Jornal Dicas da Diplomata - Outubro 2017

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OUTUBRO DE 2017

ANO I - NÚMERO 10 Por Claudia Assaf

A TERCEIRA FASE DO CACD 2017 CHEGOU! PENSAMENTO DO mÊs

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ORGANIZE-SE!

O jornal de outubro do Dicas da Diplomata destaca a terceira fase do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD) de 2017, o que interessará tanto aos que estão classificados para realizá-la neste mês, quanto aos que a ela chegarão em futuro muito próximo, nas edições vindouras do CACD. Como sabem, a terceira fase do CACD 2017 consiste em provas escritas de História do Brasil, Política Internacional, Geografia, Noções de Economia, Noções de Direito e Direito Internacional Público, Língua Espanhola e Língua Francesa, de caráter eliminatório e classificatório. Apenas terão seus certames de terceira fase corrigidos aqueles que passarem pelo crivo de segunda fase - provas escritas de português e inglês, realizadas, respectivamente, em 30 de setembro e 1o. de outubro. Nesta edição do Jornal Mensal do Dicas da Diplomata, você também lerá o artigo exclusivo que escrevi para a seção Cartas ao ceacedista, intitulado “Os vitoriosos da terceira fase do CACD 2017”, em que opino por que todos os candidatos que passaram no TPS 2017, sem exceção, podem se considerar como os vitoriosos da terceira fase.

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CARTAS AO CEACEDIsTA artigo exclusivo aos leitores do dicas da diplomata

Ah! Tenho uma novidade! O Dicas da Diplomata ganha nova dimensão: DICAS DA DIPLOMATA & ÁRABE, voltado para os que têm interesse em aprender a língua árabe padrão, quer agora, quer no futuro. Boa leitura a todos! Claudia Assaf.

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www.dicasdadiplomata.com.br

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ANO I - NÚMERO 10

CANDIDATO QUE FARÁ A TERCEIRA FASE DO CACD 2017

ORGANIZE-SE! Tenha em mente a grade horária das provas (*). As provas escritas da Terceira Fase terão duração de quatro horas cada e estão agendadas para os seguintes dias e horários:

(*) Este calendário foi retirado do Edital. Recomenda-se fortemente que acompanhe o site do Cespe até o dia da prova, por causa de mudanás de última hora.

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OUTUBRO DE 2017

DICAS DA DIPLOMATA GANHA NOVA DIMENSÃO A página Dicas da Diplomata & Árabe no Facebook foca em interessados em aprender a língua árabe padrão, com dicas que deverão ir ao ar duas vezes por semana. Poderão se interessar profissionais falantes de língua portuguesa, dos setores público e privado, das áreas de Comércio Exterior, Relações Internacionais, Jornalismo internacional, Turismo e Hotelaria, Letras [habilitação português-árabe], interessados em se diferenciarem dentro de suas carreiras, e também curiosos no idioma árabe e brasileiros descendentes.

Se você conhecer alguém que queira aprender a LÍNGUA ÁRABE PADRÃO, modalidades escrita e oral, e ser capaz de se comunicar com árabes de qualquer um dos 22 países que tem a língua árabe como idioma oficial de seu país, divulgue a nova área de atuação do Dicas da Diplomata. Muitos interessados não se sentem encorajados por causa de suposta

dificuldade desse idioma. Saibam que não é difícil, é apenas muito diferente do nosso português, só isso.

Como diz o provérbio árabe: “Quem quer fazer algo encontra um meio, quem não quer fazer nada arranja desculpas”.

Sim, será desafiante, eu também comecei do zero, mas obtive a fluência. Vocês também podem. Irei guiá-los para realizar seu sonho em aprender a se comunicar fluentemente no fascinante idioma que é a língua árabe padrão.

Não arranje desculpas, não adie mais seu sonho. O momento é esse. Mesmo que não tenha tempo para se dedicar neste momento, acompanhe a página para conhecer algumas curiosidades desse fascinante idioma.

