Niterói 443 anos

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Niterói

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PARTE INTEGRANTE DE O FLUMINENSE, NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

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CIDADE QUE

ACOLHE Repleta de atrações, Niterói está no epicentro do turismo do Estado do Rio



EDITORIAL

CIDADE SORRISO NA ROTA DO MUNDO

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inônimo de beleza, história e cultura. A Cidade Sorriso vem se consagrando como um dos principais destinos turísticos do Estado do Rio de Janeiro e do País. Esta edição destaca os principais atrativos e características conquistados ao longo de seus 443 anos, e que colocam Niterói na rota mundial. Eventos internacionais trouxeram holofotes para o município. Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos deixaram um legado imensurável, com um impacto positivo na divulgação de Niterói para outros Estados brasileiros e para o mundo. Como resultado, a cidade virou pauta nas mídias internacionais, como em jornais franceses, japoneses,

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argentinos e revistas canadenses, que estamparam todo o diferencial que o município apresenta, indo muito além do que uma bela vista do Rio de Janeiro. Com equipamentos culturais que se destacam, principalmente aqueles que são frutos da genialidade do arquiteto Oscar Niemeyer, Niterói tem investido cada vez mais na melhoria em infraestrutura e no resgate do seu patrimônio, com a reforma da Ilha da Boa Viagem e do Museu de Arte Contemporânea, por exemplo. O museu, aliás, se transformou na passarela de uma das grifes mais importantes do mundo, a Louis Vuitton, que em 2017 levará o nome Niterói para todos os países nos quais atua.

Além disso, o município tem tirado do papel projetos há mais de uma década aguardados, como o Centro Petrobras de Cinema. E não são apenas os turistas que se encantam com Niterói. Os próprios moradores estão redescobrindo a cidade, com a inauguração de novos espaços, como os skateparks, e a evolução que só tende a crescer. Niterói tem se transformado, crescido, cada dia mais. Esse crescimento se consagra com a inauguração de um dos maiores projetos de mobilidade da região nos últimos 40 anos, a TransOceânica, e o túnel Charitas-Cafubá, que abrirá ainda mais as portas para encantar o mundo com novos roteiros. ö

DIRETORA DE MULTIMÍDIA Liliane Souzella // EDITORA EXECUTIVA: Sandra Duarte // EDIÇÃO Pamella Souza REPORTAGEM Pamella Souza e Vinícius Rodrigues // PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Wemerson Marreiro // FOTO DA CAPA Douglas Macedo REDAÇÃO Rua Visconde de Itaboraí, 184, Centro, Niterói – CEP 24.035-900 // TELEFONE (21) 2125-3068 Fax: (21) 2125-3052 COMERCIAL (21) 2125-3031, comercial@ofluminense.com.br; ASSINATURA (21) 2620-3311, assinatura@ofluminense.com.br

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TURISMO

CIDADE TURÍSTICA MAIS DE 30 AÇÕES VOLTADAS PARA O TURISMO FORAM DESENVOLVIDAS NA CIDADE DE OLHO NOS JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016

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eja por suas belezas naturais, por seus patrimônios históricos ou por sua vocação para os negócios, Niterói se consolida cada vez mais como uma cidade turística. Somente nos últimos cinco anos, o município recebeu mais de 2 milhões de visitantes, nacionais e internacionais, segundo dados registrados pela Niterói Empresa de Lazer e Turismo (Neltur). Os últimos eventos que tiveram como sede o Brasil movimentaram o cenário turístico municipal, como a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a Copa do Mundo, as Olimpíadas e Paralimpíadas, esses dois ocorridos neste ano. Segundo o presidente da Neltur, José Mauro Haddad, o número cada vez maior de turistas é fruto das ações e políticas públicas voltadas para o setor. Nos últimos anos, a gestão municipal instalou novas placas de sinalização turística nos principais pontos da cidade. Somente no trecho entre o Terminal João Goulart e o Caminho Niemeyer foram instaladas oito placas para auxiliar turistas. A sinalização foi feita em três idiomas: português, espanhol e inglês.

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“Antes de pensar em receber turistas na cidade, temos que prepará-la para recebê-los. É preciso uma logística de infraestrutura receptiva. Não adianta só aproveitar as belezas naturais. Turismo é uma política transversal, envolve economia, saúde, etc. Ao longo dos anos, a gente veio investindo em infraestrutura”, destaca Haddad. Somente durante as Olimpíadas, Niterói foi o destino escolhido de cerca de 120 mil turistas de 82 países diferentes. Já nas Paralimpíadas, foram 40 mil de 73 nacionalidades. A participação da cidade nas feiras e eventos voltados para o turismo foi decisiva para a divulgação da cidade. Por conta disso, segundo o presidente da Neltur, operadoras trouxeram delegações de vela para o município com até seis meses de antecedência dos Jogos Rio 2016. Cerca de 300 atletas da modalidade ficaram hospedados em hotéis, hostels, albergues e pousadas de Niterói, ao invés de irem para a Cidade Olímpica. Com isso, Haddad avalia como positiva a participação da cidade no evento mundial. “Foram ganhos espetaculares. Criamos o cardápio olímpico, que deu muito


Nos últimos cinco anos, mais de 2 milhões de turistas passaram por Niterói foto: arquivo

certo. Mais de 80 restaurantes aderiram. Levamos o folder do cardápio olímpico para o Media Center, colocamos mais 30 atendentes de turismo nesse período e passamos a dar informações sobre a cidade no Centro de Atendimento ao Turista no Rio de Janeiro, em aeroportos, na rodoviária, no Corcovado, enfim, nos principais pontos”, detalha. Entre as mais de 30 ações voltadas para os Jogos Olímpicos está a parceria que a Neltur firmou com a Riotur, o que viabilizou a divulgação de Niterói nas principais feiras nacionais e internacionais de turismo e nos grandes eventos do setor. Outro aspecto considerado importante é que Niterói, como ex-capital, continua sendo a porta de entrada para o interior do Estado. Nesse sentido, a TurisRio também trabalha na

divulgação da cidade, incluída no projeto Rio+3, que destaca todos os municípios localizados a até três horas de distância da capital. “Niterói é amplamente divulgada em todas as ações derivadas do Rio+3. Além disso, a nossa secretaria tem uma estreita relação com os gestores do turismo de Niterói que participam de eventos, feiras, congressos e reuniões em prol do desenvolvimento do setor. Esse comprometimento com a atividade faz com que o município se consolide como um importante destino, com uma rede de hotéis renovada e infraestrutura adequada para receber”, ressalta o secretário de Estado

de Turismo, Nilo Sergio Felix, que ainda chama atenção para a grande movimentação turística na cidade por conta dos negócios. “Pela proximidade com a Capital, a cidade é muito procurada por turistas nacionais e internacionais. Temos percebido um crescimento no número de turistas, especialmente aqueles ligados à área de negócios. Esse tipo de visitante é essencial para manter a taxa de ocupação dos hotéis em níveis positivos durante todos os dias da semana”, conclui. ö

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TURISMO EDITORIA

Louis Vuitton apresentou sua coleção Cruise 2017 na passarela do MAC. foto: júlio honaiser

SOB OS OLHOS DO MUNDO DESFILE DA LOUIS VUITTON NO MAC E VISITA DO ATOR GÉRARD DEPARDIEU COLOCAM NITERÓI NA ROTA INTERNACIONAL

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iterói foi a cidade escolhida por uma das maiores grifes de moda para apresentar sua coleção. A passarela de Niemeyer atraiu os olhos do mundo com desfile da Louis Vuitton. A coleção Cruise 2017, que propõe energia, romantismo e urbanismo futurista, viu na arquitetura do Museu de Arte Contemporânea (MAC) tudo o que a cidade e a obra do arquiteto representam. Com a vinda da marca em maio, celebridades de vários lugares do mundo passaram por aqui: no time internacional, os destaques foram a atriz francesa Catherine Deneuve e o ator e it boy norte-americano Jaden Smith. Do time nacional, vieram à cidade nomes como as top models Isabeli Fontana e Alessandra

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Ambrósio e as atrizes Cléo Pires e Marina Ruy Barbosa. Isso sem falar na apresentadora Sabrina Sato. Segundo a Neltur, o desfile foi a maior ação de promoção de destino feita pela cidade em toda a sua história. Outra visita ilustre a Niterói foi a do ator Gérard Depardieu, que veio em setembro para o novo espaço Reserva Cultural, em São Domingos, para a pré-estreia do filme “O Vale do Amor”, estrelado por ele e pela atriz francesa Isabelle Huppert. Após 30 anos sem vir ao Brasil, o ator disparou elogios à cidade. “Niterói tem a mesma beleza do Rio, só que com um aspecto mais calmo, tranquilo. A cidade merecia um espaço como esse”, elogiou Depardieu. ö

