Panorama Audiovisual Ed. 43 - Setembro de 2014

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43 ISSN 2236-0336

Ano 4 - Edição 43 - Setembro/2014

700 MHz

Leilão acirra disputa entre TV aberta e banda larga móvel

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Editorial

É tudo uma questão de espectro? Em continuidade ao Editorial da última edição, seguiremos com a discussão sobre a disputa por espaço no espectro de radiofrequências disponíveis para a radiodifusão (televisão aberta e gratuita) e telecomunicações, especificamente nos pontos onde há conflito de interesse entre as emissoras e as operadoras de banda larga sem fio. A explosão no consumo de mídia online tem exigido a ampliação contínua de banda para dar vazão a tanto conteúdo, enquanto as faixas de frequências originalmente designadas às empresas de telefonia – também provedoras da banda larga sem fio - estão saturadas. Na busca por outras faixas disponíveis, surgiu a hipótese de utilizar parte de um espaço reservado há décadas à radiodifusão: A banda de 700 MHz, que utilizada por todos os canais de TV digitais e alguns analógicos. Isso é possível porque a digitalização das transmissões de televisão gera o chamado dividendo digital, resultado do uso mais eficiente do espectro e da realocação de canais. Desta forma, após o período de transição, onde canais analógicos e digitais coexistem nas bandas VHF e UHF, há uma reacomodação para distribuir os canais digitais. Sobra então uma “gordura” de espectro que pode ser usada para outras finalidades. Na Comunidade Europeia, Estados Unidos e em alguns países da Ásia e América Latina, se discute há alguns anos a distribuição dos canais que estão na parte mais alta da banda UHF, mas não há consenso. O Brasil já tomou a sua decisão e vai leiloar ainda este ano os canais de 51 a 69 UHF (Subfaixa de Radiofrequências de 708 MHz a 748 MHz e de 763 MHz a 803 MHz), para que as empresas de telecomunicação prestem os serviços de internet de quarta geração e LTE (veja os detalhes em reportagem nesta edição). Tão logo foi anunciada a intenção de realizar o leilão, começou uma autêntica guerra fria entre emissoras e empresas de telecomunicações, com o Governo Federal se fazendo de morto. A questão é mais simples de entender pelo lado do governo. Além de atender uma população ávida por conexões de internet sem fio mais estáveis e velozes, ele pode arrecadar mais de R$ 12 bilhões com o leilão, garantindo o superávit primário brasileiro deste ano. Já as telecoms precisarão disputar um leilão de blocos de 10 MHz criados pelo Ministério das Comunicações e também arcar com os gastos para deslocar algumas emissoras de TV para canais abaixo da faixa em licitação. Além disso, precisarão anular qualquer interferência do 4G/LTE na sintonia dos canais de TV. A radiodifusão, por sua vez, é a parte mais incomodada, pois terá o status quo alterado ao perder espaço na faixa de espectro para outro serviço. Algumas iniciativas foram lançadas por entidades patronais e de engenharia para demonstrar os riscos de interferência, por exemplo, e demover o governo desta iniciativa. Elas, entretanto, não foram acolhidas. O ponto de atrito mais óbvio é o fortalecimento das empresas telecomunicações e das OTTs (empresas como o Netflix, que utilizam infraestruturas de terceiros), todas concorrentes das TVs na distribuição de mídia e agora com mais espaço para ampliar os seus negócios. Suas vantagens competitivas como não-linearidade de programação e variedade de portfólio só devem se acentuar neste cenário. É cedo para prever o andamento desta transição, mas já está clara a relação de importância que estes dois segmentos das comunicações têm para os cidadão/consumidores e o governo. Para os próximos dez anos, podemos esperar novas investidas por mais faixas de frequência para banda larga móvel e um estrangulamento da radiodifusão, do qual só se salvarão emissoras capazes de produzir um bom volume de evento ao vivo, com alta qualidade e criatividade.

Ano 4 • N° 43 • Setembro de 2014 Diretoria Presidência e CEO

Victor Hugo Piiroja victor.piiroja@vpgroup.com.br Redação Editor e Jornalista Responsável

Fernando Gaio (MTb: 32.960) fernando.gaio@vpgroup.com.br Editor Assistente

Fávio Bonanome flávio.bonanome@vpgroup.com.br Repórter

Carolina Spillari carolina.spillari@vpgroup.com.br Editor Internacional

Antonio Castillo acastillo@panoramaaudiovisual.com Colaboradores

Eduardo Boni, Mauro Justto e Keila Marques Financeiro Rodrigo Oliveira rodrigo.oliveira@vpgroup.com.br Assistente Administrativo

Ironete Soares ironete.soares@vpgroup.com.br Marketing Gerente

Tomás Oliveira e. tomas.oliveira@vpgroup.com.br Analista

Thiago Guedes e. thiago.guedes@vpgroup.com.br Assistente

Michelle Visval e. michelle.visval@vpgroup.com.br Arte Cristina Yumi cristina.yumi@vpgroup.com.br Flávio Bissolotti flavio.bissolotti@vpgroup.com.br João Corityac joao.corityac@vpgroup.com.br Web Design Robson Moulin robson.moulin@vpgroup.com.br Sistemas Fernanda Perdigão fernanda.perdigao@vpgroup.com.br Wander Martins wander.martins@vpgroup.com.br Comercial Diretor Comercial

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Alexandre Oliveira alexandre.oliveira@vpgroup.com.br Kleber Marques kleber.marques@vpgroup.com.br Panorama Audiovisual Online www.panoramaaudiovisual.com.br Tiragem: 16.000 exemplares Impressão: duograf

Fernando Gaio (MTb: 32.960) Editor

Al. Madeira, 53, cj 92 - 9º andar - Alphaville Industrial 06454-010 - Barueri – SP – Brasil +55 11 4197-7500 www.vpgroup.com.br PanoramaAV

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Sumário

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De olho no smartphone

Enquanto o mundo discute a real necessidade das operadoras de telefonia por mais banda, Ministério das Comunicações e Anatel aprovam transferência da faixa dos 700 MHz para asTeles e inauguram novo debate sobre os valores de mitigação.

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Congresso Panorama Audiovisual: Produtores buscam fãs

Fidelidade do público é uma dos ingredientes da receita de sucesso de séries brasileiras exibidas em diversos formatos, e principalmente pela web.

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Congresso Panorama Audiovisual: Edição e Pós-Produção

Especialistas em pós-produção comentam o impacto da aquisição do DaVinci Resolve no mercado.

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Congresso Panorama Audiovisual: Infraestrutura e operação das salas de cinema digital Neste encontro, os palestrantes debateram sobre as diversas soluções para este ambiente, que a cada dia, fica mais distante de um simples espaço para a exibição de filmes.

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Congresso Panorama Audiovisual: Uma Copa do Mundo em HD e 4K

O painel “Copa do Mundo 2014: Infraestrutura e Análise dos Resultados”, reuniu os representantes de duas marcas extremamente importantes para a realização do evento: Sony e EVS.

Congresso Panorama Audiovisual: O preço das novas tecnologias

A palestra que debateu os formatos HD, 3D e 4K reuniu especialistas como Valdecir Becker, diretor do Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital, o cineasta Alexandre Ache e o diretor técnico Luiz Gonzaga de Luca.


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Notícias

Eutelsat anuncia novo satélite para 2016 O novo satélite Eutelsat E65 deve ser lançado no primeiro trimestre de 2016 e estará totalmente funcional no trimestre seguinte.

O diretor de desenvolvimento de negócios para as Américas da Eutelsat Ricardo Pellicciari

V

isando atender a crescente demanda das operadoras de TV por assinatura, além das demais utilizações da banda Satelital, a Eutelsat anunciou o lançamento de um novo satélite para o começo de 2016. Batizado de Eutelsat E65, ou “Botafogo” para quem prefere um nome mais informal, o satélite vai operar nas bandas C, Ka e Ku. “Este novo satélite ocupará a posição orbital 65 Oeste, que foi adquirida pela Eutelsat no segundo leilão da Anatel, e terá uma cobertura muito ampla, atingido toda a América Latina, a parte Sul da Costa Leste Americana e também oferecerá cobertura simultânea com a Europa, o que vai permitir um uso muito interessante em conectividade”, conta Ricardo Pellicciari diretor de desenvolvimento de negócios para as Américas da operadora. De acordo com o executivo, esta é uma aposta da Eutelsat nos mercados que estão crescendo mais rápido na região. O satélite “Botafogo”, que ainda está em fabricação pela americana Space Systems/loral, será lançado no primeiro trimestre de 2013 e terá três missões. Em sua cobertura de Banda-C o equipamento vai realizar o serviço de Antenna Seeding para as operadoras de TV por assinatura. “Este serviço baseia-se em instalar antenas nas

sedes das empresas de Pay-TV para que elas possam criar redes de distribuição de vídeo internas”, conta Pellicciari. Já a Banda Ku, que foi projetada para ter muita potência concentrada sobre o Brasil, a ideia é a tender o mercado de recepção em DTH. “Acreditamos que haverá uma demanda cada vez mais crescente pelos serviços de TV por assinatura, e a plataforma de DTH é a que mais cresceu até agora, e deve continuar crescendo”, conta o executivo. Por fim, a Banda Ka já foi toda comercializada para a operadora americana Hughes Networks Systems, que vai usar o serviço para fornecer internet banda larga fixa via satélite para os consumidores brasileiros à partir de 2016. Apesar do Eutelsat E65 estar com suas missões bem definidas, Pellicciari não fecha as portas aos radiodifusores. “Estamos abertos para serviços como sinal de contribuição, enlace ponto-a-ponto e outros serviços, e achamos que haverá sim demanda para isso”. O Eutelsat E65 possuirá 32 trasnponderes para a Banda Ku, 15 para a Banda C e até 24 Spots de banda Ka. O equipamento deve ser lançado no primeiro trimestre de 2016 e deve estar disponível para operação comercial à partir do segundo trimestre do mesmo ano. PA



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Reportagem

Novas tecnologias na expansão

do

Com a etapa de produção de conteúdo local em HD, iniciada no dia 25 de Agosto, as regionais de Porto Alegre, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Brasília e Belém contam com switchers e câmeras robóticas Sony, Equipamento de Grafismo da Imagine Communications e Consolesd e áudio da Roland. por Flávio Bonanome

Sady Ros, gerente técnico do SBT regional Porto Alegre junto ao MVS-3000, sua escolha para o projeto que levou a produção HD para cinco praças da emissora

Q

uando as emissoras regionais do SBT abandonaram o fluxo de trabalho em fita, em 2010, a diretoria de engenharia começou um projeto de transição completa para a produção e transmissão em alta definição. Pensado em longo prazo, a iniciativa atingiu um marco importante, no último dia 25 de Agosto, ao iniciar trabalhos de produção e transmissão de conteúdo local em HD. A ideia por trás do trabalho de migração partiu do gerente técnico do SBT Porto Alegre Sady Ros que recebeu a missão de pensar as necessidades da emissora para produção HD. “Quando abandonamos a fita, nós adquirimos equipamentos para reportagens externas e ilhas de edição capazes de lidar com a alta definição, mas ficamos operando com esta estrutura em SD. Ainda precisaríamos de mais um tempo para investir na capacidade de produção local”, explica o engenheiro. Com isso em mente, em 2012 Ros recebeu carta branca para começar a

bolar um projeto que pudesse levar a produção de conteúdo local para o novo padrão de tecnologia. “Passei então a estudar as necessidades da emissora, e criei uma série de requisitos obrigatórios sem ter nenhum produto em mente. Somente quando eu tinha a lista do que seria o satisfatório para o SBT é que fui buscar o que é que as fabricantes tinham que respondiam às nossas demandas”, explica Ros. Pensando primariamente no Switcher de produção, a equipe do SBT listou as seguintes funcionalidades obrigatórias: Mínimo de 16 entradas; Porta HDMI/DVI para monitoração TP no multiviewer; 2 M/E; mínimo de 3 saídas auxiliares; saída clean; presença de frame synchronizer nas entradas; Up converter (mínimo de 7 entradas); Multiviewer integrado; capacidade de efeitos 3D; Redundância de monitoração PVW e PGM; Possibilidade de usar monitores LCD para Multiviewer. “Com estas prioridades em mente, pesquisei diversos produtos e cheguei até os MVS-3000 da Sony”, explica Ros.


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Reportagem

Tão importante quanto a etapa de escolha dos produtos, o treinamento exigiu muito dos profissionais da emissora e dos fabricantes. “Tivemos que repensar desde a captação, que passa do 4:3 para 16:9 até a construção de cenários e maquiagem dos apresentadores, que são afetadas pela capacidade de mostrar detalhes do HD”, explica Sady Ros

Além da regional de Porto Alegre, as MVS-3000 agora estão presentes nas emissoras do SBT em Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Brasília e Belém

O MVS-3000 é um Switcher compacto de alta performance que integra uma superfície de controle e uma unidade de processamento de RUs. O produto trabalha com vídeo 1080/59.94i em 32 entradas e 16 saídas BNC. Possui dois buses de Mix/Efect com quatro keyer cada que incluem modos de luminância, padrão, linear e chroma-key. Outras funcionalidades incluem a capacidade de correção de cor em cada entrada e saída auxiliar, dois canais de multi viewer e redundância na alimentação de energia, tanto da superfície de controle como da unidade de processamento. “Quando me deparei com o MVS-3000, vi que se tratava do produto que eu precisava, agregando tecnologia de ponta com um custo acessível para o orçamento do projeto”, contou Ros. Outro produto Sony que integrou o processo de migração regional para o HD, foi a câmera robótica BRCH700. “Em nossa programação jornalística, temos um boletim direto da redação que entra na programação diversas vezes durante o dia, onde usamos robótica. Como estávamos fazendo o upgrade de toda a transmissão, evidente que também precisaríamos de um equipamento à altura para esta aplicação”, afirma o responsável do projeto. A BRCH700 é um sistema que integra a qualidade das câmeras HD 3CCDs com um mecanismo de pan/tilt/zoom em um corpo compacto. O produto suporta imagens em 1080/59,94i com capacidade para acoplagem de uma placa HD-SDI para aplicações ao vivo. O sistema todo é controlado por uma unidade de controle remoto plugada por meio de um cabo de fibra óptica até o sistema. Além dos produtos da Sony, o projeto também incluiu uma atualização nos mixers de áudio e equipamento de grafismo. “Partimos para os consoles Roland M-480 porque já era o mixer de áudio que estava

instalado na sucursal Brasília, e visamos sempre uma padronização”, afirma o engenheiro. Esta aquisição se deu mais por uma questão de fim da vida útil do equipamento instalado nas emissoras do que um upgrade em busca de novos fluxos. Já para o sistema de grafismo, o projeto acabou fechando com os sistemas GC Inscriber G8 da Imagine Communications (ex-Harris). . “Com isso nós completamos o que precisávamos para garantir nossa produção local em alta definição. Foi um trabalho de projeção que durou dois anos, dos primeiros rascunhos até a realização da etapa de treinamento, que é uma fase tão importante, ou até mais, do que a escolha dos equipamentos em si”, afirma Ros Para esta etapa dos treinamentos, a equipe do SBT resolveu trabalhar de uma forma mais ativa, visando tirar mais proveito da assistência prestada pelos fabricantes. “Normalmente os fabricantes trabalham em duas etapas, a primeira de instalação e configuração dos equipamentos, que já serve como um treinamento, e uma segunda com um treinamento formal mesmo”, explica Ros. Em operações padrão, a primeira fase serve para a equipe tomar contato com os novos equipamentos e a segunda para tirar dúvidas operacionais em si. ”A ideia que tive foi de fazer a equipe já estudar o manual dos equipamentos antes mesmo da instalação, de forma que todos já trouxeram dúvidas realmente concretas em termos de operação”, conta. O projeto foi tão bem sucedido, que a diretoria técnica da emissora encarregou Sady Ros de implementar outras quatro praças regionais simultaneamente. De acordo com o gerente, as regionais de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Brasília e Belém começaram a fase de testes da programação local em HD no dia 04 de Agosto e passaram a transmitir em rede aberta digital no dia 25 de Agosto. PA


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Especial 700MHz

De olho

smartphone

Enquanto o mundo discute a real necessidade das operadoras de telefonia por mais banda, Ministério das Comunicações e Anatel aprovam transferência da faixa dos 700 MHz para as Teles e inauguram novo debate sobre os valores de mitigação. por Flávio Bonanome

O Ministro das Comunicações Paulo Bernardo e o Presidente da Anatel João Batista Rezende

