado brasileiro, com larga experiência na área comercial e executivo corporativo, tendo ocupado diversas posições nas divisões de Broadcast e Professional Solution Business tanto no Brasil como América Latina. PA

TV por assinatura perde 536 mil clientes em 12 meses O Brasil registrou 17,79 milhões de contratos ativos do serviço de TV por Assinatura no mês de agosto de 2018, diminuição de 536 mil (-2,93%) nos últimos 12 meses

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e acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Brasil registrou 17,79 milhões de contratos ativos do serviço de TV por Assinatura no mês de agosto de 2018, diminuição de 536 mil (-2,93%) nos últimos 12 meses. Na variação entre o mês de agosto de 2018 e julho do mesmo ano, a redução foi de 37 mil assinaturas (-0,21%).

Grupos Os quatro maiores grupos de TV por Assinatura no Brasil detinham 17,29 milhões de contratos ativos (97,17% do mercado) em agosto de 2018. São eles: a Claro, com 8,89 milhões (49,98%), a Sky, com 5,21 milhões (29,30%), a Vivo, com 1,61 milhão (9,05%), e a Oi, com 1,57 milhão (8,84%). As pequenas prestadoras da TV por assinatura totalizam 503 mil assinantes (2,83%). Das grandes prestadoras de TV por Assinatura no país, apenas a Oi apresentou crescimento, mais 126 mil contratos (+8,70%) nos últimos 12 meses, a Vivo, menos 25 mil (-1,56%), a SKY, menos 146 mil (-2,73%), e a Claro, menos 402 mil (-4,32%). As pequenas prestadoras de TV por Assinatura tiveram redução de 89 mil contratos (-15,00%).

Tecnologia Em agosto de 2018, mais da metade dos assinantes de TV por Assinatura no Brasil receberam a programação por satélite, 9,71 milhões (54,55% do mercado), por cabo, 7,48 milhões (42,05%), e por fibra ótica, 605 mil (3,40%). Apenas os assinantes que receberam a programação da TV por Assinatura por fibra ótica aumentaram em número nos últimos 12 meses, mais 248 mil (+69,71%). Os assinantes via satélite tiveram redução de 676 mil (-6,51%) e os que recebem o sinal por cabo diminuíram em 107 mil (-1,41%).

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Notícias

Estados e Distrito Federal Nos últimos 12 meses, os estados com maior expansão no serviço de TV por Assinatura foram Ceará, mais 26 mil contratos (+6,76%), Amazonas, mais 16 mil (+5,54), Mato Grosso do Sul, mais 5 mil (+2,89%), Piauí, mais 2 mil (+2,63%) e Tocantins, mais 915 unidades (2,13%). Os números da TV por Assinatura estão disponíveis no Portal da Anatel. A Agência informa que a prestadora Brisanet teve o registro de

abril de 2018 repetido para o mês de agosto de 2018 por não encaminhar os números do serviço há quatro meses. A Anatel informa também que a prestadora Nossa TV não encaminhou os dados de agosto de 2018 e essa não se encaixa nos critérios definidos na Comissão de Gestão de Dados da Anatel para que seus números sejam repetidos (empresas com mais de 50 mil acessos ou empresas com mais de 5% de acessos em alguma unidade da federação). PA

Banda larga via satélite dobra em um ano De acordo com dados do mês de julho, foram registrados 161 mil acessos de banda larga via satélite, o dobro em comparação a julho do ano passado

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Anatel realizou um workshop sobre banda larga via satélite, na terça-feira (25). Os satélites levam banda larga para moradores de regiões interioranas e remotas que não têm infraestrutura de cabo nem fibra. De acordo com dados do mês de julho, da Agência, foram registrados 161 mil acessos de banda larga via satélite, o dobro em comparação a julho do ano passado, um aumento de 100,52%. O presidente da Anatel, Juarez Quadros, disse que o satélite é a solução complementar para muitas localidades do interior do país. “Algumas localidades no Norte, Nordeste e interior de São Paulo que não têm fibra, nem cabo, então o satélite é a solução. Esperamos ansiosamente pelas políticas públicas, que devem ser elaboradas pelo Executivo e Legislativo para serem implementadas pela Anatel”, explicou. O conselheiro da Anatel e presidente do Comitê de Espectro e Órbita, Leonardo Euler, defendeu a desoneração das taxas de fiscalização das VSATs (estação terrena de pequeno porte), que hoje é de R$ 201,12, que onera muito o uso de satélite para prestação de banda larga. Disse que tramita no Legislativo, um projeto de lei, que se

aprovado, reduzirá o valor para R$ 26,43 (equiparando com o Serviço Móvel Pessoal e Serviço de Comunicação Multimídia). Segundo ele, 10% de investimento em banda larga proporcionaria um aumento de 1% do Produto Interno Bruto do país. Arthur Coimbra do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações informou que 47% dos domicílios rurais não possuem internet por falta de cobertura e 60% por motivo de custo. Arthur disse que o programa “Internet para Todos”, concede isenção fiscal de ICMS e já tem mais de 100 empresas cadastradas, sendo grande parte, pequenos provedores. O vice-presidente da Anatel, Aníbal Diniz, fechou o evento destacando que as reflexões realizadas ajudam o órgão regulador e que precisamos dos satélites aonde a fibra não chega, em regiões inóspitas e isoladas, como em algumas localidades da região norte. O conselheiro disse ser importante “ouvir o setor para direcionar decisões levando em conta a realidade do país para encontrar as melhores saídas possíveis”. PA

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Um mercado buscando alternativas Industria broadcast segue buscando maneiras de ajudar seus clientes a monetizar mais e melhor seus conteúdos Da Flávio Bonanome, Gustavo Zuccherato e Keila Marques

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onsiderado o mais importante evento para o segmento de produção e distribuição de mídia da Europa, o IBC 2018 tomou mais uma vez o centro de convenções RAI em Amsterdã entre os dias 13 e 18 de Setembro. Durante os seis dias de eventos, profissionais do mundo inteiro puderam acompanhar o que há de mais moderno em termos de lançamentos de tecnologia para cinema, televisão ao vivo, publicidade, OTT, satélites e todas as demais verticais da indústria broadcast. Para nós, que frequentamos os halls do evento como profissionais de mídia, a busca vai um pouco além do que cada empresa está lançando em termos de produtos. Eventos como o IBC oferecem um verdadeiro Raio X do mercado de mídia como um todo, afinal, entender o tipo de solução proposta pela indústria, permite saber qual a leitura que estas empresas estão fazendo da necessidades do mercado, e, por consequência, poder projetar para onde estamos indo em termos de produção e consumo de conteúdo eletrônico. Nesta toada, dá para dizer que mais uma vez tivemos um grande evento com forte foco no crescente negócio dos eSports. Para quem não sabe do que estamos falando, trata-se da transmissão ao vivo dos inúmeros campeonatos de Jogos Eletrônicos que já geram um mercado bilionário. Para além das empresas que tinham soluções e espaços óbvios em seus estandes dedicados à demonstrar como suas soluções se adequavam às aplicações específicas dos eSports, a impressão é de que toda a indústria já sabe do que se trata, e da importância que este filão vai representar em um futuro próximo. Já em termos de tecnologia em si, foi possível ver a consolidação final dos fluxos de trabalho HDR como algo necessário e até uma desaceleração rumo à busca por mais resolução. Parece que a pressa em ter uma televisão em 4K ou 8K é algo que está cada vez mais relegado à emissoras japonesas, enquanto que o resto do mundo está mais preocupado com a alta faixa dinâmica e a integração de broadcast e broadband. Este último tema, aliás, foi um dos assuntos mais abordados durante o congresso do IBC, com algumas experiências ao redor do mundo sendo debatidas. Considerado o santo graal do broadcast, a capacidade de oferecer publicidade dirigida dentro de uma transmissão pelo ar é o principal impulsionador da tecnologia que evolui rapidamente, e já está começando a ser implementada inclusive no Brasil. Mas claro que IBC também é sobre equipamentos e novos produtos e serviços. E por isso, nós separamos abaixo um resumo das principais novidades que pudemos ver durante o evento. Claro que uma feira deste tamanho traz muito mais do que as páginas a seguir poderiam suportar, portanto, continue esta leitura pela internet em nosso portal especial do IBC 2018 onde você encontra todas as novidades: www.panoramaaudiovisual.com.br/especial. PA


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COBERTURA ESPECIAL - IBC 2018

Sony lança nova linha de câmeras 4K HDR no IBC 2018 A câmera Top de linha HDC-P50 inclui o primeiro sensor CMOS de obturador global 4K de 2/3 polegada do mundo, além de permitir o uso em aplicações POV e sem fio

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o IBC 2018, a Sony revela sua mais recente linha de soluções que permitirão às empresas de mídia capturar, editar e compartilhar conteúdo em 4K e HDR. O destaque entre os lançamentos desta edição é a nova família de câmeras HDC, todas 4K/HD HDR. A nova linha é formada pelas câmeras HDC-P50 (POV) Point of View, a câmera do sistema portátil HDC-3500, bem como as câmeras do sistema Fiber e Triax, HDC-3100 e HDC-3170. As duas primeiras apresentam o primeiro sistema de sensor CMOS de obturador global 4K de 2/3 de polegada do mundo, enquanto as duas últimas contam com um obturador HD HDR recém-desenvolvido. Vale destacar que a câmera HDC-P50 inclui três sensores 4K, em combinação com um prisma recém-desenvolvido, que atingem o espaço de cor ITU-R BT.2020 e uma ampla gama dinâmica. Outro recurso interessante está na produção de sinais 4K/HD HDR diretamente do corpo da câmera, permitindo o uso em aplicações POV e sem fio, como plataformas de estabilização de mão, antenas de um drone ou helicóptero e jib/crane. Além disso, a Sony lançou uma nova Unidade de Controle de Câmera Triax (CCU), a HDCU-3170, que herda todas as capacidades da HDCU3100, lançada no início deste ano. Com entradas de fibra e Triax e capacidade de saída IP, fornece um recurso de dupla função (SMPTE ou modo único com uma placa ou licença opcional). Essa capacidade beneficiará as empresas de produção e locação que, rotineiramente, produzem em locais com diferentes infraestruturas de cabo.

