Panorama Gestão - Tecnologia - Mercado
Ano 2 • No 21 • Novembro/2014
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PLANEJAMENTO FINANCEIRO 6 passos para obter sucesso na gestão financeira hospitalar
entrevista: Hospital Alemão Oswaldo Cruz inaugura Centro de Obesidade e Diabetes. Confira a entrevista com Paulo Bastian, superintendente executivo da instituição
Alta tecnologia aliada à melhor relação custo benefício.
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Editorial
Panorama Edição: Ano 1 • N° 20 • Outubro de 2014 Presidência e CEO Victor Hugo Piiroja e. victor.piiroja@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7732
Não planejar custa caro!
Publicidade - Gerente Comercial Christian Visval e. christian.visval@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7500 Ismael Pagani e. ismael.pagani@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7724 Luciano Itamar Souza e. Luciano.itamar@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7721 Editora Keila Marques e. keila.marques@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7739 Repórter Carolina Spillari e. carolina.spillari@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7741 Conselho Técnico Dr. Gonzalo Vecina Neto, Dr. Eustácio Vieira e Dra. Pina Pellegrini Financeiro Rodrigo Oliveira e. rodrigo.oliveira@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.77 Assistente Administrativo Ironete Soares e. ironete.soares@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.77 Marketing Tomás Oliveira e. tomas.oliveira@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7762
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hegamos ao final do ano. É hora de fazer a retrospectiva, o levantamento de todos os dados e fatos e destrinchá-los. Pode até faltar ânimo para começar a tarefa, mas motivos certamente não faltarão. Afinal, a falta de um bom planejamento pode ser a principal responsável por boa parte de seus problemas financeiros. E mesmo que você tenha uma equipe especializada para fazer isso por você, é importante supervisionar de perto. Nessa edição, nós apresentamos a você os seis passos de um bom planejamento financeiro. Nosso objetivo é te ajudar a montar esse quebra-cabeça, em que cada peça tem um significado fundamental no resultado final, para que, em 2015, você não tenha surpresas desagradáveis nem caia em verdadeiras armadilhas. Temos uma novidade! A partir dessa edição vamos publicar artigos científicos. Esse espaço foi criado para que os pesquisadores da indústria da Saúde possam dissertar sobre as tecnologias disponíveis no mercado, esclarecendo assim muitas das dúvidas que rondam o imaginário de profissionais desse setor. Certamente, a revista ganha, e muito, com a colaboração desses especialistas e, você, leitor, também. Esperamos que você goste, e aproveite! Boa leitura!
Analista Thiago Guedes e. thiago.guedes@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7762 Assitente Michelle Visval e. michelle.visval@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7762 Graphic Designers Cristina Yumi e. cristina.yumi@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7737 Flávio Bissolotti e. flavio.bissolotti@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7737 Carlos Costa e. carlos.costa@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7737 Web Designer Robson Moulin e. robson.moulin@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 4197.7762 Sistemas Fernanda Perdigão e. fernanda.perdigao@vpgroup.com.br t. + 55 (11) 2424.7726 Wander Martins e. wander.martins@vpgroup.com.br t. +55 (11) 4197.7762 A Revista A revista Panorama Hospitalar apresenta aos administradores de hospitais e clínicas notícias atualizadas sobre o mercado, entrevistas e reportagens sobre novas tecnologias e os principais temas do segmento, além de coberturas jornalísticas dos eventos do setor. Panorama Hospitalar Online s. www.revistapanoramahospitalar.com.br Tiragem: 15.000 exemplares Impressão: Duograf
comunicação integrada
Keila Marques Editora
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Novembro, 2014
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Sumário
nesta edição
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NotÍcias Em quatro anos, SUS perde 14,7 mil leitos de internação
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Conheça as propostas de Dilma para a Saúde
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Ministério da Saúde e ANS iniciam projeto piloto do parto normal
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Hospital e Maternidade São Luiz Itaim conquista acreditação da JCI
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Mundo hospitalar
Em seis passos, te ajudamos a obter sucesso na gestão financeira hospitalar.
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Produtos e Serviços Indeba
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Neoprospecta Palmetal
Artigo científico
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A ligação entre risco cardiovascular, mal de Alzheimer e deficiência cognitiva leve
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ENTREVISTA Paulo Bastian
Leia a entrevista com o superintendente executivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz sobre a inauguração do Centro de Obesidade e Diabetes
Case Study
Figlabs é a primeira empresa do País a registrar aparelhos de diagnóstico por imagem na ANVISA Hospital Felício Rocho implementa agendamento online de exames Evento Hospital Dynamics reforça a importância da tecnologia para a redução de custos
Ponto de vista Eber Feltrim e Daniela Gomes
Seu bem mais precioso está na recepção Carlos Alberto P. Goulart
Acelerando a inovação no País
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livro Gestão de Operações em Saúde
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Panorama Hospitalar
Notícias
Plataforma para rastrear medicamentos O Brasil se prepara para operacionalizar o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM) que garante o rastreamento desses produtos. Por meio de um código de barras bidimensional aplicado às embalagens, será possível monitorar a trajetória dos medicamentos desde a saída da fábrica até chegar ao consumidor no balcão da farmácia. A simulação da primeira plataforma foi feita pela Libbs Farmacêutica, em Embu das Artes (SP), com a participação do ministro da Saúde, Arthur Chioro. A meta é que até dezembro de 2016 todas as indústrias de medicamentos contem com ferramentas semelhantes para operacionalizar o sistema que é coordenado pela Agência Nacional de Vigilância (Anvisa). O código funcionará como um RG do medicamento e armazenará informações como lote, validade, número de série e número de registro na Anvisa. Todas as informações reunidas são chamadas de Identificador Único de Medicamento (IUM). “O medicamento é controlado desde a saída da indústria até a sua comercialização, o que contribui para o combate à fraude, contrabando e falsificações, além de coibir o roubo de carga”, explica Chioro.
Em quatro anos, SUS perde 14,7 mil leitos de internação
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uase 15 mil leitos de internação, aqueles destinados a pacientes que precisam permanecer num hospital por mais de 24h horas – foram desativados na rede pública de saúde desde julho de 2010. Naquele mês, o país dispunha de 336,2 mil deles para uso exclusivo do Sistema Único de Saúde (SUS). Em julho deste ano, o número passou para 321,6 mil – uma queda de quase 10 leitos por dia. As informações foram apuradas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde. O período escolhido levou em conta informação do próprio governo de que os números anteriores a 2010 poderiam não estar atualizados. Para o presidente do CFM, Carlos Vital, “a falta de leitos para internação é considerada a principal causa da superlotação e do atraso no diagnóstico e no tratamento, que, por sua vez, aumentam a taxa de mortalidade”. Em números absolutos, os estados das regiões Sudeste são os que mais sofreram com redução no período, em grande parte pelos resultados do Rio de Janeiro, onde 5.977 leitos foram desativados desde julho de 2010. A região Sul é a única que apresenta ligeira alta de leitos (417 a mais).
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Panorama Hospitalar
Notícias
Unifesp realiza estudo inédito contra a dependência química
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ibogaína, medicamento obtido da raiz da Iboga, pode interromper a dependência de crack e outras formas de vício em 72% dos casos. A planta é encontrada em países africanos, principalmente no Gabão. É o que revela a pesquisa brasileira inédita, conduzida pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), publicada pelo The Journal of Psychopharmacology da Inglaterra, uma das publicações mais relevantes na área de Psicofarmacologia do mundo. Liderado pelo psiquiatra Dartiu Xavier, o estudo, realizado entre janeiro de 2005 e março de 2013, envolveu 75 pacientes dependentes de várias drogas,
como cocaína, crack, álcool e outras menos comuns. Desses, 55% dos homens e 100% das mulheres ficaram livres do vício por, pelo menos, um ano. “Esse prazo de abstinência costuma ser considerado satisfatório para se falar em cura”, afirma Xavier. Por outro lado, a ibogaína atua no campo psicológico do paciente. É comum o relato de uma certa confusão mental. Embora tenham ocorrido reações como tonturas, tremores, náuseas, dores de cabeça e confusão mental, por até 24 horas após o início do tratamento, não houve registro de efeitos adversos graves nos pacientes pesquisados, como arritmias cardíacas ou mortes.
Conheça as propostas de Dilma para a Saúde A presidente Dilma Rousseff (PT) foi reeleita com 51,6% dos votos, em 26 de outubro, na disputa mais acirrada da história do País. Dilma venceu Aécio Neves (PSDB), que obteve 48,36% dos votos, no segundo turno, e agora dá início a um novo mandato como presidente da República (2015-2018). Para a área da Saúde, Dilma Rousseff promete aumentar a qualidade e ampliar o atendimento dos serviços com a expansão do Programa Mais Médicos. Está previsto o crescimento do número de médicos no País com a abertura de 3.855 novas vagas em escolas de graduação de medicina. Dilma também se compromete a trazer o programa Mais Especialidades, oferecendo consultas em áreas como Cardiologia e Oftalmologia, além de exames laboratoriais. A presidente promete ainda ampliar da rede de unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para atendimento de emergências de baixa e média gravidade, a extensão das redes de atendimento especializado, com a qualificação dos serviços hospitalares, o fortalecimento e a universalização do Samu e a ampliação do acesso da população a medicamentos. Dilma também se comprometeu com o fortalecimento e aprimoramento do SUS e com a extensão dos serviços previstos no sistema. Agora cabe a população cobrar resultados para que essas promessas sejam cumpridas.
