Trocando em Miúdos - Edição 556

Page 1

BRASIL

CUT

CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES

Jornal do Sindicato dos Bancários da Paraíba - João Pessoa, junho de 2014. Ano XXIII. Nº 556

QUEREMOS GANHO REAL

INFLAÇÃO +

, 5 7

%


junho de 2014

opinião

Editorial

Vamos ganhar esse jogo!

Começa mais uma Campanha Nacional dos Bancários em clima de Copa do Mundo de Futebol, que acontece pela segunda vez no nosso País. As dificuldades são muitas. Tanto para os bancários, quanto para a seleção brasileira e os organizadores da Copa. Os bancários enfrentam a barreira da intransigência, da ganância e da prepotência dos banqueiros. Aliás, os nossos patrões, que lucram fábulas explorando a sociedade, massacrando e demitindo seus funcionários, gastam fortunas para faturar ainda mais com a Copa do Mundo. A seleção brasileira, em que pese ser uma equipe valiosíssima pelo preço dos seus craques, terá de enfrentar equipes muito bem estruturadas técnica e taticamente, além de bem preparadas física e psicologicamente. Os organizadores da Copa do Mundo no Brasil estão comendo o “pão que o diabo amassou”, principalmente o Governo Brasileiro, por conta das críticas que surgem de todos os cantos e ganham espaço e volume na mídia, com destaque para a velocidade das informações veiculadas pelas redes sociais. De repente, todas as mazelas do país são atribuídas ao desvio de recursos para favorecer a realização da Copa do Mundo no Brasil. Assunto já abordado na edição..., do Trocando em Miúdos, cuja matéria desmistificou os falsos argumentos. E quase todos os ataques são dirigidos ao Governo Federal. E sabem por quê? Porque este ano também tem eleição, inclusive para presidência da república. Ou seja, tem muita gente inescrupulosa se valendo dos meios de comunicação para distorcer os fatos, enganar o povo e tirar proveito disso. Há um pensamento em voga entre nós: devíamos sabotar a Copa, torcer contra, colaborar para que “não haja” Copa. Isto seria usar a Copa do Mundo no Brasil não para vender ao mundo uma imagem boa do país; mas, ao contrário, para revelar nossas mazelas, para admitir nossos pecados diante do planeta. Isto seria um levante contra “tudo isso que está aí” – o maldito padrão Fifa que não conseguimos alcançar e que nos humilha; nossa incapacidade histórica de fazer qualquer coisa honestamente, sem cobrar ou pagar propina; a economia que não anda; nossa ineficiência estrutural e nossa lentidão crônica que nunca cumprem o que prometem, que perdem prazos e desrespeitam contratos; nossa falência como nação que não consegue andar para frente em tantos aspectos trocando em miúdos

essenciais; nossa incompetência em superar essa fenda social profunda que nos divide há séculos em duas castas que se odeiam, às vezes em silêncio, às vezes nem tanto. Seria tão bom, tão mais simples, se nossos problemas estivessem restritos à Copa e à Fifa... Eis aí o “complexo de vira-lata”, termo usado por Nelson Rodrigues para descrever o sentimento do brasileiro após a derrota do Brasil na Copa do Mundo de 1950. Esse mal, que vive em estado latente na alma nacional, vai e volta, ao sabor dos nossos humores ocasionais. Agora, quando a Copa volta a ser no País, parece que estamos mergulhados no mais fundo abismo de nossa falta de autoestima. Nós temos problemas no Brasil e não são poucos. São muitos e de todas as dimensões e graus de complexidade. E todos preexistentes à Copa. Há muito o que fazer no Brasil no que diz respeito às urgências da população. Saúde, educação, segurança, transportes, infraestrutura – a lista é enorme. Mas a Copa é para ser apenas um momento de prazer – mesmo que, no gramado, a gente venha a perdê-la. Sabotar a Copa funcionaria como uma espécie de autoexpiação pública e mundial, transformando nossas questões nacionais, internas, num inesquecível fiasco global. Como se a Copa do Mundo deixasse de ser uma festa para virar uma chibata. Como se o maior evento do planeta, que nos foi confiado e que nós brigamos para receber, não representasse um momento de alegria, mas apenas uma oportunidade de gerar constrangimento, vergonha, decepção e má publicidade. Por acaso, alguém deixou de se divertir em um show de rock ou de funk só porque é ruim a qualidade da escola que frequenta? Algum carnaval já foi cancelado porque tem gente sem moradia? Alguém no Brasil deixou de festejar, de abraçar, de beijar, de fazer sexo porque os equipamentos hospitalares eram insuficientes? Os problemas existem, e são graves, mas a Copa virou pretexto para aqueles que querem misturar covardia com baixo astral. São os black blocs da infelicidade coletiva. Estamos vibrando com a derrocada daquilo que mais odiamos. E o que mais odiamos parece ser o Brasil. Como se o Brasil não fôssemos, tão e simplesmente, nós mesmos. 02

