fetishism
A ARTE DO DISTINTO COM
TELOMAR FLORÊNCIO SENAI APRESENTA
ALEXANDER MCQUEEN
MAG #02
/// UM É POUCO. DOIS É BOM... E JÁ DÁ FILME! /// JE T’AIME BALLET /// E VOCÊ TEM A TATTOO QUE MERECE?
w w w.estudioblaze.com.br
editores EDU BELTRAMINI FABI CENCI direção de fotografia EDU BELTRAMINI edu@wazapmag.com direção de criação FABI CENCI fabi@wazapmag.com
Impressão Tipotil
Periodicidade Bimestral Tiragem: 2.000 exemplares Preço: R$ 6,90
executiva de contas ALINE BONI aline@wazapmag.com
DISTRIBUIÇÃO
tratamento de imagem
Balneário Camboriú Blumenau Brusque Gaspar Florianópolis Ilhota Itajaí Itapema Jaraguá do Sul Joinville
TEFA BARBIERI
CONTATO
marketing EVANDRO ALVES evandro@wazapmag.com redação
MARIANA SPADACCI
COLABORADORES WAZAP MAG #02 texto ANDRESSA ALVES BRUNNA ZURLO DANIELA HERTEL FABIO GARCIA ISADORA ZENDRON JÚLIA PANIZ JURA ARRUDA KARINE GOTTARDI LUCAS DEVITTE LUCIANA DA CUNHA MANU BENVENUTTI PAULA SOFIA RAFAEL ANTÔNIO REBECCA RAIA TÉSSIA MENDES
contato@wazapmag.com www.wazapmag.com facebook.com/wazapmag twitter.com/wazapmag Daniel Pfaffendorf, 85, sl 07 Blumenau | SC
ilustração DANIEL PHILIPI KNOP JHONES OEDES MELISSA TRIERWEILER styling GRAZIELE KÜLKAMP JULIANA LEVANDOSKI assistente de styling DOUGLAS ARANTES GRAZIELA WAGNER beauty
IMAGEM CAPA foto EDU BELTRAMINI E FABI CENCI styling JULIANA LEVANDOSKI assistentes de styling DOUGLAS ARANTES E GRAZIELA WAGNER beauty PIETRO FERNANDES modelos ANE CAROLINE GAMBA E DIETER TRUPPEL
MELISSA TRIERWEILER PIETRO FERNANDES modelo ANE CAROLINE GAMBA ANDRESSA MORA DIETER TRUPPEL KÁTIA SCHVABE
Todos os direitos reservados. Fica expressamente proibida a reprodução total ou parcial sem autorização prévia do conteúdo editorial. Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos autores e não refletem a opinião da revista.
REPLY NO TWITTER @NasCapas: Mais uma boa revista surge em Santa Catarina. Vale conhecer a @wazapmag.
@lananogueira: Lendo a @wazapmag. Adorando. E com vontade de participar também!
@sue_llen: Gostei muito da primeira edição da @wazapmag. Vou comprar a minha ainda hoje, muá.
@GregoryMartins: Hj consegui dar uma boa olhada na @wazapmag e está linda mesmo! Parabéns @edubeltramini, @fabicenci, @alineboni e @evandroal pelo projeto.
@luanamomm: trouxe minha @wazapmag pra ler na aula, mas tá difícil, todo mundo adorando a revista!
@juliapaniz: Mais do que merecido, o lançamento da @wazapmag foi um sucesso! Cias ótimas e festa super divertida.
NO FACEBOOK Hélion Roloff: Tenho que admitir que fiquei surpreso com a Wazap Mag, extrema qualidade nas matérias, na escrita, no material físico (papel, impressão..). Eu sei que sou chato nos comentários, mas sei admitir quando algo realmente vale a pena, como nesse caso.
NO SITE Tobias Martins: Que seja a primeira de muitas outras! Arrasaram com a primeira edição. Sou de Belém do Pará, a revista não é vendida pra cá, mas vi pela Trend Coffee, amei muito. Diferente de muitas revistas que priorizam de mais a Moda Feminina. Que vontade de compar uma!
NO E-MAIL Roberto Montibeler nos enviou fotos de sua passagem pela Europa, com a WAZAP Mag.
CARTA DO EDITOR Esta 2a edição marca mais um passo da WAZAP Mag na busca por aproximação com seu público. O envolvimento e a abertura que nosso projeto dispõe aos profissionais, estudantes e leitores resulta em textos inovadores, ilustrações inéditas e editoriais exclusivos. Nesta edição servimos de vitrine para seis jovens estudantes do curso de Produção de Moda do SENAI, que desenvolveram todas as peças do editorial em homenagem ao memorável estilista Alexander McQueen, tendo suas criações fotografadas na modelo Kátia Schvabe. Em contra partida ao jeito único, marcante e ousado deste editorial, a delicadeza e o olhar envolvente da modelo Andressa Mora em “Beauté Physique”, com peças íntimas. O fetiche é encenado ao longo do editorial “Fetishism” que ilustra a capa desta edição, com styling assinado por Juliana Levandoski, ressaltando a beleza em forma de desejo e atitude entre o duo Ane Caroline Gamba e Dieter Truppel. O número dois serviu de inspiração aos nossos colaboradores. O par, o lado A e o lado B. Um ponto de vista sob dois olhares, o duplo sentido. Confira o resultado ao longo das próximas páginas e boa leitura!
Edu Beltramini e Fabi Cenci
COLABORADORES MANU BENVENUT TI
BRUNNA ZURLO
A arte entrou na sua vida logo no início da
Redatora publicitária que, não fosse por
faculdade , nas aulas de História da Arte. Para
um “quase” insistente, já estaria formada
Manu quando o design e arte trabalham
em Comunicação Social. Intensa, agridoce,
juntos, os resultados são incríveis. A escolha
cinéfila, gaúcha, aracnofóbica, mochileira,
do tema pra essa edição não podia ser nada
apaixonada, artista e tatuada.
menos do que algo relacionado a arte, e é sobre Expressionismo que ela fala.
TÉSSIA MENDES
PAULA SOFIA
Publicitária. Espoleta e contente.
De dia redatora da agência de publicidade
Life of the party.
Modus.Org, à noite rainha absoluta de um
A funny girl.
sofá retrátil e de uma TV 40 polegadas com muitos canais a cabo digital. Pensa em fazer aulas de samba de gafieira e tango e viajar pelo mundo. Ri alto de maneira escandalosa no mínimo 5 vezes ao dia e fala sozinha enquanto faz compras no supermercado.
DANIEL PHILIPI KNOP
JÚLIA PANIZ
Desde a infância desenhava nos momentos
Estudante e aspirante a jornalista, em
livres e sempre pegava livros sobre os
busca do reconhecimento e da satisfação
pintores famosos na biblioteca. Pensava
profissional. Amante dos livros, das praias,
que faria artes até perceber que gostava de
do céu, do cinema, das viagens. Acredita que
moda. É fascinado por moulage, por design e
tudo vai mudar quando tiver uma biblioteca
pelas técnicas antigas de fazer a moda.
DANIELA HERTEL Formada
em
Comunicação
em casa e quando der a volta ao mundo.
ANDRESSA ALVES
Social/
Profissional de Educação Física encantada
Jornalismo, atua na área política e assessoria
com as várias facetas humanas, por isso,
de imprensa. Estudante do curso de
sempre atuou com pessoas de distintas
pós-graduação em novas mídias. A leitura
faixas
em local calmo é a forma que busca
possibilidades de sua profissão. Atualmente
para fugir da rotina.
a dança envolve sua vida e contribui para
etárias
e
nas
sua evolução constante.
mais
diversas
LUCIANA DA CUNHA Formada em Jornalismo e pós-graduanda em Novas Mídias. Já atuou em Assessoria de Imprensa e TV, mas gosta mesmo é de falar e escrever sobre cinema. Blumenauense, blogueira, metida a engraçadinha e cantora de chuveiro.
REBECCA RAIA
JURA ARRUDA
É responsável pelo Metrophones, projeto
Escreve para teatro e vídeo, além de participar
que ama porque envolve um pouco de
de publicações literárias.
tudo que adora: música, metrô, moda e
Jura Arruda
comportamento urbano. Quando não está
jornal local de Joinville e mantém o blog
fotografando pessoas no metrô, Rebecca
de crônicas jurandycesarrudianas.zip.net.
escreve
Atualmente,
crônicas
para
o
estuda Relações Internacionais, faz colagens e assiste filmes.
FABIO GARCIA E RAFAEL ANTÔNIO
MELISSA TRIERWEILER
Que preferem assinar pelos codinomes Fabio
Técnica em Estilismo pelo Senai/SC e
Velvet e Rafael Knight são os idealizadores
acadêmica de Moda da Furb. Atua como
do www.whenboystalk.com. Além de serem
produtora e maquiadora em Blumenau
apaixonados pela moda ainda flertam com
e região. No tempo livre se diverte com
a boa música atacando de Djs na noite do
ilustração.
Vale do Itajaí e região.
ISADORA ZENDRON
LUCAS DEVITTE
Isadora Zendron é de Blumenau, mas desde
É paulista e estuda Design de Moda. Já
2008 mora em São Paulo. Desde pequena
trabalhou em diversos eventos de moda
envolvida com a arte já trabalhou com
com Casa de Criadores e São Paulo Fashion
dança e teatro e hoje cursa Design de Moda.
Week. Hoje trabalha com produção de
Trabalha no escritório da Cia Hering em São
moda e no seu tempo livre como ilustrador.
Paulo, onde é uma das estilistas da marca
Junto com a Isadora formam uma dupla
Hering Kids.
de criação e falam aqui sobre as duplas de sucesso na moda.
KARINE GOT TARDI
JHONES OEDIS
Acredita que moda é um meio de comunicação
Designer gráfico e ilustrador, com foco na
interpessoal, que estilo é escolha e moda é
área de design textil. Jhones é detalhista,
oferta. Com um misto de paixão, interesse e
adora ilustracões e procura sempre fazer
curiosidade sobre arte, cultura, esporte, moda
seus desenhos manualmente.
e comportamento, rende ideias, indagações e inúmeras discussões. Passou pelo SENAI, onde se formou estilista. Hoje estuda e trabalha com moda.
10
36
ÍNDICE 48
72
10 SENAI: ALEXANDER MCQUEEN
60 GARETH PUGH
18 CONCEPT
62 METROPHONES
20 CROQUI - DANIEL PHILIPI KNOP
64 1, 2 E JÁ!
22 JE T’AIME BALLET
66 UM É POUCO. DOIS É BOM...
24 TREND
E JÁ DÁ FILME!
26 DOUBLE SUCCESS
69 DOIS, EXISTIMOS, POIS.
28 EXPERIÊNCIA E INOVAÇÃO - SFW
70 DE PARIS AOS ESTADOS UNIDOS
29 SCMC
72 ILUSTRAÇÃO - JHONES OEDES
31 SAVAGE BEAUTY
74 E VOCÊ TEM A TATTOO QUE MERECE?
32 ILUSTRAÇÃO - MELISSA TRIERWEILER
76 A ARTE DO DISTINTO
33 BEAUTY
80 EXPRESSÃO
34 SOUNDING STILISH
81 TEMPORADA
36 EDITORIAL FETISHISM
83 FILMES, LIVROS E MÚSICAS
48 EDITORIAL BEAUTÉ PHYSIQUE
84 BEBIDAS
74
AQUI VOCÊ TEM UMA PRÉVIA DO QUE FOI DESTAQUE NOS ÚLTIMOS MESES EM NOSSO SITE QUE, DIARIAMENTE, COMPARTILHA BOA LEITURA E TRAZ MUITAS NOVIDADES. ALÉM DISSO, SIGA O TWITTER E CURTA NOSSO FACEBOOK PARA TER ACESSO A MATERIAIS EXCLUSIVOS.
