Dicas da Diplomata - 10 Macroestratégias CACD by Wanderley Moreno

L I ÇÕES

UMA

CE A CE D I S TA

A PROVA DA

10 MACROESTRATÉGIAS SIMULTANEAMENTE DECISIVAS PARA O CACD

PORQUE AP ENA S ESTU DAR NÃO BASTA !

Claudia Assaf Dipl o m ata a prova da n o C ACD -2006

e-book 2016 Todos os direitos reser10vados MACROESTRATÉGIAS SIMULTANEAMENTE DECISIVAS PARA O CACD W W W.DIC A SDA DIP LO MATA .C OM.BR www.dicasdadiplomata.com.br

SUMÁRIO

10 MACROESTRATÉGIAS SIMULTANEAMENTE DECISIVAS PARA O CACD W W W. D ICAS DAD IPL OM ATA . C O M. B R

Introdução Macroestratégia #1

Decidir pela carreira

Macroestratégia #2

Organizar a vida

Macroestratégia #3

Sacralizar o tempo

Macroestratégia #4

Planejar os estudos

Macroestratégia #5

Começar pelo simples

Macroestratégia #6

Estudar estrategicamente

Macroestratégia #7

Comparar-se consigo

Macroestratégia #8

Compreender cada reprovação

Macroestratégia #9

Dominar o português

Macroestratégia #10

Fugir dos pessimistas

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INTRODUÇÃO Um dia, em 2002, com quase 30 anos de idade, Decidi, com “D” maiúsculo, ingressar na car reira de diplomata, mesmo sem ainda saber exatamente o qu e dever ia estudar. Expliquei os motivos que me levaram a essa Decisão no livro “Diár io de B ordo - um voo com destino à car reira diplomática”, cuja pr imeira edição publiquei em dezembro de 2013. Tomada a Decisão, automaticamente tornei-me uma ceacedista - termo pelo qual os aspirantes a essa carreira se denominam, porque precisam, antes, ser aprovados no temido Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD), um dos exames estatais mais exigentes do Ser viço Foto: arqui vo p e ssoa l

Público Federal brasileiro. Embora a aprovação no CACD

S e lf ie tira d a no e sc r i tó r i o d a d i pl o m ata Claudia Assa f, na E m ba i x a d a d o Bra s i l em R iad e, c a p i t a l d a Ará b i a S a u d i ta , em 31/1 2/2015.

fosse desafiante, a Decisão estava tomada e eu queria ser isso aí, diplomata, não tinha volta. E quando uma leonina decide seriamente alguma coisa, sai da frente… I niciei os estudos sistemáticos para o C ACD do zero. Não estava em r itmo de estudo havia pelo menos onze anos, desde quando me for mara na UFRJ, em 1991, em M atemática - área das Exatas, que pouco ou nada dialo ga com o conteúdo cobrado pelo C ACD. Não ti nha qualquer contato com H istór ia e G eografia desde o meu Ensino M édio, antigo S egundo Grau - cursado entre 1985 e 1987, em escola pública, e numa época em que a gente memor izava nome dos r ios das margens esquerda e direita do Amazonas, data disso, data daquilo. Não se

“A única revolução possível é dentro de nós”.

analisava nada - competência cobrada intensivamente pelo C ACD.

Mahatma Ghandi Além disso, naqueles longos onze anos sem estudar, entre a for matura na UFRJ (1991) e a D ecisão por ingressar na car reira diplomática (2002), atuei profissionalmente em diferentes ramos, nenhum deles sendo diretamente relacionado aos temas cobrados pelo C ACD: trabalhei

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como analista de sistemas em uma multinacional;

por meio do compar tilhamento de dicas com base

tomei coragem, pedi demissão e fui estudar árabe

no meu processo preparatór io.

- outro sonho que nutr ia - por meio de um intercâmbio na Universidade de Damasco, Sír ia; findo

Consegui - FINALMENTE - passar na desafiante prova

o intercâmbio de dois anos, ingressei na aviação,

em 2006, no quar to ano da empreitada, alcançando

onde atuei por cerca de sete anos como comissár ia

a 24a. colocação geral, graças às estratégias emocio-

de bordo de uma empresa aérea árabe, residindo

nais e de estudo que coloquei em prática e que, hoje

no G olfo Pérsico.

sei bem, foram decisivas para a minha aprovação. Isso porque apenas estudar não basta, se a meta é

Foi quando atuava como aeromoça, mas já queren-

ser aprovado(a) no CACD - tema deste e -book.

do retor nar definitivamente ao Brasil, que me veio, pela pr imeira vez, em 1996, a ideia de ser diplo -

Hoje, já atuando há mais de dez anos como diplo -

mata. M eu pr imeiro C ACD eu tentei naquele ano,

mata, distanciada da época em que era uma ce -

1996, sem estudar nada. Trauma absoluto! D esisti

acedista, perecebo, claramente, que estudar ape -

completamente dessa ideia absurda,

nas não bastará. A par te emocional - como vida

pensei en-

tão, e continuei voando.

familiar e financeira equacionada - deve estar tão bem quanto seus estudos, que, por sua vez, devem

Em 2002, de volta ao Brasil, não conseguia me rein-

ser estratégicos, porque estamos falando de muita

ser ir no mercado de trabalho brasileiro passados

matér ia a ser estudada, humanamente impossível

tantos anos fora e com 30 anos de idade, o que me

de se inter nalizar sem estratégias específicas.

fez chegar ao fundo do poço, profissionalmente falando. S em qualquer perspec tiva profissional no

