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Panorama hospitalar A revista + completa do setor da saúde
BioBrasil: players provocam o diálogo para a eficácia da Saúde
Ano 2 • No 30 • Novembro/2015
ISSN 2359-0521
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Panorama hospitalar A revista + completa do setor da saúde
Edição: Ano 2 • N° 30 • Novembro de 2015 Presidência e CEO Victor Hugo Piiroja victor.piiroja@vpgroup.com.br
Redação Editora e Coordenadora Editorial Carla Nogueira carla.nogueira@vpgroup.com.br Arte Flávio Bissolotti flavio.bissolotti@vpgroup.com.br Giovana Dalmas giovana.dalmas@vpgroup.com.br
Comercial Diretor Comercial Christian Visval christian.visval@vpgroup.com.br
Marketing Michelle Visval michelle.visval@vpgroup.com.br
Web e Sistemas Wander Martins wander.martins@vpgroup.com.br Robson Moulin robson.moulin@vpgroup.com.br Bruno Macedo bruno.macedo@vpgroup.com.br Carolina Teixeira carolina.teixeira@vpgroup.com.br
BIOBRASIL:
O SETOR DA SAÚDE PENSADO EM TODAS AS ESFERAS
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a caótica atualidade do nosso País, onde a desconfiança e incertezas são características mais presentes em qualquer pauta, o “movimento” BioBrasil – Comitê da Bioindústria da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) – tem sido um modelo para unificar os pares das cadeias produtivas de saúde e biotecnologia, em prol da melhoria de cada setor. É onde os setores têm voz ativa e pensam em todas as esferas. Onde o foco no fomento e desenvolvimento da saúde e biotecnologia sobrepõe à crise. O Brasil precisa dessas iniciativas, onde a “ordem e progresso” fogem de egos, idealismos partidários, a fim de receber todos na mesma mesa e permitir um discurso linear, ou seja, crescimento, melhoria e diálogo para um sistema mais eficaz. Trata-se de democracia em sua totalidade. A Panorama Hospitalar entrevistou o coordenador executivo, diretor da Fiesp e presidente do Sinaemo (Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo), Ruy Baumer, e a coordenadora do BioBrasil, Priscilla Franklim Martins. Ambos explanaram a essência do BioBrasil, as diretrizes do comitê e a importante participação de players da biotecnologia e saúde. Decerto, a iniciativa motiva, estimula e fortalece os setores neste cenário nada inspirador no Brasil. Boa leitura!
Financeiro Rodrigo Gonçalves de Oliveira rodrigo.oliveira@vpgroup.com.br
A Revista A revista Panorama Hospitalar apresenta aos administradores de hospitais e clínicas notícias atualizadas sobre o mercado, entrevistas e reportagens sobre novas tecnologias e os principais temas do segmento, além de coberturas jornalísticas dos eventos do setor. Panorama Hospitalar Online www.revistapanoramahospitalar.com.br Tiragem: 15.000 exemplares Impressão: Silvamarts
Alameda Madeira, 53, Cj. 92 - 9º andar 06454-010 - Barueri – SP • + 55 (11) 4197 - 7500 www.vpgroup.com.br
Carla Nogueira Editora e Coordenadora Editorial Panorama Hospitalar | Novembro, 2015
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Sumário
índice
Inédito 6
Toyota e Hospital Santa Cruz firmam parceria
Mercado 7
Siemens Healthcare: 40 anos desenvolvendo tecnologias para tomografias
Discussão 8/11
Hospital Albert Einstein discute as melhores práticas de saúde
Inovação 12/13
Sociedade de médicos clínicos gerais do Reino Unido autorizam o UpToDate
Mercado 14
Médicos vendem participação no Fleury
Especial 26/27
Saúde 4.0: propõe inovações em dispositivos médicos no Brasil
Praticidade 28/29
Versão digital do cartão do SUS é lançada
O setor 15/17
As novidades do setor da saúde
Governo 30/31
Saúde destina R$ 96 milhões para estados e municípios
Perspectiva 18
Saúde suplementar acumula gastos de R$139,3 bilhões em 12 meses
Instituição 19
ABRAMED discute os desafios do setor da saúde
Anahp 20
Pensadores da saúde aterrissam no Conahp
Especial 22/25
A força do BioBrasil para o fomento do sistema de saúde
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Panorama Hospitalar | Novembro, 2015
Em pauta 32/33
Em cinco anos, mais de R$ 2,1 bilhões foram gastos com ações judiciais
Medicina de Ponta 34 Rede D’Or São Luiz lança Programa de Cirurgia Robótica
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Inédito
MELHORIA NO ATENDIMENTO
Toyota e Hospital Santa Cruz:
parceria pioneira vai aprimorar o atendimento da instituição
U
ma experiência pioneira no País vai consolidar a parceria estabelecida entre a Toyota do Brasil e o Hospital Santa Cruz. A instituição médica está abrindo suas portas para receber ações do Sistema Toyota de Produção (Toyota Production System – TPS), metodologia de práticas industriais da montadora, que será adaptada e aplicada na entidade para aprimorar o atendimento aos seus usuários. Uma equipe da Toyota vai avaliar e auxiliar o Hospital Santa Cruz na melhoria contínua de seus processos na área de Pronto Atendimento, visando diminuir o tempo de espera dos pacientes e otimizar o atendimento da equipe médica. O objetivo dessa parceria é que, após seis meses de capacitação, o método de processos seja incorporado pelo hospital em diversos departamentos, elevando a produtividade da equipe e proporcionando benefícios diretos ao público. O TPS é uma filosofia de gerenciamento que otimiza a organização, atendendo às necessidades do cliente no menor prazo possível, com qualidade e a um custo menor. Além disso, é um sistema que pode ser aplicado a qualquer atividade dentro de uma organização. “A Toyota, com essa iniciativa, pratica concretamente um de seus principais valores que é a contribuição contínua para o desenvolvimento da sociedade dos países onde atua. Transmitir nossos valores é um comprometimento
Modelo de gestão já foi implementado em algumas entidades dos Estados Unidos e Canadá, com resultados surpreendentes 6
Panorama Hospitalar | Novembro, 2015
presente no DNA da Toyota”, afirma Steve St. Angelo, CEO da Toyota para América Latina e Caribe. No primeiro momento, a equipe de TPS da Toyota vai acompanhar alguns pacientes do hospital no Pronto Atendimento, verificando o tempo de espera, a qualidade, a forma com que esses pacientes se deslocam pela área, entre outros quesitos. Após esse acompanhamento, uma sugestão de melhoria com metas estabelecidas será aplicada na entidade e novamente analisada. Caso necessário, novas contramedidas poderão ser aproveitadas para melhorar o desempenho da metodologia. Este modelo de gestão já foi implementado em algumas entidades dos Estados Unidos e Canadá e apresentou resultados positivos nos atendimentos hospitalares da cidade de New Orleans após a passagem do furacão Katrina. A parceria com o Hospital Santa Cruz, iniciada em 2014, já doou um Etios para a entidade e arrecadou R$ 155 mil durante jantar beneficente para apoiar a ampliação de áreas da unidade, melhorias na infraestrutura, entre outras necessidades da instituição. “Estamos muito felizes com esse apoio para aprimorar nossa gestão. É de extrema importância para o Hospital Santa Cruz essa troca de experiências para aperfeiçoar nossos serviços, além de fortalecer o relacionamento entre as empresas japonesas no Brasil”, explica Renato Ishikawa, presidente do Hospital Santa Cruz.
Mercado
FUNCIONALIDADE
Siemens Healthcare:
desenvolve há 40 anos tecnologias inovadoras em tomografia Organização é referência no impulso do desenvolvimento do setor de diagnóstico
A
pós 40 anos do lançamento do primeiro modelo da série, o Siretom, a Siemens Healthcare orgulha-se do desenvolvimento bem sucedido na sua divisão de tomografia computadorizada. Com inovações como a tomografia espiral, o Multislice e mais recentemente as tecnologias Dual Source e Dual Energy, a Siemens tem impulsionado o mercado de diagnósticos clínicos ao longo de décadas. Enquanto o Siretom levou cerca de nove minutos para fazer um escaneamento completo de cabeça em 1975, hoje o SOMATOM Definition Flash pode digitalizar toda a parte superior do corpo em menos de um segundo, com uma dose de raios-X inferior a 1 milisievert – em torno da mesma quantidade de exposição à radiação em um voo internacional (a radiação anual média recebida pelo ser humano é de cerca de 2,4 milisievert). “Todas estas novas tecnologias aplicadas à atual geração de equipamentos de tomografia computadorizada permitem a realização de exames com uma dose menor de radiação, fazendo com que alguns procedimentos antes evitados possam agora ser realizados já que os benefícios são vários e as doses de radiação mais baixas. Como exemplo podemos citar a angiotomografia coronariana para pacientes que apresentam risco cardíaco elevado ou forte histórico familiar da doença“ diz Claudio Campos, gerente de negócios de Tomografia Computadorizada da Siemens Healthcare no Brasil. Desde que apresentou o primeiro Dual Source CT (que possui dois tubos de raios-x e dois detectores), no SOMATOM Definition, em 2005, a Siemens buscou utilizar esta tecnologia na maioria de seus equipamentos de ponta. Esta tecnologia permitiu ao atual SOMATOM Definition
Flash, por exemplo, produzir imagens clínicas a uma velocidade inédita. O coração pode agora ser digitalizado em frações de um segundo e a tomografia computadorizada cardíaca tornou-se uwm procedimento clínico de rotina. O Dual Source CT também criou o caminho para uma imagem espectral de dupla energia, que permite diferenciar, por exemplo, o material de um cálculo renal, e assim, definir o efetivo tratamento do mesmo. Novas tecnologias - Outras tecnologias desenvolvidas pela Siemens agora também são comuns em todo o mercado de tomografia, como a tomografia espiral ou helicoidal. Nela, o detector gira continuamente em volta da mesa, que se move consistentemente através da parte principal do tomógrafo (gantry), sendo que o SOMATOM Plus-S foi o primeiro scanner de volume espiral no mercado. Em 1998, a tecnologia multislice no SOMATOM Volume Zoom tornou possível a imagem vascular não invasiva em procedimentos de rotina pela primeira vez. Isto foi fundamental no avanço de tomografia computadorizada do coração. Recentemente também foi lançada a tecnologia “Twin Beam”* que permite aos equipamentos SOMATOM Definition AS+ e Definition Edge a realização de inúmeras aplicações de Dual Energy com a utilização de um único tubo de raios-x e sem o aumento da radiação recebida pelo paciente. Em 2015, a Siemens lançou o equipamento de tomografia computadorizada SOMATOM Scope produzido no Brasil, na fábrica de Joinville (SC) e possui tecnologia inovadora capaz de oferecer alta qualidade de imagem, baixa dose de radiação e eficiência de custos. Sua excelência clínica fornece recursos que reduzem significativamente o seu custo total e aumentam a produtividade da rotina clínica. Panorama Hospitalar | Novembro, 2015
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Discussão
SAÚDE
O Institute for Healthcare Improvement (IHI)
e as boas iniciativas para a melhoria do sistema de saúde Especial por Mirtes Bogea | Fotos Divulgação
Diretor executivo do IHI, Pedro Delgado, no segundo dia de Fórum.
