CABRAL, Meiriele (2017) - Culinária Étnica Capixaba

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CULINÁRIA ÉTNICA CAPIXABA

Meiriele Cabral Vitória 2017


Introdução Este livro apresenta fotografias de pratos típicos de algumas etnias que compõem o estado do Espírito Santo, são elas pomerana, italiana, alemã, holandesa, tirolês austríacos, portuguesa, indígena e africana, também contém histórias das respectivas famílias de cada cultura. O contexto deste acervo fotográfico é ressaltar a importância que a culinária possui no cenário capixaba, e, dá ênfase na gastronomia étnica pouco conhecida, ressaltando a riqueza cultural depositada nas múltiplas identidades que um único estado pode obter. Agradecimentos É com muita alegria que encerro mais um ciclo que é a graduação em comunicação, foram quatro anos de muitas descobertas e aprendizados, fico imensamente feliz em fechar essa trajetória com este livro, que é um presente que a faculdade me proporcionou, foram tantas pessoas envolvidas, tantos conselhos e orientações, gestos de carinho e compreensão, não foi fácil fazer isso acontecer, mas com as dificuldades aprendi que a vida tem mais significados, e é nos pequenos detalhes que aprendemos a errar e refazer com mais prontidão. Agradeço a Deus, que é o centro da minha vida e a minha família, que me deu todo apoio e suporte necessário. Aos professores, que por muitas vezes foram pacientes e me fizeram obter novos horizontes, sem as experiências deles eu certamente não chegaria aqui. Em especial agradeço a professora Mirela Bravo Bonella, que me incentivou e me levou muito além da sala de aula, priorizando meu olhar. Também agradeço fortemente as orientações e incentivos da professora Zanete Dadalto, sem as dicas de fotografias e as experiências que ela tem de sobra, eu não poderia ter feito este projeto tão importante. Por fim, agradeço ao professor Valmir Matiazzi, por toda dedicação e amizade, é muito difícil conciliar amizade com o professor te cobrando todo o tempo, mas com ele, as aulas pareciam mais fáceis e a produção


fluía, sempre será meu professor favorito da Faesa. Os agradecimentos também vão para todas as pessoas envolvidas neste livro, as famílias e os restaurantes que concederam tempo e disponibilidade para me ajudar, a compreensão de todos foi importantíssima para produzir os pratos e gerar as fotografias, muito obrigada a todos. Concluindo os agradecimentos, meu marido Gudson Lorencini foi um apoio indispensável neste período de quase seis meses, agradeço a total dedicação e a entrega de não hesitar em me levar em todas as cidades que precisei ir, as vezes só precisamos de um sim, para realizar os sonhos. E obrigada a você, que está tirando um tempo para lê o Culinária Étnica Capixaba. Aproveite, o livro foi feito para você. Meiriele Cabral


Espaço destinado à ficha catalografica.


ÍNDICE 8

POMERÂNIA

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ITÁLIA

28

ALEMANHA

38

HOLANDA

42

TIROL AUSTRÍACO

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PORTUGAL

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INDÍGENA

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ÁFRICA

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CONHECENDO UM POUCO DA HISTÓRIA

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SERVIÇOS



Moqueca Capixaba


POMERÂNIA

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Arroz com açafrão da terra, feijão de frigideira e trouxinha de repolho – Família Waiandt


Arroz branco, purê de aipim, sopa de macarrão ao caldo de frango caipira e coxa de frango caipira frito - Família Waiandt


Alface, laranja, uva, molho de limão com açúcar, brócolis, manga, milho verde e maionese - Família Waiandt

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Cozinha da família Waiandt, Sra. Marineuza Plaster Waiandt e Sr. Helmuth Waiandt preparando juntos o almoço de domingo

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Produtos artesanais produzidos pelos Waiandt

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Brote, pão caseiro tradicional da cultura pomerana, receita de família da Sra. Dalila B. Zumach – Família Zumach

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ITÁLIA

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Agnolini de frango: massa de trigo, recheada com frango cozido e desfiado â€“ FamĂ­lia Lorencini

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Prato típico italiano, uma herança da família Lorencini

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Cozinha da família Lorencini, produção da massa do agnolini

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Prato típico italiano, uma herança da família Lorencini

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Sra. Maria Aparecida Dondoni Lorencini recheando e modulando o agnolini

