Setembro Amarelo: Mês de prevenção ao suicídio

Você importa. Você tem valor. Você não está só.

SETEMBRO AMARELO

Mês de Prevenção do suicídio

#AgirParaPrevenir

CARTILHA DE ORIENTAÇÃO

Apresentação

Esta cartilha foi desenvolvida com o objetivo de instruir, informar e alertar sobre o importante tema de “Prevenção ao Suicídio e à Saúde Mental”, que tem gerado grande impacto no Brasil e no mundo. A depressão e o suicídio são graves problemas da saúde pública mundial. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 1 milhão de pessoas morrem por suicídio a cada ano. Atualmente, a depressão ocupa o 2º lugar no ranking das principais causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos de idade.

Falar sobre suicídio e depressão é falar sobre “Saúde Mental”, um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Quebrar o silêncio desta pauta tão importante e, ao mesmo tempo, delicada é necessário.

A Unale, por meio com a Secretaria de Cuidado, Prevenção à Depressão, Suicídio e Drogas lança a cartilha “Juntos pela vida: prevenção contra a depressão e o suicídio”, um material composto de uma linguagem simples e clara com foco em disseminar a informação e conscientizar toda a população sobre o tema abordado. Saber quais as principais causas e as formas de ajudar.

Setembro Amarelo

A campanha “Setembro Amarelo” foi adotada no Brasil em 2015 por meio de parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) para conscientizar sobre a prevenção ao suicídio.

Por muito tempo falar sobre suicídio era um tabu, havia-se muito medo para se falar sobre o assunto. De uns tempos para cá, e com o reforço e ajuda da campanha, esta barreira vem se rompendo e informações ligadas e prevenir são os primeiros passos para reduzir as taxas de suicídios no Brasil. Falar sobre o tema com responsabilidade e da forma adequada é o objetivo da campanha para que realmente seja eficaz.

O dia 10 de setembro tornou-se o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, data instituída em 2003 pela Associação Internacional de Prevenção do Suicídio e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A importância da saúde mental!

Falar sobre saúde mental está em alta, muitos debates, discussões e pesquisas sobre o tema buscam esclarecer e incentivar as pessoas a compreenderem e realizarem ações de autocuidado que ajudem a mantê-la.

O conceito de saúde foi criado em 1948 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que compreende a saúde como: “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas como a ausência de infecções ou enfermidades” (OMS, 1948).

É importante percebermos as três dimensões que estão incluídas neste conceito.

1 A dimensão física compreende a saúde do corpo e os cuidados relacionados à prevenção e manutenção do equilíbrio do organismo;

2 Os aspectos mentais que estão relacionados à saúde mental e bem-estar subjetivos;

3 A interação social que engloba nossas relações de convivência e interação com o mundo a nossa volta.

Observe que o conceito de saúde é muito amplo e até podemos afirmar que sempre precisamos cuidar, prevenir e proteger nossa saúde em todas as fases de nossas vidas.

E você já parou para se perguntar o que é saúde mental?

Em outras palavras podemos dizer que cultivar nossa saúde mental é buscar:

1 Desenvolver nossas capacidades compreendendo que podemos aprender mais e que merecemos receber apoio e suporte para nosso desenvolvimento;

2 Aprender a lidar com o estresse do dia a dia a partir do conhecimento de técnicas e ferramentas que nos ajudem a viver a vida em harmonia com os outros e com o mundo a nossa volta;

3 Sentir que somos produtivos compreendendo o valor do nosso trabalho;

4 Contribuir com a comunidade em que vivemos, partilhando conhecimentos e experiências, nos envolvendo na constante melhoria do lugar e das relações humanas.

Pare, pense e reflita...

Deixamos agora você refletindo sobre sua saúde mental.

O que tem feito para cuidar da sua saúde mental?

Para te ajudar, deixamos abaixo uma frase para você completar.

Eu cuido da minha saúde mental quando:

Se você não está fazendo nada pela sua saúde mental, comece ainda hoje. Afinal nunca é tarde para começar, mas lembre-se, comece o quanto antes!

Cuidados com a saúde mental

O velho conceito “é melhor prevenir do que remediar” continua atualizado e na saúde mental a prevenção é sempre o melhor caminho.

Segundo a Psicologia Positiva, precisamos investir no desenvolvimento de nossas habilidades positivas, aquelas

que nos ajudam a ter uma vida com mais significado. Em outras palavras, uma vida boa e feliz.

O que você pode fazer para sentir mais emoções positivas?

1 - Crie o habito de anotar os acontecimentos bons que ocorreram no seu dia. Pesquisas mostram que pessoas gravemente deprimidas que passaram a escrever um diário registrando três bons acontecimentos a cada dia, em quinze dias melhoraram seu humor.

2 - Envolva-se em atividades que gerem em você a sensação de ser útil à outras pessoas.

3 - Cultive relacionamentos saudáveis, pois isso nos ajuda a manter o bem-estar e o equilíbrio emocional.