Depardieu em pré-estreia no Reserva Cultural

foto: marcelo feitosa


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TURISMO EDITORIA

Turismo movimenta a economia e gera postos de trabalho foto: lucas benevides

GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA VINDA DE TURISTAS A NITERÓI AUMENTA A OFERTA DE VAGAS NO MERCADO DE TRABALHO, PRINCIPALMENTE NOS SETORES HOTELEIRO E GASTRONÔMICO

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or ano, o turismo movimenta, direta e indiretamente 9,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, o que representa R$ 492 bilhões, de acordo com o Ministério do Turismo (Mtur). O setor, além de movimentar o cenário cultural de Niterói, esquenta diretamente a economia, gerando emprego e renda, principalmente no setor hoteleiro. Segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav), a indústria do turismo tem uma força econômica muito grande, gerando mais de 3 milhões de postos de trabalho e movimentando 52 atividades ao todo, como hospedagem, alimentação, setor aéreo, etc. Não à toa, o turismo

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é o quinto item na economia brasileira, movimentando mais, por exemplo, que o setor automobilístico. Em Niterói não é diferente. De acordo com informações da Neltur, para cada um emprego direto, nove indiretos são gerados através do turismo. Segundo a empresa, com eventos internacionais ao redor da cidade, além de festas como Réveillon e Carnaval, os restaurantes precisam de uma carga maior de empregabilidade. Sócio do restaurante Olimpo, um dos mais movimentados da cidade, Daniel Holanda afirma que, em média, 20% dos clientes são turistas, considerando os períodos entre dezembro e março. “Se conseguir manter esse percentual

nos demais meses do ano, o empresário leva o seu negócio a um outro patamar, tendo aí a oportunidade de gerar mais emprego, de investir e expandir o negócio. Isso é bom para a cidade, para o empresário e para o turista”, ressalta Daniel. O comércio também é beneficiado com a movimentação turística. Segundo o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Niterói (Sindilojas), Charbel Tauil, a cidade deve apostar em infraestrutura para atrair turistas com um bom poder aquisitivo. “São eles que realmente podem fazer a diferença para a economia local, aquecendo as vendas do comércio lojista e fazendo a roda da economia girar”, opina Tauil. ö


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PONTOS TURISMO

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PRINCIPAIS ATRATIVOS DE NITERÓI, MAC E ILHA DA BOA VIAGEM PASSARAM POR GRANDES REVITALIZAÇÕES

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Ilha da Boa Viagem recebeu melhorias na infraestrutura foto: divulgação

/ guilherme botelho

nir beleza arquitetônica e natural em uma enseada tão bonita não é um luxo do qual toda cidade pode se gabar. Mas Niterói sim. Suas curvas sinuosas se integram e compõem um cenário paradisíaco junto à Baía de Guanabara e às cidades do Rio de Janeiro. Aos olhos do mundo, o Museu de Arte Contemporânea (MAC) é uma das sete maravilhas da arquitetura contemporânea. Para os niteroienses, um motivo de orgulho e admiração. Por sua importância histórica, arquitetônica e cultural, a obra de Oscar Niemeyer passou por um processo inédito de revitalização, comemorando seus 20 anos de “cara nova”. Durante 14 meses, foram feitas melhorias no sistema de ar condicionado, impermeabilização da cobertura do museu (através de técnicas de rapel), limpeza e pintura da fachada e da rampa, troca do carpete, além da criação de uma nova recepção, completamente repaginada e mais moderna. O projeto de iluminação, elaborado por Peter Gasper, inclui lâmpadas de LED ao redor do espelho d’água, com sistema automatizado de troca de cor. As grades também foram substituídas por blindex, possibilitando que se veja toda a obra do lado de fora. Tombado recentemente pelo Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan), todos os reparos atenderam aos padrões internacionais. Foram investidos R$ 7 milhões, sendo R$6 milhões de recursos municipais e R$1 milhão do Governo Federal.

Em julho, mais de mil pessoas foram conferir de perto a inauguração, que revelou um MAC mais moderno, sustentável e acessível. Em cinco meses, abrindo novas exposições com parcerias internacionais, o museu mais que dobrou o número de visitações. Antes da reforma, a média era de 150 mil/ano, número que já foi alcançado somente nesse período pós-reabertura. Depois de 20 anos sem uma estrutura adequada para receber turistas, a Ilha da Boa Viagem também recebeu melhorias, respeitando, mais uma vez, as normas do Iphan, já que o monumento é tombado. Durante três meses, equipes de obras fizeram todas as mudanças necessárias, como pintura, poda de árvores, reforço na iluminação, limpeza, etc. Sua emblemática ponte, que, ao longo dos seus 105 metros, revela um cenário fantástico, conduz o visitante a um patrimônio religioso - a Capela Nossa Senhora da Boa Viagem -, que estava condenada pela Defesa Civil, sem receber manutenção há 15 anos. Todos os pilares foram reforçados, assim como os guarda-corpos. Também foram instalados pisos antiderrapantes, prezando pela segurança dos visitantes. Cerca de 40 lâmpadas de LED foram colocadas em pontos estratégicos, como o acesso à ilha. Durante o passeio, os visitantes são guiados pelos escoteiros do 4º Grupo Gaviões Mar, que contam a história do local. Relatos apontam que a ilha recebeu esse nome por conta de navegadores que por lá passavam e agradeciam pela boa viagem que tiveram, pedindo bênçãos à ilha. ö

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CULTURA

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ESPAÇOS DE ARTE

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MAC, Janete Costa e Solar do Jambeiro são alguns prédios históricos da cidade foto: arquivo

/ roberto moreira

MUSEUS E PRÉDIOS HISTÓRICOS SE DESTACAM PELA FORMA E CONTEÚDO: ARQUITETURA, ACERVOS E EXPOSIÇÕES

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futurista Museu de Arte Contemporânea de Niterói, na Boa Viagem, ganhou destaque ainda maior após a revitalização, marcada pelo lançamento do programa “MAC + 20”, com exposições que ressaltam a Coleção MAC - Sattamini, abrigada no local desde 1996. Muito visitado por turistas, os niteroienses, que têm entrada gratuita no espaço, redescobrem um novo museu. Neste mês, o espaço recebe a exposição “Irreflexo”, da artista Camila Paola, que traz 40 espelhos e uma videoperformance para provocar questionamentos sobre a obsessão com a imagem. O artista Vinícius Ferraz também leva suas intervenções com marcas vermelhas pelo chão obtidas com ursos de pelúcia, que espalham indícios de ausência da infância de uma sociedade partida. De um sobrado neoclássico, nasce um

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espaço democrático que valoriza a arte popular brasileira. O Museu Janete Costa, no Ingá, abre suas portas ao público, gratuitamente, unindo a cultura brasileira em forma de exposições, música, performances artísticas, cinema e gastronomia. Com uma média de 20 mil visitantes ao ano, o local é referência para a arte popular do País, com a missão de levar artistas populares brasileiros e amantes da cultura popular a todos os seus visitantes. Comemorando junto ao aniversário da cidade, o Solar do Jambeiro completa 15 anos de existência, exalando cultura e história. Seu casarão com características arquitetônicas portuguesas, por si só, é uma relíquia. O conjunto de azulejos portugueses que revestem sua fachada é considerado um dos mais importantes do Brasil quando se refere às características do século XIX.

Está previsto um projeto de revitalização do museu, devido ao aumento da demanda. Em 2015, o espaço recebeu mais de 30 mil visitantes, enquanto que, em 2014, foram 16 mil. Isso se deve à ampliação das atividades, uma vez que o espaço passou a sediar shows, recitais, peças e outras exposições. Atualmente, o solar recebe a exposição “Máscaras”, da professora da UFF Renata Vilanova, que mostra o uso das máscaras por comunidades primitivas. Com um acervo de mais de 4 mil obras, incluindo criações de Tarsila do Amaral, o Museu do Ingá é uma aula pictórica sobre a história do Estado. Antiga sede do Governo do Rio de Janeiro, o museu também abriga coleções que marcam a formação institucional, como a Coleção Banerj, peças originais do Palácio do Ingá, Coleção de Arte Popular e criações do arquiteto e escultor Haroldo Barroso. ö


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CULTURA

NOS CAMINHOS DE NIEMEYER Teatro Popular é valorizado pelas curvas e desenhos nas cerâmicas feitos pelo próprio Niemeyer

foto: arquivo

/ bruno lima

COMPLEXO ARQUITETÔNICO FAZ DE NITERÓI A SEGUNDA CIDADE COM MAIOR NÚMERO DE OBRAS DO RENOMADO ARQUITETO BRASILEIRO

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convite do município era para projetar apenas uma estação das barcas. Mas isso era pouco para a sua genialidade, ele queria ir além. O próprio Oscar Niemeyer sugeriu algo maior, que provocasse impacto na cidade. Mal sabia ele que dessa ideia surgiria um legado arquitetônico. O Caminho Niemeyer consagrou Niterói como a segunda cidade com mais obras projetadas pelo ícone da arquitetura, superada apenas por Brasília. As curvas, marcas do mestre, mais uma vez aparecem nessa criação e se unem ao balanço do mar. Sete equipamentos compõem o caminho ao longo da orla do Centro à Zona Sul, idealizado como um trajeto que pudesse ser percorrido a pé.