EDITAL DE CONVOCAÇÃO Sindicato dos Empregados em O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Estado da Paraíba, representado por seu Presidente Sr. Marcos Henriques e Silva, brasileiro, casado, RG: 1.202.859 SSP-PB, CPF: 673.930.554-49, PIS: 12349111646, ao final subscrito, no uso das suas atribuições que lhe confere o Estatuto desta entidade e a legislação vigente, CONVOCA todos os seus representados, sócios e não sócios, empregados em estabelecimentos bancários, assim como os trabalhadores das categorias profissionais do ramo financeiro que o sindicato pretende representar, pertencentes a todos os Municípios que compõem o Sindicato dos Bancários do Estado da Paraíba, para comparecerem à Assembleia Geral Extraordinária, que será realizada no dia 26 de junho de 2014, (Quinta-Feira) às 18h30 em Primeira Convocação ou às 19h, em Segunda Convocação, na sede desta Entidade, sito à Avenida Ministro José Américo de Almeida, 3.100 – Tambauzinho, João Pessoa, Paraíba, com sua finalidade especifica de tratar da sua alteração Estatutária, a seguir relacionadas: 1 - Alteração na denominação social de “Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Estado da Paraíba” para “Sindicato dos Trabalhadores em Empresas do Ramo Financeiro no Estado da Paraíba” (SINTRAFI-PB); 2 – Substituição da expressão “Categoria Bancária” por “Categoria de trabalhadores no ramo financeiro”, em face da extensão da categoria representada ; 3 – Aumento da composição da Diretória Administrativa e Suplentes de 14 (quatorze) membros para 15 (quinze) membros, cada; 4 – Alteração do nome da “Secretaria de Patrimônio” para “Secretaria de Administração e Patrimônio”; 5 – Criação da Secretaria de Assuntos do Aposentado ; 6 – Inclusão de um novo capítulo no Estatuto, com a criação da Secretaria de Assuntos do aposentado; 7 – Ampliação do mandato dos Órgãos do Sistema Diretivo, a partir da próxima gestão, a ser eleita em 2015, para 4 (quatro) anos; 8 – Apreciação, discussão e deliberação sobre a conveniência de inserir e/ou suprimir outras alterações ao Estatuto, seja para efetuar adequações às disposições legais, ajustes na redação do texto, deslocamento de alguns itens para melhor enquadramento, e mudanças sobre o processo eleitoral, dentre outras, que visam proporcionar maior aprimoramento do próprio Estatuto e operacionalidade do processo de gestão, além das adequações necessárias em face das alterações efetuadas; 9 – Autorização para solicitação e encaminhamento das alterações que se fazem necessárias junto à Receita Federal do Brasil, ao Ministério do Trabalho, Cartórios e demais assentamentos legais, se houver. Marcos Henriques e Silva Presidente

Trocando

em miúdos

Informativo do Sindicato dos Bancários da Paraíba Av. Beira Rio, 3.100, Tambauzinho, João Pessoa-PB. Fone: (83) 3224-2054 Fax: (83) 3224-4837 S i t e : w w w. b a n c a r i o s p b . c o m . b r e - m a i l : sindicato@bancariospb.com.br Facebook: bancariospb | Twitter: @sindbancariospb Presidente: Marcos Henriques e Silva Diretor de Comunicação: Rogério Lucena Jornalista responsável: Otávio Ivson (DRT-PB 1778/96) Reportagem: Otávio Ivson e Cassiana Ferreira Diagramação: Paletta arquitetura, comunicação e design Fotos: Otávio Ivson, Paletta e Arquivo do SEEB-PB Tiragem: 3.000


junho de 2014

em destaque

TRT vem ao Sindicato mediar conciliação histórica entre Caixa Econômica e bancários assistidos por advogados parceiros da Entidade

Pela primeira vez na história, o Sindicato dos Bancários da Paraíba sediou audiências de conciliação promovidas pelo Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região (TRT - PB). O feito inédito aconteceu no auditório do SEEB-PB, no dia 23 de maio, quando o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Resolução de Conflitos do Tribunal do Trabalho da Paraíba (Nucon) realizou o segundo ciclo de acordos entre trabalhadores e a Caixa Econômica Federal. O mutirão de conciliações do TRT 13ª Região teve início na segunda-feira (19) e foi realizado na Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal, nas agências Epitácio Pessoa, Mag Shopping, Trincheiras, Cabo Branco e Tambaú. A segunda grande audiência, que aconteceu na sede do SEEB-PB e envolveu cerca de cem bancários, foi aberta pelo presidente do TRT- PB, desembargador Carlos Coelho, que mediou o primeiro acordo do dia. Duas salas foram reservadas

para a realização das audiências, sendo uma presidida pela juíza Nayara Queiroz, coordenadora do Nucon e a outra, presidida pelo juiz auxiliar Carlos Hindemburg de Figueiredo, resultando em 100% de conciliações. Os processos na pauta de conciliação têm reflexos no pagamento de auxílio alimentação como verba salarial, cuja ação só foi possível graças à atuação do SEEB-PB em parceria com o escritório de advocacia Magalhães & Magalhães Associados – Drs. Andrey Levi Diógenes Magalhães, Marcelo Assunção e Philip Abrantes – que, em menos de cem dias de tramitação processual, diligenciaram todos os esforços a fim de pacificar quase 250 processos que levariam anos para chegar a uma conclusão. “É a primeira vez na história do TRT que conseguimos fechar acordos judiciais com a Caixa Econômica Federal, beneficiando quase 250 trabalhadores da ativa e aposentados, em menos de 90 dias. Parabéns