Novo monitor de referência 4K HDR BVM-HX310 O novo monitor de referência Grau 1 de 31 polegadas da Sony, o BVM-HX310, oferece reprodução de cores precisa e desempenho de alto contraste para fornecer aos criadores de conteúdo profissionais maior flexibilidade e precisão para decisões críticas de classificação de imagem. Este modelo reproduzir conteúdo 4K e HDR, suporta brilho padrão da indústria de até 1.000 nits em tela cheia e uma taxa de contras-

te de 1.000.000: 1 para produções HDR. Com suporte para todos os padrões da indústria, o monitor hospeda todos os principais HDR EOTF e, pela primeira vez em monitores profissionais da Sony, está incluída a capacidade para 12G-SDI, permitindo a transmissão 4K simples com um único cabo SDI. Também tem suporte para o espaço de cores ITU-R BT.2020 e imagens HDR.

Firmware Venice versão 3.0 A atualização gratuita do firmware Venice versão 3.0 oferece novos modos de imagem, incluindo 6K e 5.7K, às câmeras de cinema Venice. Também adiciona um perfil de gravação no X-OCN (faixa de tons original e original negativo da câmera). Este novo perfil, chamado X-OCN XT, captura imagens da mais alta qualidade com o gravador de memória portátil AXS-R7 e mantém tamanhos de arquivo econômicos comparáveis ao tamanho do arquivo Sony F55RAW. A atualização inclui ainda taxas extra-comprimidas adicionais para lentes anamórficas (x1,25, x1,3, x1,5, x1,8); cache REC por no máximo 30 segundos em memória ou HD; saída 6G ou 12G-SDI com saída 4K SDI; controle remoto sem fio para alteração das principais funções e configurações do sistema de extensão e do menu da câmera. A versão 3.0 estará disponível em fevereiro de 2019. A câmera de cinema Venice da Sony aumentará sua usabilidade e flexibilidade com as atualizações de firmware do Sistema de Extensão Venice (CBK-3610XS), que consiste em uma tampa do painel frontal, uma case block do sensor de imagem com um cabo de 9 pés e um cabo de extensão de 9 pés. A adição do Sistema de Extensão inclui uma saída HD-SDI, uma saída de 12V ou 24V para alimentar acessórios como servo motores de lente e monitoramento. Vale destacar que o sistema é compatível com as câmeras Venice existentes com firmware Versão 3.0 instalado e estará disponível em fevereiro de 2019 nos revendedores autorizados da Sony. PA



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COBERTURA ESPECIAL - IBC 2018

Panasonic traz switcher para produções de grande porte e câmera PTZ O switcher AVAHS 7300 e a câmera PTZ 4K AWUE 150 são os grandes destaques da Panasonic nesta edição

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ob o slogan de “Esportes e Entretenimento Ao Vivo”, a fabricante japonesa Panasonic demonstrou a mais recente linha de sistemas de estúdio, ENG e câmeras remotas, juntamente com uma rede expandida de soluções complementares de terceiros, que vão desde robótica e transmissão até sistemas de rastreamento, no IBC 2018 – feira de tecnologia broadcast e produção audiovisual. Os grandes destaques são o switcher AVAHS 7300 e a câmera PTZ 4K AWUE 150. Com 72 entradas e 42 saídas, o switcher AVAHS 7300: switcher foi projetado para produções ao vivo de grande porte. A solução trabalha em 4K com quad 3G e também oferece oito canais de monitoramento de vídeo, todos com frame sink e correção de cor. É uma solução pensada para as produções esportivas e de grande porte que virão nos próximos, segundo a Panasonic. A câmera PTZ AWUE 150 é um modelo tudo-em-um que trabalha em 4K, com o dobro do padrão europeu de exibição, ou seja, 50 frames, e HDR integrado. A integração é fornecida através de uma variedade de interfaces 4K, incluindo 12G-SDI, HDMI, OpticalFibre e IP que suportam o modo HDR. Além disso, a câmera pode produzir simultaneamente 4K e Full HD. Este novo modelo é o primeiro em sua classe a apresentar 4K 50p e um amplo ângulo de visão de 75,1 graus horizontalmente com zoom ótico de 20x e com zoom inteligente de 32x (no modo HD). O novo recurso de corte permite fazer três recortes simultâneos Full HD a partir de uma única imagem 4K, isso oferece maior flexibilidade e, juntamente com seu tamanho compacto, é a melhor opção para locais desafiadores. Assim é possível enviar diferentes cortes da imagem e com uma única câmera PTZ é possível fazer inúmeros presets de corte. Essa função é muito interessante para eventos ao vivo, shows ou conferencias, onde é necessário buscar um assunto no fundo da imagem. Outras características incluem saídas SDI, HDMI e IP; um grande sensor MOS tipo 1, fibra óptica, estabilizadores ópticos e novo suporte para UI na Web. Ainda não foi anunciado o valor de venda ou adaptação para o mercado americano e brasileiro, mas mostra o que a Panasonic está buscando para o futuro.

Sistema multicâmera 8K ROI A Panasonic apresentou um novo sistema multicâmera 8K ROI (Região de Interesse) no IBC 2018, mudando o panorama da produção de transmissão, permitindo que até quatro imagens HD diferentes sejam produzidas simultaneamente a partir de uma única câmera 8K. Disponível a partir do verão de 2019, o sistema melhora a eficiência operacional, permitindo quatro recortes separados de uma tela de imagem de 8K, reduzindo os custos operacionais em uma infinidade de aplicações de produção em potencial.

Com tecnologia de correção de imagem automatizada, o sistema de câmeras garante que quaisquer imagens distorcidas sejam corrigidas e recortadas com uma imagem Full HD natural e recortada de dentro da imagem principal de 8 K. Várias câmeras podem ser integradas em todo o sistema, com uma câmera principal controlada pelo operador câmeras, que também podem ser pré-programadas antes do evento. Como resultado, um único operador pode controlar várias câmeras, cada uma com vários recortes pré-definidos para uma operação multi-câmera versátil, mas econômica. O sistema é capaz de reduzir drasticamente os custos operacionais em muitos eventos comuns, tornando-o adequado para transmissão de esportes, testes e aplicações de estúdio. Além disso, ele ajuda a aumentar as receitas em eventos ao vivo porque é necessário menos espaço para acomodar as câmeras dentro dos espaços. A Panasonic também apresentou um processador de 8K Media over IP (MoIP). Com base nos padrões de transmissão IP (ST2110), o sistema suporta escalabilidade, operação remota e compartilhamento de recursos com o potencial de expandir a conectividade de roteamento IP. O processador de mídia é demonstrado tanto como um gateway IP/ SDI quanto como um mainframe de switcher escalável, que permite a operação do switcher 2ME junto com a operação mais convencional do painel de controle do switcher. “Mudando de múltiplas câmeras 4K ou Full HD para a recém-lançada 8K da Panasonic, as empresas de produção são capazes de reduzir significativamente os custos sem causar impacto na experiência imersiva que estão procurando criar”, explica Sivashankar Kuppusamy, gerente de marketing EMEA na Panasonic.“ Até o momento, o 8K foi reservado apenas para uso de nicho. Estes desenvolvimentos trazem-na à terra, a um nível que pode beneficiar toda a indústria.” Andre Meterian, diretor da unidade de negócios de sistemas profissionais de vídeo EMEA da Panasonic, afirmou: “Na Panasonic, pretendemos fornecer inovação contínua em transmissão ao vivo, melhorando os fluxos de trabalho e reduzindo os custos para nossos clientes. Ao fortalecer os relacionamentos com organizações de terceiros, também apresentamos soluções para aqueles que buscam integração fora da caixa de entrada para uma variedade de sistemas robóticos. Essa inovação está impactando toda a indústria, desde o estúdio até eventos ao vivo e corporativos.” PA


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COBERTURA ESPECIAL - IBC 2018

Blackmagic Design anuncia novo codec RAW no IBC 2018 A versão beta pública do codec RAW combina a qualidade e os benefícios do RAW com a facilidade de uso, velocidade e tamanhos de arquivo dos formatos tradicionais de vídeo

