Que venha o futuro

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QUE VENHA O FUTURO Dênis Burgierman 2013 foi um ano intenso para nós aqui – e tenho quase certeza de que foi intenso para você também. Ao longo desses últimos 12 meses, vimos indústrias inteiras virarem farelo e verdades eternas sendo questionadas. Em 2013, sem que ninguém convocasse ou liderasse, sem que houvesse um motivo óbvio ou uma explicação clara, o país inteiro saiu às ruas exigindo algo de diferente – embora ninguém saiba explicar bem o quê. Para mim, foi um entre tantos outros sinais de esgotamento de uma era.

Vejo esses sinais por todos os lados, para onde quer que eu olhe. Na indústria em que trabalho, a editorial, forçada de repente a se reinventar, diante de uma brusca mudança de hábitos dos leitores. Na política, subitamente esvaziada de sentido, sequestrada por picaretas que a usam em proveito próprio. No trânsito, que em 2013 parou de vez, com engarrafamentos colossais. Nas pessoas próximas de mim, atingidas por doenças misteriosas – males degenerativos sem explicação, doenças cardíacas na juventude –, provavelmente causadas por um estilo de vida baseado em comida industrializada. Na ansiedade de meus amigos, meus colegas, meus vizinhos, subitamente se deparando com dúvidas e dilemas, como se tudo estivesse perdendo o sentido ao mesmo tempo. Enfim, vivemos tempos catastróficos e difíceis, de mudança, de colapso, de confusão.

É claro que é estressante passar por tempos assim. Mas é também espetacular. São tempos de reinvenção, de inovação, de germinação. Tempos de encontrar caminhos novos, de adotar hábitos novos, de absorver ideias novas. Num momento como esse, só posso agradecer pelo privilégio de estar sentado aqui nesta cadeira, trabalhando na SUPER. Que sorte a minha. Não poderia estar acompanhando esse momento de mudanças profundas num lugar melhor. Afinal, a SUPER é o lugar da inovação, há muito tempo dedicado a garimpar, processar e distribuir novas ideias. Daqui podemos assistir de camarote às turbulências que travam o mundo velho e à gestação do mundo novo.

Não que seja fácil, claro. Às vezes a sensação é a de estar no centro de um furacão, vendo nossas certezas serem varridas pela ventania, desesperadamente em busca de algo firme para segurar. Mas é tão lindo. É impossível não se maravilhar com as luzes do crepúsculo de uma era, e com as dores do parto de outra.


Que venha 2014. Que venha o futuro. Nós da SUPER vamos aguardá-lo de peito aberto, cheios de ideias. Prometo a você um ano repleto de novidades. Nos próximos meses, pretendemos reinventar tudo: a revista, a marca, os produtos, as linguagens, nosso jeito de trabalhar, nossa rede de colaboradores, nosso lugar no mundo. A SUPER, fiel às suas origens e às suas tradições, tem a obrigação de mergulhar de cabeça no novo. Mergulhar no novo dá um medinho, eu sei – eu sinto também. Vamos juntos. Tenho certeza de que vai ser incrível. Bom ano novo para você.


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