03

ao Sindicato dos Bancários da Paraíba e à Caixa Econômica Federal pela abertura ao acordo, que é a melhor maneira de se pôr fim aos conflitos. É um exemplo a ser seguido, para que as ações em tramitação há algum tempo possam ter um desfecho rápido e eficiente. Foi um esforço concentrado entre três atores: Banco, Sindicato e Bancários”, ressaltou o desembargador Carlos Coelho. O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcos Henriques, parabenizou os bancários, a Caixa e o Judiciário pela celeridade na celebração dos acordos. “Estamos felizes em recebermos a Justiça do Trabalho aqui, na casa dos bancários. E aproveitamos o ensejo para destacar o esforço dos nossos advogados, da Justiça do Trabalho e da Caixa Econômica em conciliar o maior número possível de acordos, sem prejuízo das partes, onde o direito dos nossos representados foi preservado. Exemplo que deve ser seguido por outros segmentos da sociedade”, concluiu.

trocando em miúdos


abril de 2014

encontro estadual dos bancários

Encontro Estadual dos Bancários definiu prioridades para a campanha deste ano O Encontro Estadual dos Bancários aconteceu no dia 10 de maio, na sede do Sindicato dos Bancários da Paraíba, e contou com a participação do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, que foi um dos palestrantes do evento. Cordeiro integrou uma mesa de debates ao lado de Pablo Diaz (diretor de Estudos Socioeconômicos do Sindicato dos

Bancários de Curitiba e coordenador estadual do Dieese do Paraná) e dos diretores do Sindicato da Paraíba Marcos Henriques (presidente), Marcelo Alves (secretáriogeral), Natascha Brayner (secretaria da mulher), Jurandi Pereira (secretaria jurídica) e Robson Luís (secretaria de política social). Outra presença foi do supervisor técnico do Dieese na Paraíba, Renato Silva de Assis, que fez a análise da conjuntura econômica.

Houve um grande debate com a plenária, com a participação de dirigentes sindicais e bancários da base. O segundo momento do encontro, que faz parte da calendário da Campanha Nacional 2014, foi a eleição dos delegados para a III Conferência Regional da FetrafiNordeste, que foi realizada nos dias 16 a 18 de maio, em João Pessoa, bem como para o 25º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, para o 30º Congresso

Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef) e para o 20º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), que foi realizado em João Pessoa - PB. O terceiro bloco de atividades do evento foi com as reuniões para a discussão das pautas específicas dos funcionários do Banco do Brasil (que teve a mediação de Pablo Diaz), Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste do Brasil.

O evento foi encerrado com um almoço de confraternização. "O Encontro foi fantástico. Nós fizemos uma radiografia por onde está passando o emprego, a saúde e a remuneração do bancário. Pudemos fazer um bom debate sobre a análise de conjuntura, com a ajuda do companheiro Renato Assis, do Dieese Paraíba, e tivemos aqui a participação muito forte dos bancários e da diretoria do Sindicato. Então, esse debate volta agora para

dentro do Sindicato, para a categoria. E, com certeza, ele vai ser muito importante para as decisões que nós vamos tomar para aprovar a minuta mínima unificada, que será feita em São Paulo, no final de julho", avaliou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. Marcos Henriques, presidente do SEEB - PB, avaliou positivamente o evento. "Além de contarmos com debatedores experientes, os bancários prestigiaram o Encontro", concluiu.

trocando em miúdos

04


junho de 2014

Carlos Cordeiro faz análise da Campanha Nacional Na entrevista concedida ao Trocando em Miúdos, o presidente da Contraf-CUT avalia o cenário da campanha e fala sobre segurança, discriminação e o polêmico acordo de dois anos A campanha deste ano vai ser difícil, como todas as outras. Mas, esperamos que os bancários estejam conosco e muito dispostos, porque a luta vai ser árdua. Existem vários projetos colocados aí para que possamos nos aproximar ainda mais daquilo que queremos para a nossa classe trabalhadora. Não vamos abrir mão de fazer a nossa campanha nacional priorizando o emprego, a saúde e a remuneração, nem abrir mão de discutirmos um projeto para o País. Temos um projeto de governo em andamento, que começou com o presidente Lula e que continua com a presidenta Dilma. Mas, também temos outro projeto que lá atrás quis privatizar a Petrobrás, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Esse projeto tinha reajuste zero nos salários e perseguia os funcionários públicos, inclusive nos bancos estatais. Nós vamos fazer as duas campanhas, os dois debates e vamos brigar muito com o banqueiro ganancioso. Porque nós precisamos avançar nesse debate de remuneração da categoria bancária, continuar brigando para conquistar logo o piso do Dieese e queremos, também, um plano de cargos e salários para os companheiros de bancos privados. Nós queremos um ambiente saudável para o trabalhador poder executar as suas tarefas, porque hoje o trabalhador está adoecendo. Em alguns casos, os bancários estão até morrendo por causa dessa má gestão dos bancos, que cobram muitas metas abusivas e o bancário tem de tomar remédio, inclusive remédio controlado, de tarja preta. Nesse contexto, uma das principais batalhas que nós vamos ter de enfrentar é para conquistar um ambiente saudável no emprego, onde o bancário não adoeça. Também teremos que combater a perseguição muito forte dos bancos com o emprego da categoria bancária. Os bancos querem aumentar seus lucros e reduzir custos, através da dispensa de funcionários. Mas a categoria está muito mobilizada e a sociedade também está de olho nessa investida dos bancos. Para nos contrapormos a tudo isso, vamos trilhar o caminho da unidade e da organização. Vamos fazer uma mobilização muito forte, envolvendo 130 sindicatos de bancários no País, para que a gente possa ter um emprego saudável, uma remuneração justa e adequadas condições de trabalho.

