Panorama Hospitalar 19ª edição Setembro de 2014

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Panorama Gestão - Tecnologia - Mercado

Ano 1 • No 19 • Setembro/2014

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entrevista: “A gestão não admite improvisação”: confira a entrevista com Dr. Claudio Seferin, superintendente do Sistema de Saúde Mãe de Deus

Tendência em saúde

Centros de Tecnologia são inaugurados no Brasil


Alta tecnologia aliada à melhor relação custo benefício.

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Editorial

Panorama Edição: Ano 2 • N° 19 • Setembro de 2014 Presidência e CEO Victor Hugo Piiroja e. victor.piiroja@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7732 Publicidade - Gerente Comercial Christian Visval e. christian.visval@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7500 Ismael Pagani e. ismael.pagani@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7724 Viviane Romão e. viviane.romao@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7723 Luciano Itamar Souza e. Luciano.itamar@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7721 Editora Keila Marques e. keila.marques@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7739 Repórter Carolina Spillari e. carolina.spillari@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7741 Conselho Técnico Dr. Gonzalo Vecina Neto, Dr. Eustácio Vieira e Dra. Pina Pellegrini Financeiro Rodrigo Oliveira e. rodrigo.oliveira@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.77 Marketing Gerente Tomás Oliveira e. tomas.oliveira@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7762 Analista Thiago Guedes e. thiago.guedes@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7762 Assistente Michelle Visval e. michelle.visval@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7762 Graphic Designers Cristina Yumi e. cristina.yumi@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7737 Flávio Bissolotti e. flavio.bissolotti@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7737 João Corityac e. joao.corityac@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7737

Não falta médico, não, Dilma

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Saúde é a maior preocupação dos brasileiros, segundo uma pesquisa do Instituto Datafolha a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Paulista de Medicina (APM). Os serviços públicos e privados de saúde no Brasil são péssimos, ruins ou regulares para 93% dos eleitores brasileiros. O Sistema Único de Saúde (SUS) é motivo de insatisfação para 87% da população, principalmente por causa do acesso e do tempo de espera para atendimento. Enquanto para a maioria da população (80%), o governo tem falhado na gestão dos recursos da saúde pública. Sobre o resultado da pesquisa, a presidente Dilma assegurou, em entrevista ao Jornal Nacional, que “ainda temos muitos problemas e desafios a enfrentar na Saúde, mas, por outro lado, enfrentamos um dos mais graves desafios: a falta de médicos”- fazendo referência a criação do programa Mais Médicos, cujo objetivo é levar profissionais da medicina para as cidades do interior do País. “Falta de médicos”? Existem hoje quase 400 mil médicos no Brasil. Mais especificamente, segundo o Conselho Federal de Medicina, são 393.823 profissionais para uma população de 202 milhões de habitantes. O que equivale a 19,4 médicos para cada 10 mil pessoas. Além disso, o Brasil forma 17 mil médicos por ano. Médicos nós temos, o problema está na má distribuição desses profissionais. O Ministério da Educação (MEC) anunciou, no último mês de agosto, uma lista de 39 cidades que receberão cursos de Medicina como parte da estratégia do Programa Mais Médicos de expansão da formação no País. São cidades que não tinham curso superior para graduação de médicos. No entanto, muitas estão localizadas em regiões metropolitanas, como Osasco, Guarulhos e Mauá, na grande São Paulo; Novo Hamburgo e São Leopoldo, na grande Porto Alegre; e por aí vai... O que adianta abrir mais vagas e destinar a maioria delas para as regiões metropolitanas? Mais um item da lista de ironias do Brasil brasileiro... Boa leitura!

Web Designer Robson Moulin e. robson.moulin@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7762 Sistemas Fernanda Perdigão e. fernanda.perdigao@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7726 Wander Martins e. wander.martins@vpgroup.com.br t. +55 (11) 4197.7762 A Revista A revista Panorama Hospitalar apresenta aos administradores de hospitais e clínicas notícias atualizadas sobre o mercado, entrevistas e reportagens sobre novas tecnologias e os principais temas do segmento, além de coberturas jornalísticas dos eventos do setor. Panorama Hospitalar Online s. www.revistapanoramahospitalar.com.br Tiragem: 15.000 exemplares Impressão: Duograf

Keila Marques Editora

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Setembro, 2014 3

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Sumário

nesta edição

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NotÍcias Música reduz ansiedade de

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pacientes em hemodiálise

93% dos eleitores estão insatisfeitos

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com a Saúde no Brasil

24º Congresso Nacional das Santas

Disponibilidade de leitos no país está

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abaixo do índice da OMS Nova regulação para a produção nacional de

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medicamentos e equipamentos PPP viabiliza construção

Centros Tecnológicos para a Saúde são inaugurados no Brasil

Grupo Gnatus

de novos hospitais

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Wolters Kluwer Health

Casas e Hospitais Filantrópicos

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Reabilitação Feira + Fórum

Produtos e Serviços

Mundo hospitalar

cria estratégias para nova linha médico-hospitalar

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Stefanini Maquet

12 ENTREVISTA Dr. Claudio Seferin

superintendente do Sistema de Saúde Mãe de Deus fala de temas atuais e polêmicos do setor de Saúde

26 Case Study Santa Casa de São Paulo

utiliza rastreabilidade para o controle de OPME 26

33 livro Hospital Alemão Oswaldo Cruz

lança publicação

Ponto de vista

30 Carlos Alberto P. Goulart Uma luz no final do túnel 32

Fernando L. Motta dos Santos

Por que projetos fracassam? Parte 4

Panorama Hospitalar

34 AGENDA


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Notícias

Música reduz ansiedade de pacientes em hemodiálise

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estudo da enfermeira Lucimara Moreli, realizado na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, avaliou o efeito da música como terapia complementar, a partir da intervenção nos aspectos fisiológicos e emocionais dos pacientes em hemodiálise. Variáveis como frequência respiratória, cardíaca, temperatura e pressão arterial não sofreram alterações, porém a ansiedade reduziu significativamente. Entre pacientes da Unidade de Diálise do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP) da USP, 43,5%, escolheu ouvir música sertaneja nas sessões. Durante a pesquisa, com 55 pacientes, cada um escolheu seu ritmo musical preferido e ouviu diferentes músicas durante 30 minutos da sessão de hemodiálise, que dura cerca de quatro horas. O estudo também analisou o grau de aceitação da intervenção. “Observamos que os participantes gostaram da terapia complementar e a avaliaram como importante para a melhoria do tratamento”, afirma a pesquisadora. PH

93% dos eleitores estão insatisfeitos com a Saúde no Brasil

A

pesquisa inédita realizada pelo Instituto Datafolha a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Paulista de Medicina (APM) mostrou que os serviços públicos e privados de saúde no Brasil são péssimos, ruins ou regulares para 93% dos eleitores brasileiros. O Sistema Único de Saúde (SUS) é motivo de insatisfação para 87% da população, principalmente por causa do acesso e do tempo de espera para atendimento. Enquanto para a maioria da população (80%) o governo tem falhado na gestão dos recursos da saúde pública. Para o 1º vice-presidente do CFM, Carlos Vital, os resultados confirmam o que os médicos vêm denunciando há muito tempo: a saúde não é prioridade. “Levantamentos recentes elaborados pelo CFM têm denunciado a situação do financiamento e da infraestrutura da saúde no país. O último deles, divulgado em julho deste ano, mostrou que o gasto per capita em saúde em 2013 foi de apenas R$ 3,05 ao dia. O valor representa apenas metade do que gastaram os beneficiários de planos de saúde do Brasil no mesmo período”. A

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Panorama Hospitalar

abrangência do estudo foi nacional, incluindo regiões metropolitanas e cidades do interior de diferentes portes, moradores nas cinco Regiões do país. Foram ouvidas 2.418 pessoas - 60% delas residentes no interior - entre os dias 3 a 10 de junho, homens e mulheres com idade superior a 16 anos. PH


Notícias

Disponibilidade de leitos no país está abaixo do índice da OMS

O

Painel Saúde em Números, relatório semestral elaborado pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), mostrou que a disponibilidade de leitos por mil habitantes no Brasil está aquém da orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os últimos levantamentos datam de 2009, mas mostram que a oferta corresponde a uma média de 2,4 leitos - considerando a oferta de leitos disponíveis pelo SUS (2,1 para 1 mil habitantes) e os dos hospitais privados (2,6/ 1 mil beneficiários de planos de saúde). O índice não atinge o que é preconizado pela OMS, de 3 a 5 leitos para cada mil habitantes. De acordo com dados apurados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos em Saúde (CNES), do Ministério da Saúde, quase 13 mil leitos foram desativados na rede pública de saúde entre janeiro de 2010 e julho de 2013. O número passou de 361 mil para 348 mil leitos. As especialidades mais atingidas com o corte foram a psiquiatria (-7.499 leitos), pediatria (-5.992), obstetrícia (-3.431) e cirurgia geral (-340). PH

Nova regulação para a produção nacional de medicamentos e equipamentos

O

Ministério da Saúde colocou em consulta pública a portaria que estabelece os critérios para a realização das Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP). É a consolidação de um novo marco regulatório adotado pelo governo federal na gestão dos acordos entre instituições públicas e privadas que visam produzir medicamentos, equipamentos e materiais estratégicos para o SUS. Entre os principais ganhos está o fortalecimento do monitoramento por parte do governo federal e a definição de prazos para as empresas apresentarem as propostas de transferência tecnológica. Pela proposta, o MS publicará a lista de produtos de maior interesse para a saúde pública brasileira até

o fim do ano e as empresas terão até abril de 2015 para apresentar seus projetos. A partir daí, começa a fase de análise técnica, que será feita por um grupo interministerial (Saúde, Ciência e Tecnologia, e Desenvolvimento, Indústria e Comércio), com a participação de representantes de outros órgãos, como BNDES, Anvisa e Finep. Todos os projetos, aprovados ou não, terão seus resultados divulgados e acessíveis à população. Outra mudança se refere ao início da compra do produto por parte do MS. O que marcará o início da PDP é a primeira aquisição do produto, de forma que as empresas assumam o compromisso com a transferência da tecnologia. O prazo máximo para a conclusão do projeto será de dez anos. PH

