Informativo da Associação de Plantadores de Cana da PB
Ano X - nº 62 - Março/Abril - 2014
Asplan lança novo jornal Informativo bimestral da Associação mudou conteúdo editorial, com textos mais curtos e programação visual, com layout mais moderno e clean. Confira mudanças a partir desta edição!
Produtores se reúnem com o governador e pedem que etanol americano só entre na PB na entressafra - Pág. 04
O Etanol é muito mais competitivo do que se propaga por ai Pág. 03
Setor pode recuperar empregos perdidos e aumentar produção Pág. 08
Ex-ministro Fernando Bezerra Coelho é homenageado - Pág. 05 As vantagens do corte mecanizado Pág. 07
2 Editorial
Foco na comunicação
A comunicação interna e externa da Asplan está recebendo novas e modernas ferramentas de interação, a partir deste ano, com o objetivo de democratizar e dinamizar, ainda mais, o fluxo de informação entre a entidade, seus associados, parceiros e a sociedade em geral. Esse aprimoramento abrande mudanças no potencial interativo da Assessoria de Comunicação, em modernização do nosso site institucional e no Jornal do Plantador: Asplanotícias, além de nossa inserção nas principais redes sociais como Facebook e Twitter, a partir deste mês de janeiro. Com mais de nove anos de circulação, o Asplanotícias nasceu na gestão do então presidente José Inácio de Morais, hoje diretor adjunto. Sob a responsabilidade da jornalista Eliane Sobral, ao longo dos anos ele vem se modernizando para melhor informar os nossos associados o que se passa em nível local, regional e nacional em torno do segmento canavieiro. Com um designer gráfico mais mo-derno, textos mais curtos e imagens maiores, nosso jornal está mais clean, leve e fácil de ler, mas sem deixar de focar, com conteúdo editorial, o que é importante para o nosso público leitor. Mantendo o mesmo formato, periodicidade, número de páginas, assim como a gratuidade na distribuição, o Jornal do Plantador: Asplanotícias começa 2014 de cara nova, adequando-se aos avanços da arte de produzir e disseminar informação jornalística sobre o universo canavieiro. Murilo Paraíso Presidente da Asplan
Safra
Moagem de cana dos fornecedores já chega a 85% O processo de moagem da cana-de-açúcar referente à safra 2013/2014 dos fornecedores ligados à Asplan já atingiu 85%, o equivalente a 1.406.551,442 toneladas. Toda essa matéria-prima produzida pelos 1.700 fornecedores/associados já foram processadas nas oito usinas sucroalcooleiras do estado. A expectativa é que a safra termine em fevereiro. Os dados são do Departamento Técnico da Asplan (Detec).“É importante salientar que o atraso do inicio desta safra em relação a anterior ocorreu por conta do péssimo desempenho do inverno de 2012 e o inverno de 2013 ter começado a se consolidar só a partir de maio, retardando portanto a época ideal de corte da cana para moagem”, explica o Coordenador do Detec, Vamberto de Freitas Rocha.
A safra atual será menor que a anterior
Segundo Vamberto, dificilmente será atingida a mesma moagem da safra 12/13 que, comparando com a 2011/12, já teve uma redução de 25%, repercutindo de uma forma bastante negativa na atividade dos produtores de cana-de-açúcar. A moagem da cana na Paraíba, assim como a respectiva fiscalização, acontece durante 24 horas nas usinas Japungu, Miriri, Monte Alegre, Giasa, Agroval, Tabu, São João e Pemel, que concluirão os trabalhos gradativamente.
Nota
Vantagens para a Paraíba Com uma produção estimada em cerca de 6 milhões de toneladas de cana a cada safra, produzida numa área de cerca de 130 mil hectares, o setor canavieiro paraibano é de fundamental importância para a economia do Estado, a ponto inclusive de estar entre os três maiores produtores de cana do Nordeste, ficando atrás apenas dos estados de Alagoas e Pernambuco, que são tradicionalmente os maiores produtores da região. Além disso, a Paraíba é majoritariamente alcooleira enquanto os demais estados do Nordeste produzem mais açúcar que álcool. O incentivo para a produção e uso do etanol, portanto, tende a estimular a economia paraibana em diversos aspectos e elevar a qualidade de vida de milhares de pessoas que dependem da produção canavieira direta ou indiretamente.
