CARIOCAHOLIC
Rique Gonçalves, detentor da marca R. Groove fala sobre as apostas para o verão
MUNDO NOVO
O mercado de luxo sob a visão de alguém que não o consome
PARA ELES
Uma aventura fashion
MAG #03
the eccentric
wild
w ww.estudioblaze.com.br
editores EDU BELTRAMINI FABI CENCI direção de fotografia EDU BELTRAMINI edu@wazapmag.com direção de criação FABI CENCI fabi@wazapmag.com
Impressão Tipotil
Periodicidade Bimestral Tiragem: 2.000 exemplares Preço: R$ 6,90
executiva de contas ALINE BONI aline@wazapmag.com marketing EVANDRO ALVES evandro@wazapmag.com redação
MARIANA SPADACCI
DISTRIBUIÇÃO Balneário Camboriú Blumenau Brusque Gaspar Florianópolis Itajaí Itapema Jaraguá do Sul Joinville
tratamento de imagem
TEFA BARBIERI
CONTATO
COLABORADORES WAZAP MAG #03
contato@wazapmag.com www.wazapmag.com facebook.com/wazapmag twitter.com/wazapmag
texto ALANA NOGUEIRA BÁRBARA ZANELLA CARLA PÖPPER CLÁUDIA IARA VETTER DANIELA HERTEL GREGORY MARTINS JOÃO BATISTA ( JB ) JÚLIA SCHÄFER DOURADO JULIANA LEVANDOSKI KARINE GOTTARDI LUCIANA DA CUNHA MARIA FERNANDA VIEIRA MARLON TOMIO PAULA SOFIA RAFAEL BONA VINICIUS BATISTA
Daniel Pfaffendorf, 85, sl 07 Blumenau | SC
ilustração GILBERT BEROIS KADU SUPANIK ZULEKHA LAKECA styling ALINE KRAEMER FENILLI KATHERINE CORTEZ RAFAEL ALTHOFF VANESSA NEUBER beauty MELISSA TRIERWEILER JULIANA FLORENCIO RENATA LIBARDO modelo NATHÁLIA V. SILVA THIAGO GUENTHER STEFANIE ROECK
IMAGEM CAPA foto FABI CENCI E EDU BELTRAMINI styling RAFAEL ALTHOFF beauty JULIANA FLORENCIO modelo THIAGO GUENTHER
Todos os direitos reservados. Fica expressamente proibida a reprodução total ou parcial sem autorização prévia do conteúdo editorial. Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos autores e não refletem a opinião da revista.
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@HendyelAlves: @wazapmag tive acesso ao trabalho de vocês, parabéns & sucesso. @PetersJulian: Com a @wazapmag na mão e curtindo demais! Parabéns pela edição galera! #todosgosta @_mariflorencio: Vc já leu a sua @wazapmag? Não? Então corre pra banca pq só tem coisa boa!! @brunnazurlo: Com minha @wazapmag em mãos e um orgulho IMENSO! Ficou simplesmente, divina! Parabéns pelo trabalho (e pela festa que soube que foi linda)! @Joycecm: @wazapmag Parabéns pela festa ontem!!! A revista está ótima!!!! Muito sucesso pela frente! @kettycortez: @wazapmag está arrasando a nova edição! Amei :) @moonicakeller: Lendo minha @wazapmag e aproveitando para parabenizar a equipe. A festa de lançamento e a revista ficaram incríveis!
NO FACEBOOK Manu Benvenutti: Gente, recebi a WAZAP hoje, queria parabenizar pelo projeto gráfico impecável, os editoriais de moda são lindos, o conteúdo é ótimo. Parabéns mais uma vez, um super trabalho, fiquei babando. E muito obrigada pela oportunidade. Um beijo enorme, sucesso! Fabiana Morrete Davantel: Parabens, a festa estava ótima ontem e a revista está excelente, ótimas materias, adorei!!! Paulo Eduardo Mendes Silva: Parabéns pro pessoal da Wazap Mag, a segunda edição da revista ficou super bacana, a festa foi incrível, detonaram. TODOS CORREM PARA COMPRAR. #ficadica ;D
NO E-MAIL Marcelo Fausto, Diretor Carpintaria Estúdio: Ficamos muito impressionados com a Revista e a proposta do projeto! Realmente está tudo de muita qualidade! Também aproveitamos para nos colocar a disposição no que pudermos colaborar. E mais uma vez parabenizamos pelo projeto!
CARTA DO EDITOR
Antes de começar a ler nossa carta do editor, pedimos que você imediatamente atualize sua playlist, pois é num clima
cariocaholic, entre partituras urbanas, que lançamos a terceira edição do projeto WAZAP retratando uma vida primaveril, escrita em dias outonais. Buscamos no resgate da essência nas raízes californianas trazer o nonsense fashion da moda masculina, singularmente acompanhada por um cenário selvagem inspirado no clima quente de um continente distante, a África. Podemos afirmar que nessa edição, nossos colaboradores viajaram o mundo e voltaram em instantes, numa verdadeira aventura fashion, trazendo à tona o mundo em HDR, com mais contraste, mais sobreposição de pensamentos e com opiniões extremas. Temos certeza que alguém, onde estiver, dará um google para saber se existem aulas de tango na sua cidade, após ler a matéria sobre o tango de Buenos Aires. Se preferir não arriscar uns passos, procure vídeos no youtube, faz bem aos olhos e aos ouvidos. Ao longo das próximas páginas você perceberá a existência de vários Qr Codes, que nós cuidadosamente aplicamos em algumas matérias que necessitaram, por exemplo, da arte de ouvir um filme para ser entendida por completo. Não tem erro, utilize seu celular (procure um aplicativo compatível), ou seu computador com webcam (não são todos que fazem a leitura). Este código o levará para uma página da web onde damos continuidade a matéria lida aqui, possibilitando uma maior interatividade. Mas não se reprima caso tecnologia não seja seu forte, um caminho mais fácil estará disponível bem perto do código. Em tempos onde muito se fala sobre sustentabilidade, publicamos um apelo ao meio ambiente. E também conhecemos o tão ostentado mundo do luxo. Aliás, o que o cinema tem haver com isso? Não sei. Só sei que nós não somos sua playmobil. Edu Beltramini e Fabi Cenci
COLABORADORES MARIA FERNANDA VIEIRA
LUCIANA DA CUNHA
Nasceu com signo, lua e ascendente em leão.
Formada em Jornalismo e pós-graduanda
Trocou Blumenau por São Paulo, Publicidade
em Novas Mídias. Já atuou em Assessoria de
por Jornalismo e Walter Mercado por Susan
Imprensa e TV, mas gosta mesmo é de falar
Miller. Tem sido feliz desde então.
e escrever sobre cinema. Blumenauense, blogueira, metida a engraçadinha e cantora de chuveiro.
CARLA PÖPPER
PAULA SOFIA
Tem como maior defeito falar demais. Adora
De dia redatora da agência de publicidade
sua coleção de vinis e estar em contato com
Modus.Org, à noite rainha absoluta de um
a natureza, além de escrever qualquer coisa,
sofá retrátil e de uma TV 40 polegadas com
só por escrever mesmo. Estudou publicidade
muitos canais a cabo digital. Pensa em fazer
pra resolver ser zootécnica, como qualquer
aulas de samba de gafieira e tango e viajar
pessoa normal e bem resolvida.
pelo mundo. Ri alto de maneira escandalosa no mínimo 5 vezes ao dia e fala sozinha enquanto faz compras no supermercado.
ALANA NOGUEIRA
BÁRBARA ZANELLA
Nova no pedaço. Estudante de publicidade
Bacharel em Moda, blogueira e sonhadora.
para quem sabe um dia dizer redatora.
Gosta de fotografia, compras, Photoshop e
Empolgada e cheia de vontade de aprender.
Starbucks. Atualmente trabalha para o blog
Adora estrada, vento à noite e tem medo
da marca de roupas Emme e já teve seu
de vendedores.
trabalho publicado no livro “Style Yourself – Inspired advice from the world’s top fashion bloggers”, da editora Weldon Owen da Califórnia.
GILBERT BEROIS Filho de escultor, desde pequeno foi estimulado a atuar na área artística, mas depois de grande ficou viciado em internet o que lhe proporcionou experiências novas e de conhecer outros artistas, que sempre servem de estímulo e de espelho para aprimoramento do seu trabalho.
DANIELA HERTEL Formada
em
Comunicação
Social/
Jornalismo, atua na área política e assessoria de imprensa. Estudante do curso de pós-graduação em novas mídias. A leitura em local calmo é a forma que busca para fugir da rotina.
JULIANA LEVANDOSKI Consultora e produtora de moda, Ju é parceira da Wazap desde a edição #2, onde foi responsável pelo editorial “Fetishism”. Super fashionista, fala sobre seus gostos e sua paixão por moda no blog “A LIST” (julevandoski.blogspot.com) e nesta edição estreia na coluna “TREND” falando um pouco sobre tendências na moda masculina.”
CLÁUDIA IARA VETTER Fruto de uma estação de agosto de 1990, usa da nobreza da sensibilidade como inato vício - assim que respira, inspira, e a palavra nasce. Usa-se das palavras pra deixar impressões que em seu formato mais puro transfigurem os dias, algumas mentes, a vida... E apenas sabendo, tal como um sonho que se desvencilha mas não se esquece: é um infinito, um pequeno infinito em expansão.
ZULEKHA LAKECA É ilustradora e designer de moda em Londres, Reino Unido. Tem paixão por cores, moda e cria suas próprias tendências. Utiliza como apoio a arte surreal e tem muita influência por Dior. www.lakeca.weebly.com
KADU SUPANIK
VINICIUS BATISTA
Vive em Joinville é designer gráfico,
Jornalista do Santa, em Blumenau, escolheu
ilustrador, fotógrafo nas horas vagas e
a profissão porque queria falar de cultura.
eterno estudante de design.
“Embora
Depois descobriu que só queria mesmo
minhas ilustrações pareçam um pouco
era falar. Tentou manter alguns blogs na
abstratas, expressam meus pensamentos
vida, como o www.arcoira.com, mas nunca
e sonhos”. www.supanik.com.br
cumpre as promessas que faz pra si mesmo. Nessa edição tem a matéria intitulada: Aos olhos e aos ouvidos.
JOÃO BATISTA ( JB )
JÚLIA SCHÄFER DOURADO
Jornalista formado, escritor inconformado,
Projeto de jornalista. Apaixonada por música,
blogueiro disforme. Repórter do jornal
literatura, cinema, moda e arte. Dependente
Notícias do Dia, é autor do livro “Os mesmos
de café e personificação da amnésia.
nós” (poesia). A literatura lhe rende algum prestígio, o jornalismo algum dinheiro, mas só o que lhe falta o sustenta.
RAFAEL BONA
MARLON TOMIO
Neurótico por filmes, seriados e roteiros.
Bacharel em Design Gráfico, atua como
Sua neurose se resume em assistir o mesmo
Diretor de Arte Web. Administra o perfil no
filme 512 vezes e depois tentar reescrever
twitter @yeapdesign onde compartilha
os roteiros e pensar que sua vida é um filme.
informações relacionadas a área.
Nas horas vagas é professor universitário de
Audiovisual. Mestre
em
Educação,
Especialista em Cinema e Fotografia e Graduado em Publicidade e Propaganda.
KARINE GOT TARDI Acredita que moda é um meio de comunicação interpessoal, que estilo é escolha e moda é oferta. Com um misto de paixão, interesse e curiosidade sobre arte, cultura, esporte, moda e comportamento, rende ideias, indagações e inúmeras discussões. Passou pelo SENAI, onde se formou estilista. Hoje estuda e trabalha com moda.
GREGORY MARTINS
Começou a ler sobre moda desde que a camisa rosa entrou de vez para o guardaroupa de homens conservadores. Blogueiro de moda masculina em portais e sites, além do seu próprio. Viciado em café e inquieto com uma boa discussão.
ÍNDICE
18
10 CONCEPT 12 ILUSTRAÇÃO - GILBERT BEROIS 14 NÃO SOU SUA PLAYMOBIL 16 NONSENSE FASHION 18 EDITORIAL - OVERLAY 34 CARIOCAHOLIC 37 ILUSTRAÇÃO - ZULEKHA LAKECA 38 TREND MASCULINO 40 RESGATE DA ESSÊNCIA NAS RAÍZES CALIFORNIANAS
46
42 UM APELO AO MEIO AMBIENTE 44 PARA ELES: UMA AVENTURA FASHION 46 EDITORIAL - THE ECCENTRIC WILD 56 OSTENTADO MUNDO NOVO 58 EDITORIAL - FASCINAÇÃO 66 UMA VIDA PRIMAVERIL NUM DIA OUTONAL 68 JÁ BEBEU SEU GOLE DE ARTE HOJE? 70 O MUNDO EM HDR 72 WE LIKE! 74 A ARTE DE OUVIR UM FILME 76 O QUE O CINEMA TEM A VER COM ISSO? 78 ATUALIZE SUA PLAYLIST
58
80 AOS OLHOS E AOS OUVIDOS 81 ILUSTRAÇÃO - KADU SUPANIK 82 NÃO SE REPRIMA 84 O TANGO DE BUENOS AIRES 86 PARTITURAS URBANAS 87 FILMES, LIVROS E MÚSICAS 88 BEBIDAS - ESPECIAL CERVEJAS 90 MAKING OF
81
WEB WAZAPMAG.COM @WAZAPMAG WAZAP MAG
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MIXTAPE WAZAP
No dia 27/Julho lançamos o Mixtape WAZAP – uma playlist semanal, sempre com uma inspiração diferente. Seja o soul, o R&B, o indie Rock, a folk music, o eletrônico ou o comtemporâneo, a música boa está garantida! Confira lá no site, dê o play e curta esses sons.