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Blackmagic Design anunciou no IBC 2018 a versão beta pública do Blackmagic RAW, um novo codec que combina a qualidade e os benefícios do RAW com a facilidade de uso, velocidade e tamanhos de arquivo dos formatos tradicionais de vídeo. Além de fornecer suporte multiplataforma e um SDK gratuito para desenvolvedores. Os clientes podem baixar a versão beta pública para uso com as câmeras URSA Mini Pro através da atualização Blackmagic Camera 6.0 Beta. E mais, a atualização DaVinci Resolve 15.1, que inclui suporte para o Blackmagic RAW, também está disponível para download gratuito no site da Blackmagic Design. O Blackmagic RAW vem sendo desenvolvido há anos e oferece múltiplas tecnologias, como o algoritmo de demosaicagem, amplo suporte a metadados, processamento altamente otimizado por GPU e acelerado por CPU e muito mais. Ele pode ser usado da aquisição até a pós-produção para edição e gradação de cores, tudo num único arquivo. Os codecs RAW tradicionais têm tamanhos de arquivo grandes e exigem muito do processador, dificultando seu uso. Os formatos de arquivos de vídeo são mais rápidos, mas comprometem a qualidade devido ao uso de filtros de vídeo 4:2:2, que reduzem a resolução de cor. O Blackmagic RAW soluciona esses problemas com um design inteligente que desloca parte do processamento de demosaicagem para a câmera, onde o hardware pode ser acelerado pela própria câmera. Consequentemente, a codificação oferece a mesma qualidade, profundidade de bits, faixa dinâmica e controles que no RAW, mas com um desempenho muito melhor e tamanhos de arquivo menores que os codecs de vídeo populares. Como parte do processamento de demosaicagem é feita pelo hardware da câmera, programas como o DaVinci Resolve não precisam trabalhar tanto para decodificar os arquivos. Além disso, a aceleração de GPU e CPU agiliza a decodificação de frames, assim você obtém um desempenho extremamente fluido para edição e gradação.

Câmera e sensor O design do Blackmagic RAW compreende a câmera e o sensor. Isto significa que os dados de imagem e as características do sensor de imagem são codificados e salvos no arquivo Blackmagic RAW, fornecendo qualidade de imagem melhor, até mesmo em configurações de compactação mais altas, bem como controle total sobre recursos, como ISO, balanço de branco, exposição, contraste, saturação, entre outros. Junto a isto, o Blackmagic RAW utiliza ciência de cores de quarta geração da Blackmagic Design para imageamento superior, reproduzindo tons de pele extremamente precisos e cores sofisticadas e realistas. As imagens são codificadas usando um espaço não linear de 12 bits personalizado desenvolvido para fornecer o máximo de dados de cores e faixa dinâmica.

O Blackmagic RAW inclui dois tipos de compactação de arquivos. Os clientes podem escolher qualidade constante ou opções de codificação com taxas de bits constantes, dependendo do tipo de trabalho que estiverem fazendo. Isto possibilita priorizar qualidade de imagem ou tamanho do arquivo. A qualidade constante utiliza codificação de taxas de bits variáveis, assim frames complexos são codificados a taxas de dados superiores para preservar detalhes e manter a qualidade mais alta possível. O codec Blackmagic RAW Q0 possui quantização mínima e gera a melhor qualidade, enquanto o Blackmagic RAW Q5 aplica uma quantização moderada para uma codificação mais eficiente e um tamanho de arquivo menor. Os codecs Blackmagic RAW 3:1, 5:1, 8:1 e 12:1 utilizam codificação de taxas de bits constantes para oferecer aos clientes as melhores imagens possíveis com tamanhos de arquivo consistentes e previsíveis. As proporções são baseadas no tamanho do arquivo sem processamento de um único frame do sensor da câmera, facilitando a compreensão da quantidade relativa de compactação sendo usada. A qualidade nativa e pura do Blackmagic RAW Q0 e 3:1 é perfeita para longas e trabalhos comerciais repletos de efeitos visuais. Os codecs Blackmagic RAW Q5 e 5:1 possuem uma qualidade ideal para filmes independentes e séries televisivas. Já os codecs Blackmagic RAW 8:1 e 12:1 oferecem qualidade e velocidade altas, sendo adequados para produções que normalmente não considerariam gravar imagens em RAW. Agora, ainda mais clientes serão capazes de usar imagens RAW de alta qualidade de uma maneira eficiente, algo inviável antes. O Blackmagic RAW beta público está disponível hoje através da atualização Blackmagic Camera 6.0 Beta para a URSA Mini Pro. O lançamento final do Blackmagic RAW está previsto para ser disponibilizado em algumas semanas, assim que os testes adicionais forem concluídos. A atualização DaVinci Resolve 15.1, que conta com suporte para o Blackmagic RAW, também foi lançada e pode ser baixada gratuitamente no site da Blackmagic Design. PA


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COBERTURA ESPECIAL - IBC 2018

Lawo estreia Nucleo UHD no IBC 2018 Expansor eleva capacidades dos equipamentos da marca para níveis inéditos de DSP

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Lawo revela no IBC 2018 seu inovador Núcleo UHD, um mecanismo de DSP de áudio definido por software baseado em rede com densidade de processamento que eleva os consoles Lawo mc2 56 e mc2 96 para a próxima dimensão. Utilizando a rede IP como uma extensão do painel traseiro do núcleo do console, o UHD Core da Lawo pode estar localizado em qualquer lugar da rede. Sua densidade de processamento ultra-alta, com canais DSP com mais de 1.000 mc2, pode ser utilizada por um único console mc2 para lidar com as produções mais desafiadoras ou ser compartilhada em até quatro consoles. Devido a um modelo de licenciamento flexível, o UHD Core é ideal tanto para aplicativos móveis quanto para uso em instalações. Para produções móveis, o desempenho escalável do DSP com licenças temporárias é uma ótima maneira de transformar CAPEX em OPEX, enquanto em aplicativos de instalação a possibilidade de agrupamento de recursos e alocação flexível de recursos DSP para vários consoles pode aumentar significativamente a utilização dos investimentos em infraestrutura de áudio. O núcleo UHD possui resfriamento de baixo ruído e está configurado para atender às mais altas demandas em qualidade e confiabilidade de produção. Oito interfaces de rede independentes de 10/1GbE com SFPs permitem o uso de redes redundantes via ST2022-7. A capacidade total de E/S da rede do A__UHD Core é igual a 40 mil canais de áudio de 48kHz/24 bits. Para gerenciamento, a unidade fornece duas portas de gerenciamento redundantes RJ45 de 1 GbE. Além disso, a redundância total de hardware é obtida por uma segunda unidade hot spare que espelha permanentemente todas as configurações. A latência do sistema é comparável às arquiteturas convencionais conectadas via backplane: um perfil RAVENNA especial de alto desempenho fornece latência de ida e volta na rede em

milissegundos enquanto o poder de processamento e a velocidade do núcleo UHD superam a latência de processamento de vários dispositivos DSP. Como o UHD Core é funcionalmente definido por seu software, é um investimento pronto para o futuro com um conjunto de recursos projetado para expansão

Multivisualizador IP expansível A Lawo também lançou o primeiro multivisualizador IP infinitamente expansível do mundo, o vm_dmv64-4, no IBC2018. O novo módulo virtual (VM) vm_dmv64-4 para a plataforma de roteamento, processamento e multivisão de V__matrix da Lawo quebra o molde de multiviewers convencionais, fornecendo entradas e cabeçotes ilimitados, bem como suporte total de fontes IP e SDI em 4K/UHD, 3G, HD e SD. A solução suporta áudio integrado e discreto e trabalha com mosaicos de pixel perfeitos com latência ultra baixa. A configuração intuitiva do mosaico de arrastar e soltar é feita facilmente com o “theWALL” da companhia. O vm_dmv64-4 de Lawo é um multiviewer distribuído de modo que vários módulos se conectam em rede. Esses módulos podem ser hospedados no mesmo quadro V__matrix, em diferentes quadros ou até mesmo em diferentes locais geográficos – basicamente em qualquer lugar – juntando forças, desde que estejam em rede via IP. Cada vm_dmv64-4 tem um estágio de entrada capaz de receber até 24 fontes de qualquer combinação de 4K/3G/HD/SD, que é limitada apenas pelas entradas físicas (até 18 entradas SDI) ou rede (2x 40GbE). Essas fontes são reduzidas pelo vm_dmv64-4 e retornadas à rede como mipmaps encapsulados de IP (RFC 4175). Em paralelo ao estágio de entrada, cada vm_dmv64-4 também possui um estágio de saída capaz de criar até quatro mosaicos 3G (ou dois mosaicos UHD) com até 64 fontes / PIPs cada (128 cada em UHD). PA


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COBERTURA ESPECIAL - IBC 2018

EVS impulsiona a criação de experiências de visualização com maior retorno sobre o investimento A EVS está mostrando, inclusive através de uma parceria com o IBCTV, como a plataforma de tecnologia VIA forma a base de seus mais recentes produtos, incluindo X-One, Xeebra, DYVI e a nova versão do IPDirector

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queles que visitaram o estande da EVS no IBC 2018 vão descobrir a nova plataforma VIA e ver como sua tecnologia Connected Live e suas soluções Creative Live se unem para oferecer experiências de visualização, permitindo aos produtores de conteúdo gerar um retorno da emoção do público. Apresentada na última NAB, feira de tecnologia brodcast realizada em abril em Las Vegas (EUA), a VIA é uma nova plataforma tecnológica construída com uma arquitetura baseada em microsserviços e baseada em três pilares: VIA Flow, VIA Mind e VIA Opengate. O VIA Flow usa serviços modulares para simplificar o gerenciamento de mídia e criar fluxos de trabalho personalizados, o VIA Mind usa o poder da inteligência artificial para criar fluxos de trabalho mais inteligentes e o VIA Opengate usa uma API aberta de fácil integração com sistemas de terceiros todos para cada serviço empresarial. Em todo o IBC, a EVS está demonstrando como a VIA forma a base dos mais recentes produtos da EVS, incluindo X-One, Xeebra, DYVI e a nova versão do IPDirector. O estande também apresenta uma demonstração do VIA Flow Monitoring, um serviço que amplia os recursos da sua solução de contribuição C-Next, usada para fluxos de trabalho de produção em vários locais. O serviço fornece uma visão transparente e um status instantâneo das tarefas e fluxos de trabalho usados para executar e monitorar as trocas de arquivos entre os centros de produção.