A FOTOGRAFIA DE HANA PESUT Os retratos inusitados da fotógrafa que busca os mais variados perfis entre os seus “modelos” e foge totalmente do convencional fizeram sucesso em nosso site. Em suas fotos ela incita a inversão dos papéis entre casais, e em casos raros, grupos de amigos.
CACHECOL E LENÇOS Já com a aproximação do inverno, no dia 21/mai mostramos os acessórios essenciais da estação – cachecóis e lenços – que aquecem e dão uma graça ao visual. Podemos encontrar alguns de tecidos mais leves ou de malhas, e de vários tamanhos que permitem montar looks diferenciados além de proteger do frio.
CHAPÉU MUSICAL Apresentamos a novidade do momento em nosso site: os chapéus com fone de ouvido e microfone embutidos, frutos de uma parceria entre Kangol e Aerial 7. Os modelos contam com um fio preto na parte traseira que são compatíveis com aparelhos celulares como Blackberry e iPhone, sendo possível realizar e atender chamadas com eles, além de ouvir música. O produto já foi desenvolvido e logo mais estará no mercado pelo preço aproximado de US$ 100.
GO SKATEBOARDING DAY Aconteceu em Blumenau, no dia 19/jun em antecipação ao “dia mundial do skate” - Go Skateboarding Day, a celebração desta data que, oficialmente, comemora-se dia 21 de junho.Inúmeros praticantes de skate e longboard uniram-se em um evento espetacular, com um passeio de skate que atravessou o centro da cidade até o Parque Ramiro Ruediger, local oficial do encontro. No park o evento se concretizou com muita adrenalina e troca de informação - foi um sucesso! Você pode conferir na íntegra em nosso site.
MODA
Ele transformou a passarela num palco expressamente manipulado pelo conjunto de sua obra: o corte, as texturas, as cores, os padrões. Apresentou coleções que chegavam perto do que chamamos de obras de arte. Sua visão atemporal o transformou num ícone fashion consagrado no mundo inteiro. Suas criações alternavam entre loucura e sanidade, fragilidade e força, tradição e modernidade, fluidez e rigidez. Alexander McQueen. Após pouco mais de um ano de sua morte, suas criações ainda ecoam por toda parte. Em sua homenagem, o terceiro semestre do curso de produção de moda do Senai Blumenau desenvolveu uma coleção inspirada no que vimos desde o início da sua carreira até o seu último desfile. Nas próximas páginas, um editorial exclusivo produzido em parceria com as alunas criadoras das peças e a equipe WAZAP Mag.
10 | WAZAP
fotografia Edu Beltramini e Fabi Cenci tratamento de imagem Tefa Barbieri styling e produção de moda Bianca Heusser, Débora Cristina Michalack, Emily Betiol, Giulia Fernandes Bogo, Mara Danielle Dagnoni e Mariane Cristina Warmeling beauty Melissa Trierweiler modelo Kátia Schvabe
11 | WAZAP
EMILY BETIOL Modelista: M. Ires dos Santos Acess贸rios: Natasia Vieira
BIANCA HEUSSER Acess贸rios: Natasia Vieira
MARA DANIELLE DAGNONI Costura: Mara Silvana Dagnoni Acess贸rios: Natasia Vieira
MARIANE CRISTINA WARMELING Costura: Emilia Grutzmacher Gomes Acess贸rios: Manuela Matias
DÉBORA CRISTINA MICHALACK Costura: Teresinha Reinert, Elisabete Reinert Acessórios: Natasia Vieira
GIULIA FERNANDES BOGO Costura: Diogo do Canto Acess贸rios: Natasia Vieira
CONCEPT
A atriz Helena Bonham em poses bizarras para Marc Jacobs.
Bruna Finotti, da Mega, na campanha de inverno 2011 da Cyann.
Isabeli Fontana fotografada em Berlin para a campanha de Inverno 2011 da Escada.
A top Natasha Poly para a nova linha eco-consciente da H&M.
Malgosia Bela para Stella McCartney em cliques de Mert Alas e Marcus Piggott.
Adriana Lima para Blumarine.
18 | WAZAP
Peeling . Limpeza de Pele . Hidratação Facial . Depilação . Coloração . Reduction . Hidratação Cauterização . Termo Selagem . Manicure . Pedicure . Corte . Penteados . Mechas . Maquiagem
Victória Cabeleireiros Rua 7 de setembro, 890 | Blumenau | SC | 47 3322-7451
Por Daniel Philipi Knop (www.behance.net/danielphilipi)
MODA
JE T’AIME BALLET A INFLUÊNCIA DA DANÇA E A DELICADEZA DO BALLET NUM COMPASSO ORDENADO DE PENSAMENTOS, AOS OLHOS DA PROFESSORA DE DANÇA ANDRESSA ALVES
Como não poderia deixar de ser, a arte transcende as telas
são peças como colants (bodies), boleros, blusas de lã e/ou
e passa a consolidar uma tendência que só cresce com o
malha transpassadas, shorts, vestidos e saias sempre folgados
passar do tempo. A arte influenciou a “vida real” e foi vista nas
e fluidos, com pregas ou balonê, calça capri, meia arrastão,
passarelas das duas principais semanas de moda do Brasil –
polainas e meias até os joelhos. Na montagem das peças vê-se
Fashion Rio e São Paulo Fashion Week - na coleção de inverno
muitos babados, tulis, plumas, paetês e rendas. Tecidos leves,
2011 e já pode ser percebida nas ruas.
transparentes, em cores que variam do neutro ao preto, do
O balé saiu dos palcos e subiu nas passarelas para mostrar
branco ao cinza, rosado, pastel e salmon. Na composição do
as várias possibilidades desta arte na moda contemporânea.
figurino não poderiam faltar as sapatilhas com aplicação de
Com a visibilidade do filme Cisne Negro, o romântico, sensível
fitas ou com pontas quadradas; os coques de estilos variados,
e discreto passou a dividir cena com o glamour, a sensualidade
flores e faixas nos cabelos. Maquiagens clássicas e marcantes.
e as cores marcantes, conseguindo agregar às personalidades
E da passarela para as ruas? Para não errar a ideia é utilizar
das mulheres brasileiras. O que caracteriza esta tendência
diversas sobreposições e mesclar o urbano com a tendência do balé.
22 | WAZAP
MODA
Você já parou para pensar? não sendo possível perceber a dicotomia corpo e mente, O dualismo corpo e mente está presente na existência
e vice–versa.
humana. Com os estudos divulgados de René Descartes, criador
A transformação do cisne branco e o nascer do cisne
do Paradigma Cartesiano, este dualismo passou a ser difundido
negro são apenas algumas das etapas marcantes desta obra,
no meio científico. A ideia de analisar as partes separadamente
podendo ser vista como exemplo da confirmação de que dentro
para depois uní-las e novamente formar o todo, ainda é muito
de nós há várias faces, e que não se consegue transparecer
forte na atualidade. Mas será que isto é possível? Como
estas tantas faces sem a utilização do corpo, que é onde nos
exemplo, utilizo o filme Cisne Negro, uma história envolvente
expressamos com significados, utilizando facetas mentais.
da psiqué de uma bailarina que sofre CORPORALMENTE.
Foi interpretando Nina, em Cisne Negro, que a atriz Natalie
Ao mesmo tempo em que nela vê-se a beleza, também
Portman ganhou o Oscar de melhor atriz, em 2011. Julgo que
encontra-se a tristeza. Ao mesmo tempo em que ela deseja
foi ela quem, com maior propriedade, representou a unidade
se libertar, o medo do desconhecido e a segurança do que se
indivisível do ser humano (mente e corpo), interpretando a
tem, conhece e vive, a mantém no casulo. Sua luta e exaustão
menina, a mulher, a filha, a profissional bailarina, o cisne negro
como ser humano - que é único, individual, uno – se dá
e o cisne branco, com a maior veracidade, traduzindo as tantas
indivisivelmente (como observado na palavra acima grifada)
faces da moeda. Digo, de uma mesma mulher.
FOTOS DIVULGAÇÃO
23 | WAZAP
MODA
TREND
UM COMPILADO DE INFORMAÇÕES DOS DESFILES DE VERÃO 2011/12 NO SPFW E FASHION RIO
REINALDO LOURENÇO MOSTROU SILHUETA SECA E CINTURA ESTREITA, COM FOCO NOS SEIOS O LARANJA DA COLCCI E DE HERCHCOVITCH A SAVANA E AS PADRONAGENS AFRICANAS DA TÊCA
OFF-WHITE DA CORI
24 | WAZAP
O AZUL ROYAL DA BRITISH COLONY COM O TEMA ELECTRIC WIND + FILHAS DE GAIA
MODA
BRITISH COLONY
AUSLANDER E SEU CASTING ATÍPICO PARA REPRESENTAR A GERAÇÃO Y, TEMA DA COLEÇÃO
AS PEÇAS BEM ESTAMPADAS DA RESERVA
AS CORES DE ALEXANDRE HERCHCOVITCH MEN: CÁQUI, ROSA, VERMELHO, COM PONTOS DE LARANJA E LIMA
TROPICAL CHIC DE R.GROOVE
FOTOS DIVULGAÇÃO
25 | WAZAP
MODA
DOUBLE SUCCESS
A SINTONIA ENTRE AS DUPLAS QUE SÓ AUMENTAM O SUCESSO NO MUNDO DA CRIATIVIDADE NA CONCEPÇÃO DA DUPLA PAULISTA ISADORA ZENDRON & LUCAS DEVITTE Um tem network, o outro, faro para os negócios; um tem criatividade de sobra, o outro, visão de mercado; um gosta dos holofotes, o outro prefere os bastidores. A união de duas personalidades distintas, com gostos e estilos opostos, resulta em parcerias muito bem sucedidas. A união de dois universos diferentes, além de enriquecer o trabalho, mesclando gostos e referências para a criação, diminui a sobrecarga de responsabilidade e é uma maneira de deixar a individualidade de lado e compartilhar ideias. Dividir conceitos, inspirações, referências e realizar todo o trabalho a quatro mãos. No universo da moda várias duplas são destaque, como: Viktor & Rolf, holandeses que a cada estação apresentam sua moda vanguardista e cheia de peças icônicas, como os metros e metros de tule cortados com serras elétricas. Irmãos também formam sociedades criativas e mostram sintonia na criação, como Dean e Dan Caten da DSquared2. Os italianos Domenico Dolce e Steffano Gabbana criaram uma das mais sólidas e bem sucedidas marcas de todo o mundo, a Dolce & Gabbana; e sua segunda linha, D&G, mostrando que parcerias são duradouras e poderosas. No Brasil, Dudu Bertholini e Rita Comparato criaram a label Neon, que une moda urbana e beachwear sempre com muitas estampas de diferentes artistas, além das modelagens consagradas. Carô Gold e Pitty Taliani são as donas da Amapô, outra marca brasileira que conta com uma dupla coordenando o processo criativo. Nós começamos nossa dupla meio que sem querer no início da faculdade, e desde lá desenvolvemos vários projetos juntos e bolamos diversos sonhos para o nosso futuro. Logo, logo pintaremos e bordaremos por aí! 26 | WAZAP
MODA
EXPERIÊNCIA E INOVAÇÃO SUL DO PAÍS LANÇA SUA PRÓPRIA SEMANA DE MODA. SEXTA EDIÇÃO DE SCMC REUNE MUITO MAIS QUE TIMES SIMPLESMENTE CRIATIVOS. CONFIRA NA ÍNTEGRA A REPERCURSÃO DOS DOIS PRINCIPAIS EVENTOS DO CENÁRIO FASHION CATARINENSE.