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epois de quase dois anos de muitos debates e polêmicas, o Ministério das Comunicações publicou, no final de Agosto, o edital para a transferência da faixa de frequência dos 700 MHz para as operadoras de telefonia. A banda do espectro, hoje ocupada pelos canais 51 a 69 do sistema analógico de televisão aberta, deve ser usada para a expansão da internet móvel de quarta geração, o 4G LTE, que é a grande aposta das Teles para alcançar cidades e mercados onde ainda não atuam. Desde o anúncio da intenção do governo em ceder a faixa para o serviço de banda larga no final de 2012, o assunto gerou um grande atrito dentro do setor de telecomunicações. De um lado, as emissoras de rádio e televisão que passaram a ver seu modelo de negócio e operação ameaçados por um estreitamento nas faixas, demandando um trabalho de re-canalização e aceleração no cronograma do desligamento da TV Analógica no Brasil, previsto para 2018. Na outra ponta, as Teles, usando de um gigantesco lobby para pressionar as agências reguladoras a cederem cada vez mais bandas para a expansão de seus inúmeros serviços. No meio da tempestade, o governo adotou uma previsível postura tranqulizadora. Por meio de sua entidade reguladora, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), e o Ministério das Comunicações,

a gestão atual passou a frequentar todos os eventos do setor, sempre com um discurso que prometia confiabilidade técnica, parcimônia e um trabalho criterioso para agradar os dois lados da história. Não foi diferente no primeiro grande evento setorial que reuniu representantes das emissoras e governo dois dias após a publicação do edital. Durante a cerimônia de abertura do Congresso da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão, em 25 de Agosto, tanto representantes do Ministério como da Anatel mantiveram o mesmo discurso adotado quase como protocolo padrão nos últimos meses. “Estamos dando um grande passo rumo a penetração da banda larga móvel para o interior do país”, justificou o Ministro das Comunicações Paulo Bernardo. Pressionado pelas emissoras de televisão e associações do segmento, Bernardo passou a usar os números de crescimento das novas gerações de internet móvel quase que como uma justificativa para as diretrizes de sua gestão, “Esta faixa é extremamente importante para aumentar (a penetração do) 4G. Em 2013, quase 50 milhões de linhas migraram do 2G para o 3G. Em cinco anos o serviço predominante será o 4G”, afirmou em entrevista coletiva realizada após o evento. Outro mantra do discurso governamental é negar que haja qualquer tipo de disputa ou desentendimento entre os setores de radiodifusão e tele-



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Especial 700MHz

comunicações. “As duas indústrias (televisão e telefonia) têm importância fundamental para o país, cada uma com a sua característica e isso deve ser preservado”, afirmou o presidente da Anatel João Batista Rezende quando questionado abertamente sobre as prioridades do governo. O servidor ainda completa “Não existem atritos, mas sim preocupações legítimas dos setores. É preciso ver que o (uso da faixa de) 700 MHz está ajudando a viabilizar um processo maior de digitalização daTV Aberta e isso não prejudica de forma nenhuma o desenvolvimento da banda larga móvel. O leilão dos 700 MHz é uma das decisões mais importantes vividas no período pós-privatização pela política industrial brasileira”. A decisão pela transferência de frequências vem depois de um ano de esforços por partes das emissoras de TV em detalhar as dificuldades relativas à ação. Além da necessidade de realocar os canais que hoje se encontram entre o 51 e 69 em espaços desocupados das regiões já usadas, a chamada “re-canalização”, havia ainda a séria ameaça de uma possível interferência gerada entre os sinais transmitidos em ISDB-T (TV Digital Nipo-Brasileira) e LTE (4G), causando possíveis danos para amos os serviços. Usando esta prerrogativa, os radiodifusores se valeram do lobby de suas associações para tentar postergar ao máximo o prazo da venda da nova banda, mas não teve jeito. Com data marcada para 30 de Setembro de 2014, o leilão trouxe somente uma única vitória para as emissoras. De acordo com o edital, as operadoras de telefonia móvel precisarão criar um fundo de cerca de três bilhões de reais para a indenização e mitigação dos problemas gerados pela transferência. Este montante será administrado por uma empresa pública criada para o fim, e batizada de EAD, que será a responsável pelo repasse das verbas conforme a necessidade de adaptações. Apesar de esta transferência de valores ser um pleito antigo dos radiodifusores, o valor não agradou as entidades do setor. “Para que tudo funcione sem causar interferências, haverá a necessidade de realizar a troca de todas as antenas internas por antenas externas e instalação de filtros nos lares de todos os brasileiros. Somando isso ao que precisa ser repassado como indenização às emissoras proprietárias dos canais afetados, acreditamos que o valor levantado pelo governo é insuficiente, e estamos lutando para elevar esta cifra para os 5 bilhões de reais”, afirma Daniel Slavieiro, presidente da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão). Apesar da batalha da Abert e demais associações para conseguir um fundo maior das Teles, o governo mostrou que não está disposto a negociar. “As contas foram feitas e refeitas várias vezes pela Anatel e foram checadas pela Tribunal de Contas da União, portanto estamos convencidos de que os valores estão corretos. Algumas empresas do setor de telecomunicações já nos comunicaram informalmente que o valor reservado é mais que suficiente para este processo”, afirmou o Ministro das Comunicações. A destinação de recursos para a mitigação é uma obrigatoriedade descrita no edital do processo de leilão da faixa dos 700 MHz. De acordo com o documento, as operadoras de telefonia que vencerem o pleito, precisarão recolher valores proporcionais às faixas adquiridas até atingir R$ 3,6 bilhões. De acordo com o presidente da Anatel, este valor ficará sob tutela da EAD, empresa que será constituída e sustentada pelos vencedores dos lotes e será fiscalizada pela própria Agencia. Dentre as funções da nova estatal, a principal será alocar recursos para impedir mal funcionamento e interferências entre os serviços de 4G e TV Digital. Para tanto, a EAD deve valer-se de



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Especial 700MHz

“A Teles não adotarão procedimentos contra interferência (na TV digital) por conta própria. O setor de rádio e televisão também será envolvido e a Anatel irá homologar estes processos. Está tudo bem claro no edital”, afirma o Ministro Paulo Bernardo

uma série de ações que o governo garante que serão decididas pelos dois setores em parceria. “A Teles não adotarão procedimentos contra interferência (na TV digital) por conta própria. O setor de rádio e televisão também será envolvido e a Anatel irá homologar estes processos. Está tudo bem claro no edital”, afirma o Ministro Paulo Bernardo. Mesmo com a tranquilidade operacional transmitida pelo governo, as emissoras não sentem que a atmosfera seja de calma. “O edital deixa várias dúvidas sobre o custeio. Não sabemos se ele é o bastan-

te para fazer campanhas, distribuir set-top boxes, por exemplo. Este é um ônus que precisa ser da operadora”, afirma Alexandre Jobim, presidente da AIR (Associação Internacional de Radiodifusores). De acordo com Jobim, a transferência da faixa traz ainda mais um problema além da re-canalização e da mitigação de interferências: a aceleração da digitalização. “O Brasil não fez uma transição completa da TV analógica para a TV digital, mas após o leilão dos 700 MHz haverá um rompimento. Teremos um calendário no qual as cidades

Entendendo Espectro Eletromagnético O espectro é o conjunto de faixas de frequências capazes de transportar informação de um emissor para um receptor.

100 MHz

200 MHz

300 MHz

400 MHz

500 MHz

600 MHz

700 MHz

800 MHz

900 MHz

1000 MHz

1100 MHz

1200 MHz

Fazendo uma analogia, é como se o espectro fosse uma estrada de muitas pistas, onde cada faixa de frequência é uma pista de rolamento.


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Especial 700MHz

“O leilão dos 700 MHz é uma das decisões mais importantes vividas no período pós-privatização pela política industrial brasileira”, afirmou o presidente da Anatel João Batista Rezende

mudarão diretamente para a televisão digital terrestre, sem a opção de continuar assistindo a TV analógica por algum tempo”, afirma o presidente da AIR. De acordo com o representante, este rompimento trará a necessidade da aquisição de novos decodificadores por parte da população. “Será uma transição na marra. O governo está impondo um prazo com a venda desta faixa, o que exige uma campanha de conscientização muito bem feita e a doação de decodificadores para famílias de baixa renda”, explica.

Apesar da forte posição das emissoras e associações quanto aos valores de mitigação, o Ministro Paulo Bernardo continua crente de que sua política será capaz de apaziguar os ânimos. “Nas primeiras conversas que tivemos com a Abert, nos disseram que o valor poderia chegar a R$ 6 bilhões, agora houve uma revisão e eles acham que poderá ficar entre R$ 4,5 e 5 bilhões. Eles estão revendo as contas e eu acho que não haverá nenhum problema neste aspecto”, afirma. O discurso governamental vem acompanhado de uma forte intenção

Entendendo Espectro Eletromagnético A estrada, ou seja o espectro, é propriedade do governo, o que lhe dá direito de “alugar” algumas pistas para diferentes serviços, como serviços móveis ou TV aberta*

100 MHz

200 MHz

300 MHz

400 MHz

500 MHz

600 MHz

TV ABERTA

700 MHz

800 MHz

900 MHz

1000 MHz

1100 MHz

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Especial 700MHz

Para o presidente da Abert, Daniel Slavieiro, o valor de 3,6 bilhões de reais é insuficiente para a mitigação dos danos causados pela transferência da faixa de frequência. “Estamos lutando para elevar esta cifra para os 5 bilhões de reais”

política para que o leilão aconteça. O governo precisa dos prováveis 13 bilhões arrecadados com a ação para fechar a balança anual no positivo, e para isso, vale tudo, desde atropelar prazos até garantir financiamento do BNDES, uma vez que as operadoras de telefonia passam por um momento de baixa capitalização.

A real necessidade de mais banda A pressão das operadoras de serviços móveis sobre governos visando a cessão de mais banda para a operação de serviços não é

exclusividade do Brasil. Esta ação coordenada das TelCos, como são conhecidas no exterior, é algo que teve seu início em 2007, na WRC (Conferência Mundial de Radiocomunicação) organizada pela ITU (Associação Internacional de Telecomunicações), principal entidade internacional ligada à regulamentação, pesquisa e padronização de todos os serviços de telecomunicação, como televisão, telefonia e comunicação orbital (satélites). Durante a reunião, as TelCos apresentaram, pela primeira vez, seus estudos sobre demanda de espectro baseado em projeções de uso

Entendendo Espectro Eletromagnético Cada serviço pode ser representado por um tipo diferente de veículo. O governo decide que em uma faixa trafegam somente caminhões (serviços móveis) enquanto em outra somente carros (TV Aberta).



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Especial 700MHz

“Não há hipótese da TV perder seu espaço. Não por causa da visão de negócios, mas porque é uma coisa que os brasileiros não vão deixar acontecer”, Walter Vieira Ceneviva, presidente da Abra

dos serviços móveis para os próximos anos. De acordo com as análises, o crescimento exponencial do número de usuários dos serviços móveis exigiria mais faixas de frequência para a operação, havendo a necessidade da alocação de outros serviços para abrir espaço em bandas mais economicamente viáveis.

“As operadoras de serviços móveis precisam de espectro da mesma forma que os seres vivos precisam de oxigênio. Não somos capazes de oferecer um serviço de qualidade, e internet móvel é uma questão de infraestrutura do país, se não tivermos acesso à quantidade ideal de faixas de frequência”, afirma Antônio Carlos Valente, presidente da Vivo-Telefônica, maior operadora de telefonia do país com mais de 80 milhões de clientes. Tais empreitadas do setor de telefonia, colocou em cheque diversos outros setores da indústria que atualmente dependem de faixas de frequência pretendidas pelas empresas de Telecom, criando uma reação de mercado que visava descredibilizar as demandas das TelCos. Segmentos como o de Aviação Civil, Defesa, Comunicação Satelital e, claro, Radiodifusão encomendaram estudos para tentar entender a real demanda por espectro. “De acordo com os dados que levantamos, até 2020 cerca de 80% do conteúdo audiovisual ainda será consumido de forma linear pela televisão. Hoje cerca de 46% dos habitantes da Europa consomem televisão por recepção terrestre, por isso qualquer decisão relativa à cessão de espectro precisa ser muito bem pensada”, afirma Simon Fell, diretor de tecnologia e inovação da EBU, associação máxima dos radiodifusores europeus. Visando defender a faixa de espectro da TV aberta, a EBU uniu-se a EC, comissão da União Européia responsável pelo serviço legislativo da comunidade de países, e realizou um estudo sobre a origem do tráfego de dados em dispositivos móveis. “O que descobrimos é que 71% dos dados trafegados em Smartphones, Tablets e similares são advindos de banda larga fixa, por Wi-fi. Será mesmo que as TelCos precisam de toda esta banda?”, questiona Fell. Estudos mais recentes realizados pelas empresas de gerenciamento

Entendendo Espectro Eletromagnético

700 MHz

Transferir a faixa dos 700 MHz é o equivalente a disponibilizar uma das pistas usadas pelos carros (TV Aberta) para que passem a trafegar os caminhões (serviços móveis).


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Especial 700MHz

“O edital deixa várias dúvidas sobre o custeio. Não sabemos se ele é o bastante para fazer campanhas, distribuir settop boxes, por exemplo. Este é um ônus que precisa ser da operadora”, afirma Alexandre Jobim, presidente da AIR

de espectro e consultorias independentes TMF e LS TELCOM, ambas norte-americanas, levantou ainda dados mais alarmantes sobre a demanda de banda exigida pelas TelCos. De acordo com o relatório “Estimativas de Requerimento de Espectro Móvel”, um documento de 70 páginas com signatários de peso como o Departamento de Defesa Americano, Associações Internacionais da Aviação Civil, WBU (Associação Global de Radiodifusores) e GVF (Associação Global de Operadores de Satélite) provam que os dados apresentados pelas empresas de serviços móveis estão extremamente superestimados.

De acordo com o estudo, ao realizarem o cálculo, as operadoras móveis assumiram modelos de futuro com densidades populacionais equivalentes a ter toda a população Brasileira vivendo em uma única cidade do tamanho de São Paulo. “Os valores assumidos de projeção para o modelo de cálculo são totalmente irreais, de forma que eles super-estimam significativamente a densidade de tráfego em diferentes ambientes de serviços e clamam que se tratam de modelos razoáveis. Além disso, grande número das entradas fornecidas para os cálculos estão em desacordo com os resultados obtidos”, conclui o estudo.

Entendendo Espectro Eletromagnético

700 MHz

Apesar de diminuir o número de faixas, a quantidade de carros continua a mesma. Desta forma, os veículos precisam encontrar espaços vagos nas outras pistas. Isso é a re-canalização.


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Especial 700MHz

“As operadoras de serviços móveis precisam de espectro da mesma forma que os seres vivos precisam de oxigênio”, dramatiza Antonio Carlos Valente, presidente da Vivo-Telefônica

Este relatório faz parte dos materiais que representantes das indústrias afetadas pela especulação das TelCos está preparando para levar ao WRC 2015, que acontece em novembro de 2015 e promete ser o segundo round na batalha pela disputa de espectro. “Além de sabermos que os dados das Teles estão superestimados, percebemos também que na maioria dos lugares elas não fazem uso do espectro que já possuem”, explica David Hartshorn, secretário geral da GVF. De acordo com Hartshorn, existe uma grande porcentagem de espectro disponível dentro do que já está licenciado para uso para serviços

móveis. Em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, o espaço vago chega a 70% do total. “Questionamos as TelCos em diversos eventos recentes na África, América do Sul e Caribe sobre estes dados e a resposta é sempre a mesma: o silêncio”, afirma Hartshorn. Questionado sobre o mesmo tema durante o Congresso da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão, o presidente da Vivo-Telefônica Antônio Carlos Valente, também seguiu o protocolo. “Não vou comentar estudos e dados dos quais não tenho conhecimento”, afirmou. Quando perguntado se existia mesmo a necessidade desta grande

Entendendo Espectro Eletromagnético Como os Caminhões são maiores que os Carros, eles acabam atrapalhando o tráfego das faixas adjacentes, tornando mais complicado o trânsito de ambos serviços. Isso é a interferência.



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Especial 700MHz

“Isso que as TelCos estão fazendo é um desserviço à toda a comunidade de usuários de banda satelital, como a aviação civil, os departamentos de defesa e os radiodifusores”, afirma David Hartshorn, secretário geral da GVF

ampliação de espectro levando em conta o hábito dos usuários de buscarem redes fixas em detrimento das móveis, Valente falou sobre estratégia futura. “Existe a máxima da largura de banda versus mobilidade. Claro que enquanto a maior largura de banda estiver nos serviços fixos, os usuários terão um padrão de comportamento específico, mas temos visto os primeiros ensaios da Tecnologia 5G no sudeste asiático, e acho que chegaremos ao ponto de romper esta dicotomia, e teremos largura de banda e mobilidade no mesmo serviço”, explicou. Ao ser confrontado sobre uma possível estratégia concorrencial, uma vez que as Teles também são operadoras de TV por assinatura e só tem a lucrar com a imposição de dificuldades para a TV Aberta, Valente foi categórico. “Acredito que existe espaço no mercado para todo mundo”.