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Após ficar 20 anos fechado, o Caminho Niemeyer se tornou uma das principais áreas de atrações de Niterói, virando sinônimo de cultura, diversão e diversidade. A Praça Popular também abriu espaço para grandes shows e festivais, reunindo, de uma só vez, milhares de pessoas. Por esse potencial e por iniciar o longo caminho de marcos importantes na cidade, ali foi construído um Centro de Atendimento ao Turista (CAT), que conta com guias bilíngues para atender os visitantes. No período entre 2015 e outubro deste ano, passaram pela área de atendimento cerca de 10 mil turistas internacionais. Neste mesmo período, a frequência de visitantes da região ultrapassou 100 mil pessoas, segundo informações da Neltur.

Um dos equipamentos que mais atraem os visitantes é o Teatro Popular Oscar Niemeyer, reaberto ao público em 2013, após quatro anos fechado. Desde então, mais de 200 mil espectadores acompanharam os mais de 400 espetáculos, entre dança, teatro, música, etc. O teatro tem capacidade para 460 pessoas. Visto de cima, sua cobertura ondulada lembra o formato das ondas do mar se integrando à Baía de Guanabara. Há ainda no local um palco reversível, que pode ser usado internamente ou aberto para a praça externa, cujos espetáculos ao ar livre comportam até 10 mil pessoas. As cerâmicas da fachada trazem desenhos que fazem analogia às formas femininas e às curvas da própria construção, e foram todos frutos das mãos


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EDITORIA Praça Popular virou principal área de eventos de Niterói, com capacidade para até 10 mil pessoas foto: divulgação

de Niemeyer. Após concluir as obras, o arquiteto descreveu o teatro como a obra em que mais foi feliz, construindo um lugar para o povo, democrático, para se plantar o novo. O Memorial Roberto Silveira, também reinaugurado, guarda um pedaço da literatura fluminense, com um centro de memória de sua história. Possui um acervo de mais de 200 mil títulos digitalizados sobre a história da própria cidade, do Estado e do ex-governador Roberto Silveira, que dá nome à obra arquitetônica. Outra construção que integra o Caminho Niemeyer é o Museu da Ciência e Criatividade/Casa do Conhecimento, idealizado como um espaço onde os educadores possam estudar e compartilhar suas experiências. O local foi criado ainda para “falar” com o público externo, com debates, seminários e estímulos à formação cultural, científica e filosófica. Sua estrutura segue o formato de um caracol, com uma rampa que dá acesso ao mezanino reservado para exposições.

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Saindo da Praça Popular e seguindo pela orla da Baía, está a Praça Juscelino Kubitschek (JK), que homenageia seu criador Niemeyer e o ex-presidente JK com estátuas dos dois sentados em um dos bancos. O próximo ponto é o recém-inaugurado Centro Petrobras de Cinema, que abriu suas portas em agosto, após 11 anos de espera. Com formato de rolo de filme, o espaço tem cinco salas de cinema, lojas de CDs, livros, galeria de arte e uma bombonièrie com mesas para café e restaurante. Seu espaço livre propicia outras atividades, como piqueniques. O investimento para que o projeto saísse do papel, finalmente, foi de R$ 12 milhões.

Continuando o caminho está uma das obras mais famosas de Niemeyer, o MAC. Sua estrutura foi criada como uma flor que emerge do chão. O espelho d’água, um de seus charmes, dá mais leveza à obra, como se fosse uma continuação das águas da Baía. Parte do complexo também é a Estação das Barcas de Charitas, que impressiona por sua leveza e imponência. O local atrai turistas para um simples passeio de catamarã, quando podem ver de perto os seus 2 mil metros quadrados e 7 mil de vidraças que constituem um salão panorâmico. O píer sobre estacas também é um dos destaques. A ideia original do arquiteto ainda prevê a construção de um templo evangélico, da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e uma catedral católica, que será de São João Batista. Os dois projetos estão em andamento. ö


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CULTURA

CENTROS CULTURAIS

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ESPAÇOS ESTIMULAM ATIVIDADES ARTÍSTICAS PARA OS NITEROIENSES

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á quem diga que Niterói é um celeiro de artistas. Além do talento nato, talvez isso seja resultado do intenso incentivo à cultura que a cidade desenvolve. O Reserva Cultural Niterói, no Centro Petrobras de Cinema, em São Domingos, era esperado há 11 anos. Inaugurado em agosto, o local tem cinco salas de cinema que valorizam as produções fora do grande circuito, como os filmes europeus e latino-americanos. Depois de passar por reformas em 2014, o Palácio dos Correios, no Centro, virou um dos pontos preferidos dos niteroienses e visitantes. Isso se comprova através do número de visitações: 15 mil pessoas, entre janeiro e outubro deste ano. Desde a inauguração, já foram 12 exposições, quatro projetos musicais, dois projetos de cinema, entre outros. O Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, no Campo de São Bento, surgiu para homenagear o centenário de Niterói. O local é ideal para os amantes da arte e conta com uma galeria e sala de exposições. Desde 2011, a Sala de Cultura Leila Diniz,

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Sala de Cultura Leila Diniz, Centro Petrobras de Cinema e Palácio dos Correios são opções de arte para o niteroiense

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no Centro, promove atrações culturais como artes plásticas, teatro e música para promover artistas e incentivar produções culturais. Com uma média de mil visitantes por ano, o

espaço já recebeu mais de 200 eventos. Entre as programações que se destacam está o Giro Cultural, que anima a criançada com teatro infantil. ö


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ABRAM AS CORTINAS CONSIDERADA PRECURSORA DO TEATRO BRASILEIRO, A CIDADE DE NITERÓI É DONA DE PALCOS HISTÓRICOS

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cenário cultural niteroiense é fortemente marcado pela presença de espaços que proporcionam atividades e estimulam a cultura e o conhecimento. Com quase 10 teatros, o município se destaca e é recheado de opções, que incrementam o roteiro turístico. O principal ponto de cultura é o Teatro Municipal João Caetano, mais conhecido como Teatro Municipal de Niterói, localizado no Centro. Suas instalações são consideradas pelos historiadores como um marco inicial do Teatro Brasileiro, com inauguração em 1833. O teatro passou por sucessivas reformas e, hoje, tem capacidade para receber 400 pessoas. O Municipal já realizou 413 atividades, entre espetáculos e shows, atraindo um público de 63.044 pessoas ao longo de sua história. Grandes artistas já subiram no emblemático palco, como Gilberto Gil, Sandy, Luiz Melodia, Bibi Ferreira, Cássia Kis Magro, Júlia Lemmertz, Fernanda Torres, entre outros. Outro importante foco de cultura da cidade é o Teatro da UFF, em Icaraí. Inaugurado em 1982, surgiu como outra opção cultural ao que havia funcionado no local, já que o antigo teatro do Hotel Cassino Ica-

rahy, onde hoje é o prédio da reitoria da universidade, estava fechado há 35 anos. Entre espetáculos teatrais e shows, o local já realizou quase 60 eventos somente neste ano, com mais 20 programados até dezembro. Com capacidade de 346 lugares, o Teatro da UFF recebe mensalmente cerca de 3 mil pessoas. Vozes como Tereza Cristina, Moraes Moreira e Lenine já abrilhantaram o palco universitário. Outra opção, também em Icaraí, é o Teatro Abel, um dos mais tradicionais de Niterói. Antes direcionado apenas para atividades internas entre os alunos do La Salle, o local logo ganhou importância e se tornou o maior teatro de Niterói, com capacidade para 538 pessoas. Ao longo de seus 30 anos, o Abel já recebeu mais de 800 eventos, estreando com o pé direito em abril de 1986: Fernanda Montenegro apresentou o primeiro espetáculo do local, “Fedra”. Entre formaturas, shows e outros eventos, os espetáculos infantis e de comédia são os que mais atraem público e batem recorde de vendas. O Teatro Eduardo Kraichete, em Icaraí, faz parte do centro cultural mantido pela Associação Médica Fluminense/ Unimed. Com 330 lugares disponíveis, o local, desde 2006, recebe desde peças infantis até dramas.ö