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Notícias
Ministério da Saúde e ANS iniciam projeto piloto do parto normal com hospital Albert Einstein Crédito: Panorama Hospitalar
Acordo de cooperação técnica engloba ações inovadoras também nas áreas de atenção primária e saúde do idoso
Diretores da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) André Longo, Martha Oliveira e José Carlos, junto do Ministro da Saúde, Arthur Chioro, e do presidente do Hospital Israelita Albert Einstein Claudio Luiz Lottenberg durante a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica para induzir a redução de cesáreas desnecessárias no País.
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ministro da Saúde, Arthur Chioro, os diretores da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) André Longo, Martha Oliveira e José Carlos Abrahão participam no dia 24 de outubro da assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica com o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), em São Paulo, para induzir à redução de cesáreas desnecessárias no país. Um projeto piloto foi desenvolvido para promover o parto normal e qualificar os serviços da saúde suplementar. A ação da ANS também inclui uma consulta pública sobre novas normas para o setor, cujas contribuições já começaram a ser recebidas. Com o acordo de cooperação técnica coordenado pela ANS, com duração de três anos, será utilizada a metodologia desenvolvida pelo instituto americano, que se baseia em três aspectos principais: melhorar a saúde de indivíduos e populações, melhorar a experiência e eficiência no cuidado com a saúde. A estratégia consiste no desenvolvimento de novos modelos assistenciais a partir do conhecimento científico existente, mas customizados à realidade dos serviços de saúde. Profissionais e gestores de saúde trabalharão em conjunto com equipes do IHI, do Hospital Israelita Albert Einstein e da ANS. Três áreas são prioritárias: além da Atenção ao Parto e Nascimento, a Atenção Primária e a Rede de Atenção à Saúde do Idoso. O projeto de Atenção ao Parto e Nascimento tem início imediato e a implementação pelo Hospital Albert Einstein será em fevereiro de 2015, com previsão de entrega dos resultados no final de 2017. A partir daí, o modelo deverá ficar disponível para ser adotado por qualquer estabelecimento de saúde que se interessar pela iniciativa. Também serão formuladas campanhas de informação e conscientização para profissionais da área de saúde e para beneficiários de planos de saúde.
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Panorama Hospitalar
Atenção ao Parto e Nascimento O primeiro projeto será sobre Atenção ao Parto e Nascimento. É prevista a adoção de um modelo que prioriza a organização dos serviços, com foco em ações que reduzam as cesarianas desnecessárias e incentivem o parto normal. Entre as ações que poderão ser testadas, destacam-se, por exemplo, a assistência ao parto por equipes compostas por médicos e enfermeiros obstetras, a utilização de recursos para alívio da dor, o estímulo à presença de acompanhante e ao uso de protocolos baseados em evidência científica. Em experiência já realizada no Brasil, a aplicação da metodologia do IHI obteve resultados positivos: o percentual de partos normais mais do que dobrou, aumentando de cerca de 20% a 55%; as admissões em UTI neonatal caíram de 155 para 46 em cada 1.000 nascidos vivos; houve aumento da remuneração dos profissionais associados à redução do custo anual total. Redes de atenção à Saúde do Idoso e Atenção Primária O envelhecimento populacional e o aumento das doenças crônicas não transmissíveis exigem inovações do sistema de saúde suplementar. O objetivo é que seja oferecido cuidado integral e contínuo, facilitando o acompanhamento adequado da evolução do tratamento, o acesso do paciente ao atendimento em tempo, lugar, custo e qualidade adequados. Entre as medidas que deverão ser adotadas, estão: definição de um médico responsável pela gestão do cuidado; integração entre consultório, laboratórios e hospital; e suporte de equipe multidisciplinar. Na área de Atenção Primária, base para o funcionamento das redes de atenção à saúde, a reorganização de modelo utilizando a metodologia do IHI também apresentou bons resultados em recente experiência no setor de saúde suplementar.
Notícias
Hospital e Maternidade São Luiz Itaim conquista acreditação da JCI Localizada em São Paulo (SP), a unidade Itaim é um hospital geral e maternidade e conta com 372 leitos, sendo 203 de hospital
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unidade Itaim do Hospital e Maternidade São Luiz foi acreditada pela Joint Commission International (JCI), uma das certificações mais importantes do mundo. O criterioso selo atesta a excelência da unidade em qualidade do atendimento hospitalar e segurança do paciente. O modelo é construído sobre a filosofia de melhoria contínua da qualidade no atendimento, transferência de conhecimento e desenvolvimento de competências dentro de uma equipe de trabalho multidisciplinar. Para obter a acreditação, o Hospital e Maternidade São Luiz, unidade Itaim, passou por um longo processo de preparação e educação, que durou cerca de três anos. Dentre essa preparação foram realizadas diversas auditorias educativas e simuladas, quando atividades foram realizadas com pacientes, familiares, funcionários, lideranças e administração do hospital.
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Para o diretor regional de São Paulo, da Rede D’Or São Luiz, Dr. José Jair Arruda Pinto, para monitorar a efetividade da implantação das metas internacionais de segurança do paciente, a unidade estabeleceu seus Indicadores de Qualidade e Gerenciamento de Risco. “Apresentamos os resultados aos colaboradores que participam diariamente do cuidado e há atuação constante da Educação Continuada em campanhas envolvendo toda a instituição”, complementa José Jair Arruda Pinto. Sobre a unidade A unidade Itaim é um hospital geral e maternidade e conta com 372 leitos, sendo 203 de hospital – 141 apartamentos, 52 leitos de UTI Adulto e 10 leitos de semi-intensiva – além de 18 salas no centro cirúrgico.
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Produtos e Serviços
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Controle de focos de infecção A solução desenvolvida pela Neoprospecta, empresa de Florianópolis (SC), denominada “Diagnóstico microbiológico molecular”, é dividida em três frentes: bioseguro (vigilância hospitalar feita mensalmente), biodefesa (quando ocorreu um surto e precisa identificar) e biocontrole (auditoria no hospital para identificar pontos de contaminação). A solução permite que instituições de saúde (hospitais, clínicas, postos de saúde) façam um mapeamento completo de possíveis focos de infecção, com detalhes de cada bactéria encontrada. Os principais diferenciais dessa tecnologia estão na agilidade no diagnóstico (quando comparado ao método tradicional), no preço reduzido e na plataforma de software integrada. Outro grande diferencial é a escalabilidade: de uma só vez é possível fazer a análise de 512 amostras e cada amostra pode identificar dezenas de milhares de espécies de micro-organismos. Para tanto, se utiliza assinatura genética do micro-organismo, sistema de ampliação molecular e análise em paralelo de múltiplas espécies.
O Letah Max ganhou nova fórmula ao incorporar em sua composição a 5ª geração de quaternário de amônio. Com dupla ação, limpeza e desinfecção, o produto tem ampla proteção contra microorganismos como pseudomonas, salmonella choleraesuis, sendo indicada para ambiente hospitalar em geral. Com alta eficiência em diluição (uma parte de produto para 150 partes de solução), o Letah Max 5ª Geração gera economia de até 23,5% no custo final (comparando com o valor da versão anterior do produto) e pode ser aplicado em diversos tipos de materiais como cobre, ferro, latão e aço inox, por exemplo. O Letah Max é produzido pela indústria baiana Indeba, especializada em produtos de higienização, há mais de dez anos, e é resultado de um trabalho dos laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento e de Microbiologia da empresa.