Setor da saúde corre com tudo para atingir a melhor qualidade, os menores custos com segurança e boa experiência para o paciente 8
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ão pela crise atual e nem por simples tendência, custos são a grande discussão que permeia todos os mercados, todas as indústrias e setores e esse tema veio para ficar e para ser o norte. Isso porque a qualidade, grande tema de discussões a partir dos anos 1970, em todas as indústrias, hoje já não é mais tão discutida. Não por ter perdido a importância, ao contrário, mas por ser tão inerente. Se um setor não mede e não busca melhorias na qualidade, não tem como sobreviver. No setor da saúde essa discussão não é assim tão antiga. Começou a tomar força no País, a partir dos anos 1990, inclusive com a primeira certificação internacional na área, feita pela Joint Commission International ao
ph
Dr. Claudio Lottenberg faz a abertura do CEO Day.
Hospital Israelita Albert Einstein. E agora o setor da saúde corre com tudo para atingir a melhor qualidade, os menores custos e tudo isso com segurança e boa experiência para o paciente. Oficialmente, essa grande corrida da saúde começou com Dr. Donald Berwick e um grupo de pessoas comprometidas em redesenhar o sistema de saúde americano nos anos 1980. A ideia era criar um sistema sem erros, sem desperdício, sem demoras e sem custos insustentáveis. Em 1991, surgiu o Institute for Healthcare Improvement (IHI), cuja missão é melhorar a saúde e os sistemas de saúde ao redor do mundo. Em 2013, o Hospital Israelita Albert Einstein tornouse o primeiro parceiro do IHI na América Latina por ter encontrado naquela missão, também a sua razão de ser. O Einstein, fundado há 60 anos, não só tornou-se o maior marco de qualidade em saúde e medicina na América Latina (segundo a revista América Economia), como um atuante personagem dentro do cenário da saúde brasileira no que diz respeito ao pioneirismo para discutir tecnologias, custos e segurança do paciente. À essa tríade de experiência do cuidado, saúde populacional e redução de custos per capita o IHI chamou Triple Aim e hoje o Einstein vem sendo o seu grande propagador no Brasil. Recentemente realizou o 1º Forum Latino Americano de Qualidade e Segurança na Saúde em parceria com o IHI, tendo presente o Dr. Don Berwick, em sua primeira vez no País. O evento reuniu 1700 pessoas, de seis países. Talvez nunca se tenha visto reunidos no Brasil tantas pessoas imbuídas de uma única preocupação: melhorar a qualidade da saúde ofertada ao indivíduo, sem sobrecarregar o sistema e com sustentabilidade para os players do setor. Isso, afinal de contas, é o que prega o Triple Aim. Em 19 palestras, foram apresentados temas e cases como os impactos ambientais para a sustentabilidade da saúde, a função dos líderes no desenvolvimento de uma
cultura de melhoria contínua e os princípios do Lean Six Sigma aplicados ao departamento de emergências, só para citar rapidamente. Em uma das aulas, Pedro Delgado, diretor do IHI para Europa e América Latina, Dr. Paulo Borem, coordenador do Sistema Unimed Brasil e o Prof. Ademir Petenate, do departamento de estatística da Unicamp, debruçaram-se sobre como mensurar e usar os dados dentro dos hospitais como ferramenta para melhorias. Um dos exemplos citados foi o Programa do Parto Adequado, que reúne mais de 30 hospitais num programa para a redução de cesáreas na rede privada brasileira, onde os hospitais não possuíam dados possíveis de comparação entre si. “Ninguém sabe onde é o norte de olhos fechados” chamou a atenção Delgado. Mesmo sabendo que profissionais da saúde em geral não são afeitos à estatística, Borem e Petenate conclamaram o grupo a pensar como usar os números usando um a extrovertida dinâmica onde pessoas eram escolhidas na plateia para, usando uma espátula e uma caixa com
Melhorar a qualidade da saúde ofertada ao indivíduo, sem sobrecarregar o sistema e com sustentabilidade para os players do setor. Isso, afinal de contas, é o que prega o Triple Aim
Vice-paresidente do HIAE, Sidney Klajney, Maureen Bisognano e Donald Berwick cumprimentam o médico Diego May pelo pôster científico premiado. Panorama Hospitalar | Novembro, 2015
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Inédito
MELHORIA NO ATENDIMENTO
Presidente Emérito e Sênior Fellow do Institut for Healthcare Improvement, Donald Berwick palestrando ao lado da presidente e CEO do IHI, Maurren Bisognano.
contas, separar quantos “partos vaginais” teriam feito na instituição fictícia. “Precisamos de definições úteis e não perfeitas” lembrou o Prof. Petenate ao definir para que coletar e processar os dados. Escutar perspectivas e ideias Dentro do evento, o Dr. Claudio Lottenberg, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, recebeu um grupo seleto para o CEO Day, deixando claro que a missão desse fórum, e dos próximos que virão, é o de compartilhar soluções e estabelecer compromissos e lembrou que a missão do Einstein é trabalhar a questão da saúde para a sociedade e não só para quem procura a Instituição. “Responsabilidade está no nosso DNA e vamos continuar a sensibilizar e inspirar pessoas”, comentou ao final da sua palestra de abertura. Com a presença do ex-ministro da saúde José Gomes Temporão e de representantes de hospitais, seguradoras e indústria, Maureen Bisognano, presidente do IHI lembrou que o mundo todo converge para os mesmos desafios: envelhecimento, doenças crônicas, segurança, cuidado centrado no paciente, transparência e tecnologia. E os maiores problemas enfrentados dizem respeito ao tipo de cuidado: atenção centrada no paciente, eficiência e desperdício. “A estrutura responde por apenas 10% da nossa saúde, o resto é o meio ambiente no qual o indivíduo está inserido” comentou Maureen ao falar sobre sua visita ao Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis (PEC). “O Einstein está levando a serio esse desafio ao 10
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O novo projeto do IHI intitulado “100 Milhões de vidas mais saudáveis” que trata de reunir inovações espalhadas pelo mundo que podem ser replicadas em comunidades e populações semelhantes colocar, ao lado do ambulatório tradicional, uma estrutura que cuida integralmente das famílias, oferecendo assistência social, esportes, lazer e cultura”. Parto adequado - Para terminar o encontro do CEO Day, Pedro Delgado apresentou o Programa Parto Adequado que visa reunir todo o sistema em torno do objetivo de chegar à taxa de 40% de partos vaginais na rede privada, até setembro de 2016. Basicamente, o projeto encampado pelo IHI, Einstein e ANS propõe pioneirismo, protagonismo e inovação. Tais quais vários
ph O mundo todo converge para os mesmos desafios: envelhecimento, doenças crônicas, segurança, cuidado centrado no paciente, transparência e tecnologia
dos cases apresentados durante o Fórum, o Programa Parto Adequado, que reúne hoje 27 hospitais privados e quatro públicos de todo o país tem muitos desafios pela frente, mas já vem focando, com bons resultados, na mudança do modelo assistencial, na mudança do modelo de financiamento (fee for service), na construção de parcerias e diálogo com todo o setor e aquilo que costuma ser o maior de todos os desafios, a mudança de comportamento e cultural. Simplicidade e atenção básica - Em sua palestra magna, Don Berwick fez questão de enfatizar a importância das mudanças de comportamento citando uma
frase que pode ser um mantra do IHI “Move knowledge, not people”. Essas mudanças têm uma mira certa: a descomplicação e a simplicidade. Exemplos como o uso da telemedicina em Países com menos recursos foram dados a todo o momento. No Quênia, 10 mil crianças passam por exames de visão sem irem ao médico; seus professores, na escola, receberam um celular com um aplicativo especial para o exame de vista, que é posteriormente enviado para as clínicas. Essas iniciativas fazem parte do novo projeto do IHI intitulado “100 Milhões de vidas mais saudáveis” que trata de reunir inovações espalhadas pelo mundo que podem ser replicadas em comunidades e populações semelhantes. A Dra. Somava Stout, líder executiva do IHI e o Dr. Paulo Borem apresentaram casos de sucesso que mostram a importância da atenção básica e primária em iniciativas na Guiana e em Guarulhos, de forma que, não importa onde você está, mas as boas intenções que cercam aquela comunidade. Mais disso pode ser conhecido na edição brasileira de Pursuing the triple aim, livro editado pelo IHI que se tornou um dos melhores retratos sobre qualidade e segurança dentro de hospitais com sete cases de hospitais americanos. A edição brasileira, prefaciada por Claudio Lottenberg conta com um oitavo case, que trata do próprio Einstein, sua história pioneira de qualidade, o Projeto Coluna e introduzindo o Projeto do Parto Adequado.