Expediente ASPLAN Rua Rodrigues de Aquino, 267 - Centro João Pessoa/PB - CEP 58013-030 Fone: (83) 3241.6424 E-mail: asplan@asplanpb.com.br Presidente: Murilo Paraiso Vice-presidente: Pedro Jorge Guerra Tesoureiro: Oscar Gouvêa Coordenação editorial: Murílo Paraíso e Kiony Vieira
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3 Álcool
Pesquisa mostra que etanol é mais competitivo do que se diz A população se habituou e hoje mal questiona a informação de que a relação entre o rendimento do álcool combustível e o da gasolina gira em torno dos 70%. Mas esse paradigma está prestes a ser quebrado. Após anos guardando dados de consumo de etanol e gasolina de seus clientes, uma empresa gaúcha especializada em gerenciamento de frotas resolveu avaliar esses dados e chegou à conclusão de que o etanol, na verdade, apresenta um rendimento médio de 79,52% do desempenho da gasolina. Ao todo, foram pesquisados 410 mil veículos flex fuel que rodaram em 31 meses (agosto de 2009 a março de 2012). A pesquisa foi divulgada no site Valor Econômico – Agronegócio. Segundo a investigação, feita pela empresa Ecofrotas e pela consultoria KPMG, os veículos que apresentaram o melhor rendimento com etanol foram os da categoria "operacional médio", na qual estão incluídos modelos como o Ágile e Fox. Com o etanol, essa categoria rodou uma média de 7,94 km com 1 litro. Já com a gasolina esses carros rodaram 9,64 km, o que significou uma relação de 82%. Em segundo lugar ficaram os "executivos" como Astra, Siena, Polo Sedan, Voyage e Vectra, e as "pick ups", como Saveiro e Fiat Strada. Conforme a pesquisa, esses modelos tiveram um desempenho equivalente a 79% do da gasolina. Já o menor rendimento, de 77%, foi encontrado entre os veículos da categoria "leve" como o Celta, Classic, Clio, Corsa, Uno e Fiesta (motores 1.0 e 1.6).
A opção pelo álcool é bem mais vantajosa do que se imagina
Mesmo com esses dados, sabe-se que ainda é comum haver resistência dentro das empresas, que não acreditam que o etanol seja vantajoso. Mas, os dados utilizados pela KPMG – retirados de uma base de informações considerada “real”, pois utilizou o consumo de carros que circulam nas ruas e estradas brasileiras diariamente – devem levar a discussão mais adiante, até porque todos de veículos observados também são relativamente novos, visto que foram fabricados entre 2004 e 2011. Além disso, algumas companhias já estão optando pela economia e, com isso, também estão atingindo suas metas de redução de poluentes e estão conseguindo validar créditos ambientais. A notícia anima o setor sucroalcooleiro que não vê a hora de
se confirmar também outras pesquisas que apontam para a elevação para 13% ao ano o crescimento do consumo do etanol no mundo em função do forte aumento do número de carros flex. “A produção e uso dos biocombustíveis sempre foram uma genuína opção de crescimento sustentável deste país. Uma pesquisa como essa com certeza nos anima porque coloca em evidência um combustível limpo e, porque não, competitivo também”, disse o presi-dente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Murilo Paraíso, frisando, no entanto, a falta de incentivo para a produção da cana, que passa por diversos problemas, inclusive, pela falta de um marco regulatório para a produção do álcool.