Setembro, 2014

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Notícias

PPP viabiliza construção de novos hospitais

Foto: Divulgação

Hospitais estaduais serão instalados nos municípios de São Paulo, Sorocaba e São José dos Campos através de um contrato de Parceria Público-Privada

O novo Centro de Referência em Saúde da Mulher (Pérola Byington), localizado na capital paulista, será construído. Na imagem, o prédio ontem está o Centro atualmente

O

governo do Estado de São Paulo assinou no dia 1º de setembro, contrato de PPP (Parceria Público-Privada) para a construção de novos hospitais estaduais. Com investimento de R$ 772,2 milhões, serão construídos pela Construcap CCPS Engenharia e Comércio S/A o novo Centro de Referência em Saúde da Mulher (Pérola Byington), localizado na capital paulista, e os hospitais estaduais de Sorocaba e de São José dos Campos, no interior. O modelo final do projeto a ser seguido pela empresa na construção dos hospitais foi dividido em dois lotes. No primeiro grupo está o Hospital Estadual de Sorocaba. O segundo lote engloba o novo Pérola Byington, e a unidade de São José dos Campos. No total, a parceria será responsável por acrescentar 646 leitos e mais de três mil atendimentos ambulatoriais por dia. A PPP tem como objetivo o planejamento arquitetônico e funcional, a construção, compra, e instalação completa, manutenção corretiva e preventiva dos equipamentos hospitalares, a instalação e manutenção de recursos de tecnologia de comunicação e informática (TIC), bem como a gestão dos serviços não clínicos, denominados “bata cinza”, dos três complexos hospitalares, que permanecerão totalmente integrados ao Sistema Público de Saúde e subordinados à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. As três unidades terão certificação de Qualidade Nacional e Internacional e deverão realizar atendimentos de média e alta complexidade em áreas de maior demanda. Os terrenos para construção dos Hospitais de Sorocaba e São José dos Campos foram doados pelas respectivas prefeituras e a operação clínica dos dois hospitais será realizada via contrato com Organizações Sociais de Saúde. Já o Centro de Referência na Saúde da Mulher, que integra o projeto de revitalização do centro da capital, será construído na região da

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Panorama Hospitalar

Nova Luz e continuará sendo administrada pelos seus atuais gestores. As obras dos novos hospitais devem ser concluídas em um prazo de até 36 meses. “O principal benefício da PPP para a construção de hospitais está na agilidade para a implantação dos serviços associada à economia de recursos públicos. Por meio de parcerias como essa, conseguiremos ampliar o acesso da população a serviços de alta qualidade e complexidade que serão referência regional”, diz David Uip, secretário de Estado da Saúde de São Paulo. O contrato entre a empresa privada ganhadora da licitação e o Estado terá duração de 20 anos, com previsão de aportes e incorporação de novas tecnologias durante esse período. O processo de PPP gerou uma economia de 28% no custeio dos serviços de apoio que serão oferecidos nas unidades após a conclusão das obras. Apesar da economia, o processo garantiu a mais elevada qualidade nos serviços de sistemas de diagnósticos por imagem, prontuários eletrônico, radiologia digital e rastreabilidade de instrumentais cirúrgicos.

Investimentos

O Centro de Referência em Saúde da Mulher terá 218 leitos, sendo 22 de UTI, e 10 salas cirúrgicas, com investimento total de R$ 306,7 milhões. Já o Hospital Estadual de Sorocaba será voltado ao atendimento de urgências e emergências e contará com 250 leitos, sendo 96 de UTI, e 10 salas cirúrgicas. O investimento na unidade será de R$ 248,4 milhões. Enquanto que o Hospital Estadual de São José dos Campos vai receber o investimento de R$ 217,1 milhões para oferecer um serviço de atendimento em média complexidade, com 178 leitos, sendo 44 de UTI e seis salas cirúrgicas. PH


Notícias

Reabilitação Feira + Fórum Evento promoveu a integração dos principais atores da cadeia da reabilitação

A

12ª edição da Reabilitação – Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Reabilitação, Prevenção e Inclusão, aconteceu de 13 a 15 de agosto, em São Paulo (SP). Cerca de cinco mil visitantes profissionais e usuários do mercado de reabilitação estiveram no evento para conhecer as principais tendências em produtos, inovações tecnológicas e atualidades do mercado. Para a presidente da Reabilitação Feira + Fórum, Dra. Waleska Santos, “a feira é a vitrine para proporcionar maior visibilidade às conquistas e realizações da área, aproximando os empresários da indústria aos usuários de seus produtos e serviços, e incentivando o conhecimento mútuo”. Neste ano, novas parcerias com importantes entidades do setor foram firmadas: AACD – Associação e Assistência à Criança Deficiente e Avape - Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência.

Tecnologia

Na Reabilitação, expositores nacionais e estrangeiros tiveram a oportunidade de apresentar novidades para os profissionais e visitantes. O Centro de Tecnologia Inmotion de Boston (EUA) pela primeira vez esteve

na Reabilitação trazendo robôs indicados para uso exclusivo de hospitais, centros de reabilitação e casas de saúde. Os equipamentos são adequados para tratamentos de pacientes com paralisia cerebral, AVC e mal de Parkinson. Na feira, a Inmotion esteve com o InMotion Wrist (para o pulso) e Inmotion Hand (para mão). A eficiência no tratamento destes pacientes através do uso dos robôs é percebida após 8 a 12 meses. No Brasil, a rede de reabilitação Lucy Montoro e AACD já adquiriram os equipamentos. Os robôs custam em torno de US$ 200 mil.

Fórum Profissional

Com uma agenda de sete eventos, o Fórum Reabilitação contou com uma programação diversificada. A 5ª Conferência Internacional de Robótica e Biomédica Biomechatronics – BioRob – aconteceu pela primeira vez no Hemisfério Sul. O evento trouxe questões teóricas e experimentais na área de robótica e sua funcionalidade para a reabilitação de pessoas. A iniciativa foi coordenada pelo Laboratório de Reabilitação Robótica da Universidade de São Paulo (USP). PH

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Produtos e Serviços

A Wolters Kluwer Health anuncia o lançamento no Brasil da nova solução UpToDate® Anywhere. A solução móvel, já introduzida nos Estados Unidos e na Europa, permite aos hospitais e instituições de saúde fornecerem aos médicos o acesso ao recurso de suporte a decisões médicas UpToDate®, a qualquer hora e em qualquer lugar, via dispositivo móvel e Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). Com pesquisa e navegação em português, a solução possibilita a adoção de estratégias móveis de saúde também no país. Segundo a empresa, a Unimed Vale do Caí (UVC), hospital privado localizado em Montenegro (RS), já está fazendo uso da solução em uma variedade de departamentos, como cardiologia e cuidados intensivos.

Plataforma inteligente

Foto: Divulgação Stefanini

Crédito: Divulgação Gnatus

A Stefanini, por meio de sua subsidiária Woopi, desenvolveu a plataforma inteligente Parli, composta por um conjunto de softwares, sistemas e processos que permitem melhorar a performance de sistemas de interação com o consumidor ou usuário, seja por meio de voz, internet ou aplicativos móveis. O conjunto de algoritmos de inteligência artificial que compõe a plataforma tem a finalidade de substituir o atendimento humano baseado em scripts por ferramentas altamente sofisticadas que interagem com o usuário. A plataforma inteligente reduz custos com treinamento, turnover, organização de bases de conhecimento, gestão de RH e retrabalho. No momento, o banco de informações da plataforma conta com 250 mil entradas. Além disso, a plataforma é capaz de aprender sozinha, se tornando mais precisa a cada interação.

Mesa cirúrgica flexível A mesa YUNO OTN da Maquet vai ao encontro das necessidades dos especialistas em ortopedia, traumatologia e neurocirurgia, e, inclusive, foi idealizada com a colaboração de cirurgiões. Ela possui configuração móvel com design inteligente, pode ser configurada com precisão para garantir resultados ideais para todas as intervenções, até mesmo em casos mais complexos, como na coluna vertebral, ombro, região pélvica, fêmur, tíbia e joelhos. “É possível utilizá-la eficazmente nessas especialidades porque pode ser reconfigurada conforme a necessidade em uma questão de segundos para um posicionamento preciso do paciente e para aprimorar o fluxo de trabalho do centro cirúrgico”, confirma a Coordenadora de Marketing da MAQUET, Jennifer Herbst.

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Panorama Hospitalar

Foto: Divulgação Wolters Kluwer Health

Suporte para decisões médicas



Entrevista

renato sargo

“A gestão não admite improvisação” Com a sabedoria de quem, neste ano, completa 30 anos no cargo de superintendente do Sistema de Saúde Mãe de Deus, o Dr. Claudio Seferin fala abertamente sobre temas atuais e polêmicos do setor de Saúde Por Keila Marques

O

Dr. Claudio Seferin é diretor superintendente do Sistema de Saúde Mãe de Deus, uma rede de oito hospitais e diversas clínicas e serviços de diagnóstico, localizada em Porto Alegre (RS). O tempo que se dedica a função impressiona: são 30 anos à frente do Hospital Mãe de Deus – completados exatamente em 2014. A experiência adquirida ao longo desses anos o levou a ocupar cargos em outras instituições. Seferin também é presidente do Conselho de Líderes do Sindicato dos Hospitais de Porto Alegre, desde 2010, membro da Academia Brasileira de Administração Hospitalar e do Comitê de Filantropia da CNS (Confederação Nacional de Saúde), vice-presidente da Associação dos Hospitais do Rio Grande do Sul e docente do Instituto de Administração Hospitalar e Ciências de Saúde. É com a sabedoria de quem vivencia e conhece bem as conquistas e dificuldades desse setor que o Dr. Claudio Seferin trata, nessa entrevista, temas atuais e polêmicos, como o atual momento da gestão hospitalar no Brasil, políticas de remuneração dos serviços de saúde e o fortalecimento das parcerias público-privadas no setor. Para ele, “a gestão hospitalar hoje, pelos seus imensos desafios e complexidade, exige profissionais especializados”. PH - Como Diretor Geral do Sistema de Saúde Mãe de Deus, quais são seus principais pontos de atuação? Seferin - Sou responsável pela implementação das estratégias institucionais e devo zelar permanentemente para que o conceito e o modelo médico-assistencial e de gestão econômico-financeiro sejam praticados pelos gestores e se tornem conhecidos por todos os funcionários. É importante também que o Diretor Geral acompanhe as operações na linha de frente da Assistência para verificar se as estratégias e modelos efetivamente estão sendo cumpridos, bem como identificar eventuais necessidades de ajustes na própria estratégia. A gestão hospitalar nos dias de hoje precisa ter agilidade de decisões e para tanto as equipes médico-assistenciais e áreas de apoio precisam conhecer muito bem as estratégias institucionais. PH - Qual é a tarefa prioritária do diretor de uma instituição filantrópica? Seferin - As relações com os governos municipais, estadual e federal são extremamente importantes e precisam ser constantemente acompanhados, dadas às diferenças de cultura e práticas entre as instituições privadas e o setor público. A gestão estratégica econômico-financeira é tarefa prioritária para o Diretor Geral e, em se tratando de uma rede de oito hospitais 12