Conectado ao vivo As demonstrações da tecnologia Connected Live da EVS incluem o Score Master, o sistema de roteamento e orquestração IP ao vivo baseado no EVS SDN, que facilita o gerenciamento, o monitoramento e a configuração de terminais inteligentes dentro dos fluxos de trabalho de produção de IP ao vivo. O PM-Z, apresentado no IBC2018, é o novo módulo de processamento de hipervisores da EVS, uma solução pronta para uso projetada para implementação em unidades de produção de objetos móveis. A solução permite que os provedores de instalações virtualizem vários aspectos de sua infraestrutura de produção, otimizando o espaço em rack e expandindo as necessidades de produção em tempo real, conforme necessário. No estande da EVS, também está em exposição a próxima geração de servidores de produção ao vivo. O XT-VIA é projetado para a produção de esportes ao vivo, enquanto o XS-VIA, para as necessidades de centros de transmissão modernos e operações de estúdio. Ambas soluções oferecem as atualizações mais significativas para a linha de servidores EVS com seis canais UHD-4K configuráveis ou 12 canais Full HD 1080p, bem como suporte total para operações HDR ao vivo. Os novos servidores EVS também oferecem conectividade IP nativa para operações de IP ao vivo – usando o padrão SMPTE 2110 – juntamente com a flexibilidade do 12G SDI. PA



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COBERTURA ESPECIAL - IBC 2018

Riedel exibe versão independente de Bolero e novo SmartPanel no IBC 2018 A Riedel fez a estreia europeia de seus principais lançamentos com novas funcionalidades direcionadas à melhoria de desempenho

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Ridel Coomunications fez a estreia europeia de suas soluções no IBC 2018, apresentando o comunicador sem fio Bolero e o SmartPanel da série 1200, ambos revelados em abril na última edição da NAB Show, além de novas funcionalidades, apresenta telas multitouch em cores, 32 chaves de alavancas híbridas, a capacidade de aproveitar os aplicativos para sua funcionalidade e de se adaptar facilmente aos vários fluxos de trabalho usados atualmente. Encontra-se em posição de permitir que os usuários trabalhem como sempre fizeram, ao mesmo tempo abrem possibilidades completamente novas para eles. O esforço de pesquisa e desenvolvimento de dois anos atrás do painel RSP – 1232HL recebeu contribuições de muitos usuários e profissionais do setor. Todos os aspectos da tecnologia dos painéis existentes foram avaliadas e o resultado é uma interface de usuário de 32 chaves em que cada chave tem um codificador giratório integrado que fornece controle de parâmetros, como a chave. As alavancas são cuidadosamente projetadas para ter a forma, o peso, conforto, resposta e qualidades necessárias à redefinição do caminho de um painel de intercomunicador eficazmente. O RSP RIEDEL 1232HLEl RSP-1232HL foi projetado para suportar vários fluxos de trabalho. Alguns usuários de intercomunicação preferem fluxos de trabalho “Talk & Listen”, em que o usuário escolhe o que ouvir de um painel inicialmente de forma silenciosa. Outros, um fluxo de trabalho “Talk & Mute”, no qual os usuários começam com um painel que retransmite tudo e os usuários escolhem seletivamente quais sinais devem ser desativados. Os usuários decidem qual modo eles preferem em cada painel. O novo conceito de grupos lógicos de Riedel permite aos usuários escolher cores personalizadas para os rótulos sobre as chaves ou

os anéis de LED em torno de cada chave. O rótulo de cada chave tem uma etiqueta principal de oito caracteres, uma submarca de 16 caracteres e tags com ícones definidos pelo usuário. Além disso, um mecanismo para o uso de sinalização e ícones para indicar ao usuário que estado é cada chave a qualquer momento. Aberto Mic, silenciado chave, entrada Beep ou porto ocupado são fáceis de ler e compreensível num ápice. A conectividade é sempre um aspecto importante para a Riedel e foi importante que o novo painel aproveitasse a conectividade digital AES3 que a empresa sempre utilizou, juntamente com a conectividade SMPTE 2110-30 (AES67) que adotou nos últimos anos. As conexões AES67 são duas SFPs de fibra e duas conexões RJ45 que criam várias opções de encadeamento e redundância para flexibilidade de fiação. Outros recursos incluem alto-falantes estéreo com precisão de fase, ajustes de som e silêncio do microfone do painel frontal, USB frontal/traseiro, conectividade Bluetooth e NFC (como na faixa sem fio Riedel Bolero), portas GPIO e quatro fios e sensor de luz para autocalibração de brilho da tela em ambientes onde a luz muda. Segundo Angel Gonçalves Espanha, gerente de vendas da Riedel para a América Latina, agora a matriz do Bolero standalone vai ficar na antena, então se for preciso ligar o sistema sem fio com o sistema com fio, a nova caixa de seis conexões sem fio GPI e GPO permitirá essa integração. “Isso é muito legal porque permite trabalhar com sistema sem fio com mais facilidade e um preço mais reduzido”, destaca Espanha, em entrevista para a Panorama Audiovisual, no estande da Riedel. “Também trouxemos novos aplicativo para correção de cor, multivisualizador, up-scale e migração de HD para 3G, de 3G para HD. Além do painel como monitor de áudio”. PA

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ChyronHego lança o Vidigo News, uma solução de produção e entrega de conteúdo OTT As notícias podem ser transmitidas ao vivo com qualidade broadcast para qualquer canal OTT- em ambiente NRCS baseado em MOS

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ChyronHego lançou hoje no IBC 2018 – feira de tecnologia broadcast e produção audiovisual realizada em Amsterdam, o Vidigo News, uma solução de produção de notícias completa e projetada especificamente para a criação e publicação de conteúdo OTT. Inclui o Vidigo Live Compositor da ChyronHego, uma solução de software intuitiva para produção de multicamera ao vivo, com a solução de criação e reprodução de gráficos LyricX, sistema de automação de reprodução Live Assist e uma GUI personalizada baseada no Live Assist Panels, uma interface de usuário e painel de controle para ferramentas de criação. O Vidigo News combina um switcher escalável, um mixer de áudio, um mecanismo de efeitos de vídeo, um canal de gráficos LyricX, players de clipes e até controle de câmera robótica em uma solução fácil de usar que pode ser controlada por um único operador. Através de uma ponte para o CAMIO, servidor de gerenciamento de ativos gráficos e gateways MOS, a solução é considerada o mais novo componente do CAMIO Universe for News Production – um ecossistema

end-to-end que capacita produtores e jornalistas a criar notícias e entregá-los rapidamente ao ar. O CAMIO Universe impulsiona fluxos de trabalho de notícias e de previsão do tempo baseados em modelos pré-configurados e com tecnologias baseadas em TI. “Criamos o Vidigo News com base no feedback da nossa base instalada de mais de 400 usuários do CAMIO. Nossos clientes são desafiados a criar enormes volumes de conteúdo e fornecê-lo não apenas a canais lineares, mas a todos os tipos de pontos de venda OTT, incluindo mídia social”, afirma Boromy Ung, diretor de produto da ChyronHego. “Ao mesmo tempo, muitas emissoras simplesmente não têm orçamento para adicionar uma segunda infraestrutura completa para produzir conteúdo OTT com qualidade de transmissão. Para elas, o Vidigo News oferece a solução perfeita, permitindo que eles expandam sua presença com novos públicos de mídia e forneçam conteúdo de alto impacto com mais rapidez e facilidade.” O Vidigo News permite que os produtores se concentrem na narração de histórias e na criatividade, eliminando camadas com-

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COBERTURA ESPECIAL - IBC 2018

plexas de tecnologia. Por meio do fluxo de trabalho centrado no produtor do CAMIO Universe, os usuários do Vidigo News podem criar histórias para os canais OTT da mesma maneira que fariam para uma transmissão linear – em seu ambiente familiar NRCS baseado em MOS. Com a alternância baseada em software habilitada pelo Vidigo Live Compositor, os produtores e a equipe editorial criam recortes de movimentos de câmeras, clipes, MEs, mixagens de áudio e gráficos, diretamente de sua interface NRCS. Após o processamento por um codificador externo, o conteúdo pode ser transmitido ao vivo com qualidade broadcast para qualquer canal

OTT, incluindo Facebook Live, YouTube e outras mídias sociais. O Vidigo News é padronizado com a solução de produção de gráficos LyricX, permitindo que os usuários compartilhem modelos gráficos em produções lineares e OTT – resultando não apenas em maiores eficiências e redução da duplicação de esforços, mas também em marcas consistentes em ambas as operações. Além disso, o Vidigo News é fornecido com painéis pré-configurados do HTML 5 Live Assist, que permitem que vários usuários controlem o switcher e gerenciem feeds de conteúdo a partir de um navegador web padrão. PA