4 Audiência
Setor se reúne com o governador e pede que etanol americano só entre na PB na entressafra
O governador ouviu as reivindicações do setor e encaminhou-as para o setor tributário do Estado
Representantes do segmento sucroalcooleiro da Paraíba, dentre eles produtores de cana- de -açúcar, proprietários de usinas e dirigentes da Asplan, se reuniram, no dia 23 de janeiro com o governador Ricardo Coutinho para solicitar o disciplinamento da entrada do etanol dos Estados Unidos (EUA) no Porto de Cabedelo e o retorno do programa de Cana Semente que, no ano passado atendeu a mais de 900 pequenos produtores de cana no estado. Durante a audiência, outros temas relevantes para o fortalecimento de um dos
setores mais importantes da economia estadual também foram tratados, a exemplo do incentivo para a irrigação, a continuidade do programa de asfaltamento de estradas para o escoamento da produção e as invasões de terra. A preocupação com o egresso do etanol americano foi o item mais focado na audiência. Temendo o dano desse tipo de importação para a cadeia produtiva da cana na Paraíba, principalmente no tocante à impossibilidade de competição de preços devido à retirada do PIS/CONFINS do
produto feita pelo Governo Federal, o setor reivindicou que a Paraíba adote uma “barreira tributária” que importa na cobrança antecipada do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para desestimular a entrada do produto e evitar uma possível concorrência com o produto local já que o estado cobraria uma base de cálculo mínimo do ICMS. Além disso, os produtores e usineiros também pediram que esse incremento de etanol fosse feito so-mente no período da entressafra, ou seja, entre os meses de maio e agosto. O governador Ricardo Coutinho pediu que os produtores, junto aos industriais e receita estadual, formassem um grupo de discussão para propor solu-ções que não impactassem na receita do Estado. Já quanto ao retorno do programa de distribuição de cana semente, o governador garantiu a reto-mada do programa em 2014, visto que ano passado a iniciativa ajudou mais de 900 pequenos produtores de cana espalhados pelo Brejo, zona da Mata Norte e Sul do estado da Paraíba. Para 2014, inclusive, segundo dados da Secretaria de Agricultura estadual, já se encontram licitados 19.000 tonela-das de cana semente das variedades 579/7515 através de registro da Central de Compras da Secretaria de Administração.
Serviço
Execução da NR-31 nas fazendas O cumprimento da Norma Reguladora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura – a NR-31, agora ficou mais fácil para os produtores de cana associados à Asplan. É que agora a associação também está disponibilizando um serviço destinado ao desenvolvimento de ações técnicas, integradas às práticas de gestão de segurança no campo para tornar o ambiente de trabalho compatível com a promoção da segurança, saúde e a preservação da integridade física do trabalhador rural. O profissional responsável pelo acolhimento das necessidades dos produtores será o Técnico de Segurança do Trabalho, Natanael Leal, que agora atende às sextas-feiras na própria Asplan e continua a fazer visitas aos campos nos outros dias da semana. Segundo o técnico, que antes apenas orientava os associados, sua nova função agora o permite executar as ações definidas na política nacional de segurança e saúde no trabalho nas fazendas de cana dos associados para ajuda-los a evitar problemas com as fiscalizações do Ministério do Trabalho. “É só nos visitar na Asplan e apresentar o problema”, disse Natanael.
Natanael ampliou seu leque de atendimento
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5 Setor
Produtores de Cana se reúnem para debater direcionamentos em 2014
Oscar, Murilo, Pedro Jorge e José Inácio representaram a Asplan na reunião
Presidentes das associações nordestinas de cana-de-açúcar se reuniram no dia 15 de janeiro, em Recife, para discutir qual o direcionamento que as entidades tomarão em 2014 quanto a diversos assuntos que afligem o setor. Durante o encontro, dois temas se destacaram: o repúdio à importação de álcool anidro feita dos
Estados Unidos (EUA) e a descrença da classe em relação ao soerguimento da atividade sem estímulo do poder público. O presidente da Asplan, Murilo Paraíso, participou da reunião e apoiou todos os encaminhamentos e assinou, junto a outros representantes de entidades de classe do Nordeste, uma representação contra a impor-tação de álcool.