CINEMAGRAPH Como já havíamos mostrado em nosso site, a fotógrafa nova iorquina Jamie Beck criou uma técnica chamada “cinemagraph” – que caracteriza-se pelos movimentos nas fotos. Voltamos a mostrar este estilo de trabalho, agora com a dupla brasileira Alvarélio Kurossu e André Podiacki que tem registrado diversos momentos em movimentos de Florianópolis. Confira em nosso site as imagens belíssimas dessa dupla.
SPRING/SUMMER TOMMY HILFIGER Mostramos um resumo do que foi o desfile da marca norte americana Tommy Hilfiger que, pela primeira vez em São Paulo, apresentou com exclusividade a sua coleção primavera/ verão 2012, dentro de um contexto que remetia ao country club. Confira na íntegra as novidades dessa coleção no site da WAZAP.
DIA MUNDIAL DA FOTOGRAFIA Apresentamos o trabalho do inglês Richard Burbridge que é considerado um dos tops do ramo fashion. Ele utiliza elementos da indústria da moda e toda sua artificialidade, com agressividade e sarcasmo, além do perfecionismo e elegância. Já fotografou inúmeras celebridades e tem campanhas publicitárias para algumas das mais importantes marcas da atualidade.
MODA
CONCEPT spring/summer
1
2 3
4
10 | WAZAP
5
MODA
6
7
8 1. Bruna Tenório, da FORD, em fotos de Zee Nunes, na campanha da Malwee. 2. A top Georgia Jagger, veio ao Brasil e foi fotografada para a Bo.Bô. Os cliques foram feitos em Búzios. 3. A argentina Fotos divulgação
Josefina Cisternas na campanha da Myth. 4. Alessandra Ambrósio, da WAY, para Colcci. As fotos são de Jacques Dequeker. 5. Fernanda Tavares para a Toli. 6. Luciana Curtis na campanha da marca de sapatos e acessórios Dumond, que traz peças fortes com design que explora toda a brasilidade. 7. Renata Kuerten, da MEGA, na campanha de verão da Gata Bakana. 8. Rafael Lazzini na campanha da Ellus Jeans Deluxe. 9. Martha Streck, da 55, na campanha de verão 2012 da
Saad, com
cliques
de
Jacques
Dequeker. 10. Carmelita Mendes, na campanha de verão da Skinbiquini.
9
10
11 | WAZAP
ilustração POR GILBERT BEROIS | www.gberois.blogspot.com
MODA
NÃO SOU SUA PLAYMOBIL Sempre achei que o conceito de “tudo-ao-mesmo-tempo-agora” define a moda contemporânea. Podemos fazer um mix de nossas principais referências e criar uma identidade própria, ou não misturar nada e mesmo assim ser elegante, clássica. Nunca a moda foi tão democrática, principalmente no quesito estilo. O que importa de verdade é como você consegue lidar com os problemas do consumo, do que cabe (ou não) no bolso, além de todos aqueles detalhes de sentir-se bem e não confrontar-se com a própria imagem no espelho. Em contrapartida, as tendências surgem como uma forma de alimentar o mercado e servem como guia das estações e de todo o cenário fashion. Eu acho mais fácil ir às lojas e escolher uma roupa quando já tive alguma inspiração ou referência anterior. É como se as marcas já adivinhassem minhas vontades. Isso diminui o meu tempo dedicado às compras, aumentando meu tempo dedicado às obrigações diárias. Mas, na verdade, é a mídia que palpita nas minhas escolhas, pois ela já me fez desejar determinada peça de roupa ou acessório através do acesso a inúmeras imagens – revistas, filmes, novelas, blogs etc. Devemos ser cautelosas e não permitir que essa manipulação defina para nós o que é certo ou errado. Posso ser feliz com um par de sapatos novos, mas também quero aquela nova combinação feita com o vestido que achei no fundo do armário. Quero ser feliz em admitir que amo listras e que adoro comprar peças listradas, mas também quero ser feliz em dizer “desculpa, xadrez! Você está na vitrine, mas já cansei”.Equilíbrio é tudo. Seja uma fashion victim por praticidade, não por falta de opinião. Exercite sua criatividade!
Para ouvir: Fashion Victim – Green Day Feelin’ Beautiful - Emily Schmidt & Rose Logue Para ler: Style Yourself – Inspired Advices from the World’s Top Fashion Bloggers Editora Weldon Owen Blog da Bárbara: www.naosousuaplaymobil.blogspot.com 14 | WAZAP
TREND SELECTION
Agredecimentos: Emme (www.blogdaemme.com) Poema by Andria de Souza (andriacs@hotmail.com) Júlia Baratto (www.juliabaratto.com)
MODA
AS APOSTAS PARA A PRÓXIMA ESTAÇÃO SELECIONADAS PELA BLOGUEIRA BARBARA ZANELLA
JEANS + JEANS O azul irá aparecer com frequência nos detalhes (esmaltes, acessórios, makes...) mas é através do jeans que ele mostra seu poder. Aposte nos looks total jeans sem medo de errar. Jeans é jeans, e misturá-los é a grande novidade.
RENDA/TRANSPARÊNCIA Basta dar um control+c control+v do inverno e abusar desta tendência também no verão, afinal, tem tudo a ver porque é fresquinho. No inverno elas apareceram com sobreposições mas agora você pode adaptá-las para as composições mais leves.
Camisa jeans manga longa, colete jeans, shorts jeans e sandália gladiador - Emme Lenço - Acervo
Camisa de renda, saia plissada e pulseira dourada - Emme Gravata de Cetim - Júlia Baratto Cinto caramelo, meias florais e sapatos - Acervo
LISTRAS É clássico quando remete à estética naval e pop quando mixadas com cores e texturas. Faça sua escolha e experimente as listras que melhor se adaptam ao seu corpo. O listrado quase nunca passa despercebido, já andou pipocando nos desfiles de inverno e é aposta certa para as próximas estações.
AMARELO As cores sempre são bem-vindas nas estações mais quentes por isso é bom se preparar. Invista em detalhes: sapatos, casaquinhos leves e bolsas. A ideia é que o amarelo funcione como um novo pink – o objetivo é dar vida e luz ao look. Vestido florido e arco de lacinho - Emme Cardigã amarelo - Poema Lenço e sapato - Acervo
Blazer listrado - Poema Saia de pássaros - Emme Meias e sapato - Acervo
POÁ Totalmente repaginada, a estampa de bolinhas migra dos estilos clássicos para a moda de rua. Misturado com outras texturas e cores, ele já apareceu em várias composições nos principais desfiles e conquistou o coração dos fashionistas. O poá aparece nos mais variados tamanhos e é o queridinho da estação (e esperamos que de muitas outras!) Baby look de poá, cinto marrom, calça de veludo e peep toe de camurça - Emme Blazer de cetim e acessórios - Acervo
15 | WAZAP
MODA
NONSENSE FASHION QUANDO A MODA PERDE SUA PRÓPRIA LÓGICA E GANHA SEU MELHOR SHAPE
POR MARIA FERNANDA VIEIRA pensar
que,
talvez,
esteja
finalmente
ensaiando admitir que não é arte. Parece que, antes de querer ganhar o status de
Volta e meia alguém me vem com o
contemplação e pôr os pés em algum museu,
comentário de que eu deveria ter escolhido
a moda está caminhando no sentido de
ser estilista ao invés de escrever. Nunca
cumprir seu papel primeiro de contornar as
entendo o porquê, mas no fim das contas
linhas do social e do individual, e redesenhar
sempre acabo aceitando a ideia com um suspiro aliviado. Não que realmente acredite
para a liberdade capitalista se faz quando
em uma versão mais cool de mim, o fato é
avistamos um modelo Prada nas araras
que fica impossível supor o quanto seria
da Zara - ou, com um sopro ainda maior de
menos sofrida a luta pelo pão de cada dia.
ironia, quando encontramos uma peça à la
Neste admirável mundo hi-tech, escrever
Zara nas prateleiras da Renner.
acabou se tornando o mais novo paredão do
Não é nenhuma novidade que a moda
Big Brother, onde o Google e o print-screen
deixou de se esforçar criativamente e se
são os senhores capazes de pôr para fora do
tornou cada vez mais pura autorreferência.
jogo qualquer um que ouse copiar o texto
O que as passarelas nos mostram já não
alheio. Pior que isso: escrever agora já não é
é mais a vitrine de um desejo, mas o tédio
outra coisa que não a obrigação de ter uma
de saber que o que veremos nas passarelas
opinião e, por consequência, a mais perspicaz
desta temporada é o avesso do que foi
prova moral contra si mesmo.
visto na última. Nessa eterna reciclagem de
Já a moda, em seus tempos de império
si mesma, quando esgotam todas as suas
fast fashion, dá meia volta e parte para
fontes de criatividade, ela então subverte sua
um
safado.
própria lógica e resolve buscar inspiração na
Convenhamos que fazer moda hoje pouco
parte final de sua cadeia produtiva: as ruas.
tem a ver com originalidade ou opinião.
Em vez da alta-costura e sua pretensão non
Prova disso é pensar que nosso passaporte
plus ultra de elitizar a moda, agora quem
sentido
inverso
e
mais
dá as cartas do jogo é o tal streetstyle e seu frescor “desvestido” de glamour. Por mais incrível e improvável que pareça, o cotidiano é novo luxo e a rua é o novo preto - numa realidade muito mais sincera do que a que vimos acontecer nos anos 90, que fique claro. Aí, quando a moda abre mão do que a faz original, criativa e inacessível, é tentador
16 | WAZAP
seu viés antropológico como vocabulário visual. Se a pegada for mesmo essa, tudo indica que a mulher cheia de armaduras da Fendi, o esporte luxo da Givenchy e o clima femme fatale de Marc Jacobs na última temporada foram desfilados muito mais para serem traduzidos do que, quem sabe, vestidos. Talvez seja nesse momento em que o impulso de sair de uma loja com mais uma peça para rechear o closet represente um encontro com nós mesmos, e não mais uma autoinvenção do que gostaríamos de ser. Talvez aí a moda finalmente ganhe permissão para se tornar arte e eleve seu patamar ao da escrita. Então, talvez eu me convença a mudar de ideia sobre o que eu escolhi fazer da vida.
Fotos divulgação
MODA
17 | WAZAP
“Ali, o vento vem sem obstáculos, As formas ninguém complica Às vezes, ela voa... Assimetrias, borrões, gambiarras e bagunça nos barrancos. Sobreposição de gente, de cores, de madeira, de cimento e sentimento. O brilho está no suor e não tem chapéu que proteja! Que assim seja, mas as cores já estão dentro dela.”
fotografia Edu Beltramini e Fabi Cenci tratamento de imagem Tefa Barbieri styling Vanessa Neuber beauty Renata Libardo modelo Stefanie Roeck (WAY Model)
Chapéu, blusa, casaqueto e calça Kitty Erichsen Colar Nararth Acessórios Cinto Le Lis Blanc Sapato Colcci
Bolero, blusa e bolsa Le Lis Blanc Colares, pulseira e anel Nararth Acess贸rios Saia Vanessa Neuber Sand谩lia Colcci
Chapéu Gabriela Lenzi Lenço Vanessa Neuber Camisa, cinto e calça Kitty Erichsen Sandália Colcci
ChapĂŠu, gravata, camisa e short Kitty Erichsen Tapa olho Vanessa Neuber Blazer Gabriela Lenzi Cinto Le Lis Blanc Sapato Colcci
Chapéu e colete Kitty Erichsen Lenço Vanessa Neuber Pulseira Nararth Acessórios Blusa e top plissado Gabriela Lenzi Vestido/saia Ana Lopes
Chapéu, lenço e vestido/saia Vanessa Neuber Camisa e top de pérolas Kitty Erichsen Sapato Colcci
Casquete e Kaftan Vanessa Neuber Vestido Leila Eva Machado Sapato Colcci
MODA
CARIOCAHOLIC Fotos divulgação
R.GROOVE É A ÚNICA MARCA EXCLUSIVAMENTE MASCULINA A DESFILAR NO FASHION RIO. RIQUE GONÇALVES, DETENTOR DA MARCA, NOS CONTOU SOBRE O INÍCIO DE SUA CARREIRA E SUA MAIS RECENTE COLEÇÃO DE VERÃO.
34 | WAZAP
MODA
R.GROOVE VERÃO, SURFE E NATUREZA
Verão, surfe e natureza: assim foi chamada a coleção de verão da marca R. Groove, recém desfilada no Fashion Rio. Através de formas amplas e confortáveis, o estilista Rique Gonçalves apostou nas listras e na alfaiataria para vestir um homem clássico, porém, com diferença nos materiais, padrões e caimento das peças. Rique venceu na categoria de estilista revelação no prêmio Moda Brasil 2008, e nossa equipe teve o prazer de conversar com o estilista que hoje é detentor da única marca exclusivamente masculina a entrar na passarela do Fashion Rio. WAZAP: Explica pra gente o porquê de R. Groove e como surgiu a marca. Fotos divulgação
Rique Gonçalves: R. de Rique (Henrique) e Groove era meu apelido quando resolvi montar a marca. Groove porque eu tocava em algumas festas como DJ e sempre curti funk e soul dos anos 70 para a pista. W: Em 2008 você venceu a categoria de estilista revelação do Prêmio Moda Brasil, a partir desse momento seu nome passou a ser associado com destaque à moda masculina no país. Como você vê a evolução da marca desde então?