Grass Valley destaca tecnologias de mídia e conteúdo no IBC 2018 As demonstrações da empresa estão baseadas em quatro áreas principais: ao vivo, notícias, playout e networking

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Grass Valley, trouxe para o IBC 2018 seu extenso portfólio de produtos, oferecendo soluções reais para os desafios que os broadcasters enfrentam e como a aquisição da SAM no início do ano oferece valor adicional para os clientes da Grass Valley. A companhia reitera seu compromisso de ajudar os clientes na transição para fluxos de trabalho baseados em nuvem e definidos por software com redes flexíveis baseadas em IP. No IBC, o destaque será como as soluções da Grass Valley ajudam os clientes a melhorar a agilidade comercial e aprimorar sua capacidade de contar histórias com imagens de alta qualidade. Uma área especial do stand tem uma demonstração ao vivo de eSports, graças à colaboração da Faceit, uma empresa de produção de eventos de eSports. Com jogadores profissionais em um ambiente competitivo eSports demonstração em larga escala será parte integrante do fluxo de trabalho de equipamentos para produção ao vivo Grass Valley, com as mesmas soluções atualmente em uso em diversas transmissões da Liga eSports. Com uma receita do mercado esperado atingirá 1.650 milhões de dólares em 2020 e recentemente lugar nos Jogos Asiáticos de 2022 em Hangzhou, China, eSports confirmou evoluiu para além do campo de nicho entretenimento e estabeleceu-se mesmo no mainstream. Com o crescimento da receita de publicidade, um público on-line global de mais de 300 milhões de pessoas e a construção de estádios dedicados, os jogadores de hoje competem por prêmios multimilionários. Além disso, o aumento da disponibilidade de plataformas de mídia de transmissão em tempo real de alta largura de banda, eSports está alcançando uma audiência global mais amplo e atrair investimentos de empresas de entretenimento, emissoras e marcas. Os fãs de ESports esperam experiências imersivas em múltiplas plataformas, com acesso a imagens de jogos, o ambiente do jogo no palco, comentários e close-ups e entrevistas com os jogadores. No IBC, a ampla gama de soluções de viver produção Grass Valley irá usar o conteúdo de alta qualidade da área de jogo para demonstrar como você pode aproveitar as soluções broadcast profissional para reforçar a acção e a emoção de uma experiência em um estádio de eSports.

Uma série de produtos também fará sua estreia no IBC: GV STRATUS é uma solução de produção flexível que pode ser

acessada de qualquer lugar em qualquer dispositivo com edição simples em um cliente web. Esta solução captura o conteúdo de uma ampla variedade de fontes, seja SDI, IP ou transmissões online. Ele pode trabalhar com uma ampla variedade de conteúdo, de SD até UHD, e agora oferece suporte de fluxo de trabalho completamente baseado em arquivos quando a banda base não é um requisito. Na versão 6.5, a mais recente, recursos como a gestão de mídia externa e o poderoso motor baseado em regras ajudam a gerenciar e enviar o conteúdo de maneira mais rápida e fácil para uma variedade de plataforma. O novo GV Flex é uma nova abordagem para o playout que oferece aos clientes a liberdade de hospedar serviços na nuvem pública ou nas instalações. A flexibilidade de hospedagem, além da capacidade de implementar canais rapidamente, é possibilitada pela arquitetura nativa baseada em microsserviços do GV Flex. O GV Convergent permite que os usuários gerenciem de forma transparente o roteamento SDI e IP em uma interface familiar. A versão mais recente, versão 1.5, fornece uma visualização simples da largura de banda da rede IP COTS e suporte de SDN e IGMP em paralelo, bem como separação de áudio, reprodução aleatória e conversão entre perfis AES.

Captação e Mixer No IBC podemos ver a cabeça RF LDX 86N, única cabeça de RF 4K sem fio montada no ombro do setor. Ela oferece total liberdade para capturar as imagens que você precisa e fornece uma solução única para transmitir HD, 4K e HiSpeed HD através do mesmo link – transmitindo simultaneamente fases de alta velocidade (até 3x1080p) com um canal de vídeo 3G separado. Com grande variedade de switchers de produção ao vivo, o processamento integrado os torna facilmente adaptáveis a qualquer ambiente ou fluxo de trabalho, incluindo HD, 4K UHD e HDR, bem como SDI e IP com fluxos de sinal de link simples ou de link quádruplo de 12G. Do GV K-Frame X ao versátil e flexível Kahuna e o switcher compacto Kula, a Grass Valley oferece aos clientes uma variedade de formatos e recursos personalizáveis para atender aos requisitos de uma série de cenários de produção ao vivo. PA


A Sony apresenta uma solução ideal para produção ao vivo em 4K / HD, oferecendo operação eficiente e expandindo as aplicações no mercado Broadcast, além da criação de conteúdo para produção. A nova câmera portátil HD HXC-FB80 é equipada com três sensores CMOS ExmorTM Full-HD de 2/3 de polegada para fornecer excelente sensibilidade (F13 @ 50 Hz e F12 @ 59,94 Hz no modo 1080) com uma relação sinal/ruído típica de -60 dB. Esse sensor de imagem permite que a câmera seja configurada com flexibilidade, conforme necessidade, e você pode usar uma ampla gama de formatos de saída. A recém desenvolvida plataforma 3G aprimora as capacidades da HXC-FB80 no processamento de sinais de 1080/50P e 59,94 59,94P, ao mesmo tempo em que mantém baixo consumo de energia. Além disso, em combinação com a unidade de controle de câmera 4K / HD HXCU-FB80, a HXC-FB80 oferece capacidade de expansão útil, incluindo upscale de 4K e Suporte HD-HDR (no padrão HLG - Hybrid Log-Gamma)* para uma solução preparada para o futuro. O software opcional de Controle Remoto HZC-RCP5 (baseado em PC) também está disponível para composição de sistema de aplicação mais simples. * Suportado com a HXC-FB80 e o HXCU-FB80. O suporte HD-HDR requer atualização de firmwar ONDE COMPRAR: REVENDAS AUTORIZADAS SONY BRASIL


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10 Perguntas

10P Guilherme Silva e Matt Silva

Conversamos com o presente e o futuro da CIS Group, integradora que completa 30 anos em 2018 e carrega consigo grande parte da história da radiodifusão no Brasil.

Por Flávio Bonanome

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m uma indústria tão dinâmica quanto a de tecnologia para Broadcast, é comum vermos empresas surgirem e sumirem de acordo com a mudança da maré de tendências e necessidades das emissoras de TV. Das grandes corporações às startups mais ousadas, neste mercado, todos estão sujeitos a se tornar obsoletos à qualquer momento, ou perceber que seu modelo de negócio vai precisar mudar vertiginosamente. É exatamente por isso que quando vemos uma empresa completando três décadas de existência, como é o caso da CIS Group, é preciso tirar o chapéu. Ainda mais em se tratando de uma empresa brasileira de integração de tecnologia, vertical que muitas vezes está sujeita a mudanças de gestão de fabricantes representadas, turbulências econômicas no país e demais transformações tecnológicas de padrões que tanto ocorreram no Brasil. A verdade, é que alcançar seu trigésimo aniversário, a CIS Group não só mostra sua capacidade de renovar, reinventar e atender seus clientes, como torna-se uma espécie de guardiã de boas receitas de sucesso e, por que não, de um bocado da história da Radiodifusão no Brasil. Para resgatar este passado, sorver um pouco da visão de negócios e entender o futuro da empresa, conversamos com Guilherme Silva, CEO da CIS Group e seu filho Matt Silva, que vem paulatinamente assumindo um papel cada vez mais central na gestão e expansão da companhia. Durante a conversa, falamos sobre história, o embate com outras empresas do mercado brasileiro e a passagem de bastão da liderança da companhia.

Panorama Audiovisual: Como começou a história da CIS Group? Guilherme Silva: De certa forma começou com meu primeiro trabalho no mercado broadcast no dia 23 de novembro de 1976 na TV Globo Brasília. Menos de 30 dias depois eu fui pra TV Globo Rio como estagiário na área de manutenção de VT e me apaixonei por vídeo. Foi o aprendizado dentro da Globo que me propiciou posteriormente ir trabalhar na Ampex onde fiquei por vários anos. No inicio de 1987 eu tinha voltado dos Estados Unidos e era responsável pela Ampex no Brasil. Foi minha despedida da área de engenharia e entrada na área de negócios! Logo fui avisado que a empresa iria me transferir em 1988 para Hong Kong com o objetivo de cuidar dos negócios numa região muito extensa e que incluía a China. Veja, ir morar na China em 1988 não era uma aventura que me agradasse muito. Então negociamos, eu me desliguei da empresa em bons termos e montei meu próprio negócio. Meu primeiro cliente foi a própria Ampex, na época na modalidade de consultoria, para o Brasil e parte da América Latina. Este foi o início do que é hoje a CIS Group, que na época se chamava Crosspoint. Tudo começou comigo e com a Márcia Andrade, que estava há mais tempo do que eu na AMPEX, e que aceitou o desafio.