Panorama Hospitalar

O modelo de atenção hospitalar e ambulatorial constitui o grande desafio dos próximos anos


Dr. Claudio Seferin

além de várias clínicas e serviços de diagnóstico. Com o Sistema de Saúde Mãe de Deus, essa relação é bastante exigente nos dias de hoje. É importante ainda para o Diretor Geral ter contatos permanentes com os funcionários, com pacientes e com médicos para ter maior sensibilidade a respeito do clima organizacional e buscar contribuições para o processo de gestão e mesmo de ajustes na estratégia institucional. PH - Quais são os principais desafios da gestão de um grande hospital? Seferin - O grande desafio é conciliar os modelos e programas de qualificação, segurança e certificação (nacional – ONA e Internacional – JCI) com a racionalização de custos, tão necessária à sobrevivência de nossas instituições. A otimização e a atualização tecnológica de alto custo precisam estar contempladas numa instituição de qualidade e de referência como o Mãe de Deus, mesmo que o retorno desses investimentos nem sempre seja atrativo. Convém lembrar que o acesso e alto custo do dinheiro na realidade brasileira são elementos dificultadores no processo de crescimento e desenvolvimento. PH - Quais demandas do hospital exigem decisões rápidas e assertivas? Seferin - As decisões precisam ser rápidas e assertivas quando estão relacionadas com as redes sociais, tanto nos aspectos positivos quanto negativos, e em tudo que se relaciona com os clientes. Temos defendido que as decisões relacionadas com clientes, satisfeitos ou insatisfeitos, devem ser resolvidas pelos próprios funcionários na linha de frente. Essa velocidade de decisão tem sido um diferencial. Os problemas de relacionamento com os colaboradores, especialmente com os médicos, também precisam ter decisões rápidas para evitar desgastes nas equipes e descontinuidade no trabalho.

Entrevista

PH - Como você avalia a capacitação dos gestores hospitalares brasileiros? Seferin - A gestão hospitalar hoje, pelos seus imensos desafios e complexidade, exige profissionais especializados para o bom desempenho e obtenção dos resultados desejados. Entendo que o médico que busca essa especialização de gestão, com sua sensibilidade a respeito da saúde das comunidades, ainda é o melhor perfil para o comando de hospitais e serviços em saúde. PH - Você é presidente do Conselho de Líderes do Sindihospa. Qual é o papel do líder nas instituições de saúde? Seferin - O mercado da saúde hoje precisa passar por importantes mudanças e transformações, começando pelo modelo de assistência médico-hospitalar, com maior acesso, com a qualidade e a segurança aos pacientes assegurada, muito humana e espiritualizada. Os modelos de remuneração dos serviços deverão ser alterados para custear a qualidade e a incorporação tecnológica. O papel das instituições de representação de classe é liderar esse processo de mudanças e de garantia de acesso às populações assistidas. PH - O que o Brasil pode aprender com experiências internacionais de inovação, ensino e desenvolvimento cientifico-tecnológico no setor de saúde? Seferin - A inovação e o desenvolvimento tecnológico são caminhos para o futuro e para a competitividade das instituições de saúde que pretendem se manter nesse mercado de alta concorrência, de exigências

PH - Como você avalia o atual momento da gestão hospitalar no Brasil? Seferin - Os grandes hospitais brasileiros, notadamente os privados, têm modelos de gestão e sistemas bastante diferenciados e executam uma gestão voltada para resultados bastante competente. Infelizmente essa realidade não é ainda uma prática na maioria dos hospitais. A alegação é a falta de recursos e dinheiro para adoção de ferramentas adequadas de gestão e treinamento das pessoas. Eu não acredito nesse motivo, pelo contrário, a falta de organização é que leva à falta de dinheiro. PH - Qual é a importância do planejamento estratégico para a gestão hospitalar? Seferin - A gestão nos dias de hoje não admite improvisação e ineficiências e as ferramentas de gestão são imprescindíveis. Não consigo imaginar hoje uma instituição, seja de que segmento for, que não trabalhe com uma ferramenta básica, com o planejamento estratégico, independente do método ou sistema. No Mãe de Deus, adotamos, há mais de quinze anos, o BSC (Balance Score Card) com imensas vantagens e, hoje, em versão eletrônica, extremamente facilitada ao usuário.

O Sistema de Saúde Mãe de Deus é formado por uma rede de oito hospitais e diversas clínicas e serviços de diagnóstico, e conta com a gestão do Dr. Claudio Seferin há exatos 30 anos

Setembro, 2014

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Entrevista

renato sargo

crescentes dos clientes, da legislação e da exigência de excelência de serviços. A evolução da TI dará condições diferenciadas às instituições de saúde no atendimento das pessoas, no sistema de informações e na própria gestão competente dos recursos. PH - Como manter um modelo de atenção hospitalar e ambulatorial que atenda cuidados diversificados? Seferin - O novo modelo de atenção hospitalar e ambulatorial constitui o grande desafio dos próximos anos, muito se tem discutido e já possuímos alternativas muito interessantes para serem testadas. Temos também experiências de sucesso para servirem de modelo. Os sistemas de tecnologia de informação (TI) e os modelos de redes integradas, bem gerenciados, possibilitarão a sustentabilidade necessária. PH - Você acredita que é possível criar um sistema de saúde mais efetivo no Brasil? Como? Seferin - O sistema de saúde brasileiro não é ruim como sistema, como conceito e mesmo como modelo, mas precisa ser modernizado no que diz respeito ao acesso, que tem imensas dificuldades; se tornar atrativo para os médicos através de melhor remuneração, oportunidades de carreira e desenvolvimento científico e de pesquisas. Os médicos estão muito, e cada vez mais, distanciados do SUS, e mesmo do atendimento da saúde suplementar. Esse fato inviabiliza qualquer sistema de saúde e precisa ser corrigido com urgência. Também a gestão precisa ter estruturas mais ágeis, decisões mais rápidas, precisa profissionalizar-se. Por último, a questão da qualidade e certificação, com indicadores assistenciais que garantam a segurança necessária aos pacientes, com sistema de acompanhamento sistemático e planos de ação corretivos e imediatos. PH - Qual é grande obstáculo da modernização e profissionalização do sistema de saúde? Seferin - São sempre os recursos financeiros disponibilizados para a cobertura de saúde da sociedade, seja no SUS ou mesmo na saúde suplementar. Essa limitação tem sido o grande impeditivo para que os brasileiros efetivamente tenham os serviços de saúde de que necessitam, na dimensão de quantidade e qualidade exigidos. PH - Qual é a sua opinião sobre as políticas de remuneração dos serviços de saúde? Seferin - As políticas de remuneração dos serviços de saúde e suas consequentes práticas desgastadas pelo tempo estão totalmente vencidas, inadequadas às práticas recomendáveis da boa medicina e precisam ser ajustadas às novas realidades, de forma muito urgente. Todos os participantes do sistema têm postergado essas mudanças por receio de que essas venham piorar a situação já crítica. Eu diria que pior do que está não é possível, com os médicos afastando-se das operadoras de planos de saúde e os hospitais, na sua maioria, comprometendo seu patrimônio, endividando-se para manter um padrão de qualidade exigido pela população e não tendo a remuneração adequa14

Panorama Hospitalar

Dr. Claudio Seferin, superintendente do Sistema Mãe de Deus há 30 anos, diz acreditar que “a gestão hospitalar precisa ter estruturas mais ágeis, tomar decisões mais rápidas, precisa profissionalizar-se “.

da ao risco que assumem. Precisamos ter coragem, e da liderança de nossas entidades de classe, para enfrentar a mudança necessária. Os novos modelos já foram suficientemente debatidos e estão prontos para serem testados. Estamos deixando passar o tempo e comprometendo as instituições e a própria assistência à saúde da sociedade. PH - Qual é a sua posição em relação ao fortalecimento das parcerias público-privadas no setor de saúde? Seferin - A grande e ousada mudança dos últimos anos foram as parcerias entre o setor público e o privado na saúde, sem dúvida a saúde, em princípio, precisa ser tratada com a união de recursos, integração de sistemas e processos assistenciais. O que desenvolvemos no município de Canoas, vizinho a Porto Alegre, é um bom exemplo de gestão paritária público e privado, atuando em complementariedade aos recursos públicos. São 620 leitos em dois hospitais, um de pronto-socorro, várias UPAS e CAPS, que integradamente à rede pública possibilitam uma cobertura bastante eficiente das necessidades de saúde daquela população de mais de 500 mil habitantes. O que demonstra que, efetivamente, o SUS, através da integração dos recursos públicos e privados, pode dar muito certo. É uma experiência que merece ser vista e replicada, conforme sugere o próprio Ministério da Saúde. PH


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Congresso Santas Casas

Filantropia em pauta O papel das entidades sem fins lucrativos na saúde brasileira foi o mote dos debates do 24º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos Por Claudia Bittencourt