O documento solicita à Agencia Nacional de Petróleo (ANP) o fim da importação para evitar uma crise maior no setor. “Os produtores de cana estão sendo prejudicados com essa importação porque ela está acontecendo justamente durante a safra. O resultado é que com a compra de álcool fora do país, o preço do combustível está despencando e nós, consequentemente, também temos prejuízo”, argumenta o presidente da Asplan, lembrando que em meio a isso, o setor ainda enfrentou a seca e consequente queda da produção. No documento enviado à ANP se detalha o modelo de remuneração do setor e o dano econômico provo-cado pela internalização do etanol vindo do exterior. Também durante o encontro, os dirigentes assinaram um documento em que apoiam o “Comitê Temático Interministerial para a Reocu-pação do Setor Sucro Energético da Região Nordeste” no âmbito da área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Homenagem
Ex-ministro Fernando Bezerra Coelho é homenageado O ex-ministro da Integração Nacional do governo Dilma Rosseff, Fernando Bezerra Coelho, foi homenageado no dia 17 de fevereiro, na Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP). Na oportunidade, Bezerra recebeu a comenda de honra ao mérito canavieiro, uma premiação conferida pela União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), que representa 21 mil canavieiros da região. Para o presidente da Asplan, Murilo Paraíso, que foi representado no evento pelo diretor adjunto da entidade, José Inácio de Morais, a homenagem foi justa, visto que o exministro contribuiu para o fortalecimento da cadeia produtiva da cana no
Nordeste quando esteve à frente do Ministério de Integração Nacional. “Como ministro, Fernando Bezerra Coelho ajudou muitos canavieiros, tendo se destacado pelo serviço prestado ao fortalecimento da cultura da cana-de-açúcar nordestina, apoiando, inclusive, a instituição do programa de subvenção econômica em 2008”, disse o dirigente da Asplan. Nos discursos proferidos, durante a solenidade muitos agradecimentos e referências aos benefícios alcançados pela classe graças à influência e trabalho do ex-ministro, a exemplo da implantação do Comitê Temático para Recuperação do Setor Sucroenergético do Nordeste.
O homenageado e o presidente da Unida
6 Artigo
Mais etanol na gasolina: Menos poluição ambiental * Luiz Gonzaga Bertelli
O governo anuncia a possibilidade de aumento da mistura do Etanol (álcool) à gasolina automotiva, passando a adição de 25% para 27% a partir de 1º de maio. Com a medida, haverá consumo de mais de 1 bilhão de litros do combustível da cana, tipo anidro, no ano em curso. Em decorrência, o uso do anidro chegará a mais de 12 bilhões de litros, com incremento de 1,8 bilhão de litros em relação a 2013. O maior beneficiado da decisão será o habitante das cidades, eis que, comprovadamente, os motores mo-vidos a Etanol provocam emissões menores que as dos veículos a gasolina. Desde que foi generalizado o emprego de carros a Etanol, comprovou-se a redução do chumbo na atmosfera. A razão: o Etanol (usado puro ou combinado com a gasolina) dispensa o emprego do chumbo tetraetila para elevar a octanagem do derivado do Petróleo. Estudos promovidos nos Estados Unidos e em países da Europa comprovam que 95% da contaminação por chumbo resulta das emissões dos carros a gasolina. Apesar dos inquestionáveis benefícios e impactos econômicos, sociais e ecológicos da indústria alcooleira e do uso do Etanol, o consumo da gasolina cresce mais que o biocombustível. É que o preço do combustível fóssil, graças ao subsídio, é inferior ao do Etanol. A defasagem do valor da gasolina em relação aos valores internacionais chega a 16%.