W: E a trilha sonora? Tem dedo seu? R.G: Tem sim. Em vários desfiles sou eu quem sugiro as músicas e a
R.G: A marca, na época, era super recente e independente. Hoje
ordem. Ou, se não, passo um briefing, como no último, que queria algo
ainda temos esta pegada independente, mas temos que nos preocupar
meio reggae, dub. Trabalho com pessoas em quem confio e que estão
com o mercado, afinal, uma marca não sobrevive sem vender. A
buscando sempre evoluir. As experiências de cada um se somam e,
mudança foi imensa. Até o cenário da moda masculina mudou e
além disso, todos já passam a se conhecer e sabem o que o outro vai
evoluiu neste tempo. Os nossos clientes de hoje em dia são muito
gostar ou não .
mais variados. A moda realmente se disseminou entre os homens. W: Na coleção de Inverno 2011, O Homem de Lugar Nenhum, o W: Como você encara o fato de a R Groove ser a única marca exclusivamente masculina a desfilar no Fashion Rio?
étnico, o rústico e o militar se misturam. Como foi esse processo de criação?
R.G: Como uma responsabilidade enorme. Nas marcas mistas é
R.G: Foi super natural. Muitas coleções traduzem o que sinto
muito mais fácil desenvolver o masculino para um desfile. A R.Groove
e o que ando curtindo. Antes deste inverno eu viajei bastante por
surgiu para os homens, e assim somos até hoje. Marcas femininas
alguns lugares, então resolvi trabalhar com esse tema. Além disso,
existem milhares, masculinas, e que tenham real importância na
estava escutando muito Beatles e música psicodélica sessentista, o
moda Brasileira, realmente são poucas.
que acabou gerando uma visão romântica para o tema. Esta é uma das minhas coleções favoritas. Quase de todas as peças eu gosto e tenho
W: A escolha dos modelos é uma decisão unicamente sua?
em meu armário pessoal.
R.G: Em época de desfile ficamos muito atarefados por aqui. Conto com a opinião de várias pessoas em quem confio. Tem aqueles modelos que sempre gostamos de botar no show, pois achamos que
W: É super perceptível, nos desfiles da R Groove, o “não convencional”. Existe o medo de inovar ou de errar?
refletem a cara da marca. Mas no último desfile optamos por meninos
R.G: Acho que no início existia mais. Com tempo esse medo vai
novos na profissão para dar uma refrescada no casting. O stylist e o
desaparecendo. É preciso inovar para não se perder no tempo, mas, é
produtor do desfile opinam bastante.
claro, sem deixar suas características principais. 35 | WAZAP
MODA
W: Como surgiu a ideia da criação do tênis baixo em parceria com a Converse? R.G: Temos uma parceria com eles que em cada estação criamos algo novo. É super bacana termos essa parceria com uma marca, que tem a cara da R.Groove. Nesta última coleção de verão fizemos uma versão do dockside, que passa o nosso lado do clássico revisitado. W: Ouvimos falar que você já foi baterista. Que banda te inspira hoje? A música está presente nos seus momentos de criação? R.G: Fui Guitarrista, na verdade. Hoje em dia tenho voltado a escutar heavy, como quando criança. Mas escuto muita coisa, sem o menor preconceito. W: E as suas principais influências visuais, quais são? R.G: O pop e o rock, sem dúvidas. A arte urbana também é muito forte pra mim. W: Dos estilistas internacionais, qual deles tem o trabalho mais inspirador para você e por quê? R.G: Hoje em dia é difícil escolher um só. São Tantos! Curto algumas marcas independentes e algumas mais conhecidas. Lá fora acho a OBEY bem bacana, tem uma linguagem bem forte. Tenho gostado muito da limpeza da Dior. São impecáveis. Além dessas curto JC de Castelbajac, entre outros. W: A coleção de verão 2012 da R. Groove trouxe, muito forte, o branco e as listras coloridas. Conta pra gente como foi a escolha do tema “Verão, surfe e natureza” e o que o homem brasileiro deve esperar da indústria da moda neste verão? R.G: Na verdade o homem nunca deve esperar algo de muito diferente, mas sim o seu guarda-roupas tradicional com nova cara. A alfaiataria é a maior aposta para os homens. As bermudas deixam de ter bolsos, zíperes e ficam mais retinhas e slim. A camisaria vem mais bem cuidada e o jovem começa a vestir blazer para momentos especiais. Esta é a novidade, ou seja: voltar ao clássico e limpo. A diferença está nos materiais, padrões e caimentos das peças, que são bem mais leves que o habitual usado no passado. W: Hoje são quantas lojas e pontos de venda? R.G: Para o verão pretendemos trabalhar com 28 pontos. W: Pra terminar, o que está faltando no mercado da moda aqui no Brasil pra que ele se torne ainda mais prestigiado e referencial lá fora? R.G: Redução de impostos e todo o abuso fiscal. Isso inibe todos os na China. Isso desencadeia uma série de coisas. As peças ficam cada vez mais padronizadas, sem identidade. Além disso, todo o país sofre com carência do mercado. 36 | WAZAP
Fotos divulgação
setores da moda e faz com que ela seja criada no Brasil e produzida
MODA
ilustração POR ZULEKHA LAKECA | www.lakeca.weebly.com
37 | WAZAP
TREND PEGO DE CALÇAS CURTAS
Convidamos a consultora, produtora e blogueira de moda (UFA!) Juliana Levandoski para nos apresentar a tendência que ela considera destaque desse verão para os homens. O homem da próxima estação é moderno e ousado. Adora um toque de alfaiataria, uma camisa e um bom blazer. Até aí tudo bem, porque o destaque maior fica por conta da calça. Há algumas coleções os estilistas vêm tentando encurtar as barras, e parece que para o verão finalmente conseguiram. O modelo slim, bem próximo ao corpo, é a estrela e, – como se já não bastasse -, além de curta, a barra aparece dobrada. Outra peça que encurtou foi a bermuda, que agora aparece com corte de alfaiataria e comprimento bem acima do joelho.
Desfile Dsquared, Milao
Para acompanhar, ótimos slippers e docksides. Para os mais ousados, sandálias abertas.
Costurando Arte Curso de Corte, Costura & Modelagem 15 anos no mercado
Salas climatizadas | Mesa e máquina de costura individual Turmas de 2ª a 5ª feira | Três turnos | Sem taxa de matrícula
Rua 7 de Setembro, 967 - SL 302 - Centro - Blumenau - SC (47) 9204-6552 | cursocostura@gmail.com
MODA
RESGATE DA ESSÊNCIA NAS RAÍZES CALIFORNIANAS POR KARINE GOTTARDI
40 | WAZAP
MODA
Surfe é mais do que um esporte, é uma forma artística de expressão onde o grande palco são as ondas, onde há conceito,
do surfe clássico. Seu momento de lazer é pesquisar sites e blogs de outros shapers e assuntos relacionados.
história, estilo de vida e uma essência perceptível a leigos olhos que
Felipe Seibert caiu de cabeça nesse universo e procura informações
observam verdadeiros amantes dessa arte. Sua história teve início em
e inspiração de todos os lugares, inclusive em livros, como: Greg Noll
1950, na costa dos Estados Unidos, principalmente na Califórnia, onde
(The Art of the Surfboards), Leroy Grannis, Stoked, Eddie Would Go;
o surfe se popularizou entre os jovens. Durante as décadas de 70 e 80
shapers como Tom Wegener, Greg Noll, Bing Copeland, Rich Harbour,
espalhou-se pelo mundo criando profissionais do sufe e campeonatos
Hobie Alter, Dale Velzy, Hap Jacobs, Dewey Weber, Gordon & Smith;
com premiações em dinheiro. A Califórnia também é o berço do
além de filmes: One Califórnia Day, Sprout, Lines From a Poem.
longboard, ou “surfe no asfalto”, esporte radical criado por surfistas
O consumidor de Siebert não procura apenas peças que
que sofriam nos dias em que o mar não os proporcionava a desejada
representem toda a paixão pelo esporte, procuram também conceitos
diversão por falta de ondas. O longboard se popularizou rapidamente
como a valorização das formas artesanais, maior durabilidade,
e até hoje faz a cabeça dos inúmeros adeptos ao esporte, inclusive
respeito com o meio ambiente e o manejo sustentável dos recursos
dos próprios surfistas.
naturais. Com isso a marca conquista um nicho de mercado cada
O surfe evoluiu em diversos aspectos e hoje possui inúmeras
vez mais visível na sociedade, o do consumidor consciente. Toda
vertentes, assim como o skate. O surfista possui raízes e pratica o
essa combinação de um trabalho fundamentado em pesquisa,
esporte como uma realização pessoal, e não por vaidade; sabe que o
design e paixão pelo esporte resulta em uma relação sincera entre
surfe é uma arte transmitida através da expressão ao deslizar em cima
o produto e consumidor. Cada produto desenvolvido pela marca
de sua prancha, e sabendo que, assim como qualquer artista, possui
é minuciosamente testado pelo próprio Siebert e sua equipe, para
total liberdade para conectar-se com o mar e a natureza de forma
que sejam produzidas apenas peças com qualidade e desempenho
singular e individualmente satisfatória. Assim funciona a teoria de
inquestionáveis. Além disso, há a preocupação com a qualidade do
que o surfista é amante do mar, da natureza e principalmente de sua
acabamento da peça, que recebe inúmeros detalhes tornando-a uma
prancha, que, através de uma íntima conexão, possibilita momentos
verdadeira obra de arte, inspiração certa para admiradores do esporte
mágicos em um misto de satisfação, adrenalina e liberdade.
de qualquer idade. Através da loja virtual, Siebert comercializa
Vivemos buscando melhorias e novidades para aprimorar
inúmeros modelos de pranchas e acessórios de surfe, shapes e skates,
técnicas e satisfazer novos desejos, sejam eles na ladeira ou no
além de uma pequena coleção de camisas, camisetas, bermudas,
oceano. E foi nessa busca incessante que conheci o trabalho
casacos, bonés e toucas; tudo assinado por ele e no melhor estilo
inspirador e contagiante do artista, surfista e criador de um material
clássico, retrô, vintage ou qualquer expressão que defina melhor o
indiscutivelmente maravilhoso: Felipe Siebert.
bom e velho surfista californiano. Outra grande sacada de sua marca é
Fundador da marca Siebert Surfboards Woodcraft, Siebert, natural
unir duas vertentes: a moda e o esporte. Em sua loja virtual é possível
de Florianópolis, veio resgatar a essência do surfe de raíz californiana.
adquirir, por exemplo, uma camisa xadrez e uma prancha de surfe com
Através de pesquisa e inovação, sua marca restaura o surfe com
a mesma estampa, fazendo assim, um link das duas peças. Ou uma
“pranchão” nas praias brasileiras desde 2006, quando começou a
t-shirt com uma de suas pranchas estampada.
produzir artesanalmente pranchas ocas de madeira de reflorestamento
Siebert sabe que é um dos pioneiros no resgate das clássicas
no melhor estilo hollow wood. Siebert, que tem formação em Biologia
pranchas de madeira no Brasil, convenceu-se de que o futuro da
e Engenharia, afirma que houve muita pesquisa dos processos de
marca é promissor e próspero. Hoje recebe encomendas de todas
fabricação deste tipo de prancha, possibilitando o desenvolvimento
as partes do país, tendo grande concentração no estado do Rio de
de sua técnica e aliando conhecimentos do passado com a evolução
Janeiro. O objetivo da marca é dar início à exportação, já que são
natural do design e da tecnologia. Até os que não conhecem muito
bastante solicitados por pessoas de fora do país, principalmente de
o surfe conectam-se ao feeling nostálgico das pranchas. É inevitável
Portugal e da Espanha. Acredito que em breve veremos mais um
a vontade de tocá-las e senti-las, assim como se jogar ao mar
brasileiro se destacando no cenário internacional, fiquem ligados.
mesmo sem ter a mínima base do esporte. Conhecedor do assunto, Siebert vive em busca de informações e novidades relacionadas ao universo do surfe. Segundo ele, uma das coisas mais empolgantes é pesquisar os modelos de pranchas utilizados tanto no passado, como atualmente; filmes e tudo o que tem a ver com pranchas e a cultura
Para conhecer um pouco mais da marca acesse: Site: http://www.siebertsurfboards.com Blog: http://siebertsurfboards.blogspot.com Loja virtual: http://shop.siebertsurfboards.com 41 | WAZAP
MODA
UM APELO AO MEIO AMBIENTE POR GREGORY MARTINS
Desastres naturais são presenciados pelo homem desde os mais
partir de bactérias. A britânica Suzanne Lee apresentou a produção de
remotos tempos. Hoje estes eventos recebem nova roupagem, e
celulose a partir do cultivo de bactérias alimentadas por chá e açúcar.
tomam posse nos estudos ao redor do mundo sobre a ação humana
O método, conhecido por Kombucha, oferece manofibras de celulose
nociva à manutenção natural. Este histórico nos apresentou uma
unidas naturalmente no local de cultivo entre duas e três semanas.
série de possibilidades e posturas, muitas vezes radicais, em relação
Após a evaporação, o tecido se assemelha ao couro vegetal e pode
à nossa responsabilidade com o meio ambiente. E o que a moda tem
ser costurado normalmente. O líquido restante poderá ser reciclado
a ver com isso?
para cultivos seguintes, não havendo sobras de material. Por fim, seu
A indústria do vestuário foi abalada por um público defensor de
tingimento pode ser feito a partir de extratos de frutas e vegetais, um
ideias ambientalistas, o que fez com que muitas marcas se juntassem
mergulho único em índigo e até mesmo a oxidação de ferro. Suzanne
ao grupo de defensores do meio ambiente. Os estudos do italiano
afirma que a celulose de bactéria é um tecido inteiramente orgânico e
Carlo Vezzoli sobre o Design do Ciclo de Vida mostram a problemática
possibilita ao mercado, não um substituto dos materiais já explorados,
em que a moda sustentável se encontra sob diferentes marcas ao
mas, um novo aliado. Neste momento é possível questionar como o
longo de todo o processo de criação de um produto. A preocupação
consumo de moda masculina pode se beneficiar pensando em moda
em diminuir a ação nociva do homem se encontra da obtenção da
sustentável. O primeiro caso de produção da moda eco-friendly
matéria-prima até o momento em que o produto é descartado. Uma
massificada no Brasil é deposto da roupa íntima, em especial cuecas
solução explorada por sua pesquisa é presar pela maior durabilidade
de fibra de bambu e tecido resultante da reciclagem de garrafas
das peças e incentivar o seu uso com frequência. Para a indústria, isso
plásticas. As peças íntimas comuns, encontradas de supermercados às
significa reduzir a fabricação de produtos de moda, consequentemente
grandes grifes, apresentavam experiências pouco confortáveis, como
ampliando seus valores para não haver cortes de gastos. O mercado
a sensação gelada da seda, o encolhimento e a perda de resistência
de moda brasileiro expõe uma solução mais imediata, com a
do algodão quando exposto ao sol. A utilização de matéria-prima
produção de peças baseadas em tecidos naturais, como o algodão, ou
alternativa beneficiou a roupa íntima com uma maior elasticidade,
em tecidos tecnológicos biodegradáveis. Em 2010 vimos surgir um
além de melhorias na condução de calor e redução do percentual de
produto no alto da pirâmide do pensamento ambiental: o tecido a
encolhimento.