O Congresso promoveu o debate de temas estratégicos de gestão e capacitação, como Gestão da Filantropia, Inovação, Governança Corporativa e O Papel do Líder nas Organizações

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erca de um mês depois de a Santa Casa de São Paulo, maior hospital filantrópico da América Latina, interromper o atendimento do pronto-socorro por falta de recursos, aconteceu o 24º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, em Brasília, entre os dias 20 e 22 de agosto. Com o tema central “Santas Casas e Hospitais Filantrópicos: Indispensáveis para a Saúde. Indispensáveis para o Brasil”, o Congresso promoveu o debate de temas estratégicos de gestão e capacitação, como Política Nacional de Atenção Hospitalar, Gestão da Filantropia, Inovação, Governança Corporativa, O Papel do Líder nas Organizações, Logística, Redes de Atenção à Saúde e o Gerenciamento de Crises. Realizado pela Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), o evento reuniu mais de 600 participantes, entre especialistas, lideranças do setor e parlamentares. Na cerimônia de abertura, os pleitos e as necessidades emergenciais do Setor Filantrópico foram apresentados ao ministro da Saúde, Arthur Chioro. Em seu discurso, o presidente da CMB, Dr. Edson Rogatti, destacou que “o financiamento aquém do necessário ao SUS afeta diretamente o trabalho das instituições que, apesar dos R$ 15 bilhões em dívidas e R$ 5,1 bilhões de déficit anual na assistência ao SUS, continuam atendendo a população”. O presidente também reconheceu que o Ministério da Saúde tem se empenhado para criar novos incentivos que possam corrigir a defasagem da tabela SUS. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, considerou

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o documento apresentado pelas Santas Casas uma reivindicação importante. “A tabela causa profundas deformações porque produz iniquidade e faz todo o sistema refém. Precisamos ter a ousadia de dar mais passos para negociar maneiras de mudar esse modelo”. De acordo com o ministro, o Governo está trabalhando para, até o final do ano, apresentar uma proposta de mudança no modelo de pagamento de forma geral e um meio de acrescentar incentivos à remuneração também dos hospitais de pequeno porte, tanto filantrópicos, quanto municipais. Os participantes do 24º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos definiram o dia 25 de setembro como data oficial para a paralisação nacional da assistência eletiva. Neste dia, os colaboradores vão usar preto, para representar o luto pela crise das instituições, fruto do subfinanciamento. Porém, os atendimentos de urgência e emergência serão mantidos. A decisão foi tomada após a manifestação dos participantes do Congresso em frente ao Palácio do Planalto, pedindo mais recursos ao Governo. Uma comissão formada por presidentes de Federações, além do presidente da CMB, Edson Rogatti, entregou um documento contendo os pleitos do Setor no Palácio, que deve ser encaminhado à presidente Dilma Rousseff.

Governança Corporativa

A Governança corporativa foi apresentada pelo superintendente da Associação Congregação de


Congresso Santas Casas

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seus públicos internos e externos”. Em seguida, o suSanta Catarina, José Luiz Bichuetti e pelo superinperintendente do Hospital e Maternidade Brasília, Eritendente corporativo do hospital Sírio Libanês, Dr. ckson Blun falou sobre a inspiração que o líder deve Gonzalo Vecina Neto. De acordo com Bichuetti, a ser para gerar ações de mudança em sua equipe. governança corporativa tem os princípios da transparência, equidade, prestação de contas e respon“Liderança é uma transformação silenciosa, que faz sabilidade. Ele esclareceu que esses princípios decom que as pessoas acreditem que são capazes de vem ser seguidos em conjunto com outras ações realizar suas funções”, afirmou. Blun ressaltou que de boas práticas de gestão, como planejamento, liderança não é sinônimo de gestão - relacionada a gestão de pessoas e de conflitos de interesse, delegação e controle. Já as diretrizes da governança foram abordadas pelo superintendente corporativo do Hospital Sírio Libanês, que destacou a importância das parcerias dos hospitais filantrópicos com a comunidade. “Como são organizações voltadas para o bem da população, é fundamental manter essa relação intrínseca. Temos que repensar o fortalecimento dessa parceria para que as organizações sejam perenes e a sustentabilidade seja debatida em conjunto com a sociedade”, afirmou. Ele explicou também que é necessário levar em conta a complexidade da governança dos hospitais e que as ações estratégicas devem se basear nas seguintes questões: o que fazer, por que e como. A importância da gestão de cus- A Governança Corporativa foi apresentada pelo superintendente do Hospital Sírio tos para uma boa contractualização Libanês, Dr. Gonzalo Vecina Neto (ã esquerda) e o superintendente da Associação foi tema do terceiro painel do Con- Congregação de Santa Catarina, José Luiz Bichuetti gresso. Na ocasião, Afonso de Matos, presidente da Planisa, consultotrabalhos administrativos, que também devem ser ria especializada em gestão para o setor de saúde, realizados com humanidade. falou sobre “a importância de se compreender a origem dos custos, a organização e a utilização de Gerenciamento de crises informações para a gestão”, afirmou. Para Matos, O consultor da Comunicação & Crise, João José Foré importante incluir os médicos, pois eles são agenni falou sobre o gerenciamento de crises e a importes de influência na geração de custos, totalmente tância da comunicação na área da saúde durante o envolvidos nos processos de diagnóstico, medicaúltimo painel do Congresso, que ocorreu no dia 22 mentação, permanência do paciente, entre outros de agosto. Ele destacou que a crise deve ser admifatores. nistrada com urgência e agilidade. “O que fica em O líder nas instituições de saúde jogo em crises na área da saúde é a vida humana, Durante o painel que destacou o papel do líder nas e não há nada mais importante que isso”, afirmou. instituições de saúde, a especialista em psicologia Além disso, a crise afeta diretamente às pessoas e organizacional da Praxis Desenvolvimento, Jeannicompromete a imagem e reputação da organização. ne Krischke, falou sobre as características de um lí“A lentidão perpetua a crise, e quem precisa gerenciar crises o tempo todo não consegue administrar e der e os principais desafios enfrentados por ele no exercer governança”. ambiente hospitalar. “É preciso saber administrar o Os primeiros momentos da crise podem marcar tempo, pois, nos hospitais, o tempo significa vida”, para sempre a percepção de como ela foi adminisdisse. Krischke explicou que é necessário que o lítrada, mas segundo o professor, há ferramentas e der tenha empatia e percepção social, além de saber ações fundamentais para esses momentos. “O plano reconhecer e valorizar individualidades de cada um, de crises, que deve ser flexível e agrupar todos os fausando as diferenças como ferramentas para solutos; as mensagens-chave que serão transmitidas aos ções de conflitos. stakeholders, que incluem o público-alvo da organiPara a psicóloga, hoje, a boa liderança é transforzação; o tempo assertivo de resposta; o porta-voz, macional. Ou seja, tem perfil dinâmico e está centraque irá transmitir as informações de forma clara e da na relação com os liderados. “Os gestores, tanto honesta; e o plano de comunicação, que vai definir estratégicos como táticos e operacionais, precisam quais as melhores estratégias de divulgação de inforestar coerentemente alinhados, ter visão sistêmica e mações para a mídia e o público”, afirmou. PH empatia para atender as expectativas esperadas por Setembro, 2014

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Centros de Tecnologia

Instalação de Centros Tecnológicos é tendência no Brasil Até o final deste ano, quatro multinacionais terão inaugurado Centros de Tecnologia na área de Saúde no País, evidenciando o potencial de expansão do mercado brasileiro Foto: Covidien

Por Keila Marques

No dia 20 de agosto, a Covidien abriu o Centro Covidien de Inovação Brasil (CCI Brasil), um centro avançado de tecnologia médica e pesquisa no País, sendo o primeiro centro do gênero na América Latina, com capacidade de oferecer 120 cursos e treinar dois mil profissionais por ano.

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ois Centros de Tecnologia foram inaugurados no último mês de agosto em São Paulo (SP), o Centro Internacional de Referência em Imagem Cardiovascular, resultado da parceria entre Siemens e Hospital Sírio-Libanês, e o Centro Covidien de Inovação Brasil, da Covidien. No início do mês de outubro mais um será implantado, o Centro Satélite Johnson & Jonhson Medical Innovation Institute de Recife (PE), da Johnson & Johnson. E no final do ano, a GE abrirá o Centro de Pesquisas Global da GE, no Rio de Janeiro (RJ). Todos pertencem a multinacionais que decidiram investir na capacitação dos profissionais de saúde do país, em pesquisa e desenvolvimento e no acesso da população a produtos e técnicas avançadas para a saúde. A instalação de Centros Tecnológicos de empresas

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que possuem referência mundial mostra que o país está oferecendo condições mais atraentes para o investimento em P&D. Essa tendência representa benefício direto sobre a qualidade de vida da população e redução significativa no déficit da balança comercial da saúde, o que hoje apresenta cifras bilionárias decorrentes da forte dependência de produtos e serviços importados de alto valor agregado. No médio e longo prazo, o Brasil deve assumir cada vez mais relevância no cenário mundial da saúde. A Finep, empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), atua em toda a cadeia da inovação, com foco em ações estratégicas estruturantes e de impacto para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Para o gerente do Departamento de Fármacos e Biotecnologia da Finep,


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Foto: Siemens

Centros de Tecnologia

A Siemens e o Hospital Sírio-Libanês criaram o Centro Internacional de Referência em Imagem Cardiovascular e deram início ao ciclo de inaugurações de centros tecnológicos no País. Na imagem, as equipes do hospital e da empresa no dia da inauguração, em 14 de agosto.