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Inovação
TECNOLOGIA
Sociedade de médicos clínicos gerais do Reino Unido
autoriza a acreditação do UpToDate em seu programa de educação médica continuada
O
s clínicos gerais do Reino Unido focam-se no aprendizado orientado para cumprir os requisitos para revalidação dos seus diplomas. A RGCP, composta por mais de 50 mil profissionais que trabalham para aumentar os padrões dos cuidados para com pacientes, tem um forte comprometimento com o desenvolvimento contínuo do profissional e com o aprendizado ao longo da vida. Além de oferecer os próprios recursos de educação médica continuada, a instituição também oferece o selo de qualidade de acreditação para atividades educacionais e recursos de alto padrão, mundialmente reconhecidos. O UpToDate, que pode ser usado tanto na web como em dispositivos móveis, oferecerá aos membros do RGCP acesso rápido e fácil a uma grande quantidade de informações clínicas relacionadas a 22 especialidades médicas por meio do portal RCGP. A “Educational Clinical Leads” da RCGP, que forneceu a acreditação ao UpToDate, considera o recurso como excelente e que será capaz não só de ajudar os médicos a manter seus conhecimentos e ha-
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bilidades atualizados, mas também aumentar o padrão e qualidade dos cuidados com os pacientes. “O UpToDate é ideal, porque, como o nome sugere, os artigos são atualizados constantemente e ainda combinam sabedoria clínica, experiência e pesquisas. Nossos médicos poderão solicitar os créditos de educação médica continuada sempre que usarem esse recurso”. A acreditação coincide com o anúncio da nova parceria entre o UpToDate e o RCGP. A colaboração entre ambas reforça o compromisso do RCGP com seus membros, fornecendo acesso a uma decisão clínica confiável e promovendo excelência nos cuidados primários da saúde. “Por zelar pelos padrões médicos no Reino Unido, a Royal College dos clínicos gerais compartilha dos nossos objetivos de equipar médicos com as informações mais atuais e baseadas em evidências para que eles possam tomar as melhores decisões para seus pacientes. Essa parceria, aprimorada pela crença no desenvolvimento médico contínuo, depositada no UpToDate, reflete nosso
ph
No Brasil, essa possibilidade de rica utilização da ferramenta ainda é desconhecida por essas instituições e a companhia está interessada em desenvolver parcerias semelhantes com entidades da classe médica em todo o país
compromisso com a RCGP em apoiar os esforços dos médicos de clínica geral para permanecer na vanguarda da prática clínica efetiva ao longo de suas carreiras”, ressalta Denise Basow, MD, Presidente e CEO para as soluções de Eficácia Clínica da Wolters Kluwer. Oportunidade no Brasil - Em todo o mundo associações e sociedades médicas das mais diversas especialidades confiam no UpToDate como fonte de pesquisa e conteúdo para os participantes dos seus programas de educação médica continuada e também disponibilizam o recurso como uma oferta de valor agregado para os seus membros. No Brasil, essa possibilidade de rica utilização da ferramenta ainda é desconhecida por essas instituições e a companhia está interessada em desenvolver parcerias semelhantes com entidades da classe médica em todo o país. A ideia é não só ampliar a utilização e a adoção do UpToDate, como também contribuir para o aprimoramento, qualificação e atualização
dos profissionais médicos, o que reflete diretamente na melhoria da saúde no Brasil. O UpToDate dispõe hoje de mais de 10,5 mil tópicos clínicos e 9,6 mil recomendações para dar suporte às decisões clínicas durante o cuidado aos pacientes. Um rigoroso processo editorial é assegurado por uma equipe de mais de 50 médicos editores que trabalham em conjunto com mais seis mil autores especializados, editores e revisores ao redor do mundo para que continuamente sejam publicadas informações recomendações clínicas atualizadas. Considerado os primeiros entre “Os melhores aplicativos médicos para o novo iPhone”, pelo iMedicalApps, e estimado como um dos “Melhores aplicativos de publicação” pelo EContent Magazine, o UpToDate está disponível para as plataformas iOS, Android e Windows 8, bem como para navegadores móveis de internet. Apenas em 2014, os clínicos visualizaram mais de 250 milhões de tópicos online do UpToDate via dispositivos móveis. Panorama Hospitalar | Novembro, 2015
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Mercado
DIAGNÓSTICO
Médicos-sócios
vendem participação minoritária do Fleury S.A. para a Advent International
O
s médicos-sócios do Fleury celebraram um acordo para venda de participação minoritária do Fleury S.A. para a Advent International, Com essa transação, a Advent adquire 13% das ações do Fleury, enquanto que os médicos-sócios passam a ter 28,3%. A Bradesco Seguros mantém sua participação de 16,4%. Completam a composição acionária da companhia os 42% de “free float”. A transação atende ao interesse dos médicos-sócios de unirem-se a um investidor estratégico para o desenvolvimento sustentável da companhia. Fundado em 1926, o Fleury S.A. oferece um amplo portfólio de serviços diagnósticos premium em medicina laboratorial, imagem diagnóstica, patologia e outros serviços diagnósticos médicos para hospitais e laboratórios clientes em todo o Brasil. O Fleury S.A. é uma das organizações mais respeitadas na área de saúde e medicina no país, reconhecida por seu serviços diferenciados, inovação e qualidade técnica. Em 2014, a companhia serviu mais de 8 milhões de pacientes, realizando 54 milhões de testes em suas 153 unidades de atendimento (UAs) em diferentes Estados do país sob as marcas Fleury, Weinmann, Felippe Mattoso, a+, Diagnoson a+, e Labs a+. O Fleury conta com um portfólio de aproximadamente 3.500 testes clínicos, anatomopatológicos e de imagem em 37 diferentes áreas diagnósticas e especialidades médicas, incluindo cardiologia, gastroenterologia, ginecologia, medicina materno-fetal, neurologia, urologia, aconselhamento genético, endocrinologia, hematologia, entre outras. “A demanda por medicina diagnóstica cresce continuamente no Brasil como consequência do maior acesso a serviços de saúde, melhoria na expectativa de vida da população e maior foco em medicina preventiva. O Fleury está bem posicionado para se beneficiar dessas tendências,” ressalta Juan Pablo Zucchini, sócio da Advent em São Paulo. “Estamos entusiasmados em ter a oportunidade de trabalhar com o Conselho de Administração auxiliando a gestão executiva da companhia, bem como aplicar nossa experiência global em saúde e conhecimento do mercado local para contribuir para que a companhia continue a ser um player líder e inovador na indústria de saúde no Brasil.” Marcio Mendes, vice-presidente do Conselho de Administração do Fleury S.A., afirma que a Advent corresponde à busca dos médicos-sócios por um investidor estratégico. “Saúde permanece sendo uma prioridade para a população brasileira, e a medicina preventiva e o diagnóstico precoce têm se tornado áreas cada vez mais importantes para pacientes e seguradoras privadas. Os médicos-sócios
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e o Conselho de Administração do Fleury estão muito satisfeitos em ter a Advent como parceira para continuarmos fortalecendo a companhia e seus negócios nos diferentes mercados em que atua. A Advent conta com valiosos recursos e experiência que irão ajudar o Fleury a atingir os seus objetivos”. “O Fleury combina serviços médicos diferenciados, um reconhecido histórico de crescimento e uma equipe de gestão altamente motivada”, afirma Carlos Marinelli, CEO da empresa. “A Advent contribuirá nessa parceria com conhecimento e experiência no setor de saúde, e estamos muito entusiasmados em trabalhar com eles no nosso foco de reforçar nosso posicionamento estratégico, nossas marcas e capacidade de inovação, sempre com o objetivo de atender com excelência nossos clientes e comunidade médica, gerando valor para os nossos acionistas”. A Advent International é um dos investidores líderes em private equity na América Latina. Desde 1996, o fundo investiu em 50 empresas na América Latina e completou a venda em 33 destas. A Advent investe no setor de saúde há mais de duas décadas e completou 34 investimentos no setor em 13 países no mundo. Os investimentos mais recentes em saúde na América Latina incluem a Biotoscana, farmacêutica especializada em operações em diferentes países da região; United Medical, farmacêutica brasileira adquirida pela Biotoscana; e Laboratório LKM, um dos fabricantes líderes de fármacos na Argentina. A Inspire Capital Partners e o J.P. Morgan atuaram como assessores financeiros e o escritório Machado Meyer atuou como assessor legal para os médicos-sócios. O Credit Suisse atuou como assessor financeiro e o escritório Lobo & de Rizzo Advogados atuou como assessor legal para a Advent International nesta transação.
Coluna
O setOr
realizou Congresso de Inovação em Materiais e equipamentos para saúde
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ntre os dias 5 e 6 de outubro de 2015, a ABIMO - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios) promoveu em São Paulo o 4º CIMES (Congresso de Inovação em Materiais e Equipamentos para Saúde). Uma das grandes novidades desta edição foi a Rodada de Inovação Tecnológica, que teve como objetivo reunir indústrias brasileiras e centros de pesquisa e tecnologia que tenham projetos compatíveis entre si para que realizem uma conversa inicial sobre a possibilidade de parceria para P&D e desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e processos. A ABIMO reproduziu seu knowhow na organização de encontros pré-agendados de negócios para um
novo formato, baseado no modelo da rodada de negócios já praticado pela entidade. Através de parcerias firmadas com importantes parceiros, como Investe SP e EMBRAPII, além de conceituadas universidades, a organização do evento conduziu um processo de arregimentação de diversos centros de pesquisa em todo o país, que possuem importantes pesquisas no desenvolvimento de novas tecnologias para a indústria da saúde. Será disponibilizada uma lista de centros de pesquisa inscritos na rodada para que as indústrias inscritas no congresso possam avaliar as competências tecnológicas dos centros de pesquisa e desenvolvimento participantes e selecionar os de maior interesse para que as reuniões sejam pré-agendadas.
As indústrias receberam suas agendas de reunião e um roteiro de preparação para a rodada contendo os principais pontos que levou para discussão, de acordo com as competências tecnológicas e projetos de cada centro de pesquisa agendado. As reuniões aconteceram em um espaço próprio durante o CIMES, paralelamente às palestras, em mesas individuais. Visando tornar as conversas mais técnicas e, consequentemente, efetivas, o tempo estimado de duração para cada encontro foi de uma hora. Após a realização do evento, foi realizado uma etapa de matchmaking ativo de acompanhamento de resultados, a fim de avaliar a produtividade das reuniões e quantas parcerias de fato se concretizaram, rumo ao desenvolvimento de negócios.