S endo assim, decidi voltar no tempo, cumpr ir a

meu própr io país, sentia-me inútil e impotente, o

promessa feita e compar tilhar com os ceacedistas

que, conjugado com minha vontade de atua r inter-

de hoje dez macroestratégias sem as quais, na mi-

nacionalmente em nome do país amado, o Brasil,

nha humilde opinião, o seu processo pre paratór io

veio a decisão do fundo da alma - a de me prepa-

poderá se tor nar uma via crucis e até impedir que

rar para enfrentar novamente o exame que alguns

seu estudo renda o que dever ia render. Com as dez

anos antes me assustara - o C ACD.

macroestratégias que sistematizei com base no que vivi, você ganhará em produtividad e nos es-

A falta de conhecimento dos temas cobrados era

tudos e nutr irá a paz necessár ia para um processo

inversamente proporcional à vontade em apren-

preparatór io sereno, sem ansiedades e realístico,

der o que fosse necessár io - coisas de leonina. I ni-

aproximando o(a) ceacedista de hoje ainda mais da

ciei, naquele finzinho de 2002, a longa caminhada

sonhada aprovação. E o melhor : você não preci-

rumo ao I tamarat y. Fiz uma promessa: se um dia

sa ser um(a) leonino(a) para alcançar seu s sonhos!

eu passasse no C ACD, ajudar ia os novos asp irantes

B oa leitura!

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MACROESTRATÉGIA #1

“Ao tomar uma decisão de menor importância, eu descobri que é sempre vantajoso considerar todos os prós e contras, mas, nas decisões importantes da vida pessoal, como escolha do companheiro ou da profissão, devemos ser governados, penso eu, pelas profundas necessidades íntimas da nossa natureza”.

Sigmund Freud

As chances de aprovação no CACD serão tanto maiores quanto mais alta tiver sido a QUALIDADE de sua motivação em se tornar diplomata. Diferentes obstáculos aparecerão ao longo do seu preparatório. A questão é se você terá sabedoria emocional para superar cada um e, assim, continuar com a motivação nas alturas, como no início do processo. Para que tenha a sabedoria para superar cada obstáculo, bastará visualizar o dia do resultado e o seu nome na lista dos aprovados. Henry Ford dizia: “só vê obstáculos quem desfoca do objetivo”. Para não desfocar do objetivo, por sua vez, você deverá desejar alcançá-lo do fundo de sua alma - e aqui está o pulo do gato.

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#1 - Decidir pela carreira Nem todos os ceacedistas desejam ser diplomata do fundo da alma, simplesmente porque fantasiam em que, de fato, consiste a carreira e mal se interessam pelo que estudam. Para os que apenas tentam o CACD para obter um título pomposo diplomata - estudar é um fardo, simplesmente porque aquilo que idealizam - festas e extravagâncias - não combina muito com horas e horas de estudo a respeito de nossa história, nossa sociedade, nossa política externa, as regras de direito internacional ou de economia. Sonhar com algo do fundo da sua alma dependerá exclusivamente de um elemento: da QUALIDADE da sua MOTIVAÇÃO em realizar seu sonho, no caso em tela, ser diplomata de carreira do Estado brasileiro. A motivação de baixa qualidade, e, portanto, que não contribuirá para manter o foco no processo preparatório, mesmo em meio aos obstáculos, é aquela baseada em percepção fantasiosa e equivocada do que é ser diplomata ou, ainda, decorrente da vontade de agradar a alguém. Motivação assim não se sustentará no tempo e não fará que deseje a aprovação do fundo da alma, mesmo porque não terá interesse genuíno nos múltiplos temas a serem estudados. Não há formula mágica para passar no CACD - você vai ter de estudar, e muito. Ler e estudar temas com os quais não simpatizamos, só para agradar a terceiros ou achar que tomará chá com a Rainha Elizabeth, será uma tortura. Nesse caso, ao primeiro obstáculo, virão as desculpas esfarrapadas, a vitimização e o olhar gordo para o vizinho. Se, mesmo assim, ocorrer de ingressar na carreira, a decepção será fenomenal. Isso ocorrerá porque, ao contrário do que imaginava, não usufruirá de vida glamourosa em meio à alta sociedade; não passeará mundo afora à custa do erário; não terá tempo sobrando para diariamente frequentar restaurantes e fazer turismo; não acessará a alta cúpula dos governos pela porta da frente e sem qualquer rigor; não se divertirá em festas finas em 99% de seu tempo; será subalterno, empregado,

seguindo ordens e instruções, que deverão ser cumpridas, no matter what. Não perca seu tempo com esse projeto se sua motivação tiver sido de baixa qualidade. A motivação de alta qualidade, por sua vez, será fundamental para não o(a) desviar da realização do sonho. É a motivação amparada na identificação que o(a) candidato(a) tem com a realística rotina do(a) diplomata (*). Se você pertencer a este segundo grupo, as chances de aprovação são significativas, porque estará decidindo por um ofício acerca do qual pesquisou e descobriu que o(a) diplomata é servidor(a) do Estado e, assim, segue instruções; desempenha múltiplas tarefas, desde administrativas, passando por temas consulares, até negociações bilaterais ou multilaterais. Está já ciente de que não terá capacidade de mudar o mundo - caso queira mudar uma realidade, considere trabalhar em ONG ou fundar uma, instituiçōes que desenvolvem belíssimo trabalho no terreno. A macroestratégia #1 mostra que, se estiver consciente do que se trata o ofício de diplomata e concluir que é o que quer para si, sua decisão por encarar o desafio será consciente, e, assim, serão mínimas as chances de desistir ao primeiro obstáculo. Para quem sustentou sua decisão em motivações não fantasiosas, quando surgirem os obstáculos na caminhada rumo à meta, simplesmente mudará sua direção para alcançá-la, mas, não, a decisão de chegar lá. Resulta daí a importância de tomar sua decisão em se tornar ceacedista com base em subsídios realistas acerca da carreira - atitude que caracterizará a motivação de alta qualidade. (*) Para conhecer melhor a rotina do(a) diplomata e ajudá-lo(a) a saber se é essa carreira que deseja seguir, ler as publicações de 31/12/2015 a 13/2/2016 disponíveis na fanpage Dicas da Diplomata, no Facebook, e assista, por lá, ao vídeo “Por que decidi ser ceacedista?”