Rafael Paganotti, o fato de três empresas abrirem os Centros no mesmo ano está diretamente ligado as facilidades ofertadas pelo governo. Em 2013, a Finep disponibilizou cerca de R$ 850 milhões em patrocínio para planos estratégicos de inovação na área da saúde, o que já significou um recorde histórico. Já em 2014, esse montante está caminhando para um valor próximo de R$ 2 bilhões. Há exatamente 1 ano, em setembro de 2013, a Finep colocou em funcionamento o sistema “Finep 30 dias”, que constitui uma nova ferramenta no controle dos prazos e dos requisitos de qualidade dos projetos. A ferramenta facilita para a empresa ao eliminar qualquer necessidade de envio de papel à Finep na etapa de submissão do plano estratégico de inovação, que é cadastrado integralmente via internet, e, ao mesmo

tempo, garante ao analista a segurança necessária para concluir sua análise e dar o retorno à empresa solicitante em até 30 dias. Outra melhoria importante no apoio à inovação diz respeito à formulação dos dois últimos editais da área de saúde, o de Fármacos e o de Equipamentos Médicos, que conseguem combinar vários instrumentos de apoio, como o crédito reembolsável e recursos não reembolsáveis a empresas e ICT’s, em um único programa. “Tudo isso parece estar sendo captado pelas empresas como um sinal claro de que o país está tratando o tema da inovação com muita seriedade” comenta com Paganotti, lembrando ainda que as condições de financiamento “têm crescido de maneira expressiva nos últimos anos em termos de disponibilidade de recursos”.

Siemens: Centro Internacional de Referência em Imagem Cardiovascular O que motivou a Siemens a trazer este projeto ao Brasil? O procedimento de implementação do novo Centro surge com a identificação de um parceiro reconhecido pela excelência na área cardiológica. Aspectos como infraestrutura, profissionais capacitados, conhecimento tecnológico, número de leitos disponíveis e soluções Siemens para cardiologia já em funcionamento no local, são fatores decisivos para atender os requerimentos deste projeto. Com a criação deste Centro atingimos um novo nível de pesquisa e colaboração científica. Quanto a Siemens investiu neste projeto?

A Siemens não pode compartilhar números de investimentos, bem como dados estratégicos da companhia. Qual o investimento atual da Siemens em P&D? A Siemens Global apresentou no ano de 2013, um investimento total de mais de quatro bilhões de euros em P&D. Com uma equipe composta por 29.800 pesquisadores e desenvolvedores para projetos interdisciplinares, que envolvem os setores de Energia, Healthcare, Indústria e Infraestrutura&Cidades. Este valor representa 5,7% do faturamento. A Siemens Brasil obteve um faturamento líquido de cinco bilhões de reais em 2013.

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Covidien - Centro Covidien de Inovação Brasil (CCI Brasil) O que motivou a escolha do Brasil para a criação do CCI? E a cidade de São Paulo? Capitalizar oportunidades nos mercados emergentes é uma estratégia imperativa da Covidien, e a América Latina, particularmente o Brasil, é um elemento central dessa estratégia. Os investimentos da companhia em uma estrutura com equipamentos de treinamento de última geração no Brasil – além de centros de inovação similares na China, Coreia do Sul, Índia e Turquia – apoiam diretamente a visão da Covidien de proporcionar soluções inovadoras que salvam vidas e ajudam a melhorar a vida dos pacientes, além de diminuir os custos com a saúde e expandir o acesso aos cuidados médicos.

Embora o apoio da Finep sempre priorize os planos de inovação que tenham o objetivo final de entregar produtos, processos e serviços inovadores ao mercado, existe um mecanismo de patrocínio que permite patrocinar praticamente todas as empresas que demandarão investimento no caminho essas entregas, inclusive aquelas relacionadas à capacitação dos centros tecnológicos a partir do zero, se for o caso. “Entendemos que é muito importante assegurar que a inovação se torne benéfica à população, e não apenas se limite à escala da pesquisa”, afirma Paganotti. Atualmente, a Finep está estruturando mecanismos que permitam patrocinar as chamadas “Plataformas do Conhecimento”. O Programa Nacional de Plataformas do Conhecimento (PNPC), que foi instituído no último mês de junho, será formado por medidas de estímulo a investimentos em ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Na ocasião, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina Diniz, afirmou que “em uma década, até 20 arranjos público-privados deverão gerar conhecimento, produtos e processos com alto impacto na CT&I”. Segundo o ministro, o que constitui a plataforma é a articulação da instituição de ciência e tecnologia, por um lado, e do sistema produtivo e empresarial, do outro. Os carros-chefes dessa iniciativa serão agricultura, saúde e energia, mas outras áreas também serão contempladas, como aeronáutica, manufatura avançada e tecnologia da informação. O objetivo da Finep é implementar programas estruturados que estimulem a união entre representantes de empresas e de Centros de Pesquisa (inclusive de renome internacional) através de consórcios específicos que poderão ser patrocinados para atender demandas específicas em setores críticos, como, por exemplo, o de Biotecnologia. “Fazer isso é um grande desafio, pois tais encomendas demandarão a implementação de processos de análise e de acompanhamento que atendam os requisitos de complexidade e assertividade que se farão necessários no longo prazo. No entanto, a Finep entende que a construção da cadeia do conhecimento é o caminho sustentável para um desenvolvimento tecnológico que promova a inovação contínua como catalisador para o incre20

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Quanto a Covidien investiu neste projeto? O CCI contou com um investimento de US$ 25 milhões para sua implementação. Qual o investimento atual da Covidien em P&D? Nos últimos cinco anos, a Covidien mais que dobrou os seus investimentos em P&D para 5% das vendas globais – o equivalente a mais de US$ 500 milhões – e introduziu mais de 100 novos produtos ao mercado. Com mais de 38 mil funcionários, a Covidien opera em mais de 150 países e teve receita de US$ 10,2 bilhões em 2013.

mento de produtividade de uma economia”, afirma o gerente do Departamento de Fármacos e Biotecnologia da Finep. O presidente executivo da ABIMED – Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares, Carlos Alberto P. Goulart, avalia as aberturas de centros tecnológicos como extremamente positivas para o País. “Por um lado, demonstram a importância do Brasil no cenário mundial, que caminha para ser o 4º mercado global de produtos para a saúde. Por outro, reforçam o que autoridades do setor e o próprio mercado já constataram: a importância cada vez maior da Saúde no desenvolvimento econômico do Brasil”. Um dos indicadores dessa tendência é o crescimento constante e sustentável do setor de produtos para a saúde na última década, em índices bem acima do PIB. “O Brasil tem adotado algumas políticas que começam a dar resultados, além de facilitar financiamentos. Outros fatores também atuam como atrativos, sendo que os principais são o tamanho, o crescimento e o potencial de expansão do mercado brasileiro. Porém, um denominador comum que afeta a todas as empresas, nacionais e multinacionais, é a falta de um maior entrosamento entre a indústria e o meio acadêmico, o que é fundamental para estimular o desenvolvimento”, explica. De acordo com Goulart, políticas industriais como as PPBs (Processos Produtivos Básicos), PDPs (Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo) e off-set têm estimulado a fabricação com agregação de valor local, além de promover geração de conhecimento – ingrediente fundamental para elevar o patamar de inovação e competitividade do país e para melhorar sua inserção no comércio mundial.

Onda de inaugurações

No dia 14 de agosto, a Siemens e o Hospital Sírio-Libanês abriram o Centro Internacional de Referência em Imagem Cardiovascular. Ambas as instituições juntaram forças para o compartilhamento de tecnologia e conhecimento de ponta, baseadas na capacitação profissional, elaboração de novos rotocolos de exames e diagnósticos e desenvolvimento de novas


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Foto: Johnson & Johnson

Centros de Tecnologia

A Johnson & Johnson abriu o primeiro Johnson & Jonhson Medical Innovation Institute no Brasil em 2010, na cidade de São Paulo, e agora prepara-se para inauguarar, em outubro, o Centro Satélite Johnson & Jonhson Medical Innovation Institute de Recife

técnicas. Esta é a quarta unidade da Siemens no mundo e a primeira nas Américas, e vai funcionar dentro da estrutura do Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) do Hospital Sírio Libanês. Além do Brasil, a empresa alemã conta com outros dois centros de referência na Europa – Alemanha (Elisabeth-Krankenhaus Essen Hospital) e Mônaco (Cardiothoracic Center of Monaco) – e outro na Ásia, em Taiwan (Cheng Hsin General Hospital). O objetivo do Centro Internacional de Referência

em Imagem Cardiovascular é oferecer aos médicos do Brasil e de outros Países um programa de capacitação completa em exames por imagem cardiovascular. O corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês testará a aplicabilidade de novos softwares e processos, o que permitirá uma posição de liderança no desenvolvimento de tecnologias. O corpo clínico também terá acesso às novas tecnologias em desenvolvimento na unidade da Siemens da Alemanha e será responsável, ainda, pelos testes e pela geração de protocolos dessas no-

Johnson & Johnson - Johnson & Johnson Medical Innovation Institute (JJMII) O que motivou a escolha do Brasil pela J&J? O Brasil foi escolhido por ser um mercado-chave, que está entre os três principais mercados de medical devices para a empresa, junto à China e Rússia. É o mais populoso país da América Latina; possui a maior concentração de profissionais de saúde que podem ser beneficiados pelos treinamentos oferecidos pelo JJMII; possui boa estrutura de hospedagem e transporte; e sedia algumas das mais importantes conferências médicas da América Latina. Inicialmente, São Paulo foi escolhida por concentrar uma grande quantidade de profissionais de saúde e receber médicos de toda parte do país e da América Latina para eventos e conferências. Por que mais um Centro Johnson & Jonhson Medical Innovation Institute será inaugurado, neste ano, no País? A Johnson & Johnson Medical busca alcançar áreas do país que necessitam de atendimento e tem dificuldades de

acesso a produtos médicos de alta tecnologia. Diante disso, em novembro de 2013, o Johnson & Jonhson Medical Innovation Institute e a Universidade Federal de Recife assinaram um acordo de colaboração técnica entre as duas instituições que estabelece a criação do Centro Satélite para treinamento de médicos, estudantes e profissionais de saúde de toda as regiões Norte e Nordeste. A inauguração será no início do mês de outubro. Quanto a J&J investe em P&D atualmente? Globalmente a J&J Medical investe US$ 1,7 bilhão em pesquisa e desenvolvimento. Como resultado desse investimento, a empresa lançará 30 novas tecnologias no Brasil entre 2014 e 2015. Com faturamento global de US$ 28,5 bilhões, atualmente, a divisão Medical é a maior do grupo Johnson & Johnson, representando 40% de suas vendas globais em 2013. Seguindo políticas globais, não podemos divulgar informações sobre o faturamento no Brasil.