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Coluna
O setor
Globais assinam acordos para projetos em saúde digital no Brasil
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Telefônica Business Solutions, provedora líder de soluções de comunicação para o mercado B2B, e a Indra, uma das maiores companhias de TI e fornecedora de sistemas integrados para clientes em todo o mundo, assinaram um acordo global para trabalharem juntas em grandes projetos de saúde digital no âmbito hospitalar e de redes assistenciais. O objetivo é reunir a experiência de ambas as empresas no setor de saúde para oferecer soluções de Hospital Digital ao mercado global, com especial foco na América Latina. As empresas investirão juntas em capacidade e portfólio em TI e Soluções de e-Health. Este acordo de colaboração terá uma duração inicial de dois anos. A digitalização e modernização das redes assistenciais, tanto no setor público como no privado, é um dos principais eixos de transformação que enfrentam os
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Panorama Hospitalar | Novembro, 2015
prestadores de serviços de saúde em todo o mundo. A indústria de saúde está transformando seus tradicionais processos assistenciais em um modelo que garanta a sustentabilidade dos mesmos, baseando-se em sistemas mais colaborativos, mais conectados e sustentados em infraestruturas que permitam maior eficiência interna, dotando de maior acessibilidade os serviços de saúde a todos os pacientes e usuários. O conceito de hospital já não se limita a um edifício físico, mas sim um espaço que mediante esta transformação digital vá além, habilitando novos modelos de relação médico-paciente. Exemplos como monitoramento remoto e consulta virtual ajudam na ampliação dos cuidados do paciente e democratiza o acesso à saúde, aspecto especialmente crítico em determinadas regiões como é o caso da América Latina.
Desde maio de 2012 as empresas colaboram no Serviço de Acompanhamento de Pacientes Crônico liderado pela Telefónica, com importantes projetos em desenvolvimento na Espanha: Projeto iCOR – iniciativa para o acompanhamento remoto de pacientes com insuficiência cardíaca no Hospital de Mar –, Projeto Telemác – para o controle de pacientes com EPOC (Enfermidade Pulmonar Obstrutiva Crônica), diabetes e hipertensão no Institut Català de Salut –, Programa Valcronic – para melhorar o atendimento dos pacientes crônicos na Comunidade Valenciana –, e Hogar Digital Assistencial, a plataforma de atendimento para pacientes com doenças crônicas da Xunta de Galicia. Com este acordo a Indra e a Telefónica pretendem ampliar tal colaboração a outras áreas e mercados.
ph
ANS aprimora monitoramento da garantia de atendimento
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Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está aprimorando o acompanhamento e avaliação da assistência prestada pelas operadoras de planos de saúde aos seus consumidores. Para isso, promoveu ajustes na metodologia do Programa de Monitoramento da Garantia de Atendimento, que avalia o cumprimento dos prazos de consultas, exames e cirurgias e as negativas de cobertura. As regras, detalhadas na Instrução Normativa (IN) nº 48, produzem mais eficácia ao processo e maior qualidade à análise, garantindo a proteção dos direitos dos consumidores. As linhas gerais do programa não foram alteradas; os ajustes aplicados à metodologia são estritamente técnicos. As alterações visam incentivar que as operadoras busquem melhorar seus resultados em relação aos ciclos anteriores, sendo reconhecidos os esforços para qualificar a assistência, induzindo à mudança de comportamento do setor. Para o consumidor, a medida ajuda a subsidiar a decisão no momento de escolher um plano de saúde. O acompanhamento e avaliação da garantia de atendimento foi implementado pela ANS no final de 2011. Desde então, foram realizados 14 ciclos de monitoramento. Ao todo, 1.140 planos de saúde de 155 operadoras
já tiveram as vendas suspensas e outros 976 planos voltaram ao mercado após comprovar melhorias no atendimento. É importante ressaltar que não haverá interrupção do Programa de Monitoramento da Garantia de Atendimento, mas os efeitos do aprimoramento da metodologia serão observados a partir de 2016. Por meio das queixas que a ANS recebe dos usuários de planos de saúde, são aplicadas medidas administrativas às operadoras que oferecem risco à assistência. As que se enquadrarem por dois ciclos consecutivos do monitoramento na faixa considerada
mais gravosa podem ficar impedidas de comercializar os planos com maior número de reclamações. A medida é preventiva e tem o objetivo de proteger os consumidores de planos de saúde. Como a base de cálculo do programa considera as reclamações feitas aos canais de relacionamento da ANS, é fundamental que os beneficiários de planos de saúde denunciem os problemas. A Agência recebe as queixas através do Disque ANS (0800 701-9656); pela Central de Atendimento no portal na internet (www.ans.gov.br); ou através dos núcleos localizados em 12 cidades.
Mercado de equipamentos e produtos médicos diminui 1,6% no semestre
O
O mercado de equipamentos e produtos médicohospitalares, que movimentou cerca de US$ 11 bilhões em 2014, encolheu no primeiro semestre deste ano, apesar do aumento na produção do setor, segundo a ABIMEDAssociação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde. O consumo aparente – indicador
que mede a produção interna mais importações e exclui exportaçõesrecuou 1,6% de janeiro a junho em relação ao mesmo período de 2014. O resultado contrasta com um crescimento de 11,3% na produção industrial de janeiro a junho e foi causado principalmente pela queda nas importações, que recuaram 7,54% em relação ao primeiro semestre do ano passado, totalizando US$ 2,7 bilhões.
“O setor é muito dependente de importações e sofreu forte influência da alta do dólar. A crise econômica também contribuiu para um desempenho pior, uma vez que a capacidade de investimento do setor público diminuiu em decorrência da queda na arrecadação, enquanto o setor privado tem agido com mais cautela”, analisa Carlos Goulart, presidente-executivo da ABIMED. Panorama Hospitalar | Novembro, 2015
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Perspectiva
RECEITA
Saúde suplementar
acumula gastos de R$ 139,3 bilhões em 12 meses
Dados da instituição apontam crescimento de 14,7%
O
s gastos totais do setor de saúde suplementar somaram R$ 139,3 bilhões nos 12 meses encerrados em junho deste ano. Os dados, divulgados pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), são relativos ao mesmo período do ano passado. De acordo com a FenaSaúde, houve expansão de 14,7%. Os números consideram as demonstrações contábeis enviadas pelas operadoras de saúde à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). No mesmo período, as receitas de contraprestações (pagamento de uma importância pelo contratante de plano de saúde a uma operadora para garantir a prestação continuada dos serviços) alcançaram R$ 138,7 bilhões, com aumento de 13,7% na mesma base de comparação. O resultado operacional foi negativo em R$ 0,6 bilhão. Segundo o boletim da FenaSaúde, as despesas assistenciais do setor (pagas pelos procedimentos ambulatoriais e
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hospitalares, envolvendo consultas médicas, exames, terapias e internações dos beneficiários de planos e seguros de saúde) totalizaram R$ 114,4 bilhões, com evolução de 15,3% em 12 meses até junho de 2015, ante igual período encerrado em junho de 2014. Para a FenaSaúde, o maior crescimento das despesas assistenciais elevou o índice de sinistralidade do mercado para 82,4%. O número sobe para 84,1% se forem consideradas somente as operadoras do segmento médico-hospitalar do tipo medicina de grupo, cooperativas médicas, seguradoras especializadas em saúde e autogestão, entre outros. Já as provisões técnicas, que constituem as garantias financeiras para os riscos das operadoras com beneficiários de planos e prestadores de serviços, atingiram, até junho deste ano, R$ 29 bilhões, correspondendo a 20,9% das receitas do setor acumuladas em 12 meses.