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Panorama Hospitalar
Crédito: Indeba
Desinfetante hospitalar
Entrevista
Paulo Bastian
Hospital Alemão Oswaldo Cruz inaugura Centro de Obesidade e Diabetes Pacientes contam com toda a infraestrutura da instituição, que possui 371 leitos e 22 salas cirúrgicas. Na entrevista a seguir, Paulo Bastian, superintendente executivo do hospital explica como será oferecido atendimento integrado e interdisciplinar para o tratamento de ambas as doenças e demais problemas ocasionados por elas
O
Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, inaugurado em 23 de outubro, de São Paulo (SP), é o primeiro da América Latina a oferecer atendimento integral e interdisciplinar para pacientes obesos e diabéticos. Preparado para realizar atendimentos de alta complexidade, o novo Centro será coordenado pelo Dr. Ricardo Cohen, eleito pela Sociedade Americana de Cirurgia Metabólica e Bariátrica (ASMBS) como um dos 30 médicos de maior destaque na área, e dispõe de uma equipe multiprofissional de cirurgiões bariátricos e metabólicos, endocrinologistas, cardiologistas, nefrologistas, ortopedistas, oftalmologistas, psicólogos, nutricionistas e a Enfermagem do Hospital. Os pacientes contam com toda a infraestrutura da instituição, que possui 371 leitos e 22 salas cirúrgicas. Um dos diferenciais do Centro são as parcerias firmadas com três instituições de renome internacional: a Cleveland Clinic, dos Estados Unidos; o King’s College, da Inglaterra; e a Universidade de Dublin, da Irlanda. Nessa entrevista, Paulo Bastian, superintendente executivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica como o novo Centro irá funcionar e quais modalidades de cirurgias serão oferecidas. Além de contar novidades sobre o hospital, como a aquisição de um novo equipamento para as áreas de Neurologia e Oncologia, a inauguração de salas de um novo Centro Cirúrgico e como a instituição vem se preparando para o envelhecimento da população. PH - Qual é a importância do Centro de Obesidade e Diabetes para o País? Paulo Bastian - O nosso Centro de Obesidade e Diabetes é o primeiro da América Latina a oferecer atendimento integrado e interdisciplinar. Aqui os pacientes encontrarão em um único local, tratamento
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Panorama Hospitalar
No Brasil, o excesso de peso atinge 40% da população, aumentando o risco de problemas associados, como hipertensão arterial e colesterol alterado
Paulo Carlos Bastian Faria
completo e de excelência, com uma visão global sobre a Obesidade e a Diabetes, e demais problemas ocasionados por essas doenças. Se o paciente é diabético e, além do atendimento do endocrinologista, precisar de avaliação de médico vascular, ele não tem que se deslocar para obter atendimento. E isso, numa cidade como São Paulo, é um diferencial importante. De acordo com a OMS, em 2015, cerca de 2,3 bilhões de pessoas vão estar com sobrepeso e mais de 700 milhões serão obesos. No Brasil, o excesso de peso atinge 40% da população, aumentando o risco de problemas associados, como hipertensão arterial e colesterol alterado. Portanto, essas doenças já são consideradas epidemias e o Hospital viu uma oportunidade de oferecer um serviço relevante para a sociedade. PH - O Centro de Obesidade e Diabetes conquistou parcerias com instituições internacionais. Qual é o objetivo dessas parcerias? Paulo Bastian - As parcerias foram estabelecidas pelo Dr. Ricardo Cohen, Coordenador do Centro de Obesidade e Diabetes, com a Cleveland Clinic, nos Estados Unidos; a King’s College, na Inglaterra; a Universidade de Dublin, na Irlanda; e a Universidade de Barcelona, na Espanha. As parcerias são de cunho científico, promovendo a troca de conhecimento entre as instituições. É um canal de troca importante para a formação e atualização dos profissionais. PH - Quais modalidades de Cirurgia serão oferecidas pelo Centro? Paulo Bastian - Ao chegar ao Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o paciente é submetido a uma avaliação completa, traçando diagnóstico inicial, e depois será encaminhado para o tratamento mais adequado: clínico ou cirúrgico. Caso seja detectada a necessidade de realização da cirurgia bariátrica, o paciente receberá o apoio necessário da equipe de cirurgiões do Centro de Obesidade e Diabetes. A cirurgia, também conhecida como cirurgia da obesidade ou de redução de estômago, reúne técnicas com respaldo científico, destinadas ao tratamento da obesidade e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele. PH - O que motivou a escolha da cirurgia de redução do estômago, por meio de um procedimento misto? Paulo Bastian - O conceito de cirurgia metabólica foi incorporado há cerca de seis anos pela importância que a cirurgia adquiriu no tratamento de doenças relacionadas à obesidade – como o diabetes e a hipertensão – também chamadas de comorbidades, cujo tratamento e/ou controle é dificultado pelo excesso de peso e facilitado pela perda de peso. A principal técnica utilizada é o bypass gástrico (ou Y de Roux). O paciente submetido à cirurgia perde de 40% a 45% do peso inicial. Nesse procedimento misto, é feito o grampeamento de parte do estômago, que reduz o espaço para o alimento, e um desvio do intestino inicial, que promove o aumento de hormônios que dão saciedade e diminuem a fome. Essa somatória entre menor ingestão de alimentos e au-
Entrevista
mento da saciedade é o que leva ao emagrecimento, além de controlar o diabetes e outras doenças, como a hipertensão arterial. PH - Recentemente foram adquiridos novos equipamentos para as áreas de Neurologia e Oncologia. Quais são as contribuições desses equipamentos para o tratamento do paciente? Paulo Bastian - O Hospital Alemão Oswaldo Cruz é o primeiro de São Paulo a oferecer tratamento com o Intrabeam, um equipamento de radioterapia intraoperatória para tratamento do câncer de mama inicial. Trata-se de uma nova técnica de radioterapia aplicada durante a cirurgia, que aumenta a eficácia da terapia em uma única sessão, reduzindo o número de exposições. O novo método ajuda a evitar exposição desnecessária à radiação e limita o tratamento ao local exato onde o tumor primário estava presente. Desta forma, com apenas uma sessão de radioterapia intraoperatória, é possível obter o resultado de aproximadamente 28 sessões de radioterapia convencional. Como dura de cerca de 30 minutos, a radioterapia intraoperatória também pode ser prescrita como dose de reforço durante a cirurgia de remoção do tumor, antes do início da radioterapia externa, otimizando o resultado e diminuindo a necessidade de sessões. Além de poupar visitas ao hospital, a dose única evitaria um dano potencial a órgãos como coração, pulmão e esôfago – um risco que o paciente corre durante a radioterapia, principalmente quando do lado esquerdo. PH - Em setembro, o hospital comemorou o primeiro ano de atividades de sua Escola Técnica de Educação em Saúde. Além disso, o hospital ainda mantém uma Faculdade. O que leva o Hospital a investir em Educação? Paulo Bastian - Educação é um dos pilares estratégicos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Ao investir nisso, podemos contribuir com a formação dos profissionais da área da Saúde. Assim, os 117 anos de experiência do Hospital podem ser transferidos e compartilhados. Existe uma grande demanda por qualificação profissional na área da saúde e, observando essa necessidade, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz decidiu ampliar suas iniciativas de ensino e pesquisa. No próximo ano, além do curso de Técnico em Enfermagem, teremos o curso Técnico em Cuidados de Idosos na Escola Técnica de Educação em Saúde (ETES). Já na Faculdade de Educação e Ciências da Saúde (FECS), ofereceremos o Curso Superior de Tecnologia em Gestão Hospitalar, além de um programa de Pós-graduação Lato Sensu com cursos na área médica e em Enfermagem, Fisioterapia e Psicologia Hospitalar. PH – O Hospital inaugurou recentemente as salas de um novo Centro Cirúrgico. Como este Centro está equipado? Paulo Bastian - O novo Centro Cirúrgico está localizado em nossa nova Torre, o Bloco E. Lá, temos a primeira sala cirúrgica em 3D da América Latina, na qual é possível gravar, transmitir e assistir todo o procedimento cirúrgico. Ao todo, foram abertas nove modernas salas cirúrgicas, com dimensões que Novembro, 2014
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Entrevista
Paulo Carlos Bastian Faria