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vas ferramentas no Brasil. O treinamento terá programas diversos, desde visitas a equipamentos até aulas práticas. Nesse período, o profissional terá acompanhamento de especialistas do Hospital Sírio-Libanês e poderá vivenciar a rotina da instituição. A iniciativa favorecerá o estabelecimento de parcerias, inclusive governamentais. A companhia tem uma longa tradição de colaboração com centros de pesquisa, institutos, hospitais e universidades ao redor do mundo e no Brasil. “A parceria com clientes é fundamental para o avanço de pesquisas que resultem em diagnósticos e tratamentos cada vez mais eficientes. No entanto, parcerias governamentais não se enquadram neste caso”, explica Armando Lopes, diretor da Siemens Healthcare no Brasil. Poucos dias depois, em 20 de agosto, a Covidien abriu o Centro Covidien de Inovação Brasil (CCI Brasil). Um centro avançado de tecnologia médica e pesquisa no Brasil, que vai oferecer aos médicos brasileiros e latino-americanos treinamentos gratuitos, habilitando-os a realizar, de forma mais segura e eficiente, uma grande variedade de procedimentos clínicos. “O Brasil é um importante mercado em nossa estratégia global, e esse investimento é um reflexo de nosso comprometimento em realizar parcerias com os profissionais de saúde do Brasil”, afirma Ermano Moraes, vice-presidente e gerente geral da Covidien Brasil. O CCI Brasil é o primeiro centro do gênero na América Latina e nasceu com aproximadamente três mil metros quadrados e a capacidade de oferecer 120 cursos e treinar dois mil profissionais por ano. A instalação oferece cursos que incluem ventilação mecânica, monitoramento de sinais vitais, procedimentos cirúrgicos e técnicas de ci-

rurgia minimamente invasiva, entre outros assuntos. Além de educação, os engenheiros de Pesquisa e Desenvolvimento vão trabalhar próximos aos profissionais de saúde do País para suprir as necessidades do mercado local e da America Latina em geral. O time de P&D também vai buscar tecnologias locais e explorar parcerias para acelerar a comercialização destas soluções personalizadas. A Covidien hoje já tem parcerias com instituições de ensino (públicas e privadas), agências do governo e organizações não governamentais para promover o treinamento de profissionais de saúde em técnicas de cirurgia minimamente invasivas, como a videolaparoscopia, além de técnicas mais modernas para o cuidado de pacientes, como ventilação mecânica, curativos, eletrocirurgia, etc. A UMEC – Unidade Móvel Educacional Covidien – foi criada com este propósito em particular, e a ideia é que o mesmo tipo de parceria aconteça com a inauguração do CCI. A onda de inaugurações engloba as regiões Norte e Nordeste com a criação do Centro Satélite Johnson & Jonhson Medical Innovation Institute de Recife (PE), para treinamento de médicos, estudantes e profissionais de saúde. O centro satélite, a ser inaugurado no início do mês de outubro, vai oferecer treinamento a cerca de mil profissionais por ano, da região Norte e Nordeste. “Com a inauguração do centro satélite do JJMII, a Johnson & Johnson Medical reafirma seu compromisso com o desenvolvimento da inovação no Brasil e, principalmente, com o acesso da população a produtos e técnicas avançadas para a saúde”, afirma o diretor médico para a América Latina do Johnson & Johnson Medical Innovaton Institute, Abner Lobão.

GE – Healthcare: Centro de Pesquisas Global O que motivou a escolha do Brasil entre os 160 países onde a GE opera? Levamos em conta diversos aspectos, como estabilidade da economia local, potencial de desenvolvimento, qualificação da mão de obra, oportunidades de negócios em infraestrutura e de crescimento, maturidade dos negócios da GE no País e relacionamento com clientes. A cidade do Rio de Janeiro foi escolhida com base em critérios fundamentais como logística, mão de obra especializada, proximidade a Universidades e clientes, entre outros. A GE contou com parceiros-chave. Entre eles, o Governo do Rio de Janeiro, que cedeu, por um período de 50 anos, o terreno onde o Centro de Pesquisas Global está sendo construído. O acordo pode ser estendido por mais 50 anos. Qual será o investimento da GE no Centro de Pesquisas Global? O investimento total da GE no novo Centro de Pesquisas Global no Rio de Janeiro saltou dos US$150 milhões previstos inicialmente para US$ 250 milhões – dedicados a áreas diversas como saúde, petróleo & gás, energias, mineração, transporte ferroviário e

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aviação. O valor é fruto do investimento global de US$ 6 bilhões por ano que a GE dedica à pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias; e parte do investimento de US$ 1,3 bilhão da GE no Brasil no período entre 2011 e 2016. O faturamento global da GE em 2013 foi de US$ 146 bilhões. Qual será o foco do Centro de Pesquisas da GE? Na área da saúde, o foco estará no segmento de Tecnologia da Informação, tendo como principal meta melhorar a informatização no setor de saúde. A interoperabilidade busca criar uma solução para que os sistemas operacionais funcionem em conjunto. A solução ideal seria juntar essas informações e associálas a técnicas de visualização georreferenciadas. Com o auxílio de mapas, seria criada uma verdadeira central de comando e de operações, monitorando em tempo real a rede de saúde. Sistemas operando em conjunto e de forma inteligente também proporcionam uma melhor integração entre as redes pública e privada de saúde, inclusive em relação à utilização de diversos recursos hospitalares – que são escassos e mal distribuídos em grande parte das cidades brasileiras.


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Foto: GE_Heathcare

Centros de Tecnologia

A GE vai abrir até o final deste ano o Centro de Pesquisas Global da GE, que vai incluir o segmento de Healthcare, com foco em Tecnologia da Informação. Na foto, Marcelo Blois, líder da área de Integração de Sistemas do Centro de Pesquisas Global da GE no Brasil.

A unidade é uma extensão do Johnson & Johnson Medical Innovation Institute (JJMII), implantado em São Paulo (SP), em 2010, para oferecer aos profissionais de saúde os mais modernos treinamentos em procedimentos e técnicas cirúrgicas. Em cerca de quatro anos de atividade no país, o JJMII já ofereceu treinamentos a mais de 11 mil profissionais. Só no primeiro ano, foram cerca de quatro mil. O JJMII é uma iniciativa Latinoamericana, projetada para oferecer treinamento a todos os profissionais de saúde da região. Atualmente, a Johnson & Johnson possui mais de 20 institutos de educação profissional no mundo entre os quais são compartilhadas as melhores práticas, experiências e conhecimento. E mantém parceria com hospitais e instituições de ensino em saúde em suas atividades de educação médica profissional. Outra empresa que também reforça essa tendência é a GE. Até o final deste ano a companhia vai inaugurar o Centro de Pesquisas Global da GE, no Rio de Janeiro (RJ), que incluirá o segmento de Healthcare. Neste caso, o foco será Tecnologia da Informação, tendo como principal meta melhorar a informatização no setor de saúde, conectando máquinas e pessoas à internet. Além da interoperabilidade, para que os sistemas operacionais funcionem em conjunto e permitam aos médicos acessar informações do prontuário do paciente via web, remotamente. No mesmo complexo funcionará a Crotonville Rio,

a primeira unidade latino-americana da lendária Universidade Corporativa GE, inaugurada em 1956, nos Estados Unidos. “A filial brasileira de Crotonville, a primeira com formato similar à lendária Crontonville, estará voltada para treinamentos e qualificações de funcionários, clientes, parceiros e fornecedores de diferentes áreas de negócio da GE”, explica Marcelo Blois, líder da área de Integração de Sistemas do Centro de Pesquisas Global da GE no Brasil. Crotonville Rio recebe investimentos de US$ 50 milhões – parte do valor de US$ 1 bilhão que a GE dedica anualmente a treinamentos e capacitação de funcionários. No entanto, as pesquisas do Centro de Pesquisas da GE já estão em andamento antes mesmo da inauguração. Desde 1º de setembro de 2011, os cientistas da companhia trabalham em um prédio do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a partir de uma parceria com a universidade. São 110 funcionários, incluindo 90 pesquisadores, e poderá receber até 400 profissionais. Diversos projetos desenvolvidos por eles já contam com a participação de pesquisadores dos demais centros da companhia. Junto com os outros quatro centros da GE no mundo (Niskayuna, EUA; Bangalore, Índia; Xangai, China; e Munique, Alemanha), o Centro no Brasil faz parte de uma rede de pesquisa formada por mais de três mil pesquisadores, envolvidos em projetos globais que contribuem com suas expertises locais. PH Setembro, 2014

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Grupo Gnatus

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Fotos: Divulgação Gnatus

O poder da marca Grupo Gnatus, fabricante de equipamentos odontológicos há quase 40 anos, entra no mercado hospitalar com confiabilidade já reconhecida no setor de Saúde

A nova linha médico-hospitalar, Gnatus Medical, conta com expertise adquirida no mercado Odontológico. Na imagem, cadeiras para exames médicos.

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o mercado odontológico, a Gnatus fez a sua história. A empresa, de nacionalidade brasileira, fabrica equipamentos e produtos para dentistas há quase 40 anos. A expertise adquirida nesses anos todos foi crucial para a decisão de adentrar em um segmento quer permitisse diversificar o portfólio dentro da área de saúde e seguir crescendo nessa vertente. A linha médico-hospitalar então foi a alternativa para explorar outros mercados e expandir as atividades comerciais da empresa. A apresentação da nova linha, chamada Gnatus Medical, aconteceu durante a Hospitalar Feira e Fórum, realizada no último mês de maio, em São Paulo (SP).