Teatro Municipal de Niterói já recebeu mais de 63 mil pessoas foto: arquivo

/ débora nunes

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CENÁRIOS DE TIRAR O FÔLEGO

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urtir o visual paradisíaco das praias de Niterói é uma das atividades que mais atraem turistas e visitantes, além dos próprios moradores da região. E que tal admirar tudo isso de um ponto de vista privilegiado? Silêncio, ar puro e contato direto com a natureza. Tudo isso e muito mais a cidade de Niterói tem a oferecer, com

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trilhas que levam à fuga do cotidiano, do cinza do centro urbano e de todo o estresse causado pelo trabalho. É hora de lazer! Além das tradicionais, algumas trilhas ainda são desconhecidas pelos niteroienses e encantam por suas peculiaridades e pelo visual único. Vale a pena se aventurar pelos caminhos que a natureza proporciona. ö


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/ enival pimentel

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Marcelo Feitosa

CAMPO DE SÃO BENTO

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uita área verde, um chafariz e muitos brinquedos. O Campo de São Bento, como é mais conhecido o Parque Prefeito Ferraz, se tornou um dos locais preferidos dos niteroienses para um passeio em família. Somando uma área de 36 mil metros quadrados, o local se tornou o principal jardim público de Niterói. Localizado em Icaraí, o parque é cercado por algumas das principais ruas do bairro, as avenidas Roberto Silveira, Gavião Peixoto, Rua Lopes Trovão e Rua Domingues de Sá. O parque de diversões também é aberto ao público e recebe um grande público nos fins de semana e feriados, principalmente no Dia das Crianças.

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Entre as principais atividades realizadas no local, um grande número de pessoas costumam caminhar pelo parque ou andar de bicicleta. Durante os fins de semana, uma grande feira de artesanato chama a atenção do público, assim como uma feira com alimentos orgânicos. O Campo de São Bento também se tornou ponto de grandes eventos, principalmente de encontros gastronômicos e musicais. No parque, ainda está localizado o Centro Cultural Paschoal CarCampo de São Bento conta los Magno, que abriga exposições com um chafariz, e eventos culturais, o Grupo Escoplayground, centro cultural e feira de lar Joaquim Távora, e a Biblioteca artesanato Infantil Anísio Teixeira.ö

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O Horto do Barreto é a maior área verde do bairro

foto: arquivo

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/ saulo cunha

HORTOS DE ITAIPU E DO BARRETO PROPORCIONAM USO DE ÁREAS VERDES PARA ATIVIDADES AO AR LIVRE, COM PROGRAMAÇÕES CULTURAIS NA AGENDA

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dmirar a natureza com toda a sua exuberância e encontrar um lugar que transmita paz e tranquilidade é mais fácil do que se pensava. O Horto de Itaipu, ainda pouco explorado pelos moradores da Região Oceânica e pelos niteroienses, é diferente de outros espaços da cidade, recheado de espécies de árvores frutíferas e de outras plantas, agradando aos amantes da natureza, ao longo dos seus 46 mil metros quadrados. Suas mudas ainda abastecem outros parques da cidade. Antes, o local só abria durante a semana, obrigando os moradores da região a encontrarem outro espaço de lazer. Mas, recentemente, diante da grande procura e da revitalização, o horto passou a funcionar também aos sábados e aos domingos. De acordo com a Prefeitura de Niterói, diversas atividades de lazer e cultura têm sido programadas para atrair ainda mais o público, que vem redescobrindo o Horto de Itaipu. O espaço, além de ser bem localizado, tem capacidade para receber gran-

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des eventos e transformar o panorama da cultura local. Zona Norte - O Parque Palmir Silva, mais conhecido como Horto do Barreto, localizado no bairro de mesmo nome, é outro espaço ideal para quem prefere se conectar com a natureza e realizar atividades coletivas e ao ar livre. Essa é considerada a maior área verde do bairro, essencial para quem quer fugir do “cinza” da cidade e do estresse do dia a dia. Sua área de 29 mil metros quadrados é utilizada, principalmente, pelos moradores do próprio bairro, se tornando a principal opção de lazer da localidade. A prática de caminhadas é muito frequente no local. Além disso, muitos dos visitantes aproveitam para andar de bicicleta e fazer um piquenique com amigos e familiares. O incentivo à cultura é uma das principais características do horto, que oferece atividades permanentes. No local, ainda existe um teatro ao ar livre, onde grupos de dança, música e teatro se apresentam semanalmente. A Fundação de Arte de Niterói (FAN) incentiva a produção cultural no local

No Horto de Itaipu, o encontro com a natureza em 46 mil metros quadrados

com programas de shows e espetáculos direcionados : principalmente para as crianças. Os idosos também ganham um espaço especial no horto. Lá funciona um núcleo do famoso Projeto Gugu, com aulas gratuitas de ginástica ao ar livre. A Prefeitura de Niterói também preparou um projeto de revitalização do Horto do Barreto, com reforma na quadra poliesportiva e melhorias em toda a estrutura do parque. O aumento de efetivo da Guarda Municipal também está incluído no programa, para garantir a segurança dos frequentadores. ö foto marcelo feitosa



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DIVERSÃO PARA TODA A FAMÍLIA REVITALIZADO, HORTO DO FONSECA VIRA OPÇÃO NO FIM DE SEMANA

Espaço reúne atrações para todos os públicos foto: arquivo

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á 110 anos, os moradores da Zona Norte encontraram um espaço para o lazer e atividades em família. O Horto Botânico do Fonseca proporciona uma área livre de 8 mil metros quadrados, com um espaço verde extenso que permite diversas atividades e chama a atenção por sua grandeza. Atualmente, o espaço recebe cerca de mil visitantes durante os fins de semana, quando é registrado o maior fluxo de pessoas. Em 2015, o local passou por uma grande revitalização, se tornando o principal centro de lazer, esporte e cultura da Zona Norte de Niterói. Foram investidos, no total, R$ 7 milhões. Entre as melhorias, o horto recebeu uma nova área de convivência, pistas de patins e de caminhada, playground com brinquedos novos para as crianças, banheiros, quiosques e duas academias. O coreto também foi reformado, recebendo reforços em sua estrutura. O novo projeto também incluiu melhorias na acessibilidade para portadores de deficiência, uma reivindicação antiga dos frequentadores. Foi construída, ainda, a sede do Parnit, um programa da Prefeitura de Niterói que prevê a criação de unidades de conservação municipais em encostas do município, além de outras áreas de preservação ambiental.


E não foram só as pessoas que ganharam um espaço revitalizado, os animais também. Foi criado o ParCão, uma área exclusiva para o lazer e diversão dos bichinhos. Uma das principais atrações, o lago, também ganhou investimentos com a reforma da rede superficial de drenagem. Os amantes do esporte também ganharam seu espaço, com a reforma da quadra poliesportiva, com novas arquibancadas e vestiários. Ou seja, um horto completamente novo para os moradores da Zona Norte e de outras regiões. Visando atrair ainda mais o público e criar diferentes opções de lazer, diversas atrações são realizadas no Horto do Fonseca. Periodicamente, são feitas apresentações musicais, que misturam diversos gêneros, como samba e pagode. Lá também é o ponto de encontro da comunidade cigana de Niterói. Frequentemente, algumas ONGs também promovem oficinas gratuitamente, trabalhando com a reutilização de materiais recicláveis, em prol do meio ambiente, criando, principalmente, novos objetos para o público infantil. Todos esses eventos acontecem uma vez por mês, nos fins de semana. Já durante as sextas-feiras, sábados e domingos, entre 10h e 12h, os visitantes podem se exercitar com as aulas de zumba. A famosa feira de artesanato do horto também acontece de sexta a domingo, das 7h às 19h. ö

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PAISAGEM EXUBERANTE DO PARQUE DA CIDADE É POSSÍVEL TER A VISTA MAIS LINDA DO RIO

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ocê já ouviu falar que a melhor vista do Rio de Janeiro é de Niterói? O Parque da Cidade prova que isso é verdade. A área de preservação ambiental apresenta uma visão panorâmica dos principais pontos turísticos da Cidade Maravilhosa, como o Pão de Açúcar, Cristo Redentor e outros. Mas as belezas niteroienses não ficam para trás. De lá, também é possível se encantar com a paisagem formada pelas lagunas, praias da Região Oceânica e, ao mesmo tempo, a Baía de Guanabara. Não à toa, o espaço ganhou a nota máxima do Guia Verde Michelin, um dos guias turísticos mais importantes do mundo. Por todas essas peculiaridades, o parque é considerado o terceiro atrativo mais procurado no município. Para se ter uma ideia, aproximadamente 20 mil pessoas passam mensalmente pelo local. Somente nos dias de semana, 200 pessoas por dia costumam ir admirar a vista do parque. Esse número sobe para 2 mil por dia durante os fins de semana e feriados. Para chegar a esse número, investimentos foram aplicados, como o aumento da presença de operadores de turismo que, frequentemente, levam grupos, muitas vezes de outros países,