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MODA
A herança humana deixou uma dívida exorbitante para o nosso tempo: desfazer com rapidez e eficiência a interferência prejudicial ao meio ambiente. Caso negássemos este fato ou não o executássemos com
a
agilidade
necessária,
estaríamos
predestinados
a
acontecimentos de proporções inimagináveis contra nossa existência. É pensando neste futuro que Alexandre Herchcovitch lançou sua coleção masculina de Inverno 2011. Preocupado com a nova ameaça, o homem deverá ter como aliada sua própria vestimenta para manterse protegido e vivo. A coleção cobriu grande parte do corpo masculino com peças que nos remetem a uma guerra de rebeldes e acessórios para a proteção do rosto, além de peças térmicas preparadas para a ação excessiva do sol ou sua ausência. É sobre este sobrevivente que podemos adicionar as camisetas iônicas, desenvolvidas para a prática de esportes de longa duração. Esta peça promete absorver a transpiração, podendo ser utilizada diversas vezes antes de ser destinada a lavagem. Tanto a coleção de Alexandre quanto a camiseta iônica têm no homem seu ponto de conexão. Em primeiro lugar a “síndrome de super-herói” possibilita ao consumidor se enxergar como um humano superior, mais forte e mais preparado para
Coleção Alexandre Herchcovitch Inverno 2011 desfilada no SPFW, com tema “O embate entre o homem e a natureza em suas condições mais extremas”.
situações difíceis. Desta forma ele tem a necessidade de seu uniforme, uma composição única de roupas que o tornará um sobrevivente. Em segunda análise, o benefício adquirido através da baixa manutenção das camisetas iônicas conecta ao homem conservador elevando-o ao patamar de homem em favor de sua própria existência, sem a preocupação com sua falta de habilidade com tarefas caseiras. O apelo em defesa do meio ambiente e a possibilidade de revolução natural contra a humanidade deram ao homem uma postura reflexiva e o desejo de sobrevivência. Abandona-se no caminho o afeto pelo ambiente natural, com exceção dos grupos de caça e seus membros trajando tweed, ou os praticantes de rapel, surfistas e atletas que necessitam da natureza para a realização do esporte. Ao contrário das yamagaaru, tribo de garotas japoneses praticantes do montanhismo, camping e da exaltação dos recursos naturais, o homem não desenvolveu grupos organizados de peso significativo. Discutindo este ponto, a coleção de Verão 2012 do estilista Alexandre Herchcovitch apresentou um homem ligado à caça, pesca e camping. As composições não relembram a coleção de sobrevivente da temporada passada, mas trazem fragmentos de histórias costuradas por um grupo impassível de modelos e trilha campestre. Possivelmente, estes homens cheios de bolsos e itens são uma resposta ao nicho quase inexistente no país. O consumo masculino apenas estará pronto para a moda sustentável quando esta esboçar benefícios concretos. A mudança de pensamento, como o consumo consciente é, para grande parte dos economistas, uma realidade que chegou para ficar. Muitos afirmam que o ato de prezar pela natureza e a aplicação de valores condizentes na indústria de moda não são opções que possam ser descartadas. Pelo contrário, são fatores animadores para fortes investimentos no futuro do setor. Sendo assim, o homem terá a oportunidade de escolher transformado sem mesmo perceber. No futuro, quem sabe, seremos sobreviventes sem notarmos.
Fotos divulgação
zelar por produtos ecologicamente corretos ou terá seu consumo
Coleção Alexandre Herchcovitch Verão 2012 desfilada no SPFW, com tema “Caça, pesca, camping”. 43 | WAZAP
MODA
PARA ELES: UMA AVENTURA FASHION Um cenário rústico, mas ao mesmo tempo moderno. Um lugar que mais parece uma sala para aconchego de um homem com atitude, do que um local de compras. Há pouco, as cortinas da Cenário Homem se abriram para Blumenau e estreou uma loja de moda casual masculina. Localizada na rua Curt Hering, 40 a Cenário Homem trabalha com grandes marcas como Redley, Armadillo, Lacoste Live, Timberland e Camisa Fc. A sensação ao entrar na loja, é de que você está pronto para várias experiências, sem precisar deixar sua personalidade na chapeleira. A organização dos espaços aliada à praticidade dos expositores - que nunca estão abarrotadas por peças de diferentes estilos e de marcas muito distintas - faz com que você se sinta livre para aventurar-se entre os diferentes artigos, que vestem os homens dos pés a cabeça. A proposta da loja é atender aos vários estilos de homem casual, dessa maneira as marcas se complementam e formam um cenário perfeito para o homem de bom gosto. A Redley, um estilo mais livre, com ares da brisa da praia, já a Timberland carrega o cheiro de terra, para o estilo aventureiro, a Lacoste Live, um olhar colorido,uma releitura moderna dos clássicos da Lacoste, a negação de “looks prontos” e óbvios, a Armadillo um estilo easy going, que não para, está sempre pronto pra qualquer evento, só não para rolar a bola, por que daí quem entra em campo é a Camisa FC, que fala de futebol de uma forma discreta e divertida. Ao entrar na loja, uma vitrola. Em uma das prateleiras, um livro especial sobre a Playboy, uma televisão antiga, um pote de vidro cheio de controles remoto. No caixa, um engradado antigo da Coca-cola, com típica aparência de item de colecionador. São detalhes que fazem você passar um bom tempo admirando a loja, e a outra boa parte do tempo provando as peças. E quando você sai de lá, percebe que já quer voltar pra conhecer a coleção de verão.
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twitter.com/cenariohomem cenario@cenariohomem.com.br
the eccentric
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MODA
OSTENTADO MUNDO NOVO O MERCADO DE LUXO BLUMENAUENSE SOB A VISÃO DE ALGUÉM QUE NÃO O CONSOME POR J Ú LIA SCHÄFER DOURADO Personalizado, exclusivo e de qualidade. Essas são apenas algumas das palavras que podem ser usadas para descrever o crescente mercado de luxo. “Ele é o sonho divertido, que cria em você o desejo de consumo destes produtos, que também trazem status”, resume a personal stylist blumenauense Aline de Oliveira. Há anos ela lida com este mercado, tanto para trazer produtos para suas clientes, quanto para o consumo próprio, por isso tem certeza ao afirmar que o brasileiro está se destacando fortemente no ramo. Para entender e poder explicar melhor como se ambienta o mercado de luxo, Aline me levou para uma divertida experiência: uma tarde de compras (de mentira) em lojas de Blumenau, bem conceituadas e com produtos de alto nível. Tendo um roteiro parcialmente preparado, nos encontramos no Sarita Fashion Hair para começar a correria do dia. Depois de algum tempo, cabelo e maquiagem prontos, saímos para bater perna nas lojas. Em pouco tempo foi possível entender por que esse mercado cresce tanto no Brasil. Some produtos de qualidade a um atendimento excelente e você terá a receita certa para conquistar a preferência e os bolsos dos consumidores. No país, o segmento tem crescimento significativo desde 2006, tendo crescido 60% nos últimos cinco anos, de acordo com pesquisa da consultoria GFK, que ainda prevê um aumento de 33% para este ano. “Em Blumenau não existem as maisons tradicionais do mercado de luxo, como Chanel, Gucci e Balenciaga. Porém há várias lojas que oferecem produtos com qualidade de marcas nacionais”, comentou Aline. Ela explica que os altos preços do mercado vêm da excelência do produto, tanto em tecido, corte e costura quanto o peso da marca, que é grande.
BUSCA DO DIFERENCIAL O segredo do atendimento é fazer você se sentir como se estivesse em casa, ou como se conhecesse há muito tempo os vendedores da loja em que acaba de entrar pela primeira vez. Porém, apenas o atendimento no momento da compra não é suficiente. Para conquistar a fidelidade do cliente as lojas procuram oferecer diferenciais e criar laços com a clientela. Água, chá, café e espumante são algumas bebidas oferecidas para “bebericar” enquanto os produtos da loja são mostrados. O tratamento dado aos consumidores não visa apenas a compra do dia, mas sim a criação do hábito de visita à loja. Todas as quintas e sextas-feiras, por exemplo, as clientes da Maina Bis – loja que visitamos para a “compra” das roupas – reúnem-se na loja para um café da tarde. Este é um momento de encontro que nem sempre termina na aquisição de peças. “A maioria das clientes visita a loja
ESTUDAR A CLIENTELA PARA PODER OFERECER O MÁXIMO QUE ELA ESPERA. toda semana. Além disso, fazemos também coquetéis nas viradas de coleção. Atendemos clientes dos níveis A e B, em uma faixa etária que vai de 15 a 50 anos”, explicou a gerente da loja, Fabiana Barbieri. Estudar a clientela para poder oferecer o máximo que ela espera. Esta frase é de Fernanda Marins, uma das proprietárias da Mercatto, loja de sapatos e acessórios. “O objetivo é trazer o sapato que a cliente sonha e completar seus desejos”. Para ela, o primeiro passo é o atendimento. A Mercatto organiza vários eventos para suas clientes, como o Shutz Day, dedicado especialmente aos calçados da marca. Encontros com proprietários de marcas que vendem na loja, palestras sobre moda, happy hours e parceria com blogueiras e personal stylists para dar consultoria na loja. Além disso, elaboram um informativo Júlia no Sarita Fashion Hair 56 | WAZAP
semanal que fala sobre vários assuntos, como moda, beleza e viagem.
MODA
Júlia e Aline na Maina Bis para a escolha do “novo” look
Welcome to the top. A frase de efeito define um clube feito apenas para os clientes da empresa, que traz benefícios em diversas áreas e tem como objetivo criar eventos que o dinheiro não possa comprar, como estacionamento exclusivo, passar a frente em filas e ocupar VIP de boates e também degustações de vinhos. Além de trabalhar com este nicho, ele também se revela consumidor assíduo de produtos e serviços do tipo. “O mercado de luxo cria uma necessidade que você não sabia que tinha. Para mim, luxo é como elegância: você não consegue definir a palavra, mas sabe identificar. É ser diferente entre os iguais”. Para ele, o luxo se revela em pequenos detalhes, como poder escolher os travesseiros e sabonetes do hotel em que vai ficar, receber atenção dos funcionários e ter um bom atendimento. É como ir à um restaurante, encontrar uma mesa bem posta, comida deliciosa, detalhes surpreendentes e que mexem com todos os sentidos. O conjunto vira uma lembrança marcante, mas a pessoa não se lembra de quanto pagou, pois o dinheiro não é importante em comparação às
A stylist provando jóias na Sandra Duwe
sensações provocadas.
EXCLUSIVIDADE “A joia é a sua marca. Você usa a vida toda e deixa de herança para a família”. É assim que Sandra Duwe encara seu trabalho. Ela traz as mais renomadas marcas e tenta fazer com que suas clientes tenham exclusividade, não encontrando pessoas com peças iguais. Há mais de 20 anos trabalha com joias e percebeu uma mudança no mercado. Antes era o marido quem comprava peças de presente para a esposa. Hoje a mulher não espera por isso. A maioria de suas clientes estão no mercado de trabalho e gostam de poder comprar suas próprias joias. Exclusividade também é a marca da BMW. A empresa automobilística oferece inúmeras opções para que seus clientes possam escolher todos os detalhes de seu carro conforme o gosto pessoal. A possibilidade de customização é enorme, desde cores, tecidos e texturas de materiais que irão no interior ou exterior do veículo. Aline e eu finalizamos nossa tarde de compras com uma visita à Top Car. Depois de olhar alguns dos carros expostos, decidi que o “meu carro” seria uma GT série 5. Um carro de grande espaço interno, GPS 3D, ar condicionado independente, interior marrom, multimídia e um painel de encher os olhos até do motorista que menos se importa com o requinte de um carro. Tudo isto pelo valor de tabela de R$345 mil. “A BMW vende conceito. Ela nunca segue a tendência, e sim tenta ser a tendência”, destacou Paulo Ricardo Albuquerque, diretor comercial da marca em Blumenau. A loja da cidade vende uma média de 100 BMWs por mês, o que mostra um mercado promissor.