SUL FASHION WEEK Três dias, seis grifes, dois showrooms, inovação e criatividade. Entre os dias 9 e 11 de junho, Florianópolis foi cenário do primeiro Sul Fashion Week, a mais nova semana de moda do Brasil. Paralelamente, aconteceu o Denim Prêt-à-Porter, onde os confeccionistas do segmento tiveram um espaço exclusivo para exposição de suas peças. Além da visibilidade que o evento trouxe para as marcas, houve o reforço da imagem do cenário de moda local. Diferente do que sempre aconteceu por aqui, o SFW destacou-se por proporcionar aos participantes novidades e exclusividades de grifes locais, através de desfiles e apresentações diferenciadas. O que se viu nas passarelas era novidade para quem assistia aos desfiles, que estavam espalhados por diversos pontos da capital catarinense. Vale ressaltar que o foco não foi somente Santa Catarina, mas também Paraná e Rio Grande do Sul. Paralelo aos desfiles, aconteceram palestras, mesas redondas, exibições de filmes de moda e um workshop de 8 horas com o estilista brasileiro Jum Nakao, apoiado pelo instituto Orbitato. No line-up, marcas que vão do beachwear à alfaiataria, de acessórios ao jeanswear. Os burburinhos nos corredores apontavam a presença de Clara Brull, da Zazo & Brull, como um dos principais destaques dessa primeira edição. A estilista apresentou na passarela uma retrospectiva de sua marca. Em seguida, os times criativos do SCMC, dentre eles estudantes, professores e profissionais das empresas apoiadoras do projeto, apresentaram suas criações. Entre experientes e iniciantes, Orbitato, Vish!, Belmondo, La Marie e Anlé deram um show digno de semana de moda internacional, com suas criações que, em nenhum momento, deixaram a desejar. E que este seja o início de mais um circuito fashion produzido com o know how da moda que nasce aqui, no sul do Brasil. 28 | WAZAP
MODA
SCMC SOB O OLHAR DA ESTILISTA KARINA GOTTARDI
O Santa Catarina Moda Contemporânea (SCMC) é um evento tradicionalmente conhecido na região por evidenciar a criação de moda e de design no estado. Possui o forte papel de integrar a comunidade acadêmica - nossos futuros profissionais - com o mercado regional através do contato direto com as empresas, incentivando, assim, a troca de experiências para o fortalecimento do setor através do trabalho coletivo. Sua 6ª edição, realizada em maio, no Espaço Maria’s, contou com diversas modificações e grandes surpresas para quem procurava encontrar um desfile tradicional. O evento abrigou 17 instalações desenvolvidas por times criativos formados pela parceria entre alunos e profissionais da indústria. Cada instalação acomodou o conceito e as Capsule Collections de cada time. A montagem das instalações iniciouse no dia 16 de maio, contando com 17 times criativos que formaram a exposição “DO AVESSO – Uma experiência de moda e design”. Os times receberam como desafio transformar artisticamente containers construídos com madeira de reflorestamento. Cada container foi transformado em um conceito, que fora pesquisado e estudado durante 10 meses. As pesquisas deveriam ter embasamento nas tendências de comportamento e de consumo, e em movimentos criativos contemporâneos, tudo relacionado e interligado com o estilo da empresa parceira. Focando, em alguns momentos, fortalecer os conceitos das marcas e visando observar a possível vertente pela qual a própria irá traçar. A abertura do evento contou com a primeira Mostra Institucional de Fashion Vídeos do Brasil, onde cada time criativo pode transmitir sua proposta juntamente com seu conceito, foco principal da pesquisa. Esses vídeos marcam esta edição do evento por substituírem os tradicionais desfiles, onde, por um lado, as questões comerciais foram menos focadas, e por outro as questões conceituais ganharam maior ênfase. Os vídeos foram produzidos sob a direção de Jackson Araújo, Luca Predabon e uma equipe de diretores, fotógrafos e editores. Quem assinou a trilha sonora dos 17 filmes foi Max Blum, que leva seu som em desfiles de grandes marcas nas semanas de moda brasileiras. Após a Mostra, o público presente, formado apenas por convidados, teve a excepcional experiência de apreciar, interagir, observar e questionar cada trabalho exposto. Inúmeras foram as ideias e conceitos FOTOS DIVULGAÇÃO
apresentados em cada instalação, cada empresa focando seu público e 29 | WAZAP
MODA
cada criação atenta aos possíveis futuros desejos de seus
Também destacaram-se: mudanças de hábitos, a arte sendo
consumidores. Tendências de comportamento foram destacadas
reinventada e percepções em relação a produtos e conceitos (Karsten
dentro de nossa realidade, tudo o que é possível notar-se através do
e Univali); abstração visual, novas formas e movimentos para o corpo
comportamento social, como: a fuga pelo excesso de informação e o
fragmentado (Dalila e Udesc); identidade da nova infância, prevendo
caos urbano (Villa Têxtil e Univali); consciência ambiental e reflexão
múltiplos universos no mesmo espaço (Marisol e Udesc).
sobre o lixo e a Natureza (Oceano e Udesc); a saúde do planeta através
Diversos temas foram apresentados no evento, nem todos aqui
do aproveitamento dos recursos naturais (Kyly e Uniasselvi); o sonho
citados, embora todos tenham sido espetaculares, intensamente
da busca pelo luxo acessível: o tão sonhado tempo livre, o momento
trabalhados e fundamentados em pesquisa, inovação e criação.
de paz, o conforto e o bem estar, celebrando o novo momento para a
Instalações que trouxeram muita inquietação para os espectadores,
tendência orgânica (Mensageiro dos Sonhos e Univali).
trazendo a todos muita curiosidade e muito pano pra manga, com
Santa Catarina também foi foco de pesquisa resultando em temas
temas dignos de pesquisa, discussão e reflexão, tendo visuais
interessantes que vieram para enaltecer nossa história e destacar
instigantes, criativos e inovadores. Tais resultados foram obtidos
nossa abundância cultural, como nas seguintes instalações: Um jantar
através do trabalho árduo de profissionais dedicados e alunos
poético, regado a poesia, servindo palavras do poeta catarinense
preparados para o mercado de trabalho.
Lindolf Bell (Copa & Cia e Senai Brusque); a bandeira catarinense
Esta edição do SCMC mudou de visual sem desvincular-se de
como símbolo de irreverência das novas gerações (Senai Joinvile); a
seu principal objetivo: ligar os estudantes às empresas. Deixando
exuberância catarinense passando pela densidade da Mata Atlântica
evidente a todos que nosso estado possui grandes mentes criativas,
e chegando ao universo hightech e urbano das noites catarinenses
tanto para a moda quanto para o design. Tem-se profissionais capazes
(Lunender e Udesc); a Laelia Purpurata, orquídea símbolo de Santa
produtivamente e criativamente, e, a cada ano que passa, este
Catarina, vislumbrando o encanto das verdadeiras guerreiras oriundas
processo de evolução continua. O crescimento se faz presente em
da floresta, leveza, feminilidade e força (Marilua e Univille); a história
cada empresa da região que se destaca no cenário nacional e em
catarinense resgatada em conexão com a história da empresa,
eventos desse porte, onde cada vez mais é evidenciada a dedicação e
tradição e inovação, moda e design (Tecnoblu e Senai Blumenau).
o comprometimento dos profissionais da área.
30 | WAZAP
MODA
SAVAGE BEAUTY
A ATEMPORALIDADE DO ESTILISTA ALEXANDER MCQUEEN GANHOU EXPOSIÇÃO NO MET E UM LIVRO.
Mesmo após um ano da sua morte, Alexander McQueen continua causando “uaus” no mundo artístico. Desde o dia 4 de maio está em exposição no Met, em Nova Iorque, uma retrospectiva da vida do estilista. Lá estão expostas peças desde a de seu desfile de formatura, em 1992 – inspirada em Jack, O Estripador, até sua última coleção, em 2010, na qual fez alusão às telas do artista Hieronymous Bosch. A exposição, intitulada Savage Beauty, remonta os principais momentos da sua carreira com, aproximadamente, 100 peças, dentre arquivos da marca, peças produzidas para a Givenchy (grife em que McQueen trabalhou de 1996 até 2001) e até mesmo seu acervo riquíssimo. Com curadoria de Andrew Bolton, a exposição busca a tradução das mais diversas formas criativas de McQueen, com traços da sua paixão pela história e sua forte ligação com a natureza crua e bruta. A Savage Beauty tinha data marcada para encerrar: 31 de Julho, mas foi prorrogada até o dia 07 de agosto. Quem não conseguir se deslocar até Nova Iorque poderá conferir tudo o que está exposto através do livro exclusivo, que contém 240 páginas e 290 fotos dos looks expostos. Lançado recentemente pelo www.freebook.com.br, o livro ainda trás curiosidades sobre a história de McQueen, além de depoimentos sobre suas polêmicas coleções. Como diferencial, a capa do livro é holográfica, possibilitando a alternância da imagem dependendo do ângulo que se olha. A transição acontece do rosto de McQueen para uma caveira (você não esperava que fosse outra imagem, esperava?). Quem quiser arrematar esse item para a sua coleção, basta acessar o site do freebook e desembolsar R$98. Mas corra porque eles estão disputadíssimos! FOTOS DIVULGAÇÃO
31 | WAZAP
Melissa Trierweiler
BEAUTY
MODA
Trio de blush Una (Natura) R$63,50 Blush Make B. Mineral (O Boticário) R$ 67,90
Revlon Grow Luscious R$40,00
Marry Me! Lanvin R$ 309 (75 ml)
Batom Russian Red, M.A.C, R$ 71
Creme para Mãos Lavanda, Vyvedas, R$ 26
Esmalte Colorama Nutruverniz (elemento, missão azul, siga-me)
Duo de sombras Safira Verde R$ 34,90
33 | WAZAP
MODA
SOUNDING STYLISH POR RAFAEL KNIGHT E FABIO VELVET ILUSTRAÇÃO: RAFAEL KNIGHT
dá mostras de que tem grande influência na sociedade contemporânea – o que reforça a ideia de que ele deve ser usado como difusor cultural e informativo. Também vale lembrar dos fashion vídeos, que vêm criando força na nova era. Gareth Pugh é uma referência da nova experiência de contato do cliente com o produto. Ao invés de produzir um desfile, o estilista vem apresentando vídeos incríveis nas semanas de moda internacionais. A gente acredita que hoje os vídeos de moda, tão rapidamente e tão facilmente disseminados na internet, cumprem o papel deles, como a música nos anos 80, com relação ao videoclipe. Com a consolidação do videoclipe na televisão e na música, desde seu surgimento, os artistas e a indústria da moda passaram a explorar o potencial
AS REVISTAS DE MODA E OS CLIPES MUSICAIS SÃO ÓTIMOS EXEMPLOS DE QUE MODA E MÚSICA SE TRANSFORMAM EM DIFUSORES DE TENDÊNCIAS, DE COMPORTAMENTO de veiculação que os vídeos possuem. Alguns artistas escolheram ser mais diretos e fazer dos seus clipes A relação entre a moda e a música sempre rendeu bons frutos para ambas as partes. Podemos citar a parceria entre os Sex Pistols e a estilista Viviene Westwood, que juntos inventaram o look punk; Madonna, que virou ícone feminino nas mãos do estilista Jean Paul Gaultier; e Lady Gaga, que, ao lado de seu personal stylist e amigo Nicola Formichetti, é tida como a figura mais expressiva da contemporaneidade e mostra que, não só utiliza a “última moda”, como a lança de uma forma ousada e bastante peculiar. Muito desta relação se deve aos meios de comunicação de massa como rádio, televisão, cinema e Internet. E o principal expoente dessas relações de mútua influência é o videoclipe, que desde seu surgimento passou a ser referência no modo de se comunicar com a sociedade. Imagem, sons e letras de músicas carregam consigo um forte sentimentalismo capaz de influenciar o modo de viver das pessoas. O pesquisador Guilherme Bryan (2006) aponta que “os videoclipes são excelentes meios para os jovens conhecerem melhor o que pensam, como se vestem e de que maneira se comportam os seus ídolos musicais”, e, ainda, aponta que o consumo dos jovens está interligado com o que é exibido nos videoclipes, apesar de este não ser o único fator. Assim como na música pop, a tendência predominante hoje em estilo de aparência é regida por misturas diversas, ecléticas e até contraditórias. E acreditamos que é justamente nessa mistura que encontraremos a nossa própria realidade. Diante deste contexto, o videoclipe 34 | WAZAP
praticamente um desfile de moda. As revistas de moda e os clipes musicais são ótimos exemplos de que moda e música se transformam em difusores de tendências, de comportamento e, por consequência, meios poderosos de comunicação, originando, assim, o surgimento e formação de tribos sociais que são organizadas de acordo com a aceitação ou não do conjunto de códigos lançados a cada novidade que aparece no mercado cultural midiático. Com músicas novas que estão sendo lançadas o tempo todo e, obviamente, as novas tendências que aparecem ao longo das estações, é inevitável que a relação entre a música e a moda só vai ficar mais forte. Enquanto que o videoclipe e sua influência na sociedade contemporânea, da sua origem ao seu aspecto enquanto produto da chamada “indústria cultural” e ainda, da sua relação com a MTV Music Television, representou um divisor de águas no que diz respeito ao estilo jovem.