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PAV: Durante estes 30 anos, muito mudou na estrutura do Brasil, com idas e vindas de diferentes planos econômicos e padrões de tecnologia. Como você vê a evolução do tra-


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balho de um integrador de tecnologia como a CIS Group ao longo destas décadas? Guilherme Silva: Sem dúvida houve pontos bastantes cruciais, como o famoso Plano Collor, a forma como eram feitas as transações nesta época e também a questão tecnológica. O Brasil ainda vivia de padrão PAL-M. Embora estas transições tivessem tido impacto na nossa evolução como CIS Group, elas não foram tão grandes quanto poderiam ter sido. Quando eu e a Márcia abrimos a empresa, em 1988, alguns dos meus amigos que ainda continuam no mercado, disseram que eu era louco, que era impossível o que eu queria fazer. Isso porque eu dizia que havia duas coisas que eu jamais iria vender: câmeras e VTs. Então o pessoal pensava que eu era um sonhador, que eu estava fadado ao insucesso. E, na realidade, as coisas não foram bem assim. O simples fato de termos que começar a buscar soluções em função de não vendermos nem câmeras, nem VTs, embora eu viesse da Ampex e da Globo, fez a nossa busca por alternativas de tecnologias de televisão e produção um desafio tão grande que estávamos preparados para todas estas transições antes de elas acontecerem. Claro, a diferença do trabalho de um integrador da época para um integrador hoje é imensa. Primeiro porque hoje o conhecimento necessário para fazer uma integração envolve um espectro muito maior de áreas tecnológicas do que envolvia antes. Segundo porque tem menor peso do hardware mas, em compensação variáveis muito grandes na área de software. Mas a maior diferença é o conhecimento da utilização. Para um integrador ter sucesso, ou ele conhece profundamente o que o cliente dele faz e como faz e vai buscar soluções que de fato atendam a esse cliente, ou não vai conseguir o reconhecimento de um integrador capaz de atender às necessidades, bem diferentes, dos conglomerados de mídia digital dos dias de hoje e simultaneamente atender aos crescentes desafios da criatividade e busca por otimização dos processos de produção. PAV: Há no Brasil uma certa confusão entre o que é um importador e o que é um integrador. Como você vê hoje a CIS Group e porque você acha que existe esta confusão no país? Matt Silva: Para classificar a CIS Group eu diria que estamos muito mais para o lado de integrador. Nosso valor reside nos serviços que oferecemos, no conhecimento que temos, na experiência em mercados internacionais ao longo de 30 anos, sempre agregando valor ao produto básico e oferecendo um dos melhores pré e pós venda em todos os mercados que operamos. Uma revenda ou um representante tradicional tem muito a mentalidade de vender caixas, e nossa tese na CIS Group sempre foi vender a solução completa. Em termos do mercado brasileiro existe esta área meio cinza sim porque há um certo desconhecimento das operações de cada empresa, o que considero bem natural, já que cada empresa tem seu método de operar, o qual é seu segredo de mercado. Acredito que existe esta confusão porque existem vários players neste mercado no Brasil e, apesar da grande maioria deles terem a mentalidade de representante comercial, existem alguns com perfil mais de importadores, e finalmente algumas empresas que se consolidaram como os grandes SIs (Systems Integrators) do mercado brasileiro.

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PAV: Vocês acham que no Brasil há muito ‘vendedor de caixa’ que se diz integrador como uma forma de enobrecer seu trabalho? Matt Silva: Acho que sim. Isso é muito uma questão de branding para ser sincero – ajuda a valorizar a imagem de uma empresa quando você vende este conceito de ter um conhecimento da solu-

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Guilherme Silva em frente a uma AMPEX ACR 25, em 1978

ção inteira. Mas na realidade, quando você para e analisa, tem muito vendedor de caixa mesmo. Infelizmente, o cliente às vezes acaba pagando um preço alto por se deixar levar por essa imagem falsa. Guilherme Silva: Este ponto que você levantou talvez seja um dos pontos mais negativos do mercado brasileiro, que é o fato de haver duas definições de integrador. Primeiro o vendedor de caixa que se diz integrador, que na realidade o processo de integração dele é pegar a caixa num estoque e mandar para o Brasil. O outro tipo de integrador é o que vai muito mais além; ajudando na concepção do projeto, na escolha da tecnologia mais adequada, fazendo a importação sim, mas sempre criando soluções que, mais do que mera junção de tecnologias, atendam de forma eficaz ao “negócio” do cliente. Um exemplo, voltando ao tempo em que surgiram os NLEs: muitas empresas achavam (ou eram motivadas a achar) que instalar um servidor com hard drives e algumas workstations conectadas em rede era o suficiente para criar um sistema de edição colaborativo... e sabemos que não é isso. A integração de um sistema passa por ter o conhecimento profundo da tecnologia, da demanda, das variáveis em jogo e entender que essa tecnologia está permanentemente sendo atualizada. Matt Silva: Vira uma questão de como você monetiza seu negócio. Há várias soluções no mercado que merecem questionamentos semelhantes. Há que definir se a preferência na hora é trabalhar com uma empresa que vai endereçar um problema hoje via uma caixa, ou uma empresa que tem uma base de conhecimento que pode oferecer uma solução inteira, e que no final das contas tem um paralelo com o seu negócio pois, ele é monetizado quase da mesma forma que a venda de uma solução: a médio/longo prazo.


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PAV: Vivemos um grande boom econômico no país entre 2007 e 2013 onde vimos muitas empresas novas vindo para o mercado brasileiro. Com a crise que começou em 2016, muitas destas empresas desapareceram do mercado. Vocês acreditam que isso é um movimento natural, ou houve um oportunismo comercial? Guilherme Silva: De fato o ano de 2011 foi excelente por conta do começo das negociações para a Copa no Brasil. Acontece que em 2010 eu estava na África do Sul e pude voltar lá no pós-copa para ver como estava o mercado, e sabia que este tipo de “depressão

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Um dos pontos mais negativos do mercado brasileiro, que é o fato de haver duas definições de integrador. Primeiro o vendedor de caixa que se diz integrador. O outro tipo de integrador é o que ajuda na concepção do projeto, na escolha da tecnologia mais adequada que atendam de forma eficaz ao “negócio” do cliente

pós-euforia” poderia acontecer no Brasil também. Em nosso mercado surgiu a questão das empresas aventureiras, que são essas que desapareceram depois da crise. Obviamente, as emissoras e produtoras são inteligentes o suficiente para não investirem só porque um quase desconhecido chega aqui e diz que tem a solução para todos seus problemas por metade do preço ; tanto o cliente, como nós integradores sabemos que isso não representa a realidade dos fatos. No Brasil temos clientes que viveram muito a experiência de lidar com o PAL-M. Era um padrão que só existia no Brasil, só tinha meia dúzia de fabricantes, o que era propício à manipulação de preços dos equipamentos porque não havia demanda suficiente. Os clientes que viveram isso sabem o quanto a continuidade e a permanência das empresas em momento de crise é relevante, mas também são negociadores o suficiente para virar para as empresas tradicionais e usarem o momento de euforia para barganhar preços, aproveitando a presença desses “milagreiros e aventureiros” em território nacional. A CIS Group sempre lidou com essas crises entrando em compasso de espera. Não existe missão suicida de baixar preços sem análise dos impactos a longo prazo porque sabíamos que logo após a crise, vários concorrentes do tipo oportunista sairiam do mercado – os famosos integradores de caixas e vendedores de milagres tecnológicos – e a gente poderia voltar a trabalhar da forma que sempre trabalhou, com uma infraestrutura que permanece intacta, crise após crise do Brasil, há 30 anos. Considero um processo normal os grandes fabricantes apostarem em mercados que estão compradores. O que não é normal, e o que ainda continua não sendo normal, e acho que todo mundo aprendeu, é este processo irresponsável de quem veio, vendeu qualquer coisa, e sumiu. Matt Silva: Eu acho que o Brasil é um mercado super interessante


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porque é um dos lugares onde nossa indústria mais valoriza a lealdade. Se você está aqui há 30 anos operando, focado no cliente, dando a solução, o mercado valoriza seu “commitment” e te premia no final das contas. Durante estes últimos anos, eu acredito que o Brasil virou uma espécie de “selo de aprovação”, para empresas poderem dizer que venderam na maior economia da América Latina e que atenderam alguns dos clientes mais complexos do mundo. E alguns fabricantes entraram no mercado, fizeram sucesso, conquistaram este selo, e depois, quando acabou o dinheiro, foram embora. E isso, no futuro, como o Brasil é um mercado que valoriza lealdade, não será esquecido pelas empresas que há decadas produzem conteúdo reconhecido mundialmente pela criatividade e qualidade. PAV: Vimos a CIS Group começar uma expansão internacional há algum tempo em uma espécie de movimento às avessas do padrão, saindo do Brasil para os Estados Unidos, quando é mais normal vermos empresas americanas tentar a sorte aqui. Como anda este processo de expansão? Guilherme Silva: Na realidade o que nos levou para fora do Brasil inicialmente foi esta montanha russa que é a economia brasileira, enquanto a economia americana é quase independente do governo: não interessa se é Obama ou Trump, a máquina gira. A economia brasileira depende muito de legislação e de incentivos econômicos. Fazer planejamento de longo prazo no Brasil é quase que bruxaria, algo como usar uma bola de cristal. Quando me chega gente dizendo que o dólar vai estar em algum patamar no final do ano, eu fico querendo saber no que o cara se baseou pra dizer isso, qual o fundo científico dessa afirmação, qual a teoria. Então o que nós fomos buscar foi a “dessincronizarão das senoides” dos altos e baixos das economias. A ideia foi criar um modelo de negócios em que estas ondas senoidais fiquem defasadas entre 90 e 180 graus. Ou seja, quando o Brasil cai, começa a subir lá fora, mantendo a solidez da empresa para poder continuar dando suporte e compartilhando os problemas e soluções de nossos clientes. Se não tivermos fabricantes sólidos por trás, alguns carros-chefe, solidez financeira da empresa, não adianta. Então o motivo de ir para fora foi buscar isso e acredito que conseguimos. Matt Silva: É a famosa diversificação. Realmente é um processo ao contrário, operar com foco no Brasil e daí expandir para os EUA. Eu venho do mundo financeiro onde estudamos o conceito de Alpha, que é o retorno em excesso do esperado. Para se gerar Alpha, primeiro você precisa estar certo, o que já é difícil. Em segundo, você precisa tomar uma posição que seja oposta ao que o mercado acha que está correto. Então você precisa estar certo e o mercado precisa estar errado. A gente pensa muito assim na CIS Group em termos estratégicos, quando todo mundo espera a gente operar da forma X, a gente pensa em operar da forma Y. Sempre tem que ter a oportunidade de fazer algo diferente. Claro que seguimos um padrão de não vender em nenhum lugar onde não possamos apoiar a infraestrutura com pós-venda. Então,