Mercado
SETOR
ABRAMED:
Discute os desafios do setor da saúde
O
diretor presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o médico pediatra Dr. José Carlos Abrahão, esteve em São Paulo na última quarta-feira (9/9), para um evento entre os associados da ABRAMED (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), lideranças de instituições empresariais, além da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP), na presença de seu presidente Dr Francisco Balestrim e a Associação Médica Brasileira (AMB), representada pelo seu presidente, Dr Florentino Cardoso. Segundo a avaliação do Dr. José Carlos Abrahão, o principal desafio de sua gestão é proporcionar uma saúde de qualidade, com acesso para toda a sociedade em um sistema sustentável. “Nós lidamos com um bem que não se pode mensurar que é a vida humana. Com a mudança do perfil sócio -epidemiológico da população, as necessidades da nossa sociedade são cada vez maiores. A meta é oferecer uma assistência da melhor qualidade, mais segura, mais humanizada e com sustentabilidade”, declarou. Na opinião do dirigente, o órgão regulador tem que estar com os olhos voltados às necessidades dos clientes e pacientes, e procurar defender e viabilizar esses direitos com muito respeito e equilíbrio. Ao ser inquirido sobre os cortes anunciados pelo Governo Federal para a Saúde, o presidente das ANS reiterou que as demandas nos custos da saúde são universalmente sempre maiores. “Uma saúde de qualidade, com os melhores hospitais, médicos, novos tratamentos e incorporação das tecnologias mais recentes, obviamente possui um custo ine-
É preciso ter muita criatividade para lidar com a crise e evitar desperdícios
rente ou relacionado. É preciso conviver com este cenário e gerenciar estes recursos da melhor forma possível”, frisou. Sobre os efeitos da crise econômica para a medicina laboratorial e à saúde como um todo, Dr Abrahão comentou que a situação traz, num primeiro momento, um impacto na taxação do dólar e que a medicina depende muito desse fator. Na análise do presidente da Agência, os brasileiros devem enfrentar a crise com criatividade. Já com relação ao papel da saúde suplementar, Dr Abrahão destacou a grandeza do sistema nacional de saúde do País, mas advertiu que o Brasil deve evitar desperdícios em prol dos melhores resultados. A presidente da ABRAMED, Claudia Cohn, agradeceu a presença do diretor-presidente da ANS e ressaltou o trabalho e a união dos associados da ABRAMED, que conferem ao setor, sustentação e participação nas normas regulatórias definidas e que são operacionalizadas no dia a dia. “Estamos felizes e honrados em receber o novo dirigente da ANS, já que acompanhamos de perto a sua trajetória profissional. Apoiamos e confiamos em seu trabalho e de sua equipe na ANS e sabemos que sua gestão será voltada em primeiramente, ouvir, e, com o equilíbrio que o setor merece, dar direcionamento às atividades com todos os players do setor e foco centrado no paciente. Na ABRAMED somos apartidários e continuaremos exercendo nossa missão de trabalhar arduamente para o segmento, ouvindo, participando dos grupos do trabalho e reivindicando quando for preciso”, concluiu. Panorama Hospitalar | Novembro, 2015
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Anahp
EM DISCUSSÃO
Pensadores da saúde dos
EUA, Espanha, Portugal, Colômbia e México aterrissam no 3º Conahp
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s inscrições para participar do 3ºConahp- Congresso Nacional de Hospitais Privados - estão abertas. Promovido pela Anahp - Associação Nacional de Hospitais Privados, o evento terá como tema central “O hospital na construção da excelência do sistema de saúde: perspectivas e desafios”e será realizado no WTC Golden Hall em São Paulo de 11 a 13 de novembro. A construção de novos modelos de saúde, tecnologia no cuidado do paciente e estratégias empresariais hospitalares são alguns dos assuntos debatidos durante o congresso, que contará com a presença de especialistas internacionais, tais como,Martin Makary, médico-cirur-
Evento terá como tema central, “O hospital na construção da excelência do sistema de saúde: perspectivas e desafios” 20
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gião na Universidade Johns Hopkins Hospital e Professor de Políticas de Saúde e Gestão da Escola Bloomberg de Saúde Pública;James Scheulen, diretor administrativo do departamento de medicina de emergência Johns Hopkins; Derek Feeley, vice-presidente executivo do Institute Healthcare Improvement; Boi Ruiz Garcia, Ministro da Saúde da Cataluña;Pedro Oliveira, professor da escola de Negócios e Economia da Universidade Católica de Portugal;Juan Carlos Giraldo Valencia, diretor geral da Associação Colombiana de Hospitais e Clínicas; e Javier Potes, diretor geral do Consórcio Mexicano de Hospitais. Entre os brasileiros estão confirmadas as participações de David Everson Uip, secretário da Saúde do Estado de São Paulo;Antônio Carlos Onofre De Lira, superintendente técnico hospitalar do Hospital Sírio-Libanês;Miguel Cendoroglo, superintendente médico do Hospital Israelita Albert Einstein;Martha Regina De Oliveira, diretora de desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), além de outros nomes de destaque no setor.
Especial
BioBrasil
BioBrasil: a plataforma de
inteligência e ponto de convergência com os pares de biotecnologia e todo o setor da saúde
Por Carla Nogueira | Fotos Divulgação
E
m meio a um cenário que até os mais otimistas julgam “turbulento” no País, principalmente na esfera socioeconômica, o setor da saúde ainda tem articulações, projeções e desempenhos positivos se comparado a outros segmentos. Esta mecânica que impulsiona a saúde é multidisciplinar. Graças a uma engrenagem que envolve toda a cadeia para um único bem: fomentar o setor, principalmente sua economia, diretrizes e provocar o diálogo com os principais players da saúde. As instituições são partes importantes neste movimento e, quando unidas, organizam toda a interlocução e promoção do sistema. Por meio do BioBrasil – Comitê da Bioindústria da Fiesp –, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, formado pelo Com Saúde (Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde) e C-Bio (Comitê da Cadeia de Biotecnologia), lideranças, dirigentes e pensadores da saúde se dialogam em prol do setor. É onde a saúde é pensada em toda sua esfera, tem voz ativa e holofotes. Criado para ser um organismo de apoio às entidades das cadeias produtivas de saúde e biotecnologia, o BioBrasil atua para: promover a internacionalização de produtos, processos e serviços de saúde e biotecnológicos produzidos no Brasil; fortalecer a micro e pequena empresa, base das cadeias produtivas de saúde e biotecnologia do País; aumentar a representatividade das indústrias dos setores de saúde e biotecnologia junto às entidades governamentais reguladoras; promover e incentivar a cooperação entre companhias nacionais e internacionais; integrar órgãos e entidades governamentais; estimular o desenvolvimento de acordos científicos e comerciais no âmbito nacional e internacional; e oferecer suporte às discussões de regulamentação do setor e de proteção intelectual. Sob a coordenação do executivo, diretor da Fiesp e presidente do Sinaemo - Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares do
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Estado de São Paulo -, Ruy Baumer, o BioBrasil vem ganhando sua força expressiva de forma única, trazendo à mesa as principais discussões para a excelência da saúde em todo o Brasil. Baumer e a coordenadora do BioBrasil, Priscilla Franklim Martins, receberam a equipe da Panorama Hospitalar e falaram mais sobre a dinâmica do comitê, projetos, objetivos e sua nova fase: mais próxima de todos os pares. PH - Quais as principais frentes de atuação do BioBrasil? Ruy Baumer: “O BioBrasil é composto pelo ComSaúde e pelo C-Bio, representando toda a cadeia produtiva destes setores. No ComSaúde, nossa estrutura verticalizada abrange toda a indústria de equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos; a indústria farmacêutica e correlatos, hospitais e clínicas, políticas de saúde, saúde suplementar, laboratórios e profissionais da medicina. Já o C-Bio possui uma estrutura mais transversal, pois biotecnologia não se aplica somente à saúde, está presente em todos os setores. Nosso foco maior é, sem dúvida, a biotecnologia aplicada na saúde, mas também estamos envolvidos com saúde humana, saúde animal, agricultura, energia, meio ambiente, defesa, insumos e serviços. Além disso, também temos um braço importante dentro do Comitê de Jovens Empreendedores da Fiesp, que possui uma divisão voltada apenas à saúde. O CJE-Saúde trabalha em parceria com o BioBrasil, representando as demandas das startups, cada vez mais imprescindíveis ao desenvolvimento do setor”. PH - Qual a metodologia de trabalho de cada comitê? Priscilla F. Martins: “O papel do BioBrasil é apoiar os interesses das entidades do setor. A equipe do comitê se encontra, quinzenalmente, em reuniões de coordenação, momento em que definimos e apuramos pautas de traba-
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Acreditamos que São Paulo deva ser o hub de inovação do País Ruy Baumer
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Especial
BioBrasil
lho. Depois, muitos desses assuntos são apresentados à diretoria e presidência da Fiesp. No dia a dia, cada um dos membros da equipe se reúne com líderes de entidades, empresas, instituições, agências, enfim, todos os players do setor, sempre visando o diálogo e o trabalho em prol de melhorias para a saúde e biotecnologia no Brasil. Outro papel importante é a realização de eventos, como seminários, fóruns, workshops, congressos, reuniões plenárias, etc. Esses eventos contam com a participação de nossos membros efetivos, de representantes da Fiesp, autoridades, convidados internacionais, além de outros players do setor”. PH - Quem participa de cada comitê? São voluntários? Convidados? Ruy Baumer: “Os comitês da Fiesp são em regra formados de coordenadores titulares, coordenadores adjuntos, equipe de apoio e membros efetivos. Como exceção da equipe de apoio, composta de colaboradores contratados. Contamos com coordenadores adjuntos, também diretores da Fiesp, atrelados a áreas específicas do setor. Paulo Henrique Fraccaro é o coordenador adjunto para dispositivos médicos, e também é superintendente da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios); Gabriel Tannus, ex-presidente da Interfarma, é nosso adjunto para farmacêuticos; Knud Sorensen é o adjunto responsável por Odontologia, bem como é vice-presidente de Odontologia na ABIMO. Hospitais e clínicas é a pasta do Francisco Balestrin, presidente da Anahp (Associação Nacional dos Hospitais Privados). Políticas da saúde é de responsabilidade do Eduardo Perillo, que já atuou na Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. Há também outras duas pastas da divisão de saúde - laboratórios e saúde suplementar -, que ainda não receberam indicações de adjunto. Já a divisão de biotecnologia fica a cargo do Eduardo Giacomazzi, também diretor-executivo da Brazilian Life Sciences. E Franco Pallamolla, presidente da ABIMO, também é nosso adjunto. Com a restruturação dos antigos comitês (ComSaúde e C-Bio) em divisões de cadeia produtiva situadas embaixo do Comitê da Bioindústria, surgiu também a necessidade de um olhar mais estratégico-operacional nas atividades do BioBrasil. Para isso, em maio deste ano, a executiva em Comunicação Empresarial, Priscilla Franklim Martins, integrou a equipe, assumindo a coordenação do Comitê, trabalhando integralmente e em conjunto com os outros coordenadores. O Comitê também conta com membros efetivos, pessoas convidadas a integrar o Comitê, devido ao seu papel de destaque no setor”. PH - O BioBrasil está numa nova fase? Parece-me que fortalecendo sua interlocução com todos os pares, certo? Ruy Baumer: “Sim, podemos dizer que estamos numa nova fase. O ComSaúde é um comitê conhecido, somos um ponto de encontro de players, uma plataforma para discussões pertinentes ao avanço da saúde no Brasil. O C-Bio, que muitos conhecem por Combio, também tem relevância dentre os players de biotecnologia. Entretanto, muitos ainda não sabem que essas duas cadeias produti24