[BEM-VINDOS: falamos /AHLAN UÁ SAHLAN/]

@dicasdadiplomataearabe, no Facebook

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ANO I - NÚMERO 10

TERCEIRA FASE DO CACD 2017 Apostas Temáticas bem definidos, tais como prestar atenção aos temas que pautaram a política externa brasileira nos últimos anos. Como? Lendo notas à imprensa, observando as viagens empreendidas pelo nosso atual chanceler, os discursos proferidos pela diplomacia brasileira - todos públicos e disponíveis em sites de organismos internacionais, como ONU, Unesco, OMC etc.

Um dos maiores desafios do CACD é a quantidade sobrenatural de assuntos a ser estudada. Advém daí o processo preparatório com média temporal entre três e cinco anos, em estudos intensos, quase diários. Quando acontece de serem cobrados temas os quais mais dominamos, temos “sorte”, na minha definição da palavra sorte: preparo e oportunidade acontecendo simultaneamente.

não daria tempo em uma vida ser um especialista profundo em cada detalhe dos temas cobrados no edital.

Afinal, você está fazendo prova para ingressar nos quadros da carreira diplomática para precisamente operacionalizar nossa política externa!

Um dos termômetros importantes para analisar os temas primordiais A não ser que tivéssemos uma bola de cristal para adivinhar o que será cobrado! da preocupação da diplomacia No ano em que eu passei, nas semanas brasileira é o texto do discurso do presidente da República na ONU. que antecederam a prova de História Saibam que os temas escolhidos do Brasil, eu sonhara com um tema para ingressarem no discurso e - pasmem - o tema caiu na prova! presidencial são escolhidos a dedo Claro que eu havia entendido aquele Quando falamos que temos “sorte” sonho como prenúncio, e ataquei o tema e acompanhados pelas mais altas porque caiu o que sabemos, na verdade autoridades brasileiras, com base até mesmo ligando para meu querido nada mais ocorreu do que você estar professor, o João Daniel. Narrei o episódio na opinião da alta hierarquia do preparado no contexto muito específico Itamaraty. no meu livro Diário de Bordo - um voo que foi a oportunidade da cobrança de com destino à carreira diplomática. tema para o qual estava preparado. Para Assim, com base nesses critérios, no essa coincidência acontecer, o mais natural Como a bola de cristal não existe na vida que aconteceu nos últimos meses, é passarmos muitos anos estudando a real e a chance de sonharmos com uma eu venho dar três palpites do que fundo todo o programa cobrado em edital, questão de prova talvez seja uma em um poderá ser cobrado neste ano, só que necessariamente uns temas serão milhão, podemos ao menos simular essas em especial na prova de política mais bem estudados do que outros, porque “premunições”, por meio de critérios internacional.

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Palpite #1 Palpite #2

SÍRIA

ÁFRICA O tema é forte, seja para a prova de Política Internacional, seja até mesmo para a prova de História do Brasil. O chanceler brasileiro, em meio a sua atarefadíssima agenda, visitou por longo período o continente africano em 2017, passando por vários páíses. Com efeito, nossa história muito se relaciona com aquele continente. O Brasil, tradicionalmente, tem política contínua muito especial para a África, independentemente do governo que estiver administrando nosso país. Se vocês observarem o discurso de 2016 proferido pelo Brasil na ONU, temos o seguinte trecho:

A vizinhança brasileira também se estende a nossos irmãos africanos, ligados a nós pelo Oceano Atlântico e por uma longa história. Sediaremos, aliás, neste ano, a Cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Dos nove membros da Comunidade, seis são africanos. O Brasil olha para a África com amizade e respeito, com a determinação de empreender projetos que nos aproximem ainda mais.

No discurso de 2017, proferido em setembro, a África também estava lá: A África é continente a que nos unem fortes laços históricos e culturais. É continente onde queremos cada vez mais iniciativas de cooperação, cada vez mais parcerias para o desenvolvimento.

Novo tema em edital, a todo tempo na mídia. Ataque recente de armas químicas, com investigações inconclusivas, dividem os países. Uns asseveram que foi o governo sírio; outros, como o Brasil, assumem a posição, correta a meu ver, de que não há provas cabais de que tenha sido o governo sírio. No discurso na ONU, Brasil afirmou que “Na Síria, apesar da desescalada dos últimos meses, ainda se assiste a conflito com consequências humanitárias dramáticas. A solução que se deve buscar é essencialmente política – e já não pode ser postergada”. Posição oficial brasileira pauta-se no princípio de que não existe solução militar para crise política. Se eu fosse ceacedista estaria com a história da Síria e a crise atual na ponta da língua.