Segurança Ter segurança é ter um emprego decente, onde o trabalhador não corra o risco de morrer. O ano passado 75 pessoas foram executadas, dentro das agências bancárias ou fora delas, vítimas do crime conhecido como “saidinha de banco”. Hoje, o trabalhador bancário trabalha tenso, com medo de ser vítima de mais um assalto. E essa tensão lhe deixa mais doente do que normalmente fica com a pressão pelo atingimento das metas abusivas. O novo modelo de agências, chamadas de boutique ou de agências de negócio, tirou o caixa executivo mas deixou o caixa eletrônico. Para reduzir custos o banco tirou também o vigilante, expondo o trabalhador, o cliente e desrespeitando a Lei 7.102, que diz que o Plano de Segurança tem que levar em consideração todo o espaço físico da agência. Além de não oferecer segurança, essas agências de negócios são destinadas ao atendimento de clientes de alta renda, discriminando as pessoas. E nós queremos que os bancos cumpram com o seu papel social; que tenham agências tradicionais e que não discriminem as pessoas. Afinal, se banco é concessão pública, nós queremos que eles atendam a todos. Enquanto houver injustiça e morte, a Contraf-CUT e os sindicatos vão estar extremamente mobilizados e combatendo esse absurdo com os companheiros vigilantes. Acordo de dois anos O acordo de dois anos é um debate muito importante para a categoria. Os nossos sindicatos e os bancários precisam discutir o modelo de campanha que nós temos; atualmente, encontros nos sindicatos, nas conferências regionais, nos congressos nacionais e na conferência nacional, que é o fórum máximo de deliberação da nossa categoria profissional. A estratégia da campanha é discutida nesses fóruns, mas a gente precisa saber onde é que pode aumentar a mobilização do trabalhador bancário e como é que ele vem participar mais desse processo. Na possibilidade da greve, como é que ele pode nos ajudar a fortalecer ainda mais essa greve, para que a gente possa alcançar a pauta aprovada na conferência nacional. E como estratégia, nós temos que fazer mais, não só as negociações gerais, com todo mundo junto, discutindo o índice, a PLR e o emprego.

05

Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf - CUT).

Nós precisamos refletir sobre esse novo modelo. Como é que a gente começa a fazer mobilizações e negociações focadas, com todo mundo junto e, ao mesmo tempo, na mesa geral da Fenaban. Depois, fazendo essas mobilizações e negociações por banco e, num outro momento, todos juntos discutindo as questões temáticas; em especial as questões da segurança, da saúde e da terceirização. Discriminação Essa questão racial, da diversidade, é um tema extremamente caríssimo para nós. O Brasil tem um número muito grande de negros. Entretanto, quando você entra em um banco vê que essa realidade brasileira não se reflete dentro das agências bancárias. Da mesma forma, a gente vê que, apesar de as mulheres serem a metade da nossa categoria, essa proporcionalidade não se reflete nos cargos de mando, de diretorias. E, na hora que você verifica essa questão e pergunta “onde é que estão as mulheres negras?” Se dá conta de que essas são as mais excluídas dentro da nossa categoria. Estamos aguardando o resultado do Censo da Diversidade, realizado recentemente, para compararmos os dados agora coletados com os números do censo realizado em 2010. Precisamos ver essa radiografia, para saber o que mudou, se a discriminação aumentou ou diminuiu, como é que estão as mulheres, os jovens e os negros. O que os bancários pensam sobre a homo afetividade? O resultado desse censo vai nos revelar o verdadeiro retrato da situação, para que possamos desenvolver ações e corrigirmos toda essa forma de discriminação. E queremos fazer essa discussão juntamente com os bancários. Afinal, na maioria das vezes, a vítima da discriminação é o próprio bancário no seu local de trabalho. trocando em miúdos


conferência regional da fetrafi-ne

Bancários do Nordeste vão defender 7,5% de ganho real na Conferência Nacional Cerca de 200 bancários, reunidos no Hotel Caiçara, em João Pessoa – PB, nos dias 16 a 18 de maio, na III Conferência Regional da Fetrafi – NE, definiram o índice de 7,5% de ganho real que vão defender na Conferência Nacional, no final de julho, em São Paulo – SP, quando será fechada a pauta e a estratégia de mobilização. A mesa de debates, composta por representantes de sindicatos, da Contraf-CUT, CUT e CTB, foi aberta pelo presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcos Henriques. Ele destacou a importância do dirigente sindical como um agente transformador que não deve demonstrar medo ao expor o que acha. "A categoria bancária precisa se afirmar. A campanha salarial deste ano está quase aí e nossa resposta deve ser como muita luta e mobilização", disse. O presidente da Fetrafi/NE, Carlos Eduardo, ressaltou a necessidade da unidade dos bancários e reforçou a urgência de uma pauta ousada para uma campanha salarial vitoriosa. "O momento de greve é um momento de luta. Bancário tem que estar nas

trocando em miúdos

ruas e não apenas a agência fechada", pontuou. 7,5% de aumento real - Na discussão sobre remuneração, por exemplo, insere-se o debate sobre redistribuição da renda do grupo econômico que mais lucra no país: os banqueiros. Os bancários nordestinos levam para a Conferência Nacional a reivindicação

de um índice de 7,5% de aumento real. Mais que salário - As reestruturações e mudanças que afetam a categoria (com introdução de tecnologias e segmentação de agências); a discussão sobre emprego (terceirização, rotatividade, correspondentes bancários); o debate sobre