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para visitas guiadas ao Parque Municipal Natural de Niterói (Parnit), onde está localizado o Parque da Cidade. Pelo potencial turístico que o espaço apresenta, há, também, um Centro de Informações Turísticas da Neltur, que auxilia os visitantes. O contato com a natureza também é proporcionado pelas 13 trilhas existentes. Seus 270 metros de altitude e duas rampas atraem os praticantes de voo de parapente, prática muito frequente no parque. O restaurante Sierra e Mar é outro atrativo, oferecendo café da manhã e outros serviços de lanche. O espaço é perfeito para quem quer passar o dia e esperar pelo pôr do Sol no Parque da Cidade. O entardecer encantador é sempre registrado pelos visitantes com suas famosas “selfies”. Não tem como não ficar boquiaberto com a beleza panorâmica do mirante.ö

Não falta lugar para admirar o pôr do Sol e curtir o dia foto: arquivo

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SKATEPARKS FIZERAM NITEROIENSES REDESCOBRIREM O ESPORTE

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o ano passado, o skate começou a ser redescoberto em Niterói. O pontapé de tudo isso foi a inauguração do Skatepark Carlos Alberto Parizzi, na Marina de São Francisco, na Zona Sul. Junto com o skate, os niteroienses também redescobriram as opções de lazer na cidade. Antes degradado, o lugar agora proporciona diversão para o público em um local privilegiado, às margens da Baía de Guanabara. O espaço tem 2,5 mil metros quadrados e virou um verdadeiro point, principalmente nos fins de semana, reunindo a tribo de skatistas e pessoas de todas as idades, com um público que chega até cinco mil pessoas por mês. A estrutura é ideal para quem pratica o esporte, com equipamentos como skate plaza (uma praça com vários obstáculos), bowl (como se fosse uma piscina seca), funbox (rampa), escadas e várias transições, que permitem as mais diversas manobras. Essa era uma reivindicação antiga dos praticantes da modalidade, que não tinham um espaço dedicado ao esporte na cidade. Por isso, todo o projeto foi executado atendendo os próprios esportistas, através da Associação Niteroiense de Skate (ANS). O skatepark é aberto 24 horas, com iluminação pública para

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facilitar a frequência durante a noite. Em janeiro último, quando a pista completou um ano, foram instalados mais dois contêineres para abrigar agentes da Guarda Municipal, equipamentos locais e os responsáveis pelos serviços de manutenção do espaço. Quem não sabe, mas quer aprender um pouco mais sobre o esporte, tem ponto certo. A Secretaria de Esporte e Lazer desenvolve uma escolinha de skate no local. Competições e outros eventos também são realizados com frequência para fomentar a prática esportiva no município. Fonseca - Assim como este ano, o aniversário de 442 anos de Niterói, no ano passado, teve um gosto especial, com a inauguração do Skatepark Duda, no Horto do Fonseca. Antes uma área inutilizada, o local se tor-

Inauguração de skateparks aumentou a prática do esporte.

foto: arquivo / anDrÉ reDlicH


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nou a terceira maior pista de skate da América Latina, com obstáculos como corrimão, escada, bowl e outros. Todo o cinza dos equipamentos contrasta com o verde do horto, diante de toda a arborização que foi mantida durante a construção. Além de uma área de lazer na Zona Norte, a pista representa um lugar de convivência e oportunidades, diante das chances de formar novos skatistas no local. Estimulando a prática da modalidade, a ANS realiza torneios e reuniões de skate na pista periodicamente. ö

Skatepark de São Francisco atrai mais de cinco mil pessoas por mês foto: arquivo

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NA TERRA DE BAMBA O SAMBA TEM PRESENÇA FORTE EM NITERÓI, COM DIVERSAS CASAS DEDICADAS AO ESTILO MUSICAL

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O Espaço Coisas da Antiga traz o melhor do choro e da roda de samba, em clima familiar foto: arquivo

/ priscila marins

Com tantos espaços dedicados à boemia, aqueles dedicados ao samba não poderiam faltar. Niterói também é terra de bamba, com várias opções para os amantes do gênero. Em diferentes cantos da cidade, casas dedicadas a uma das maiores expressões culturais do Brasil atraem centenas de pessoas nos fins de semana. É na Região Oceânica que fica um dos espaços mais renomados, o Espaço Cultural Coisas da Antiga. Assim como alguns bares tradicionais da Lapa, funciona em um antiquário, em um clima familiar. O lugar é dedicado ao choro e às rodas de samba, que animam o público. O Coisas da Antiga nasceu da vontade popular. Alguns músicos sentiam falta de um projeto que valorizasse a cultura brasileira, trazendo o samba de raiz como foco principal. Nomes como Monarco, Mauro Diniz e Marquinhos Diniz são alguns dos que marcaram presença ilustre na casa. Em Maria Paula, outra tradicional casa de samba também faz sucesso. O Candongueiro é considerado como uma das melhores rodas

de samba do Rio. Beth Carvalho, Arlindo Cruz, Nelson Sargento e Dudu Nobre são apenas alguns dos artistas que já pisaram por lá. A apresentação da Velha Guarda da Portela é uma das atrações que mais atraem público. Nas principais áreas de preservação ambiental de Niterói está o Quilombo do Grotão, no Parque Estadual da Serra da Tiririca, no engenho do Mato. Em um clima rústico, com características que remetem ao passado de quilombo, e símbolo da resistência cultural, o espaço é decorado com máscaras africanas nas paredes e lamparinas no lugar da rede elétrica. No cardápio, a tradicional e deliciosa feijoada. Além do mais puro samba, outras manifestações culturais de origem africana são realizadas por lá. Na Zona Norte, a opção é a Toca da Gambá, no bairro Santana. Desde 1986, a casa segue com o objetivo de reunir amigos, uma cerveja gelada e ouvir uma boa música. Todas as sextas e domingos, a roda de samba anima o público. Já no primeiro sábado do mês, a tradicional Feijoada da Toca atrai centenas de pessoas.ö


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MARAVILHAS PARA MERGULHO PRAIAS OCEÂNICAS E DA BAÍA DE GUANABARA FORMAM 11 KM DE OPÇÕES PARA CURTIR O VERÃO

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guas transparentes e areia branquinha: cenário perfeito para relaxar. Quem busca um espaço como este tem em Niterói a escolha perfeita. Banhada pelas águas da Baía de Guanabara e pelo litoral oceânico, a cidade conta com pelo menos 11km de praias que engrandecem o município. De acordo com a Neltur, no período do verão, o de maior movimentação, as praias da Região Oceânica chegam a receber mais de 300 mil pessoas. Cotada para receber o Selo Azul, certificação ambiental reconhecida internacionalmente, a Praia de Itacoatia-

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ra já foi citada pelo jornal americano The New York Times como um dos cinco destinos turísticos imperdíveis no Rio de Janeiro. Para receber o selo, o local passa por uma rigorosa avaliação em 34 critérios, entre eles, a qualidade da água. O possível título não vem à toa: são 700 metros de extensão, com águas azuladas e vegetação exuberante. A praia é considerada o paraíso dos surfistas, com ondas perfeitas para a prática da modalidade. Por conta disso, já recebeu diversos campeonatos de surfe, como o Itacoatiara Pro, colocando Niterói no circuito mundial. Itacoatiara ainda é dividida pela prainha,


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com águas calmas e protegidas pelas pedras, uma área ideal para a diversão das crianças. Outra que também segue em processo para receber a certificação ambiental é a Praia do Sossego, entre Piratininga e Camboinhas. Mesmo com uma pequena extensão, seu cenário é paradisíaco. De difícil acesso para pedestres, que precisam passar por uma trilha, lanchas e iates são frequentemente vistos no local. Uma das praias considerada mais bonita de Niterói, a Sossego se tornou patrimônio natural da cidade. Outra muito frequentada é a Praia de Camboinhas, que conta com 2,6 mil metros de extensão com uma paisagem exuberante. A Praia de Piratininga também é uma das mais frequentadas. Com mar aberto para o Oceano Atlântico, suas águas são limpas e apropriadas para o banho, recebendo os melhores índices de balneabilidade. Assim como a de Itacoatiara, a Praia de Piratininga é dividida em duas: o “Praião”, em seu trecho maior, e a “Prainha”, na menor faixa. Com uma grande faixa de areia, o calçadão vem sofrendo as consequências da força do mar. Em 20 anos, a forte ressaca já atingiu a calçada quatro vezes, destruindo grande parte dela. Recentemente a Prefeitura de Niterói fechou parceria com a Diretoria de Hidrografia da Marinha (DHN) para a reconstrução do calçadão. O impacto das ondas será estudado para, assim, definir o projeto.