Satélites, a próxima fronteira Se no mercado de radiodifusão, a briga entre operadoras de serviços móveis e emissoras está acirrada, quando se trata da indústria satelital a coisa é um pouco mais pesada. Isso porque no WRC de 2007, ficou claro que não são só as faixas de frequências da televisão aberta são pretendidas pelas TelCos, mas também as frequências do segmento conhecido como Banda-C que compreende as frequências entre 3.7 GHz até 6.4 GHz. “A convenção de 2007 foi um primeiro round de um problema que estamos enfrentando até hoje. Na ocasião as TelCos pediram por uma ‘Identificação Global’ para a parte baixa da Banda-C (Banda-C Estendida)”, explica David Hartshorn, secretário geral da GVF. De acordo com a requisição, a Identificação Global se daria por meio de uma normativa do ITU que recomendaria a transferência deste segmento da frequência para os serviços de dados móveis em nível mundial. Preocupados com os resultados que a transferência da faixa pudesse causar nos serviços satelitais já ativos, os operadores de satélite junto de apoiadores como o Departamento de Defesa dos EUA, a ONU e Emissoras de TV, conseguiram firmar um compromisso na ITU impedindo a Identificação Global. “Apesar disso, ficou aberto que os países que desejassem ter a opção de vender esta faixa de frequência por conta e risco poderiam fazê-los. Ao todo foram mais de 60 países, incluindo o Brasil, que ficaram conhecidos com Opt/In”, afirma Heartshorn. Com o leilão destas faixas tendo inevitavelmente acontecido nos últimos sete anos, vieram então as consequências, ou melhor dizendo, as interferências. “Em alguns lugares a interferência entre os serviços satelitais e a banda larga móvel é tão forte, que estão colapsando coberturas de países inteiros, afetando setores como

o de Defesa e Aviação Civil, que são extremamente importantes para manter a integridade da vida das pessoas”, afirma o secretário geral da GVF. Em alguns países a interferência foi tão violenta, que foi necessário voltar atrás e retirar as frequências das mãos das TelCos, como é o caso da Indonésia, Tanzânia e Malásia. Tendo este panorama em mente, os usuários e operadores de satélite preparam-se agora para a segunda rodada das negociações sobre cessão de banda durante o WRC da ITU em Novembro de 2015. “Então estamos mostrando na ITU e nos governos que os serviços alocados na Banda-C são essenciais e que se colocarmos serviços móveis, mesmo que em banda adjacente à C, corremos um risco muito grande dos sistemas de recepção receberem interferência e saturação” afirma Ricardo Pellicciari, diretor de desenvolvimento para as Américas da operadora francesa Eutelsat. Para Pellicciari, trata-se de um trabalho de conscientização, que começa nas próprias Teles. “Sabemos que o serviço móvel terrestre é o que mais cresce, mas as Teles precisam entender que tem outros serviços vitais nesta cadeia também, que são importantes inclusive para elas. Se grande parte das operadoras de telefonia vão comercializar pacotes em Triple Play (TV, Internet e Telefone), elas farão uso de serviços de DTH, que precisam da Banda-Ku para transmissão, mas também usam a Banda-C para contribuição, além da Banda-Ka para a banda larga fixa”, afirma.

O futuro da TV As decisões sobre infraestrutura de telecomunicações devem levar muito em consideração o jeito como se consome mídia. Estamos vivendo uma época em que a maneira como se “assiste televisão” está mudando radicalmente de forma cada vez mais célere e impactante. O consumo linear vem dando espaço aos serviços de OTT e VOD, gerando receitas assombrosas para empresas como o Netflix e iTunes. Ao mesmo tempo em que o mantra do mercado tem sido de que cada vez mais a forma como o conteúdo chega ao espectador é irrelevante porque o importante é gerar audiência com uma produção audiovisual de qualidade, o tráfego de dados transforma-se em commodity. As pessoas buscam estar conectadas, partilhar momentos e consumir mídia em qualquer lugar a qualquer hora, e para atender esta demanda é preciso de banda. A Cisco, gigante multinacional do mercado TI, cunhou o termo “Internet of Everything”, que poderia ser traduzido como “Internet do Tudo”. Nesta visão de futuro, todos os dispositivos passíveis de estarem co-



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Especial 700MHz

nectados entre sí, estariam, permitindo uma integração sem igual na vida das pessoas, trazendo facilidades e novas possibilidades para realizar as tarefas do dia-a-dia. É claro que uma visão como esta demanda tráfego de dados em grande escala, nada mais conveniente para uma empresa focada em soluções de arquitetura de redes. O fato é que não dá mais para imaginar um futuro onde a internet não esteja no centro de nossas atividades, e o consumo de mídia parece estar no olho do furacão. Mas quem vai comandar isso tudo, os detentores da criação, ou aqueles que comandam a estrada que faz ela chegar até você? “Acredito que banda sempre será um problema. Desta forma, quando é o provedor de serviços que está lhe ofertando um conteúdo VOD, ele está sempre em vantagem em relação à serviços OTT ou outros qualquer, uma vez que é ele quem controla quanta banda você pode acessar. Não que ele vá fechar acesso à outros concorrentes, mas ele pode subir sua velocidade de acesso para que sua experiência consumindo conteúdo provido por ele seja muito superior”, afirma Victor Mendez Martinez, gerente de negócios da Cisco. Levando em conta o tamanho dos dois mercados (radiodifusão e serviços móveis), onde as TelCos chegam a ter receitas até 100 vezes maiores do que as emissoras, torna-se ainda mais claro vislumbrar um caminho onde quem lhe provê o conteúdo vai acabar controlando, seja por pressão econômica ou por aquisição, aqueles que criam o conteúdo. Principalmente se olharmos para países como os Estados Unidos, onde a TV Aberta é pouco popular em comparação com os serviços de TV por assinatura. Mas é claro que, como tudo, o Brasil é diferente, com a peculiaridade de ser o país com maior cobertura de televisão do mundo, an_phase_institucional_225x150mm.pdf

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Linha ocupada

Durante toda a apuração desta reportagem, a Revista Panorama Audiovisual tentou contato com as operadoras de telefonia móvel, empresas de infraestrutura de transmissão e entidades representativas do setor, mas não obteve resposta. A posição formal do SindiTelebrasil, associação que representa o interesse das Teles no país foi de que “como as empresas de telefonia estão envolvidas em concorrência entre sí por conta do leilão, não existe posição oficial sobre o tema, já que funcionamos sob o princípio da unanimidade”.

beirando os 98%. “Não há hipótese da TV perder seu espaço. Não por causa da visão de negócios, mas porque é uma coisa dos brasileiros. Segundo o IBGE há tantos televisores no Brasil quanto há fogões. Os brasileiros escolheram assim”, afirma Walter Vieira Ceneviva, presidente da Abra (Associação Brasileira de Radiodifusores). Talvez Ceneviva tenha razão e a televisão aberta não veja seu fim nas mãos das empresas de Telecomunicações. Pelo menos não enquanto os brasileiros não perceberem que não é só com a TV Aberta que se pode utilizar um aparelho de televisão. PA



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Especial 700MHz

Interferência Um dos principais problemas levantados pelos radiodifusores quando o governo anunciou a intenção de transferir a faixa de 700 MHz para as operadoras de serviços móveis foi a possibilidade de interferência. De acordo com as preocupações, tanto os serviços de LTE (4G) como os de TV Digital Brasileira (ISDB-T) causariam problemas de recepção um no outro, prejudicando duplamente o usuário. Para atribuir embasamento científico ao estamento, a Universidade Presbiteriana Mackenzie, uma das instituições de pesquisa mais bem preparadas para testes usando laboratório deTV Digital, realizou uma série de experimentos que tinham como objetivo entender como os dois serviços se interferiam. Os trabalhos, coordenados pelo Prof. Dr. Gunnar Bedicks, foram apresentados em quatro etapas, sendo três em Brasília no decorrer de 2013 e uma versão conclusiva no começo de 2014 em São Paulo. De acordo com o estudo, os serviços de 4G LTE trazem dois diferentes tipos de interferências na recepção dos sinais ISDB-T, aqueles causados pelo transmissor 4G (Antena na Estação Base) nos televisores, e os causados pelos receptores móveis (Celulares) nos televisores. No primeiro modelo, os sinais da estação base entram no amplificador do sintonizador da TV causando Saturação, ou seja, danificando o sinal. Outra possibilidade é a de, no caso de televisores mais antigos, o sinal entrar no “Canal Imagem”, causando

bloqueio do sinal de TV. Já nas interferências causada pelo receptor móvel, pode também acontecer o bloqueio por “Canal Imagem”, mas também há a possibilidade do sinal do celular entrar nos canais adjacentes, causando bloqueio do sinal de TV. A conclusão que o estudo chegou, após analisar inúmeros modelos possíveis de interferência, foi a que seria necessário a instalação de filtros em todas as antenas dos lares brasileiros, que atenuariam a recepção dos canais alocados para o LTE. Este processo contou com ampla ajuda do Ministério de Assuntos Internos do Japão, país que passou pelo mesmo problema, uma vez que usa o mesmo padrão de TV Digital ISDB-T e já realizou a migração dos 700 MHz. No país oriental, porém, as medidas de mitigação foram realizadas de forma bastante diferente. Ao invés de realizar um leilão com formato licitatório da faixa de frequência, o governo japonês optou por realizar uma espécie de “concurso meritocrático”. Assumiu-se que todos os ônus relativos à implantação do 4G na faixa de 700 MHz seriam das Teles e as empresas que apresentassem os melhores projetos para resolver a questão ganhavam direito de comprar as maiores faixas de frequência. No Brasil, a solução foi a criação da EAD, uma empresa pública que vai administrar um fundo de 3,6 bilhões de reais, capitalizado pelas Teles. Entre as funções da empresa está distribuir indenizações às emissoras re-canalizadas e realizar todo o trabalho de instalação de filtros e troca de antenas no lar dos brasileiros. Todo o trabalho da EAD estará sob fiscalização da Anatel.


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Notícias

Sound on Sound Brasil entra para o portfólio da VP Group Acordo estratégico traz a publicação líder no mercado internacional áudio profissional para a agência de comunicação brasileira.

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Revista Sound on Sound Brasil, edição local da maior publicação para o segmento de áudio profissional do mundo, firmou um acordo com a VP Group – responsável pela Panorama Audiovisual – para expandir a sua presença no país. A partir de setembro, a VP Group será responsável pela publicação no âmbito editorial, comercial e na produção de eventos. “Ao longo dos mais de quatro anos de sua edição brasileira, a SOS vem se destacando como a publicação de referência no nosso mercado de áudio e produção musical. Entendemos que havia chegado o momento de uma nova onda de crescimento, agregando conteúdo local e promovendo eventos. Tudo será feito para enriquecer o excelente conteúdo editorial da edição inglesa, responsável por colocar a publicação na posição de líder global. A VP Group é uma empresa com grande experiência em publicações especializadas e tem a estrutura necessária para ampliar ainda mais a projeção da SOS”, afirma Marcelo Assunção, Country Manager da publicação. “Acreditamos que a entrada da Sound on Sound em nosso portfólio é essencial para ampliarmos o nosso relacionamento com os profissionais de áudio”, afirma Victor Piiroja, CEO e presidente da VP Group. “Em complemento aos excelentes artigos produzidos na Inglaterra, vamos expandir o volume de conteúdos escritos no Brasil, garantindo mais espaço à industria nacional de áudio profissional. Promoveremos também um trabalho muito forte nas redes sociais, no site da revista e em eventos exclusivos”, conclui. A transição acontecerá de forma tranquila, tanto para assinantes como para anunciantes. Desta forma, não haverá nenhum tipo de atraso ou mudança em termos operacionais para quem recebe

a revista mensalmente ou possui contratos publicitários com a Sound on Sound Brasil. Flávio Bonanome, jornalista especializado nas áreas de produção audiovisual, tecnologia e áudio profissional será o editor da publicação. A área comercial da Sound on Sound Brasil será comandada pelo executivo da VP Group Alexandre Oliveira.

Origem britânica A Sound on Sound mantém-se na vanguarda do mercado de áudio profissional desde o seu lançamento em 1985. A revista conta hoje com o time mais especializado de profissionais, produzindo mensalmente conteúdos técnicos de grande relevância para quem atua nos mercados de produção musical, sonorização e produção audiovisual. A publicação conta com edições mensais no Reino Unido e Estados Unidos, além de estar no Brasil desde 2010.

VP Group Fundada em 2008, a VP Group é uma agência que desenvolve estratégias e serviços 360 graus, indo além da comunicação tradicional e otimizando os resultados. Uma grande sinergia entre as plataformas de serviços de agência - editorial, publicitária, relacionamento com a imprensa, produtora de eventos e consultoria - garante a geração de negócios e os relacionamentos de longo prazo aos seus clientes. No segmento editorial, a VP Group conta com as revistas e portais Panorama Audiovisual, Digital AV, Digital Security, Odonto Magazine, Panorama Hospitalar, Pet Shop Magazine, Coaching Academy e Mulher Executiva. PA


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Reportagem

Novos públicos, novas plataformas Nesta segunda parte da cobertura do Congresso Panorama Audiovisual | Broadcast & Cable, abordamos temas como produção web, cinema digital e transmídia.

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Congresso Panorama Audiovisual | Broadcast & Cable, realizado entre os dias 30 de Julho e 01 de Agosto em São Paulo, teve como grande atrativo uma programação bastante abrangente em termos de produção audiovisual. Além dos assuntos relativos ao broadcast tradicional e a engenharia de televisão, o evento abordou temas concernentes às novas tecnologias de produção, distribuição e aplicações da indústria. Com esta segunda parte de nossa cobertura do evento, nos focamos nestas novas tendências sem nos esquecer do trabalho por trás das grandes transmissões tradicionais. Ou seja, além de assun-

tos como a iluminação profissional para televisão e cobertura de grandes eventos esportivos, como as olimpíadas e a Copa do Mundo em 4K, abordaremos os painéis sobre narrativa transmídia, produção de seriados web e infraestrutura para exibidores de cinema. A ideia por trás do debate com estes temas foi criar um ambiente democrático entre os profissionais das emissoras e os produtores de conteúdos para demais plataformas. Uma espécie de troca de experiências entre o tradicional e o moderno, que pode beneficiar a ambos e traçar um novo panorama na produção audiovisual brasileira. Confira nas páginas seguintes estes assuntos em todos os detalhes PA

Produtores buscam fãs Fidelidade do público é uma dos ingredientes da receita de sucesso de séries brasileiras exibidas em diversos formatos, e principalmente pela web Em um painel formado por produtores de séries durante o Congresso Panorama Audiovisual/Broadcast & Cable, profissionais do setor afirmaram que preferem ter um público fiel, de qualidade e que prestigie seu conteúdo, ao invés de um público imenso sem identificação. Paulo Mavu, da Mambo Jack, e Guto Aeraphe, do site webseriados.com, concordam que um público fiel ajuda a consolidar o sucesso de uma série, mesmo que seja em menor número. Com as novas tecnologias e internet, o público migra da “telinha” tradicional para outras telas que permitem a visualização a qualquer hora e em qualquer lugar. Para esses produtores, a série da web não é diferente de qualquer filme, vídeo ou comercial de tevê. A série a ser exibida na web terá a mesma qualidade até porque é feita a partir dos mesmos equipamentos. Então, aí não cabe o rótulo “websérie”, uma vez que a internet é um meio e não um fim. Paulo Mavu, da Mambo Jack, tem apostado no formato de séries para a web e está em seu quarto projeto. Esses projetos não tiveram apoio ou qualquer tipo de financiamento. “Temos algumas limitações em pôr nosso conteúdo no YouTube. Sobre a monetização do conteúdo, ela não vai pagar as suas contas a não ser que se tenham 13 milhões de views.” Para Mavu uma série para a web não vai viralizar como uma esquete da Porta dos Fundos ou do Parafernália. “Acredito ser normal uma série ter um número menor de views por-

“Precisamos de um material que possa ser exibido em qualquer tela. Não posso pensar um produto para ser visto só no YouTube ou na tela do celular. Hoje o espectador tem um X-box ou uma TV conectada”, comenta Guto Aeraphe

“Acho que devíamos parar de pensar em pôr o produto na TV”, diz Paulo Mavu, da Mambo Jack

que é um público que se cativa.” Lado Nix, foi um projeto que sua produtora resolveu não monetizar, e apesar disso, foi um produto bem aceito por ser voltado a um nicho, que chegou a ter 800 mil views na web. Seu custo total foi de R$ 85 mil. Participaram 12 atores e 40 figurantes em oito locações e estúdio em 10 diárias. Ao contrário de Lado Nix, a websérie Zuza Santiago foi monetizada, e apesar disso, foi menos vista: foram 120 mil views. Foram quatro episódios ao custo de R$ 35 mil, 14 atores, oito figurantes, duas locações mais dois estúdios em cinco diárias. “Deveria ter monetizado o Lado Nix ao invés de Zuza Santiago. Não estou desmerecendo o produto. Foi um erro de estratégia.” O Lado Nix não foi projetado para ser um produto para ser veiculado na TV. “Todo o produtor menor fica pensando nas possibilidades: vou ser descoberto, vou ganhar dinheiro e meu produto vai para a TV. De verdade, acho que devíamos parar de pensar em pôr o produto na TV. Talvez nosso produto seja para esse canal, para ser transmitido pela web”, reflete Mavu. “Talvez nosso produto seja para o formato Netflix e não para a Globo.” Mavu diz que trabalhou em Lado Nix e buscou deixá-lo o mais próximo possível da TV e do cinema. “R$ 85 mil para a TV hoje em dia não paga nem um terço do custo de produção. Um episódio da HBO custa 10 vezes mais.”