4 - Viva uma vida que tenha significado, em outras palavras, pertença ou participe de algo que seja maior que você. Quando percebemos que somos úteis e podemos ajudar a mudar a vida de outras pessoas nos sentimos mais felizes e isso nos dá a sensação de satisfação em relação à vida que vivemos.

5 - Crie metas e objetivos para sua vida, quando sabemos o que vamos fazer, nossa mente funciona de forma mais equilibrada.

E lembre-se: é preciso dormir bem, comer bem e fazer atividades físicas regularmente.

Vamos falar sobre depressão?

Depressão é uma doença crônica que produz alteração de humor, caracterizada por baixa autoestima, culpa, tristeza, amargura, diminuição de interesse, prazer pela vida, provoca ausência de prazer em atividades que antes eram consideradas prazerosas. A depressão é uma doença que atinge pessoas de qualquer idade e classe social.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades no mundo sofrem com este transtorno.

Quais são as causas?

Existem uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro da pessoa deprimida. Pode ser provocada por disfunção bioquímica do cérebro. Entretanto, existem fatores que funcionam como gatilho para as crises: Acontecimentos traumáticos na infância, estresse físico e psicológico, doenças sistêmicas como por exemplo o hipotireoidismo, consumo de drogas e certos tipos de medicamentos.

Sintomas da depressão

Alguns sintomas que iremos citar podem ser sinal de depressão, porém ressaltamos que o diagnóstico para depressão depende de uma confirmação de especialista.

Problemas psicomotores

Baixa autoestima

Dificuldade de concentração

Distúrbio de sono

Ideias suicidas

Culpa excessiva

Como podemos prevenir a depressão?

Ter uma boa qualidade de sono

Técnicas de relaxamento como meditação e yoga

Praticar exercícios físicos

Evitar sobrecarga de trabalho

Manter uma alimentação saudável

Compartilhar dificuldades

Qual o tratamento para depressão?

O tratamento de depressão, quando diagnosticado por especialista, é realizado por acompanhamento médico sistemático. Aqueles que possuem quadro leve de depressão costumam responder bem ao tratamento psicoterápico. Nos casos mais graves, a indicação é o uso de medicamentos antidepressivos.

Drogas: A relação com a depressão e o suicídio

É importante debatermos acerca da direta ligação entre o uso de drogas e a depressão e o suicídio.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é o desfecho de um processo, muitas vezes influenciado por transtornos mentais, abuso de álcool e outras drogas. Muitas vezes não percebemos que essas mortes poderiam ser evitadas, caso fosse dispensada a atenção adequada que o caso requer.

O abuso de substâncias químicas é um dos fatores de risco para o desenvolvimento da depressão e comportamento suicida. Ao passo que

a depressão pode levar ao vício e o abuso de substâncias, independente da ordem desta combinação, o suicídio é a consequência mais trágica.

O uso de drogas por parte de pessoas com depressão está relacionado à uma busca por aliviar o próprio mal-estar, encontrado nas drogas uma forma de minimizar estes sintomas e de sentir prazer com algo.

Entretanto, a perigosa relação entre o uso de drogas e suicídio tem que o consumo de substâncias químicas pode funcionar como gatilho ao ato do suicídio.

Por isso, é preciso encarar essa relação com muita seriedade. A dependência ou abuso de drogas pode funcionar como catalisador para uma pessoa que alimenta ideias suicidas.

Para isso, o tratamento com profissionais e apoio familiar é imprescindível para o processo de recuperação.

Suicídio, o que precisamos saber?

Falar sobre suicídio ainda é um tabu em nossa sociedade. São muitas as razões para isso: medo, preconceito, desconhecimento, culpa e muitas outras.

Suicídio é um assunto delicado e uma prova disto é que não existem campanhas permanentes de prevenção e, de uma forma geral, acreditase que abordar o tema pode incentivar as pessoas a atentarem contra a própria vida.

Como se diz, colocamos o problema para baixo do tapete e criamos a falsa ideia de que se não falarmos sobre o assunto, ele resolve por si mesmo. Será?

Aumentar a conscientização da comunidade, oferecer informações claras, indicar onde buscar ajuda e romper o tabu são iniciativas necessárias para avançarmos na prevenção ao suicídio (OMS, 2021).

As estatísticas mundiais revelam que:

MAIS DE 700.000 pessoas morrem por suicídio todos os anos.

75%

O suicídio é a QUARTA PRINCIPAL causa de morte entre jovens de 15 a 19 anos.

Para cada suicídio há muito mais pessoas que tentam o suicídio. Uma tentativa anterior de suicídio é o fator de risco mais importante para o suicídio na população em geral.

77% dos suicídios globais ocorrem em países de baixa e média renda.

A INGESTÃO DE PESTICIDAS,

ENFORCAMENTO E ARMAS DE FOGO estão entre os métodos mais comuns de suicídio em todo o mundo (OMS, 2021).