A Praia de Piratininga é dividida em praião e prainha. Foto: Arquivo / Thiago Cortes

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Baía de Guanabara – Partindo para as praias banhadas pela Baía, Icaraí, depois de anos, foi classificada como apropriada para banho em toda a sua extensão, um feito histórico. Depois dessa marca, quem antes evitava frequentar o lugar marca presença nas areias urbanas, principalmente nos fins de semana. A praia é uma das preferidas para a prática de atividades esportivas, como vôlei, futebol, slackline e caminhadas. Por conta disso, não


é só com o sol que o local fica movimentado. Durante a noite, as areias de Icaraí viram ponto de encontro. Mesmo com águas impróprias para o banho, as praias de São Francisco e Charitas recebem grande movimentação para a prática de atividades físicas. Já quem deseja apreciar um delicioso peixe frito pode optar pela orla de Jurujuba. Com águas escuras, a praia possui 300 metros de extensão, cercada por ipês e amendoeiras, que criam uma atmosfera favorável e bucólica. Outra praia emblemática de Niterói é a Praia de Adão e Eva, na verdade duas praias gêmeas. A primeira tem 250 metros de águas esverdeadas e areias claras. Já a segunda conta com uma extensão de 150 metros. Elas ficam localizadas próximo à entrada da Baía de Guanabara e do acesso à Fortaleza de Santa Cruz. ö

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Praias de Icaraí e das Flechas: visual que encanta os turistas foto: arquivo

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ESCONDIDO FORTALEZAS FORTES REVELAM PARTE DA HISTÓRIA DO BRASIL, COM PAISAGENS IMPACTANTES

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lassificados como o segundo ponto turístico mais visitado de Niterói, os fortes de Jurujuba representam muito mais do que uma vista privilegiada. Nos transportam pela história. Um dos mais conhecidos é a Fortaleza de Santa Cruz da Barra, que tem média anual de mais de 50 mil visitantes. As visitas à fortaleza oferecem um roteiro cultural e histórico que encanta turistas e até pesquisadores com sua arquitetura imponente ao longo dos seus mais de 7 mil metros quadrados. Juntas, as fortalezas são uma verdadeira sala de aula a céu aberto. O forte foi a principal estrutura defensiva da Baía de Guanabara durante os períodos da Colônia e do Império brasileiro, já que todas as embarcações com

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destino ao Porto do Rio de Janeiro passavam por ali. A Fortaleza de Santa Cruz já impediu invasões francesas e holandesas. Também funcionou como presídio. Atualmente é a sede da Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de Exército. Em seu rico acervo estão 45 canhões dos séculos XVII e XIX. O local também possui uma capela com uma imagem de Santa Bárbara, data do século XVIII. De acordo com o Comando Militar do Leste, os horários de funcionamento são de terça-feira a domingo, das 10h às 17h, em visitas guiadas, de hora em hora, com a duração de cerca de 45 minutos. Forte do Imbuhy – Mesmo sem visitações, o Forte do Imbuhy também encanta pela estrutura e pela paisagem que oferece. Em meio a um período crítico e diplomático entre o Brasil e a Inglaterra, a fortificação foi modificada em 1863, com a possibilidade de guerra entre os países. Com a conclusão do novo projeto, o Forte do Imbuhy foi finalmente inaugurado em 1901. A bucólica estrada arborizada, acompanhada de um litoral paradisíaco, revela uma arquitetura impressionante. Cantarias de pedras foram retiradas do mar e cimentadas com óleo de baleia, cal e mouriscos triturados. Sua área to-


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EM Fortaleza de Santa Cruz da Barra recebe mais de 50 mil visitantes por ano foto: marcelo feitosa

tal é de 2,4 mil metros quadrados, que incluem as praias de Fora e Imbuí. O mirante oferece um ângulo peculiar da Baía de Guanabara, desconhecido pelos cartões-postais. A vista se mistura com a paisagem dominante do Oceano Atlântico.

Forte do Barão do Rio Branco – A construção forma um complexo que dá acesso a outras duas fortificações: São Luiz e Pico. Segundo relatos do Exército, em 1555 foi criado um observatório na Praia de Fora, que hoje é denominada Praia do Forte do Rio Branco. Esse observatório, mais tarde, foi transformado na Bateria da Praia de Fora, que em 1711 contava com seis peças e, em 1730, com 24. Seu valor histórico se dá por duas importantes conquistas: a bateria derrotou a esquadra holandesa em 1596, além da expedição francesa em 1710.

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Relatos históricos também apontam que em 1918 foram concluídas as obras iniciadas pelo Marechal Hermes da Fonseca, dando origem a uma fortificação mais moderna. O seu acervo inclui quatro canhões de 150mm e uma área total construída de 5850m2. Atualmente o forte é a sede do 21º Grupo de Artilharia de Campanha. Fortes São Luiz e Pico – Outras opções são os fortes São Luiz e Pico, localizados no mesmo sítio histórico, próximo à Fortaleza de Santa Cruz, e que integram o mesmo circuito de visitação com acesso pelo Barão do Rio Branco. A partir daí, basta subir por uma trilha asfaltada, que pode ser feita a pé ou em algum veículo. Os dois fortes foram construídos em períodos diferentes. O São Luiz foi erguido entre 1769 e 1775 e o Pico entre 1913 e 1918, situado um pouco mais acima do outro, o que explica a sua nomeação. Atualmente, o que resta do São Luiz são apenas suas muralhas, ruínas do alojamento dos militares, o portal de entrada e outros resquícios que revelam um pedaço de nossa história. Tudo isso forma um conjunto arquitetônico como poucos já vistos, que ficou conhecido como “Machu Picchu de Niterói”, em alusão à cidade perdida dos Incas.

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Já o Forte Pico chama a atenção pelos obuseiros de origem alemã, que disparam tiros em curva (mergulhantes) e podem atingir quilômetros de distância. Os equipamentos de guerra, projetados para acertar navios, são parecidos com os existentes nos fortes de Copacabana e Duque de Caxias. Localizado no topo do morro, o Pico oferece uma vista em 360 graus, revelando paisagens impressionantes de Niterói e Rio de Janeiro, como o Morro da Urca. Ainda é possível avistar a Serra dos Órgãos e o Dedo de Deus. Desde 1998, os visitantes podem conhecer um pouco mais as histórias e a importância militar dos fortes São Luiz e Pico. As duas construções eram pontos estratégicos de proteção à Fortaleza de Santa Cruz . Segundo o Exército, as visitas guiadas são realizadas de terça-feira a domingo, em dois horários: às 10h e às 14h, com entrada a R$ 10 e gratuidade para idosos e crianças até 7 anos. O ponto de encontro para se iniciar o passeio histórico é a Seção de Relações Públicas, situada no Forte Barão do Rio Branco. “Abrimos a visitação livre há pouco tempo. Antes as pessoas precisavam agendar e muitas vinham sem saber. Agora, chegamos a receber uma média de 120 mil pessoas por dia nos sábados e domingos, quando há um maior movimento”, explica o major Salles, responsável pelas visitas, revelando que o número de visitações chega a 3,6 mil ao ano. ö


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“Machu Picchu de Niterói” é como são conhecidas as ruínas do Forte São Luiz Foto: Marcelo Feitosa

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SOB OS OLHOS DA Fร Niterรณi 48 443 ANOS

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CONSTRUÇÕES HISTÓRICAS MOSTRAM RIQUEZA E DEVOÇÃO PELOS TEMPLOS RELIGIOSOS DE NITERÓI

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fé e a devoção são o combustível para algumas das melhores expressões da religiosidade em Niterói. A cidade é marcada por grandes e históricos templos, que guardam características de diversos períodos. Em todas as regiões, há igrejas que já foram e ainda são verdadeiros refúgios para os fiéis. Um dos locais sagrados é a Catedral São João Batista, padroeiro de Niterói, que está prestes a receber um novo templo em um dos locais mais privilegiados da cidade: o Caminho Niemeyer. As obras, que estão em andamento, darão origem a um espaço de 13,6 mil metros quadrados. Ao final a catedral terá capacidade para receber 5 mil fiéis. Além das missas que serão realizadas, o local terá um museu, salão de exposições, galeria da gratidão e ossuário. A ideia é que o templo se torne um dos principais locais de peregrinação dos católicos do Brasil. Quando o novo projeto for concluído, a atual catedral existente no Centro

de Niterói será uma paróquia e receberá o título de igreja histórica, diante do seu estilo colonial tardio. Outra que atrai muitos devotos é a Basílica Nossa Senhora Auxiliadora, em Santa Rosa. Sua arquitetura mistura o estilo gótico e o árabe, chamando a atenção por sua fachada. A basílica abriga o maior órgão de tubos da América Latina e o quinto maior do mundo, com cinco teclados manuais e um pedaleiro de 32 notas e 134 registros, usando em suas

ligações 55 quilômetros de fios. A Igreja de São Francisco Xavierem São Francisco, teve sua importância histórica reconhecida em nível nacional, sendo tombada pelo Iphan. A construção é datada do século XVII, com traços de arquitetura colonial. Uma de suas maiores peculiaridades é uma imagem esculpida por Aleijadinho em pedra-sabão. Um relógio de sol na parte externa da igreja também chama a atenção. O objeto está voltado para o nascente, possuindo um emblema característico dos jesuítas, um cruzeiro de madeira e um sino do mesmo período. No Morro de São Lourenço fica a singela Igreja São Lourenço dos Índios, considerada um dos marcos do nascimento da cidade. O templo foi entregue ao município em 1933 e incorporado como patrimônio niteroiense em 1939. A construção tem traços característicos da época dos jesuítas, no século XVII. Mesmo diante de várias controvérsias, esta é a igreja mais antiga de Niterói. No bairro da Boa Viagem fica uma