MODA
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fetis
hism fotografia Edu Beltramini e Fabi Cenci tratamento de imagem Tefa Barbieri styling Juliana Levandoski assistentes de styling Douglas Arantes e Graziela Wagner beauty Pietro Fernandes modelos Ane Caroline Gamba e Dieter Truppel
Na pรกgina anterior ela veste Macacรฃo Filhas de Gaia para Secret Glam Sapato Colcci ele veste Cueca Smile Moda Intima Sapato Democrata para Gabriela Homen Saia Canal para Secret Glam Camisa e sapato Colcci Luva Smile Sexy Lounge Acessรณrios Acervo
Blusa Colcci Gola Iodice para M.Schuffer Sapato Democrata
Short e blusa Pelu para Secret Glam Bota Carrano para M. Schuffer Colares Natasia Vieira AnĂŠis Acervo
Bermuda Calvin Klein Camisa Colcci Coturno e Cinto Calvin Klein
Tric么 Pelu Body Colcci Cinto John John para Secret Glam Bota Colcci Acess贸rios Acervo
Calça Colcci Colete Calvin Klein T-shirt Sergio K. Coturno Calvin Klein Chapéu Acervo
Pantalona Cori para M. Schuffer Suti茫 Smile Moda Intima Colete Afegan para M. Schuffer Sapato Colcci Cinto e Acess贸rios Acervo
Calรงa e Camisa Colcci Tenis Colcci Cachecol Canal para Secret Glam
Lingerie Smile Moda Intima Luva e algema Smile Sexy Lounge Sapato Colcci
Calça Clavin Klein Camisa Colcci SuÊter Calvin Klein Gravata H&M Sapato Democrata
fotografia Edu Beltramini e Fabi Cenci tratamento de imagem Tefa Barbieri styling Graziele K端lkamp beauty Melissa Trierweiler modelo Andressa Mora
Lingerie Bella IntĂma Sapato e Lenço Acervo Anel Dress
Lingerie Bella Intíma Camisão Rai Moda Anéis Natasia Vieira Sapato Mercatto
Lingerie Poรก Magia do Corpo Casaco e Colar Dress Sapato Quintess Agradecimento Doces Abobrinhas
Lingerie Poรก Magia do Corpo Casaco e Colar Dress Sapato Quintess
Lingerie Bela IntĂma AnĂŠis Natasia Vieira
Conjunto Xadrez Magia do Corpo AnĂŠis Dress Camisa Acerco
Camisa Renda Rai Moda Calcinha Magia do Corpo J贸ias Natasia Vieira
Suti達 Magia do Corpo Saia Dress Colar Natasia Vieira
Blusa Rai Moda Calcinha Moda Bella IntĂma AnĂŠis Natasia Vieira
Conjunto Bella Int铆ma Sapato Mercatto J贸ias Natasia Vieira
MODA
FOTOS DIVULGAÇÃO
GARETH PUGH
ÍCONE DA NOVA ANDROGINIA
Nascido em Sunderland, na Inglaterra, os desfiles do jovem estilista de 29 anos que possui uma figura dark e andrógina estão, atualmente, entre os mais esperados nas temporadas de Paris. A estrela de Pugh está brilhando cada vez mais num momento em que a moda ressente da morte de Alexander McQueen e o afastamento de John Galliano – ambos criadores com personalidades fortes, originalidade e famosos pelo jogo cênico dramático que levaram às passarelas. Celebrado na cena fashion internacional, o estilista é ícone da nova androginia. Ele, que sempre esteve rodeado de referências femininas muito fortes, apresenta em seus desfiles o reflexo disso. O homem entra como um acessório na coleção, tornando interessante esse mix sem que seja algo literal. Na criação de suas coleções para os desfiles que, desde 2009 apresenta em Paris (onde tem também um ateliê), sua preocupação não é tão somente vender ou agradar o mercado e suas clientes famosas – ele veste celebridades como Beyoncé, Lady Gaga e Kylie Minogue. Ao criar suas coleções para as passarelas não pensa em como vai funcionar no palco ou nas ruas. Arte e comercial nunca andam realmente juntos. Pugh acha insano criar tantas coleções por ano e limita sua produção a duas. Para ele, a crise financeira internacional e a crescente preocupação com o meio-ambiente ainda não fizeram com que a moda adotasse um ritmo mais lento.
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MODA
Gareth Pugh não pretende ficar grande, mas gosta da ideia de ser mais acessível. O que ele faz na sua própria linha é bem específico e para um nicho. Porém, seu projeto junto à Melissa faz com que pessoas que não teriam acesso às suas roupas possam adquirir uma peça assinada por ele. O designer estampou o modelo “ultragirl”, o mais vendido da marca, com uma estampa gráfica, de estrelas, que já virou sua marca registrada. Já o modelo desenhado exclusivamente para a marca é uma sandália que lembra uma gladiadora, com estampa do desfile do verão de 2009, o primeiro apresentado em Paris. O modelo customizado já foi lançado e chega às lojas em outubro deste ano.
Como parte de seus trabalhos inusitados, há algumas temporadas o estilista tem trocado o tradicional desfile nas passarelas da semana de moda de Paris por filmes de moda, onde evidencia ainda mais as suas características e a sua capacidade de criar o não convencional com imagens. Com isso, Pugh tem garantido boas expectativas às vésperas de sua apresentação entre aqueles que aguardam a sua coleção. Em 2007 o estilista foi premiado como melhor novo designer pelo British Fashion Council. Acredite, o prêmio veio como resposta a sua forma singular de criar, comprovando seu lado excêntrico e sugestivo. Nos resta torcer para que as apresentações cheias de fantasias, androginia e fetiches – exercidas com muita criatividade em seus desfiles – não parem tão cedo.
QUER CONHECER AINDA MAIS O LADO SOMBRIO DE PUGH? ACESSE O SITE SHOWSTUDIO.COM, DO FOTÓGRAFO NICK KNIGHT. LÁ, EM PARCERIA COM RUTH HOGBEN, BRAÇO DIREITO DE KNIGHT, O ESTILISTA TEM PRODUZIDO VÍDEOS QUE CARREGAM A SUA ESSÊNCIA. 61 | WAZAP
COTIDIANO
POR REBECCA RAIA
Quem anda de metrô em São Paulo tem, obrigatoriamente, quatro opções de atividade enquanto não chega a seu destino: ler, ouvir música, dormir e reparar em quem está lendo, ouvindo música, dormindo ou reparando nos outros. O Metrophones nasceu em janeiro de 2011 a partir dessa observação curiosa sobre o comportamento humano. Em vez de deixar os pensamentos guardados na memória, que costumam perder-se antes de chegar à próxima estação, decidimos registar nossas observações. Primeiro, vieram as fotos e uma pergunta: “o que você está ouvindo?”. Depois de algumas demonstrações de susto e curiosidade, encontramos sorrisos, simpatia e acabamos fazendo amigos. Aquela pergunta transformou-se em novas, que nos levou ao twitter, que nos levou à compra do domínio na internet, que nos levou à criação de um Tumblr. Ainda não dá pra dizer que o Metrophones virou uma febre, mas está cheio de gente se interessando pelo projeto. É gente que passa pelo metrô de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Curitiba e até fora do Brasil. Uma proposta pouco pretenciosa que tem chamado a atenção de muita gente.
metrô + música + fotografia = METROPHONES
metrophones.tumblr.com
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twitter.com/metrophones
COTIDIANO
MARIA FERNANDA escuta muitas coisas, tantas que não soube nomear sua banda favorita. Sempre que pega seu iPod, ela coloca no “shuffle”, então nunca fica parada no mesmo artista. O que mais influencia seu jeito de se vestir é o estilo de vida cosmopolita das grandes cidades em que morou: Londres e São Paulo. O blazer que está usando é emprestado de sua mãe, a legging da H&M, camisa, bolsa e botinha da Primark - loja de departamentos britânica. Seu anel, no detalhe, foi comprado em Camden Town, distrito de Londres conhecido por seus mercados.
CAROL estava ouvindo a música Let My Love Open The Door, do Sondre Lerche. Ela curte ouvir bandas como The xx, The Kills e Cut Copy - artistas do estilo indie rock. Como indicação para os leitores ela deixa o novo CD da banda britânica Metronomy, The English Riviera, que saiu agora em Abril. Segundo Carol, o estilo dela é ditado pela música que ela ouve enquanto se veste. Sua legging é da AMP, cachecol da Imaginarium, camisa da C&A e bolsa do bairro paulista Bom Retiro.
IRIS estava ouvindo a música Badly Drawn Boy, da banda A Minor Incident, que faz parte da trilha sonora do filme About a Boy. Seus artistas favoritas são David Bowie, Placebo, Britney Spears, Lady Gaga, The Strokes, The xx e recentemente tem curtido bastante vocais femininos como Adele e Marina and The Diamonds. Como em São Paulo faz mais frio, ela agora usa mais casacos, como o que está usando, que é da Zara. Ela notou que morar em uma cidade grande a fez optar por cores mais escuras, então usou meia calça colorida para quebrar a sobriedade do seu look. Sua bota é da Arezzo, a bolsa foi presente da tia, que veio da Venezuela.
WILLIAM ouvia a música Ghettoblaster, do Afrojack, quando abordado na saída do trabalho, uma loja de roupas na Oscar Freire, rua da moda em São Paulo. Ele descreveu seu estilo como contemporâneo ou fashionista. Sua calça é Alexandre Herchcovitch, seu ídolo. Cardigã da Billabong e bolsa Louis Vuitton. William afirmou que o ambiente de trabalho influencia no seu modo de vestir, mais do que a música que escuta - embora adore dançar.
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1, 2 e JÁ!