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Reportagem

Sobre o termo websérie, Mavu disse que não concorda com a termologia. “Minimiza nosso esforço e trabalho. Gosto do termo série, apenas. A web é somente é veículo.” Para ele se trata de uma série como outra qualquer. “Não considero o House of Cards do Netflix uma websérie. Para mim é uma série como outra qualquer disponibilizada por um veículo chamado internet. Enquanto tratamos como websérie, talvez o anunciante não se empolgue. É apenas uma série que tem sete com oito minutos de duração. Os anunciantes e as agências não se empolgam muito com o formato, ainda mais porque monetizando no YouTube, são exibidos alguns comerciais anteriores e há aqueles banners que podem ser conflituosos. Talvez se nos libertarmos um pouco do YouTube e não pensarmos em monetizar seja um bom caminho.” Segundo Mavu, websérie é um produto seriado, o qual se acompanha algo com uma certa sequência. “O Porta dos Fundos não é websérie, com exceção daquela websérie que eles fizeram chamada ‘Viral’ porque há capítulos e acompanhamento dos personagens”, explica. O produtor de Lado Nix conta que para esta série contou com o trabalho de imprensa e de blogueiros “que espalham a notícia”. No Zuza, que não teve esse apoio dos jornalistas e de blogueiros, apesar da monetização, o YouTube não fez a divulgação material. “Muitas pessoas que estavam com o produto já tinham canais dentro do YouTube. Nesse momento, o YouTube prefere Portas dos Fundos que gera três milhões de views de qualquer espectador (público geral).”

Lado Nix: produto bem aceito por ser voltado a um nicho, que chegou a ter 800 mil views na web

Novo público Guto Aeraphe, produtor e diretor, atua com produção para webséries desde 2010. Hoje só realiza audiovisual para internet. Ele montou um portal chamado webseriados.com, voltado para a veiculação de webséries, com foco na dramaturgia. Para Aeraphe, temos uma produção que desponta puxada por um “novo público” que se permite assistir quando, por quanto tempo e

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Mavu: Lado Nix não foi pensado para ser um produto para ser veiculado na TV

Monetização no YouTube de Zuza Santiago não impulsionou a série que chegou a ter 120 mil views na web

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Cuidado com os fãs Um fã replica um conteúdo e sua atitude espontânea reforça o caráter da série. “Precisamos cuidar bem dos fãs.” Quando o produto é visto por um milhão nas redes sociais, mas esse um milhão não liga para a marca, é um esforço jogado fora. Para Aeraphe é preferível manter um público de 100 mil que pede, compra e vai além. Em contrapartida, a participação pode não ser essencial o tempo todo. Para o produtor e diretor o maior erro é pensar que todo o conteúdo precisa ser interativo. “Temos dois tipos de consumidor: o ativo e Matrox é uma marca comercial registrada e Matrox Convert DVI Plus é marca registrada da Matrox Electronic Systems Ltd. Todas as outras marcas são de propriedade de seus respectivos proprietários.



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o passivo, que quer consumir o audiovisual, mas não quer interagir.” Para ele é preciso ter um bom senso do que o público quer interagir e do que não quer. Aeraphe considera que há uma banalização do termo transmídia. “O segredo não é criar vários produtos, e sim uma experiência do conteúdo. A pessoa tem que se sentir envolvida por aquilo. Não necessariamente um produto precisa ter outros produtos e outras plataformas para poder existir e poder ter a sua audiência.”

Terror desponta Dentre os gêneros de séries que circulam no mercado, o terror desponta. Quem atesta o sucesso do gênero é Mabel Lopes, produtora e diretora de “O Demônio não sabe Brincar”, com roteiro escrito em conjunto com Pedro Aguilera, de Tropa de Elite. Esta série foi viabilizada a partir do edital de copatrocínio com a Prefeitura de São Paulo (de 2010) voltado ao desenvolvimento de projetos em web séries. A série foi feita junto com a Glass, uma produtora paulista. “Temos poucos editais de financiamento especificamente para webséries. Aproveitamos esse de 2010 e não soubemos de outros editais.” José Augusto de Blassiis, professor na Universidade Metodista e na B_arco Centro Cultural, reforça que “há uma infinidade de produtoras, mas as que captam realmente os recursos são menos que 10”. Com recursos somando R$ 40 mil no total para toda a equipe, a produção de Mabel teve que ser enxuta. “Tivemos poucos recursos para luz, não tivemos diretor de casting, e acredito que é possível e necessário fazer produtos de qualidade para a internet.” A série de

“Vários estudiosos se referem à sala de cinema como o útero materno”, teoriza Mabel Lopes, produtora e diretora de “O Demônio não sabe Brincar”

terror foi considerada uma das melhores de 2011. No que diz respeito à divulgação dos conteúdos, quando entrou na faculdade de Audiovisual, Mabel conta que ficou entusiasmada com o surgimento do YouTube e a possibilidade de ser vista por muitas pessoas. Segundo ela, a escolha pelo nicho “terror” se deu porque

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existe uma demanda por produtos de terror que não está sendo suprida. Além disso, teve uma escolha pessoal de Mabel que tinha acabado de dirigir uma comédia e queria mudar de ramo. Para Mabel, o mais satisfatório do piloto foi a recepção que ele teve na internet. “Percebemos que o nicho que queríamos atingir foi atingido: os aficionados por terror e mesmo suspense. Os jovens e pessoas que gostam de séries americanas foram quem mais assistiu. A internet permite esse acesso ao público-alvo.” Dos logados no YouTube, o público que mais viu a série foram homens entre 18 e 35 anos. No caminho de buscar o financiamento, surgiu espaço para levar a série para a televisão. Em 2012, Mabel acabou assinando um contrato com a produtora Paranoid e agora está com a Popcorn Filmes, surgida a partir de uma dissidência da Paranoid. “Muitas séries da internet são visadas pelos canais de TV, uma vez que eles pegam essas séries e transformam em inter-programas.”Como o próprio nome diz, os inter-programas são curtos e passam entre os programas. “Muitas vezes o conteúdo da internet vai para a TV ou a TV financia outros episódios dessa mesma série.” Em relação ao cinema convencional, Mabel diz que há uma relação de respeito e de hierarquia em relação à tela. “Vários estudiosos se referem à sala de cinema como o útero materno.” Para ela, assistir ao conteúdo pelo celular mostra que essa relação com a tela foi “dessacralizada”. “Posso mexer nesse conteúdo, interferir na narrativa.” Blassiis ressalva as múltiplas telas. “Vivemos um mundo multiplica-

do de telas. A única coisa que penso sobre linguagem nessas telas pequenas é que é preciso trabalhar de uma forma mais próxima, que no fundo não deixa de ser a linguagem da televisão. Os planos de enquadramento são aqueles que a TV sempre fez.” Para ele, o que subverteria como meio de consumo, na verdade, não subverte como meio de linguagem porque é preciso voltar a uma linguagem antiquada em uma tela muito pequena. “O cinema com a tela grande possibilitava o maior desenvolvimento da linguagem narrativa em uma amplitude de quadro para trabalhar. Com a diminuição do quadro tenho que trabalhar com aquilo que a televisão sempre teve como um problema, que é a tela pequena.” Mesmo assim, algumas outras estratégias são possíveis como a transmídia. “Pode-se trabalhar com divisão de linguagem de narrativas. Em termos de estética, sempre são repetidas fórmulas que já estão estabelecidas. Em termos de linguagem não vejo nada inovador. Uma das análises se dá justamente em função da alimentação do quadro e ele ser muito pequeno.” Quando se trata de Netflix, emenda Blassiis, o que é exibido no celular ganha uma montagem adaptada. Em grandes indústrias, adaptam-se os planos e fazem-se planos alternativos: com uma versão para cinema e outra de televisão paras as telas menores. Quando a TV sob demanda permite que assista ao conteúdo a qualquer hora, em qualquer lugar e de qualquer modo, isso induz a pensar sobre outros formatos de exibição para o público. “A narrativa pode ser fragmentada para o meu espectador”, acrescenta Blassiis.


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Seminário Técnico: Edição e Pós-Produção Especialistas em pós-produção comentam o impacto da aquisição do DaVinci Resolve pela Blackmagic no mercado

Paulo Barcellos, sócio-fundador da White Gorila, e diretor de Pós-Produção e Finalização da O2 Filmes: “Hoje, o diferencial está no talento do artista que opera a máquina”.

O seminário Técnico: Edição e Pós-Produção com Blackmagic DaVinci Resolve, realizado durante o Congresso Panorama Audiovisual, contou com a participação de Marcus Tenchella, colorista da Casablanca, Márcio Pascoalino, sócio-fundador da Psycho Look, e Paulo Barcellos, fundador da White Gorila. Eles conversaram sobre o impacto das vendas de produtos de múltiplas funções por preço muito mais acessível. A empresa Blackmagic não só se adaptou como contribuiu fortemente para a consolidação deste modelo. Também comentaram como a correção de cor ganhou relevância nos últimos anos e gerou dependência em seus usuários. E, ainda, criticaram a variedade de filmes de ficção lançados nos últimos dez anos com

Márcio Pascoalino, sócio-fundador da Psycho Look: “O artista virou gestor de sua própria empresa e hoje, nós vendemos talento, não equipamentos”.

cenas multilooks – ou seja, sem padronização de cores. Cada integrante da mesa contou a sua experiência de utilização do software, mas o mais intrigante foi o debate sobre o mercado de pós-produção em si. Para Paulo Barcellos, sócio-fundador da White Gorila, e diretor de Pós-Produção e Finalização da O2 Filmes, a indústria audiovisual está migrando de ferramentas caras para pessoas mais qualificadas. “Hoje, o diferencial está no talento do artista que opera a máquina”, afirma Barcellos. Segundo ele, antigamente havia disputa entre empresas para saber qual tinha as melhores máquinas, mas hoje o mais importante é o resultado final. “Toda vez que um software democratiza determinada área, acaba banalizando-a também. Foi o que aconteceu com a pós-produção. Depois do lançamento do Blackmagic DaVinci Resolve, os preços despencaram”, explica Barcellos. “Mas é uma fase, e vai passar. Assim como aconteceu no mercado de edição”. Um novo nicho surgiu no mercado audiovisual a partir do imediatismo digital. “Nessa época, a Blackmagic comprou o DaVinci Resolve e o software passou a custar mil dólares e a rodar em Mac, depois disso ainda lançou uma versão grátis com menos recursos”, explica Barcellos. Foi quando ele criou um laboratório digital, com o objetivo de reduzir as etapas de conversão, cor, offline e backup, geradas pela captação digital. “A quantidade de ferramentas do DaVinci é incrível. E a White complementa esse conjunto com ferramentas próprias”. Para Márcio Pascoalino, sócio-fundador da Psycho Look, alguns critérios foram perdidos quando o mercado se pulverizou. Ele mostrou o cenário da pós-produção até 2010. A estrutura era linear e adequada a um cenário no qual os equipamentos e os materiais tinham alto custo, o processo era mais caro e demorado e as produções exigiam mais verba. A partir daí, houve uma transição, e os departamentos existentes em uma produtora foram transformados, pelos próprios especialistas de cada área, em empresas especializadas. Cada profissional cons-



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Marcus Tenchella, da Casablanca: “O DaVinci Resolve é uma máquina poderosa, barata e, sem ela, você não tem como competir no mercado audiovisual”.

truiu um nome no mercado e abriu a sua própria empresa. “O artista virou gestor de sua própria empresa e hoje, nós vendemos talento, não equipamentos”, reforça Pascoalino. A empresa Psycho faz parte deste movimento, e hoje é o único estúdio especializado em color granding e no trabalho com imagem de alta qualidade. “Com o DaVinci é possível fazer um trabalho de qualidade, preço acessível e flexibilidade de realização”, afirma Pascoalino. Já Marcus Tenchella, da Casablanca, contou sua experiência no filme Crô, no qual ele utilizou o DaVinci Resolve e obteve bons resultados. “É uma máquina poderosa, barata e, sem ela, você não tem como competir no mercado audiovisual”, afirma Tenchella.

Contextualização A abertura do Seminário Técnico foi feita pelo próprio mediador, o José Augusto de Blassis, coordenador dos cursos de Direção de Fotografia para Cinema e TV Digital e Cinematografia Digital DSLR e produtor executivo do Congresso Panorama Audiovisual. Segundo Blassis, os equipamentos de correção de cor estão virando plataformas multiuso em função das mudanças que ocorreram no mercado, em termos de tecnologia e produção, como a pulverização e o barateamento de equipamentos. “Com os lançamentos de equipamentos de baixo custo fazendo praticamente as mesmas coisas que os de alto custo faziam, os fabricantes passaram a agregar mais funções aos seus produtos. Hoje, tudo é realizado em uma única plataforma”, explica Blassis. A Blackmagic se colocou no mercado, na opinião de Blassis, como uma empresa que democratizou o acesso ao consumo, com vendas em larga escala, em detrimento da agregação de valor a um único produto comercializado com valor exorbitante. O mercado de locação de DVDs foi o primeiro, porém, posteriormente, as demais esferas de consumo do setor audiovisual foram impactadas. Os fabricantes do mercado audiovisual criaram estratégias e estruturas técnicas e comerciais para terem produtos que fazem cada vez mais coisas a preços mais baixos. “Antigamente você comprava um telecine de ponta por dois milhões de dólares. Uma CPU completa custava 500 mil dólares, uma mesa de correção de cor, 20 mil dólares. Hoje, o telecine custa 20 mil dólares e você pode comprar uma mesa completa por 30 mil dólares”. E completa “O valor do produto da Blackmagic (mil dólares) era o que as produtoras cobraram por hora de trabalho antigamente”. Conforme o universo da correção de cor ganhou relevância, criou-se também uma dependência colorista. Casos como, por exemplo, em que o cliente não tem um objetivo e pede pra ver o trabalho do colorista, tornaram-se comuns. “Muitas vezes, o diretor de arte inventa, porque o cliente não quer pagar por um planejamento. Isso é um grande erro, pois muitos comerciais e alguns longas-metragens estão com o multilooks. A cada cena, um padrão de cor. Não é narrativo, não tem um sentido técnico adequado à ficção, mas faz parte de um universo de novas tendências.” Em seguida, ele explica o longo período, o qual ele chama de “Look Cândida”, em que os filmes são todos lavados e coloridos. “No repertório internacional, em Cannes, por exemplo, não tinha muito cândida, isso é coisa dos ‘cinestyles’, que acham o original bonito e não querem corrigir cores.”


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Na raça e na vontade Painel com profissionais da Rede Record e da ChyronHego, mostrou os desafios de fazer a cobertura dos Jogos Olímpicos e as possibilidades de gráficos e cenários.

“O mais importante é o que está em torno do apresentador. As informações mais relevantes devem estar na tela da TV e obedecer a critérios que são definidos pela emissora”, afirma Aldo Campisi, VP da ChyronHego para América Latina e Caribe

Sérgio Di Santoro, da Rede Record, falou sobre a organização e planejamento e desafios técnicos da Transmissão dos Jogos Olímpicos. Aldo Campisi, da ChyronHego, detalhou os produtos da ChyronHigo que dão suporte técnico para as transmissões em programas de TV, como telejornais e edições esportivas. Di Santoro focou a sua participação nos detalhes que envolveram a emissora na transmissão dos Jogos Olímpicos de Socchi. Segundo ele, a perspectiva é usar os recursos técnicos da maneira mais criativa possível. “O desafio nesse tipo de evento é aliar os recursos técnicos disponíveis com as necessidades da produção, mantendo a qualidade e segurança da transmissão com o menor custo possível”, afirmou. Santoro lembrou que o ponto essencial do projeto é o planejamento detalhado e feito com muita antecedência. Nesse processo é preciso entender as necessidades da emissora e adequá-las com as exigências do Comitê Organizador, que oferece os padrões técnicos do sinal gerado ao quais as emissoras têm de se adequar. “Em Londres tivemos de usar conversores de padrão por causa da diferença de frequência da rede elétrica (de 50 para 60 Hz). O maior desafio das emissoras que participam de um evento desse tipo é captar o sinal e trazer para o seu país de origem”, exemplificou.