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das mais famosas igrejas da cidade: a Capela Nossa Senhora da Boa Viagem, no alto da ilha de mesmo nome e tombada pelo Iphan em 1938. Relatos históricos apontam que o templo religioso foi construído em meados do século XVII. A igreja é marcada pelo estilo colonial e guarda uma imagem da santa homenageada em seu altar. Quem visita a igreja também se depara com as ruínas do Forte da Boa Viagem. Em Icaraí está uma das igrejas mais procuradas pelos noivos: a Porciúncula de Sant’Ana. A construção histórica foi inaugurada em 1961, com uma missa solene celebrada por Dom Antônio de Almeida Júnior. O local recebe uma das festas religiosas que marcam o calendário dos devotos: a de Santo Antônio, todo dia 13 de junho. Niterói conta, ainda, com outras igrejas que atraem centenas de fiéis ao longo das missas, como a Igreja Matriz de São

A Capela Nossa Senhora da Boa Viagem é um dos templos religiosos mais antigos de Niterói FOTO: DIVULGAÇÃO / GUILHERME BOTELHO

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A Igreja de São Lourenço do Índios é um dos marcos do nascimento da cidade


Domingos de Gusmão, no bairro do Gragoatá. O templo foi construído no século XVIII, com estilos característicos da época. Somente em 1929 foi criada a paróquia. Mas é em Jurujuba que se dá a maior festa religiosa da cidade, através da Igreja São Pedro dos Pescadores. O bairro é marcado pela grande atividade pesqueira e, por isso, todo dia 29 de junho é celebrado o dia do padroeiro dos pescadores. O festejo se inicia com uma missa e uma procissão terrestre. Em seguida, os devotos seguem para uma barqueata pela orla de Niterói. A igreja, que era uma singela capela até 1947, foi ampliada, sendo toda construída com pedra, cal e óleo de baleia. A Igreja Nossa Senhora da Conceição da Cidade era uma matriz e já abrigou a imagem do padroeiro de Niterói, São João Batista. As terras onde fica o templo foram doadas pelos herdeiros de Arariboia. ö

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BELEZAS PRESERVADAS REPLETA DE ÁREAS VERDES, NITERÓI OBSERVA O CRESCIMENTO DO TURISMO ECOLÓGICO EM ÁREAS PROTEGIDAS

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aminhadas, trilhas, aventura, contato com a natureza. Niterói oferece tudo isso e muito mais. As áreas verdes da cidade são perfeitas para realizar atividades ao ar livre. Por isso, o turismo ecológico vem ganhando cada vez mais espaço no município. Um dos mais procurados para a prática é o Parque Estadual da Serra da Tiririca, que possui cerca de 3.493 hectares, fazendo divisa entre os municípios de Niterói e Maricá. Essa é uma das áreas de preservação mais importantes do Estado do Rio de Janeiro, que mantém árvores nativas da Mata Atlântica, como o pau-brasil, e 150 espécies de aves. Pelas

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cadeias montanhosas ainda podem ser encontrados animais como paca, mico-estrela, tatu, e outros no local. O parque é formado por restingas e costões rochosos, com uma extensa área cercada pela região litorânea. Três áreas adjacentes ainda se somam ao parque: o Morro das Andorinhas, Núcleo Restinga e a Lagoa de Itaipu. O local é um paraíso para os amantes do ecoturismo, recheado de opções para se aventurar e trilhas que levam a alguns dos mais belos mirantes do Rio de Janeiro. A mais conhecida é a trilha do Costão, em Itacoatiara, com cerca de 220 metros de altura. A escalada é considerada fácil e todo o cansaço é rapidamente compensado com a vista privilegiada da praia. Os aventureiros podem estender a caminhada até a Enseada do Bananal, onde o fim da selva revela uma praia rodeada de pedras, muito procurada para escaladas, devido às formações rochosas. O alto Mourão, conhecido como Pedra do Elefante, é o ponto mais alto de Niterói, com 412 metros de altura. O Parque Ecológico Darcy Ribeiro, entre o Engenho do Mato, Rio do Ouro, Pendotiba e a Serra do Cantagalo, possui Mata Atlântica nativa, cachoeiras, lagos, grutas e cavernas. A caminhada dura, aproximadamente, 2h30 e, devido ao grau de dificuldade, recomenda-se o acompanhamento de um guia turístico. Além das tradicionais, outras trilhas proporcionam igual fascínio. A Ilha do Pontal, que sofreu um assoreamento devido às modificações artificiais na lagoa de Itaipu e de Piratininga, é um exemplo. Trinta minutos são suficientes para se deparar com uma paisagem encantadora, à beira da Lagoa de Piratininga. Também vale conferir o Morro da Peça em Itaipu. Ao chegar no topo dos seus 100 metros, os visitantes têm a chance de observar um panorama limpo da lagoa do bairro e das praias oceânicas. Pouco conhecida, a trilha do Morro do Morcego, em Jurujuba, contempla a vista do Corcovado, Pedra da Gávea, Morro da Tijuca e Serra dos Órgãos. O vislumbre ainda se estende pelas próprias belezas niteroienses, como as fortalezas. ö

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A Neltur aposta na capacitação de atendimento para despertar interesse nos turistas

FOTO: ARQUIVO / ANDRÉ REDLICH

UMA CIDADE QUE SABE RECEBER NITERÓI SENTE OS EFEITOS POSITIVOS DOS INVESTIMENTOS NA CAPACIDADE DE ACOLHER OS TURISTAS BRASILEIROS E INTERNACIONAIS

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nvestir na receptividade é uma das principais estratégias para aumentar o movimento turístico da cidade. Recentemente, uma pesquisa do Ministério do Turismo classificou Niterói entre os 10 municípios mais vocacionados e preparados para receber turistas. De acordo com a Neltur, as ações desen-

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volvidas pela Prefeitura de Niterói colocaram o município como um dos principais indutores do turismo em todo o Estado do Rio de Janeiro. A implantação de novos Centros de Atendimento aos Turistas, com guias bilíngues e trilíngues, melhorou o atendimento aos visitantes que procuram Niterói.


Segundo a Neltur, a qualificação também tem sido um dos investimentos do município, com cursos que atendem mais de 300 técnicos do trade. A aproximação com os polos gastronômicos e o setor hoteleiro foram pontos importantes para a melhoria no atendimento aos turistas, principalmente os internacionais. Dessa forma, foi possível passar orientações fundamentais para agradar aos clientes. A Neltur ainda destaca parcerias com importantes agências de turismo receptivo internacional. Com forte concentração universitária, a parceria com o curso de Turismo e Hotelaria da UFF também tem sido impactante para o setor. Segundo o diretor Marcello Tomé, o convênio é focado na realização de pesquisa e estágio, oferecendo a prática ao que se aprende nas salas de aula. “Também há ações efetivas relacionadas à coorganização de eventos acadêmicos”, conta, completando que os últimos eventos se tornaram uma experiência ímpar para os alunos. “Amplia o desenvolvimento de competências e habilidades para os futuros profissionais de turismo e hotelaria”, pondera. De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado do Rio de Janeiro (Sindetur-RJ), Aldo Arthur Siviero, cada detalhe faz a diferença para que os turistas retornem à cidade. Por isso, a boa receptividade é fundamental. “Do recepcionista no hotel ao garçom no barzinho, todos ganham quando a cidade é capacitada e atrativa para o turismo”, resume. Visando o crescimento do setor, o Sebrae/RJ também aposta na formalização das pequenas empresas que se dedicam à rede hoteleira. “Estamos sempre à disposição para orientar quem quer se preparar melhor para receber o turista. A ideia é que ele, bem atendido, sempre queira retornar a Niterói e ao Estado do Rio”, esclarece Américo Diniz, coordenador regional do Sebrae/RJ no Leste Fluminense. ö