variam entre 34 e 62 metros quadrados, desenvolvidas para atender os casos mais complexos com os mais modernos e seguros equipamentos existentes no mundo. Os recursos inovadores, além de beneficiarem o trabalho cirúrgico, garantem mais conforto às equipes médicas que atuam no Hospital. Por contar com uma estrutura tecnológica 3D, aplicada ao Robô Da Vinci S HD, a equipe médica não precisa levar filmes ou CDs com exames de imagens para o Centro Cirúrgico. Por meio da integração com o sistema PACS (Picture Archiving Communication System), o médico poderá buscar imagens obtidas em exames realizados no Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) do Hospital, transmitindo-as, se necessário, para qualquer monitor na sala. PH - Qual é a base da estratégia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz? Paulo Bastian - A estratégia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz está baseada em três pilares: Centro Hospitalar, Educação e Pesquisa e Sustentabilidade Social. Em longo prazo, vamos implementar centros de referência nas especialidades-foco, com o objetivo de garantir o melhor resultado possível para os pacientes. Os Centros de Especialidades Médicas serão o foco da aplicação de recursos nos próximos anos, consolidando o Hospital Alemão Oswaldo Cruz como referência em serviços de alta complexidade, mais especificamente, em Oncologia, Doenças Circulatórias, Doenças Digestivas, Ortopedia e Traumatologia. PH - Como o Hospital se diferencia dos demais hospitais da rede privada do País? Paulo Bastian - Nosso atendimento é diferenciado, principalmente, pela qualidade de nossas equipes Médica e Assistencial, o que garante o melhor atendimento aos nossos pacientes. O Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos melhores centros hospitalares da América Latina e destaca-se pela excelente infraestrutura, que permite a realização de procedimentos de alta complexidade em diversas especialidades, objetivando o melhor desfecho possível para o paciente. PH - Qual é a política de gestão do hospital? Paulo Bastian - Através de uma gestão transparente e moderna, mantemos o foco no futuro. Estamos entre as melhores instituições de saúde do país, cumprindo nossa missão de oferecer um atendimento integral, individualizado, qualificado e orientado para o desenvolvimento científico por meio do ensino e da pesquisa. Garantiremos, além da perpetuidade, nossa posição de destaque. PH - Como o hospital será equipado para atender o envelhecimento da população? Paulo Bastian - As projeções mais conservadoras indicam que, em 2020, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos, com um contingente superior a 30 milhões de pessoas. A cada ano, 650 mil novos idosos são incorporados à população brasileira, a maior parte com doenças crônicas e alguns com limitações funcionais. Por isso, o cuidado à saúde do idoso é considerado área de atenção, e que 14
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deve permear todas as especialidades atendidas. Temos uma equipe de retaguarda de Geriatria pronta para atender nossos pacientes e assinamos o termo de adesão ao Programa São Paulo Amigo do Idoso, selo concedido pela Prefeitura às instituições preparadas para atendimento a este público. Estamos aguardando a primeira avaliação. PH – Além disso, a Escola Técnica de Educação em Saúde do Hospital vai iniciar turmas do novo Curso Técnico em Cuidados de Idosos no próximo ano, certo? Paulo Bastian - Sim, como já mencionado, o cuidado com o idoso é considerado área de atenção. Trabalhamos com protocolos relacionados às metas internacionais de segurança do paciente, que visam, entre outros objetivos, reduzir o risco de lesões ao paciente, decorrentes de quedas. No primeiro semestre de 2014, a média de permanência de pacientes com mais de 60 anos no Hospital Alemão Oswaldo Cruz foi de cinco dias, não muito superior à média de permanência geral, que foi de 4,69 dias em 2013. Possuímos infraestrutura de ponta e Corpo Assistencial treinado para atendimento a pacientes idosos. O Bosque Bem-Estar, área verde preservada no complexo do Hospital, oferece espaço para atividades de relaxamento e reabilitação. PH - Qual é a sua opinião sobre a regulamentação e fiscalização da relação entre operadoras privadas e prestadores de serviços? Paulo Bastian - O aumento do acesso à saúde privada, sobretudo por meio de convênios médicos, impulsionou e continua a impulsionar a indústria hospitalar. Em todo o mundo, busca-se encontrar soluções para conseguir um equilíbrio entre o custo das novas tecnologias, das novas práticas médico-assistenciais e aquilo que os governos, as empresas ou as pessoas podem pagar. O grande desafio da área da Saúde é obter processos e custos eficientes para garantir competitividade. Neste contexto, as operadoras e convênios emergem como players fundamentais do setor. O relacionamento transparente entre estas empresas e os prestadores de serviços hospitalares garante o aumento da produtividade e, consequentemente, da competitividade.
Unimed
Case Study
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Planejamento
6 passos para o planejamento financeiro de sua organização Para obter sucesso na gestão financeira hospitalar, é imprescindível o apoio de um orçamento anual que compreenda receitas, custos operacionais, investimentos, fluxo de caixa e, quase sempre, captação de financiamentos. Por Keila Marques , com colaboração de Fernando Motta
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omeçar a planejar o orçamento financeiro do próximo ano significa parar, literalmente, o que quer que você esteja fazendo e dirigir o foco para as previsões orçamentárias. Logo, se identifica onde os custos podem ser reduzidos e quais receitas têm condições de aumentar. Além de fechar as contas, é preciso conseguir os recursos tão necessários para o investimento em equipamentos e na infraestrutura do hospital. Para tanto, o ideal é utilizar um sistema que mostre todos os dados referentes à sua empresa de maneira prática e ágil. Existem os softwares ERP (Enterprise Resource Planning ou, em português, Sistemas
01 Levantamento O primeiro passo é levantar dados e fatos para, a partir disso, avaliar o desempenho da instituição durante o ano. Isso inclui analisar linhas de produtos (cirurgia, hemodiálise, UTI, área de imagem, internações), preços médios e margens. “Você tem de saber o que aconteceu durante o ano e por que aconteceu”, afirma Fernando Motta, diretor da SI Consultoria e da DahMotta TI. Além disso, recomenda-se estudar o mercado que a instituição atua e sua perspectiva para o ano seguinte.
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Integrados de Gestão Empresarial) e os BI (Business Intelligence, ou, traduzido como Inteligência de Negócios). Essas soluções dão suporte ao planejamento financeiro ao facilitarem o levantamento de dados e permitirem que você faça simulações. Também existem softwares criados exclusivamente para a avaliação de negócios e análise de investimentos. Mas, de que adianta ter todos esses sistemas, se o passo a passo do planejamento financeiro ainda não está claro para você? Conversamos com especialistas e, com as orientações deles, definimos os seis passos fundamentais de um bom planejamento financeiro.
02 Orçamento de receita operacional O segundo passo é projetar a expectativa de produção (física) e de preços que serão praticados no próximo ano. Isso deve ser feito para cada linha de produtos ou de serviços. A receita é o resultado da multiplicação do volume físico destes produtos e serviços por seu preço médio previsto. “Com isso, você terá o orçamento de receitas ou de faturamentol”, orienta Fernando Motta, diretor da SI Consultoria e da DahMotta TI. O que é muito importante entender nessa etapa, é a necessidade de alinhar essa previsão ao que efetivamente a empresa consegue entregar e a demanda do mercado. Segundo o professor Dr. Marcelo Caldeira Pedroso, coordenador do Núcleo de Estudos Estratégicos no Setor de Saúde da FEA-USP, “o ideal é fazer a previsão da receita, ou do orçamento a ser recebido, e verificar se existe uma aderência ao case mix da instituição, ou seja, o perfil da demanda do hospital”, orienta o professor.
Planejamento
Mundo Hospitalar
03 Orçamento
04 Orçamento de
de Custeio
Investimentos
O terceiro passo é fazer a projeção das despesas operacionais que irão suportar o volume de serviços e produtos previstos. O custo precisa estar coerente com a estrutura física e de pessoas que você precisa para realizar o volume de atendimento projetado em cada linha de produto. Isso inclui projetar os dissídios e os impactos na folha, os benefícios aos funcionários, além de outros desembolsos, com materiais e medicamentos. “Trace o orçamento mais próximo do que você imagina que vai acontecer”, disse Motta. A apuração de custos significa avaliar “custos reais x planejados”. Algumas especialidades demandam mais despesas com insumos, outras, com medicamentos. Portanto, traçar o perfil de cada uma delas também contribui para a previsibilidade de custos. “Tudo o que acontece dentro da instituição gera custos e um sistema pode te ajudar a controlar isso”, sugere o consultor Eduardo Regonha.
“É aqui que começam os problemas”, alerta o consultor Fernando Motta. Normalmente, essa é uma verba sem muita discriminação, porque muitas empresas não fazem projetos nem planejamento de investimentos. Elas simplesmente têm uma verba para ser utilizada ao longo do ano. Para Motta, “o ideal é estudar vários projetos de investimentos e escolher os mais alinhados ao planejamento estratégico da organização e com perspectiva de retorno maior”. Não é raro organizações que desejam criar novos produtos e serviços esquecerem que devem manter em boas condições aqueles setores que são fonte segura de resultado e onde sua marca já está consolidada. Fernando Motta cita um grande hospital que desejava se fortalecer em áreas de maior complexidade como Cardiologia e Oncologia e tinha ações previstas, em seu plano de investimentos, com esse objetivo. No entanto, naquele hospital, a maternidade era referência em toda a região e fonte segura de bons resultados. Naquele hospital, havia até fila de espera – contrariando a queda da taxa de natalidade no País. Neste caso, a direção deve prever investimentos que, sem aumentar a capacidade da maternidade, mantenham-na como a melhor equipada e o com melhor desempenho dentre suas concorrentes.
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Planejamento
05 Fluxo de Caixa “O caixa é o rei”, já dizia o ditado. O quinto passo é fazer o fluxo de caixa com base nos últimos três orçamentos citados anteriormente. No fluxo devem ser incluídas outras rubricas que não constam nos orçamentos, como o pagamento de tributos e de empréstimos já contratados. Um bom planejamento financeiro tem um fluxo de caixa de longo prazo, normalmente em base mensal. Simplesmente, porque este modelo é coerente com a estrutura de receita, custeio e investimentos. Se depois de responder as perguntas “terei caixa para honrar todos os compromissos?” e “terei caixa para fazer investimentos?”, a conta fechar, então está tudo certo. Do contrário, você terá que pedir recursos. Então vá para o próximo tópico.