Trabalho em parceria O executivo da TV Record disse que o trabalho para um grande evento como esse é feito em parceria, e que a coordenação de engenharia atua em conjunto com a produção do evento para atender as necessidades e garantir a transmissão. “Podem surgir necessidades de última hora, que não estavam previstas. No nosso caso precisamos usar SNG, Mochlink e colocar uma câmera robótica no local onde ficava a delegação brasileira. Todas essas modificações devem ser informadas ao Comitê organizador”. Para encarar o desafio de uma Olimpíada, foi feita uma montagem prévia e a simulação de operações com todos os envolvido na pro-

dução. Esse período serve para tirar dúvidas da equipe de profissionais e para que eles se familiarizem com o ambiente. “É necessário também a solicitação da liberação do uso de frequências junto ao Comitê organizador para utilização de equipamentos sem fio, que deve ser enviada para o órgão responsável, congênere da Anatel no local, que vai aprovar a utilização. Só depois dessa aprovação os testes e etiquetagem dos equipamentos são liberados”. A montagem dos equipamentos em Londres foi feita em um espaço de 750 metros quadrados, no qual foram montados switches, ilhas de edição, central técnica, Master Control Room e a Redação. Tudo isso para uma operação de apenas vinte dias. Segundo Di Santoro, são tomadas todas as precauções para que o ambiente de trabalho seja o melhor possível. “O trabalho de planejamento e coordenação de pessoas é essencial para diminuir o nível de estresse do pessoal envolvido no evento e eliminar a chance de que um erro prejudique a transmissão. Por isso, trabalhar o fator humano nesse tipo de evento é essencial”.

Perspectivas para o futuro O executivo mostrou um comparativo entre a transmissão dos Jogos Olímpicos de Londres e os Jogos de Inverno de Socchi. No evento da Rússia, o número de pessoas e equipamentos envolvidos foi muito menor, o que resultou em grande economia para a emissora. “O evento de Socchi mostrou que somos capazes de reduzir custos de produção e gerenciar da melhor maneira as pessoas envolvidas no projeto. Por isso, as expectativas para os Jogos Olímpicos do Brasil são os melhores possíveis”, finalizou.

Gráficos criam ambientes modernos Aldo Campisi, VP da ChyronHego para América Latina e Caribe, demonstrou as soluções da empresa para o mercado de gráficos de TV em vários países. A apresentação teve foco bastante prático e



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novidades para mercados que vão de esportes a noticiário e política. “O mais importante é o que está em torno do apresentador. As informações mais relevantes devem estar na tela da TV e obedecer a critérios que são definidos pela emissora”. Na área política, foi demonstrada uma solução de comparativos entre os candidatos, em que o telespectador tinha à disposição, na tela da TV, análises gráficas, percentuais e efeitos que enriqueciam a sua experiência televisiva. Nesse cenário, o executivo lembrou que ganham força novos produtos em que a interatividade entre o apresentador e a tela é favorecida. “Recentemente lançamos o Touch Screen Graphics, em que o apresentador modifica os cenários com um toque. Além desse equipamento, o ChyronHego Sky PAD permite que todo o fluxo de programação esteja na mão do apresentador”, ressaltou. Na área de esportes, produtos como o Chyron TRACAB permitem conhecer estatísticas em tempo real sobre distância, velocidade de lançamentos e direcionamento da bola. “Esse sistema é montado com caixas onde estão três câmeras posicionadas dentro do estádio”. Para finalizar, a integração com as mídias sociais também surge com uma novidade para o mercado. “Creio que para os próximos anos, mais tecnologias estarão disponíveis e no Rio de Janeiro teremos boas novidades para demonstrar”.

“O desafio nesse tipo de evento (Jogos Olímpicos) é aliar os recursos técnicos disponíveis com as necessidades da produção, mantendo a qualidade e segurança da transmissão com o menor custo possível”, contou Sérgio Di Santoro, da Rede Record





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Infraestrutura e operação das salas de cinema digital

Bruno Tavares, da Christie destacou os produtos da empresa, com projetores de 8 mil a 32 mil lumens, como o Solaria 1, até as soluções 4K. As soluções da Christie estiveram em destaque no Congresso Panorama Audiovisual, na sala dedicada ao mercado de cinema

Um dos seminários de maior destaque dentro do Congresso Panorama Audiovisual falou sobre a Infraestrutura e Operação de Salas de Cinema Digital. Neste encontro, os palestrantes debateram sobre as diversas soluções para este ambiente, que a cada dia, fica mais distante de um simples espaço para a exibição de filmes. Entre os palestrantes estavam Alexandre Alves, da Barco, Lucas Crantschaninov, da Doremi, Bruno Tavares, da Christie e Luiz Fernando Morau, diretor da Telem. Alexandre Alves, da Barco, destacou as soluções da empresa como os projetores 4K e 2K baseados, a série S, para espaços de 12 e 20 metros, e a série B. Outro destaque foi o sistema Auro 3D, desenhado que dá a experiência de imersão em áudio, além dos projetores com até 30 mil lumens de potência e a tecnologia RGB, de 60 mil lumens para espaços maiores. “Salas de cinema nos EUA, na Europa e na China estão usando esses equipamentos e inovando a experiência dos usuários. É um grande desafio”, destacou.

“As relações comerciais obedecem a interesses em que o mais forte prevalece. Em muitos casos, isso significa dizer que os conteúdos não serão distribuídos de forma democrática”, afirma Luis Morau, da Quanta e Telem

Lucas Crantschaminov, da Doremi, destacou a liderança da empresa no segmento de servidores, que de cada 100 servidores, ela instala 55 deles. “Nossos produtos estão em 64% das salas brasileiras. Nosso portfólio inclui outras soluções como sistemas de gerenciamento de teatro e reprodutores de sinal ao vivo e streamings. Futebol e óperas são recebidos nos cinemas via satélite e transmitidos ao vivo e a expectativa é que o ano termine com 90% das salas de cinema digitalizadas no Brasil”. Para finalizar, Crantschaminov lembrou dos produtos da empresa, como as soluções de acessibilidade para pessoas com deficiência visual e auditiva, como o Fidelio, que transmite com legenda de auto descrição (descrição narrativa) e conversação, e o TMS, para teatro, além da linha de servidores “São equipamentos sem fio e podem ser usados em sala de cinema. No caso da legenda descritiva, temos o Captive View – é o close caption da TV levado para o cinema”, descreveu. Além disso, ele falou sobre o IMS 1000, um servidor integrado que contém todo o reprodutor de cinema digital, descriptografia e controle em uma única placa dentro do projetor. “É uma plataforma com até 2 Tb de armazenamento, com entradas alternativas e que suporta vários formatos de filme”. Bruno Tavares, da Christie destacou os produtos da empresa, com projetores de 8 mil a 32 mil lumens, como o Solaria 1 até as soluções 4K. O engenheiro lembrou que a empresa tem atuação também em outros segmentos além do broadcasting, como o Digital Signage. “Nosso objetivo é ajudar o cliente a criar o melhor espaço possível da maneira como ele imaginou no projeto”.

Salas de cinema, uma nova perspectiva A conferência foi encerrada por Luiz Fernando Morau, da Telem. Em sua apresentação ele fez um panorama sobre as salas de ci-



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O sistema de áudio imersivo Auro 3D desenvolvido pela Barco foi um dos destaques

nema existentes hoje no país e lembrou que a conversão desses espaços com as novas tecnologias já está acontecendo e vai determinar quem permanecerá no mercado e os novos formatos de negócio para o setor. Ele afirmou que a tecnologia servirá a um propósito muito maior do que apenas modernizar as salas de cinema. Ela vai igualar tecnologicamente esses espaços nos mais distantes pontos do Brasil e abrir novas frentes de negócios para o setor. “Antigamente elas exibiam apenas filmes. Hoje é possível assistir jogos de futebol e shows dentro de cinema. Quando a convergência tecnológica estiver completa, a publicidade vai ganhar espaço e o que era uma sala de cinema passará a ser um local para exibição de inúmeros conteúdos, como treinamentos e vários tipos de atividades com o objetivo de gerar renda para esses espaços. A tecnologia desses locais, aliado ao conforto que proporcionam, abrem novas possibilidades de negócios para o futuro. Mas isso ainda está muito distante da nossa realidade”, resaltou.

A política por trás da modernização Morau também falou sobre o VPF (Virtual Print Fee), um mecanismo de financiamento para a compra de equipamentos de cinema digital e está estruturado para cobrir os custos de conversão de equipamento de projecção digital através de uma taxa que os distribuidores pagam por cada reserva ao longo de um determinado período de tempo. Conforme lembrou, a ideia por trás de um VPF é que os distribuidores economizar dinheiro pelo transporte digitais, ao invés de filmes 35 mm selecionados, e essas economias são utilizados para contribuir para o custo dos equipamentos para os expositores. “Se formos comparar os processos e custos com duplicação da pe-

“Os nossos produtos estão em 64% das salas brasileiras e o nosso portfólio ainda inclui outras soluções como sistemas de gerenciamento de teatro e reprodutores de sinal ao vivo e streamings”, contou Lucas Crantschaminov, da Doremi


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lícula versus o que pode ser feito num HD, que depois é enviado por SEDEX, fica claro que os ganhos logísticos e com a segurança do processo compensam muito e são muito vantajosas para toda a indústria de cinema e, sobretudo, para o distribuidor”. De acordo com Luiz Morau, apesar de o Brasil estar longe do nível norte americano, já iniciou o processo. “O papel de nossa empresa é receber o beneficio das majors e repassá-lo para os exibidores que atenderam as exigências de montar uma infraestrutura adequada para receber os equipamentos digitais do padrão DCI”, explicou. Uma vez que o exibidor esteja qualificado ele passa a receber os equipamentos e ganha os benefícios a cada lançamento que faz. “A cada lançamento o exibidor recebe esse benefício de 650 dólares por sala. Esse benefício não vai para o bolso do exibidor”. Ele ressaltou que o pagamento desse benefício se encerra em dezembro de 2019 e os exibidores, para receberem a sua parte, deverão estar integrados tecnologicamente até dezembro deste ano. “Muitos deles vão perder esse prazo. E quem quiser continuar no negócio, terá que tirar as verbas do próprio bolso. Quem não puder arcar com os custos, será excluído do mercado”. No Brasil, esse formato de financiamento está sendo realizado através de uma parceria da Ancine com o BNDES. O objetivo dessa política é retomar as 5 mil salas que o país tinha há dez anos atrás, ou chegar em 2016 com 4500 salas de cinema. “Para fazer isso, além de pagar a conta, será preciso gerar conteúdo apropriado. Não é apenas uma questão tecnológica, mas também política e de desenvolvimento de conteúdos interno e externo”, finalizou.

Financiamento pelo BNDES Quem está financiando esse processo a juros subsidiados é a FSA – Fundo Setorial do Audiovisual, que é operacionalizado

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através do BNDES. Conforme explicou Morau, os recursos dos exibidores passam pelo BNDES, que já antecipou para esses exibidores pagando os fornecedores que oferecem os equipamentos para conversão. O exibidor paga uma quantia diluída em parcelas durante seis anos. “Os juros da dívida variam de acordo com o número de salas que ele tem. Se tiver seis salas, taxa de 0%, se tiver quatro salas são zero por cento mais 15 mil reais a fundo perdido. Se ele tiver mais de dez salas, o valor do financiamento é de 3%. Essa é uma solução bastante razoável para os pequenos exibidores”, ressaltou. O especialista disse que o exibidor pode escolher as marcas dos produtos que estão dentro do financiamento, como projetor, servidor, assessórios, instalação, hardware de satélite e processador de áudio que são fundamentais para a digitalização. “No entanto, ficam de fora desse processo de financiamento o sistema de 3D e o Digital Signage. Se o exibidor quiser ter essas tecnologias, terá de adquiri com recursos próprios”, explicou.

Digitalização a passos lentos A realidade do parque exibidor brasileiro ainda está saindo de uma tecnologia de 35 mm para o digital. E isso, segundo Morau, já impacta dramaticamente a indústria, porque, com a projeção digital, o número de operadores diminui muito. “A digitalização das salas coloca tanto as grandes salas cinema como aqueles espaços nas cidades do interior no mesmo nível tecnológico”. Apesar de falar da tecnologia como fator de nivelamento do mercado, ele admitiu que as regras de relações comerciais devem privilegiar os grandes exibidores. “As relações comerciais obedecem a interesses em que o mais forte prevalece. Em muitos casos, isso significa dizer que os conteúdos não serão distribuídos de forma democrática”.

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Uma Copa do Mundo em HD e 4K Visando apresentar um balanço das tecnologias usadas durante a Copa do Mundo FIFA 2014, o painel “Copa do Mundo 2014: Infraestrutura e Análise dos Resultados”, reuniu os representantes de duas marcas extremamente importantes para a realização do evento: Sony e EVS. Enquanto que a fabricante japonesa focou no fluxo de trabalho 4K, realizado pela primeira vez no mundial, a EVS falou da infraestrutura em fornecer os feeds para os mais de 2 bilhões de espectadores Representando a Sony no debate, Erick Soares, engenheiro de soluções da marca, falou sobre a infraestrutura de câmeras e Switchers implantada pela marca para transmissões tanto em HD quanto em 4K.“Apesar de os trabalhos em 4K terem dado bastante repercussão, o grande desafio deste mundial era conseguir realizar um evento 100% integrado em Segunda Tela”, explicou Soares. De acordo com o palestrante, graças a esta demanda, a quantidade de material capturado, de planos de câmeras e diferentes tipos de equipamentos de captura, acabou ultrapassando todos os recordes, com jogos sendo executados com mais de 40 câmeras in-loco. “Este ano, a Sony participou ativamente no planejamento logístico e também com equipes de apoio técnico para a HBS”, explicou Soares. Em termos de equipamento, foram 64 Câmeras Super Slow modelo HDC-3300, 36 Switchers MVS, mais de mil monitores e meio milhão de metros de cabo. Já para o 4K, além de tudo que já foi divulgado, o que Soares pode adicionar foram os percalços que aconteceram para a implantação. “Inicialmente iríamos trabalhar somente com 8 câmeras 4K nos estádios, mas na última hora a HBS decidiu que queria que realizássemos os jogos com 12, o que exigiu um grande esforço em disponibilidade de equipamentos”, comentou. Outra dificuldade, segundo o especialista, foi a necessidade das câmeras F55 (modelo 4K usado) trabalharem com lentes de cinema Super-35 mm, o que trouxe grandes desafios em termos de posicionamento e profundidade de campo.

Envolvimento total com o mundial Se as soluções da Sony eram o coração da operação de transmissão da Copa do Mundo, a EVS pode ser considerada o Cérebro. Parceira da HBS desde 1998, ano de fundação da executora da mídia da FIFA, a fabricante de servidores de replay, armazenamento e outras caixas essenciais para a produção esportiva esteve ativamente envolvida com os trabalhos da realização do mundial no Brasil. “Tivemos uma quantidade descomunal de equipamentos EVS posi-

Durante a Copa do Mundo foram usadas 64 câmeras Super Slow modelo HDC-3300, 36 Switchers da linha MVS, mais de mil monitores e meio milhão de metros de cabo, detalhou Erick Soares, engenheiro de soluções da Sony


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cionados em todas as etapas do caminho do sinal, dos containers de produção nos estádios, até as aplicações de segunda tela”, explicou Armando Moraes, Gerente de Soluções da marca durante o painel. Só em termos de servidores XT3, eram 16 por estádio. Durante sua palestra, Moraes focou o discurso no detalhamento técnico do FIFA MAX, sistema de servidor central para acesso remoto de conteúdo que foi usado pela primeira vez pela HBS neste mundial. “A ideia era que todo o conteúdo de todas as câmeras, ENGs e conteúdos paralelos, estivessem armazenados em um servidor central para que os Broadcasters licenciados pudessem ter acesso de qualquer lugar do planeta”, explicou. O sistema foi baseado em servidores XT3 que ficaram responsáveis por armazenar mais de cinco mil horas de conteúdo. Graças ao sis“O sistema foi baseado em servidores EVS XT3, que ficaram responsáveis por armazenar mais de cinco mil horas de conteúdo”, explicou Armando Moraes, Gerente de Soluções da EVS

A EVS teve posição central no evento, provendo acesso direto de todas as emissoras aos servidores da HBS para a seleção e transferência de imagens

tema de Metadados de fácil designação do EVS IPDirector, emissoras do mundo todo podiam navegar pela biblioteca de clipes e takes com facilidade por meio do IPBrowser. “Então era possível fazer filtragens como buscar somente por lances com cartão amarelo, ou por todos os gols feitos pelo jogador específico”, afirmou Moraes. Uma vez selecionado o clipe desejado, bastava selecioná-lo para ter acesso ao arquivo em alta resolução pronto para edição. “Claro que havia diferença entre as emissoras que estavam dentro do IBC, e, portanto navegavam diretamente nos arquivos em alta, e daqueles que estavam acessando remotamente, que por razões de segurança faziam a pesquisa em proxy para depois receber o arquivo”, concluiu. O Congresso Panorama Audiovisual acontece até o dia 1º de agosto no Centro de Exposições Imigrantes. A programação do Congresso aborda temas como produção audiovisual, engenharia de televisão e novas mídias e é voltado para profissionais de produtoras, emissoras e cinema.