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O Grupo Gnatus hoje tem uma receita anual de R$ 150 milhões e a meta é que a linha Gnatus medical represente até 20% das vendas do Grupo em até cinco anos. Novas linhas já estão operando no parque fabril da empresa, localizado em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, com capacidade de expansão de até 50% do volume projetado inicialmente. Hoje são produzidos mais de 14 mil consultórios, além de vários outros equipamentos. “O lançamento na Hospitalar Feira e Fórum foi além da expectativa. Os produtos foram muito bem aceitos, principalmente pela força da marca Gnatus, já renomada na área de Odontologia e com respeito dos profissionais e grandes instituições


Grupo Gnatus

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da área da saúde”, comenta o diretor de novos mercados da Gnatus Fernando Roca. A linha é composta por equipamentos de biossegurança, mesas clínicas automáticas e macas elétricas. A escolha dos produtos que compõe a nova linha foi baseada no objetivo de entrar na área médica para ofertar produtos que têm apelo de benefícios e acessibilidade a pacientes e facilidades aos profissionais da saúde. Para isso, pesquisas de mercado com clientes potenciais, fornecedores e profissionais foram realizadas. As macas elétricas e mesas clínicas da Gnatus Medical, por exemplo, possuem um importante diferencial, segundo Roca, que é a acessibilidade às diferentes necessidades dos pacientes, como cadeirantes e idosos. O ajuste de altura facilita o acesso ao equipamento, e pode variar entre 46 e 95 centímetros. Por outro lado, pacientes obesos terão o mesmo conforto e a facilidade de acesso que os demais, pois esses equipamentos também têm capacidade de peso para suportar até 225 quilos. Essas variáveis contribuem com o bem-estar do profissional, pois o ajuste de altura proporciona a ergonomia necessária às várias posições de trabalho. O diferencial da linha Gnatus Medical está na funcionalidade e confiabilidade dos produtos. “A Gnatus está no mercado há quase 40 anos, já é conhecida pela tecnologia, inovação e certificação de qualidade de seus produtos. Agora, todas essas vantagens e garantias da marca estão disponíveis também na área médica”, afirma Roca.

Estratégia de negócios

A estratégia da Gnatus para tornar a marca Gnatus Medical conhecida no mercado está baseada em oferecer produtos tradicionais da área odontológica, porém, aplicados à área medico-hospitalar. A tradição em um mercado da área da saúde garante mais confiabilidade ao cliente. De acordo com Roca, na Gnatus se trabalha muito as áreas operacional e industrial para obter melhores custos e oferecer sempre um produto com preço competitivo ao mercado. “Nosso marketing é focado em segmentação e especialidades médicas, sempre transmitindo a humanização de nossas soluções, de acordo com as necessidades de cada classe médica”, explica. A Gnatus fabrica seus próprios equipamentos e tem parcerias com fornecedores estratégicos de algumas partes e peças. Para atender a nova linha, está sendo estruturado um departamento de Novos Mercados na empresa, que hoje conta com uma diretoria específica para o desenvolvimento de novos negócios na área médico-hospitalar. Para levar os novos produtos até o cliente final, a Gnatus conta com uma estrutura gerencial de supervisores de campo e a capilarização da rede de distribuidores e representantes. De acordo com o diretor de novos mercados da companhia, os clientes que comprarem produtos da nova linha terão direito ao serviço de pós-venda. Todos os equipamentos têm garantia mínima de um ano e máxima de três, dependendo do modelo e do segmento. Para dar suporte ao cliente, a fabricante mantém uma rede autorizada com mais de 230 pontos

Fernando Roca, diretor de novos mercados da Gnatus: “Os produtos da linha médico-hospitalar foram muito bem aceitos, principalmente pela força da arca Gnatus, já renomada na área de Odontologia”

credenciados em todo o território nacional. A Gnatus Medical foi apresentada também no 47º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal, realizado entre 13 e 15 de agosto, em Brasília. Os participantes tiveram a oportunidade de conferir a ergonomia e versatilidade das mesas clínicas para exames ginecológicos da marca Gnatus Medical. “Decidimos expor nossos produtos da área médica, que são muito adequados a procedimentos minimamente invasivos”, enfatizou Roca. Ainda na área de saúde, há uma empresa de aparelhos de ultrassom, que faz parte do Grupo Gnatus, a Figlabs. A linha Gnatus Imagem hoje tem dois modelos de ultrassom portáteis e quatro modelos de ultrassom fixo. Todos possuem uma gama de transdutores que podem atender as especialidades de ginecologia, obstetrícia, vascular, cardiologia, anestesia, músculo esquelético e pequenas partes. A empresa já tem o registro da Anvisa e está estruturando as equipes comerciais para iniciar as vendas. PH Setembro, 2014

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Case Study

Eficiência operacional

Foto: Santa Casa de São Paulo

A Santa Casa de São Paulo encontrou na rastreabilidade a solução para obter mais eficiência no controle do estoque de material consignado de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME)

M

ais eficiência no controle do estoque de material consignado de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) era o que a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo precisava, quando procurou a Logimed, empresa especializada em planejamento, gestão e logística da cadeia hospitalar de suprimentos. A necessidade se dava, principalmente, em função do alto custo e da criticidade desses materiais. A solução foi criar uma Central de OPME para a rastreabilidade de todo o fluxo operacional dessa área através da implementação de um selo de rastreabilidade RFID (do inglês “Radio-Frequency Identification”). Para o Dr. Paulo Antônio Chiavone, coordenador executivo dos Hospitais Próprios da Santa Casa de São Paulo, as principais vantagens de se criar uma Central OPME estão na facilidade de controle do fluxo, na rastreabilidade de materiais e na possibilidade de fazer inventários com um nível maior de acuracidade e mais rapidez. “Através da nova Central, a Santa Casa e a Logimed racionalizaram os estoques de OPME, gerando economia e maior eficiência operacional”,

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Panorama Hospitalar

Após a implantação de uma central de rastreabilidade, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo passou a ter mais controle do fluxo da área de OPME e agilidade na realização de inventários

afirma. Ele revelou ainda as dificuldades de uma mudança como essa. “Tivemos algumas, relacionadas à mudança de cultura e ao aumento do controle dos materiais, em relação ao que existia antes. No entanto, tivemos bons resultados”. Na ocasião, mais especificamente no ano passado, foram adquiridos oito armários inteligentes para a armazenagem de produtos que precisam de monitoramento constante. O modelo, GTCabinet OPME, possui antenas RFID e está permanentemente conectado à internet para informar em tempo real a quantidade dos produtos médicos armazenados - o que possibilita a realização de inventários online dos materiais disponibilizados nos Centros Cirúrgicos. O armário tem um monitor touchscreen para a interação entre o sistema de rastreabilidade e o usuário, possibilitando o controle do estoque, através de login e senha, e a visualização detalhada dos produtos estocados.


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Case Study

Também foi adquirida pela Santa Casa uma central de OPME que funciona como um estoque intermediário por permitir o gerenciamento dos armários distribuídos pela instituição. A Central pode ainda suprir automaticamente os itens utilizados nas cirurgias, pois o sistema avisa quando uma peça está em falta, agilizando os processos e garantindo um controle de estoque mais eficaz. Todos os materiais da Central são serializados e rastreados através das etiquetas de RFID, que permitem fácil acesso aos dados e o controle de toda a operação logística e de inventários. Para fazer os inventários, dois dispositivos utilizados para auditoria móvel foram incluídos nesse pacote de soluções. O leitor de mão HandHeld tem capacidade de ler até 50 etiquetas RFID por segundo. A aplicação permite inventariar 250 itens em menos de 4 minutos - ou seja, registrar materiais da área de OPME rapidamente. Além de transmitir e atualizar qualquer informação para a plataforma web, através da tecnologia wirelesse ou 3G. O sistema permite que usuários tenham acesso às informações da Central e dos armários inteligentes utilizando tablets e smartphones, em uma interface com gráficos interativos. E dá mais agilidade e transparência aos processos, já que possibilita o acompanhamento remoto do consumo de produtos e a quantidade de itens consignados dentro da instituição, promovendo assim o rastreamento desde a fabricação até a utilização do item. De acordo com Nelson Gonçalves Jr, da Logimed, assim que um material é retirado, ou inserido, em um 28

Panorama Hospitalar

armário inteligente, o inventário é realizado instantaneamente. Essa informação fica disponível na plataforma web e pode ser acessada por diversos usuários. Assim, todas as informações são integradas, permitindo a otimização do uso dos materiais por todos os elos da cadeia logística: fabricantes, distribuidores, hospital e corpo clínico. O período de planejamento e implementação do projeto durou aproximadamente seis meses. Esse processo foi acompanhado pelo suporte técnico da Logimed. Foi preciso fazer revisão dos fluxos operacionais e treinamento para todos os usuários. Para Gonçalves Jr, após a implementação da solução, o benefício mais importante que a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo obteve foi a melhoria na gestão. Outros benefícios também foram percebidos na realização de atividades operacionais. Por exemplo, os inventários passaram a ser concluídos mais rapidamente, os relatórios gerenciais ficaram mais precisos e, consequentemente, tinham mais dados para dar suporte à geração de indicadores operacionais e de performance, e a equipe envolvida nos processos e no controle de validade dos produtos ganhou produtividade. Hoje, na Santa Casa, a utilização de todos os materiais e medicamentos é gerida pela Logimed, desde a compra até o armazenamento e a distribuição, o que envolve também a Central de OPME. “Fomos responsáveis pela adequação de todo o projeto à realidade da Santa Casa e, hoje, é a equipe da Logimed que toca o projeto dentro do hospital”, conta Gonçalves Jr. PH



Ponto de Vista

Marketing

Investir Certo: Por que projetos fracassam? – Parte 4

Fernando L. Motta dos Santos é criador da Solução VIAVEL Saúde – Simulação de Projetos e Análise do Investimento, diretor da SI Consultoria e da DahMotta TI, e possui 37 anos de experiência em viabilidade de investimentos, sendo 11 na área da Saúde

N

as duas últimas edições da revista desenvolvi o tópico “A orçamentação incompleta dos investimentos”, causa primeira dos dolorosos estouros de orçamento. Nesta edição, concluirei este tema com as categorias de investimento de mais difícil compreensão e mensuração.