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06 Financiamento Se você chegou até aqui é por que precisa de financiamento. O sexto passo então é estudar as melhores alternativas para cobrir as necessidades de caixa já vislumbradas. Recomenda-se que, sempre que possível, o financiamento seja obtido para os investimentos do hospital, e não para o capital de giro. Em geral, recursos para investimentos fixos (obras, equipamentos, móveis, informática) costumam ter prazos maiores e taxas de juros menores que os recursos para cobrir necessidades de capital de giro. O consultor Fernando Motta explica por quê. “O fluxo de caixa, considerando o orçamento de investimento te dá a antecipação da necessidade e permite estruturar o financiamento para essa necessidade.” Lembre-se: Planeje-se com antecedência para fazer um financiamento com crédito a longo prazo e taxa de juros adequada.
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INVESTIMENTOS As organizações costumam necessitar de investimentos de três tipos. O básico é aquele que tem a finalidade de manter a capacidade operacional, como por exemplo, substituir um tomógrafo que chegou ao fim da vida útil. O incremental caracteriza-se por investimentos que visam aumentar a capacidade instalada de um serviço já existente, como, leitos de internação e salas cirúrgicas. Já o terceiro são os investimentos destinados à implantação de novos serviços, como a criação de um setor de hemodinâmica. Para os três casos, estudos de viabilidade com simulação dos negócios são altamente recomendáveis.
PLANO ESTRATÉGICO O plano estratégico deve ser feito antes das ações do planejamento financeiro, e, sempre, baseado em fatos e dados reais. Apesar de sua importância para as instituições de saúde, poucas o fazem. Os cortes de custos, por exemplo, teoricamente estão incluídos nesse plano. Pois, no orçamento de cada especialidade do hospital, é possível verificar aquela que é menos estratégica. Por isso, nos últimos anos, muitos hospitais estão investindo em tecnologias e serviços para as áreas de Oncologia e Cardiologia e abrindo mão da Maternidade. “Nem todos ficam satisfeitos, mas para fazer um bom planejamento financeiro você precisa tomar decisões alinhadas ao plano estratégico da organização”, afirma o professor Pedroso. Neste projeto, também é fundamental avaliar o cenário político e econômico do País, as novas tecnologias disponíveis no mercado e as movimentações na Saúde Suplementar.
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A ligação entre risco cardiovascular, mal de Alzheimer e deficiência cognitiva leve
Luiz K. Ferreira Pesquisador do Laboratório de Neuroimagem em Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP)
Jaqueline H. Tamashiro-Duran Pesquisadora do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Fabio L. Duran
Pesquisadora do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Neurociência Aplicada (NAPNA) da Universidade de São Paulo
Pesquisador Cientifico II do Laboratório de Neuroimagem em Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) Tradução e resumo do artigo publicado pela Revista Brasileira de Psiquiatria em 10/06/2014. Versão original: http://dx.doio rg/10.1590/1516-4446-2013-1275
Tania C. Alves
Carlos A. Buchpiguel
Geraldo F. Busatto
Professora Colaboradora em Psicologia Médica do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP
Diretor do Serviço de Medicina Nuclear e Imagem Molecular do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
Diretor Executivo dos Laboratórios de Investigação Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP)
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termo neuroimagem funcional se refere a um grupo de técnicas de imagem radiológica, nuclear e molecular utilizado para avaliar a função cerebral. Esses métodos são empregados para investigar anormalidades na atividade cerebral associadas a distúrbios neuropsiquiátricos in vivo. O Mal de Alzheimer (MA) é amplamente estudado utilizando-se técnicas neurofuncionais que fornecem insights importantes sobre sua patofisiologia.1 Nesta revisão, destacaremos as modalidades de neuroimagem funcional: tomografia por emissão de pósitrons (PET), aplicada para demonstrar o metabo-
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lismo da glicose cerebral regional utilizando 18F-fluoro-[2]-desoxiglicose (FDG-PET), e tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT), utilizada para documentar anormalidades no fluxo sanguíneo cerebral regional (FSCr) com traçadores de perfusão como hexametilpropileno-amina oxima marcado com tecnécio (99mTc-HMPAO, exametazima). Também revisamos resultados recentes de imagem de ressonância magnética funcional (fMRI) que mede alterações na atividade neural ao confiar no sinal dependente do nível de oxigenação sanguínea (DNOS).2 No MA, padrões consistentes de anormalidades
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gem para ajudar no diagnóstico.11,12 Além disso, alterações longitudinais em FDG-PET podem refletir a progressão da doença e podem ser utilizadas como marcadores substitutos em estudos que avaliam novas estratégias de tratamento.13 Indivíduos com declínio cognitivo objetivo não grave o suficiente para atender os critérios de demência, recebem o diagnóstico de deficiência cognitiva leve (DCL) e possuem alto risco de desenvolver demência.14 Estudos de FDG-PET identificaram déficits regionais do metabolismo da glicose no hipocampo e no giro cingulado posterior de pacientes com DCL.15 Estudos de neuroimagem funcional vêm sendo utilizados para predizer a conversão de DCL em MA.16-18 Um exemplo é que aumentos na ativação do hipocampo durante codificação da memória e recuperação são documentados em pacientes com DCL (em comparação com os controles saudáveis), sugerindo uma estratégia compensatória inicial que desaparece conforme a doença progride para demência clínica.21-23 Fatores de risco cardiovascular (FRCVs) como hipertensão, diabetes, dislipidemia, obesidade e tabagismo, são altamente prevalentes na população e exercem um impacto significativo no desempenho cognitivo.24-26 Essas condições são agora reconhecidas como fatores de risco não apenas para demência vascular (VaD) mas também para MA.27-30 Este artigo visa revisar criticamente estudos de neuroimagem funcional que investigaram o impacto de FRCVs sobre o funcionamento do cérebro em indivíduos com MA e DCL e discutir como esses achados forneceram novos insights sobre a patofisiologia do MA e da DCL. Métodos Realizamos uma busca abrangente por meio de palavras-chave relacionadas a neuroimagem funcional, FRCV, MA e DCL na base de dados MEDLINE (http:// www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/). A pesquisa não foi limitada a período em particular ou idioma, e retornou um total de 1295 artigos. Incluímos os estudos considerados importantes para resumir o conhecimento atual sobre a relação entre função cerebral, FRCVs, MA e DCL. As referências dos artigos também foram examinadas e estudos relevantes citados incluídos. Escolhemos artigos recentes que forneceram informações relevantes para uma revisão crítica e abrangente do conhecimento atual neste campo. cerebrais funcionais localizadas, associados a um declínio cognitivo, são descritos utilizando-se PET e SPECT. Essas alterações cerebrais se encontram significativamente no pré-cúneo e no giro cingulado posterior,3-6 com certo envolvimento adicional do hipocampo, da amígdala, do giro para-hipocampo e neocórtex temporal e parietal posterior.7-9, e podem auxiliar no diagnóstico de MA.10 Da mesma forma, os critérios diagnósticos para MA do Instituto Nacional Norte-Americano de Envelhecimento e da Sociedade para Alzheimer, recomendam a incorporação de FDG-PET como um biomarcador de ima-
Resultados Organizamos os resultados desta revisão em subseções. Primeiro apresentamos achados sobre a relação entre FRCVs, declínio cognitivo e demência em “FRCVs e declínio cognitivo”. Em seguida, focamos o metabolismo e a perfusão cerebral (“FRCVs e fluxo sanguíneo cerebral reduzido e metabolismo da glicose: achados em PET e SPECT”) e, posteriormente, nos resultados dos estudos de fMRI em repouso (“o potencial de estudos de fMRI em repouso”). Após, devido ao grande potencial de a imagem de amiloide fornecer informações sobre MA e fatores de risco, dedicamos uma seção aos estudos que utilizaram Novembro, 2014
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marcadores amiloides (“desvendando a relação entre MA e FRCVs com imagem de amiloide PET”). A importância de medidas compostas é destacada nos “efeitos de FRCVs combinados” e, por fim, fornecemos um resumo dos mecanismos hipotéticos que contribuem para a associação entre FRCVs, MA e DCL em “mecanismos microestruturais e moleculares subjacentes a déficits de função cerebral relacionados ao risco cardiovascular.” Discussão Há evidências de estudos neurofuncionais para afirmar que FRCVs estão relacionados ao MA. Embora alguns achados sejam conflitantes e heterogêneos, uma grande parte da literatura corrobora o entendimento de que FRCVs e doença cerebrovascular (DCV) contribuem para alterações cerebrais relacionadas ao declínio cognitivo e maior risco de demência em MA e também podem desempenhar um papel na patofisiologia do MA. Com base nesses achados, apresentamos na Figura 3 uma interação hipotética entre MA e DCV. Se a DCV contribui para a cascata patosifiológica de MA, então, se espera que a patologia relacionada ao MA tenha início mais cedo e progrida mais rapidamente se houver DCV. Ademais, pode-se esperar que os sintomas em pessoas com MA e DCV co-mórbida sejam mais graves do que quando há apenas MA. Esse modelo é uma simplificação excessiva das complexas interações entre MA e FRCV. Além disso, a DCV é um processo heterogêneo; exemplo, eventos agudos, como AVCs, podem ocorrer ou não, e a ilustração representa apenas parte dessa heterogeneidade. Não obstante, dois aspectos merecem destaque.