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O papel do BioBrasil é apoiar os interesses das entidades do setor Priscilla F. Martins vas são representadas por um único Comitê, o da bioindústria. Queremos e precisamos aumentar a visibilidade do BioBrasil, explicar aos parceiros que estamos crescendo e nos fortalecendo para fazer com que esse diálogo já existente se torne ainda mais frequente e preciso. Queremos que nossos parceiros nos vejam como referência, que pensem em nós sempre que tiverem questionamentos ou causas que precisam ser discutidas em profundidade, que nos vejam como aliados quando precisam defender uma causa
ph de peso para o setor. Nossa maior commodity é conseguir reunir líderes dessas cadeias, conseguir debater pontos fundamentais para o desenvolvimento da saúde e biotecnologia no País, com quem pode e quer gerar mudança e inovação. Isso tudo, sem esquecer que somos um comitê da Fiesp, uma federação que circula nas três esferas - municipal, estadual e federal –, e que nos respalda a crescer e a fomentar essas cadeias”. PH - Um dos braços digamos mais atuantes do BioBrasil é o ComSaúde. Qual sua função? Priscilla F. Martins: “Não diria que o Com Saúde é mais atuante, mas sim mais conhecido. Primeiro porque é mais antigo, foi criado em 2007, logo mais gente conhece. Biotecnologia ainda é um assunto relativamente novo para muitos, por isso, é natural que a saúde acabe tendo mais destaque. Também é preciso levar em consideração que biotecnologia é transversal, está presente em outros setores, não só na saúde, portanto, sua atuação não se concentra só no BioBrasil. Além disso, os problemas da saúde no Brasil são conhecidos de todos, estão diariamente na mídia, nos afetam pessoalmente. A carência desse setor é latente e acabamos gerando mais debates desse lado. Mas tanto a função do ComSaúde como a do C-Bio é o apoio às entidades do setor, fomentando melhorias contínuas, e trabalhamos arduamente para isso”. PH - O ComSaúde é reconhecido no setor também pela participação efetiva de players. Como o ComSaúde aproveita esta visibilidade para atuar na promoção da saúde? Ruy Baumer: “O maior ativo do BioBrasil é nossa rede de conhecimento, nosso acesso aos principais players da saúde e biotecnologia no Brasil e no mundo. Ter acesso a essas cabeças, que concentram as demandas para o desenvolvimento e progresso do setor, que lidam dia a dia com os entraves desse progresso, propicia uma visão mais holística, nos possibilitando não só entender as frentes que precisamos trabalhar, mas também quem são as pessoas que podem ser aliadas a processos específicos ou que podem ser colocadas em contato com outras para atingir um objetivo ou chegar a uma solução. Além disso, sendo um Comitê da Fiesp, temos força para chegar mais facilmente em lugares que seriam de mais difícil acesso sem o respaldo de uma entidade como esta grandiosidade. Nossos braços atingem os principais líderes do setor, mas também as micro e pequenas empresas, tratamos com o Governo de São Paulo, com o Governo Federal, mas também nos relacionamos com pequenos municípios. O que importa é facilitar o diálogo entre todas essas partes. Somos o elo de ligação entre empresas, autoridades, agentes reguladores, profissionais, hospitais e clínicas, instituições acadêmicas, agências reguladoras, centros de pesquisa, enfim, o elo de ligação de toda a cadeia produtiva”. PH – Quais são os principais trabalhos/diretrizes do ComSaúde atualmente? Ruy Baumer: “São muitas as pautas trabalhadas pelo ComSaúde: desoneração, melhores práticas, dentistas em hospitais, a lista é longa. Mas vou destacar dois temas nos quais temos nos aplicado bastante e consolidado
parcerias. Inovação é algo vital para qualquer setor, e não menos para a saúde. O mercado brasileiro importa mais do que produz, resultado, entre outros fatores, de um sistema, extremamente, burocrático e tributado. Queremos cada vez mais estimular a indústria nacional a produzir inovação, estimular os novos empreendedores, as startups, as micros e pequenas empresas. Acreditamos que São Paulo deva ser o hub de inovação do País. Aqui se concentram cerca de 40% das empresas do setor de saúde do País. Do total dos hospitais nacionais, aproximadamente, 50% ficam em São Paulo, e quando falamos de estabelecimentos de saúde no geral, esse número chega a quase 65%. Quando pensamos em biotecnologia, a história é a mesma. Hoje, mais de 40% das empresas de biotecnologia se encontram no estado paulista. E quando falamos em biotecnologia de saúde humana e insumos, esse número sobe para 90%. Pensando nisso, estamos trabalhando de mãos dadas com a Investe SP e com o Governo do Esta-
O maior ativo do BioBrasil é nossa rede de conhecimento, nosso acesso aos principais players da saúde e biotecnologia no Brasil e no mundo do para tornar São Paulo um polo de inovação no Brasil. Em agosto, realizamos um ciclo de palestras sobre como tornar essa ideia uma realidade, reunindo em uma manhã cerca de 400 pessoas interessadas no assunto. Outro assunto recorrente no ComSaúde é a judicialização do setor de saúde. Já organizamos dois fóruns de discussão do tema na Fiesp e este ano teremos o terceiro, dessa vez em parceria com o Instituto Coalizão Saúde”. PH - Como o ComSaúde avalia o sistema brasileiro de saúde? Quais seriam, na visão do Comitê, os principais gargalos? Ruy Baumer: “O sistema de saúde brasileiro é eficaz, mas sofre gravemente com problemas de gestão, que geram desperdícios estratosféricos. Faltam informações universais de pacientes, o que novamente gera desperdício de tempo, de dinheiro. Faltam recursos. Faltam pagamentos. Temos uma Constituição que garante a saúde ilimitada para todos, mas isso é inviável mesmo nos países mais ricos. É preciso estabelecer cortes, limites, ou a conta nunca fechará. Temos que contar com mecanismos que norteiem as decisões judiciais, ou o colapso do sistema, inevitável com o cenário atual, não tardará. Mas existem coisas boas, sem dúvida. Existem ilhas de excelência, tanto em hospitais privados como em públicos. Mas elas são a minoria. É preciso que trabalhemos ainda mais para que elas perpetuem, que sejam a regra e não a exceção”. Panorama Hospitalar | Novembro, 2015
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Livro
TECNOLOGIA
Saúde 4.0
propõe inovações em dispositivos médicos no Brasil
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Saúde 4.0: Propostas para impulsionar o ciclo das inovações em Dispositivos Médicos (DMAs) no Brasil
II Fórum Nacional de Produtos para Saúde no Brasil, sumos Estratégicos, também parabenizou a criação do livro foi o palco para o lançamento do livro “Saúde 4.0: Saúde 4.0 e frisou a necessidade de transformação na culPropostas para impulsionar o ciclo das inovações em tura organizacional do País para que a tecnologia seja cada Dispositivos Médicos (DMAs) no Brasil”, produzido pela vez mais utilizada. Para ele, há um campo extraordinário de Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS). desenvolvimento para adensar a tecnologia na rede básica. O documento, elaborado por especialistas de diversas Carlos Eduardo Gouvêa, o presidente da ABIIS, agradeassociações representativas do segmento de dispositivos ceu a presença de todos e parabenizou o trabalho do setor médicos e diagnóstico in-vitro, traz 25 propostas para impúblico e da academia. Sobre as propostas que compõem pulsionar este setor no Brasil. o livro Saúde 4.0, afirmou que elas vão ajudar na redução Prestigiaram o encontro, parlamentares como a senadode custos, evitando desperdícios e gastos desnecessários, ra Ana Amélia Lemos (PP/RS), o deputado federal Odorico além da melhoria na qualidade hospitalar, com tratamenMonteiro (PT/CE) e o deputado federal tos mais eficazes e menor tempo de inGeraldo Resende (PMDB/MS). Clementernação, principalmente se usarmos a tina Moreira Alves, presidente e diretoTI - tecnologia da informação de forma ra executiva da Agência Íntegra Brasil, adequada. responsável pelo Instituto Brasileiro de O mercado global dos DMAs e núAção Responsável fez a abertura do meros expressivos como o faturamento evento, cuja mesa inicial foi composta anual na casa dos US$ 350 bilhões e um pelos parlamentares presentes e pelo volume de exportações de US$177,7 bisecretário de Ciência, Tecnologia e Inlhões (2012) foi objeto do discurso do sumos Estratégicos, Adriano Massuda dirigente da ABIIS. De acordo com ele, e o presidente da Aliança Brasileira da cerca de 80% deste segmento são de Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), pequenas e médias empresas. “No Brasil Carlos Eduardo Gouvêa. temos uma realidade de 15 mil emprePropostas para impulsionar o ciclo das inovações em Dispositivos Médicos (DMAs) no Brasil A senadora Ana Amélia parabenizou sas que geram 132 mil empregos direa ABIIS pelo lançamento do livro e restos. Os últimos levantamentos apontasaltou: “As pessoas esperam de nós, ram um faturamento na ordem dos US$ compromissos sérios como este livro, 10 bilhões, em 2013. Mas, o Brasil está que é uma verdadeira radiografia das bem atrás de países como a Alemanha e necessidades brasileiras”. o Japão em termos de gastos percentuEm sua intervenção, o deputado Geralais com dispositivos médicos no total do do Resende, que presidiu a Comissão Pardispêndio com saúde púbica e privada”, lamentar de Inquérito (CPI) das Órteses e alertou o presidente da ABIIS. Próteses, também destacou a importância Para Gouvêa, apesar dos avanços do da iniciativa da ABIIS e do papel da CPI, setor, o País tem grandes questões a reque formatou um relatório minucioso sosolver e esse foi o principal foco do livro. bre as órteses e próteses ao País e ajudou a regulamentar o “Entre os entraves a serem resolvidos estão os problemas de setor. Lembrou que tramita no Congresso Nacional um Projeto acesso, a gestão do espaço físico, o incremento das tecnolode Lei que criminaliza a fraude na iniciativa privada. gias nas redes básicas e nos hospitais”, finalizou. Já o deputado Odorico Monteiro, recordou que o minisO Fórum - Logo após as exposições iniciais, o encontro tro da Saúde, Arthur Chioro, criou um grupo interministeprosseguiu com uma série de conferências técnicas. rial para integrar os interesses da nação e discorreu sobre A primeira delas foi do gestor do Núcleo de Pesquisa a tipificação do crime de corrupção privada e o esforço Clínica da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), que o País vem fazendo para coibir as práticas de corrupMarcelo Machado Fonseca. Ele apontou as três grandes ção. “O custo da Saúde é de toda a sociedade. Todos nós revoluções biomédicas no mundo: a Biologia Molecular, a somos usuários do SUS”, defendeu o deputado. O parRevolução Genômica e a Revolução da Convergência das lamentar enfatizou ainda, que o debate da incorporação Tecnologias como a Tecnologia da Informação (TI), a Biotectecnológica está muito atrasado e isso deve ser colocado nologia e a Nanotecnologia. Como desafios para o setor de na agenda. “Não se justificam os 360 dias para liberar pesDMAs no Brasil nos próximos anos, citou o envelhecimento quisas e estudos da fase 3”, finalizou. da população, o aumento das afecções crônicas, das enferAdriano Massuda, secretário de Ciência, Tecnologia e Inmidades e das pandemias, além da necessidade de melhoria