Com a adição de 25% para 27% do álcool à gasolina, o uso do anidro terá, este ano, um incremento de 1,8 bilhão de litros em relação a 2013
Segundo informações oficiais, o uso da gasolina cresceu 56% no período 2009/14, passando de 27 bilhões de litros para 42 bilhões. A queima de combustíveis menos poluentes, como é o caso do Etanol, poderá, portanto, melhorar a qualidade do ar. Graças à energia da biomassa, a matriz energética brasileira possui, ainda, 50% de participação das fontes renováveis. O percentual é sensivelmente superior à média mundial (13%) e à das nações mais desenvolvidas da OCDE (cerca de apenas 7%). As
indústrias sucroalcooleiras são autossuficientes de energia e sobra bagaço (o equivalente à geração de uma Usina igual à de Itaipu, 14 mil MW). A abundância não é racionalmente aproveitada pelo governo diante da opção pelos gás natural e combustíveis fósseis, mais poluentes e caros. Impõese, a fim de que não pereça o setor da agroin-dústria canavieira (com 40 usinas fechadas), a mudança de postura do governo, mesmo porque estamos importando Etanol de Milho dos Estados Unidos.
Vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo e diretor e conselheiro da FIESP-CIESP*
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Capacitação
CNA cria Faculdade de Tecnologia Uma novidade animou a classe produtora de todo o país. Trata-se da criação da mais nova Faculdade de Tecnologia do Distrito Federal: a Faculdade de Tecnologia da CNA que nasce com a missão de produzir e difundir conhecimento, em nível superior, a qualificação de mão-deobra, a promoção social e o desenvolvimento sustentável do Brasil. O presidente da Asplan, Murilo Paraíso, louvou a iniciativa, visto que o setor canavieiro é um dos mais prejudicados com a falta de pesquisa e de cursos orientados para a lavoura de cana-deaçúcar. “Contamos basicamente com a assistência técnica dos órgãos governamentais e de nossas entidades de classe, mas o setor precisa de mais pessoas que se dediquem também às
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
pesquisas relacionadas à cana. Esperamos que o curso da CNA nos leve a isso”, comentou o dirigente, parabenizando a criação da facul-dade. O primeiro curso superior da Faculdade é o de Tecnologia em Gestão do Agronegócio, com duração de três anos, na modalidade presencial, em Brasília (DF). Posteriormente o curso também estará disponível em nível nacional, por meio de Ensino a Distância. As disciplinas serão
ministradas por técnicos da CNA e o corpo docente terá a participação de professores visitantes selecionados entre as maiores autoridades e empresários do agronegócio. Os alunos aplicarão os conhecimentos recebidos em sala de aula nas práticas de campo, previstas em projetos integradores que os colocarão em contato direto com a realidade da produção agropecuária. As aulas começam no dia 10 de março.
Tecnologia
As vantagens do corte mecanizado
Silas Ales mostrou a experiência da usina Tabu com o corte mecanizado
O déficit de mão de obra especializada para o corte manual da cana-de-açúcar no setor canavieiro e a proximidade do fim do prazo para o processo de queima da matéria-prima por questões ambientais, estimulou a
Asplan a promover debates sobre colheita mecanizada. Um dos debates aconteceu no dia 19 de fevereiro, no auditório da entidade, em João Pessoa, com o relato do caso da Usina Tabu, que passou a adotar o método nesta safra 2013/2014. “A mecanização no setor da cana-de-açúcar é inevitável, pois as queimadas serão proibidas a partir de 2017”, destacou o presidente da Asplan, Murilo Paraíso. A experiência bem sucedida com o corte mecanizado da Usina Tabu, em Caaporã, foi relatada pelo engenheiro agrícola Silas Alves Monteiro da Silva com a palestra: “Corte mecanizado, solução para o déficit de
mão de obra rurícola”. Na oportunidade, Silas lembrou os problemas que o setor tem enfrentado e explicou as vantagens que a usina já identificou com o corte mecanizado, a exemplo da redução dos custos de produção. “A cortadeira realiza cortes inclusive em áreas de relevo aciden-tado, como encostas, e substitui, em média, o trabalho de 40 pessoas”, detalhou o engenheiro da Tabu. De acordo com Silas, em 7 horas de corte mecanizado foram contabilizadas na Usina Tabu, aproximadamente, 300 toneladas de cana-de-açúcar, com um custo de 7.93 litros de diesel/hora, o que corresponde a metade do valor gasto no corte manual.