COTIDIANO
POR TÉSSIA MENDES E PAULA SOFIA
Ontem (04/06) assisti a um filme chamado Limitless, com aquele feio do Bradley Cooper. Meu texto é para a sessão “cotidiano” e o tema desta linda edição da revista é: dois. Vamos à NUM3ROL0G1A (adoro usar a numerologia, mas nunca a estudei, só uso por conveniência):
04/06 = 4 ÷ 6
Resultado: 0.66666667
MEU DEUS! O número da besta.
CORRE.
Outro número.
LIMITLESS
A palavra tem 9 letras. 9 ÷ 6 (mês que estou escrevendo) = 1,5
Quase! Próxima tentativa.
4
dia que assisti ao filme.
2
número da edição revista.
AEEEE! 2
4 ÷ 2= 2
Sabe o que isso quer dizer?! Nada. Era só para chegar ao número dois mesmo. 64 | WAZAP
Mas não desanime!
escritor e que está com falta de criatividade, que a vida não
Agora voltamos ao tema da revista, o dois, a dupla,
está sendo sua amiga e mimimi. Até aí, ok. Nesse momento o
o par, o bi.
ex-cunhado apresenta a solução de todos os problemas: uma
No filme, Bradley interpreta Eddie Morra, um escritor falido
droga que mais parece uma Tekpix de tantas funcionalidades.
que está tendo um bloqueio para terminar seu livro. Depois
É comprovado cientificamente que só conseguimos usar
que a namorada termina o relacionamento, ele sai meio
20% da capacidade do nosso cérebro, e a tal droga faria a
perdido por New York (eu queria levar um pé na bunda e sair
pessoa ter a capacidade de acessar 100% dele. Agora vamos
perdida por New York, nem ia ligar, mesmo!). Nesse momento
para a vida real: como eu só consigo acessar 20% do meu
perdido acaba encontrando um ex-cunhado, que lhe oferece
pequenino cérebro, pensei: “vou dobrar essa minha capacidade”.
um drink - porque sempre que você encontra alguém nos
Como? Chamei a Paula para escrever comigo. Drogas, tô fora!
filmes, esse alguém te oferece um drink. Eles saem para tomar
40% de capacidade cerebral exclusivamente para vocês que
o tal do drink e, papo vai, papo vem, Eddie Morra conta que é
estão lendo a Wazap - edição 2.
INÉDITO! VAI FUNCIONAR ASSIM:
VOU ESCREVER FRASES ALEATÓRIAS (TEXTO EM AZUL) A PAULA VAI COMPLETAR AS FRASES E DAR SENTIDO À ELAS (TEXTO EM ROSA), NUNCA ESQUECENDO DE LIGAR À PRÓXIMA FRASE. UM EXERCÍCIO LINDO DE CRIAÇÃO QUE SÓ PODE DAR CERTO COM DUAS PESSOAS. DUPLA. DOIS. VALENDO!
Quando estão sozinhas, as pessoas se esforçam mais para parecerem legais, porque se você não se esforça para ser legal consigo mesmo e ser feliz na sua própria companhia, provavelmente você está deprimido. Mas por que se “esforçar” para ser legal? Isso deveria ser algo natural, tranquilo. Neste caso você deve estar sendo neurótico. Mas isso não importa, o que importa é que todos buscam a felicidade dentro e fora de si. Neste momento deveria pensar em um exemplo relevante, repleto de sentido, mas o que me vem à cabeça foi o dia em que fui ao japonês com a Téssia. Sim, pode parecer bobo, mas ótimo exemplo de felicidade dentro (sashimi) e fora (companhia da Téssia) de mim. Sempre me pego pensando por que tenho tanta preguiça para acordar de manhã? Quando comecei a rir tão alto? Se eu bater em alguém quando sentir raiva, vai passar? Vontade é coisa que dá e passa? Vergonha é um sentimento válido ou é algo que os outros colocaram na sua cabeça? Porém é preciso compartilhar, viver junto, dividir experiências, “duplar”, espelhar. Se conseguir prestar atenção no que o outro permite que você veja, estará mais perto de se conhecer. Será que está fazendo sentido? A vida faz sentido, afinal? É claro que a vida faz sentido, Téssia. Não seja louca! Este texto não tem a pretensão de conter o sentido da vida, ou tem? Porque estou escrevendo de roupão, tomando café com leite, no sofá, em frente à TV. Todas as vezes que me imaginei descobrindo o sentido da vida, eu estava bem vestida, maquiada, com a plateia lotada me aplaudindo. Meu namorado, lindo e vocalista de uma banda famosa, me traria flores e me beijaria com doçura e paixão. Não estou preparada para saber se a vida faz sentido. Em um país onde ídolos são mais importantes que família, sexo vale mais que conhecimento e dinheiro é a solução para tudo, as pessoas são obrigadas a pensar primeiro em si. Mas, e se você for diferente? E se você descobrisse que várias pessoas são diferentes e isso é muito bom? Por fim, gosto de sol e de dias chuvosos e quase tudo é incerteza. E se é possível viver em dois, pensar em dupla, dividir experiência. A vida pode ser o nosso par perfeito. 65 | WAZAP
COTIDIANO
UM É POUCO. DOIS É BOM... E JÁ DÁ FILME!
PERSONAGENS DUPLOS E DUPLAS DE PERSONAGENS QUE DÃO MAIS EMOÇÃO À SÉTIMA ARTE. POR LUCIANA DA CUNHA Por mais que o cinema nos agracie com personagens fortes
Nem sempre o “dois” é bem recebido na indústria
que, aparentemente, carregam toda uma produção, há sempre
cinematográfica. Pode perceber, a maioria das sequências de filme
uma troca de forças para enriquecer a história. Pode perceber:
sofre o estigma de não serem tão boas como os originais. Você
o mocinho e a mocinha, o protagonista e o antagonista, o herói
mesmo já deve ter se flagrado saindo do cinema esbravejando
e o companheiro engraçado, o mestre e o aprendiz e por aí vai.
que tal filme “não chega aos pés do primeiro”. E é verdade, a não
Mas quando o próprio personagem já é a própria dualidade?
ser por raríssimas exceções. A minha preferida vem de um dos
Um bom e recente exemplo de um personagem que é na
melhores filmes já produzidos: O Poderoso Chefão.
verdade dois está em Cisne Negro. Na trama, a bailarina Nina
A sequência da história da família Corleone é tão bem
(Natalie Portman) se vê no dilema entre a inocência do cisne
feita e estruturada quanto a primeira parte da série. E é a
branco e a malícia do cisne negro, que ela não consegue
que mais joga com a dualidade também. Em primeiro lugar,
representar. Para isso, ela encontra na concorrente Lily (Mila
temos a história de quando Vito Corleone (Robert De Niro)
Kunis) a outra parte de sua essência. Aquela que não é
chegou à América, em contraste com o seu personagem já
boazinha, que não fica se autoflagelando e que quer apenas
bem-estabelecido como “o padrinho”. É o lado da origem, da
se divertir. A confusão das personagens é tão gritante que
humildade inicial de um homem que, até este momento da
em determinado momento o espectador não consegue mais
trama, tinha tudo sob o seu controle.
identificar onde termina uma e começa a outra. E afinal, quem não tem que conviver com o seu próprio cisne negro, não é?
No mesmo filme há outra dualidade: a do personagem-título. São poucos os casos em que uma saga muda de protagonista
Caso bem parecido é encontrado em O Clube da Luta (tanto
e menos ainda os que se saem bem-sucedidos com essa
é que eu insisto em chamar Cisne Negro de “Clube da Luta
troca. No primeiro filme, o “padrinho” é Don Vito Corleone
para meninas”). Dessa vez o protagonista é sobreposto pela
(Marlon Brando). No final do primeiro já se percebe o plot
segunda personalidade. O personagem de Edward Norton é
da continuação, quando o bastão é passado para o seu filho,
apenas o “narrador”. Quem faz as coisas acontecerem mesmo
Michael Corleone (Al Pacino). Dessa vez o contraste dá espaço
é Tyler Durden (Brad Pitt), que o faz enxergar a vida de uma
à afinidade que ele acaba criando com o pai, que tanto foi
forma muito mais intensa (e bizarra também, por que não?).
negada no primeiro filme. Diferente protagonista, mesmíssima
Uma pena que nos dois casos o personagem não conseguiu
qualidade (a não ser pelo terceiro filme, que é totalmente
resistir à ambiguidade da própria personalidade.
dispensável... só vale pra ver o Andy Garcia novinho).
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COTIDIANO
DUPLAS INSEPARÁVEIS MAS E QUANDO O PERSONAGEM PRINCIPAL NÃO É PORTADOR DESTE CONFLITO? AÍ É QUE ENCONTRAMOS AS GRANDES PARCERIAS DO CINEMA. PERSONAGENS QUE NÃO VIVEM UM SEM O OUTRO, COMO O GORDO E O MAGRO, SHERLOCK E WATSON, BATMAN E ROBIN E POR AÍ VAI. SEJA NOS TÍTULOS, NO ENREDO OU NAS PARCERIAS FORA DAS CÂMERAS, É IMPOSSÍVEL PENSAR EM UM SEM LEMBRAR DO OUTRO: C3PO E R2D2: um dos únicos casos em que dois coadjuvantes formam uma dupla inseparável no imaginário popular. Nem sempre o pessoal lembra exatamente dos nomes, mas quando se fala nos robôs de Guerra nas estrelas a versão eletrônica do “Gordo e o Magro” nos vem à mente.
ALFREDO E TOTÓ: aqui entra bem a questão do mestre e do aprendiz, que transforma Cinema Paradiso em um culto ao amor pelos filmes e à amizade sem a barreira da idade. Mesmo com as broncas que Totó levava quando pequeno, é a paixão desses dois personagens pela sétima arte que os une apesar do tempo e da distância.
BONNIE E CLYDE: casal de bandidos que viajava pelo país assaltando bancos, a dupla foi marcada mais pela parceria do que pelo romance. Tiveram um final trágico, mas pelo menos estavam juntos.
EDDIE VALIANT E ROGER RABBIT: infalível parceria entre um coelho animado e um detetive particular com certo trauma de personagens de desenho. Isso e a mistura entre o mundo de carne e osso e o de linhas e tinta são o que tornam Uma cilada para Roger Rabbit um desses filmes inesquecíveis da infância de muita gente. O mau-humor de Vaillant e o nonsense de Roger Rabbit rendem risadas mesmo depois de décadas.
ELLIOT E ET: o que mais emociona em ET não é o “ET, telefone, minha casa”, mas a sinceridade e lealdade da parceria entre Elliot e a criatura extraterrestre. A sinergia e a fatídica separação dos parceiros é o que não nos faz desistir de assistir cada reprise desse filme, já decorado por todos.
HANNIBAL LECTER E CLARICE STARLING: uma das duplas mais incômodas e fascinantes do cinema.O choque iniciado em O silêncio dos inocentes e repetido em Hannibal mostra como um serial killer e uma agente do FBI podem ter afinidades inoportunas em meio a diálogos espetacularese questionamentos que o próprio espectador se flagra fazendo.
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COTIDIANO
JACK E ROSE: todo mundo sabe que Titanic não é uma história sobre um navio afundando certo? É uma história de amor cultuada até hoje que, por acaso, foi ambientada no desastre do transatlântico. A história do navio todo mundo conhece, foi o amor impossível entre uma passageira da primeira classe, que estava noiva pra salvar o nome da família, e um aventureiro da terceira classe que fez todo mundo chorar e criar filas intermináveis na frente do cinema. Ainda projetou os atores Leonardo Di Caprio e Kate Winslet (que repetiram a parceria 12 anos depois em Foi apenas um sonho).