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MACROESTRATÉGIA #2

“A organização é um meio de multiplicar a força de um indivíduo”.

Peter Ducker

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#2 - Organizar a vida Para conseguir se dedicar de forma producente ao processo preparatório ao CACD, sua vida pessoal deverá ter sido adaptada para acomodar o desafio, por meio de planejamento HARMÔNICO e REALIZÁVEL. Harmônico, porque precisará contar com a compreensão e a participação afetiva de seus entes amados com quem você reside ou se relaciona: pais, irmãos, cônjuge, filhos pequenos, filhos adolescentes, namorado(a), rolo, parentes e amigo(s). Essa compreensão deverá ser conquistada com diálogo, jamais imposta. O diálogo é fundamental para explicar, aos afetivamente envolvidos, em que consiste o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata, por que o projeto é de longo prazo, como o ingresso na carreira o(a) realizará como profissional e como, juntos poderão visualizar os prós e os contras que a sua vida de diplomata trará para aqueles que serão afetados por sua decisão. Realizável, porque, independentemente do contexto de sua vida pessoal, seu planejamento não consistirá em abandonar as pessoas que ama, e, sim, em conseguir identificar os momentos, por menores que sejam, em que poderá se dedicar ao projeto do CACD, preferencialmente contando com a colaboração dessas pessoas em entender que seu tempo com eles poderá diminuir em quantidade, jamais em qualidade. Converse com seus entes amados, esclarecendo que, muitas vezes, precisará estar isolado(a) no quarto ou na biblioteca mais próxima, mas, nesses isolamentos, você não estará os amando menos, apenas estará em concentração máxima, sem poder ser interrompido(a). A certeza do ceacedista de que sua relação com os entes amados está bem e sob controle enquanto está estudando viabilizará o estado de espírito ideal para o aprendizado producente. O planejamento financeiro, por sua vez, dialoga com sua vida profissional atual. Se você depender do salário para sobrevi-

ver, precisará identificar claramente os momentos possíveis para estudar, como considerar acordar às 4h30min da manhã e estudar das 5h às 8h, por exemplo, antes de seguir para o trabalho. Especificamente acerca do emprego atual, haveria, ainda, outras variáveis a serem contempladas: se existe uma carreira envolvida que não poderia ser interrompida neste momento; se está com curso superior ainda em andamento etc. Caso seu trabalho seja apenas uma fonte de renda, sem carreira envolvida e você já esteja formado(a) em nível superior, talvez fosse interessante considerar pedir licença do trabalho, sem vencimentos, ou diminuir a carga horária, com o respectivo ajuste salarial, para estudar, naqueles casos em que o(a) candidato(a) poderá abrir mão do salário e ter a coragem de pedir demissão - que foi o meu caso, pois havia juntado uma economia do trabalho anterior -, ou se haveria pessoas dispostas a ajudá-lo(a) financeiramente enquanto estuda para o CACD, como os pais ou um parente próximo que torce por você, ou se poderá economizar por um tempo uma reserva financeira para, depois disso, poder ficar sem trabalhar por uns dois anos com vistas a estudar o grosso, e, depois, quando estiver apenas na fase de exercitar e consolidar o conhecimento na reta final, o que eu também fiz, ao optar por continuar trabalhando a partir do terceiro ano do meu preparatório (*). Se você já é um(a) ceacedista, mas com a vida pessoal e profissional não equacionada, considere dar uma pausa nos estudos e resolver, antes, essas questões. Não se trata de abandonar tudo e todos, nada disso. Quem optar por continuar trabalhando, quem tem filhos e uma agenda familiar atribulada etc. também terá chances. A ideia central desta macroestratégia #2 é fazer um raio-x de sua vida pessoal e identificar, por meio de planejamento e diálogo, como poderá adaptá-la a sua “vida paralela” de ceacedista ao longo dos próximos pelo menos dois anos, usando alternativas inteligentes e criativas.

(*) Para ajudar em seu planejamento financeiro em relação aos cursinhos, assista ao vídeo “Fazer ou não fazer cur$inho?”, publicado em 24/9/2016, na fanpage Dicas da Diplomata, no Facebook. 10 MACROESTRATÉGIAS SIMULTANEAMENTE DECISIVAS PARA O CACD W W W.DIC A SDA DIP LO MATA .C OM.BR

MACROESTRATÉGIA #3

“Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”.

José Saramago

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#3 - Sacralizar o tempo Se você tem por meta a aprovação no CACD, mude sua relação com o tempo a partir do momento em que concluir a leitura deste e-book. Afirmo isso conscientemente, porque aconteceu comigo: uma das estratégias mais significativas para minha aprovação no CACD foi ter reformulado a minha relação com o tempo. Até o tempo de deslocamento entre uma atividade e outra era aproveitado em meu planejamento. Eram “vácuos” que eu preenchia com aulas ou textos gravados por mim, que tocavam no fone de ouvido, e assim, ouvia aquele tema pela “milésima vez”.