Saúde 4.0
Documento traz um panorama completo para impulsionar este setor no Brasil
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Mercado de DMAs soma faturamento na casa dos US$ 350 bilhões
na qualidade da Saúde e na redução de custos. O pesquisador destacou os avanços na área de diagnóstico in vitro (IVD), a expansão do auto-monitoramento e dos aparelhos de Point of Care (POC) e as novas tecnologias em diversas áreas da saúde, o avanço na engenharia de tecidos e nas pesquisas de células-tronco, o advento das impressoras 3D (Bio Print), e a realidade, antes fictícia, do olho biônico e da robótica. “Em contrapartida, apesar dos avanços significativos da tecnologia médica, o País carece de tecnologias mais básicas. O famigerado Big Data, que confere maior armazenamento e velocidade de dados, conta apenas com 20% de estruturação”, concluiu. Na sequência, o diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS) do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch, indagou como o Brasil deve pensar a Ciência com seus padrões cada vez mais múltiplos e heterogêneos. “O sistema com suas dimensões de acesso e disponibilidade, além de todas as tecnologias que o envolve, deve contar com uma curva de aprendizado que contempla todos os profissionais de saúde”, defendeu. E frisou a necessidade de modificar a prática de todos os atores envolvidos do segmento. Maierovitch exemplificou o contraste entre os medidores de glicemia, cada vez mais modernos, eficazes e rápidos com a ineficiência da biossegurança. “Enquanto a tecnologia avança rapidamente, enfrentamos problemas crônicos como a alta transmissão de doenças nos profissionais de saúde como, por exemplo, os surtos do corona vírus. Esse também deve ser o foco e o olhar do debate”, salientou. Entre os desafios apontados por Maierovitch estão a necessidade da integração dos cientistas das universidades públicas, a consolidação do arcabouço tecnológico para a avaliação dos produtos, além da regulamentação com conhecimento de causa. Ele encerrou sua fala comentando sobre o avanço econômico deste setor. “Esse segmento não precisa falar em crise atualmente e segue em franca expansão, apesar das dificuldades em que o País vive hoje”, finalizou. A ênfase da exposição do gerente geral da Gerência de
Tecnologia de Produtos para a Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Leandro Rodrigues Pereira, esteve nos marcos regulatórios, entre eles, a RDC 185/01, sobre o registro de produtos, da 206/06 sobre diagnóstico, da 56/01 de segurança e eficácia e a 16/13 sobre as boas práticas de fabricação, além dos recentes avanços regulatórios como a RDC 10/15 sobre ensaios clínicos. O gerente ainda destacou o aumento na segurança sanitária e no acesso, além da redução nos prazos de análise de processos dos DMAs e a priorização na avaliação de produtos estratégicos para o SUS, e ainda, a participação ativa da ANVISA juntos aos órgãos técnicos como ISO, ABNT, INMETRO e MTE. Com relação à atuação internacional da ANVISA, Pereira reafirmou o papel da agência na convergência regulatória com o foco na proteção da saúde, além da entrada definitiva do Brasil nas agendas internacionais. “O Brasil é membro fundador da International Medical Device Regulators Forum (IMDRF) e participa ativamente do Medical Device Single Audit Program (MDSAP), um programa de auditoria única para produtos para saúde”, frisou. A convergência regulatória entre os países componentes do IMDRF e do MERCOSUL, além da padronização das frases de alerta em produtos médicos com látex, a certificação das próteses de quadril e a atualização dos requisitos das etiquetas de rastreabilidade das próteses e stents foram apontadas como perspectivas para este ano pelo gerente da ANVISA. A economista e diretora da Web Setorial, Patrícia Marrone, deu prosseguimento ao fórum falando sobre a construção do livro Saúde 4.0 e como foram montadas as estruturas para a conclusão da obra. “Assim como existe um documento básico na Organização Mundial de Saúde, OMS, este livro com as 25 propostas para o setor de dispositivos médicos é um começo de trabalho, porém, com os olhares voltados aos problemas e necessidades de um país continental como o Brasil”, opinou. O evento terminou com a realização de um debate entre os palestrantes, aberto à participação do público. Panorama Hospitalar | Novembro, 2015
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Praticidade
NA MÃO
Versão digital do cartão do SUS é lançada
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Cartão SUS – que é a identidade do cidadão no Sistema Único de Saúde (SUS) – está agora a apenas um clique do cidadão e dos serviços de saúde de todo o País. O aplicativo, chamado Cartão SUS Digital, disponibilizará ferramentas importantes como o controle da aferição de pressão e medição de glicemia, o que é essencial para quem tem diabetes e hipertensão. Ao preencher as informações, a ferramenta mostrará, com auxílio de gráficos, os últimos registros de pressão máxima e mínima, bem como a evolução das taxas de glicemia. O aplicativo já está disponível para smartphones com sistema Android e a previsão é de que em novembro ele já esteja disponível na Apple Store. O cidadão também poderá indicar se possui alguma alergia, informar se faz uso contínuo de medicamentos, adicionar contatos de emergência e compartilhar as informações com médicos por quem estejam sendo acompanhados, o que permite traçar o diagnóstico e ofertar o tratamento mais adequado ao histórico do paciente. O aplicativo passará por atualizações nos próximos meses o que ampliará a oferta de serviços disponíveis. Segundo a pesquisa Mobile Report, da Nielsen IBOPE, 68,4 milhões de pessoas utilizam a internet pelo celular no Brasil. A ideia é que essas pessoas possam utilizar o aplicativo e, com isso, trazer economia aos cofres públicos. Isso porque, apenas em 2014, o Ministério da Saúde destinou R$ 4 milhões para a compra de mais de 13 milhões de mídias plásticas do cartão.
Medida irá aproximar usuário de sua identidade no SUS e disponibilizará ferramentas relacionadas à saúde da população como o cadastramento de contatos de emergência e alergias 28
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O ministro da Saúde, Arthur Chioro, lembra que o acesso ao cartão por meio digital trará muitos ganhos a população. “Vamos aperfeiçoar cada vez mais o aplicativo de modo que seja possível ampliar a oferta de serviços disponíveis através da ferramenta, como a busca de serviços de saúde com auxílio de mapas, alerta de consultas marcadas na rede pública e até solicitar marcação de consultas pelo aplicativo”, explicou. Cartão SUS - Possibilita a identificação única dos usuários do SUS e, com isso, é possível reunir o conjunto de atendimentos realizados, onde quer que aconteçam. Hoje, todo brasileiro com CPF válido possui o número do Cartão Nacional de Saúde, como consequência da integração da base de dados do cartão (CadSUS Web) com a Receita Federal. O registro do conjunto de informações por meio
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da identificação do usuário é extremamente importante porque, a partir das informações reunidas, será possível acompanhar melhor a saúde dos pacientes e garantir uma atenção ainda mais adequada aos brasileiros que utilizam a rede pública de saúde. Além disso, será possível organizar ainda mais a rede de atendimento e a oferta dos serviços de saúde em todo o país. As unidades da rede pública de saúde devem prestar atendimento à população independentemente da apresentação do cartão. Se o paciente não tiver o cartão (digital ou em mídia plástica) ou mesmo o número, o registro pode ser feito no momento do atendimento. Isso vale tanto para as unidades públicas como privadas. Para descobrir o número do Cartão, o cidadão pode entrar no aplicativo, informando seu número de CPF e data
de nascimento. Para quem ainda não possuir, o Cartão SUS é emitido pelas unidades de saúde pública que prestam atendimento ao cidadão nos estados e municípios. Desta forma, basta se dirigir a Unidade Básica de Saúde mais próxima da casa do cidadão para efetuar o cadastro. É necessário informar o nome do usuário do SUS, o nome da mãe, o sexo, raça e etnia, o município de naturalidade, a data de nascimento e o endereço. A partir do Cartão SUS, o Ministério da Saúde tem trabalhado na integração dos sistemas de saúde. Vários sistemas nacionais, dentre os quais, Sistema de Cadastro dos usuários do SUS (CadSUS Web), Portal do Cidadão, Sistema de Regulação (SISREG, CNRAC) e Sistema de Monitoramento do Câncer (SISCAN) encontram-se integrados à base do cartão. Panorama Hospitalar | Novembro, 2015
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Governo
MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE
Saúde destina R$ 96 milhões para estados e municípios
