Líderes querem fazer diferença, mas o segredo está em pensar diferente
jaqueline@weigelcoaching.com.br Líderes distantes de pessoas são modelos ultrapassados. Escutar as pessoas, coletar informações em todos os níveis e então tomar decisões. Este é o formato atual. Não é mais sobre somente obter resultados e sim sobre construir um sistema corporativo sustentável, com desafios intelectuais constantes e pessoas felizes trabalhando pelos objetivos. É preciso entender que a cada momento é necessário pensar em como vamos levar as coisas para o próximo nível. Isto é liderança sustentável. A reclamação primária dos gestores atuais é a de falta de tempo, e a segunda é sobre ter sido moldado no formato excessivamente operacional e pouco estratégico. Nas salas de desenvolvimento e nos processos individuais de coaching, os clientes acabam descobrindo que não existe falta de tempo, e sim, planejamento ruim, falta de foco e de capacidade de priorização, além de pouca disciplina para executar o planejado. É enorme a dificuldade de colocar limites, fazer renúncias e de entender que coisas bem feitas são mais importantes e sustentáveis do que tentar exaustivamente sobrecarregar as pessoas no dia a dia com milhares de tarefas. O medo é o grande vilão, e ele se apresenta de várias formas. Os medos que nos limitam são nocivos ao desempenho e ao ambiente, e atrasam o crescimento dos negócios. A cultura do gestor workaholic, aquele que fica sobrecarregado de coisas para fazer, passa a ser substituída pelo modelo Peak Performer de Charles Garfield. Guiado por uma missão, capaz de se ajustar rapidamente, bom na gestão de mudanças, capaz de priorizar e entender o que é importante, de ser um bom jogador de equipe e de ser um bom formador de equipe. Estas são características e competências que os líderes precisarão desenvolver para sair deste mar de tarefas que a demanda acelerada gerou. O mito que vem do antigo modelo de chefia, onde o gestor imagina que precisa ser melhor, saber mais, ter respostas e cobrar liderados, é um dos maiores sabotadores. A resposta que vem das equipes é proporcional ao estímulo dado pelo líder. Estímulos eficientes, respostas eficazes. Uma reforma no jeito de ser e pensar são fundamentais para que a liderança funcione com fluidez. Gestores sempre foram recrutados com base no conhecimento e na experiência, e hoje são cobrados pelo desenvolvimento de pessoas, mas não sabem exatamente como fazêlo.
Existem muitas coisas envolvidas no complexo desenvolvimento de pessoas. A começar pelo conceito diferente de chefe e líder. Todos sabem a lista do que se deve e não se deve fazer na liderança, mas não sabem como passar de um modelo a outro, nem o impacto que as atitudes de uma ou outra lista causam no liderado. Por incrível que pareça, temos líderes que ainda acreditam que o modelo de chefia é possível. A diversidade de gerações é um outro desafio. Precisamos equilibrar a sabedoria do profissional sênior com a força e a capacidade de inovação do profissional iniciante. Ambos são importantes para a cadeia de negócios. Quanto mais resistência, quanto mais julgamento sobre quem está certo ou errado, mais demoramos a avançar. A grande verdade é que a resistência cansativa dos mais experientes resume-se em medo do novo, medo de não ser mais importante no processo, e medo de que um jovem tome seu lugar na empresa. E isto vai acontecer especialmente para quem é resistente. Cada vez mais jovens e jovens ocupam posições de comando. Eles são agentes de mudança e chegaram para fazer o que muitos de nós não tiveram coragem de fazer. Eles escolhem o trabalho e conduzem a vida, tomam decisões sem necessidades de garantias ou medos de diferentes naturezas. Nos negócios, convivemos com modelos de gestão ultrapassados, que na minha opinião tornaram-se um dos maiores obstáculos dos líderes atuais. Temos que influenciar pessoas modernas num modelo ultrapassado, que não atende a necessidade atual do mercado. Não é à toa que o modelo chamado Alfa, hierárquico, taylorista, tem uma fila cada vez maior de gente pensando em sair, e cada vez menos pessoas com desejo de entrar. Num modelo Beta, filosoficamente diferente, não há pedidos de saída e sim filas para entrar. Google é um exemplo. É necessário refletir sobre isso. Líderes só conseguirão fazer um bom trabalho com pessoas se o modelo de gestão acompanhar a evolução do mundo. Como criar um negócio sustentável e que se perpetue de forma crescente? Conscientizando pessoas, alinhando sonhos, valores e visões. Compartilhando ideias, modelos, caminhos. Isto é o que o coaching proporciona, e ensina ao líder como fazê-lo na prática. E o que precisa mudar? Em 2014, será inaceitável dizer que não tem tempo, ou que é muito operacional. Este discurso já cansou as equipes. Para que líderes tenham um desempenho de alto nível, é preciso criar com os colaboradores uma causa maior, um propósito, um sonho
compartilhado que dê sentido ao trabalho diário. Metas e crescimento não encantam mais o grupo de pessoas que trabalham pelo negócio todos os dias. Os ambientes precisam se livrar das patologias corporativas para criar saúde organizacional e ambiente para que as pessoas expressem seu potencial de trabalho. A ferramenta mais eficiente do líder atual é a conversa. Buscar informações, criar caminhos alternativos e alinhar expectativas tornam o processo mais humano e mais interessante a todos os envolvidos. Boa liderança!