Despesas pré-operacionais

Para a Receita Federal, são “despesas registradas (pagas ou incorridas) durante o período que antecede ao início das operações sociais da empresa, necessárias à sua organização e implantação ou ampliação de seus empreendimentos”. A seguir apresentamos alguns exemplos: a) consumo de materiais e insumos para testes de ajustes de máquinas e equipamentos prévios ao inicio da operação comercial dos mesmos; b) as despesas com pesquisas científicas ou tecnológicas, inclusive com experimentação para a criação ou aperfeiçoamento de produtos, processos, fórmulas e técnicas de produção, administração ou venda (RIR 99); c) despesas administrativas: ordenados, salários, honorários, encargos trabalhistas, viagens (RIR 99); d) despesas, custos e outros encargos com a constituição, instalação e de organização da empresa (RIR 99); e) custos, despesas e outros encargos com a reestruturação, reorganização ou modernização da empresa (RIR 99). Mesmo que a Receita Federal determine que estes valores não devam ser imobilizados, como os mesmos serão incorridos, devem ser orçados, pois ocorrerão de fato. O BNDES, às vezes, classifica os juros durante a carência ou durante a implantação em Despesas Pré-Operacionais. Para um projeto na área da Saúde as despesas pré-operacionais podem ser essenciais. Elas constituem categoria próprias de investimento.

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Panorama Hospitalar

Capital de Giro

É o montante de recursos necessários para dar cobertura ao aumento de Capital de Giro que a instituição terá em decorrência da realização do projeto de investimento e que não poderá ser coberto pelas fontes normais de giro. Logo, ou deve originar-se de capitais próprios, ou esses recursos deverão ser buscados no mercado financeiro (bancos, adiantamento de recebíveis, etc), onerando o fluxo de caixa do projeto. Normalmente o acréscimo de capital de giro decorrente do projeto representa entre 20% e 40% do montante apurado para os investimentos fixos, o que justifica sua adequada aferição em qualquer investimento. Há alguns métodos para seu cálculo. O software VIAVEL® Saúde, por exemplo, adaptou um destes métodos à realidade do segmento da Saúde, bem como automatizou o cálculo da necessidade de capital de giro, apresentando os valores junto ao fluxo de caixa do projeto.

Eventuais ou Contingências

É uma verba que deve ser prevista para cobrir os desvios por falta de previsão ou algum aumento de custo entre a data da orçamentação e a da realização do investimento. Em geral aplica-se até 5% sobre Obras Civis e Instalações, e 2,5% sobre equipamentos, montagens, despesas de importação, móveis e utensílios.

Custo financeiro

Compreende o custo do pagamento de taxas e juros bancários relacionados a financiamentos contratados para a realização do projeto, até o início da operação comercial. Estes financiamentos usualmente possuem carência e juros módicos, mas seu custo deve ser apropriado ao projeto. Nas próximas edições da PH desenvolveremos as demais causas de insucesso de investimentos. Até a próxima! PH


Campanhas inteligentes precisam de açþes....


Ponto de Vista

Marketing

Uma luz no final do túnel

Carlos Alberto P. Goulart é Presidente Executivo da ABIMED – Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares.

U

ma das principais preocupações do setor de produtos para a saúde, a demora na introdução de novas tecnologias médicas no país e o prejuízo que essa situação causa à população, está com os dias contados. Desde a entrada em vigor, em maio de 2010, de uma resolução que regulamentava a obrigatoriedade da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) fazer inspeções de fábrica para emissão do certificado de boas práticas de fabricação, formou-se uma grande fila de empresas com pedido de vistoria. Como o certificado de boas práticas de fabricação é pré-requisito para obtenção do registro de produtos e, portanto, para sua comercialização no país, o mercado ficou represado. Em determinados momentos, a fila de espera chegou a contar com mais de mil pedidos de inspeção, causando uma demora de até três anos para o registro de novos produtos. Além de evidente perda para os pacientes, que deixaram de ter acesso a diagnósticos e tratamentos muitas vezes menos invasivos e mais eficazes, o acúmulo de empresas a serem vistoriadas causou atrasos que poderiam levar o país a uma defasagem tecnológica. O setor de produtos para a saúde tem características e especificidades que justificam a preocupação: é, sobretudo, um segmento com rápida evolução tecnológica. Estima-se que, em média, a cada 2,5 anos ocorra renovação de produtos – um ciclo muito menor do que o de medicamentos, que permanecem no mercado por décadas. Depois de vários esforços para mitigar o problema, foi encontrada uma solução, a terceirização das atividades de inspeção, cuja concepção surgiu no Fórum Internacional de Agências Reguladoras para Produtos para Saúde (IMDRF na sigla em inglês), do qual a Anvisa é membro fundadora. As regras de terceirização e os requisitos de ins-

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Panorama Hospitalar

peção acordados foram fruto de intensas reuniões entre as agências reguladoras do Brasil, Estados Unidos, Canadá e Austrália (o Japão participou como observador). O Grupo de Trabalho formado para definir estas regras, conhecido como MDSAP – Medical Devices Single Audit Program -, concluiu seus trabalhos no final de 2013 e já em janeiro deste ano iniciou o primeiro projeto-piloto. Para viabilizar o acordo no Brasil foi necessário percorrer um longo caminho, a começar pela alteração da legislação que determinava que a ANVISA era a única responsável pelas vistorias. Em março deste ano, a agência publicou a RDC 15 que, entre outros itens, permite a terceirização da inspeção. A concessão e a emissão do certificado, no entanto, continuam sendo de responsabilidade da Anvisa. A RDC 15 também eliminou a obrigatoriedade de emissão do certificado de boas práticas para produtos das classes de risco I e II, o que diminuiu significativamente a fila de inspeção. A expectativa é que a nova regulamentação entre de fato em regime produtivo para o Brasil nos próximos dois anos. Mas um passo gigantesco já foi dado para solucionar o problema e podermos vislumbrar uma luz no final do túnel. Pelo fato de haver enorme transação comercial de produtos para a saúde entre os países, as agências não estavam preparadas para enfrentar o grande volume de fábricas a serem vistoriadas. O acordo tende a retirar dos seus ombros parte desse fardo. Os fabricantes, por sua vez, não precisão mais abrir as portas para todas as agências de países que utilizam seus produtos. Como todas as boas soluções, a notícia é benéfica para todos, principalmente para os brasileiros, que poderão ter acesso mais rapidamente às novas tecnologias médicas. PH


investimento

Ponto de Vista

Hospital Alemão Oswaldo Cruz lança publicação

A

versão em português do livro ‘A Prática do Primary Nursing’, de Marie Manthey, traz o histórico e a base da assistência baseada no relacionamento e na integração Em setembro, mês em que comemora 117 anos, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz lança a versão em português do livro A Prática do Primary Nursing, de Marie Manthey, que traz o histórico e a base para a condução da assistência baseada no relacionamento e na integração. O modelo propõe desenvolver mecanismos para fortalecer o vínculo entre profissionais, pacientes e familiares que se encontram em atendimento no ambiente hospitalar. O livro tem o objetivo de reforçar esse modelo assistencial, para que profissionais da área da saúde possam utilizar desses métodos, continuando a prática de um “atendimento acolhedor”. A Superintendente Assistencial do Hospital, Fátima Silvana Furtado Gerolin, foi responsável pela coordenação e revisão do livro, em conjunto com Lore Cecília Marx, que anteriormente, em 1976, assumiu a Gerência de Enfermagem da Instituição. A obra apresenta toda a estratégia para instruir equipes de Enfermagem, além de alunos do curso de graduação na área. “No Hospital Alemão Oswaldo Cruz, acredi-

tamos que é importante não só aplicar os preceitos aprendidos na academia sobre a prática profissional, mas também utilizar um método de trabalho que valorize e respeite o ser humano em momentos de fragilidade”, explica Fátima. A Superintendente acrescenta que “essa publicação servirá como um guia para orientar esses profissionais a adotarem premissas que colocam o paciente e sua família no centro do cuidado, visando a saúde integral do mesmo”. O Hospital Alemão Oswaldo Cruz já possui um modelo que visa o bem-estar dos pacientes, colaboradores, acompanhantes, médicos e serviços, valorizando o atendimento integral e individualizado. “Aqui, por exemplo, os profissionais que atuam na área da saúde são incentivados a valorizar e atender as necessidades do paciente e da família. Acreditamos que o bem-estar integral interfere na recuperação dos nossos pacientes”, conclui Fátima. Editora: Atheneu Coordenação/Revisão Técnica: Fátima Silvana Furtado Gerolin e Lore Cecília Marx Ano: 2014 Páginas: 164 Preço (médio): R$ 49,00 Setembro, 2014

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Agenda

fique por dentro

Próximos eventos

ÌÌ Excelência no Atendimento em Hospitais, Clínicas e Laboratórios Data: 27 de setembro Local: Avenida Presidente Vargas, 2291 - Santa Maria (RS) Organização: Federação de Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul) Contato: (51) 3234-1100

ÌÌ 1º Fórum Medicina do Amanhã Data: 19 e 20 de setembro Local: Av. Albert Einstein, 627 Morumbi - São Paulo – SP Organização: Hospital Israelita Alber Einstein Contato: (11) 2151-1001 ou eventoscientificos@einstein.br

ÌÌ Seminário 20 anos de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde no Brasil Data: 18 a 19 de setembro Local: Avenida Brasil, 4365; Campus Fiacruz - Rio de Janeiro Organização: Abrasco Eventos Contato: Tel: (55 21) 2548-5141

ÌÌ Simpósio Nacional Melhoria da Qualidade e Segurança do Paciente Data: 26 de setembro Local: Auditório do Hospital Vitória; Avenida Vereador Abel Ferreira s/n - São Paulo Contato: (21) 3299 8242/secretaria.eventos@cbacred.org.br.

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Panorama Hospitalar

ÌÌ II Simpósio de Ressonância Magnética e Tomografia Computadorizada - Centro de Diagnóstico por Imagem do Hospital Sírio-Libanês Data: 20 e 21 Local: Rua Coronel Nicolau dos Santos, 69 - São Paulo (SP) Organização: Instituto SírioLibanês de Ensino e Pesquisa Contato: (11) 3155-0800/iep@hsl.org.br

EFEMÉRIDES 01 - Dia do Profissional de Educação Física 21 – Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência 22 – Dia Nacional da Juventude 30 – Dia da Secretária 30 – Dia do Coração


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