Palpite #3

DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL, COM ATENÇÃO ESPECIAL À CPLP

Seguem os referidos parágrafos no discurso do Brasil de setembro de 2017 na ONU: O compromisso do Brasil com o desenvolvimento sustentável é de primeira hora. Permeia nossas políticas públicas e nossa atuação externa. Na presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, por exemplo, elegemos a Agenda 2030 como eixo de nossas atividades. Em todas as frentes, o Brasil procura dar sua contribuição para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Contribuição que, necessariamente, inclui o combate à mudança do clima. Seguiremos empenhados na defesa do Acordo de Paris. No ano passado, aqui mesmo em Nova York, depositei o instrumento de ratificação do Acordo pelo Brasil. Essa é matéria que não comporta adiamentos. Há que agir já.

No discurso do Brasil na ONU de 2017, nada menos que quatro parágrafos para o desenvolvimento sustentável. Caberia recordar que sustentabilidade refere-se a três dimensões, a saber: ambiental, social e econômica. Nesse contexto, o compromisso recente da CPLP no cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis é aposta estratégica.

Meu país – e é com satisfação que o digo – está na vanguarda do movimento em direção a uma economia de baixo carbono. A energia limpa e renovável no Brasil representa mais de 40% da nossa matriz energética: três vezes a média mundial. Somos líderes em energia hídrica e em bioenergia. O Brasil orgulha-se de ter a maior cobertura de florestas tropicais do planeta. O desmatamento é questão que nos preocupa, especialmente na Amazônia. Nessa questão temos concentrado atenção e recursos. Pois trago a boa notícia de que os primeiros dados disponíveis para o último ano já indicam diminuição de mais de 20% do desmatamento naquela região. Retomamos o bom caminho e nesse caminho persistirem.

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ANO I - NÚMERO 10

PENSAMENTOS DO mÊs FRAsE DE FRIEDRICH SCHILLER

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ANO I - NÚMERO 10

CARTAS AO CEACEDIsTA arti g o ex c l usi vo aos leitor es d o d ica s da d iplomata

Por Claudia Assaf

Os VITORIOsOs DA TERCEIRA fAsE DO CACD 2017 Caros leitores, futuros diplomatas,

Há três tipos de candidatos realizando a terceira fase: (i) os que

de viver uma terceira fase de verdade, com a coordenação entre

não terão suas provas corrigidas, por não terem sido aprovados na

responder a questão focado no comando e controlar o tempo é um

segunda fase; (ii) os que terão as provas corrigidas, mas não obterão

aprendizado que, se não for aprovado desta vez, certamente terá

pontuação suficiente para a aprovação; e (iii) os que serão aprovados

sido de extremo proveito no ano em que for aprovado.

e ingressarão na carreira de diplomata no ano de 2017. Todos os três, na minha percepção, podem ser considerados vitoriosos.

O candidato tipo ii, além da sorte do candidato descrito acima, acumula

Muitos

acreditam

que

mais

microvitória:

uma

terá

suas

a vitíoria significa tão

questões

somente o alcance do

e, assim terá a noção

objetivo; no entanto, para

exata do que precisará

mim, vitória nada mais

aperfeiçoar

é do que o acúmulo de

seguinte do CACD.

corrigidas,

na

edição

microvitórias ao longo de um determinado período

O

de tempo, que explodem

por

na vitória maior quando o

compensação de tantos

seu ano chegar.

anos

candidato sua de

persistentes, O tipo i de candidato é um

tipo

vez,

iii, a

sacrifícios que,

na

verdade, eram microvitórias

microvitorioso, porque teve a oportunidade de realizar a terceira fase

que vinham sendo acumuladas e passaram a fazer sentido uma vez

do CACD 2017, ainda que não as terá corrigidas. Só a experiência

classificado dentro do número de vagas.

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