Informativo da Associação de Plantadores de Cana da PB Ano XI- nº 71 - Setembro/Outubro- 2015
Evento
Projeto Caminhos da Cana II em João Pessoa O projeto ‘Caminhos da Cana II’ trouxe para a Paraíba, no dia 27 de outubro, um dos principais estudiosos da cadeia de produção sucroenergética no Brasil, o Dr. Marcos Fava Neves. Ele fez palestra, no auditório da Asplan, onde apresentou números que comprovam a eficiência do agronegócio nacional, incluindo o setor canavieiro, falou sobre perspectiva de crescimento do mercado de etanol, dos erros da política econômica, da importância do associativismo para o fortalecimento do setor e da necessidade do diálogo entre o produtor e a indústria. Antes da apresentação de Neves, Fábio Balaban, da Case IH e Bruno Lima, da Bayer, falaram sobre ‘Mecanização no campo e treinamento de operadores de máquinas’ e sobre o ‘Provence’, uma solução para controle de plantas daninhas. O setor sucroenergético nacional, segundo Neves, contabilizou na safra 2013/14, um PIB estimado em US$ 107,22 bi, gerou 613 mil empregos diretos e arrecadou US$ 8,52 bi em impostos agregados para o governo. Mas, apesar
Marcos Fava Neves durante sua Consumo de álcool bateu recorde em julho apresentação na Asplan
destes números impressionantes, o Governo Federal, segundo o especialista, ainda mostra-se insensível com os aspectos ligados ao setor. “O Brasil, ao contrário dos EUA, não tem um plano estratégico para o etanol que estabeleça metas que devemos atingir. Isso atesta uma falta de visão e uma consequente perda de oportunidade de desenvolvimento econômico, social e ambiental”, afirma Dr. Marcos Fava Neves. “O Brasil é pobre, mas oferece benefícios suecos, a mão de obra nacional rende ¼ de um trabalhador americano, a política econômica que privilegia uns setores em detrimento de outros, tudo isso, aliado ao controle equivocado de preços, como no caso da gasolina, com aumento no custo de produção agrava a crise», disse o especialista.
A palestra foi realizada no auditório da Asplan
Ainda de acordo com Marcos Fava a sociedade brasileira precisa tomar decisões que quebrem práticas como, por exemplo, a questão de um banco nacional, como o BNDES, investir no exterior, enquanto a indústria, os portos, a cadeia produtiva do país precisa de investimentos e deveria ter prioridade”, destacou o especialista. Segundo o estudioso, cada vez mais o Brasil se torna um agro país e é o agronegócio que vai alavancar a economia nacional. “O consumo mundial vai ter no Brasil um dos principais expoentes nos próximos anos, o mercado do agronegócio nacional tende a crescer e as projeções não são feitas por especialistas brasileiros, mas por fontes internacionais”, argumentou Neves, lembrando que há um obstáculo deste crescimento no setor canavieiro que são as dívidas dos agricultores que, usualmente, estão atreladas a moeda americana. Por fim, o especialista reforçou a importância do fortalecimento das entidades de classe. “Não há produtores de cana sem associação forte”, disse ele, encerrando o ‘Caminhos da Cana’ em João Pessoa. Na ocasião, todos os participantes do projeto receberam um exemplar do livro ‘Caminhos da cana’, de autoria do palestrante, cujo conteúdo é uma coletânea de artigos opinativos sobre o setor sucroenergético nacional publicados em jornais do Brasil e do exterior. O evento Caminhos da Cana II é uma realização da Markestrat, sob a coordenação do professor Dr. Marcos Fava Neves, com apoio da Orplana, Única, CeiseBR, Fapesp, CASE-IH, Bayer e das associações de produtores de cana, a exemplo da Asplan.
O vice-presidente da Asplan, Raimundo Nonato, fez as honras da Casa
De olho no prazo
Subvenção
Ainda não se tem uma resposta sobre o pagamento da subvenção assegurada pela Lei 12.999. O presidente da Asplan, Murilo Paraíso, lembra que a maior preocupação, neste momento, é que a Lei tem prazo que se esgota no final de dezembro. “A batalha agora pelo pagamento passa também pela solicitação ao Congresso Nacional para prorrogar a Lei, porque mesmo autorizando o pagamento, existe todo um tempo para operacionalizar o crédito e se a Lei for prorrogada não corremos o risco de ela prescrever e perdermos o direito de receber”, explica o dirigente da Asplan.