06

condições de trabalho (metas abusivas, assédio moral, adoecimento); todos estes pontos foram analisados como partes de um mesmo sistema. Para os participantes, ficou a certeza de que a regulamentação do sistema financeiro e a redefinição dos papéis dos bancos públicos são essenciais para que se mude a forma de organização do trabalho nos bancos. Ao mesmo tempo, para que se garanta avanços nestes pontos, é preciso haver, entre outras coisas, reforma política e democratização dos meios de comunicação. Além do umbigo - Esta importância de se pensar as questões de forma integrada perpassou os vários debates da Conferência. Foi o caso da palestra sobre paridade de Wilma Martins, vice-presidenta da Comissão de Direitos Humanos da UFPB. Mais do que falar sobre a discussão de gênero no movimento sindical, a pesquisadora tratou da paridade como democratização das relações humanas, inserida em uma discussão de classe e de projeto político.


junho de 2014

50 Anos do Golpe Militar de 1964 Um momento emocionante foi vivido pelos participantes na abertura do evento, sexta-feira, dia 16, quando se lembrou os 50 anos do golpe militar. O bancário aposentado do BNB e ex-presidente do SEEB-PB Derly Pereira e José Calistrato, militante da Ação Libertadora Nacional (ALN) falaram sobre a experiência de terem sido presos políticos e torturados durante o regime totalitário, instaurado em 1 de abril de 1964 até 15 de março de 1985. Derly foi preso em duas ocasiões e chegou a ser considerado um 'morto-vivo', perdendo, inclusive, todos os direitos como cidadão. Mas, nem assim, baixou a cabeça ou deixou de lutar contra o regime facista dos militares. E repassou essa experiência para a plenária da Conferência. Calistrato deixou os bancários literalmente de queixo caído ao falar sobre a resistência à ditadura militar, suas prisões e momentos de tortura. Durante essa luta desigual, Calistrao foi atingido por cinco tiros. Baleado, foi arrastado e levado para DOI-CODI, onde foi torturado. Após quatro meses foi transferido para a Casa de Dentenção e em 1973 foi para a Ilha de Itamaracá, onde permaneceu por nove anos. Segundo ele, sem um dia de paz na Ilha. Anistiado em 1979, ainda permaneceu preso. E foi aplaudido de pé, quando finalizou sua palestra, dizendo: "Nós temos que lutar em todos os níveis e temos que ter consciência, porque dentro da sociedade capitalista não tem lugar para o povo. Ou nós construímos uma nova sociedade ou não vamos a lugar nenhum... Não deixo de lutar nunca. Porque acredito no socialismo, acredito na revolução e um dia nós vamos vencer!"

Caref do BB fala sobre as perspectivas para 2014 Em sua participação na III Conferência Regional da Fetrafi-NE, Rafael Vieira de Matos, representante dos funcionários no Conselho de Administração do Banco do Brasil (Caref), endossou o índice de 7,5% de ganho real que os bancários do Nordeste vão defender na 16ª Conferência Nacional dos Bancários. Para Rafael Matos, a campanha este ano será uma disputa de versões. Tem a versão da precarização do emprego, assédio moral que é o melhor cenário para um grupo menor que sempre ganhou muito à custa de desemprego, desigualdade social, exclusão, sofrimento, adoecimento do trabalhador. Esse projeto está querendo voltar e a gente não pode deixar que uma cortina de fumaça apague tudo que foi conquistado. Nessa disputa de versões, os trabalhadores deverão cravar mais uma vitória. Não vai valer a versão do quanto pior melhor. Vão valer, sim, as conquistas dos trabalhadores na campanha salarial de 2014. A gente não vai deixar essa cortina de fumaça esconder tudo que conquistamos. E iremos conquistar ainda mais. Nesse contexto, o funcionalismo do BB pode contar com o apoio incondicional do Caref em todas as suas reivindicações. Vamos à luta, companheiros!".

Divididos em grupos, os bancários discutiram as questões de Saúde, Remuneração, Emprego e Sistema Financeiro Os bancários foram distribuídos em quatro grupos para discutirem, em salas distintas, os temas: Saúde, Emprego, Remuneração e Sistema Financeiro Produtivo. Durante as discussões, itens desses temas foram aprovados por consenso e integralmente. Outros, por serem polêmicos, foram aprovados com ressalvas ou levados à apreciação da plenária final. E, como as discussões são democráticas, inevitavelmente ocorreram discussões acirradas. No final, os bancários do Nordeste deliberaram, por ampla maioria, que vão defender um reajuste salarial com ganho real de 7,5% na Conferência Nacional, no final de julho. 07

trocando em miúdos


pelos bancos

Crescem os lucros dos bancos e as demissões As dispensas imotivadas continuam, mesmo com os lucros cada vez maiores Com R$ 4,419 bilhões, o Itaú obteve gigantesco crescimento de 27,3% no lucro líquido nos três primeiros meses de 2014 na comparação com o mesmo período do ano passado. O lucro do Bradesco, de R$ 3,473 bilhões no trimestre, expandiu-se em 18% na comparação com os primeiros três meses de 2013. Entre os cinco gigantes do sistema financeiro do país, três são instituições privadas (Itaú, Bradesco e Santander) e dois estatais (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil). A Caixa é a única do quinteto que ainda não divulgou os lucros do primeiro trimestre. O Banco do Brasil, maior instituição financeira do país, registrou crescimento no lucro líquido de R$ 2,678 bilhões no período, valor 4,7% superior ao do ano passado (R$ 2,557 bilhões). O Santander foi o único entre os cinco maiores que apresentou queda: lucrou R$ 518,4 milhões, 14,9% menos do que o resultado de 2013. A situação do banco espanhol difere da concorrência, pois, assim como o HSBC, a matriz é fora do Brasil. Seja como for, a expansão dos lucros dos bancos privados (os estatais são protagonistas de políticas públicas) está muito longe de trazer qualquer tipo de contrapartida, seja via tarifas e crédito mais baratos, seja por meio da melhoria na qualidade do serviço, ou, menos ainda, revertendo uma parcela desses ganhos astronômicos em investimentos produtivos. Na contramão – O sistema financeiro fechou 2.567 postos de trabalho de janeiro a abril de 2014. Enquanto os bancos privados e o Banco do Brasil cortaram postos de trabalho, a Caixa Econômica Federal abriu 1.256 vagas no mesmo período, o que evitou um resultado ainda pior para o nível de emprego no setor. Os dados constam na Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) divulgada nesta quinta-feira (22) pela Confederação Nacional dos

Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que faz o estudo em parceria com o Dieese, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A redução de empregos nos bancos contraria o movimento da economia brasileira, que gerou 458.145 novos empregos formais nos primeiro quadrimestre do ano. Conforme o estudo, além da diminuição de vagas, a rotatividade permaneceu alta no período. Os bancos brasileiros contrataram 11.080 funcionários e desligaram 13.647. A pesquisa mostra também que o salário médio dos admitidos pelos bancos nos primeiros quatro meses do ano foi de R$ 3.221,18 contra o salário médio de R$ 5.206,73 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio equivalente a 61,9% da remuneração dos que saíram.

De cada fazem 10 denúncias Bancários jornada de luta de assédio moral, três contra demissões no Santander são contra bancos, diz MPT Um ato nacional em frente à Torre Santander, na terça-feira (27), em São Paulo, seguida da entrega para a diretoria do banco de cerca de 25 mil cartas de clientes, marcou o fim da Jornada de luta contra demissões do banco. Também foi feita a entrega de uma carta das entidades reforçando a solicitação de uma reunião com o presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza. A grande manifestação, que contou com a participação de dirigentes sindicais e da Afubesp de todo o país, inclusive o diretor do SEEB - PB, Sivaldo Torres, foi a apoteose da Jornada Nacional de Luta contra as demissões do Santander, indicada pela Comissão de Organização dos Empregados (COE) e deflagrada pelos sindicatos no último dia 12. O movimento é contrário a redução de aproximadamente 10% de queda no quadro de funcionários, a eliminação de 970 postos de trabalho nos três primeiros meses do ano. Com isso, o banco fechou 4.833 vagas nos últimos 12 meses, o que representa uma queda de 9,0% no quadro de funcionários. trocando em miúdos

08

Durante os 22 dias de mobilização, os bancários buscaram o apoio dos clientes e da sociedade para pressionar o Santander a parar as dispensas e forçar o banco a contratar mais bancários, a fim de proteger e ampliar empregos, melhorar as condições de trabalho e garantir atendimento de qualidade. Além do desemprego, os bancários que ainda estão atuando teem que suportar a sobrecarga de serviços, cobrança abusiva de metas, assédio moral, insegurança e adoecimentos, num desrespeito à saúde e à dignidade do trabalhador. De acordo com o Dieese, no primeiro trimestre de 2014, o lucro do Santander foi de R$ 1,428 bilhão. O banco fechou 58 agências, chegando a 150 unidades extintas nos últimos 12 meses, além de PABs, caixas eletrônicos e correspondentes bancários.


junho de 2014

Seminário discute saúde do trabalhador bancário Evento teve a participação de Walcir Previtale, diretor da Contraf-CUT

A saúde, ou a falta dela, esteve em pauta no Seminário Regional de Saúde do Trabalhador, que aconteceu durante os dias 2 e 3 de junho, promovido pelo Sindicato dos Bancários da Paraíba (SEEB/PB) em sua sede, na capital. Durante dois dias, diretores de vários estados do Nordeste compartilharam experiências e discutiram soluções no combate que fazem parte da rotina dos bancários e bancárias: assédio moral, perda da saúde psíquica, transtornos mentais e comportamentais, Lesão por Esforço Repetitivo (LER), entre ou males. O objetivo principal foi discutir o problema do adoecimento do bancário e buscar mais conhecimento sobre a questão no sentido de proporcionar uma melhor assistência à categoria. “É um momento importante em que estamos nos capacitando e qualificando para que possamos repetir experiências positivas registrados em outros

sindicatos, a exemplo do nosso vizinho pernambucano”, considerou o presidente do SEEB/PB, Marcos Henriques se referindo à presença dos diretores do Sindicato de Pernambuco, Wellington Trindade Júnior e João Rufino. Em sua participação no Seminário, o diretor de Saúde da Contraf-CUT, Walcir Previtale, sugeriu a implantação de uma política nacional de saúde do trabalhador, enfatizando que a questão da saúde do trabalhador bancário não é algo isolado, mas

BNB: Sindicato cobra do presidente reparação da honra dos bancários

que está no processo e organização do trabalho, passando por aspectos como a jornada diária, remuneração, terceirização. Previtale também ressaltou a importância da atuação dos sindicatos não apenas quando se trata das conseqüências, mas, principalmente, nas causas com ações preventiva. Ações como a cobrança cada vez maior contra as metas abusivas e o combate ao assédio moral. A ampliação do tema saúde do trabalhador para além da questão salarial também esteve em discussão. Para o coordenador do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (CEREST), Kleber José, em sua palestra sobre 'Qual o papel do Movimento Sindical no controle em saúde do Sistema Único de Saúde', não há como se falar em saúde com o ritmo acelerado de produção a que os bancários são submetidos.