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Palestras
Especialista diz que setor sucroalcooleiro do NE pode recuperar 16 milhões de toneladas de cana e 70 mil empregos 20 anos
Gregório Maranhão fala com entusiasmo do setor
A crise do setor sulcroalcooleiro provocada, principalmente, pela falta de políticas publicas capazes de fixar preços justos de combustíveis e estimular a produção de cana-deaçúcar no país, levou a Asplan a promover, no dia 30 de janeiro, duas palestras que deram importantes contribuições em termos de perspectiva política, econômica e climática para o setor. O evento reuniu diversos
produtores e dirigentes industriais do Estado, no auditório da Asplan, em João Pessoa. O primeiro momento foi comandado pelo consultor especialista em questões do setor sucroalcooleiro, Manoel Gregório Maranhão, que tratou da crise política e econômica do segmento, com ênfase no Nordeste. A segunda palestra foi feita pelo professor do colegiado de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Mário de Miranda. Em sua explanação, Gregório Maranhão disse que o setor no Nordeste precisa recompor 16 milhões de toneladas de cana perdidas nos últimos 20 anos devido à queda da produtividade na região. “Tínhamos uma produção de 70 milhões de toneladas de cana e hoje temos 54 milhões. O setor cresceu 20% no ano passado no Centro/Sul, mas no
Nordeste encolheu 25%. Isso também representa 70 mil empregos perdidos que podem ser recuperados se o setor tiver apoio para se recompor”, disse Gregório. O especialista disse ainda que o setor pode ter esperanças, pois o governo federal acaba de criar o que chamou de Comitê Temático Interinstitucional para Recuperação do Setor Sucroenergético da Região Nordeste. “Vamos anunciar a existência desse comitê para sociedade e cobrar do governo ações de recuperação do setor. Vamos aproveitar a oportunida-de e colocar tudo na mesa a anunciar a oferta dos empregos perdidos. O setor está pronto para ter 70 mil novos empregos anunciados, nos oito estados do Nordeste, só precisa de incentivo”, afirmou Gregório. Ele também defendeu a permanência da subvenção econômica do setor e a presença de uma agência reguladora.
2014 será um ano livre de seca nos estados produtores do NE
Mário Miranda trouxe boas notícias sobre chuvas
Os produtores da cana-deaçúcar que assistiram a palestra do meteorologista Mário de Miranda saíram do evento com boas notícias. Isto porque ele mostrou que o comportamento dos oceanos está normal e que para os próximos meses de 2014, a previsão é de chuvas dentro da normalidade, assim os estados produtores de cana do Nordeste estarão livres de secas. Segundo ele, as chuvas no litoral se formam do aquecimento das águas do oceano (que evaporam e formam nuvens que precipitam) e, até
pelo menos o mês de março, os mares se encontram dentro da normalidade, sem previsão de resfriamento na costa brasileira ou de aquecimento da costa do pacífico, o que caracterizaria o fenômeno El Nino. “As nuvens de chuva se formam nos mares e, na costa do Nordeste está dentro da normalidade. Não se vê nenhum sinal de resfriamento ou de superaquecimento, o que nos leva à previsão de que teremos chuvas dentro da normalidade e, portanto, não temos como falar em seca este ano”, disse Miranda.
Preço da Cana-de-Açúcar Valor Liquido*
Valor Bruto
R$
Meses
R$/Kg ATR
Preço Cana
R$/Kg ATR
Preço Cana
Álc. Anidro
Áçúcar**
Janeiro
R$ 0,5263
R$ 62,6330
R$ 0,5142
R$ 61,1925
R$ 1,6993
R$ 51,94
Feveiro
R$ 0,5396
R$ 64,2158
R$ 0,5272
R$ 62,7401
R$ 1,7419
R$ 52,34
* A diferença entre valores brutos e líquidos são fruto do desconto do INSS, no valor de 2,3% ** Preços brutos (Descontar 9,25% de PIS/COFINS e 7% de ICMS