As informações acima revelam que precisamos fazer alguma coisa para prevenir as mortes por suicídio. Já pensou como ajudar?

A principal ferramenta para prevenir as mortes por suicídio é o conhecimento. Desta forma, precisamos saber:

1 - Existe uma ligação entre comportamento suicida e transtornos mentais.

Vários estudos científicos mostram que a existência de um transtorno mental é um forte fator de risco para o suicídio, uma vez que, em 96% das mortes por suicídio, caberia um diagnóstico de algum transtorno (ABP, 2016). Devemos então ficar atentos para o fato. Pesquisas apontam que aproximadamente de cada 100 pessoas que tiraram a própria vida aproximadamente 35% sofriam com um transtorno de humor (depressão e bipolaridade) e outros 22% experimentavam um transtorno por uso de substância psicoativa (uso de álcool e outras drogas).

2 - É necessário ficarmos atentos aos jovens entre 15 e 19 anos. Estudos mostram que as áreas do cérebro responsáveis por tomadas de decisões só estão totalmente amadurecidas após os 20 anos de idade. Isso significa que antes dessa idade muitos não estão prontos para tomar decisões importantes e que os adultos deveriam ficar mais atentos quanto à orientação dessa população. Devemos repensar a ideia de que aos 18 anos os jovens podem decidir sozinhos o que é importante para suas vidas, principalmente quando essas decisões são relacionadas ao consumo de substâncias lícitas ou ilícitas (drogas) que podem alterar o funcionamento cerebral.

Dicas de prevenção de suicídio

Abaixo algumas dicas que podem ajudar (WHEITEN, 2016).

Falar de forma vaga não ajuda, é necessário falar claramente e se necessário pergunte diretamente se a pessoa está considerando a possibilidade de tirar a própria vida.

2 - Demostre compreensão e empatia É importante mostrar ao outro que você se interessa por ele. Pessoas em sofrimento pensam que ninguém se importa com suas dores, seja honesto e converse abertamente.

1 - Leve a sério conversas sobre suicídio

3 - Identifique o problema central e ajude a solucionar.

Pessoas com pensamentos suicidas estão confusas e não conseguem raciocinar claramente, uma boa conversa pode ajudar a identificar os problemas e buscar soluções.

4 - Em momento de crise, jamais deixe uma pessoa com ideação suicida sozinha

Remova do local equipamentos e objetos que possam ser utilizados como ferramentas para uma tentativa de suicídio e procure contato com os familiares e outras pessoas que possam ajudar.

5 - Incentive a pessoa a procurar ajudar profissional

Os profissionais terão mais experiência em lidar com as crises e podem direcionar melhor o tratamento de quem está sofrendo e pensando em tirar a própria vida.

É importante tentar convencer a pessoa a buscar ajudar de um profissional da área de saúde mental.

Onde Buscar ajuda?

Centro de Apoio Psicossocial (CAPS), São serviços de saúde de caráter aberto e comunitário voltados aos atendimentos de pessoas com sofrimento psíquico ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e outras substâncias, que se encontram em situações de crise ou em processos de reabilitação psicossocial. Procure saber onde e como funcionam os CAPS de sua cidade.

O objetivo dos Caps é atender as pessoas com transtorno mental severo e persistente, além de seus familiares.

Para saber mais:

https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/ acoes-e-programas/caps

Centro de Valorização da Vida (CVV), LIGUE 188. Neste telefone você pode conversar com um voluntário do CVV que está treinado para conversar com

pessoas que procuram ajuda e apoio emocional. A ligação é gratuita e pode ser feita de todo o território nacional, 24 horas todos os dias.

Para saber mais: https://www.cvv.org.br/

4.3 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), LIGUE 192, é um serviço gratuito, que funciona 24 horas, por meio da prestação de orientações e do envio de veículos tripulados por equipe capacitada.

Para saber mais:

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-dea-a-z/s/samu-192

Falar sobre saúde mental e suicídio não deveria ser um assunto estranho entre amigos.

Pense nisso.

Pense agora.

Referências

ABP. Comportamento suicida: Conhecer para prevenir. 2016.

OMS. Official records of the world health orgamzation no. 2.

Genebra: 1948.

OMS. Mental health action plan 2013-2020. Genebra: 2013.

OMS. Suicídio. 2021.

OPAS (Brasil). Depressão. In: Depressão. [2020?].

FOLHA INFORMATIVA – DEPRESSÃO. OPAS/OMS Brasil, 2018.

Biblioteca Virtual Ministério da Saúde

Setembro Amarelo

Diretor-Geral

Evaldo Bazeggio

Texto e Pesquisa

Dr. Wagner Costa

Márcia Leila

Mônica Pires

Bianca Sequeira Revisão

Camila Ferreira

Diagramação

Fuse Comunicação

Setembro Amarelo - Cartilha de Orientação