ISADORA E JOSUÉ: o acaso forçou a convivência dos dois personagens principais de Central do Brasil, mas o carinho apesar das diferenças foi o que cativou muita gente nessa que é uma das mais bemsucedidas produções nacionais.
BUTCH CASSIDY E SUNDANCE KID: mais uma dupla de bandidos (significa?), só que dessa vez mais bemhumorados. Os parceiros viajam até a Colômbia para “otimizar” suas ações. Uma curiosidade: a parceria entre Paul Newman (Butch Cassidy) e Robert Redford (Sundance Kid) foi repetida quatro anos depois em Um Golpe de Mestre.
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MARTIN SCORSESE E ROBERT DE NIRO: apresentados pelo diretor Brian De Palma, Scorsese e De Niro já trabalharam juntos em oito filmes, ao longo de 22 anos. Foram responsáveis por sucessos como Taxi Driver, Touro indomável, Os bons companheiros e Cassino. Desde 1995 os fãs esperam por uma nova parceria, o que, apesar dos constantes rumores, ainda não se tornou realidade. Atualmente Martin Scorsese aposta em uma nova parceria, com Leonardo Di Caprio, que já estrelou quatro filmes do diretor e já foi chamado de “próximo De Niro”.
WOODY ALLEN E DIANE KEATON: casal dentro e fora do set, somam oito filmes juntos. Um deles, vale destacar, Woody Allen escreveu justamente para Diane Keaton: Noivo Neurótico, Noiva Nervosa. Em inglês o título do filme é Annie Hall, um apelido da atriz.
HARRY E SALLY: dos filmes água com açúcar de Tom Hanks e Meg Ryan, esse é sem dúvida o que tem a história mais tocante. A antipatia inicial dos protagonistas não apagou o fato de que eles, como o título em português define, foram feitos um para o outro. Conhecidos que viraram amigos que, de repente, se tornaram inseparáveis. Tem muita gente por aí que compartilha dessa história.
VINCENT VEGA E JULES WINNFIELD: Talvez o nome não soe tão familiar aos menos fanáticos, mas sempre que se fala em Pulp Fiction as pessoas lembram instantaneamente dos infindáveis e filosóficos diálogos dos personagens de John Travolta e Samuel L. Jackson. Foi graças aos dois que todo mundo aprendeu que o “Quarteirão com Queijo” em Paris é chamado de “Royale with Cheese”, por causa do sistema métrico.
WOODY E BUZZ LIGHTYEAR: mais uma dupla que surgiu da inimizade, dessa vez entre dois brinquedos do filme Toy Story. A inusitada parceria entre um cowboy e um astronauta ainda cativa e emociona aqueles que já deixaram os brinquedos pra trás há algum tempo.
TIM BURTON E JOHNNY DEPP: uma das parcerias mais conhecidas fora das telas. O primeiro filme da dupla foi o clássico da sessão da tarde Edward mãos de tesoura (1990) e de lá pra cá já foram sete filmes com o diretor e o ator. Além do trabalho, os dois são conhecidos por serem grandes amigos. A última produção deles foi Alice no País das Maravilhas (2010).
COTIDIANO
DOIS, EXISTIMOS, POIS. FOTOS DIVULGAÇÃO
O AMOR PRÓPRIO É POBRE E ESTERIL, SERVE PARA NÃO ATINGIRMOS O POÇO E SEU FUNDO. POR JURA ARRUDA A atriz, em pé, sustenta seu próprio corpo magro e débil.
nem mesmo no “zero”. Desculpem-me os matemáticos,
Sozinha não é nada. Em que pese ao espaço lhe conhecer, ela
mas passamos a existir no “dois”. É no encontro que se dá a
não é atriz nesse momento. Em que pese a ela pensar e ter
existência. Isso acontece até na tabela periódica (lembra-se
consciência de sua existência, ela não é nada nesse momento.
dela?)! É no encontro de dois átomos de Hidrogênio com um
Quem existe sozinho neste mundo? Para George Berkeley
de Oxigênio que se pronuncia a água, a vida. Da mesma forma
(1685-1753), “ser é ser percebido”. Para Immanuel Kant (1724-
é o amor: só é possível se há um alvo. O amor próprio é pobre
1804) algo só existe em uma relação de conhecimento. Lembro
e estéril, serve para não atingirmos o poço e seu fundo. Não é
que durante a faculdade o nome de Nietzsche era citado com
amor vertiginoso como o que vivem os amantes, não é amor
frequência, e eu me apossei de muitas de suas teorias para
radiante como o maternal, não é amor fraterno que nos leva à
entender o universo. Ele fala, em um de seus textos, que algo
dádiva da entrega.
só existe se nós temos consciência desse algo. Uma pedra,
Existir é entregar-se.
por exemplo, só passou a chamar-se pedra depois que fora
A atriz ergue o braço, gira, cai sobre o corpo, sussurra uma
dada a ela este nome. Parece lógico, não é? Mas há entrelinhas
dor, revela um desamor e desencana fingindo-se forte. O que
demais aí. Antes de termos consciência da pedra, a pedra não
nela doi, respinga no espectador, que reage com seus filtros a
era pedra. Daí a alguns dizerem que foi o homem quem criou
cada proposta da atriz. Sem que ambos percebam, a atriz não
Deus e não o contrário.
é mais só atriz, ela é também uma mulher de olhos vivos e
Por este prisma, a atriz, sozinha, não é atriz.
corpo flexível, que se doa à personagem sem pudor e que faz o
Como o homem, para ser homem, carece da existência da
espectador pensar em quem ela é, de fato, quando em convívio
mulher, e o novo, para ser novo, carece da existência do velho,
com os seus. O espectador, por outro lado, agora não é mais
a atriz precisa de alguém na plateia. Um alguém qualquer
só espectador, ele é confidente e parceiro no jogo do teatro.
para que ambos passem a existir, porque ela será percebida
É o alvo da história e da interpretação artística, é o cara que
enquanto atriz, e ele – aquele alguém - enquanto espectador.
está ali. E porque houve esse encontro o teatro agora também
Se este encontro acontece, um pequeno gesto da atriz
existe. E não precisa de cadeiras, nem de luzes, nem de um
magra e débil se transforma num movimento cênico, na magia
palco. O teatro existe no movimento de atriz e telespectador
do jogo que permite a riqueza das interpretações. Ainda que
que compartilham o mesmo jogo, a mesma história e o mesmo
a atriz esteja nua e sem elementos de cena, que o palco seja
tempo.
apenas o chão e que o espectador não tenha cadeira, haverá teatro e uma história a se contar e a se ouvir. Viver é trocar. A existência, por conta da filosofia, não começa no “um”,
Ao encontrarmo-nos nessa página, você, com seu olhar de leitor, me faz escritor. Viver é melhor a dois, e existir só é possível assim. 69 | WAZAP
COTIDIANO
DE PARIS AOS ESTADOS UNIDOS: DOIS ESTILOS PARA CONHECER O MUNDO POR JULIA PANIZ
“Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir”.
incomuns, culturas e sabores diferentes, pode ser mais do que
A frase do navegador brasileiro Amyr Klink poderia ter sido
uma “fuga” do convencional. Existem diversas maneiras de
usada por Chris McCandless, garoto que documentou sua
dar a volta ao mundo e conhecer novos ares, e vários fatores
aventura pelo Alasca e teve a história retratada no livro Na
influenciam na forma como cada um pode conhecer o mesmo
Natureza Selvagem, de Jon Krakauer.
lugar de formas diferentes. O mundo não é pequeno para
Muitas pessoas sentem uma vontade incessante de viver
quem tem sede de conhecimento. Desde viagens luxuosas aos
aventuras, explorar o mundo e ter experiências novas. É
famosos mochilões, todas são experiências contadas das mais
natural do ser humano querer ir além do que se tem no dia-
diversas formas, mas que acabam tendo o mesmo significado:
a-dia, sair da realidade, da rotina. Ter contato com lugares
a vontade de saber um pouco mais do mundo que há lá fora.
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FOTO: THIAGO MOMM
Foram interesses como estes que levaram Jerônimo Rubim, 31 anos, a dar os primeiros passos por lugares que ainda não conhecia. Destinos como Inglaterra, Paris, Espanha e uma aventura pela costa do Brasil fazem parte do seu álbum de viagens. Apesar de agora prezar por um pouco mais de conforto, o jornalista de Florianópolis conheceu muitos lugares com a experiência de alguém que nunca se importou com o luxo na hora de viajar. Albergues podem ser uma ótima opção para quem pretende economizar um pouco. “Já me hospedei em dezenas de albergues, e esses lugares deixam as viagens mais coloridas”, conta. Para quem pretende inovar nas opções e ampliar o leque de locais visitados, o ideal é economizar na estada e na alimentação. “Gosto sempre me abastecer em supermercados. E há sempre opções de boa comida a preços acessíveis, basta procurar. Há vezes em que é preciso sobreviver de sanduíches, outras em que se pode comer em restaurantes medianos e, uma vez ou outra, se dar ao prazer de um ótimo jantar”, reforça. Há quem prefira um espaço mais reservado, uma boa cama, banheiro privativo e boa localização, itens básicos que fazem parte da lista de Milena Claudino, 24 anos, na hora de escolher o destino para viajar. Nas últimas viagens, a assistente administrativa preferiu locar um veículo para conhecer o país em que estava por facilitar o deslocamento para locais de maior interesse. Também já conheceu vários pontos dos Estados Unidos e pretende conhecer a Europa. Na hora de viajar, o transporte escolhido quase sempre é avião, diferente de Jerônimo que já foi de Florianópolis, Santa Catarina, à Jericoacoara, Ceará, de carro com os amigos. Seja qual for o estilo de viagem desejado, há pessoas que preferem pesquisar seus próprios destinos e montar sua própria rota. Milena faz uma incansável busca para fazer seu próprio roteiro e conseguir estabelecer quantos dias pretende ficar em cada local. Com Jerônimo a fórmula é a mesma. Ele conta que a Internet oferece muitas opções para quem quer planejar o destino, mas afirma a importância de consultar ofertas e promoções em agências, que podem tornar o passeio ainda mais barato. De Florianópolis à Jericoacoara, do Brasil à Europa, sabemos que o importante não é o meio, mas sim o fim. Cada um possui a melhor fórmula para pesquisar, buscar e concluir sua viagem. Em hotéis, albergues ou Couch Surfing (serviço de hospitalidade com base na Internet, o qual recebe cadastros de pessoas que disponibilizam suas casas para hospedagem); comendo em restaurantes um pouco mais refinados ou buscando economizar em fast foods e supermercados; trem, avião, carro ou ônibus, o que importa é ir. Estar em uma cidade, estado ou país diferente pode ser uma experiência divina, basta começar. Amir Klynk já disse: “Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés para entender o que é seu, para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor – e o oposto. Sentir a distância”. 71 | WAZAP FOTO: MAYARA BUOGO CLAUDINO
Por Jhones Oedis
ARTE
E VOCÊ, TEM A TATTOO QUE MERECE? POR BRUNNA ZURLO
Três e quarenta da tarde e alguém, no auge de seus vinte e poucos, sobe as escadas. Cinco orçamentos em mãos. Explico que é complicado baixar muito o preço. Ele amaldiçoa o tempo que gastou para subir e sai rumo ao próximo estúdio. A falta de valorização dos artistas anda solta pelas ruas do país. Apesar da aceitação que, pouco a pouco, tem marcado presença pelas quebradas brasileiras e da inserção da tattoo no cenário artístico contemporâneo, ainda é comum encontrar quem encare os tatuadores como “vendedores de estampas” ou coisa parecida. Arte tem significado, ideologia, valor. Artistas sem reconhecimento e sem respeito acabam procurando por isso em outro lugar e, consequentemente, - que desperdício! propagando suas artes em uma freguesia que os valorize. Marquei a entrevista e me surpreendi. Um estúdio de tatuagens em frente à igreja matriz, que eu, como boa e velha moradora da região central de Blumenau, nunca havia notado. Cheguei na hora combinada e procurei com cuidado. Lá estava uma pequena placa anunciando, discreta e propositalmente, que havia encontrado o lugar de destino. O Tuatattoo é um estúdio localizado no segundo piso de um prédio amigável. Pelas paredes, desenhos, pinturas, fotos e fragmentos da história que eu estava prestes a descobrir. Renan Batista me recebeu quase como se fossemos velhos amigos e já foi me convidando para entrar enquanto estendia amigavelmente um dos braços tatuados. O gaúcho, vindo de Três Passos, cidade que, segundo ele, poucos conhecem, denunciava-se pelo sotaque e destacava-se pela ideologia. Conversamos por 3 horas e, de um papo que fluiu tão natural, a tarefa difícil foi selecionar as informações que ficariam de fora dessa entrevista.