Na Top Car, o carro escolhido foi uma BMW GT, série 5
Resumo de compras do dia: Bolsa Capodarte, para Mercatto: R$599,00 Bota Capodarte, para Mercatto: R$187 (estava na promoção) Jaqueta Carina Duek, para Maina Bis: cerca de R$2.000,00 Vestido Cris Barros, para Maina Bis: R$900,00 Brinco Sandra Duwe: R$5 200,00 Relógio Versace, para Sandra Duwe: R$12.700,00 BMW GT série 5, para Top Car BMW: R$345.000,00 Óculos Gucci, para Ótica Baier Express: R$950,00
Gasto total: R$367.536,00 57 | WAZAP
fotografia Edu Beltramini e Fabi Cenci tratamento de imagem Tefa Barbieri styling Katherine Cortez e Aline Kraemer Fenilli beauty Melissa Trierweiler modelo Nathรกlia V. Silva (Nova Estrela)
Anel Opala em Ouro branco | Anel fino circulo de Brilhantes em Ouro branco | Anel de Brilhantes em Ouro branco | Colar com pingente de Brilhantes em Ouro branco | Bracelete de Brilhantes em Ouro branco | Brinco circulos de Brilhantes em Ouro branco
Anel 3 Flores em Ouro amarelo Anel 2 filetes de Brilhantes em Ouro amarelo Colares de PĂŠrolas Brinco com flores de Topazio e Ametista
Anel liso, alto e fosco em Ouro amarelo Brincos de argola em Ouro amarelo Anel de Brilhantes em Ouro branco Pulseira torcida 3 Ouros Corrente Grumet em Ouro amarelo
Anel meia alianรงa de Turmalina rosa em Ouro Branco Anel meia alianรงa de Topazio branco em Ouro Branco Anel meia alianรงa de Peridoto verde em Ouro Amarelo Brinco de argolas em Ouro Amarelo
Anel Folha com filetes de Brilhantes em Ouro branco Anel de Brilhantes em Ouro branco Anel pir창mide em Ouro branco Brinco argola gota com Brilhantes em Ouro branco Bracelete com filete de Brilhantes, em Ouro amarelo Bracelete torcido em Ouro branco Bracelete circulo de Brilhantes em Ouro branco Bracelete liso em Ouro branco
Anel Cobra em Ouro amarelo e Brilhantes Anel de Granada em Ouro amarelo Brinco PĂŠrola e Brilhantes, em Ouro amarelo Pingente Cruz com filete de Brilhantes, em Ouro amarelo e Ouro branco Pingente Figa em Ouro amarelo e Ouro branco Corrente Cartie em Ouro amarelo Corrente Elos portugueses em Ouro amarelo Pulseira de Granada em Ouro amarelo
Anel Sete fios em Ouro amarelo Anel em Ouro amarelo misto e Brilhantes Anel Chuveirinho em Ouro amarelo misto Anel Chuveirinho 3 astes em Ouro amarelo misto Pingente Cruz com filete de Brilhantes, em Ouro amarelo Colar com bolinha de Brilhantes em Ouro amarelo Corrente elo duplo em Ouro amarelo
Brinco circulos com Brilhantes em Ouro amarelo Bracelete com filete de Brilhantes em Ouro amarelo RelĂłgio Technos
Agradecimentos LĂĄppidus Joalheria AgĂŞncia de Modelos Nova Estrela
ARTE
Imagens: Rafael Richsen, Nestor Jr, Paulo Priess e Tatiana Plens
PENSAMENTOS INCESSANTES NÃO SÃO PARA PÁGINAS VAZIAS 66 | WAZAP
ARTE
UMA VIDA PRIMAVERIL NUM DIA OUTONAL POR CLÁUDIA IARA VETTER
Pensamentos incessantes não são para páginas vazias, mas também não são contos para promessas com via de tempo ou cura. São traços finos, pedras no caminho, um desabafo de sopro leve como a fuligem de vários dias caindo sobre a pele, como lobos selvagens da própria fome. Das verdades vivas. Vivas como água-viva até sob um copo d’água a beber, perto da garganta que só tem
como uma impressão que move o pensamento. A repetir
sede, mas ainda mais perto dos lábios que têm calor e
a língua, tênue, e sentir o novo desconhecido e o mesmo
se usam do berço do nascimento do dizível pra projetar
velho-novo instante. O nascer de cada ruga como uma
o infinito. Plenos em nos fazer ver essa transparência
criança vibrando nova emoção e transcendendo o que
pelos olhos dos outros, nessas nossas expectativas
achava que sabia. Uma fúria como doce ironia. A medição
consequentes, em reflexos e espelhos, em nosso pequeno
sem palavras, de espírito contínuo e ofegante. Constante
imenso de tudo que vai semeando a beira dos dias.
como o musgo do tempo que a gente desconhece, mas
Decifrando mesmo os instantes raros, claros e puros até
é prêmio do tempo em sobreviver. O que nos faz salivar
embriagar-se de perdão para viver harmonizado com o
e, do mesmo, saciar; que na sensibilidade de si é que se
mundo. Sentido, seja num instante antes de dormir.
marca além – pois mesmo que se passem os rastros, é na
Como em muito que viemos dizendo, até calados, andando sobre os ladrilhos como peças de piano
estrada que se guarda o caminho. Com o mesmo equilíbrio colidindo vontades intensas
tão
perante a fragilidade do corpo, até do nada se vê a marca
concreta que temos de fazer beleza debaixo dos pés
de tudo o que já existe e a inspiração da possibilidade
até no fosco de uma pedra poluída. O que de nada
no que há de ser vindouro. Tudo tão raro e, ao mesmo
mais é que a própria libertação. Uma criação vívida, de
tempo, vasto. Há de provar que as banalidades criadas pra
amar como só o amor proporciona aquele de dentro
retomar isso são calço para o asfalto e – ainda mais! - são
pra fora. De suspirar um sopro que vai ao mundo inteiro
estradas. E já não as negamos porque sentimos saudades
sem dizer a grandeza completa, mas a fluir um universo
pra dizer isso (se precisa ser verso) e quereremos essa
como exemplos inúmeros - o que não se conta porque é
estrada pra encurtar o mundo (se te sentes livre).
sonorizando, involuntariamente, uma
vontade
quase sempre mais que se imagina – ou, ainda, o efêmero pensamento de ser o mundo inteiro e, assim, só senti-lo.
Não é somente o que nossas mãos criam ainda, mas a consciência tênue que é nos poros em que vivem.
Das necessidades que nos tocam precisas de
Nos arrepios que compreendem e nas verdades que
que vamos vivendo plena - assim que nos postamos
suspendem a divisão da razão, e o sentimento mais puro
entregues é justo como a que se muta, como a se fazer
de contemplar linhas – como estas, sem tomá-las, só a
redescobrir no próximo instante, emprestando o tempo
pulso de caligrafia, mas às veias de sangue e calidez. O mais rubro, o mais puro, que não há fotografia em subliminaridade de tons que fará miragem, e não há tempo em amadurecimento que haverá de saciar. Somos e seremos assim, doces suspiros devaneando versos, construindo um espaço que se conclui enquanto se esvai, abrindo o pulmão para o coração pulsar mais e dizer alto de um corpo sem fundo: vide uma alma intensa que, como projeta ao sensato seu formato, liberta ininteligível seu espírito.
67 | WAZAP
ARTE
JÁ BEBEU O SEU GOLE DE ARTE HOJE? AS VOLTAS QUE A ARTE DÁ. POR PAULA SOFIA 68 | WAZAP
ARTE
Olá, eu sou Paula Sofia e estou na Wazap 3. Sou o tipo de pessoa que vê arte em todos os lugares e vê na arte um universo de possibilidades ilimitadas. Sim, já tentei viver de
Enviesadas” o seguinte: “Nos anos 1960, já dizia o crítico brasileiro Mario Pedrosa que a “arte é o exercício experimental da liberdade”. (...)
arte e não consegui me sustentar. Formei-me atriz, no Rio
E para que serve a arte? Para começar, podemos dizer que ela
de Janeiro, e acabei trabalhando muito por muito pouco e
provoca, instiga e estimula nossos sentidos, descondicionando-os,
muitas vezes por amor (de graça). Hoje trabalho oficialmente
isto é, retirando-os de uma ordem preestabelecida e sugerindo
como redatora de uma agência de publicidade (minha outra
ampliadas possibilidades de viver e de se organizar no mundo.
formação) em Blumenau. Adoro trabalhar com criação, independente da função e da área.
A arte ensina justamente a desaprender os princípios das obviedades que são atribuídas aos objetos, às coisas. Ela parece
Com esta mudança de perspectiva de trabalho, pensei
esmiuçar o funcionamento dos processos da vida, desafiando-os,
que todo o tempo dedicado ao teatro seria inútil na minha
criando novas possibilidades. A arte pede um olhar curioso, livre
vida agora. Neste novo mercado, mais comercial, saturado
de “pré-conceitos”, e repleto de atenção.”
de mensagens e novas ferramentas, vi todos os meus anos
Acho essa definição poderosa, o tipo de texto que me
incríveis de estudos e prática e referências e experiências e
faz prender a respiração no final e ficar em silêncio por um
paixão pela arte jogados no lixo do passado. D-r-a-m-a!
bom tempo (coisa que se você me conhece sabe que é difícil
Então um belo dia, na frente da TV, tive uma epifania.
pra mim). Acredito nisso, a arte pode modificar seu ponto de
Você já deve ter ouvido falar de Vivienne Westwood, estilista
vista pessoal e pode também transformar a sociedade. A arte
inglesa, lenda viva da moda e da cultura punk – a banda Sex
registra a história da humanidade, reflete o comportamento
Pistols era produzida pelo marido de Vivienne e ensaiava nos
de épocas. Instiga, questiona, comove e tira o ser humano do
fundos da loja dela em Londres na década de 1970.
maldito piloto automático, a armadilha mais perigosa da vida
Em um documentário que passou na GNT, não lembro
adulta.
qual, esta ilustre e querida senhora afirma, mais ou menos
Mestre Vitalino é o pai das esculturas de barro do
assim, que uma pessoa pode ler 3 jornais por dia, 5 revistas,
agreste nordestino. Sua obra é tocante, seu exemplo inspirou
navegar por trinta milhões de sites na internet, enfim, pode
gerações de artesãos que seguiram seus passos e hoje
hiperconsumir litros de informações e atualizações, e mesmo
vendem seus trabalhos até na Europa. Vitalino vendia objetos
assim ter uma cultura rasa, fragmentada, de pouca serventia.
de barro na feira de Caruaru em Pernambuco, lá por 1940 e
Para Vivienne Westwood, a fonte de inspiração e a base de
50. Analfabeto e pobre, onde a terra era seca demais para
suas criações em moda, sempre foi a arte.
plantar, transformou sua realidade através do barro e das
Essa visão fez todo o sentido. Não digo que informação
suas mãos que inventaram arte. Esculpia o que conhecia, a
não seja importante, assim como entretenimento também.
briga de bêbados, o caçador de onça, Lampião e Maria Bonita,
Posso passar horas vendo todos os episódios de Friends
os retirantes, o gado. O que não conhecia, inventava. Li o
e Seinfeld ou qualquer outro seriado que prenda minha
seguinte depoimento no Museu do Barro, lugar que reúne sua
dispersão. Mas a arte vai além, o buraco é mais embaixo. Não
obra e sua história em Caruaru.
só pra quem trabalha com cultura e criação. Qualquer ser
Mestre Vitalino dizia que queria esculpir uma girafa, e
humano pode (e no meu singelo e fervoroso ponto de vista
nunca tinha visto uma, mas imaginava que seria gordinha,
DEVE) ser inspirado pela arte e através desta experiência
com pernas curtas e cabeça grande. Aí alguém chegava e
encontrar novas possibilidades para a humanidade.
perguntava: O que é isso? Ele respondia: Uma girafa. E o
Mas enfim, o que é arte? Arte serve pra que exatamente?
sujeito retrucava: Mas isso está mais parecendo um elefante.
Para definir esse conceito, vou pedir a ajuda de uma
E o mestre logo dizia: Então vai ser elefante.
mulher muito mais inteligente e conhecedora de arte
A arte oferece novas possibilidades. Seja você uma
do que eu. Kátia Canton, PhD em artes interdisciplinares
celebridade internacional, uma PhD, um pobre analfabeto ou
pela Universidade de Nova York e professora da Escola de
uma redatora publicitária.
Comunicações e Artes – USP, escreve em seu livro “Narrativas
E você, já bebeu o seu gole de arte hoje?
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ARTE
O MUNDO EM HDR POR MARLON TOMIO
Quem fotografa sabe exatamente o tamanho do desafio que Fotos divulgação
é combinar bom enquadramento e iluminação adequada. Ainda mais quando a composição interage com diferentes fontes e níveis de iluminação à sua volta, algo muito comum em fotos externas, quando normalmente existem tanto os pontos de luz em excesso, quanto as sombras com baixíssima capacidade de exposição. Diferente do olho humano, os dispositivos de captura de imagem - câmeras fotográficas, no caso - não têm a
Para construir uma imagem em HDR são necessárias pelo
capacidade dinâmica de enxergar e registrar o cenário de
menos três imagens exatamente iguais do mesmo cenário. Cada
forma imediatamente adequada à cada variação de luz
uma delas com exposições diferentes, que vão desde a menor
existente, fazendo com que o fotógrafo seja obrigado a iluminar
exposição possível, passando por uma intermediária, até uma de
artificialmente cada parte da paisagem, o que é praticamente
altíssima exposição. Isso porque, ao juntar-se todas, somente o
impossível; ou optar por valorizar apenas a ideia central da
que está nítido em cada uma delas será aproveitado. Para isso
composição e desvalorizar o restante. Eis que surge o High
é fundamental que as três imagens sejam exatamente iguais.
Dynamic Range (HDR), alcance de alta dinâmica, permitindo
Para evitar transtornos, é aconselhável o uso de arquivos no
que fotografias sejam apresentadas com o máximo possível
formato RAW (saiba mais em http://en.wikipedia.org/wiki/Raw_
de detalhes, evitando o excesso de luz e iluminando as partes
image_format), pois elas têm a capacidade de manter todas
mais escuras da imagem. Apesar de o HDR estar em alta e ter
as informações da imagem de maneira precisa, em um único
virado o assunto da moda, a técnica não é nova. Foi utilizada
arquivo que pode ser manipulado e convertido conforme a
pela primeira vez nos anos 40, na produção fotográfica de testes
necessidade.
de explosões nucleares, mas atualmente é mais fácil produzí-las.