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RECEPTIVIDADE

HOSPEDAGEM NA CIDADE SORRISO SETOR TEM REGISTRADO AUMENTO NOS ÚLTIMOS ANOS E NOVAS EMPRESAS APOSTAM NESSE POTENCIAL

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s últimos grandes eventos internacionais realizados no Brasil alavancaram a oferta de apartamentos na rede hoteleira de Niterói, que hoje é de 2,5 mil leitos. De acordo com a TurisRio, além dos atrativos naturais e culturais, realizações como a Jornada Mundial da Juventude, a Copa do Mundo e as Olimpíadas abriram os olhos do mundo para a cidade. Novas redes hoteleiras estão investindo em Niterói. Estrategicamente, durante o período olímpico, foi inaugurado em

Icaraí, na Rua Joaquim Távora, em Icaraí, o hotel Best Western, considerado uma das mais importantes redes do mundo. Localizado próximo à praia, o empreendimento tem 77 apartamentos. Antes dos Jogos Rio 2016, o hotel já contava com uma pré-reserva de 60% dos leitos. O Centro de Niterói também receberá um novo empreendimento. Está sendo construído um novo hotel da rede Ibis na proximidade do Caminho Niemeyer, um dos pontos turísticos que mais atraem visitantes na cidade. Empresários também


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Abandonado há vários anos, Hotel Panorama terá suas obras concluídas, se tornando o primeiro hotel local sustentável. foto: marcelo feitosa

apostam na Boa Viagem para iniciar a construção de um novo hotel. Uma das grandes apostas é o Hotel Panorama, no Morro da Viração, em São Francisco. Depois de várias décadas de abandono, seu esqueleto será transformado em um eco hotel, integrado à natureza, iniciativa inédita no município. O empreendimento contará com coleta da água da chuva, aquecimento solar e telhado verde. Serão novos 195 leitos, além de um salão multiuso para 400 pessoas e um auditório com capacidade para 300, que poderão ser usados por quem não está hospedado também. O investimento é de R$ 20 milhões e o projeto deve ser iniciado no primeiro semestre de 2017. Com a Lei dos Hotéis, o incentivo ao turismo aumentou consideravelmente. Segundo o presidente da Neltur, José Haddad, a receptividade será expandida para a Região Oceânica. “Com a TransOceânica, pousadas novas aparecerão, albergues e cama e café, o que é bem o estilo da região”, pontua. ö

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RECEPTIVIDADE

NA ROTA DA GASTRONOMIA POLOS GASTRONÔMICOS MOVIMENTAM REGIÕES DA CIDADE E SE TORNAM PONTO DE ENCONTRO DOS NITEROIENSES EM BUSCA DE DIVERSÃO E BOA COMIDA

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eunir os amigos, beber uma cerveja bem gelada e degustar um bom petisco. Parece o programa perfeito para colocar o papo em dia. A cena pra lá de agradável pode ser vista diariamente nos polos gastronômicos da cidade, que levam milhares de pessoas diariamente aos diferentes pontos da cidade a fim de diversão, bebida gelada e socialização. Um dos espaços gastronômicos da cidade que se consagraram é o Polo Gastronômico do Jardim Icaraí, que conta

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com mais de 15 opções culinárias para agradar a todos os gostos. Ainda na Zona Sul, curtir a paisagem das praias se tornou ainda mais agradável com a criação do Polo Orla Gastronomia, entre os bairros de São Francisco e Charitas. Com maior movimento registrado nos fins de semana, este é considerado o polo mais eclético do Estado, pela variedade de opções que apresenta. Nas quintas-feiras, São Domingos tem point certo: a Cantareira, como ficou conhecida a Praça Leoni Ramos. O principal público que a frequenta é


Cantareira se tornou a “Lapa de Niterói”, reunindo a boemia nas quintas-feiras foto: douglas macedo

o universitário, já que a área é próxima da UFF. Se frutos do mar são a principal opção, o Mercado de Peixe, na Ponta da Areia, oferece variedade e produtos fresquinhos, que atraem milhares de pessoas, até de outros municípios, principalmente na Semana Santa. O cliente pode escolher o peixe e levar para alguns restaurantes do andar superior, que o preparam na hora. Outra área que vem se consagrando como roteiro gastronômico é a Região Oceânica. Com a Via TransOceânica, ganhará ainda mais espaço. ö

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ARRAIAL DO CABO

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Niterói aposta na ciclomobilidade para incentivar a vinda de turistas ao município foto: marcelo feitosa

O QUE VEM POR AÍ...

MIGUEL PEREIRA

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PROJETOS PARA 2017 INCLUEM MELHORIAS NA RECEPTIVIDADE E CRIAÇÃO DO TURISMO DE BIKE

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ogos Olímpicos, Copa do Mundo, desfile da Louis Vuitton... Tudo isso já foi. Agora é hora de colher os frutos e pensar no futuro. Com essa perspectiva, a cidade continua investindo em infraestrutura e qualidade, tanto para moradores, quanto para visitantes. Se consagrando como potência turística no Estado, o município criará o Plano Municipal de Cicloturismo, apostando na mobilidade alternativa. A ideia, além de propagar o uso da bicicleta como meio de transporte sustentável, é se tornar a porta de entrada para o turismo de bike no Estado do Rio de Janeiro.

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BÚZIOS

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Atualmente Niterói conta com uma malha cicloviária de 35 Km, entre ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. De acordo com a coordenadora do Programa Niterói de Bicicleta, Isabela Ledo, o município pode crescer ainda mais. “Niterói possui um imenso potencial de uso da bicicleta como meio de transporte. Somos uma cidade com muitas áreas planas e de distâncias curtas. Incentivar isso é apostar em uma cidade sustentável, que possa substituir a poluição do trânsito por mais saúde e qualidade de vida para seus cidadãos”, destacou. As vias identificadas com maior


NEGÓCIOS E SERVIÇOS

GASTRONOMIA

MODA E VESTUÁRIO

MEDICINA E SAÚDE

DECORAÇÃO/ CONSTRUÇÃO

AULAS E CURSOS


demanda de uso da bicicleta receberam infraestrutura, como as avenidas Benjamin Constant, Governador Roberto Silveira, Ernani do Amaral Peixoto, Estrada Caetano Monteiro, entre outras. Com belos cenários e roteiros consagrados, o cicloturismo segue com o Niterói Bike Tour. O programa consiste em passeios ciclísticos pelos principais pontos de Niterói, sempre no terceiro domingo de cada mês. Valorizando o patrimônio histórico, cultural e arquitetônico, o grupo de ciclistas percorre os principais pontos turísticos. Para receber turistas serão feitas melhorias na receptividade e infraestrutura da cidade. Um exemplo disso é a ampliação e capacitação dos Centros de Atendimento ao Turista (CATs), com uma estrutura moderna. Os roteiros turísticos dos fortes e museus serão reestruturados, além da criação de roteiros temáticos e integrados ao Rio de Janeiro. A sinalização turística viária e de pedestres também será ampliada e modernizada. Os turistas poderão contar, ainda, com aplicativos relacionados às atividades da cidade, que serão desenvolvidos no ano que vem. Isso será possível graças à implantação do ponto de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) na Novos Centros de Atendimento ao Turista serão implantados em Niterói foto: divulgação

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Niterói Bike Tur promove passeios ciclísticos pelos principais pontos da cidade foto: divulgação

Praça XV, com o complexo turístico do Porto Maravilha. Outra grande aposta para a cidade é o Turismo de Base Comunitária. Segundo José Mauro Haddad, presidente da Neltur, o programa pretende gerar a consciência de que Niterói é uma cidade turística.

“Quando o morador se coloca na posição de anfitrião, ele ajuda muito na gestão municipal, pois fiscaliza mais, quer participar mais. Ele vai ter orgulho de morar em uma cidade que recebe turistas”, explica Haddad. Depois de divulgar o potencial turístico nas comunidades, o próximo passo do plano é identificar talentos, seja na cultura ou no esporte, através de parcerias com universidades e associações. Segundo a Neltur, os planos para 2017 ainda englobam melhorias para as praias de Niterói, visando certificações internacionais, como o Selo Azul. A revitalização da Orla Oceânica está entre os projetos. Uma das iniciativas mais esperadas é a criação de um centro de convenções de médio porte, onde poderão ser realizados eventos e palestras, atraindo empresários e turistas para a cidade. “O turismo é uma vocação na cidade. Temos tido um trabalho muito intenso da Neltur para atrair turistas da capital para conhecer Niterói. Tudo isso está ancorado na possibilidade de ter um centro de exposição para promover feiras, eventos e encontros. Essa é a grande saída para a nossa atividade hoteleira”, aponta o presidente da CDL Niterói, Fabiano Gonçalves. ö




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