Figura 3. Modelo hipotético da dinâmica da patologia relacionada ao MA e sintomas em pessoas com e sem DCV co-mórbida. A linha cinza tracejada-pontilhada representa a dinâmica da carga de amiloides no cérebro em MA (conforme descrito por Jack et al.31). A linha preta tracejada-pontilhada ilustra a aceleração hipotética do depósito de amiloides se houver DCV. As três linhas à direita representam a evolução dos sintomas clínicos: a linha sólida representa um caso com MA, mas sem DCV, a linha cinza pontilhada ilustra a progressão de MA com DCV e AVCs múltiplos (progressão em etapas) e a linha preta pontilhada representa MA+DCV sem AVCs. O asterisco (*) indica eventos de AVC. As linhas cinzas horizontais representam os limites clínicos para diagnóstico de DCL e demência e as linhas tracejadas verticais apontam a idade da manifestação da DCL e da demência para MA puro e MA+DCV com AVCs.
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Inicialmente, seria bastante informativo testar a precisão do modelo representado pelas linhas tracejadas-pontilhadas com estudos longitudinais que avaliassem o depósito de amiloides em adultos de meia-idade com cognição normal e diferentes perfis de risco cardiovascular. Em segundo lugar, uma vez que os FRCVs e a DCV contribuem para o declínio cognitivo, o tratamento adequado de condições cardiovasculares e prevenção de DCV deve retardar a manifestação de demência clínica mesmo em pacientes com patologia relacionada a MA que ocorre concomitantemente. Esse aspecto é relevante para a saúde pública, já que a co-morbidade MA + DCV é muito comum e o impacto no atraso da manifestação clínica em apenas alguns anos é significativo.32 Este artigo buscou resumir o conhecimento atual relevante neste campo e, embora abrangente, não foi uma revisão sistemática. Fornecemos uma revisão geral tratando de tópicos relevantes, alguns podendo ser explorados por estudos originais futuros ou revisões sistemáticas. Conclusão FRCVs são determinantes importantes da saúde cerebral em adultos mais velhos. Estudos de neuroimagem funcional forneceram níveis diversos de evidências de que os FRCVs estão associados a alterações neuronais mesmo em adultos cognitivamente normais. Esses resultados apontam em direção à hipótese de que os FRCVs podem estar relacionados ao MA de modo causal. Dessa forma, maior conhecimento sobre como esses fatores influenciam a função cerebral com o tempo pode fornecer insights importantes para o desenvolvimento de estratégias para retardar ou prevenir alterações patológicas no cérebro, com implicações relevantes à saúde pública para a prevenção de MA. Combinar os recursos disponíveis para prevenção/tratamento de FRCV a técnicas para monitoramento da patologia relacionada ao MA e alterações na função cerebral pode ter impacto sem precedentes sobre como entendemos o envelhecimento do cérebro e promovemos o envelhecimento saudável. Agradecimentos Este trabalho foi possível graças aos subsídios 2012/11898-5 (LKF) e 2012/50329-6 (GFB) da Fundação de Amparo e Pesquisa do Estado de São Paulo. TCA e GFB também são subsidiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Brasil. Observamos ainda, que essa pesquisa foi incentivada pela GE Healthcare. Referências Bibliográficas 1. Reiman EM, Jagust WJ. Brain imaging in the study of Alzheimer’s disease. Neuroimage. 2012; 61:505-16. [ Links ] 2. Huettel SA, Song AW, McCarthy G. Functional magnetic resonance maging. 2nd ed. Sunderland: Sinauer Associates; 2009. [ Links ] 3. Chételat G, Desgranges B, de la Sayette V, Viader F, Berkouk K, Landeau B, et al. Dissociating atrophy and hypometabolism impact on episodic memory in mild cognitive impairment. Brain. 2003;126:1955-67. [ Links ] 4. Kawachi T, Ishii K, Sakamoto S, Sasaki M, Mori T, Ya-
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Case Study
Unimed Figlabs
Tecnologia brasileira de diagnóstico por imagem
Crédito: Figlabs
Sendo a primeira empresa do País a registrar aparelhos de diagnóstico por imagem na ANVISA, a Figlabs conseguiu reduzir custos e oferecer produtos com qualidade nacional
Seis equipamentos de ultrassom desenvolvidos pela Figlabs, com tecnologia brasileira, foram os primeiros no País a receberem o registro da ANVISA
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Figlabs Unimed
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m 2008 nascia a Figlabs. Uma empresa que tinha como foco, o desenvolvimento de produtos fundamentados em pesquisas científicas realizadas dentro de laboratórios da Universidade de São Paulo (USP). Hoje, colhe os frutos do investimento em pesquisas. É a primeira empresa brasileira a registrar seis aparelhos de diagnóstico por imagem na ANVISA. Desde 2013, a Figlabs integra o Grupo Gnatus, instalado em Ribeirão Preto (SP), especializado no mercado odontológico há quase 40 anos e que, neste ano, lançou a sua primeira linha médico-hospitalar. A marca disponibiliza para o mercado opções de aparelhos de diagnóstico por imagem, fixos e portáteis. Os aparelhos de ultrassom da Figlabs atendem, entre outras áreas, o mercado de Ginecologia, Obstetrícia, Vascular, Cardiologia, Abdômen e Musculoesquelético. “Este foi o primeiro processo de registro de equipamento de ultrassom para diagnóstico médico realizado por uma empresa genuinamente nacional. Entendemos que este momento deve ser considerado um marco histórico e uma vitória da tecnologia e da inovação para a indústria da saúde”, destacou o Sr. Carlos Banhos, Diretor de Inovação da Gnatus. Segundo Thiago Almeida, diretor comercial da empresa, muitos médicos desconheciam a existência do desenvolvimento nacional de tecnologias para ultrassom. “Ter o domínio da tecnologia no país permite reduzir custos e manter a qualidade do produto. Para o médico, significa ter um melhor atendimento no pós-venda, com uma assistência técnica diferenciada e pronto atendimento, quando os serviços de aplicação ou reparação de peças do equipamento são solicitados.” O registro dos equipamentos foi divulgado em agosto último. Apesar de ter sido o primeiro, o processo evoluiu muito mais rápido do que se imaginava. “Esperávamos ter que percorrer uma trajetória bastante turbulenta, mas considerando a experiência da Gnatus neste tipo de processo e até o grande apoio que recebemos da ANVISA, não tivemos maiores problemas relacionados a isso”, conta Almeida. Registro da ANVISA Os equipamentos foram submetidos a rigorosos ensaios e processo de certificação junto ao Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), como ensaios de funcionamento, aterramento, fuga de tensão, rigidez dielétrica e calibração das funcionalidades. Depois passaram por criteriosa análise da ANVISA, que liberou a comercialização dos produtos. A agência analisa todos os parâmetros dos produtos, incluindo os manuais, testes em laboratórios conforme padrões de normas internacionais e, principalmente, se não oferecerão riscos à população (usuários, pacientes e técnicos). A empresa também foi submetida ao processo de certificação. A linha fabril da Figlabs para os equipamentos de ultrassom fica na Gnatus, cuja estrutura possui diversos certificados de sistema de qualidade, como BPF, ISO-9000, ISO-13.485. As linhas de montagem e fabricação também foram auditadas por um organismo certificador credenciado ao INMETRO, o qual verificou todas as condições de segurança, con-
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trole e testes que visam assegurar a padronização, qualidade e confiabilidade dos produtos produzidos. “Esta aprovação demonstra que todos os requisitos solicitados pela Agência Reguladora foram atendidos. O produto foi colocado em escolas de ultrassom e analisados por médicos com experiência. Os resultados estão surpreendendo a todos, principalmente pela qualidade de imagem e desempenho dos equipamentos. Estamos otimistas, queremos oferecer produtos com qualidade e acessíveis a todos”, completou Almeida. O Parque Fabril da Gnatus está localizado em um Parque Tecnológico que oferece incentivos fiscais para empresas que atuam com Pesquisa e Desenvolvimento, além dos incentivos habituais às indústrias nacionais que atendem aos pré-requisitos para obtenção de benefícios. “Temos uma fábrica em Ribeirão Preto com condições de atender a demanda de mercado, com equipes altamente qualificadas. A Figlabs oferece a segurança de tecnologia e inovação da marca Gnatus, e todos os equipamentos são 100% testados antes de irem para o mercado. Os clientes contam com uma ampla e competente rede de assistência técnica, com mais de 200 pontos espalhados em todo o território nacional”, concluiu. A capacidade de produção, hoje, é de 100 máquinas por mês. “Mas podemos rapidamente atingir 200 unidades por mês”, reforça Almeida. O Diretor Comercial da Figlabs destaca ainda os pontos positivos de ter a fabricação dos equipamentos no Brasil. “Esses equipamentos vão atender o PPB (Processo Produtivo Básico para Ultrassom) e, com isso, temos incentivos fiscais que permitirão ter uma excelente relação custo benefício”. Atualmente, a empresa atende 85% do PPB e tem plano definido para atingir 100%, com transferências tecnológicas e a industrialização de alguns itens exigidos pelo PPB.