O processo seguinte é fazer a mescla das imagens, conhecido como ToneMapping. Existem vários softwares adequados para isso, e um dos mais conhecidos é o Photomatix. O Adobe Photoshop também conta com o recurso, além de algumas câmeras atuais que já vêm com esta funcionalidade embutida, o que ajuda muito. Após todo o processo de captura das imagens e execução do ToneMaping, basta que sejam feitos alguns ajustes em um software de tratamento de imagens para chegar a um bom resultado. Pode parecer algo simples, mas o caminho todo é bastante cansativo e exige muita concentração, vários testes e bom senso na arte-finalização. A técnica de HDR tem sido amplamente difundida e a produção facilitada por diversas ferramentas que são de fácil acesso. Com isso, o que temos visto é o uso descontrolado e a falta do bom senso estético. Então, para você que talvez tenha se sentido motivado a criar centenas de imagens em HDR, fica a minha dica: use com moderação, lembrando sempre que a motivação para todo trabalho é o propósito que ele carrega e o conceito que o embasa.
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Eficiência que surpreende a sua empresa, criatividade que encanta o seu cliente. A C&R é uma empresa especializada na produção de materiais promocionais. Ela desenvolve produtos e brindes para que a sua marca seja divulgada de forma criativa. Com mais de sessenta alternativas diferenciadas, o objetivo é que a sua empresa se destaque e seja lembrada pelos seus clientes. Para isso, todas as personalizações são desenvolvidas por meio de impressão digital, o que gera uma peça promocional de alta nitidez e perfeita qualidade. Seja parceiro da C&R Brindes e distribua a sua marca para conquistar o mercado.
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ARTE
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ARTE
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COTIDIANO
A ARTE DE OUVIR UM FILME PRA QUE SEPARAR A ARTE QUANDO ELA PODE SER COMPLETA? EM CARTAZ: MÚSICAS PARA OUVIR E ASSISTIR NA TELONA. POR LUCIANA DA CUNHA
Quando recebeu a alcunha de Sétima Arte o cinema provocou alguns narizes torcidos. Certos críticos não consideravam a reprodução de filmes uma forma de arte. Até hoje, passado quase um século, não entendo o porquê, afinal, ao reunir dramaturgia, literatura, música, dança e até mesmo artes plásticas – na construção de cenários, por exemplo – o cinema é ou não é a manifestação artística mais completa que existe? Uma das combinações mais atraentes é, sem dúvida, a do cinema com a música. Assim que foram dados os primeiros passos após as películas mudas, a união dos filmes com trilhas sonoras se tornou irreversível. A partir do momento em que passaram a ser ouvidos, os atores e atrizes enfrentaram um desafio e tanto: eles deveriam saber atuar, cantar e sapatear. Era a época de ouro dos musicais. Um dos mais célebres representantes é Cantando na Chuva (Singin’ in the rain). Além de mostrar justamente essa transição, o trio formado por Gene Kelly, Debbie Reynolds e Donald O’Connor é um ótimo exemplo de artistas que atuavam, cantavam e sapateavam, coisa 74 | WAZAP
COTIDIANO
que não se vê com tanta frequência hoje em dia. A verdade é
Além disso, quase todos os filmes de Kubrick causam arrepios só
que está acontecendo um movimento pra recuperar os musicais.
com suas trilhas sonoras.
Nos últimos dez anos pudemos nos deleitar com produções
Pra quem prefere algo mais contemporâneo, Quentin
importantes como Moulin Rouge, Chicago e Mamma Mia.
Tarantino também é um diretor que gosta de marcar suas trilhas.
Além disso, também foram lançadas cinebiografias bem bacanas,
Em Pulp Fiction ele deu nova cara para You never can tell e Girl,
a exemplo de Ray, Johnny e June e Piaf. A música finalmente saiu
you’ll be a woman soon. Em Kill Bill foi a vez de Bang Bang (My
dos desenhos da Disney e ganhou seu espaço nas produções
baby shot me down) e a dançante Don’t let me be misunderstood.
mais adultas (é, vamos considerar Mamma Mia algo adulto).
Não é à toa que gravadoras lançam coletâneas só com as
Tomara que seja para ficar! Mas sejamos justos: mesmo sem
peculiares escolhas de Tarantino.
essa onda de musicais, as trilhas sempre foram fundamentais
Uma das minhas experiências preferidas de filme e
para os filmes desde que eles se tornaram audíveis. Quem nunca
música vem justamente dos estúdios Disney. Antes das trilhas
se pegou cantarolando a musiquinha de Star Wars, ou colocou a
bonitinhas de O Rei Leão, Aladdin e A Bela e a Fera, eles fizeram
trilha de Missão Impossível como toque de celular? Já vi até uma
uma experiência bem mais ousada: juntar animação com
amiga colocar o tema de Psicose para ligações dos pais. Tenso,
música clássica. Fantasia causa estranheza na primeira vez
não? Enfim, criadas para o filme ou não, muitas trilhas ficam com
em que é assistido. Animado demais para adultos, e erudito
o estigma cinematográfico a ponto de nem sabermos direito
demais para crianças, a produção é, sem dúvida, um deleite
quem originou quem. É quase o dilema do ovo e da galinha, só
para os amantes dessas duas artes. A representação para O
que mais bacana.
Aprendiz de Feiticeiro de Tchaikovsky é simplesmente genial.
Um bom exemplo é a música Assim falou Zaratustra. Só com o nome poucos devem ter identificado a belíssima composição
Claro que ainda existem muitos exemplos de composições
de Richard Strauss, mas todo mundo se lembra da música de
históricas. Só as obras de John Williams, Danny Elfman e Ennio
abertura de 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick.
Morricone renderiam, cada uma, um extenso texto - e digo isso
Lembrou? Vale frisar que um diretor que sempre mesclou
sendo econômica. Mas já dá pra ter uma noção do fascínio que
muito bem as trilhas sonoras com suas produções foi o próprio
as trilhas sonoras e canções de filmes (originais ou não) podem
Kubrick. O filme em questão é uma experiência cinematográfica
causar nas pessoas. Lembre-se disso na próxima vez que se
que, além da história, conta com fantásticos elementos visuais
flagrar cantarolando a música de 007 ou Indiana Jones. É música,
e musicais. Incompreendido na época, mas cultuado até hoje.
é cinema, é tudo junto e é, acima de tudo, fascinante!
CINEMA PARA OUVIR
wazapmag.com/cinemaparaouvir
Mas música não se lê, certo? Então preparei uma set list de canções que não vivem sem seus respectivos filmes. E a WAZAP preparou um jeitinho de você acessar tudo isso online.
Decodifique esta imagem e tenha acesso ao set list.
A cavalgada das Valquírias – Apocalypse Now As time goes by – Casablanca Gonna fly now – Rocky Love Theme – Cinema Paradiso Marcha Imperial – Guerra nas estrelas Moon river – Bonequinha de luxo Mrs. Robinson – A primeira noite de um homem My girl – Meu primeiro amor
Pretty woman – Uma linda mulher Raindrops keep falling on my head – Butch Cassidy Somewhere over the rainbow - O Mágico de Oz Summer Nights – Grease The lion sleeps tonight – O Rei Leão Unchained Melody – Ghost What a feeling – Flashdance
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COTIDIANO
O QUE O CINEMA TEM A VER COM ISSO? POR RAFAEL BONA
Quem nunca sofreu por uma paixão? Quem nunca ficou horas,
sentimento doentio (na maior parte das vezes), e que funciona como
dias, meses ou até anos pensando numa pessoa que nunca, sequer,
abstinência de uma droga em nossas cabeças. Isso dura algumas
chegou a completar 10% das suas expectativas? Sonhos, promessas
semanas, pode até durar anos. É a famosa sensação das borboletas
e encantos jogados num relacionamento que não tenha suprido as
no estômago. Depois que a paixão passa, nasce o amor, aquela coisa
previsões criadas na mente desde o início.
doentia fica de lado e um começa a dar mais espaço para o outro
É comum vermos pessoas sofrendo e se destruindo por causa de
respirar na relação. Opa, que coisa estranha! Isso até parece um
alguém que não merece aquela dedicação e paixão. Vamos ressaltar
filme que eu vi. Você já parou para pensar que a maioria das nossas
aqui que estamos falando de paixão, não de amor. A paixão é aquele
histórias de paixão são relacionadas a filmes que já assistimos ou que
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COTIDIANO
nos marcaram? É impressionante o legado de fãs de Crepúsculo, a
no Baile Encantos Submarinos. Está tocando Earth Angel e os dois
história de uma menina e um vampiro que lutam pelo amor. Ou como
começam a se apaixonar. Nossa, como eu ficava imaginando essa cena
com Rose e Jack, de Titanic. Coitada da Rose que teve que seguir sua
comigo e com essa menina! Por anos fiquei cultivando isso. O tempo
vida sozinha, sem o companheiro.
foi passando e a gente vai amadurecendo, porém, aquelas histórias e
Você já parou para pensar no quanto o cinema cria na gente uma ilusão fantástica sobre as concepções de paixão e amor? O que mais
imagens continuaram a permear minha imaginação toda vez que eu conhecia alguém diferente.
me intriga é que na maior parte das vezes - na maior parte mesmo!
Quase sempre encontro pessoas que estavam há anos apaixonadas,
- essas coisas não acontecem. A gente projeta no outro a sensação
terminaram uma relação e vêm conversar comigo. É impressionante
que temos ao lembrar de um filme romântico. Eu lembro que, na
o número de histórias semelhantes e imagens vistas no cinema.
minha adolescência, tinha uma paixão platônica por uma menina dois
Será que a arte imita a vida ou a vida imita a arte? Ou será que os
anos mais nova que eu. Ela nunca soube que eu gostava tanto assim
sentimentos humanos não estão exacerbados e explícitos num filme
dela. Ficava imaginando, plantando e semeando uma coisa doida na
de amor? Para quem, então, quer viajar um pouco na narrativa da
minha cabeça com cenas de filmes. Lembro muito, por exemplo, do De
paixão, seguem os nomes de quatro filmes que você pode assistir ou
Volta Para o Futuro (o primeiro), quando os pais de Marty se beijam
rever (acompanhado ou não):
Fim de Caso (1999): conta a história
Malena (2000): um filme italiano
Sex And The City, o Filme (2008):
de Sarah, uma mulher casada com um
maravilhoso que passou despercebido
inspirado na série de mesmo nome,
homem que ela ama, mas não compartilha
pelo público. Dirigido por Giuseppe
estrelado por Sarah Jessica Parker (Carrie),
intimidade alguma. Num momento ela
Tornatore (Cinema Paradiso), trata da
Kim Cattrall (Samantha), Kristin Davis
conhece outro homem, com quem começa
paixão cega e doentia de um menino por
(Charlotte) e Cynthia Nixon (Miranda). Mais
a viver uma paixão doentia, levando à um
uma mulher chamada Malena. A história
uma vez, os conflitos de relacionamentos
final surpreendente, cheio de mistérios e
se passa na década de 40, numa vila
vividos pelas protagonistas vêm com toda
com um segredo devastador que mudará
localizada na Sicília. A sinopse o define
força nesse filme que, em apenas 10 dias
a vida dos personagens para sempre.
como um filme de amor, perda e coragem.
de exibição, faturou mais de 100 milhões. O foco, mais uma vez, é em torno de Big, a paixão de Carrie.
Quem quer ser um milionário? (2009): premiado em todo o mundo e vencedor do Oscar
Decodifique esta imagem e tenha acesso ao trailer dos filmes.
de melhor filme. Um roteiro único e que entrou para a história do cinema. Chamado “clássico recente”. Jamal, um rapaz da favela, está a um passo de ganhar um prêmio milionário na TV Indiana. As autoridades começam a desconfiar que Jamal sabe todas as respostas e acabam descobrindo que ele, na verdade, nutre uma paixão por uma garota desde pequeno. Um filme emocionante do começo ao fim.
wazapmag.com/cinema
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COTIDIANO
ATUALIZE SUA PLAYLIST POR CARLA PÖPPER
Tem música boa demais por aí pra ficar ouvindo sempre a mesma coisa. Não dá pra depender só de rádios, televisão e afins. As melhores bandas e os melhores cantores têm uma repercussão muito fraca no Brasil, quando não nulas. Pensando nisso, resolvi dar uma ajudinha e listar aqui ótimos sons pra você poder passar alguns meses ouvindo e curtindo, pra depois ir direto pro YouTube descobrir ainda mais.
IRON & WINE (ESTADOS UNIDOS) Um som super relaxante e de arrepiar, que une voz e violão, é o folk rock de Sam Beam. A banda - de um homem só - cria músicas lindíssimas que somadas às videografias emocionam ainda mais. Uma dica é o clipe da música Boy With a Coin, no qual bailarinas interpretam a música de maneira excepcional.
LITTLE JOY (BRASIL E ESTADOS UNIDOS) Muitos conhecem, mas a repercussão é baixa. A banda surgiu quando o guitarrista e vocalista da banda Los Hermanos conheceu o baterista da The Strokes, em 2006. Rodrigo Amarante, Fabrizio Moretti e a multiinstrumentista Binki Shapiro formam esse grupo, que faz um som bem parecido com o dos Los Hermanos, mas sem perder sua personalidade. Além disso, as músicas são cantadas em inglês na maior parte do tempo.