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Ministério da Saúde destinou R$ 96 milhões para custeio das ações da área de média e alta complexidade (MAC) de 20 estados. O objetivo do reforço orçamentário é ampliar o atendimento prestado à população na rede pública e conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS). As ações do bloco de financiamento MAC incluem à ampliação e melhoria da Rede Cegonha, Rede de Urgência e Emergência, possibilitando a habilitação de novos serviços como leitos de UTI Adulto, Pediátrico e Neonatal, e Centros de Trauma. Os valores incluem a expansão da rede de atendimento nas regiões beneficiadas, com a habilitação de Leitos de UTI Adulto, Pediátrico, Neonatal, Unidades de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UCINCa), Unidades de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UCINCo), Unidades de Terapia Intensiva Coronariana (UCO), Unidades de Cuidados Prolongados (UCP) e Unidades de Cuidado aos Pacientes com Acidente Vascular Cerebral (U-AVC), além de Leitos Clínicos de Retaguarda no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Dentro do Plano de Expansão da Rede de Urgências e Emergências, o município de Patos de Minas (MG) foi contemplado com o montante de R$ 3 milhões por ano (R$ 250 mil/mês) para a qualificação de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h). No município de São Luís, no Maranhão, o Hospital Dr. Carlos Macieira passa a ser habilitado em Serviços de Nefrologia e receberá o valor de R$ 3,1 milhões por ano, em forma de custeio, para manutenção do novo serviço. A verba será paga mensalmente, na ordem de R$ 262 mil, por meio do Fundo Estadual de Saúde. Os vinte estados contemplados foram: Rio Grande do Norte (Natal / Parnamirim / Pau dos Ferros), João Pessoa, Paraíba, Pará (Capanema), Rondônia (Porto Velho), São Paulo (São Paulo / São José do Rio Preto / Marília / Campinas / Assis), Goiás (Goiânia), Acre, Pernambuco (Recife), Espírito Santo (Cachoeiro de Itapemirim), Santa Catarina (Rio do Sul / Blumenau / Jaraguá do Sul / Caçador), Paraná (Londrina / São José dos Pinhais / Ivaiporã / Campina Grande do Sul / Francisco Beltrão), Minas Gerais (Minas Gerais / Manhuaçu / Patos de Minas / Três
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Corações / Ouro Preto), Aracajú (Sergipe), Bahia (Salvador), Goiás (Goiânia), Maranhão (São Luís), Alagoas, Piauí (Parnaíba / Teresina / Floriano) e Tocantins. Centros de Trauma - Parte das portarias publicadas destinam R$ 6,8 milhões para habilitar oito centros de trauma, nos estados do Paraná (Hospital e Maternidade Ivaiporã / Hospital e Maternidade Municipal de São José dos Pinhais / Hospitalar Angelina Caron), Minas Gerais (Casa de Caridade de Carangola / Hospital São Sebastião / Hospital Cesar Leite) e São Paulo (Hospital de Base de São José do Rio Preto). Os centros de trauma são estabelecimentos de saúde integrantes da Linha de Cuidado ao Trauma da Rede de Atenção às Urgências e Emergências
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Verba é disponibilizada para melhoria no atendimento da rede pública e ao SUS
que desempenham o papel de referência especializada para atendimento aos pacientes vítimas de trauma. Rede Cegonha - Para o programa Rede Cegonha, do Ministério da Saúde, serão destinados R$ 6,3 milhões para reforçar a assistência integral, especializada e gratuita à saúde das mulheres (antes, durante e após a gestação) e das crianças recém-nascidas. Por meio desta estratégia, o governo federal tem incentivado, por exemplo, o parto normal humanizado. Entre as ações adotadas pela pasta está a implantação de Centros de Parto Normal, onde a mulher é acompanhada por uma enfermeira obstetra ou obstetriz, em um ambiente devidamente preparado para que possa se movimentar livremente e ter acesso a méto-
dos não farmacológicos de alívio da dor. O Ministério da Saúde também está desenvolvendo uma série de ações voltadas para a formação e capacitação de profissionais de saúde, como médicos, enfermeiras obstétricas e obstetrizes. As secretarias de saúde dos estados e municípios também estão contando com apoio do Ministério da Saúde para reorganizarem a rede de assistência, tanto no sentido técnico quanto no financiamento, criando estratégias e políticas de atendimento mais eficientes e ampliando leitos nas áreas de maior necessidade, como os leitos de UTI Neonatal, definindo assim diretrizes e objetivos para a organização da atenção integral e humanizada ao recémnascido grave ou potencialmente grave. Panorama Hospitalar | Novembro, 2015
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Em pauta
JUDICIALIZAÇÃO
Em cinco anos, mais de R$ 2,1 bilhões
foram gastos com ações judiciais
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ministro da Saúde, Marcelo Castro, participou da cerimônia de abertura do evento “Diálogo Público: Judicialização da Saúde no Brasil”, promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Em sua fala, o ministro avaliou os impactos das ações judiciais na sustentabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS) e na garantia da segurança do paciente. Muitas vezes, são solicitados na justiça acesso a tratamentos sem registro no Brasil e comprovação de eficácia e segurança. Desde 2010, houve um aumento de 500% nos gastos do Ministério da Saúde com ações judiciais para aquisição de medicamentos, equipamentos, insumos, realização de cirurgias e depósitos judiciais. Naquele ano, o valor consumido foi de R$ 139,6 milhões. Apenas em 2014, o gasto chegou a R$ 838,4 milhões. Em todo o período, a soma ultrapassa R$ 2,1 bilhões. “O caráter imediatista do cumprimento das decisões judiciais pode levar ao desperdício de recurso público uma vez que a aquisição dos medicamentos e insumos não é feita de maneira planejada e nem por meio de processo criterioso. Precisamos nos organizar de modo a não sobrecarregar um orçamento já subfinanciado”, alertou o ministro. Muitas das ações que chegam ao Ministério da Saúde solicitam tratamento de doenças que já contam com opção terapêutica no SUS. “Uma revisão feita recentemente em 51 estudos sobre judicialização mostrou que a maioria das ações judiciais teriam sido evitadas caso tivessem sido observadas as opções terapêuticas disponíveis no Sistema Único de Saúde. A judicialização é um tema extremamente relevante para o sistema de saúde e o sistema judicial”, avaliou o ministro da Saúde, Marcelo Castro. A judicialização do direito à saúde consiste na busca do Poder Judiciário como alternativa para a obtenção de medicamento ou tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS). Com o crescimento das demandas judiciais, o orçamento voltado
Valores pagos pela Saúde para atender decisões da justiça cresceram 500% entre 2010 e 2014. Em evento do TCU, ministro Marcelo Castro avaliou os impactos na sustentabilidade do SUS 32
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para as ações e programas de atendimento coletivo da população tem sido consumido cada vez mais para o atendimento das ações judiciais. O evento contou também com a presença do vice-presidente do TCU, Raimundo Carreiro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e o presidente do Senado, Renan Calheiros. Ações - O Ministério da Saúde tem subsidiado o Judiciário com informações que visam contribuir para a compreensão da formatação constitucional e legal do Sistema Único de Saúde, bem como a respeito dos tratamentos oferecidos pelo SUS e daqueles solicitados judicialmente. Os diálogos são mantidos com todos os atores envolvidos na judicialização da saúde, tais como promotores, procuradores, advogados, juízes, desembargadores e ministros. Para garantir a oferta de medicamentos à população, o Ministério da Saúde tem ampliado a lista de medicamentos oferecidos pelo SUS por meio da Relação Nacional de Medicamentos (RENAME). Em 2010, eram 550 itens. Este número saltou para os atuais 844. A incorporação de novas tecnologias no SUS tem sido feita a partir da análise da eficácia, efetividade e custo-benefício dessas tecnologias e acompanhada de regras precisas quanto à indicação e forma de uso. Isso permite orientar adequadamente a conduta dos profissionais de saúde, além de garantir a segurança dos pacientes. Esta análise é feita pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), criada em 2012, com o objetivo de assessorar o Ministério da Saúde na decisão de incorporação de novas tecnologias no SUS.
Medicina de Ponta
Investimento
Rede D’Or São Luiz
lança Programa de Cirurgia Robótica Parceria com a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo - Uma das preocupações do Programa de Cirurgia Robótica do São Luiz é a capacitação dos cirurgiões para utilização do robô. Pensando nisso, o hospital fez parceria com a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para colaborar no aperfeiçoamento dos médicos interessados em usar esta tecnologia no tratamento dos pacientes. O curso de educação continuada ”Núcleo de Formação Acadêmica em Cirurgia Laparoscópica Assistida por Robô”, com duração de 1 ano, criado para atender essa demanda, agora faz parte da grade curricular da faculdade. O sistema de cirurgia robótica de última geração (Da Vinci Si), adquirido pelo Hospital e Maternidade São Luiz, unidade Itaim, fará parte das aulas práticas do curso, o que permitirá que os médicos conheçam e se familiarizem com a técnica. Serão realizados treinamentos nos simuladores robóticos do Da Vinci Si – aparelho que reconstitui diferentes
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Rede D’Or São Luiz, lançou recentemente, em São Paulo o seu Programa de Cirurgia Robótica com a aquisição do robô Da Vinci Si, implantado na unidade Itaim do H ospital e Maternidade São Luiz. O sistema cirúrgico robótico faz parte dos projetos de investimento em medicina de ponta em cirurgias de alta complexidade da Rede e o objetivo é ampliá-lo a outros hospitais de São Paulo que fazem parte do grupo. O sistema cirúrgico de alta tecnologia possibilita a realização de cirurgias minimamente invasivas assistidas por robô para o tratamento de diversas patologias. O foco do hospital é atuar principalmente nas áreas de ginecologia, urologia, cirurgia bariátrica e do aparelho digestivo, especialidades de referência da unidade, mas também em outras cirurgias como as de cabeça e pescoço, torácica, cardíaca e oncológica. Essa inovação possibilita ao paciente alternativas positivas para o tratamento com mais eficiência que nos métodos tradicionais, como cortes menores, menos dor e desconforto no pós-operatório, diminuição na perda de sangue durante a cirurgia, menor tempo de internação e ainda permite recuperação e retorno mais rápido às atividades do dia-a-dia. A tecnologia do sistema oferece qualidade, segurança para o paciente e controle de todos os processos.“Tratase, sem dúvida, de mais um marco rumo à vanguarda da medicina, sempre mantendo a tradição e credibilidade da Rede D’Or São Luiz”, comemora José Jair James de Arruda Pinto, diretor executivo regional da Rede D’Or São Luiz.
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Sistema cirúrgico de alta tecnologia possibilita a realização de cirurgias minimamente invasivas assistidas por robô para o tratamento de diversas patologias cenários cirúrgicos. “A parceria foi pensada para suprir a carência de especializações nacionais nesta área da medicina. A cirurgia robótica é o que há de mais moderno na medicina e seu sucesso depende da boa execução dos médicos e sua equipe”, destaca Murilo de Almeida Luiz, coordenador do Programa de Cirurgia Robótica da unidade Itaim. O Hospital e Maternidade São Luiz também iniciou treinamentos específicos de suas equipes médicas. O Programa é composto de profissionais das mais diversas áreas, entre elas urologistas, ginecologistas, cirurgiões gerais, anestesistas, técnicos e gestores, sendo disponibilizada também uma equipe de enfermagem exclusiva. Durante o funcionamento do programa todos os casos serão avaliados prospectivamente como forma de controle interno de qualidade.
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FRANCISCO BALESTRIN Presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp).
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