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É a famosa diversificação. Realmente é um processo ao contrário, operar com foco no Brasil e daí expandir para os EUA

naturalmente, precisa ser uma expansão gradual. Para nós até que foi bastante natural porque nossa sede é na Flórida desde 1997. Então começamos por lá, atuando com alguns clientes com quem já tínhamos uma relação boa, e expandimos para cobrir a costa Leste. Focamos bastante na Flórida, Georgia e Nova Iorque. Em Nova Iorque temos uma equipe de pré-vendas, na Flórida temos equipe de engenharia, pré-vendas, vendas e pós-vendas. Mesmo sendo uma expansão gradual, tem sido realizada até mais rápido do que esperávamos. Neste modelo de expansão, hoje conseguimos estar em qualquer região que atendemos para prestar um serviço em menos de 24h. É um mercado difícil de entrar, particularmente em Nova Iorque onde há muitos players. E é um mercado que existe uma estratégia totalmente diferente do Brasil, pois é extremamente fragmentado. Sendo assim, você tem vários “touch points” para cada projeto. Na produção de uma série televisiva no Brasil, há uma grande empresa que faz tudo. Nos Estados Unidos você vai acabar lidando com até seis empresas diferentes. Além da estratégia diferente, isso também representa uma oportunidade de consolidação enorme nesse mercado nos EUA. Guilherme Silva: O interessante é que a CIS Group tem tido sucesso nos EUA em um segmento que é tradicionalmente proibido para os integradores, que são as grandes emissoras que são clientes normalmente atendidos diretamente pelo fabricante. Quando chegamos aos EUA em 1997 integrando para a América Latina, eu tinha receio de ir em algumas reuniões com os fabricantes e clientes americanos. Eventualmente comecei a ir e passei a sentir que cada vez que íamos juntos, as coisas mudavam, as perguntas não estavam mais sendo direcionadas aos fabricantes, mas sim para nós porque a gente sempre teve uma base de conhecimento técnico e entende profundamente a necessidade do cliente. Nessas horas entendemos melhor o quanto o Brasil é uma escola única



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onde uma estação de televisão é uma enorme produtora com uma antena e um transmissor. Se uma empresa não tem condição de atender uma emissora americana, muito menos vai conseguir atender uma Globo ou um SBT. Agora, se uma empresa tem condições de lidar com projetos de atender demandas de uma TV Globo, te garanto, que se quiser e tiver vontade, vai atender TVB em Hong Kong, NHK, NBC, etc. – emissoras de qualquer lugar do mundo, porque o nível técnico e de produção do Brasil é muito alto. PAV: Hoje quanto esta expansão para os Estados Unidos representa em volume de negócios para a CIS Group? Matt Silva: O foco da CIS Group nos EUA começou realmente há 15 meses. Antes disso a proporção de negócios era 90% América Latina, 10% EUA. Hoje, 15 meses depois, já está numa situação de 65% América latina e 35% EUA. Ou seja, um crescimento significativo e isto só na Costa Leste. Guilherme Silva: Importante dizer é que não se trata de um crescimento relativo porque os negócios no Brasil possam ter caído. O volume de negócios na América Latina nestes exatos 15 meses cresceu muito. Posso te afirmar que 2018 será um dos grandes anos da CIS Group na América Latina. Então, na realidade, esses 35% representam um crescimento em cima do crescimento da região LATAM. Se tivéssemos ficado limitados ao mercado Brasileiro numa época de crise, o percentual seria provavelmente de 65% nos EUA e 35% no Brasil.

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PAV: Temos visto dois movimentos bastante intensos no mercado broadcast mundial que é a transformação dos workflows para sistemas baseados em software e ao mesmo tempo uma consolidação de mercado, com fabricantes tradicionais comprando uns aos outros. Como fica o integrador neste ambiente com menos hardware para vender e menos opções de oferta de sistemas? Guilherme Silva: Do ponto de vista de mercado é importante que vejamos a consolidação como um resultado da verdadeira causa, a transformação digital implicando numa total mudança nos modelos de negócios e do processo de monetização das estações de televisão. Isso fez com que fabricantes convencionais e grandes marcas fossem sumindo ao longo dos últimos anos. Se você retroagir 10 anos, ficará assustado pela quantidade de grandes empresas que saíram do mercado. A crise começou a gerar esta consolidação que vivemos atualmente e a verdade é que muitas empresas estão em situação de risco, “vendendo o almoço para comprar o jantar”. Os orçamentos passaram a ser decididos de cima pra baixo. Mas uma coisa que é preciso ter em mente é que dinheiro não desaparece, dinheiro muda de mãos. A questão do software traz uma grande flexibilidade, mas trouxe um sério problema para os usuários e os fabricantes. Para o usuário, trouxe o problema da economia de escala porque no passado ele comprava um VT e o ciclo de vida dele era cinco anos ou mais, e agora você compra um computador e o ciclo de vida é de um ano. Se você não administrar custo de propriedade, suporte e upgrade, você vai no mesmo período de tempo gastar mais do que o custo de “sistemas fechados”. Do lado do integrador complicou porque o fabricante desenvolve o software mas precisa certificar o hardware para rodar. Nenhum fabricante do mundo vai ter a responsabilidade de certificar 200 sistemas diferentes. Certificar uma plataforma são meses de trabalho – você está assumindo a responsabilidade dela, porque você não sabe como ela vai crescer, como vai mudar. Com o conhecimento da tecnologia, você tem como absorver parte da certificação e até criar suas próprias certificações, onde você coloca o software de vários fabricantes e pode garantir o processo

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com plataformas diferentes. Claro que a CIS Group não vai certificar plataformas genéricas. Ao contrário, vamos procurar fabricantes com presença no Brasil, como HP e Dell. Então é um modelo de negócios que, se for explorado de forma eficiente, continua gerando margens suficientes para assegurar a estabilidade mínima necessária ao integrador, possibilitando o mesmo nível e qualidade de pós-venda. Por último, isso abriu uma necessidade para os integradores, principalmente no mercado brasileiro em termos de mão de obra. Veja, o mercado atual não comporta que a CIS Group tenha diversos especialistas de tecnologia trabalhando em tempo integral para atender projetos eventuais. Com esta consolidação, há grandes profissionais que tiveram que sair das empresas e tornaram-se consultores, possibilitando acesso a esses profissionais por períodos específicos para atender determinados projetos, o que traz um aspecto muito positivo. Matt Silva: Com esta mudança de paradigma, o que mudou é a forma que o conteúdo é consumido, a transformação da indústria está na outra ponta. Avanços tecnológicos na forma de distribuição de conteúdo motivaram essa mudança através da disponibilização de flexibilidade ao consumidor desse conteúdo. Mais especificamente, distribuidores de conteúdo hoje oferecem a oportunidade para todos nós assistirmos o que quisermos, quando quisermos, e em qualquer tela que quisermos. Com esses avanços, produtores de conteúdo precisam levar em conta ainda mais variáveis – fluxos de trabalho mais eficientes, formatos diferentes, etc. Daí surge a oportunidade para o integrador – tendo o conhecimento e a parceria do fabricante para entender seu roadmap, você consegue ampliar seu expertise e continuar aumentando o valor agregado para o cliente. No lado do fabricante, esta consolidação só está começando, porque todo fabricante quer atingir economia de escala.

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PAV: Vocês acham que existe um problema de falta de mão de obra qualificada para broadcast no Brasil? E como é esta relação nos Estados Unidos?