“cantos da sereia” que desviam sua atenção para atividades que em absolutamente nada acrescentarão na sua caminhada rumo à meta. Por oportuno, observo que o horário para acordar é outro tema a ser considerado quando falamos da sacralidade do tempo. Dormir é importante, aliás, fundamental, mas sete a oito horas por dia bastam. Ir dormir às 22h e acordar pouco antes das 5h da manhã, quando os demais ainda dormem, deverá fazer parte da rotina do(a) ceacedista. É uma prática dos vencedores - os sócios do “Clube das Cinco”. Entre de sócio(a) nesse clube!

Quando decidi ser diplomata e iniciei os estudos, qualquer intervalo de tempo obrigatoriamente ocioso, como na sala de espera do médico ou na longa fila do supermercado, deixava-me angustiada, porque sabia que estava deixando de aprender algo novo ou memorizar o que já havia estudado. Se estivesse impossibilitada de estudar, por estar andando de metrô ou dirigindo, ficava apreensiva e com a sensação de tempo perdido. Assim, precisei desenvolver técnicas para que não mais me sentisse assim, quando descobri que podia estar aprendendo até mesmo naqueles momentos “mortos”, em que não podia sentar para estudar. Passei a adquirir ou consolidar conhecimentos relacionados ao conteúdo programático do CACD até naquelas horas de esperas forçadas.

É o planejamento de estudos, tema abordado em outras macroestratégias deste e-book, que será seu principal aliado no aproveitamento máximo do seu tempo. Isso não significa que abrirá mão do lazer, ao contrário. Com o momento do lazer bem definido em seu planejamento, você usufruirá de momentos mágicos se divertindo ao lado de seus entes amados ou sozinho(a), sem que se sinta culpado(a) por não estar estudando (mas se seu lazer for ir sozinho(a) ao cinema, por exemplo, não se esqueça de colocar um livreto da “Folha Explica” no bolso para ler na fila da pipoca, ok?)

Há outras forma de tratar o seu tempo como sagrado, como se abster de verificar e-mails a cada cinco minutos; de receber notificações de todos os aplicativos que estão baixados no seu smartphone; de acordar de manhã sem saber o que irá escutar enquanto faz a higiene matinal e se arruma; ou de acordar depois das 7h da manhã, muito tarde na minha opinião. Cuidado para os

Preencher os momentos em que não podemos estudar com microtarefas possíveis e produtivas, seguindo planejamento detalhado da rotina diária, são maneiras inteligentes de tratar seu tempo com a sacralidade que ele merece. Afinal, a missão “passar no CACD” ou realizar qualquer sonho é projeto de longo prazo; o pouquinho acrescentado a cada dia fará enorme diferença lá na frente - fato. Um golzinho por dia, mesmo que empatando com o adversário, poderá lhe dar o título ao final do campeonato.

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MACROESTRATÉGIA #4

“A maioria das pessoas não planeja fracassar; fracassa por não planejar”.

John L. Beckley (1913-1998) Fundador da editora estadunidense Economics Press Inc.

Com as três macroestratégias descritas até aqui já bem equacionadas, é momento de se dedicar, com foco inabalável, à atividade nuclear do processo preparatório, dentro do tempo disponível que terá em sua rotina: estudar. Não poderá estudar aleatoriamente, pois, assim, você será como um barco sem leme no alto mar de conhecimento exigido pelo CACD. O planejamento de estudo representa o leme; é aquele que direcionará sua viagem para o destino traçado, o fiel escudeiro a conduzir o(a) ceacedista no caminho rumo à aprovação.

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Além disso, planejar seus estudos permitirá manter a serenidade ao longo de seu longo processo preparatório. Isso ocorre porque o planejamento tem dois objetivos específicos: deixar claro ao(a) candidato(a) o caminho já trilhado e o ainda a trilhar; e, em decorrência disso, manter o(a) candidato(a) no comando do próprio preparatório. Assim, você não baixará sua guarda para se subestimar, porque estará consciente por que não domina este ou aquele ponto - simplesmente porque ainda não chegou o momento de estudá-lo dentro do planejamento elabo-

#4 - Planejar os estudos rado. Sereno(a), sem estresse ou ansiedade, graças ao mapeamento do caminho a ser trilhado, você otimizará a absorção de cada conhecimento sendo adquirido. Não se afetará com o que falta estudar, porque estará tudo já devidamente mapeado; focará no que estiver estudando e celebrando cada aprendizado.

zar-me com todos os dez pontos do programa de HB até daqui a cinco meses”; (b) metas de médio prazo - por exemplo, “a cada mês, deverei cobrir dois pontos do programa de HB, para que, em cinco meses, eu tenha me familiarizado com todos os dez pontos”; e (c) metas de curto prazo - por exemplo, considerando o mês de outubro (cobrir dois pontos do edital):

Uma vez convencido(a) de que precisará planejar seus estudos, vem a pergunta: como devo elaborar meu planejamento? Não precisa pagar caro um orientador ou coach para lhe dizer o óbvio: para planejar seus estudos, em primeiro lugar, tenha em mão o edital do concurso. Guie-se pelo conteúdo programático do edital mais recente, item por item, para cada disciplina. Busque seguir um roteiro que contemple as ideias que compartilho a seguir.