Funcef e Previ: Diretoria do SEEB-PB agradece apoio da base

Por ocasião do congresso dos funcionários, a diretoria do SEEB PB questionou o presidente do BNB, Nelson Antônio de Souza, sobre o que a diretoria está fazendo para preservar a imagem do Banco e dos funcionários que foram indevidamente acusados de participar de operações fraudulentas aqui na Paraíba. O presidente da Instituição Financeira informou que o Jurídico está estudando o caso e que a direção do BNB vai dar total apoio aos funcionários, bem como responsabilizar a quem de direito. O Sindicato cobrou celeridade na reparação da honra dos funcionários e da boa imagem da Instituição Financeira.

Mesmo não obtendo êxito, em nível nacional, nas eleições para as diretorias da Funcef e da Previ, a diretoria do Sindicato dos Bancários da Paraíba agradece a confiança dos bancários de sua base de atuação e os votos na Chapa I Movimento Pela Funcef e na Chapa 4 Unidade e Segurança na Previ. Natascha Brayner, diretora do SEEB - PB que conduziu a campanha da Chapa 1 para a Funcef, e Jurandi Pereira, que foi candidato na Chapa 4 para a Previ, reforçam o agradecimento à base: "Infelizmente, os companheiros Brasil afora não tiveram a mesma compreensão dos valorosos bancários paraibanos nesse processo eleitoral". 09

trocando em miúdos


congressos nacionais

Bancários de bancos públicos fazem seus cong

O 25º Congresso Nacional dos Funcionários do BB e o 30º Conecef foram realizados em S

O 25º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil aprovou no dia 8, em São Paulo, ao final de três dias de discussões, a pauta de reivindicações específicas da Campanha Nacional dos Bancários de 2014. Participaram do encontro, realizado no Hotel Holiday Inn, 306 delegados de todo o país, dos quais 216 homens e 90 mulheres. Remuneração e condições de trabalho - Os delegados aprovaram a intensificação da luta pelo PCR, por mais contratações e por melhores condições de trabalho, sem assédio moral. O PCR deve valorizar o funcionalismo, estipulando como piso o salário mínimo do Dieese e o interstício na tabela de antiguidade de 6%, um valor maior das letras de mérito e com um tempo menor para adquirir os méritos (um ano e meio por letra). Saúde e previdência - Esses dois temas trouxeram muito consenso entre as diversas forças do movimento, quase não havendo divergências quanto à prevenção e preservação da saúde dos trabalhadores. Organização do movimento Os bancários reafirmaram a estratégia de campanha nacional unificada, com negociação de mesa única na Fenaban e mesas concomitantes para discutir as questões específicas do BB, além do modelo construído pela categoria de comissões de empregados que assessoram a Contraf-CUT nas negociações específicas com os bancos. trocando em miúdos

BB e sistema financeiro nacional - Com dados trazidos pelo Dieese e pelo Caref Rafael Matos, os delegados fizeram um amplo debate sobre a importância do fortalecimento do BB como banco público voltado para o financiamento da produção e do desenvolvimento econômico e social do país. Defenderam ainda a internacionalização do BB e a regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, que trata do Sistema Financeiro Nacional. Delegados aprovam apoio à reeleição de Dilma - O 25º Congresso também aprovou resolução de apoio à reeleição da presidenta Dilma Roussef, por avaliar que ela representa a melhor opção para os trabalhadores dentre os dois projetos que estarão em disputa na e l e i ç ã o d e o u t u b r o . O outro projeto representa o retorno ao governo das forças conservadoras e neoliberais, as mesmas que na década de 1990 privatizaram empresas públicas, retiraram direitos, congelaram salários e fizeram demissões em massa no BB e na Caixa, enfraquecendo seu papel de bancos públicos voltados para o fomento do desenvolvimento econômico e social. Liberdade sindical aos bancários nos EUA - O 25º Congresso aprovou ainda uma moção para que o BB assine acordo de neutralidade que permita a seus funcionários nos Estados Unidos o início de processo de organização sindical e de sindicalização. 10

O 30º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), encerrado no dia 8, no Hotel Holiday Inn, no Parque Anhembi, em São Paulo, definiu a pauta de reivindicações específicas a ser negociada com a direção do banco na Campanha Nacional dos Bancários 2014 e na mesa de negociações permanentes. Intensificar a luta por mais contratações - Lutar para que a Caixa atinja o mínimo de 130 mil empregados, tendo em vista dois fatores: a substituição dos trabalhadores terceirizados e o aumento das demandas em razão da ampliação dos programas sociais do governo federal. Carreira - Criação de um comitê de acompanhamento dos Processos Seletivos Internos (PSIs) e do Bancop, com a participação dos empregados. Também será reivindicada a concessão de um delta a cada dois anos pelo período em que não houve promoção por mérito nos Planos de Cargos e Salários (PCSs) de 1989 e 1998. Isonomia de direitos Isonomia entre empregados novos e antigos, com a extensão da licençaprêmio e do anuênio para todos os trabalhadores. Fim do assédio moral e melhorias no Saúde Caixa - A extrapolação do horário de trabalho, o assédio moral, as metas abusivas e a pressão por produtividade são elementos que mais impactam negativamente na saúde do


junho de 2014

gressos nacionais e definem respectivas pautas

São Paulo. O 20º Congresso Nacional dos Funcionários do BNB aconteceu em João Pessoa