WELL PLAYED Cinegy Air cobre você, independente de sua transmissão ser automatizada, de estúdio ou de notícias. Cinegy Air, o sistema de exibição mais inovador do mercado, vem para redefinir a sua distribuição de conteúdo. Utilize-o em seu servidor ou PC ou adquira uma solução integrada através de um distribuidor local Cinegy. Cinegy Air pode ser utilizado em máquinas virtuais ou até mesmo em ambiente de nuvem. Cinegy Air suporta SDI, além de distribuição em IP ser padrão. Descubra os benefícios do Cinegy Air tanto para uma pequena estação de TV, como para distribuição centralizada de múltiplos canais broadcast. Baixe a versão gratuita em nosso site na Internet.

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Durante a Copa do Mundo foram usadas 64 câmeras Super Slow modelo HDC-3300, 36 Switchers da linha MVS, mais de mil monitores e meio milhão de metros de cabo, detalhou Erick Soares, engenheiro de soluções da Sony

O preço da digitalização das salas de cinema Luis Fernando Morau, diretor da Quanta DGT, explicou em detalhes como funciona o sistema de financiamento VPF para o mercado brasileiro e o apoio da Ancine e do BNDES.

Depois de abordar o tema de forma rápida na palestra sobre infraestrutura de cinema digital no primeiro dia do Congresso, o diretor da Quanta, Luis Fernando Morau, voltou ao evento para falar com detalhes sobre o sistema de financiamento VPF (Virtual Print Fee). Ele lembrou que esse modelo de negócio surgiu nos Estados Unidos como um incentivo que os grandes estúdios decidiram pagar para os exibidores pela conversão digital das salas. “A conta inicial levava em consideração custo média da película e a logística do processo para a entrega. O valor pago a cada lançamento no mercado americano foi de US$ 1000. No Brasil esse valor é um pouco menor, chegando a 780 dólares com impostos”. Para receber o benefício, os exibidores devem montar salas com equipamento padrão DCI, com qualidade em todos os itens envolvidos, como projetores, servidores e processadores de áudio. Esse valor definido pelas majors norte-americanas cobre itens como projetor, servidor, acessórios, além do software e o hardware que darão ao estúdio a garantia da programação de cada sala. “O controle do conteúdo, em cada sala, é feito através do servidor. Dessa forma, quando o conteúdo é liberado pelo distribuidor, é preciso uma chave de acesso que é fornecida com validade pré-determinada. O Theater Management System é quem controla tudo o que passa pelo servidor e pelo projetor. É uma forma de se certificar de que as regras para o pagamento do VPF estão sendo cumpridas”. Esse sistema é que determina o período de exibição em cada sala di-

gitalizada e indica se a sala receberá o VPF integral. “O que mantém um filme em exibição na sala de cinema é a bilheteria. Se não atingiu essa meta, o exibidor recebe um valor de VPF proporcional ao tempo de exibição. É uma regra ampla e complexa para conteúdo alternativo, publicidade, eventos isolados e ações beneficentes”, explicou Luis Morau.

A figura do integrador A figura do integrador foi definida no mercado norte americano, para intermediar todo o processo entre o exibidor e o distribuidor. “Os estúdios e os exibidores fizeram um acordo de que deveria haver um intermediário para aglutinar todo o processo. Para que acontecesse uma relação direta do distribuidor com o integrador”. Conforme explicou Morau, o integrador tem contratos firmados com as majors, não só os estúdios americanos, mas também as distribuidoras independentes.o contrato é firmado com a distribuidora, pelo conteúdo, e com o exibidor, para ter a certeza de que esse exibidor está ciente das regras do negócio.”Esse mecanismo também inclui outras peças, como os fornecedores , que devem fornecer para o integrador equipamentos em uma comissão muito diferente do que é comercializado. Para o programa do VPF o valor desses equipamentos chega ao integrador por um valor menor, com margens reduzidas”, explicou. Outra peça fundamental nesse processo é o provedor de serviço. Por exigência das duas partes e dos órgãos financiadores, da seguradora


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Luis Fernando Morau detalhou a revolução que está em andamento com a implantação do VPF

e dos fabricantes, o provedor de serviços deve ser certificado pelo fabricante do projetor que o exibidor escolher e será responsável durante todo o período do VPF, que inicialmente estava agendado para dezembro de 2019, que foi estabelecida como data limite para o pagamento do VPF por parte dos estúdios. O executivo lembrou que, os exibidores que desejam participar desse processo, devem estar com suas salas prontas e integradas até dezembro deste ano. “Não é muito tempo. A Quanta DGT tem contratos com aproximadamente 1100 salas em 63 exibidores diferentes. Esse total representa cerca de 760 novos projetores. O total de salas a ser convertida é de 1250 e essa diferença de números está na mão do concorrente ou sem contrato. A grande maioria é formada por pequenos exibidores com, no máximo, duas salas de cinema”, explicou Morau

A negociação no Brasil Em paralelo a essa negociação, a principio, não tinha a participação da ANCINE. Mas a instituição percebeu a possibilidade de lançar o Programa Cinema Perto de Você juntamente com o VPF. “Nesse processo, a Ancine cobre alguns itens do financiamento, como a instalação, processador de áudio, hardware de satélite e a infraestrutura da sala de projeção, com foco no pequeno exibidor que não tem condições de fazer a conversão digital com recursos próprios”. As condições são muito atraentes, de 0% a 3% de juros ao ano, descontados a inflação. É o valor mais baixo para o exibidor utilizar. A decisão de lançar o programa simultaneamente ao VPF veio para acelerar o processo. Estamos captando contratos há mais de três anos e esse processo está longe de acabar. Cerca de 70 empresas,

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“Alguns exibidores não receberam as cópias de lançamentos e descobriram da pior maneira que a migração, de fato, começou”, ressaltou Luis Fernando Morau, lembrando a importância dos contratos de VPF

que representam 200 salas de cinema, ainda não assinaram contrato. “É um acordo muito burocrático e financiado com dinheiro público, com subsídio do BNDES. As responsabilidades, nesse caso, recaem todas sobre o integrador. O exibidor não tem grandes riscos com o contrato”, pontua Morau. Na palestra, Morau enfatizou que a migração digital começou de fato. Prova disso é que muitos exibidores não receberam cópias de lançamentos por não contar com a infraestrutura exigida. “Alguns exibidores não receberam as cópias e descobriram da pior maneira que a migração, de fato, começou”, ressaltou. Esse cenário é prova de que a transição está em andamento e o volume de ações é enorme. Ele afirmou que a captação de contratos já acontece há mais de três anos e esse processo está longe de terminar. Conforme adiantou o executivo da Quanta, as ações agora se voltam para o recebimento do produto contratado, aplicação do RECINE (Regime Especial de Tributação para Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica), uma isenção tarifária que faz parte do pacote da Ancine, e que isenta em até 30% os valores praticados em todos os equipamentos envolvidos. “Os equipamentos são financiados em seis anos, com juros que variam de 0% a 3% ao ano. Depois que o equipamento chega, é instalado e integrado, começamos o monitoramento. É uma mudança de cenário que abre espaço para outros mercados, como serviços de satélite, mercado publicitário, conteúdos alternativos”, explica. Mas o executivo ressalta que essa onda digital só fará sentido a partir do momento em que a parte técnica estiver consolidada. “Estamos no começo, mas para contarmos com um grupo de exibidores, ainda teremos muito trabalho, que inclui resolver proble-

mas como o de provedores de serviço”, explicou. Morau disse que, apesar de todo o trabalho já realizado, o BNDES só libera o pagamento para os fornecedores e os estúdios só liberam o inicio do VPF, a partir do momento em que a ordem de serviço de integração feita pelo integrador de serviços chega até a Quanta DGT. “Qualquer coisa antes disso é apenas discurso”, ressaltou.

Prazo limite Conforme lembrou o executivo da Quanta DGT, o prazo para a digitalização das salas, que termina em dezembro de 2014 não será suficiente e resta saber se a Ancine e os integradores vão conseguir sensibilizar os estúdios para ampliar o cronograma de datas. “Existe uma expectativa de que alguns ficarão de fora do processo de modernização das salas, mas o Recine apresenta valores de financiamento muito abaixo do mercado e perder esse momento significa encarecer a conversão em até 50%”. Apesar do otimismo, vale lembrar que alguns itens não são cobertos pelo financiamento. Entre eles está a tecnologia 3D. “Nesse caso, o exibidor terá de pagar do bolso tudo o que envolve a infraestrutura de rede e elétrica, sonorização e tudo o que estiver fora da cabine de projeção. As salas de cinema atualmente se tornaram um grande espaço de entretenimento, que vai além do conteúdo. A mudança no perfil das salas é visível e mostra essa nova realidade tecnológica, na qual o VPF assume um papel de viabilizador de projetos”.

Salas de cinema: um novo conceito Na parte final de sua palestra, Morau falou sobre a nova realidade das salas de cinema e como a empresa integradora Quanta DGT Arts Alliance vai trabalhar para atingir esse objetivo.



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“Há dez anos tínhamos cinco mil salas de cinema. Hoje, esse número foi reduzido a 2500 salas. O objetivo da Ancine é chegar a 3500 salas até 2016 e enfrentar o desafio de manter um público constante nesses locais”, detalhou Morau

Ele lembrou que a nova empresa surgiu da união de forças, na qual o player deveria entender a linguagem local e ter credibilidade e enraizamento no mercado. “Nesse cenário de união, fica claro para nós que o que vai definir a sobrevivência e proliferação das salas é o perfil de conteúdo e salas multiuso. A nova empresa tem 86% dos integradores possíveis já contratados para transformar as salas de cinema convencionais em salas DCI”. De acordo com Morau, as reuniões com Ancine e BNDES já começaram e têm como objetivo definir a ampliação ou sobrevivência das salas, com a oferta de benefícios, perfil de conteúdo e salas multiuso. “Há dez anos tínhamos cinco mil salas de cinema. Hoje, esse número foi reduzido a 2500 salas. O objetivo da Ancine é chegar a 3500 salas até 2016 e enfrentar o desafio de manter um público constante nesses locais”. Para atingir esse objetivo, os espaços vão sendo adequados para receber público para todo tipo de evento, de reuniões comerciais a corporativos. Como exemplo, ele citou o caso da Souza Cruz de Santa Catarina, que promove o treinamento à distância para os produtores de fumo locais usando a estrutura das salas de cinema. “A sala já está digitalizada e com infraestrutura de satélite. O treinamento é feito em outro estado e é possível promover interatividade entre os grupos. Com essa iniciativa, a empresa economiza cerca de 8 milhões de dólares por ano em passagens e hospedagens”, destacou. Após a conversão tecnológica, o perfil das salas de cinema tem de mudar. Isso inclui os provedores de serviço e o mercado publicitário passa a fazer todo o sentido, com a mesma qualidade dos filmes. “A publicidade passa a entrar no cenário e chega aos donos de agência

como uma nova possibilidade muito atraente”, vislumbra. Para finalizar, Morau falou sobre a distribuição do conteúdo e da forma como ela será feita, ressaltando a importância da redundância. “É uma exigência de contrato e, em nenhuma situação, acontecerá apenas a entrega via satélite. Sempre haverá um master para garantir o conteúdo em caso de qualquer problema. É uma exigência dos estúdios e principais distribuidores para dar maior segurança ao processo. Com base nos cálculos, o máximo que um exibidor pode receber é até 24 VPFs por ano. Dificilmente um exibidor fica sem receber VPFs.”, diz.

Como se define o VPF A definição do valor de VPF disponível para cada sala obedece a critérios que têm como base o trabalho desenvolvido no ano anterior. Independente do exibidor, o que vale é o que foi lançando em termos de conteúdo passível de VPF. Morau lembrou que o financiamento cobre até US$ 4mil dólares na reestruturação de uma sala, considerando que ele não gere nenhum VPF. “Quanto mais VPFs ele gerar, menos ele paga. Em alguns casos, ao invés de pagar, ele recebe para exibir. Isso acontece nos casos em que o índice de conversão digital de salas desse exibidor atingiu 60%. Ele não vai precisar comprar projetores para todas essas salas e vai receber o financiamento pelas salas digitalizadas, desde que esses equipamentos estejam dentro das regras. Algumas salas do interior conseguem adquirir os kits de conversão sem precisar gastar nada, graças a esse reembolso, que cobre o valor dos novos equipamentos. Mas isso requer um estudo caso a caso”, conclui.



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O preço das novas tecnologias A palestra que debateu os formatos HD, 3D e 4K reuniu especialistas como Valdecir Becker, diretor do Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital, o cineasta Alexandre Ache e o diretor técnico Luiz Gonzaga de Luca.

Valdecir Becker questionou a necessidade das novas tecnologias como 3D e 4K para o grande público, lembrando que ela pouco acrescenta para o público comum. Becker ressaltou que, nos Estados Unidos, o lucro vem do merchandising em torno dos filmes e que o cinema por lá é, sobretudo, uma plataforma para novas tecnologias de exibição. O especialista lembrou a eterna briga entre cinema e TV e ressaltou que essa foi uma grande plataforma para o surgimento de novas tecnologias. “Os grandes clássicos do cinema eram em preto e branco e a tecnologia de exibição pouco importava. Com o surgimento da TV, na década de 1950, o cinema passou a criar novas tecnologias com receio de perder público para a televisão. Esse ciclo permanece até hoje”, afirmou. No entanto, lembrou que, nos EUA, os filmes dão prejuízo e muitas vezes não pagam a tecnologia de produção investida neles. “O lucro vem do merchandising relacionado a ele e também os filmes servem, na maioria das vezes como lançador de novas plataformas de exibição, como o 3D e 4K, que aos poucos vão se consolidando”.

Visualização científica A produção de conteúdos para visualização em Telemedicina, apesar de ser uma aposta na qual o 4K encontraria mercado, ainda está muito longe do ideal. Nesse ambiente específico, por mais tecnologia que se tenha, ela não atende as necessidades dos profissionais de saúde. “A tecnologia que existe hoje está longe de atender às necessidades dos médicos. Se tudo correr bem, teremos experiências em 4K 3D sendo transmitidas de salas de cirurgia em outra parte do mundo. No final do ano, pretendemos fazer uma transmis-

são desse tipo usando o 8K do Brasil para os EUA. Ainda há muito o que evoluir neste setor”, adiantou.

3-D para quem? Ainda, em relação às novas tecnologias, ele exemplificou a questão do 3-D e do HD na televisão brasileira. “Por aqui, a tecnologia mal chegou no HD. Essa tecnologia não conseguiu se interiorizar porque não há quem pague a conta desse processo”, destacou. Ao falar de tecnologias como 3D ou 4K para a televisão, disse que a imersão só é interessante e viável em alguns ambientes específicos, como para jogos interativos. “Para esse segmento a tecnologia 3D e 4K é fantástica. Mas, fora desse ambiente, a programação que se tem disponível para televisores com essa plataforma é propositalmente pobre. Afinal, ela representa a diminuição de lucros da indústria cinematográfica que ainda aposta nessa tecnologia. E, se não há programação, qual o objetivo de se ter esse equipamento em casa?”, questionou.

Produção e exibição: o momento do 4K O debate em torno das tecnologias continuou com Alexandre Ache, que destacou o impacto de custos do 4K nas produções e mostrou como a tecnologia presente nos diferentes equipamentos pode encarecer um projeto cinematográfico. “A produção em 4K atinge diretamente a produção do filme. Além dos equipamentos, com lentes de alta resolução e a gestão energética por trás dos equipamentos, é preciso capacitar profissionais dos mais variados segmentos, como cabeleireiros e maquiadores para trabalhar com esse formato. Além disso, o armazenamento de



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conteúdo é brutal e a edição mais complicada”. No entanto, apresentou provas de que a produção com essa plataforma pode ser feita com a combinação de equipamentos e que o benefício para quem trabalha com o 4K é real, lembrando que, em muitos casos, é o objetivo que define a migração tecnológica, muito mais do que o orçamento. “Essa tecnologia gera um produto final de maior valor agregado e a produção de melhor qualidade é percebida pelo público. Outra vantagem é a maior capacidade de edição e manipulação dos arquivos de vídeo para pós-produção, efeitos e coloração, apesar de todos os custos. Além disso, existe ganho real quando se exibe 4K em Full HD”, afirmou. Para reforçar o seu discurso, mostrou vários tipos de equipamento onde é possível se produzir em 4K, ressaltando a qualidade e as vantagens de cada um deles em termos de produção e custos de aquisição. “Há diversas opções de bons equipamentos para filmagem em 4K com preços acessíveis. Toda a experiência é muito interessante. Acredito que este é o momento do 4K. Toda a experiência é válida, afinal, é uma prova de que haverá futuro para as produções. E esse futuro chega rápido”, finalizou.