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Guilherme Silva: Eu entenderia sua afirmação não só para o mercado broadcast, mas para o mercado de mídia. O tempo de formação de mão de obra qualificada, na metodologia que existe hoje nas poucas faculdades de Rádio e Televisão, ou nas empresas que têm condições de formar gente lá dentro, infelizmente é muito maior do que a mudança da tecnologia. Então estamos sempre correndo atrás do prejuízo. As forças individuais, como algumas empresas e a SET, são absolutamente insuficientes para resolver o problema. O país do mundo que mais produziu engenheiros de broadcast e que também está em declínio é o Reino Unido. A BBC criou um legado de tecnologia que se refletiu de forma positiva. A gente não tem isso no Brasil. Houve tentativas de criar a BBC brasileira e o resultado não foi dos melhores, então, sou obrigado a concordar com a afirmação; há um problema de mão de obra qualificada que nada tem a ver com a competência dos profissionais. Quando você transporta isso para os Estados Unidos, eu costumo dizer que os EUA não é um país muito inteligente, mas sim um país muito produtivo. Mas há esta infraestrutura, existem grandes escolas, incentivos para as empresas investirem na educação de seus funcionários. Como integradores aqui no Brasil, não temos incentivo nenhum para abrir estágios para formação, por exemplo. Qual o incentivo para contratar alguém numa faculdade e levá-lo para os EUA para treinamento? Matt Silva: É um problema muito estrutural do Brasil. Não é com respeito à competência, é da mentalidade. Nos EUA, além dos incentivos para as empresas implementarem um programa de educação continuada, existe também o conceito de produtividade e eficiência; que é preciso fazer mais com menos. Lá você vê uma equipe de engenharia de 25 pessoas responsável por uma estação de TV imensa e usando processos definidos e de forma significativamente mais ágil. O fato é que no mercado americano você tem qualificações mais especializadas. PAV: Agora uma pergunta pessoal Guilherme. Me parece que você vem preparando sua sucessão na liderança da CIS Group. Existe um plano de pendurar as chuteiras? Guilherme Silva: Não é segredo nenhum que a passagem de bastão da CIS Group já começou. O Matt toca a empresa nos EUA sozinho, eu sei talvez o nome de dois ou três clientes que fazem parte do portfolio da CIS nos EUA. No Brasil, eu ainda continuo bastante envolvido e pretendo continuar por muito tempo, mas apenas sob o ponto de vista estratégico. Então no que se refere à CIS Group, até o final de 2019, eu passo oficialmente o bastão também no Brasil. Isso não quer dizer que eu vá sair da empresa. Para os que

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Eu não tenho nenhuma vergonha de dizer que já chorei várias vezes olhando uma tela de televisão por saber o que está acontecendo por trás e como a CIS Group participou daquilo. Eu não posso parar pois, se eu fizer isso eu morro no dia seguinte, não tenho a menor dúvida disso

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pensam em comemorar isso, eu posso afirmar que não há a menor chance. É uma nova fase da CIS Group apenas. Para fechar o ciclo e enfrentar problemas internos e externos, atuais e futuros, há que fazer um “update” no modelo de negócio e preparar a empresa para novos desafios. Muitas mudanças de mercado, tecnologia, consumo, legislação e monetização ocorreram ao longo dos 30 anos da CIS. Apesar de sermos uma empresa empreendedora, em alguns casos a gente não teve estas atualizações e ainda continuamos no modelo anterior. Então antes do final de 2019 eu entrego meu cargo de CEO, mas eu continuo na CIS Group com um cargo mais estratégico e talvez com tempo para fazer minhas degustações de whisky japonês. Todos sabem que eu viajo excessivamente; é um absurdo a quantidade de horas de vôo que eu faço a cada mês. Acredito que é uma oportunidade única que eu tenho de conversar com clientes não só no Brasil e nos EUA, mas ao redor do mundo e entender as mudanças no modelo de negócios deles e trazer estas mudanças para a CIS. E com toda a sinceridade, eu me considero um cara privilegiado pois, há 42 anos eu faço o que eu amo. Meu primeiro emprego de verdade foi em televisão. Sempre fiquei ligado a isso. Quando me perguntam quando vou parar, eu respondo que será quando esta indústria não me emocionar mais. É uma paixão, provavelmente do mesmo calibre daqueles malucos que ficam acampados três dias em frente a uma Apple store porque querem ser os primeiros a comprar o novo modelo de iPhone. Eu não tenho nenhuma vergonha de dizer que já chorei várias vezes olhando uma tela de televisão por saber o que está acontecendo por trás e como a CIS Group participou daquilo. Eu não posso parar pois, se eu fizer isso eu morro no dia seguinte, não tenho a menor dúvida disso. Então estou sim pendurando as chuteiras de CEO, mas não pendurando as chuteiras da CIS. Não foi uma coisa planejada. A ideia começou há 3 anos, na primeira conversa que partiu do Matt ao vir falar comigo, o que me surpreendeu, quando se interessou em sair de uma mega empresa como é o Credit Suisse para vir se colocar em um mercado ultra-complexo. PAV: Agora para você Matt, o que esperar do futuro da CIS Group no Brasil, nos EUA e talvez em demais territórios? Matt Silva: Você tem visto a expansão no mercado brasileiro com esta equipe nova de vendas e pré-vendas que trouxemos para o nosso time há poucos meses. Ainda vemos espaço para continuar expandindo no mercado Brasileiro, em particular na área de pós-vendas. Fora isso, no Brasil, a gente vê o país como um mercado maduro. Nos EUA é uma expansão nascente, que ainda vai demorar um pouco pois lá não temos a mesma imagem que temos no Brasil e a mesma penetração. Lá devemos ter uma expansão técnica, porque todas as integrações para ambos os territórios têm saído de lá. Mas claro, sempre teremos foco no Brasil porque aqui é nossa casa, é onde o coração está. E nos EUA é outra perna de crescimento que estamos realmente focados nisso também, mas de novo, a prioridade continua sendo Brasil, como o crescimento da nossa infraestrutura mostra. Para outros territórios além dos EUA não temos planos agora, talvez seja algo para se considerar em alguns anos. Guilherme Silva: Eu estou com 61 anos de idade, e posso dizer que pelo menos enquanto eu estiver vivo, não há como a CIS abandonar o mercado brasileiro. Uma coisa que falta no mundo dos negócios hoje é as empresas terem a gratidão aos mercados que as fizeram. Eu sou um cara grato. Sei que sou uma pessoa polêmica, que tem gente que prefere me evitar, mas eu posso dizer que não me falta gratidão ao mercado Brasileiro. Eu não nasci no Brasil, e mesmo assim este país me recebeu de braços abertos, me deu oportunidade, e no mínimo eu tenho a obrigação de dar alguma coisa de volta. PA


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Agenda Acompanhe aqui o roteiro com as melhores sugestões de congressos, festivais, exposições, mostras, cursos, treinamentos e eventos do mercado audiovisual.

24 a 26 de Outubro CAPER

A CAPER SHOW é um evento reconhecido internacionalmente e convoca, a cada ano, mais de 6 mil diretores, profissionais, técnicos, docentes estudantes relacionados com a indústria audiovisual da Argentina e América Latina. Durante o evento se realizam apresentações técnicas, acadêmicas e os que participam como palestrantes são referência na indústria audiovisual. Local: Buenos Aires -AR www.caper.org.ar

06 a 11 de Abril

O Congresso Church Tech Expo 2018 teve 100 de programação e recebeu 80 palestrantes em 65 sessão. Os temas centrais são: Integrando Áudio, Vídeo e Luz; Acústica e Inteligibilidade; Sistemas de PA e Sonorização; Produção de Apresentações Musicais; Mixagem e gravação; Seleção e configuração de microfones; Produção HD Ao Vivo; Implantação e Vantagens do Live Stream; Integração com Switcher e Robótica; Projeção e Processamento de Vídeo; Integração com Mídias Sociais; Infraestruturas baseadas em IP; Digital Signage Aplicada; Projetos de sucesso; Automação de Processos e Eventos; Desafios da Iluminação. www.churchtechexpo.com.br

NAB SHOW 2019

Feira e congresso promovidos pela Associação Norte Americana de Radiodifusores em Las Vegas. O NAB SHOW é considerado o maior evento do setor e é reconhecido pela capacidade de reunir os principais fabricantes e apontar as tendências dos setores audiovisual e broadcast. www.nabshow.com

04 de Dezembro de 2018 Panorama Experience

27 a 29 de Junho de 2019 Church Tech Expo A Church Tech Expo reúne o melhor das tecnologias de áudio e vídeo para templos, igrejas, locais de pregação e adoração. Exposição, palestras técnicas e workshops cobrem os segmentos de sonorização, mixagem, captação em vídeo, projeção, gravação, edição e transmissão. Em 2018, o evento reuniu 90 expositores, representando mais de 200 companhias, e mais de 7 mil visitantes. Participe e conheça o que há de mais inovador no setor. Aprenda com exemplos práticos como ampliar e otimizar as suas instalações ao lado dos principais fornecedores, integradores, consultores do mercado nacional e mundial. Entenda como e onde investir para ampliar o alcance de sua mensagem. O evento é destinado a líderes e representantes de religiões, membros de ministérios, equipes técnicas e de projeto, operadores de áudio e vídeo, e todos os envolvidos com áudio, vídeo e iluminação em templos e igrejas.

Como parte da missão da Panorama Audiovisual de difundir o conhecimento sobre tecnologia para produção e distribuição de mídia, realizaremos no dia 04 de Dezembro, no Novotel Center Norte em São Paulo, a primeira edição do Panorama Experience. Um dia todo focado no aprendizado, troca de experiências e hands on de equipamentos para profissionais das áreas de cinema, publicidade, engenharia de emissoras, locadoras, operadores de OTT e muito mais. Cada uma das salas trará um workshop focado nas necessidades específicas dos segmentos, levantando os conhecimentos práticos e teóricos para aprimorar o trabalho neste momento de transformação de paradigmas. Além disso, os presentes poderão participar de um debate com renomados profissionais do setor e experimentar em primeira mão as tecnologias dos principais fabricantes do mercado. Confira a programação prévia:


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