ANGUS & JULIA STONE (AUSTRÁLIA) Os irmãos australianos são filhos de músicos, talvez seja essa a explicação para tanta naturalidade e facilidade que os dois têm de escrever, tocar e cantar. O som é uma mistura melancólica de folk, blues e pop. A dupla fez, e ainda faz, grande sucesso nas rádios australianas com a música Big Jet Plane, além de ser sempre escalada para trilhas de seriados, como: 90210, Skins, Grey’s Anatomy, Private Practice, One Tree Hill e Pretty Little Liars. Ambos têm projetos solo: Angus com a Lady Of The Sunshine, de um som um pouco mais pesado; e Julia Stone usando seu próprio nome e seguindo o som romântico da dupla.
THE CLASSIC CRIME ( ESTADOS UNIDOS)
TORI AMOS (ESTADOS UNIDOS) Não é de hoje que a cantora, compositora e pianista Myra Eleen Amos é muito admirada no
Saindo um pouco de toda a melancolia e partindo pro
mundo cult, isso já vem acontecendo desde os
rock alternativo, temos estes caras, que são confundidos
anos 90. Com suas canções emocionalmente
com uma banda cristã por serem da gravadora cristã
intensas, de um pop barroco lindíssimo, nos
Tooth and Nail Records, e também por tocarem em
prende com sua voz de um agudo bem delicado.
festivais desse estilo. Os integrantes falam que três,
As histórias da vida pessoal de Tori sempre
dos cinco, são cristãos. Mas apesar de suas letras
vieram à público, já que ela mantinha os fãs
serem recheadas de positividade, essa não é uma
informados tanto pelas músicas quanto pelas
característica da banda.
entrevistas.
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MEW (DINAMARCA) Esse trio tem uma musicalidade tão diferente que considero seu estilo indefinido, apesar de gostar do termo que os fãs usam: dream-pop. A voz de Jonas Bjerre hipnotiza de uma forma encantadora, principalmente acompanhada pelos clipes da banda. Vale muito a pena conferir!
COTIDIANO
THE TALLEST MAN ON EARTH (SUÉCIA) Kristian Matsson usa esse nome artístico pra mandar um folk de ótima qualidade, raro hoje em dia. Facilmente comparado com Sr. Bob Dylan não só pela voz, mas também pelo som, Matsson já caiu na boca de muitos críticos, mas quase sempre de uma forma positiva. Imperdível, excepcional.
THE LAST SHADOW PUPPETS (REINO UNIDO)
THE BLACK KEYS (ESTADOS UNIDOS)
A amizade de Alex Turner, da Arctitc
Com um ritmo raríssimo na atualidade, talvez
Monkeys, com Miles Kane, da The Rascals,
podendo ser definido como blues rock, a dupla
resultou em um rock dos anos 60
americana manda muito bem com seu vocal
sensacional, jamais esquecido pelos
abafadinho. O clipe da música Tighten Up
ingleses. Não dá pra não conferir a música
é de uma criatividade
Standing Next To Me.
exemplar. Vale a pena ficar menos de três minutos no twitter
THE FRATELLIS (REINO UNIDO)
pra conferir.
Uma banda que chamam por aí de rock alternativo, rock indie e afins. Prefiro chamar de rock divertido. Música que diverte sem perder a pegada clássica do rock inglês (apesar de serem da Escócia).
KIDS OF 88 (NOVA ZELÂNDIA) Chegando ao eletrônico achei
ASKING ALEXADRIA (REÚNO UNIDO)
legal lembrar dessa dupla new
Passando pra um som bem mais pesado,
wave, de músicas bem animadas e
trago essa banda iniciada em Dubai, mas
sempre ao som de muitas palmas.
hoje americana. Metalcore ou deathcore,
Os dois, que já eram amigo há 10
ou como você resolver intitular depois de
anos quando resolveram tocar
ouvir. A banda com certeza assustava por
juntos, têm apenas um álbum e
sua aparência “emo”, mas no clipe To The
um EP, mas com certeza é trilha
Stage eles conseguem fugir dessa imagem.
indispensável pra festa.
O vocalista Danny Worsnop também tem uma bela voz em versões acústicas e já fala em seu twitter sobre seu projeto solo.
PERGUNTE AO SEU PAI TRAVELING WILBURYS (ESTADOS UNIDOS)
THE NAKED AND FAMOUS (NOVA ZELÂNDIA)
Já imaginou no que daria juntar
O cenário eletrônico anda
esses caras? Bom, resumindo: você precisa conhecer.
ficando por conta da Nova
Vai correndo pro Youtube. O caso é que esses feras
Zelândia mesmo, inclusive
se juntaram mesmo em 1988 para fazer música.
com mais esse grupo de voz
Obviamente o resultado foi de primeira linha. Numa
aguda feminina, rotulado
mistura de folk, rock e música country, apenas um
como indie rock. A música,
álbum foi lançado com todos os integrantes. Após a
já conhecida, Young Blood é
morte de Roy Orbison, os outros integrantes lançaram
trilha do trailer de um dos
o segundo disco homenageando o amigo no clipe
episódios da série britânica
da música End of the Line. É uma pena ver que uma
Skins. Você pode já conhecer
banda formada por vulcões da música foi esquecida
essa faixa, mas vale baixar o álbum.
com o tempo.
lendas como George Harrison, Jeff Lynne, Bob Dylan, Tom Petty e Roy Orbison? Ou você nem sabe quem são Decodifique esta imagem e tenha acesso a playlist.
wazapmag.com/atualizesuaplaylist
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COTIDIANO
AOS OLHOS E AOS OUVIDOS POR VINICIUS BATISTA
Mette Lindberg já consegue me balançar com sua estranha voz: algo entre estridente e levemente sensual; ora sussurrada, ora animada. A mistura de pop e soul do Asteroids Galaxy Tour (que vem ao Brasil para o Rock in Rio) encontra, na figura loira de Lindberg, uma energia que não só consegue liderar a banda com maestria, mas também agrega a beleza de uma menina agitada, meio desastrada e desleixada; cabelos bagunçados,
O tom de voz ao cantar e o tom do cabelo que balança.
trejeitos com as mãos e olhar marcante.
A afinação impecável e as linhas perfeitas do rosto. Aquela
O sotaque francês une-se ao jeito tímido e acanhado de
boca que canta refrões tem um desenho que conquista. São
Coralie Clement. O folk leve e divertido, meio chanson française,
cantoras maravilhosas, mas são também mulheres lindas.
fica ainda mais suave com a imagem da morena de olhar baixo
Não adianta, com algumas cantoras não nos concentramos
e boca carnuda. Os cabelos volumosos parecem proteger a
apenas no que nosso ouvido capta, é possível se deliciar
beleza de seu rosto. O jeito envergonhado é uma forma de
também com o que os olhos veem. Essa combinação entre boa
fazer a gente se aproximar, olhar e ouvir de perto. Adivinha? A
música e boa aparência é irresistível, afinal, música é paixão, e
Sophie Madeleine é aquele amor de primário. A menina mais
é extremamente benéfico se apaixonar por quem canta. Não
bela da turma, sabe? As letras não são profundas e o som não
vamos chegar a extremos, mas não há como fechar os olhos
é extremamente criativo ou original, mas junte isso a uma
e deixar de perceber que aquela pessoa que compõe suas
menina de cabelos lisos e longos, com franja acima dos olhos
músicas favoritas tem artifícios físicos que tornam sua aptidão
e linhas perfeitas no rosto; bem-humorada, com uma voz de
artística ainda mais interessante. Parece que elas permanecem
menina e um ukulele. O que temos? Uma paixão bobinha, é
preservadas de um julgamento comum, algo exclusivo.
claro! Mas é bom ser bobo nesses casos e ficar ouvindo um folk
É bem próximo que fica o fone de ouvido quando Olivia
ensolarado olhando para Sophie Madeleine.
Merilahti começa a cantar, mas é longe que parece ser o
Vale explicar que me apaixonei por todas elas. Mas não é
ambiente o qual ela habita em seus vídeoclipes e fotos.
paixão que dê vontade de tê-las para mim, e sim uma maneira
A vocalista finlandesa da dupla The Dø parece colocar na
sincera de mostrar admiração tanto pela música, quanto pela
garganta todos os sentimentos do peito, fazendo a voz sair
beleza de cada uma delas. A maioria das mulheres já é bonita
de forma suave e depois, para surpresa de quem ouve, forte.
naturalmente, ainda mais com um violão, piano ou ukulele. Aí
No seu segundo disco, Both Ways Open Jaws (considerado um
me apaixono mesmo, oras! Uma análise rápida no meu iPod
dos melhores de 2011), Olívia traduz visualmente seu cenário
revelaria a preferência musical por vocalistas do sexo feminino.
experimental de folk, indie e eletrorock, personificando o que
Há diversas mulheres lindas, mas também me agrado pelas
canta em maquiagem, cabelo e poses. E a combinação de olhos
não tão bonitas. Adoro a Kimya Dawson, por exemplo. Mas é
e boca é intensa como ela. Veja os clipes de Slippery Slope e
como diz aquele velho ditado: “me desculpem as indies feias,
Bohemian Dances. Lá está Olívia, bela, forte, sedutora e firme.
mas beleza é (quase) fundamental”.
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ilustração POR KADU SUPANIK | www.supanik.com.br
COTIDIANO
NÃO SE REPRIMA! NUM MUNDO ONDE DANÇAR É FALAR A LÍNGUA QUE A ALMA ESCONDE, QUEM NÃO SE SOLTA NÃO SE EXPRESSA POR ALANA NOGUEIRA
Comecei a dançar com dois anos. Não eram bem movimentos ritmados, coreografados. Serei sincera: eu era desajeitada. Mas e daí? Bastava colocar o vinil da Xuxa pra tocar que a vontade de mexer meus pezinhos tortos de um lado para o outro surgia. Mas isso é normal, afinal dançar nos faz bem. No passado as pessoas dançavam para os deuses, hoje temos verdadeiras deusas dançando para as pessoas. Tem gente que dança para ficar alegre, para competir, para seduzir alguém e até para trazer a chuva. Na infância fiz aula de Balé Clássico, estilo de dança muito gracioso. Mas você tem que nascer para o Balé, e eu não nasci. Resultado: um ano de aula, uma apresentação, uma matrícula cancelada. Na préadolescência entrei para a Dança de Rua, cheia de movimentos e batidas fortes. A Dança de Rua é linda, mas você também tem que saber ser forte, e eu não soube. Por isso, fiquei quatro anos repetindo o mesmo nível. Foi então conheci o Sapateado Americano. Incrível! Tem movimento, som, ritmo e muita coordenação. Foram mais quatro anos de aprendizado, desta vez, conquistando prêmios e reconhecimento. Foi com o Sapateado que eu encontrei a minha dança interior. Dança interior, cada um com a sua, porque dança é a arte do corpo em movimento, e toda pessoa reflete o que sente de um jeito diferente: na pulsação acelerada, na respiração controlada e/ou nos gestos improvisados. Basta procurar no Google que você encontra uma infinidade de festivais de dança acontecendo por todo o país, com diversos bailarinos mostrando suas danças interiores. O Festival de Dança de Joinville (aqui pertinho), já consagrado como o maior do mundo, segundo o Guinness Book, aconteceu em julho, atraindo cerca de 230 mil pessoas. Se você perdeu esse festival, ainda tem chance de ver a beleza das coreografias no Grand Prix Brasil, que acontece em Paulínia,
Fotos do 29º Festival de Dança de Joinville
São Paulo, entre os dias 12 e 16 de Outubro. Lá estarão presentes os bailarinos premiados nos primeiros lugares do Festival de Dança de Joinville, além de muitos outros grandes profissionais de todo o país. Termino meu texto (enquanto danço com os pés, incomodando meus vizinhos de mesa) concluindo a frase de Nietzsche: “e aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam ouvir a música”. Porque para dançar você não precisa de uma melodia, e para se expressar você só precisa dançar. ps.: Alana não resistiu e voltou a fazer sapateado no final de agosto. 82 | WAZAP
No nosso site, assim que foi encerrado o Festival de Dança de Joinville deste ano, a professora de dança Andressa Alves, que colaborou para a segunda edição da WAZAP, nos contou suas impressões sobre o evento. Acesse o post www.tinyurl.com/wazapdanca
COTIDIANO
O TANGO DE BUENOS AIRES ESTAR NA ARGENTINA É RESPIRAR TANGO, ESSA BELA E VIBRANTE DANÇA QUE ENCANTA A TODOS. POR DANIELA HERTEL Buenos Aires é uma metrópole de personalidade própria, com uma
Antes da sua expansão o tango era o tradicional ritmo dos bordéis. Por
esplêndida arquitetura com à cultura e à arte de todo o mundo. Ela é
sua forte sensualidade, foi a princípio considerado impróprio a ambientes
ao mesmo tempo dinâmica e tradicional, que apresenta uma história
familiares. Porém a beleza da dança enfeitiçou os freqüentadores
espetacular. Uma capital linda de muitos monumentos, igrejas, museus,
daquele ambiente e em pouco tempo foi apresentada e se expandiu para
galerias de arte e teatros; praças, parques e jardins; modernos centros
as classes médias e altas. O tango ganhou vida e cativou o mundo.
comerciais e feiras de antiguidades, restaurantes típicos e de cozinha internacional; além do encanto sempre presente do tango.
Falar de tango é falar em Carlos Gardel. Cantor, compositor, ator e um ícone dos apreciadores desse ritmo. Faleceu aos 45 anos em um acidente
Sensual, intenso e corpos cruzados. Assim podemos definir o tango.
aéreo. Foi o grande divulgador do tango no exterior. Gardel é símbolo
Nasceu nos bairros mais pobres da Argentina e hoje é a dança mais
de destaque em todas as casas de apresentações de tango na Argentina.
popular do país, aplaudida em pistas de todo mundo. O tango é uma
Devemos destacar a bela dança em meio as cores alegres do Caminito,
dança exibicionista, bela de um diálogo novo. A sedução feito movimento,
A rosa vermelha envolta a sedução, chama atenção dos que passam
o ir e vir.
no local. O ritmo energético, com movimentos rápidos e concisos, com
O tango surgiu no século XIX nos países da Argentina e Uruguai.
postura sensual e perfeita, são simplesmente magnetizantes aos olhos.