Os aparelhos de ultrassom da Figlabs atendem, entre outras áreas, o mercado de Ginecologia, Obstetrícia, Vascular Cardiologia, Abdômen e Musculoesquelético.
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Case Study
cm Unimed tecnologia
Agendamento online
Crédito: CM Tecnologia
Número de marcação de consultas e exames no Hospital Felício Rocho aumentou após a implementação do novo serviço
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Hospital Felício Rocho, de Belo Horizonte (MG), adotou uma solução de agendamento de exames ou consultas online no início de setembro. Com o oferecimento do novo serviço, espera-se que o público com acesso à Internet utilize cada vez mais o novo canal, reduzindo assim o atendimento do call center e, claro, aumentando o número de marcações. Apesar de ter sido lançado há dois meses, “já percebemos um crescimento de 70% já no primeiro mês e esperamos fechar o ano com resultado ainda melhor”, pontua Cristiana Lopes de Almeida, gerente de relacionamento do Hospital Felício Rocho. Este é mais um canal de atendimento para clientes do Hospital, já que os demais meios atendimentos permanecem. O balanço do primeiro semestre de 2014 mostra que o call center correspondeu ao atendimento de, em média, 92% das chamadas recebidas. Ainda assim, cerca de 26.400 ligações não foram atendidas. A solução CM Plus, da CM Tecnologia, empresa especializada em softwares para o setor de saúde, foi escolhida para oferecer a possibilidade de agendar exames via web. Essa solução é totalmente integrada com o sistema de agendamento do Hospital. “Isso possibilita que nosso cliente realize todo o processo de marcação de exames e consultas de forma automática, pela internet. A ideia é oferecer mais comodidade aos pacientes”, destaca Cristiana. A escolha do Agendamento On-line ocorreu devido à simplicidade, agilidade e facilidade para os clientes, mas principalmente pela possibilidade da redução do custo dos agendamentos. Comparado ao agendamento através de um operador de call center, o custo do serviço proporciona uma economia de até 65%. Pensada para ser bastante simples, CM Plus funciona da seguinte forma. Após o cadastro, basta selecionar o convênio, tipo de exame ou especialidade médica, horário e unidade de preferência para concluir o agendamento. Finalizado o procedimento online o cliente recebe por e-mail as informações da marcação, além de instruções de preparação no caso de exame.
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Panorama Hospitalar
Cristiana Lopes de Almeida, do Hospital Felício Rocho: “O agendamento on-line proporciona a economia de até 65%.”
Vantagens Uma maneira prática e rápida de marcar exames que contribui para diminuir o absenteísmo, já que todos os clientes agendados por meio do sistema recebem um e-mail automático e um sms, próximo a data da consulta, relembrando o compromisso. Outro beneficio destacado no uso de um modelo para a marcação online de exames e consultas, é a redução de custos de até 60% no call center. “Com a solução da CM Tecnologia, o cliente sai de um custo de R$ 6.60 para um custo de R$ 0,95” explica Soares. A partir dos dados cadastrais dos clientes que utilizam a solução, é possível traçar um perfil do público atendido pelo hospital. Por exemplo, faixa etária e sexo, quais exames são mais pedidos, em quais horários há mais demanda. Sendo assim, a solução permite analisar o perfil dos pacientes através tanto do próprio sistema como de relatórios desenvolvidos pela equipe de TI. O Hospital investiu em torno de R$ 18 mil para implementar a solução. A implementação não exigiu alterações, aquisições ou adaptações.Todo o processo durou em torno de seis meses, entre o processo de análise de viabilidade, aprovação da ferramenta e planejamento da etapas do projeto. Sendo a última fase, a menor, em torno de 60 dias.
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Case Study
HOSPITAL Unimed DYNAMICS
Investir para economizar Evento Hospital Dynamics, realizado pela primeira vez no Brasil, reforça a importância de se investir em tecnologia para reduzir custos e aumentar a eficiência de processos em hospitais.
Especialistas falaram sobre duas importantes ferramentas para a redução de custos em instituições de saúde: tecnologia e gestão. Na foto, Alan Dash, da Sextant Group. Diretor Técnico da Planisa, Sérgio Lopez Bento
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ealizado pela primeira vez no Brasil, o Hospital Dynamics reuniu especialistas do setor de Saúde em São Paulo (SP) para debater temas que mostram os resultados da implementação de projetos de tecnologias integradas, infraestruturas de TI, Geração de Energia, Engenharia Clínica e Telemedicina. O evento também reuniu fornecedores de equipamentos e softwares, que apresentaram os seus serviços e produtos em estandes. De um modo geral, os palestrantes apresentaram novos métodos para se alcançar o máximo de eficiência e o mínimo de custo em um ambiente hospitalar. Apesar de ter sido realizada durante um dia, a programação teve aproximadamente 15 apresentações. O que garantiu a diversidade de temas e a sensação de que o dia ‘rendeu’.
Programação
O Consultor Sênior da Sextant Group, Alan Dash, participou da primeira edição do Hospital Dynamics no Brasil, apresentando a palestra “Práticas de projeto e construção para garantir um edifício hospitalar tecnologicamente integrado”. Ele compartilhou sua experiência sobre o design de integração de tecnologias para hospitais em construção – ou para reformas de instituições. O objetivo desse tipo de design é unir sistemas em um ambiente completamente integrado, dentro de um hospital, para reduzir custos e aumentar a eficiência dos processos da instituição de saúde. “Diferentemente do que a maioria pensa, não fazer integração é que custa caro”, pontua. A integração não só facilita a comunicação, como gera mais eficiência, traz economia para o hospital, proporciona facilidades aos funcionários e permite ainda a realização de relatórios mais completos. Os resultados obtidos pela Clínica Dávila, localizada 28
Panorama Hospitalar
no Chile, após a adoção das diretrizes da certificação Green Hospital, foram apresentados por Jaime Hagel Cabrera, Gerente de Tecnologia e Operações da instituição, para mostrar como essa certificação pode transformar todo o ambiente hospitalar. Segundo ele, o objetivo dos Hospitais Verdes é promover a redução do impacto ambiental à saúde, reconhecer a relação entre saúde humana e meio ambiente e conectar as necessidades das instituições de saúde com ações ambientais. O Green Hospital é um sistema de certificação voluntária para Hospitais e Clínicas já existentes, e envolve dez temas considerados fundamentais para o comportamento ambiental e energético de um estabelecimento assistencial. Essa certificação se fundamenta no Programa de Hospitais Saudáveis do Organismo Health Care Without Harm, cuja missão é transformar mundialmente o setor de cuidado com a saúde em um sistema ecologicamente sustentável. Outro tema importante apresentado no evento foi “A Gestão de Custos e Resultados – Fator Crítico de Sucesso na Gestão Hospitalar”, na palestra do Diretor Técnico da Planisa, Sérgio Lopez Bento. “O cenário macroeconômico brasileiro para os próximos anos é bastante desfavorável e certamente causará impactos no setor de Saúde”, afirmou. O baixo crescimento do PIB afeta a arrecadação de recursos para o SUS e desacelera o aumento de beneficiários da Saúde Suplementar. Enquanto que a inflação elevada aumenta os custos assistenciais. ”Essas previsões refletem o desânimo do mercado com a atual condução da política econômica”, explica. Ele também comentou como o processo de urbanização brasileiro, que foi rápido, também aumentou a expectativa de vida, gerando o envelhecimento da população. ”Estamos preparados para isso?”