- na semana de 1/out a 7/out, cobrir “1. A configuração territorial da América Portuguesa. 1.2 O Tratado de Madri e Alexandre de Gusmão”;

O planejamento deverá ter três dimensões, de curto, médio e longo prazo, sendo que as metas de curto prazo deverão estar especificadas em planejamentos diários de estudo. O trio dimensional, por sua vez, deverá ser pensado à luz de dois diferentes planos, a depender de seu conhecimento na disciplina cujo estudo estiver planejando: familiarização e aprofundamento. No plano da familiarização, como o nome diz, você fará leituras leves e palatáveis, assistirá a aulas gratuitas pelo You Tube, enfim, tomará o primeiro contato com a temática, caso nada saiba ou saiba muito pouco. Ao longo do processo de familiarização, escreverá as principais ideias em seus cadernos temáticos. No plano de aprofundamento, desta feita, o estudo precisará estar baseado em obras mais sofisticadas, preferencialmente naquelas sugeridas na bibliografia recomendada, ainda que em resumo dessas obras. Vamos supor que, em História do Brasil (HB), você esteja iniciando seus estudos, portanto estará ainda no plano “familiarização”. Prepare cadernos temáticos e planeje suas três dimensões: (a) macrometas de longo prazo - por exemplo, “familiari-

- na semana de 8/out a 15/out, cobrir “2. O processo de independência; 2.1 Movimentos Emancipacionistas. 2.2 A situação política e econômica europeia.”; - na semana de 16/out a 23/out, cobrir “2.3 O Brasil sede do Estado monárquico português. 2.4 A influência das ideias liberais e sua recepção no Brasil.”; e - na semana de 24/out a 31/out, cobrir “2.5 A política externa. 2.6 O Constitucionalismo português e a independência do Brasil.” Observe que, para esse planejamento de curto prazo ser cumprido, precisará definir na sua agenda de rotina diária as horas em que deverá estudar esses temas. O planejamento de horários só você será capaz de elaborar, porque só você conhece sua rotina diária. O planejamento diário é seu personal trainer! No segundo ano do seu processo preparatório, poderá elaborar planejamento semelhante, cobrindo os mesmos temas do edital, mas, desta feita, suas fontes de estudo serão obras mais sofisticadas em termos de conteúdo, preferencialmente as obras relacionadas na bibliografia recomendada, além de dar início à prática de provas passadas, com vistas a aprofundar cada item do programa e pegar manejo de prova. Sem pressa, no seu ritmo, você chegará lá.

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MACROESTRATÉGIA #5

“Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha”.

Confúcio

Quando o assunto é CACD, muitos que sonham com a carreira diplomática têm medo só de ler o conteúdo programático, porque nunca antes ouviu falar do item cobrado. Não deveria ser assim, mas entendo muito bem esse sentimento, porque passei por isso. A humildade em aceitar o desconhecimento temático e decidir começar do simples foi o que me impulsionou rumo à aprovação no CACD, sem pressa, consciente do desafio da autossuperação, aceitando a realidade do longo prazo para o alcance da meta. Lembro-me da primeira vez que li termos do conteúdo de Economia, como elasticidade preço da demanda, ou keynesianismo; em História do Brasil, entender período joanino, período regencial, Brasil-Império, diferentes fases da República; ou em Geografia, formação espacial do território brasileiro, e muito mais. Como não se assustarem, os que nunca antes haviam estudado isso ou fazia mais

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de uma década que não lidava com esses temas? Isso tudo é muito pouco para fazer uma leonina decidida desistir da meta. Após ter estudado do comecinho, com o auxílio de professores que entendiam a minha “dor”, frequentando, até mesmo, cursinhos de pré-vestibular em meio aos adolescentes de 15 e 16 anos, eu descobri que aquele conhecimento era simples, uma vez entendido em sua plenitude. Feito isso, era momento de consolidar os conceitos agora esclarecidos, por meio da leitura das obras da bibliografia do concurso. Tudo isso leva tempo, muito tempo, daí a humildade que deverá ter em aceitar que precisará começar do elementar - minha estratégia de ouro, pela qual agradecerei eternamente a mim mesma e à espiritualidade que me concedeu esse insight, e, assim, tê-la adotado durante meu preparatório, sem pressa. Acreditar no valor das obras mais

#5 - Começar pelo simples

simples para se familiarizar com cada ponto do edital, e, só posteriormente, considerar ler fontes mais sofisticadas ou contratar professores, para absorção plena do tema ao nível exigido, poderá ser a estratégia que faltava para você. Não precisa contar para ninguém que você está googlando aquele ponto, se não souber ainda nada a respeito do tema. E digo mais: o sabichão também googlou, tenha certeza disso! Uma das formas de estudar estrategicamente é começar pelo simples, se o tema for novo para você. Reconheça que não adiantará ler todos os “tijolos” ou clássicos e não reter o conhecimento por não tê-lo entendido, ou levar muito tempo lendo uma única obra, sem entender essa obra nas suas entrelinhas, ler por ler, só porque os candidatos “que já sabem tudo” se exibem com essas obras embaixo dos braços. Estará perdendo tempo. Igualmente, não absorverá nada se começar lendo

obras sofisticadas, só porque está na bibliografia recomendada, sem nem mesmo saber do que se trata, só para dizer que leu determinada obra exigida. Esqueça! Muitos ceacedistas acreditam que, para passar, é fundamental que se leiam essas obras recomendadas. Você se esforça para fazer isso, lê os clássicos da bibliografia, mesmo sem nem entender muito bem aquela teoria toda, mas pelo menos leu. E não terá adiantado nada, se não tiver entendido 101%. Ler a bibliografia recomendada é importante; mas lê-la entendendo muito bem deve ser a meta. Para isso, antes, prepare-se para entendê-las, começando pelo simples, por material mais elementar, que não consta na lista de bibliografia recomendada. Você saberá que entendeu o ponto se conseguir explicá-lo com suas próprias palavras, usando linguagem simples e fazendo alguém entender o que você explicou.