Renan, como você, um cara do interior gaúcho, veio parar aqui em Blumenau? Minha família é dessas tradicionais, que não curtem tatuagens, exigem que os filhos sejam formados e só casem depois e se estabelecer economicamente. Eu sempre fui apaixonado por várias formas de arte e não via a hora de completar 18 anos pra fazer minha primeira tattoo. Até tentei deixar essa paixão de lado e fiz três semestres de direito, mas não rolou. Acabei quebrando todas as regras: era um cara de 19 anos que saiu de casa com uma mala, 50 reais no bolso e uma “recém esposa”. (risos) 74 | WAZAP
E, nessas alturas, você já tatuava? Ainda não. Comecei a tatuar em 2006, aqui em Blumenau. Sempre ouvi que no Brasil não rola de viver só de arte e acabei estudando publicidade e propaganda. Parei em seguida, esse lance comercial não era pra mim. Eu queria algo realmente artístico. Já pintava há algum tempo e sempre curti tatuagens, tanto que quando fiz minha primeira, perguntei ao tatuador se ele dava cursos. Na época meu pai ficou mais de um mês sem falar comigo, mas hoje apóia minha profissão e curte minha arte.
Como começou a tua história como tatuador? Tatuagem pra mim é transcendental, é mais que uma simples marca no corpo. Eu já curtia desenhar e, certo dia, senti uma orientação divina pra tatuar. Pode até parecer meio contraditório, mas eu não liguei. Pensei: ”se essa é minha missão, vamos lá”. Comprei os aparelhos e disse pra minha esposa “tu vai ser a primeira!”. (risos) Ela confiou a mim sua primeira tattoo: uma borboleta azul nas costas. A segunda pessoa que tatuei já foi um cliente, que viu meu primeiro trabalho e curtiu o resultado. Acho que o cliente nunca ficou sabendo desse detalhe. (risos) Eu não tinha um estúdio ainda, tatuava em casa. Depois desse primeiro cliente foi aparecendo um atrás do outro. A cultura da tatuagem se faz muito pelo boca a boca: a galera vê o trabalho, curte, indica, se informa e procura mesmo. Na época, coincidiu que eu estava de férias do meu trabalho de vendedor e tatuei tanta gente que, quando voltei, avisei que em 15 dias ia sair fora, “agora eu sou um tatuador”. Como já tinha me jogado nessa de cabeça, pedi demissão e não estava nem aí pras multas e pra galera dizendo que eu estava bancando o inconsequente. Em 2007 já estava com o Tuatattoo aqui nesse endereço. Na época tinham mais três estúdios de tatuagem na região central e eu, só. Hoje tem mais de dez.
E como tu vês essa explosão de estúdios na cidade? Eu bato sempre em uma tecla: tatuagem tá virando modismo. Nem moda, modismo mesmo. Moda tem um fundamento, um conceito, um ciclo. Modismo não, é vazio, dá e passa. É aquela coisa: “nem sei por que, mas eu tenho que ter uma tatuagem”. Hoje é mais difícil você encontrar alguém que não tenha tatuagens. Por causa desse modismo rola direto aquele diálogo: “mostra o catálogo de tatuagens?”, “o que a galera mais tem tatuado no pé?”. Tatuagem assim não tem significado, perde a essência da arte. Por isso que eu digo que tatuagem, por um lado, não deveria ter saído do meio underground. Virou muito comercial. Por outro lado, ter saído do meio underground e estar se libertando daquela associação com rebeldia - a visão da época dos nossos pais, que coincidiu com o berço da tatuagem no Brasil - faz a tatuagem ser vista com menos preconceito e ser encarada como uma forma de expressão e arte mesmo.
Como é o processo de elaboração da tatuagem? Rola de fazer tatuagens copiadas, desenhos de internet? É um processo totalmente artístico. Como eu falei, leva tempo e começa antes mesmo do papel. Eu não tenho catálogos de tatuagem, cada tatuagem é exclusiva. Posso mostrar referências, conversar sobre os estilos, os elementos, as proporções e, no final, o resultado funde a ideia do cliente com a minha. As conversas normalmente são bem longas e depois disso vem a parte prática: eu tiro o molde da parte do corpo que vai ser tatuada, estudo ângulos, proporções e os elementos de cada composição. Essa parte leva tempo. Chego a passar 10 horas em cima de um desenho pra que ele seja único e tenha a melhor harmonia possível. Depois, às vezes, vêm algumas alterações e ajustes e chega a hora da tatuagem em si. Todo mundo sai feliz. Meu trabalho acontece muito por indicação e é por isso que é estratégico, pra mim, não ter o que eu costumo chamar de “loja de tatuagem”. Tenho um atelier, uma clientela bem legal, com os mesmos conceitos que os meus. O fluxo de trabalho é um pouco mais reduzido que em lojas de tatuagem, mas, em compensação, tenho tempo para preparar e estudar cada trabalho.
E quais são os estilos de tatuagem que tu mais curte fazer? O que eu mais estudo é o estilo oriental. É uma paixão antiga, que já vem da pintura. Além do estilo oriental eu curto as tatuagens maori e o realismo. O realismo é interessante pra botar em prática o exercício dos traços, profundidades, texturas, detalhes, contrastes, transparências. Ah, freehand também é uma modalidade interessante. Aliás, o que é mais legal do freehand é a confiança que o cliente deposita no teu trabalho pra deixar que tu desenhes direto na pele, o que vai ficar ali, bom, pra sempre.
E essa paixão pelo estilo oriental teve origem em algum ponto específico da tua carreira ou vem “de sempre”? Fiz curso de pintura em São Paulo com um japonês que fugiu de casa com 16 anos porque não queria ser um mafioso, e sim um pintor. Ele já viajou pelo mundo, morou na Itália, voltou pro
Japão, veio pro Brasil, trabalhou com publicidade, desenho, pintura e finalmente abriu uma escola de pintura por aqui. Eu ia uma vez por mês e ficava metade da semana por lá, só pintando. O curso do cara tem uma fila de espera de anos. Aprendi o outro lado da moeda com ele: com a tatuagem, normalmente, você recebe elogios e é fácil deixar o orgulho subir a cabeça. Com ele fui obrigado a trabalhar o lado das críticas, aprender a dominar o ego, ter mais disciplina, ser pontual e ser mais humilde. Aprendi que a humildade é o que faz crescer. O orgulhoso estaciona, para de crescer, acha que já está bom o suficiente. Não melhora e não aceita as críticas. Eu nem sabia, mas era assim até ir pra São Paulo e perceber quantos artistas maravilhosos estão por aí tatuando.
ARTE
Já rolou de algum cliente ficar incomodado com a tua postura ou de chegar aqui e você recusar o trabalho? Rolou sim, mas é questão de conversar. Eu respeito muito o meu propósito de tatuador e não tatuo nada que tenha a ver com morte. Não me sinto à vontade e já recusei alguns trabalhos nesse sentido. Nem é por qualquer tipo de preconceito em relação ao que a pessoa quer tatuar, afinal, aquilo pode ter um significado pra ela. É por não me sentir em paz com a proposta. Mas conversando, uns 80% dos clientes acabam mudando de ideia e vendo o negócio de uma ótica diferente, vendo que não tatuo só pela grana. Eu tenho um preço justo pela minha arte e acredito que quem paga por ela merece que eu esteja 100% empenhado em dar o melhor de mim naquele trabalho. Se eu fizer só pela grana vou ser um vendedor, não um artista. Eu tento explicar que não é arrogância de forma nenhuma, e esse é mais um lado que torna estratégica a ideia de não ter uma loja de tatuagens “comercial”: normalmente quem vem tatuar comigo é porque conhece meu trabalho, está disposto a me ouvir, trocar ideia, curte tatuagem como uma arte e se identifica com meu conceito.
E como tu enxerga a postura dos blumenauenses em relação à tatuagem? Tanto como tatuador, quanto como tatuado. Blumenau tem um nível baixo de preconceito, no geral. Soa até meio estranho dizer isso se levar em consideração que a cidade é de cultura alemã tradicionalista. Mas a galera é bem desencanada, rolam muitas tatuagens grandes, fechamentos e, se duvidar, até mais do que em muitos lugares do litoral. Essa cidade tem tudo pra ser uma referência em tattoo: uma galera desencanada, bom nível de aceitação e muitos artistas de talento, bons tatuadores mesmo.
A tatuagem já faz parte do cenário artístico do Brasil? Eu vejo que já começou o processo de reconhecimento da tatuagem enquanto arte, já começa a rolar um reconhecimento do tatuador enquanto artista. O Brasil, no geral, ainda precisa evoluir muito neste sentido, essa mentalidade de modismo, de chegar pechinchando com cinco orçamentos nas mãos, precisa cair fora de vez. A tatuagem deve ser vista e valorizada como uma arte feita por legítimos artistas. É como nós, tatuadores, brincamos, mas tem um fundo de verdade: cada um tem a tattoo que merece.
www.tuatattoo.com
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ARTE
A ARTE DO DISTINTO SEUS HOMENS, BARCOS, TRENS E PAISAGENS COLORIDAS SE REVEZAM TODOS OS DIAS. POR DANIELA HERTEL
A pintura interligada ao mundo das fantasias e do irreal dá ao trabalho de Telomar Florêncio um aspecto diferenciado. Filho de um marceneiro e de uma dona de casa, Telomar não teve nenhuma influência da família. Iniciou seu trabalho aos treze anos de idade, quando trabalhou no setor de pinturas da Gráfica 43. É reconhecido por sua arte inconfundível, e já estampou capas de livros, listas telefônicas e cartazes da Oktoberfest. É um artista de talento indiscutível, seu trabalho invade o olhar de uma forma clara e muito objetiva. Durante muito tempo teve limites quanto à ousadia e a criatividade, o mundo publicitário canalizava seu olhar artístico. Foi quando passou a trabalhar em casa, o que faz há quinze anos, e que foi bastante diferente para ele. Passou, então, a usufruir do surrealismo, além de abusar das cores e de seu imaginário. Também faz trabalhos idênticos às imagens originais, mas só o faz quando solicitado por algum cliente. As obras de Telomar possuem múltiplos diferenciais, um deles FOTO: CARLOS LOBE
é a leveza em suas pinturas. O admirável artista surrealista não entra na cadência do tempo e continua ilustrando suas telas.