A dança resulta da fusão de música européia, africana e gaúcha. Foi a
Uma beleza que livro nenhum poderá descrever. Um cenário simples e ao
terceira do mundo a ser executado por um homem e mulher em contato
mesmo tempo luxuoso, digno de um espetáculo e muitos aplausos. Sim, a
direto. O tango traz consigo um universo inovador, de muito improviso.
cada passo desfrutamos do tango de Buenos Aires.
84 | WAZAP
COTIDIANO
TANGO NO BRASIL O tango brasileiro, muitas vezes apontado como uma variante bem acabada e estilizada do maxixe entrou definitivamente para a música popular brasileira no mesmo período que surgiu na Argentina. Considerado o fixador do tango brasileiro – Ernesto Nazareth foi o Rei do Tango. Nasceu e faleceu na cidade de Rio de Janeiro. Ernesto Nazareth foi um dos responsáveis pela cultura do tango no Brasil, deu ritmos novos e harmonias fulgurantes a esse gênero de música, tornando-se imortal entre os apreciadores de boa música brasileira. Os traços das músicas de Nazareth são de uma originalidade muito forte, sendo que ninguém conseguiu imitá-los, mesmo depois de seus grandes tangos terem alcançados a máxima popularidade, não envelheceram. O tango - como o samba no Brasil, tornou-se símbolo nacional turístico da Argentina. Assim é o tango. Uma dança de ostentação, de conhecimento sem preconceito. Uma dança sem intenções escondidas.
ESPETÁCULOS DE SENÕR TANGO Instalaram-se muito perto do porto, em Barracas, bairro tradicional, de pessoas de trabalho, indústrias e fábricas; lá no coração. Construíram um grande armazém de secos e molhados que com o tempo foi um dos maiores e mais prestigiosos. A arquitetura tradicional, a cargo de um dos fundadores, contempla tetos abobadados, colunas de ferro, pisos de paralelepípedo, três níveis, e detalhes de enorme solidez quanto à sua estrutura. Respeitando a visão dos que o criaram, inspirado pelo lugar, e interpretando talvez esses mesmos sonhos, Fernando Soler o recicla integralmente conservando intacta a estrutura. Na entrada se percebe a elegância e o bom gosto da refinada decoração, recriando a essência de aqueles locais onde começou a brilhar o tango com todo seu esplendor. E é assim como aquele armazém de secos e molhados hoje é um maravilhoso teatro ao que muitos batizaram como “A Catedral do Tango”. Neste mesmo local é instalado “Señor Tango”, a maior casa de espetáculos de Buenos Aires, onde o tango é o protagonista indiscutido. O show permite que os espectadores desfrutem de uma grande magia de luz, cor e som. Cerca de 40 artistas percorrem durante as duas horas de espetáculos os tangos tradicionais e os mais contemporâneos.
TANGO NAS RUAS Andar nas ruas de Buenos Aires é sinônimo de ouvir uma bela música. O som está por todo o lado. O tango sempre fez parte do cotidiano dos argentinos, e não poderia ser diferente aos turistas que visitam a capital. Casais se encontram e se apresentam de forma fascinante entre uma rua e outra. Como pagar por esse espetáculo? É fácil, deixe suas moedas no chapéu que está ali próximo dos dançarinos. Espalhado em todo Buenos Aires, o tango é dançado nas ruas, vielas, shoppings. Qualquer espaço é motivo para apresentação desse belo ritmo. Aos que passam, tem o prazer de prestigiar e apreciar essa postura precisa com passo estável. 85 | WAZAP
COTIDIANO
PARTITURAS URBANAS POR JOÃO BATISTA (JB)
Olhando de cima, a cidade se abre como um caderno bizarro de partituras mal escritas. As longas avenidas cortadas por ruas transversais escrevem a pauta de melodias fractais sobre o solo constantemente úmido, apesar de o cimento e o concreto dominarem o cenário. Nas esquinas amontoam-se “carros-claves” de notas repetidas, que seguem ou param conforme a maestria iluminada dos semáforos. Atravessando as linhas entre tons, pedestres respiram “sustenidamente” no contrapasso da pressa, forjando um ritmo anômalo. Ao fundo, sirenes em bemol fazem o cérebro absorver sombras de som. No laboratório inventivo da mente, uma misteriosa oitava nota chega em sussurros aos ouvidos. Nesse momento, na primeira vibração sutil nos tímpanos, nasce a estrofe do caos reverberando gritos, xingamentos, buzinas, falas e barulhos mecanizados por todos os vãos da cidade. Entre um prédio e outro, uma quadra e outra, um cruzamento e outro, sobrepõem-se vozes e ruídos, letra e música de uma obra arranjada pelo acaso. Feita em cega harmonia, numa combinação mágica onde cada um faz seus versos sem saber o que o outro prepara. A macabra canção urbana ganha vida própria. No bater de asas sinfônicas ela se amplifica pelo ar e voa um voo de pássaro astuto, numa atitude propositalmente provocativa ao motorista preso no engarrafamento. Se pudéssemos transfigurar os sons teríamos sobre nossas cabeças nuvens carregadas de decibéis, trovoando timbres agudos e relampagueando bocejos graves, ou mesmo roucos, desde que intermitentes. O que chove sobre os ouvidos nada ais é que a precipitação de todos os desaforos, nossos atrasos em estado líquido, síntese de todos os ruídos. A ópera urbana de um cotidiano feito de urgências é tempestade orquestrada pelo tempo. Ninguém que é escravo dos ponteiros pode eximir-se de fazer barulho. Por isso toda essa gente espalhada, uns sentados, outros em pé, fazendo um concerto irritante, barulhento e confuso ao ar livre. Por isso o poeta, sem a pressa presa aos pés, é pessoa feita de silêncios, apreciador de cânticos secretos. Do alto, qualquer barulho, de gente ou de máquina, parece um murmúrio oco, sem fundo, sem origem nem destino. Só mesmo dentro do turbilhão de vozes, freadas e apitos se vê o vento rifando acordes fora da escala. Não que o vento seja péssimo instrumentista, mas as pessoas construíram paredes demais; não que o vento esteja proibido de assoviar, mas as pessoas estão desafinadamente incomodadas. Talvez pelo choro da criança, pela algazarra na saída da escola, pela discussão no trânsito ou pelo toque de fliperama no celular de quem passa ao lado. Não importa, um barulho leva ao outro. É como um passo, uma rima, uma trovoada. Juntando se faz a caminhada, o refrão, o temporal. Na soma de todos os sons a cidade agoniza remixada. E como se refugiar do descompasso se até mesmo os becos estão cifrados? Quem sabe um acorde de improviso, uma mudança de modulação, algum efeito de equalização ou abaixar o volume? Mas a quem levar essas sugestões? Quem sabe apenas colocar um fone de ouvido e se isolar de tudo? Valerá - quem sabe? - trocar a trilha caótica coletiva por um repertório particular? Quem sabe saberá também decifrar o caos. E daí em diante não haverá mais perguntas. E todos os silêncios escondidos entrarão em solfejos pela cidade. Alguém ouvirá? Quem sabe?
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COTIDIANO
FILME
FILME
LIVRO
LIVRO
PRONTO PARA RECOMEÇAR
COWBOYS & ALIENS
MAIS ESTRANHO QUE A FICÇÃO ALTA TENSÃO
DIRETORA Dan Rush ELENCO Will Ferrell, Nick Halsey, Rebecca Hall, Samantha Michael Peña, Frank Garcia
DIRETOR Jon Favreau ELENCO Daniel Craig, Harrison Ford, Olivia Wilde, Sam Rockwell
CHUCK PALAHNIUK 2011
HARLAN COBEN 2011
Como romancista, Chuck Palahniuk se
Estados Unidos
Estados Unidos
Comédia | Drama
Ação
Desempregado, Nick está numa pior.
Em 1873, um estranho sem memória
Enfrentando problemas com a bebida,
vai
ele acaba de ser abandonado pela
inóspita para visitantes, dominada pelo
esposa, que despeja tudo o que seu
medo e comandada pelo pulso forte
no jardim de casa. Na tentativa de
do Coronel Woodrow Dollarhyde. Mas
recomeçar a vida, coloca à venda, no
as coisas pioram com a invasão de
gramado mesmo, tudo o que tem. Um
seres alienígenas, forçando os homens
novo vizinho pode ser a chave para
brancos a unir forças com os índios
que o cotidiano de Nick volte aos eixos.
Apaches contra a ameaça extraterrestre.
Um dos autores mais lidos no mundo, Harlan Coben traz uma nova história com seu personagem mais premiado. Myron Bolitar ficará frente a frente com um passado de mentiras e traição. Uma mensagem anônima deixada no Facebook da ex-estrela do tênis Suzze T põe em dúvida a paternidade de seu filho. Grávida de oito meses, ela pede a ajuda de seu agente e amigo Myron Bolitar para descobrir o responsável por essa intriga e trazer de volta seu marido, o astro do rock Lex Ryder, que saiu de casa depois de ler o texto. Myron. Nesta premiada história, Harlan Coben mais uma vez consegue construir uma trama envolvente, que fala de fama, ganância e rivalidade e surpreende por seu toque humano. Na aventura mais difícil de Myron Bolitar, seu passado vem à tona e, junto com ele, feridas que jamais se fecharão.
notabilizou por retratar personagens pouco Estranho
convencionais. Que
a
Em
Ficção
o
Mais autor
abandona o universo ficcional e aponta seu foco para as pessoas reais, mas
parar
em
Absolution,
cidade
mantém o gosto pelo incomum. O livro é um mergulho no lado mais bizarro e excêntrico dos Estados Unidos, revelando uma outra nação que convive lado a lado com a imagem oficial do país, sobre o qual Palahniuk lança um olhar às vezes irônico, às vezes terno, mas sempre original. Dividido em três partes, o livro reúne uma série de reportagens, ensaios, crônicas
e
jornalístico,
perfis alguns
com
enfoque
escritos
para
revistas norte-americanas, que trazem em comum o estilo e o gosto de Palahniuk pelo estranho e pelo absurdo infiltrados na vida cotidiana.
MÚSICA
RED HOT CHILI PEPPERS I’M WITH YOU
MÚSICA
THE DO BOTH WAYS OPEN JAWS
Depois de alguns anos sem lançar
Quem conhece o trabalho da dupla
nenhum um disco, Ret Hot Chili
francesa The Dø sabe que sempre
Peppers regressou agora com o “I’m
pode esperar boas canções. Both Ways
With You”, que conta com o novo
Open Jaws (2011) é o novo disco de
guitarrista Josh Klinghoffer, e que
Dan Levy e Olivia Bouyssou Merilahti,
numa semana alcançou o top das
todas as músicas embaladas de maneira
vendas. O disco é cheio de inéditas
cuidadosa e repletas de sofisticação, vão
e ainda mais direto e divertido que o
do folk à eletrônica, passando por arranjos
antecessor.
orquestrados típicos do indie pop.
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BEBIDAS
ESPECIAL CERVEJAS MAGNUS RED ALE
Teor Alcoólico: 6,5%
É uma cerveja de alta fermentação de coloração avermelhada, com sabor de grãos tostados, frutada e levemente adocicada. Encorpada e saborosa! O alcool transparece no primeiro gole, idela para dias frios.
WÄLS TRIPPEL
Teor Alcoólico: 9,0%
Cerveja tipo Belgian Strong Ale Trippel. Forte, clara, é uma Trippel de aparência laranja pálida, espuma densa e duradoura. Aroma cítrico, com sementes de coentro e notas de levedura especial. Paladar frutado, condimentado, sabor de malte e lúpulo em harmonia. É uma cerveja brasileira que sabe seguir bem as tradições belga das cervejas fortes e encorpadas.
BURGMAN FLANDERS RED
Teor Alcoólico: 6,5%
Cerveja de alta fermentação, tradicionalmente inglesa do tipo Ale. Produzida com maltes especiais que proporcionam aroma único e cor avermelhada, a Burgman Flanders Red possui paladar seco e ligeiramente caramelizado, o que a torna ideal para acompanhar carnes em geral, além de diversos tipos de queijos.
PETRA SCHWARZBIER Teor Alcoólico: 6,2%
É uma cerveja Premium preparada como as tradicionais cervejas pretas da Alemanha. Além da cor, as altas temperaturas e o preparo meticuloso agem sobre os ingredientes puros encorpandoos e dando mais cremosidade à cerveja. A Petra Schwarzbier é densa e saborosa, feita para verdadeiros apreciadores de cerveja.
BLACK PRINCESS GOLD Teor Alcoólico: 4,7%
Uma cerveja Pilsen especial, feita com água das montanhas, ingredientes e o mais puro malte importado, que lhe conferem o sabor nobre e marcante. Um sabor à altura dos seus mais de 100 anos de história, que vem desde os tempos do império.
COLORADO INDICA Teor Alcoólico: 7,5%
Genuína representante do Estilo India Pale Ale esta cerveja de alta fermentação é elaborada artesanalmente com generosas quantidades de malte, lúpulo e rapadura, visando conferir-lhe um grande corpo, amargor. Esta cerveja robusta é ideal para acompanhar pratos bem condimentados ou frutos do mar.
A quarta feijoada do Riska reuniu aproximadamente 3.500 pessoas. Muita gente bonita e de várias partes do Brasil. Este ano provamos que chopp combina com feijoada em clima de botequim, numa super decoração temática. Vários artistas do sertanejo universitário, pagode, reggae e eletrônico fizeram o evento acontecer.