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MACROESTRATÉGIA #6

“De nada adiantará ter estudado, se não desenvolver estratégias de recuperação imediata do que estudou, porque o processo preparatório ao CACD é de longo prazo, e a matéria estudada cairá no esquecimento”.

Claudia Assaf

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#6 - Estudar estrategicamente Estudar não basta; é preciso memorizar o que estudou.

estudado para um interlocutor disposto a ouvir. Ou-

O processo preparatório é de longo prazo, e, assim, mui-

tra ideia - e essa foi a minha técnica principal, a que

to provavelmente, após alguns anos, não mais se recor-

mais me ajudou - seria você explicar o ponto estudado

dará da tese de um autor da bibliografia recomendada

para si mesmo(a), gravando em algum equipamento, no

ou de um episódio da História do Brasil. Como há uma

próprio smartphone, por exemplo (na minha época era

carga muito grande de conhecimento a ser adquirida,

walkman). Ao longo dos meses, periodicamente ouvir o

seu estudo deverá ser estratégico, com vistas a facilitar

áudio gravado, preferencialmente naqueles momentos

sua memorização.

em que não estaria estudando, como na fila do supermercado, do cinema ou do consultório médico. Tenha

Estudar estrategicamente é saber extrair elementos que

sempre um desses áudios acessível. Sempre. Busque

ajudem a recuperar a informação estudada. Ao ler um

desenvolver técnicas de memorização que funcionem

texto, busque identificar a ideia central, listar as pala-

para você, ou combine diferentes técnicas.

vras ou as expressões chave. Resumos também são importantes, se elaborados com suas próprias palavras.

É importante frisar, mais uma vez, que nenhuma das

Só é possível resumir com suas palavras se você enten-

técnicas de memorização, no entanto, funcionará se

deu o ponto estudado. Não dá para entender mais ou

você não tiver entendido integralmente o assunto es-

menos. Se ainda não entendeu integralmente o ponto,

tudado. Isso só é possível por meio do entendimento

busque ler por outra fonte, até entender.

pleno das causas, do contexto, dos antecedentes etc. Assim, de nada adiantará dizer que leu este ou aquele

Feitos resumos, listas, fichamentos etc. - vem o pulo

livro, se não souber explicar com suas palavras as ideias

do gato: memorizar o que produziu. É preciso fazer o

centrais, mesmo após meses da leitura, por exemplo. É

assunto estudado entrar em sua corrente sanguínea!

por isso que a maturidade do(a) ceacedista, em termos

É momento de fixar o conhecimento na sua mente, ao

de conteúdo, é construída com o passar dos meses, não

longo de todo o sempre. Para que isso ocorra, será pre-

se dá da noite para o dia.

ciso desenvolver alguma técnica pela qual conseguirá, periodicamente, ter acesso ao material que produziu

Estudar estrategicamente é buscar o entendimento ple-

durante os estudos.

no do assunto, resumindo e listando expressões chave referentes ao tema, e aplicando técnicas para memori-

Como fazer isso?

zar o material que elaborou - permitindo que toda a carga de conhecimento adquirida esteja presente em sua

Uma técnica comprovada de retenção do aprendizado

mente no dia da prova do CACD do ano em que você

é você explicar, com suas próprias palavras, o ponto

estiver na linha de frente para obter a aprovação.

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MACROESTRATÉGIA #7

“Não compare seus bastidores com o palco do vizinho”.

Márcia Luz, psicóloga

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#7 - Comparar-se consigo

Admirar o candidato que domina um assunto, estu-

mento, sim, deve ser celebrado - e muito. Alegre -

dar respostas publicadas no Guia de Estudos, tro -

-se demais com cada golzinho que marcar por dia

car ideias com outros mais exper ientes no C ACD

ao adquir ir ou consolidar um conhecimento, por

são atitudes impor tantes, mas não para deixá-

simples que seja.

-lo(a) desanimado(a), subestimando -se, sentindo -se infer ior e incapaz. Lembre -se de que todas es-

Além disso, ao se comparar com o outro já em fase

sas pessoas, pouco tempo antes de dominar todo

avançada de estudos e desanimar, você estará sen-

aquele conhecimento, tiveram de dar o pr imeiro

do injusto(a) consigo e com o colega. Isso porque

passo, tal como você hoje está dando.

você estará comparando seus problemas, suas angústias e seus desafios com os resultados do cole -

Você sabe qual o resultado de dois mais dois, mas,

ga. Saiba que o bastidor da pessoa com quem você

quando tinha quatro anos de idade e iniciava sua

está se comparando poderá estar sendo tão ou mais

vida escolar, você não sabia. D e tanto treinar e uti-

árduo que o seu, a única diferença sendo que a pes-

lizar esse conhecimento, a resposta de dois mais

soa está há mais tempo na luta.

dois está no seu cérebro de for ma automática. Da mesma for ma, ao estudar o tema e for adquir in-

Foque na sua caminhada, dando o máximo de si,

do a matur idade nesse conhecimento específico,

comparando seus própr ios resultados com o seu

estudando estrategicamente, ao se comparar con-

estado pouco tempo atrás. O ganho terá sido in-

sigo, verá claramente o que hoje você sabe bem,

cr ível. S erão esses avanços que per mitirão que

mas desconhecia completamente por ocasião do

ingresse no páreo para ser aprovado(a) no C ACD

início de seu preparatór io. Esse ganho de conheci-

daqui a alguns meses ou anos.

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MACROESTRATÉGIA #8 “Eu tentei 99 vezes e falhei. Mas na centésima tentativa eu consegui. Nunca desista de seus objetivos, mesmo que eles pareçam impossíveis. A próxima tentativa pode ser a vitoriosa”.