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ARTE
O artista plástico tem pavor em aparecer, como ele mesmo diz. Essa timidez o acompanha desde a infância. Nunca gostou de ser o primeiro plano. “Quando criança, na escola, me escondia atrás dos colegas e detestava quando chamado pela professora para ir ao quadro negro”, recorda Telomar. Tanto que prefere não aparecer em fotos e em suas exposições. Possui opiniões sólidas e é dono de um ótimo humor. Aliás, este esteve presente em toda a conversa. Telomar já vendeu muitas telas, mas recorda a vez que vendeu algumas delas ao jornalista e apresentador Cid Moreira, que adquiriu suas obras há alguns anos durante passagem pela cidade. Está exposto em sua oficina – não gosta da palavra “ateliê” – a cópia do cheque do pagamento dessas obras. Uma conhecida o deu a ideia de vender seus quadros na beira da estrada, de maneira muito distinta, uma galeria ao ar livre. Uma forma de mostrar suas pinturas à todos que passam pelo Anel viário Norte, cidade de Blumenau. Conseguiu, assim, transformar seus quadros e sua forma de pintar em um padrão reconhecido pelos habitantes da cidade. Seus homens, barcos, trens e paisagens coloridas se revezam todos os dias. Para apreciá-los ou até tornar-se colecionador das grandes obras, basta passar por ali e encontrar os dois: a obra e o artista.
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ARTE
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ARTE
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ARTE
EXPRESSÃO
COMO FORMA DE EXPRESSÃO INDIVIDUAL E SUBJETIVA DO ARTISTA EXPRESSIONISTA, NASCEU O MOVIMENTO QUE RESSALTOU O SENTIMENTO HUMANO. POR EMANUELE BENVENUTTI Acredito que, como designer gráfica, seja meu dever ter
sua marca na literatura, no teatro e no cinema. Na literatura, o
embasamento teórico para poder trabalhar. Por isso estou sempre
Expressionismo surgiu tendo como principais temas guerra (pois
tentando entender um pouco mais sobre as escolas de arte que
estavam passando por esse período), medo, loucura, amor e delírio.
influenciaram no Design Gráfico, e continuam influenciando. É uma
No Teatro tentaram refletir sobre a essência das coisas, ao invés de
honra cada vez que escrevo sobre uma dessas influências, falo sobre
retratar com tanta fidelidade, ou até mesmo imitar, o mundo exterior e
artistas que me fazem ver o mundo com outros olhos.
o que estava acontecendo nele. Talvez uma tentativa de fuga daquela
Este é o caso do Expressionismo, que surgiu no início
época. Eles se mostravam visionários, pois queriam fazer do teatro
do século XX. Foi a arte do instinto, sob a qual os pintores
expressionista uma espécie de mediador entre a vida e a filosofia,
expressavam seus sentimentos através de obras dramáticas, com
passando para as pessoas tentativas de mudar a sociedade moral e
a predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais.
ideologicamente.
Para os pintores expressionistas a arte está ligada à ação, que é,
Com a contribuição do teatro expressionista nasceu o cinema
muitas vezes, violenta, e através da qual a imagem era criada, com o
expressionista. Suas imagens traziam uma visão deformada da
uso de cores fortes e formas distorcidas. Cada obra exteriorizava uma
realidade, com atmosferas profundas e inquietantes. Sua grande
reflexão individual, na qual os artistas recriavam o mundo da forma
característica foi recorrer ao simbolismo com formas distorcidas e
como o viam.
elementos plásticos. O Cinema Expressionista influencia ao Cinema
O Expressionismo encontrou suas bases no romantismo alemão, e na questão do isolamento do homem frente à natureza. Deixou 80 | WAZAP
Contemporâneo, assim como todas as áreas que o expressionismo influenciou.
ARTE
TEMPORADA DEPOIS DE UM ANO ESTUDANDO TÉCNICAS DE GRAVURAS NA FRANÇA, O ARTISTA VISUAL CATARINENSE NESTOR JR. INICIA TEMPORADA DE EXPOSIÇÕES NO BRASIL.
Nestor Jr. iniciou sua carreira artística em 2002, quando abandonou a fixação por criar imagens perfeitamente proporcionais (técnica que vinha estudando desde 1998, como amador) e passou a perceber que seu conceito de beleza era diferente. Seu interesse maior estava na beleza do corpo fora de medidas e silhuetas padronizadas. Diriam que se tratava da feiúra, mas - mais do que isso era uma reflexão entre o sublime e o grotesco. Através dos retratos desses corpos, por vezes estranhos ou até bizarros, fazer exalar a sensualidade natural de cada um, esquecer a beleza pré-estabelecida e reconhecer o que emociona e seduz nos corpos comuns. Sua juventude, preenchida por senhoras gordas, mães, tias e avós, cujas peles brancas eram manchadas pelo sol, também compõe as obras; além da percepção de seu interior, sonhos e delírio imagéticos. Mulheres de expressões fortes, apesar de solitárias à espera dos maridos pescadores, que faziam o sustento da família. Tudo isto estará exposto, do dia 11 de agosto ao dia 10 de setembro, no Espaço Mabeck, galeria de arte na cidade de Blumenau, Santa Catarina. Além dessa primeira exposição após sua volta ao Brasil, suas obras devem ser apresentadas, ainda este ano, em outras três capitais brasileiras: Florianópolis, na Galeria Cor; Belo Horizonte, na Quina Galeria; e Bahia, na Galeria RV, encerrando a temporada.
SEUS TRABALHOS ESTARÃO EXPOSTOS A PARTIR DO DIA 11 DE AGOSTO NO ESPAÇO MABECK, GALERIA DE ARTE NA CIDADE DE BLUMENAU EM SANTA CATARINA.
Mais sobre o artista: www.flickr.com/nestorjr 81 | WAZAP
ARTE
FILME
FILME
LIVRO
LIVRO
A ÁRVORE DA VIDA
POTICHE: ESPOSA TROFÉU
ANTES QUE EU VÁ
O HOMEM DE BEIJING
DIRETORA Terrence Malick ELENCO Brad Pitt, Sean Penn, Fiona Shaw, Jessica Chastain
DIRETOR François Ozon ELENCO Catherine Deneuve, Gérard Depardieu, Fabrice Luchini, Karin Viard
LAUREN OLIVER 2011
HENNING MANKELL 2011
E se você tivesse apenas um dia para
A heroína do novo romance de Henning
viver? O que você faria? Quem você
Mankell
beijaria? E até onde você iria para
analítica
salvar sua própria vida?
à do inspetor Kurt Wallander. No
Samantha Kingston tinha tudo isso: o
entanto, a inexperiência em casos
namorado mais desejado do mundo,
criminais
três melhores amigas incríveis, e
logo coloca sua vida em grande
prioridade para escolher qualquer
perigo. Ligando o assassinato das
coisa na Thomas Jefferson High –
dezenove vítimas inocentes ao rastro
desde a melhor mesa da cafeteria até
de fome, tortura e morte deixado pelo
a vaga de estacionamento. Sexta-feira,
imperialismo
12 de Fevereiro, deveria ser apenas
XIX, a trama de O Homem de Beijing
outro dia em sua vida encantada. Em
estabelece conexões inauditas com a
vez disso, tornou-se seu último dia.
política internacional da atualidade.
Então ela teve uma segunda chance.
Distribuída entre quatro continentes,
Na verdade, sete chances. Revivendo
a narrativa desafia as convenções
seu último dia durante uma semana
do gênero policial, conduzindo a um
milagrosa, ela vai desvendar o mistério
vertiginoso labirinto de referências
que envolve sua morte – e descobrir o
históricas, culturais e geopolíticas.
Estados Unidos
França
Drama
Comédia
A Árvore da Vida é a história de uma
1977.
família que vive na década de 50
Deneuve) é a esposa submissa de
Suzanne
Pujol
(Catherine
no oeste dos EUA. O filme segue a
Robert (Fabrice Luchini), um rico
vida de Jack, desde a inocência na
industrial. Ele é dono de uma fábrica de
infância até a desilusão nos últimos
guarda chuvas e a comanda com mão
anos da fase adulta. Enquanto ele
de ferro, sendo também autoritário
tenta se reconciliar com o pai (Brad
e rigoroso com a esposa e os filhos.
Pitt), percebe que sua alma está
Quando uma greve e o sequestro de
perdida em meio ao mundo moderno.
Robert atingem a família, é Suzanne
Buscando por respostas para a origem
quem resolve assumir a dianteira para
de tudo e um sentido para a vida, Jack
comandar a fábrica. Para surpresa de
(interpretado por Sean Penn na fase
todos, ela demonstra ter uma liderança
adulta) ainda se questiona sobre a
nata.
inteligência comparável
de
grande
envergadura
ocidental
no
século
o risco de perder.
TAKE IT OR LEAVE IT: A TRIBUTE TO THE ORIGINAL QUEENS OF NOISE: THE RUNAWAYS A
gravadora
Main
Man
MÚSICA
às mais
Runaways,
uma
importantes
das do
longa-duração
uma continuação e evolução do seu primeiro excelente álbum, de nome
rock’n’roll.
novo
O álbum, que recebeu o título
interpretadas por nomes como The Donnas, The Adolescents, Kathleen Hanna
novo
nova-iorquino . Aparece-nos como
bandas
to The Original Queens of Noise: The Runaways“, é duplo e traz 36 faixas
o
dos Vampire Weekend, o quarteto
Records
de “Take it Or Leave It: A Tribute
VAMPIRE WEEKEND CONTRA “Contra”,
lançou no final de junho um tributo
(Le Tigre/Bikini Kill), Peaches e Kittie.
uma
certamente
verdadeiro valor de tudo que ela corre
existência da fé.
MÚSICA
possui
homónimo. trabalho
a
Nota-se
neste
experimentação
característica de quem não quer fazer sempre exactamente a mesma coisa, mas uma experimentação ainda assim bastante pensada e cuidada que demonstra bem essa nova maturidade, uma tentativa de obter canções um pouco mais ricas, mantendo a sua simplicidade e inocência.O recurso a um indie com um pouco mais de eletrônica do que no primeiro álbum. 83 | WAZAP
BEBIDAS
VINHO AFINCADO 750ML SAFRA 2001 Esse vinho é elaborado somente em safras excepcionais e em quantidades limitadas. O vinho Afincado Malbec envelhece 16 meses em barris novos de carvalho francês. Tem no seu aroma grande concentração e riqueza. Destacam-se os aromas intensos como cereja, ameixa seca e amora, com notas de baunilha e caramelo provenientes do carvalho.
CERVEJA SPITFIRE LATA 500ML Sua principal marca SPITFIRE é uma das Ales mais vendidas do mundo, premiada com típico humor inglês. Suas cervejas já estiveram disponíveis no Brasil há 13 anos, fazendo a fama das deliciosas Ales inglesas.
MARILYN MONROE E CHAMPAGNE Descrito como frutado, sedoso e delicado, o champanhe tem um aroma elegante, ficou armazenada em adega por três anos e, para saboreá-lo, foi criada uma flaute curvelínea e sexy que acompanha a garrafa.
TEQUILA 1800 RESERVA AÑEJO Seu rico e intenso sabor vem do seu envelhecimento de no mínimo 3 anos em barris de carvalho francês. Por seu complexo aroma, deve ser consumida “on the rocks”, como os melhores Whiskys.
ABSOLUT 100 É feita exclusivamente com ingredientes naturais e, ao contrário de outras vodkas, ela não contém açúcar. Deliciosamente suave, com uma textura refrescante e aveludada, torna-se incomparável com suas notas picantes.
JOHNNIE WALKER Um espaço de brand experience que deve ajudar a marca a se aproximar do povo chinês e tornar seu uísque mais consumido no país. As garrafas estão sendo vendidas exclusivamente no espaço onde explica todo o processo produtivo da bebida. Somente mil unidades foram produzidas. 84 | WAZAP
La vida es dulce! Cupcakes da Lais
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