Cinema como experiência sensorial Luiz Gonzaga de Luca, diretor do Grupo Cinépolis, traçou um pai-

nel do cinema digital brasileiro, que em 2002 era um dos mais destacados do mundo quando se falava em HD, mas que até hoje sofre com a falta de digitalização. “As empresas cinematográficas só investem em equipamento quando ele fica sem uso. A troca é feita quando ele já excedeu em muito o tempo de vida útil que deveria ter”. Gonzaga foi outro a ressaltar que o cinema, atualmente, vive de evento. Para ele, nos trabalhos realizados atualmente, o enredo importa pouco e as tecnologias são ditadas por um mercado que se preocupa pouco com conhecimento técnico, mal diferenciando sistemas 7.1 de 12.1. “O que o público deseja é espetáculo, efeitos e imersão. Ele não quer se dar ao trabalho de ler. Hoje o cinema é uma experiência sensorial. Por isso, o investimento em tecnologia determina quem continua e quem sai do mercado. Em termos de filmes, apenas blockbusters e comédias têm vez no Brasil. Não há espaço para filmes de arte”. Ainda falando em termos de tecnologia, De Luca lembrou que o 4K só é perceptível em salas com doze metros no mínimo e que o Brasil não está preparado para isso, nem em termos de espaços físicos e muito menos em produção. “A Copa do Mundo foi um excelente período para exibição dessa nova tecnologia, no entanto, não havia o que exibir. No Brasil, o cinema ainda será 2K por um bom tempo e o fator de lucro continua a ser a pipoca”, finalizou.



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“O transmídia gera democratização do conteúdo”, afirma Felipe Braga O diretor e roteirista Felipe Braga participou do Painel “Cases Transmídia e Segunda Tela: Modelos e Aplicações” ao lado de MJ Macedo, diretor e consultor do mercado de entretenimento e Tiago Castro, publicitário e estrategista de conteúdo.

Felipe Braga, diretor e roteirista: “A dificuldade de se trabalhar com múltiplas janelas simultaneamente é que, naturalmente, interferimos em exclusividades comerciais dos parceiros de distribuição”

Na ampla programação do Congresso Panorama Audiovisual, o Painel “Cases Transmídia e Segunda Tela: Modelos e Aplicações” reuniu diversos especialistas brasileiros para tratar de dois temas diferentes, mas que muitas vezes se misturam. E, no caso do Transmídia, que ainda gera dúvidas quanto à própria definição de conceito e vive fase inicial no Brasil. O diretor e roteirista Felipe Braga deu início às apresentações do Painel e afirmou que a produção transmídia diz respeito exclusivamente à narrativa. Segundo ele, com muita frequência a utilização de segunda e terceira tela mascara uma simples utilização de franchising. “O que define uma narrativa como transmídia é a capacidade que ela tem de ser uma história não linear”, define. O expectador é convidado a consumir mais conteúdo em outras mídias, sem perder o entendimento da narrativa central. Braga contou sua experiência como diretor e roteirista da série transmídia Latitudes, lançada no ano passado no youtube, canal TNT e cinema. Segundo ele, a primeira qualidade dessa estrutura é a retroalimentação gerada pela convergência entre diferentes distribuidores. “Ao final do episódio na internet, o expectador era convidado para a exibição na televisão e, na TV, para a exibição online. Então convencemos a TNT a anunciar o youtube e o youtube a anunciar a TNT, e os dois a anunciarem a exibição na sala de cinema”, explica Braga. Também estava presente no Painel, MJ Macedo, quadrinista, di-

retor e consultor do mercado de entretenimento e cultura pop. Segundo ele, a retroalimentação também acontece em projetos transmídia no mercado de games. Por exemplo, quando uma série de quadrinhos baseada em um jogo de videogame leva seus consumidores a experimentarem outras mídias, como um livro. “Precisamos cativar o expectador através dos personagens. Isso o leva a consumir outras mídias, mesmo que ele nunca tenha experimentado”. A segunda qualidade apontada por Braga é a democratização do conteúdo. A distribuição em formatos diferentes aumenta as chances de atingir mais gente, de diferentes perfis. Para Braga, um dos vícios da indústria cinematográfica, depois de um ciclo de 25 anos de projetos incentivados, é produzir filmes de quatro a seis milhões de reais para 300 a 500 mil telespectadores. “A relação de número de expectadores por real investido é muito discrepante e transforma isso num péssimo negócio”, afirma ele. A internet, por outro lado, permite atingir milhões de pessoas, e inclusive, mais rapidamente. Democratizar o conteúdo também envolve a negociação com os diversos distribuidores. Foi discutida no Painel a dificuldade de se trabalhar com múltiplas janelas simultaneamente, que, naturalmente, interferem em exclusividades comerciais de cada um dos parceiros de distribuição. “O diretor do canal, da plataforma online, da distribuidora cinematográfica assumem uma posição



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Tiago Castro, publicitário e estrategista de conteúdo: “Ao atender ao pedido do público por mais conteúdo, corre-se o risco de [a narrativa] perder a relevância”

de liderança que permite a eles, de alguma forma, provocar o mercado com um novo formato para que uma nova experiência comercial seja realizada”, esclarece Braga. O diretor também levantou a questão da relevância do conteúdo. Será que criar um aplicativo com mais informações sobre os personagens é realmente importante para a história? Envolto no tema, Braga conta a sua experiência com o canal no youtube Neymar. Segundo ele, o primeiro com produção de conteúdo exclusivamente feita por um jogador de futebol. As imagens começaram a ser produzidas dois anos atrás pela equipe da produtora Los Bragas e, também, do pelo próprio jogador. Inicialmente, dois episódios por semana foram exibidos. Havia uma pressão do público e da própria Google por mais conteúdo, e aí três capítulos semanais passaram a ser apresentados. No final, um episódio de 35 minutos ainda foi para o ar. “Nesse

momento você começa a questionar a relevância do conteúdo. Quando você para de alimentar uma história e cria engodos para o público? Se tivéssemos reagido ao pedido do público, o conteúdo seria superficial”, explica Braga. Outro participante do Painel Cases Transmídia e Segunda Tela,



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MJ Macedo, diretor e consultor do mercado de entretenimento: “Precisamos cativar o expectador através dos personagens. Isso o leva a consumir outras mídias, mesmo que ele nunca tenha experimentado”

Tiago Castro, publicitário e estrategista de conteúdo, que atua também como redator e roteirista, complementou o assunto ‘relevância do conteúdo’ ao apresentar um case do mercado de games. Apesar de analógico, o jogo de tabuleiro Zombicide é um exemplo de segunda tela. Além de funcionar como um modelo cooperativo, no qual os participantes jogam contra o tabuleiro, envolve a disponibilização de conteúdo em aplicativos para dispositivos móveis, o que torna a disputa ainda mais atrativa. A primeira versão foi lançada em um site de financiamento coletivo, e o montante pedido para a produção do jogo foi de 25 mil dólares. A campanha durou um mês e a cada 40 ou 50 mil dólares atingidos, um novo personagem ou conjunto de regras era lançado. Mais de 700 mil dólares foram coletados. Em 2013, o valor pedido no financiamento foi o mesmo, mas o público colaborou com 2.2 milhões de dólares – tamanho sucesso do jogo. Porém, na terceira temporada, para atender aos pedidos do público, mais novidades foram apresentadas a cada meta, em dinheiro, atingida, o que gerou a perda de relevância do conteúdo. No final dessa campanha, que angariou 2.8 milhões de dólares, os fãs passaram a reclamar das estratégias do jogo. “Esse case mostra o risco que se corre ao atender ao pedido do público por mais conteúdo”, ressalta Castro.

Mercado de games O publicitário e estrategista de conteúdo Tiago Castro também avaliou as recentes aplicações no mercado de games e usou como exemplo o game Watch Dogs. O principal apelo é o uso do smatphone pelo personagem principal para descobrir e controlar informações. Através do celular, ele acessa câmeras de segurança, dispositivos, informações sobre outros personagens, troca cores do semáforo, etc. O diferencial está na disponibilização de um software CTOS mobile que permite ao jogador o acesso a conteúdos de complementação ao jogo, com o foco em segunda tela. “Através da internet, o jogador é ligado às plataformas do Playstation e do X-Box para cumprir missões e interagir

com os amigos que também jogam online e têm o aplicativo”, explica Castro. No entanto, segundo Castro, “como o jogador está imerso no jogo, dificilmente interage com a segunda tela simultaneamente”. Também sobre o mercado de games, MJ Macedo apresentou diversos produtos desenvolvidos por sua empresa, a Pixel Snack. Entre elas, a série de animação “O cidadão Incomum”, produzida em diferentes formatos: Game, Livro, Série e HQ. Todos os conteúdos são independentes, caracterizando o formato Transmídia. “Fazer animação no Brasil é possível, é viável, mas é preciso criar produtos que sejam fáceis de exportar”, esclarece. Os três especialistas concordaram que o público de websérie é mais atento e leal. Na internet, é possível criar uma plateia que dificilmente vai deixar de assinar o recebimento do conteúdo. Mas também exige planejamento, estratégia e estruturação da audiência. Os palestrantes apontaram como vantagens do formato transmídia, o fato de o conteúdo ser democratizado e se retroalimentar. Porém, por outro lado, o desafio é lidar com modelos de exclusividades comerciais e de liderança de canais de distribuição.

Segunda etapa O Painel “Cases Transmídia e Segunda Tela: Modelos e Aplicações” foi realizado em duas etapas durante o Congresso Panorama Audiovisual. Na segunda parte, os três especialistas convidados apresentaram muitos cases e discutiram formatos de conteúdos, canais, ações de marketing, repercussão em um bate -papo descontraído entre especialistas e o público. Marcelo Siqueira já é conhecido no mercado audiovisual brasileiro, principalmente, por trazer novas tecnologias ao País, e montou sua própria produtora, a Mistikam, após trabalhar vinte anos na Casablanca. Um dos focos da empresa é o desenvolvimento do cinema digital que, segundo Siqueira, é muito conectado com os projetos transmídias. “Você só consegue fazer esse formato quando se relaciona com o público de todas as formas



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Os palestrantes Felipe Braga, Tiago Castro e MJ Macedo, apontaram como vantagens do formato transmídia, o fato de o conteúdo ser democratizado e se retroalimentar. Por outro lado, o desafio é lidar com modelos de exclusividades comerciais e de liderança de canais de distribuição.

possíveis. Quando vários produtos são gerados a partir de uma ideia e se relacionam com o público com interatividade”, explica. O primeiro projeto transmídia da Mistika foi o Astro, uma exposição de artes plásticas documentada em filme. Posteriormente, a marca Osklen criou uma camiseta do filme e o bar O Astor se transformou em Astro, com um cardápio especial e ambiente customizado. As duas iniciativas não faziam parte de uma campanha de marketing criada pela produtora e, ainda assim, muita gente foi envolvida no conceito do filme sem perceber. “O que vale é impactar pessoas com uma ideia”, afirma. A “Família Schurmann – uma história de aventuras” é outro projeto transmídia do qual Marcelo Siqueira faz parte. Este projeto começou como uma exposição e website com registros da primeira expedição da família Schurmann. A próxima viagem, que começa em setembro e tem duração de dois anos, mostrará a volta ao mundo através de novos formatos e ações: prêmios, pesquisas, exposições, games, e aplicativos. Minicâmeras HD fixadas no barco vão garantir as imagens do cotidiano dos viajantes transmitidas via satélite. Além disso, uma equipe de filmagem dentro do veleiro vai produzir para documentário e veículos interessados. O projeto também acontece em todas as plataformas online, website, facebook, twitter, youtube e itunes. Outra novidade é o lançamento de um game para adultos criarem um barco e participarem de um quizz e desafios juntos da família. Através de um acordo com a Fedex, em todos os portos que a família chegar, quem está na liderança do game receberá um presente diretamente enviado do local. “Queremos criar uma experiência”, ressalta Siqueira. E todo o conteúdo vai chegar até as crianças por meio de um aplicativo e website sob um ponto de vista infantil. Um acordo com a Universidade de São Paulo vai trazer um sensor de mapeamento da rota do barco para mostrar as condições do oceano. Também vai sair um aplicativo com a gastronomia do mundo inteiro, chamado Pitadinha de Sal, com

receitas de um chefe de cozinha. Trata-se de um grande exemplo de muitos desmembramentos de um produto.

Pesquisa Outra participante da mesa, a pesquisadora e conselheira do Era Transmídia, Solange Eiko Uhieda, explicou o trabalho realizado pelo grupo do qual ela participa. Formada em artes plásticas com ênfase em comunicação visual, ela explica a relação entre os temas que estudou e o conceito Transmídia. “Trabalhamos com multiplataformas e precisamos saber como o conteúdo roda em cada mídia”. O Grupo é composto por equipes multidisciplinares, de artistas plásticos a engenheiros e advogados, e já conta com 3.500 membros na página do Facebook. A pesquisadora apresentou também gráficos, pesquisas e divulgou a próxima edição do Fórum Transmídia, a ser realizado entre 29 de setembro e 2 de outubro, com mais de 40 palestrantes. Surpreendentemente, a Copa do Mundo também serviu de exemplo de fenômeno da segunda tela. Acompanhar a interação entre torcedores no twitter foi mais divertido do que o próprio campeonato, comenta Solange. A plataforma, utilizada no mundo todo, gerou repercussão orgânica nas mídias sociais. O final do Mundial, por exemplo, foi mencionado em 618 twites por minuto, segundo ela. Além disso, houve desdobramento em games e aplicativos, gerando mais engajamento do público e audiência para o evento. “A revolução acontece quando a sociedade adota novos comportamentos”, afirma Solange.

Projeto independente “Se o projeto é transmídia, é preciso fazer junto”. Foi assim que o publicitário e diretor de inovação criativa, Ícaro de Abreu, começou a sua apresentação. Para ele, transmídia só acontece por meio de um trabalho colaborativo, envolvendo o produtor e o consumidor do conteúdo. “Não consigo mais ver alguma coisa



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Ícaro de Abreu, publicitário e diretor de inovação criativa: “Não consigo mais ver alguma coisa que de fato não seja transmídia hoje”

que de fato não seja transmídia nesse mundo de hoje. As construções de narrativa em filme, publicidade ou televisão, necessitam interação com o público”, supõe. Ele apresentou diversos cases e discutir cada um deles com os palestrantes da mesa e o público. Entre eles, o primeiro longametragem transmídia do Brasil, chamado Desaparecidos. Produzido por Ícaro Abreu e Marcelo Siqueira, é uma produção independente filmada em 15 dias, “com a cara, câmera e coragem”, segundo eles próprios. O desafio foi o orçamento, de R$ 55 mil. A história do filme trata de seis câmeras que são encontradas e mostram as imagens de seis amigos que desapareceram após participarem de uma festa em Ilha Bela, no litoral norte de São

Paulo (SP). Para descobrir o paradeiro deles, é preciso assistir ao filme. E como despertar a curiosidade do público? Aí que entra o processo de divulgação, iniciada um ano antes do lançamento do filme, por meio de campanhas virais na internet que funcionavam assim: cerca de 30 perfis foram criados no Facebook para criar uma rede de relacionamentos com jovens que frenquentam universidades e festas de São Paulo. “Cada um de nós tinha cinco perfis para administrar, foi muito trabalhoso, mas também muito legal”, conta de Abreu. Um desses perfis fakes convidou as pessoas dessa rede para uma festa em Ilha Bela, praia do litoral norte de São Paulo, que de fato aconteceria. Para dar mais veracidade ao encontro, eles

Marcelo Siqueira, CEO da produtora Mistika: “Você só consegue fazer transmídia quando se relaciona com o público de todas as formas possível”



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Durante o Painel Cases Transmídia e Segunda Tela: Modelos e Aplicação, os palestrantes Marcelo Siqueira, Ìcaro de Abreu e Solange Uhieda concordaram que o maior desafio, quando se trata da venda de um projeto transmídia para agências, é conseguir verba.

também criaram um site de notícias da Ilha e de uma pousada. Até uma lenda eles inventaram e conseguiram validação no site Wikipedia. Com tudo isso, quase duas mil pessoas confirmaram presença no evento no Facebook. “Fizemos tudo para que a nossa ficção fizesse muito sentido para aquelas pessoas todas. Desde o início a audiência participou”, afirma de Abreu. A distribuição foi praticamente independente, somente 10% das

Solange Eiko Uhieda, pesquisadora do Grupo Transmídia: “Trabalhamos com multiplataformas e precisamos saber como o conteúdo roda em cada mídia”

exibições aconteceram nas telas do cinema. Na primeira semana de exibição do trailler do filme do youtube, mais de 120 mil visualizações foram contabilizadas. O filme foi o segundo mais visto nos cinemas durante os primeiros cinco meses de exibição. “O mais legal foi fazer tudo isso”, complementa Siqueira.