Alberto Einstein

Não se iluda pensando que será aprovado(a) no CACD em alguns poucos meses ou nos primeiros anos de seu preparatório, porque muito provavelmente não vai acontecer. Em vez de jogar todas as suas expectativas no resultado, concentre-se na caminhada para aprender as lições durante a tentativa de superação de desafios. Essas lições valiosas, incluindo as suas reprovações, serão seu sólido alicerce na prova do ano em que será aprovado(a).

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Se achar que será aprovado(a) em apenas um ou dois anos depois que iniciou os estudos para valer, a decepção ao ser reprovado(a) a cada edição do concurso será mais intensa do que o necessário, podendo levar à desistência de um projeto que começara muito bem. Realisticamente, a aprovação tem fortes chances de chegar para os que caminharem de forma focada no médio prazo de três a cinco anos, ou

#8 - Aprender com cada reprovação no longo prazo de seis a dez anos, contados a partir do momento em que iniciou seriamente seus estudos, sem se acomodar na caminhada, sem fazer pressão sobre os resultados. Resultado não nos pertence; a nós, cabe tentar, dando nosso máximo. Assim, se você ficar fazendo contas e previsões, do tipo “se eu estudar por três ou cinco anos e não passar vou ter perdido tempo da minha vida”, esqueça. Nem comece a tentar. Pensamentos desse tipo contaminarão seu estado de espírito ideal para ser aprovado, e aí mesmo é que a aprovação não virá. Em vez disso, relaxe, invista toda sua energia possível, saindo da sua zona de conforto, durante o processo preparatório, com a certeza absoluta de que, mesmo que não passe, terá adquirido uma carga tão grande de conhecimento sem precedentes, que outras portas até mais vantajosas que a diplomacia se abrirão. Agindo assim, sem colocar a pressão no resultado, o resultado chegará quando você menos esperar, e, mesmo se não chegar, você terá lucrado - pelo menos nunca se arrependerá por não ter tentado. Muitas vezes um concurso não seleciona os mais competentes, os mais aptos. Primeiro, caberá a você rever a macroestratégia #1 - se é isso mesmo que quer da vida profissional - e, em caso afirmativo, considerar estipular um período em que estará disposto(a) a tentar - eu me dei sete anos - ou ficar tentando até passar. São opções muito pessoais, cada um deverá definir para si, ninguém mais. Em ambas as hipóteses haveria argumentos a favor e contra para essa definição de prazo para passar. Eu, pessoalmente, acredito serem dez anos o limite do aceitável. Se não obtiver a aprovação neste prazo tendo dado o melhor de si, é porque não era para ser assim, e caberá a você aceitar o destino a você reservado, partir para outros projetos. O motivo de não ter passado se revelará depois de muitos anos, porque você verá que sua vida estará muito bem, mesmo sem seguir a carreira de diplomata.

Independentemente do resultado, jamais pense que perdeu tempo, ou que é incapaz, porque o aprendizado e o amadurecimento intelectual adquiridos durante os anos tentando terão sido possivelmente os maiores de sua vida pessoal e profissional, e nem sempre os melhores passam. Há múltiplas variáveis envolvidas para sermos bem-sucedidos em concursos. Os que obtiveram a aprovação em apenas um ou dois anos, normalmente é porque já tinham familiaridade acadêmica e profissional relacionada com grande parte dos temas cobrados pelo CACD, bem como já estavam expostos à prática quase diária da modalidade escrita da norma culta do português - competência-alicerce para a aprovação no CACD, na minha opinião. Se tiver expectativas de aprovação logo nos primeiros anos só porque está estudando com afinco, acordando muito cedo e deixando vida social de lado, saiba que a raiva, a decepção ou até a autopiedade decorrentes das reprovações anuais dominarão seu estado emocional de tal forma que seu cérebro poderá se fechar para absorver o conhecimento e a aprendizagem que ainda faltavam. Com estado emocional abalado e capacidade de absorção de conteúdos afetada, você tenderá a se sentir incompetente e arruinará seu projeto em se tornar diplomata. Em vez disso, aprenda com os erros e seja grato(a) pela oportunidade de amadurecimento oferecida a cada empecilho que se apresentar. Lembre-se de que sua capacidade de absorção de conhecimento cresce exponencialmente a cada ano, porque sua maturidade e seu conhecimento no segundo ano preparatório é maior que aqueles do primeiro, e assim sucessivamente. Sem reprovações prévias, a aprovação não chegará. Aceite como parte do caminho a ser seguido e se reenergize com essas reprovações.

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MACROESTRATÉGIA #9

“A prova de Português afere o domínio, por parte do candidato, da norma culta na modalidade escrita da língua portuguesa, sua competência de leitura e análise críticas, bem como a capacidade de síntese e de organização de idéias”.

Guia de Estudos 2013 https://sistemas.mre.gov.br/kitweb/datafiles/IRBr/pt-br/file/concurso/2013/GUIA_DE_ESTUDOS_2013.PDF

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#9 - Dominar o português De nada adiantará dominar todas as matérias cobradas

Para dominar o por tuguês de excelência cobrado

no edital, se não souber expressar seu conhecimento

pela Banca Examinadora do CACD, você deverá ter

por meio da modalidade escrita da variação culta da lín-

duas habilidades bem desenvolvidas: habilidade

gua portuguesa. Será como um prédio com alto padrão

analítica e habilidade técnica. A sua capacidade ana-

de acabamento, o mais fino, mas construído sobre fun-

lítica dependerá só de você, das suas leituras, da sua

dação de areia. Vai desmoronar. Da mesma forma, domi-

experiência de vida, da sua visão de mundo. Já a ha-

nar o conteúdo programático de todas as matérias, mas

bilidade técnica poderá ser desenvolvida por meio

sem dominar a modalidade escrita da norma padrão do

do aprendizado de regras gerais inerentes ao texto

português talvez permitirá que você passe apenas pelo

de excelência, referentes à organização geral de seu

crivo do teste de pré-seleção (TPS) - mas não será pos-

texto, à paragrafação, às técnicas argumentativas

sível superar a segunda fase, que consiste em prova dis-

consagradas ao estilo e à adequação gramatical.