Ponto de Vista
Atendimento do cliente
Seu bem mais precioso está na recepção
Éber Feltrim - Professor no curso de pós-graduação em Administração de Empresas da FGV, Professor do curso de pós-graduação em Odontologia da USP, Professor do MBA em Controladoria de Empresas da UNIP e Gestor do Grupo SIS (www.sisconsultoria.net)
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Daniela Gomes - Assessoria e Consultoria Indoor em Estratégia de Negócios no Grupo SIS (www.sisconsultoria.net)
s pessoas são diferentes entre si, no comportamento, nos interesses, nas necessidades e nos desejos. Isso faz com que elas também tenham percepções diferentes em relação aos serviços que recebem. Da mesma forma, dentro de uma clínica, os interesses e percepções dos pacientes são diferentes. Você já se perguntou como pode atrair mais clientes? Como fazer com que eles enxerguem sua clínica no meio de tantas outras ou de outras prioridades na vida? Pois é, e o que você tem feito para encontrar soluções para tais questões? É inevitável a necessidade de conhecer os segmentos do mercado, pois através disso conseguiremos oferecer os serviços adequados para aquele público específico. Nosso negócio precisa ‘conversar’ a mesma língua para que o nosso público-alvo entenda. Caso contrário, mesmo que você tenha excelência técnica, os resultados não aparecem e a clínica não ‘decola’; simplesmente por que os pacientes não entendem a sua comunicação. É necessário focar naquilo que o cliente dá valor e oferecer esses benefícios a ele. Mas, como saber o que o cliente dá valor? Aqui, além de conhecer os segmentos do mercado, é necessário desenvolver pesquisas nesse mercado. As pesquisas de mercado nos darão a orientação certa que devemos seguir em relação aos desejos, necessidades e expectativas do nosso cliente. Nos dias de hoje não basta ser bom, tem que apresentar-se bom na percepção do seu público-alvo. E ser bom na percepção dos pacientes, envolve
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diversos aspectos, organização no gerenciamento da clínica, espaço físico diferenciado e mais ainda, a excelência no atender esse cliente. A bem da verdade, o que o cliente quer é ter uma experiência inesquecível ao ser atendido por você e sua equipe de trabalho. E tudo isso com a mesma disposição de felicidade, como se toda a clínica sempre estivesse iniciando os atendimentos. Independente se é o cliente das 20h ou o das 8h, deverá ser acolhido e recebido com o mesmo entusiasmo. Já dizia Walt Disney: “todos os dias quero que seja a inauguração do parque”. Que diferença existe entre uma sexta-feira e segunda-feira para um visitante da Disney? Os clientes estão cada vez mais exigentes e, por isso, não fazem distinção entre você e sua empresa. Em “Se Disney administrasse seu hospital”, onde os clientes são os convidados e você, o anfitrião? O negócio é ter pessoas automotivadas no elenco, com entusiasmo para as oportunidades que estão à nossa frente. Segundo Jim Colins, é necessário ter pessoas certas dentro do barco, mas é fundamental retirar do barco as pessoas erradas, antes de decidir para onde o barco vai. E ainda que “as que ficam no barco são as que têm uma devoção fanática para criar uma experiência mágica nas outras pessoas. Aquelas que saem, provavelmente dirão que a Disney não é um lugar excelente para trabalhar, e talvez existam outras maledicentes, cínicas e indiferentes”. Para refletir: “Se você consegue sonhar, consegue fazer. Nunca se esqueça de que tudo isto aqui começou com um ratinho.” - Walt Disney
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Ponto de Vista
tecnologia Marketing
Acelerando a inovação no país
* Carlos Alberto P. Goulart é Presidente Executivo da ABIMED – Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares para Saúde
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o passado recente, o setor de Produtos para a Saúde concentrou grandes esforços para agilizar a introdução de novas tecnologias no mercado, buscando proporcionar aos pacientes brasileiros acesso pari passu com os de outros Países. As ações se caracterizaram predominantemente por interações com os agentes reguladores, ministérios e políticos, com o objetivo de reduzir o tempo de registro de produtos médicos. As iniciativas foram bem sucedidas e, recentemente, a agência reguladora emitiu normas e sinalizações de que os problemas estão em vias de serem solucionados. As medidas já estão definidas e devem ser implementadas em curto e médio prazos. Um exemplo efetivo é a permissão de terceirização das atividades de inspeção de fábrica, um dos principais gargalos para o registro de produtos. Com estas soluções a caminho, o setor de produtos para a saúde muda suas prioridades e concentra agora seus esforços na aceleração da inovação no país e na redução dos obstáculos que impedem que isso aconteça. Agilizar a inovação é crucial. O ciclo de renovação de produtos para saúde é muito rápido, dura em média dois anos. Se o Brasil não acompanhar os avanços poderá ficar defasado tecnologicamente e perder oportunidades de participar da cadeia global de desenvolvimento destes produtos, com prejuízos aos pacientes e ao desenvolvimento do país. O Brasil hoje tem participação modesta nas redes internacionais de produção, segundo o Relatório Mundial de Comércio 2014, publicado pela Organização Mundial de Comércio (OMC). A participação nessas redes ajuda a elevar o patamar tecnológico e de conhecimento dos países e é fundamental para sua competitividade, especialmente se levarmos em conta que a produção mundial é cada
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vez mais fragmentada e envolve cada vez mais os países em desenvolvimento. É notório o potencial do Brasil não apenas de crescimento econômico como também de inovar tecnologicamente. Temos bons exemplos dessa nossa capacidade, como a Embraer e a Petrobrás pelo pioneirismo tecnológico e sucesso comercial. A questão que se coloca agora é como fazer para que os avanços e criações de tantas instituições de peso – como universidades, sociedades médicas e hospitais -, para que o capital humano de alto gabarito, a sofisticação do mercado e dos negócios sejam transformados em conhecimento e tecnologia para serem entregues ao mercado consumidor. Um dos passos importantes para que avancemos nessa área é o estreitamento das relações entre academia, indústria e governo, destravando a burocracia das universidades para fornecer suas patentes. Essa é uma triangulação que tem dado bons resultados em países reconhecidos pela capacidade de inovar. Além disso, devem ser incrementados os investimentos em P&D e fortalecidas as atuais políticas industriais, que estimulam a transferência de tecnologia, a fabricação local de produtos com alto valor agregado e o desenvolvimento de subfornecedores. Também o já batido, e nunca resolvido, Custo Brasil deve ser encarado definitivamente, pois o país tem perdido espaço não só para outros países emergentes como também para países desenvolvidos, por não ser competitivo e, com isto, não estimular a geração de produtos locais. Lembramos que recente pesquisa da DataFolha mostra que 45% dos brasileiros consideram a saúde como prioridade. O setor de produtos para a Saúde – composto por cerca de 13 mil empresas que fabricam ao redor de 20 mil produtos e geram 130 mil empregos no país - está buscando fazer sua parte para atender aos anseios da população.
Gestão
Livros
Gestão de operações em Saúde
Livro mostra que, apesar das diferenças de porte e serviços, a maioria dos conceitos de gerenciamento de operações pode ser aplicada a todas as organizações de Saúde
A
publicação apresenta a cadeia de valor em Saúde e onde os prestadores de serviços de saúde – consultórios, clínicas, hospitais e serviços de diagnósticos – estão inseridos. Compreender suas relações com os demais integrantes desta cadeia, desde fornecedores até o paciente e as fontes pagadoras, é fundamental para a gestão de operações. No restante, os aspectos do gerenciamento de operações são integrados à realidade dos prestadores de serviços por meio de exemplos variados, para abordar desde o pequeno consultório até o hospital de alta complexidade. Negócios de Saúde, mas de diferentes naturezas – como hospitais e planos de saúde – possuem aspectos de produção bastante distintos, mas muito pode ser aprendido e aplicado entre eles. Da mesma forma, um pequeno posto de saúde e um hospital privado de 300 leitos têm muito em comum quando se fala de operações.
O que se observa de diferente são características intrínsecas entre eles, como a variedade de serviços, a complexidade da assistência, o volume de atendimento e o público que atendem. Mas, ambos, por exemplo, possuem um processo de cadastro de pacientes no momento da sua admissão e estão sujeitos a filas. Muitas vezes, um mesmo profissional executa uma consulta em um paciente nos dois ambientes. Assim, o texto mostra que, apesar das diferenças de porte e serviços, grande parte dos conceitos apresentados pode ser aplicada a todas as organizações. Editora: Libânia Rangel de Alvarenga Paes Páginas: 192 Edição: 1ª Edição Ano: 2011 Preço: R$ 71,00 Novembro, 2014
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Agenda
fique por dentro
Próximos eventos ÌÌ VI Encontro de Fisioterapeutas 7 de Novembro Hospital de Clínicas Padre Miguel - Rio de Janeiro (RJ) (21) 98883-4336 ou 98546-5535
ÌÌ XVI Curso de Cirurgia da Mão da UERJ Data: 28 e 29 de Novembro Universitário Pedro Ernesto (HUPE), Rio de Janeiro (RJ) www.cirurgiadamao.org.br
EFEMÉRIDES Novembro 10.11 - Dia Nacional da Surdez
ÌÌ Seminário Internacional: “Alimentação na prevenção de doenças crônicas” 12 de novembro de 2014 Auditório João Yunes, Faculdade de Saúde Pública da USP, São Paulo (SP) www.idec.org.br
14.11 - Dia Mundial do Diabetes 16.11 - Dia Nacional dos Ostomizados 20.11 - Dia do Biomédico 20.11 - Dia da Consciência Negra
ÌÌ Medica 21.11 - Dia Nacional da Homeopatia 12 de Novembro Düsseldorf, Alemanha www.medica-tradefair.com
23.11 - Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil 25.11 - Dia Internacional do Doador de Sangue
ÌÌHMB - Health Management Brazil 25.11 - Dia Internacional contra a Exploração da Mulher 24 de Novembro São Paulo (SP) www.hmbrazil.com.br/
27.11 - Dia Nacional de Combate ao Câncer 27/11 - Dia Nacional de Luta contra o Câncer de Mama
ÌÌ 9º Congresso Brasileiro de Gerenciamento de Projeto 24 a 26 de novembro Centro de Convenções WTC | São Paulo – SP http://cbgp.com.br/2014/
Dia Nacional de Combate à Dengue (penúltimo sábado do mês)
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MADIS está entre as 5 indicadas na categoria Controle de Frequência para o prêmio Top of Mind 2014
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