Dificuldades Durante a conversa com o público, os palestrantes foram perguntados sobre o maior desafio quando se trata da venda de um projeto transmídia para agências. Eles responderam, em coro: “conseguir verba” - em meio a gargalhadas. “Hoje em dia, dá pra fazer tudo. O problema é conseguir a grana, principalmente quando se trata de uma inovação”, explica de Abreu. Eles também questionaram o que é sucesso para uma ação. Segundo os palestrantes, é conseguir impactar quem de fato se quer impactar. Outro resultado de sucesso é associar uma marca a uma ação. Siqueira disse ainda que às vezes o resultado é completamente institucional. “Você fala com várias marcas e agências e, depois, quando você liga, as pessoas te atendem na hora”. Segundo ele, quando um negócio inovador é apresentado, as pessoas têm o maior interesse em ouvir e esmiuçar as possibilidades ao máximo. Ele conta que quando trouxe o second screeen para o Brasil, fazia reuniões com vinte pessoas na sala e cada agência e marca queria ser a primeira a implementar a tecnologia, mas esbarrava, obviamente, em orçamento. Em um caso, no entanto, o problema era associar a tecnologia com a campanha e a estratégia de marketing que a empresa vinha desenvolvendo há um ano. Para finalizar, não pode faltar a declaração de Ícaro de Abreu que mais causou gargalhada na sala: “Inovação é o trabalho mais abortivo, cansativo e horrível da humanidade. Só que dá certo, é muito legal! [risos].”


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Novas tecnologias à favor das grandes produções A evolução tecnológica que a televisão têm sofrido nos últimos anos não se limita ao surgimento de câmeras com resolução cada vez maior. Sistemas paralelos, como o de iluminação cênica e para filmagem, têm avançado degraus tão largos, ou talvez até maiores, do que os do surgimento de tecnologias como 4K, por exemplo.

Para debater as mais recentes inovações no campo da iluminação, foi realizado no Congresso Panorama Audiovisual o painel “Nova tecnologias para iluminação em estúdios de TV”, que contou com a presença de profissionais de emissoras, fabricantes e academia. O primeiro a palestrar foi William Andrade, diretor de fotografia da Rede Globo, que trouxe uma visão mais prática e artística do uso de novas tecnologias de luzes, sobretudo o LED. “Claro que ainda existem aplicações que só se pode fazer com lâmpada incandescente, como canhões seguidores, mas hoje pensa-se muito no gasto excessivo de energia”, explicou Andrade. De fato, o LED é conhecido pelo seu consumo brutalmente mais baixo, algo em torno de 80% menos energia, o que permitem aplicações

“Nossos equipamentos precisam ser construídos para ter uma boa luz para a câmera, e não usar o olho humano como parâmetro. Se a câmera tem suas imperfeições na captura, nossos equipamentos precisam levar isso em conta”, concluiu Ricardo Kauffmann

“Hoje os cinco países que mais registam patentes sobre LED no mundo são Japão, Coreia, EUA, China e Alemanha. Precisamos incentivar isso aqui também”, defendeu Ricardo Kauffmanm, presidente da fabricante brasileira Energia

William Andrade, diretor de fotografia da Rede Globo, que trouxe uma visão mais prática e artística do uso de novas tecnologias de luzes, sobretudo o LED

muito mais grandiosas. “Trabalhei junto do COI na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, onde usamos cerca de 2.700 equipamentos de iluminação, sendo 98% em LED. Caso estivéssemos falando destes números em lâmpada incandescente, seria necessário uma estrutura de geradores que eu não consigo sequer imaginar”, afirmou. Andrade seguiu para exemplos mais reais, dos programas em que é fotógrafo na Rede Globo. “O tempo de montagem e afinação dos LEDs é muito inferior, de forma que programas com grandes estruturas e mudanças rápidas são possíveis graças a eles”, contou Andrade. De acordo com o Diretor, produções como o quadro “Dança dos Famosos” ou o programa “The Voice Brasil”, usam estruturas hoje com mais de 95% de equipamentos LED. Para finalizar, Andrade abordou o tema das ENGs. “Eu, que já entrei no mercado na geração em que o LED é bem aceito, não consigo pensar o trabalho que era realizar o trabalho de jornalismo sem a presença de painéis de LED. Só de pensar na necessidade de ter um espaço para um gerador, que obrigatoriamente deveria ser silencioso, é incompatível com os painéis com baterias simples que são usados atualmente.”, concluiu.

Uma análise científica Em seguida, foi a vez do professor da Unicamp Fábio Stasiak Vendramin tomar a palavra para apresentar uma visão mais científica


A dvanced Products


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“Os tipos de cabos, carcaças e até mesmo lentes que os equipamentos tradicionais possuem foram concebidos tendo em mente as luzes incandescentes. Com o LED temos o dever de fazer o exercício de desconstruir estas tecnologias e buscar soluções melhores”, explicou a diretora de vendas da Lite Panels/Vitec Group Cristina Delboni.

da tecnologia LED. O acadêmico é pesquisador na área de LEDs e também inventor e fabricante de equipamentos de iluminação para soluções criativas de luz cênica em teatro e cinema. Vendramin iniciou sua palestra falando das vantagens já bastante conhecidas do uso de estruturas de LED, como por exemplo o tamanho mais compacto, e a enorme economia de energia. “Principalmente para aplicações onde espaço e a possibilidade de alimentar a luz com bateria são cruciais, o LED é o melhor amigo do iluminador”, brincou. Em seguida fez uma explicação bastante detalhada sobre o funcionamento dos diodos emissores, o papel do fósforo e os gráficos e leituras de cor capazes de se atingir com este tipo de iluminação. Além disso, o pesquisador destacou todos os benefícios em termos de segurança. “Existem vários históricos de incêndio causados por mal funcionamento ou super aquecimento de estruturas de lâmpada incandescente. O LED não sofre deste mal, e além disso ele possui zero de emissão de radiação ultra-violeta, o que é um alívio para a saúde de atores e apresentadores”, concluiu. Quem falou em seguida foi Ricardo Kauffmanm, presidente da fabricante brasileira Energia. Durante sua palestra, o executivo abordou bastante o cenário da produção de tecnologia ao redor do mundo. “Hoje os cinco países que mais registam patentes sobre LED no mundo são Japão, Coreia, EUA, China e Alemanha. Precisamos incentivar isso aqui também”, afirmou.

“Principalmente para aplicações onde espaço e a possibilidade de alimentar a luz com bateria são cruciais, o LED é o melhor amigo do iluminador”, brincou o professor da Unicamp Fábio Stasiak Vendramin

Em seguida, Kauffmann destacou uma nova tecnologia desenvolvida pela TLC, e já normatizada pela EBU, que cria simulações de equipamentos de LED para o olho de uma câmera virtual e compara o desempenho de cor em comparação com o diagrama de Macbeth ColorChecker. “Nossos equipamentos precisam ser construídos para ter uma boa luz para a câmera, e não usar o olho humano como parâmetro. Se a câmera tem suas imperfeições na captura, nossos equipamentos precisam levar isso em conta”, concluiu.

Repensando a iluminação Após uma primeira etapa, onde a indústria passou a fabricar equipamentos que substituíam a luz incandescente por LED, surge o momento de repensar o próprio conceito destas estruturas, uma vez que foram construídas em volta de um tipo de tecnologia que trazia certas demandas que com os diodos emissores não existem mais. Abordando estas transformações tecnológicas, a diretora de vendas da Lite Panels/Vitec Group Cristina Delboni. “Os tipos de cabos, carcaças e até mesmo lentes que os equipamentos tradicionais possuem foram todos concebidos tendo em mente as luzes incandescentes. Com o LED temos o dever de fazer o exercício de desconstruir estas tecnologias e buscar soluções melhores”, explicou Delboni. Exemplo disso foram os sistemas de luz da Lite Panels que usam cabos de rede conectores RJ45 ao invés dos XLRs padrão para controle e dimmer. Outra inovação que a palestrante apresentou foi o redesenho da lente frontal de um Fresnel, construído em acrílico e com ranhuras muito mais diminutas. “A presença do vidro como lente se deve somente a necessidade de aguentar o calor da lâmpada. Com o acrílico reduzimos peso, preço e mantemos a mesma qualidade focal”, contou. Delboni abordou também a substituição dos filtros de gelatina e os dissipadores de calor dos equipamentos comuns. Por fim, já abordando um aspecto mais comercial, Delboni apresentou uma forma de cálculo que justifica investimentos em equipamentos LED, por definição mais caros. “Criamos esta calculadora que revela o real custo de seu equipamento. Ela leva em conta a economia de energia, de manutenção, de riscos de incêndio por exemplo, e revela o quanto tempo um investimento a mais em LED vai retornar na forma destas economias paralelas”, concluiu.



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Agenda Congressos, festivais, exposições, mostras, cursos, treinamentos e eventos do mercado audiovisual.

25 de Setembro Dia do Rádio

29 de Setembro

Lighting Designers - Iluminação para Grandes Eventos: JMJ, Olimpíadas 2016, Moving Lights e LED’s Cada vez mais, a utilização de equipamentos de iluminação com baixo consumo/LEDs e moving lights se torna mais comum e necessária em projetos arquiteturais e eventos. O domínio do seu funcionamento para o profissional é fundamental e obrigatório que deseja atuar na área. O curso apresenta o uso e o conhecimento de equipamentos com baixo consumo/LEDs, sistema de acionamento/ comunicação, moving lights e abordagem de inicio de projeto de iluminação em grandes projetos. www.iatec.com.br

6 de Outubro

Direção de Fotografia com HDSLR Fomentar um conhecimento aprofundado acerca das funcionalidades, técnicas, potencialidades e limitações próprias dos modelos mais usados das câmeras fotográficas HDSLR, quando utilizadas para a produção de imagens cinematográficas. Por meio de aulas teóricas e, especialmente, práticas, será criado um ambiente completo de construção e realização de exercícios com as câmeras, juntamente com aparatos e acessórios, cedidos pelo espaço. Orientador: André Luiz de Luiz, Diretor de Fotografia de uma gama de curtas-metragens e documentários. www.inspiratorium.com.br

6 de Outubro

Direção de Fotografia Introdução à Linguagem Cinematográfica, nomeclatura dos planos, posições de câmara, movimentos e enquadramentos. Os medidores de luz: fotômetro, spotmeter, colorímetro e etc. Equipamentos de iluminação e maquinária e seus acessórios. Os suportes de imagem (as fitas magnéticas de vídeo, disquetes, CDs e DVDs e os negativos cinematográficos. As câmaras profissionais de cinema ( 16 mm, super 16 mm, 35 mm e super 35mm e as câmeras de alta velocidade e submarinas ) e de televisão (profissionais e semi profissionais/Camcordes. Mini Dvs e HDs e DVCams). As lentes e objetivas especiais, Os filtros corretores de cor e os de efeitos visuais. Temperatura de cor e marcação de luz. Os trabalhos de laboratório e de finalização em vídeo. Serviços especiais: Kinoscopia (Transfer) Telecinagem, Blow up, Pré-exposição, Anamorfização, By pass, Cinemascope, CD

Room e cinema digital. Novas tecnologias HDTV. Captação de som direto. Efeitos Especiais Óticos, Mecânicos e de Maquetes. Princípios de uma iluminação de um rosto, um grupo de pessoas e iluminações especiais e efeitos de luz. Linguagem Cinematográfica (aulas online). Com Jorge Monclar. www.aictv.com.br

14 de Outubro

4K DAY: A evolução do HD e seu desafios. As produções em 4K criaram um novo padrão de qualidade. Da captação à finalização é preciso revisar todo o workflow.Temática: • Entre o HD e 8K: Por que o 4K é importante? • É possível combinar HD e 4K? • Onde estão os gargalos de produção? • Arquivamento em 4K: Uma solução para a próxima década? • Como sobreviver à guerra de resoluções? • Qual é o momento de migrar? • Quanto vale a pena investir? • Qual será a próxima onda tecnológica? Local: São Paulo (SP) http://conferencia.panoramaaudiovisual.com.br/

14 de Outubro

Conferência Panorama Audiovisual: Produção de baixo custo Quando economizar é a palavra de ordem, o conhecimento sobre soluções e tecnologias disponíveis é fundamental. Escolhas mal feitas inviabilizam projetos ou provocam prejuízos. Este encontro com profissionais reunirá apresentações e testes com tecnologias que podem resolver o desafio economia versus qualidade. Mais detalhes: http://www.conferencia.panoramaaudiovisual.com.br/

17 a 19 de Outubro

Cinematografia com Carlos Ebert Curso com o premiado diretor e fotógrafo de cinema, televisão e publicidade. Ebert estudou arquitetura na Universidade Federal do Rio de Janeiro e cinema na Escola Superior de Cinema São Luiz, em São Paulo. Em 1966, foi repórter fotográfico. Colaborou em inúmeros filmes do chamado Cinema Marginal entre final dos anos 1960 e meados da década de 1970, tendo sido câmera e diretor de fotografia do decisivo O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla. Em 1970, dirigiu seu primeiro longa, República da Traição, à época censurado pelo regime militar e nunca lançado comercialmente. Realizou também fotografia para televisão, como a de O povo brasileiro (2000), ganhador do Grande Prêmio Cinema Brasil de TV em 2001.



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Agenda Além de fotografar, Ebert dedica-se ao ensino de cinematografia digital, a publicações sobre cinema e à Associação Brasileira de Cinematografia - ABC, onde ocupou o cargo de vice-presidente entre 2002 e 2004, e hoje é um dos diretores. merlincursos.com.br

20 de Outubro

Curso de operação de câmeras NXCAM Com base no menu e recursos da câmera, os profissionais irão descobrir a melhor configuração para cada tipo de ambiente, o passo a passo de cada função, tudo na prática. No curso serão apresentadas técnicas de iluminação, correção de temperatura de cores, filtros de efeito, adaptadores de lente e também enquadramentos de cena para produções diversas. merlincursos.com.br

1 de dezembro

Leis de Incentivo à Cultura A Lei Federal de Incentivo à Cultura, conhecida também como Lei Rouanet, de 1991, instituiu políticas públicas para a cultura nacional, cuja base é a promoção, proteção e valorização das expressões culturais nacionais. O grande destaque da é a política de incentivos fiscais que possibilita as empresas (pessoas jurídicas) e cidadãos (pessoa física) aplicarem uma parte do Imposto de Renda devido em ações culturais. http://iatec.com.br/cursos/evento/leis-de-incentivo-cultura/

8 de Dezembro

Dia do Produtor de Rádio e TV

08 de Dezembro

Curso Oficial Avolites – Titan Foundation Course on Tiger Touch

5 a 7 de Novembro Discop Africa

Principal mercado de televisão do continente africano, o evento reúne cerca de 2.000 participantes de 70 países diferentes. É interessante para empresas que buscam negócios com países da África, como coproduções e comercialização de obras. Joanesburgo, África do Sul www.discopafrica.com

7 de Novembro Dia do Radialista

19 de Novembro

A nova AvolitesTigerTouch representa o definitivo console híbrido, com funcionalidades da poderosa Diamond 4 junto com a interface amigável Pearl, uma das mais utilizadas no mercado atualmente. Além de um híbrido rápido e acessível, trabalha em conjunto com uma intuitiva funcionalidade touch screen. O curso apresenta e introduz o console AvolitesTigerTouch e detalha todas as suas novas funcionalidades e possibilidades de uso. www.iatec.com.br

10 a 12 de Dezembro

Asia TV Forum (ATF) –SINGAPURA O evento reúne cerca de 5.000 participantes, sendo mais de 70% do continente asiático. É interessante para empresas que buscam se aproximar da região, tanto para coproduções como para venda de conteúdos já finalizados (800 compradores participaram da edição de 2013). www.asiatvforum.com

Soluções para OTT Broadcast & IT,Transmidia e Second Screen O consumo de mídia está pulverizado entre várias plataformas e dispor das melhores ferramentas para garantir uma comunicação eficiente com os espectadores é essencial. Na última edição de 2014, a Conferência Panorama Audiovisual discutirá como aproveitar da melhor maneira os novos canais disponíveis. Local: São Paulo (SP) http://conferencia.panoramaaudiovisual.com.br/

24 a 27 de Novembro IDFA Forum –– Amsterdam

O International Documentary Film Festival of Amsterdam é um dos mais reconhecidos eventos na área de documentário do mundo. A área de mercado do festival é o IDFA Forum, que reúne produtores e commissioning editors, principalmente da Europa. Com foco em financiamento e coprodução, a principal atração do Forum são os pitchings. http://www.idfa.nl/industry/forum

Fevereiro de 2015

Tecnologia em Produção Audiovisual Curso do Senac para formar profissionais de perfil múltiplo para atuarem no desenvolvimento de projetos de produtos audiovisuais de animação, individualmente ou em equipes de roteiristas, desenhistas, coloristas, editores de imagem e de efeitos sonoros, dubladores e outros talentos envolvidos. O Tecnólogo em Produção Audiovisual, com ênfase em Animação, não só capacita seu público em tecnologia de ponta, mas também propicia a oportunidade de experimentar e criar produtos que construam a identidade cultural brasileira, temas como a história do audiovisual e da animação no mundo, mediadas pela aprendizagem da história da arte, do cinema, e do audiovisual brasileiros, preparam o aluno para o domínio de linguagem e técnica, sendo estimulado a desenvolver diferentes técnicas de animação, desde as convencionais de desenho feitos em mesas de luz, até a animação 3D. Duração: 2 anos www.sp.senac.br




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