cursiva só de português, com cinco horas de duração. No curso online de minha autoria “Redação para o A cobrança da proficiência na modalidade escrita do

CACD - uma abordagem pragmática”, eu compar ti-

idioma pátrio pelo CACD é acima de qualquer expecta-

lho dicas técnicas que os mestres que me prepa-

tiva antes vista. Já na primeira fase, o TPS, o português

raram me deram. Você também poderá contratar

é a disciplina com maior número de itens. A segunda

um professor de redação de sua preferência para

fase, por sua vez, é exclusiva para o português, como

conhecer as técnicas da produção tex tual de exce -

explicado anteriormente. Os que obtiverem o mínimo

lência, mas o impor tante é ter acesso a essas técni-

de sessenta pontos de cem na prova de segunda fase,

cas de produção tex tual desde o iniciozinho de seu

avançarão para a terceira fase. Cabe assinalar que, ao

processo preparatório, para já ir treinando. Fato é

final do concurso, em caso de empate, a maior nota da

que, se quiser obter sucesso no CACD, terá de ter

segunda fase será o primeiro critério de desempate!

suas redações periodicamente criticadas. O treino frequente, com críticas de profissional de produção

Por que a cobrança tão rigorosa do português? Basta

tex tual, é o caminho sustentável para seu sucesso

assistir ao meu vídeo na fanpage Dicas da Diplomata, no

na prova do CACD como um todo, seja na terceira

Facebook, post de 11 de junho de 2011.

fase, seja, sobretudo, na segunda fase.

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MACROESTRATÉGIA #10

“O mundo pertence aos otimistas: os pessimistas são meros espectadores”.

Dwight Eisenhower

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#10 - Fugir dos pessimistas Sabe aquela pessoa seca-pimenteira? Que vive buzinando nos seus ouvidos que esse concurso é muito difícil? Que no passado era mais fácil ou havia mais vagas? Que você estará perdendo anos pre ciosos da sua vida tentando? Que você só vive estudando? Escolha fugir desse tipo de companhia, pelo menos enquanto estiver se preparando para ser aprovado(a) no CACD. Você tem o direito de escolher realizar seus sonhos, não importa os desafios que esteja disposto(a) a tentar superar. É a sua vida, é a sua opção. Se não der certo, pelo menos você tentou, fazendo a sua parte, dando o máximo de si. O discurso dos pessimistas influencia mais do que a gente possa imaginar. Se não puder deixar de conviver com pessoas assim, que não sossegam tentando convencê -lo(a) em abandonar o CACD, busque desenvolver alguma técnica para blindar sua mente desse tipo de discurso. Se essa pessoa for um ente amado, busque, por meio do diálogo, explicar como é importante pelo menos tentar. As motivações do pessimista - aquele colega de trabalho, de faculdade etc. - são as mais variadas. Como não está dando certo para ele(a), o(a) pessimista busca trazer todos a sua volta para o mesmo buraco. O(A) pessimista só entende a vitória como sendo a aprovação no CACD, ignorando que o processo pre paratório, em si, é um período de nossa vida de grande descobertas e absorção de conhecimento. O(A) pessimista esquece -se de que, é durante o processo preparatório, que conhecemos pessoas as mais in-

teressantes. O(A) pessimista só vê desvantagens em seus projetos e não admite que você brilhe. Se o(a) pessimista encostar ao seu lado e desacre ditar de sua competência, simplesmente afaste -se e continue a concentrar nos estudos, porque você sabe o que quer, porque está decidido(a), e conhece o que precisa ser feito para estar entre os candidatos com condições de disputar a vaga - bastará aplicar as nove macroestratégias descritas até aqui. Conta a fábula que um forte incêndio atingiu a floresta e os bichos que ali viviam fugiam rapidamente. O beija-flor, em vez de fugir, decidiu tentar apagar o fogo. Ia pegar água na lagoa, usando o bico, e ia até fogo despejar as gotinhas d’água que estavam no bico, e retornava para a lagoa para pegar mais água no bico, e assim sucessivamente. O leão, vendo a cena, irônico, acreditando na impossibilidade de o beija-flor conseguir cumprir o objetivo de apagar o incêndio, perguntou ao beija-flor se ele achava que iria conseguir apagar o fogo? O beija-flor respondeu: eu estou fazendo a minha parte; se o fogo vai acabar ou não, isso eu não sei, mas darei meu máximo para que isso aconteça. Fuja dos leões e foque no que precisa ser feito para cumprir a sua meta. Não sabemos o que o futuro nos reserva. Esteja pronto(a) para quando a oportunidade se apresentar, simplesmente porque sucesso é a combinação do preparo com a oportunidade. Essa oportunidade poderá ser a prova do CACD cobrando temas que, coincidentemente, você mais estudou, ou qualquer outra realização em que o conhecimento adquirido no seu processo preparatório para o CACD terá sido decisivo.

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L I ÇÕES

UMA

CE A CE D I S TA

A PROVA DA

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Autora

D i ár i o de B o rdo - U m vo o co m des tino à c ar re ira diplo mát ica

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W W W. D I C A S D A D I P L O M ATA . C O M . B R

Consultora @Dic as daDipl o m at a