trabalhador da Caixa e precisam ser combatidos para melhorar as condições de trabalho e trazer qualidade de vida aos e m p r e g a d o s . Há necessidade de ampliação dos serviços do Saúde Caixa e o melhoramento da sua rede credenciada, assim como a criação de um programa de fornecimento de medicamentos com preços diferenciados, além da otimização da gestão do plano. Mais democracia na gestão da Funcef - Exigência de mais democracia na gestão da Funcef, sobretudo no que diz respeito ao fim do voto de Minerva nas instâncias de decisão e, também para o fim do fator previdenciário. Aprofundar e aperfeiçoar o processo eletivo na Funcef. Segurança - Retomada do modelo de agência segura pela Caixa, instalação de portas giratórias com detector de metais em todos os estabelecimentos, colocação de divisórias entre os caixas, proibição de transporte de valores por bancários e fim do atendimento de empregados no espaço dos caixas eletrônicos das agências. Exigência do cumprimento do plano de segurança aprovado pela Polícia Federal. Organização do movimento Manutenção do atual modelo de realização do Conecef: os delegados são eleitos em fóruns preparatórios de caráter regional ou estadual, na proporção de 1 para 300 empregados por estado. Foi aprovada a meta de 50% de participação das mulheres no próximo congresso. As entidades sindicais devem levar no mínimo 40% de gênero para o evento.

Cento e onze delegados inscritos no XX Congresso Nacional dos Funcionários do BNB aprovaram por maioria de votos a pauta de reivindicações específicas a ser entregue à direção do Banco, de acordo com agenda da Campanha Nacional dos Bancários 2014, a ser definida pela Contraf-CUT e o Comando Nacional da categoria. O evento aconteceu nos dias 30 e 31/5, em João Pessoa (PB). Da pauta constam 57 cláusulas abrangendo os temas Emprego e Remuneração; Banco Público; Saúde e Previdência e Organização e Mobilização. A democratização da gestão do BNB e da Camed e Capef e a prevalência da meritocracia no processo de concorrência para funções em comissão. Outros assuntos aprovados considerados prioritários foram a implantação do novo Plano de Cargos e Remuneração, a valorização do salário de ingresso do PCR com desdobramento em toda a curva salarial e o combate à terceirização e à extrapolação da jornada de trabalho. Isonomia entre novos e antigos funcionários e a reintegração de demitidos na gestão Byron Queiroz também foram confirmados na pauta específica de reivindicações.

Chapa 1 vence eleição da Fenae

Debate Na abertura do evento foi realizado debate sobre conjuntura nacional e o papel do BNB. Pela primeira vez na 11

história dos congressos de funcionários, o presidente do BNB esteve presente no evento. Nelson Antônio de Souza teve a sua coragem e compromisso reconhecidos pela maioria dos delegados participantes que declararam enxergar no atual presidente do Banco um executivo com perfil técnico e visão política, capaz de dialogar com sinceridade e honestidade sobre os problemas enfrentados pela Instituição e seu corpo funcional. Momento emocionante no Congresso foi a exibição de vídeo Jayme Miranda – Memórias de Sangue, que mostrou às novas gerações o que foi o período de terror instalado há 50 anos pelos militares, através de um golpe, que perdurou até 1985. Principais Deliberações do Congresso · Democratização da gestão do BNB; · Democratização das gestões de Camed e Capef; · Prevalência da meritocracia nos processos de concorrência para funções em comissão; · Implantação do novo Plano de Cargos e Remuneração (PCR); · Valorização do salário de ingresso com desdobramento em toda a curva; · Combate à terceirização; · Combate à extrapolação da jornada de trabalho; · Isonomia; · Reintegração de demitidos irregularmente na gestão Byron. trocando em miúdos


junho de 2014

esporte, cultura e lazer

VII Arraiá da Capitá ão O melhor São Jono de João Pessoa

O Sindicato dos Bancários da Paraíba realizou, na noite da sexta-feita, 6 de junho, a sétima versão do Arraiá da Capitá, o São João dos Bancários, primeira festa oficial dos festejos juninos da Capital. Como se esperava, os bancários dançaram até a madrugada, embalados pela música nordestina executada pelas bandas Forró Saudade e Forró Caçuá, com repertórios muito animados.

TE R PA IDA MO A A Ç RC U FA TO S R SIST DA ÁRI@E AS DA O NC XA GOS OSC A B HE JO ON C AO AOS ÃO Ç rio LE á E c a S n

ba á um , o ber ir o at rece sist . c i d o as pa n i d a o S za r C a i o N ical sa p da d mi gos n i s ca s jo ao

MUITOS GOLS E DISCIPLINA MARCAM O CAMPEONATO QUARENTÃO O I Campeonato Quarentão de Futebol de Cinco teve início na noite do dia 20 de maio, na Arena 28 de Agosto, com um total de 20 gols nos dois jogos da primeira rodada: Banco do Brasil 2 X 5 HSBC; e Caixa Econômica Federal 3 X 10 Itaú. E o número de gols aumentou ainda mais na segunda rodada, que aconteceu no dia 3 de junho, em mais dois jogos: Banco do Brasil 0 X 9 Itaú; e HSBC 8 X 10 Bradesco. Para o secretário de esportes Washington Luiz o campeonato vem cumprindo o seu objetivo que é a confraternização entre os atletas. "Apesar de ser uma disputa, a disciplina é o ponto alto do certame até aqui", elogiou.

trocando em miúdos

12


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.