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Agnolini, prato de herança da família Lorencini

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Agnolini, produzidos pela famĂ­lia Lorencini

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Polenta, galinha caipira ensopada, quiabo, banana frita, taioba e de acompanhamento, o tradicional vinho artesanal da família Roamanha – Ristorante Romanha

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Um dos pratos mais pedido no cardápio do Ristorante Romanha, comum, porém muito representativo à cultura italiana no Espírito Santo

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ALEMANHA

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Eisbein mit Wurst – Joelho de porco cozido, salsichas, chucrute, batatas cozidas, banana passas e molho especial - Fritz Frida Restaurante e Chopperia

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Wienerschnitzel mit Spãtzle – Lombo de porco empanado com molho especial do Fritz Frida Restaurante e Chopperia

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Wienerschnitzel mit Spãtzle acompanha também o macarrão caseiro e repolho roxo refogado - Fritz Frida Restaurante e Chopperia

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Prato típico do restaurante, chamado de Fritz Frida Família I, uma combinação de joelho de porco, bistecas, salsichas, batatas cozidas, chucrute, banana passas e o famoso molho especial da casa - Fritz Frida Restaurante e Chopperia

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Cozinheiras do Fritz Frida Silvana Aparecida da Silva e Maria Volkers

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Preparo das salsichas na cozinha do Fritz Frida Restaurante e Chopperia

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MacarrĂŁo caseiro do Fritz Frida Restaurante e Chopperia

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Cozinheira do Fritz Frida Silvana Aparecida da Silva

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HOLANDA

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Bittergarnituur – Farinha de trigo, carne salgada, caldo de carne, leite, tempero verde, cebola, pimenta do reino, noz-moscada e manteiga – Produção por Meiriele Cabral

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Croquete holandês – Produção por Meiriele Cabral

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TIROL AUSTRÍACO

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Wiener schnitzel – Carne de Vitela ao molho picante de páprica, empanado com suco de limão. A carne precisa ser cozida na pressão antes de ser empanada – Produção por Meiriele Cabral

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Wiener schnitzel – Produção por Meiriele Cabral

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PORTUGAL

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Bacalhau espiritual no pão europeu – Restaurante Gosto Português

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Prato tĂ­pico de Portugal - Bacalhau, miolo de pĂŁo, tomate, cebola, tempero verde, creme de leite, sal, azeite, leite, cenouras, couve-flor refolgadas e o toque do chef Daniel Carlos - Restaurante Gosto PortuguĂŞs

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Iguaria portuguesa - Restaurante Gosto PortuguĂŞs

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Chef Daniel Castro cozinhando - Restaurante Gosto PortuguĂŞs

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Restaurante Gosto PortuguĂŞs

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INDÍGENA

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Tapioca Manjar dos índios – Manteiga e leite de coco – Tapiocaria Nordeste Capixaba

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Tapioca Lampião – Leite condensado e coco - Tapiocaria Nordeste Capixaba

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Tapioca Porreta – Carne seca, requeijão e abóbora - Tapiocaria Nordeste Capixaba

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Sra. Ana Paula Silva de Oliveira Paresqui preparando as tapiocas - Tapiocaria Nordeste Capixaba

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Preparo da tapioca Porreta, receita de famĂ­lia - Tapiocaria Nordeste Capixaba

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Cozinha da Tapiocaria Nordeste Capixaba - Tapiocaria Nordeste Capixaba

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ÁFRICA

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Feijoada da famĂ­lia Oliveira da Costa

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Feijoada afro-brasileira – Família Oliveira da Costa

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Prato típico afro-brasileiro composto por miúdos de boi, couve e feijão preto - Família Oliveira da Costa

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Feijoada na panela de barro - FamĂ­lia Oliveira da Costa

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Sra. Rita de Cassia Oliveira Pessanha da costa preparando a feijoada - FamĂ­lia Oliveira da Costa

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Cozinha da famĂ­lia Oliveira da Costa

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CONHECENDO UM POUCO DA HISTÓRIA

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FAMÍLIA WAIANDT Receitas caseiras, tradicionais da família Waiandt. Excelência no servir da cultura pomerana. Com um pouco mais de 170 anos no Brasil, a família Waiandt encontrou no estado do Espírito Santo uma nova forma de reconstruir e educar os filhos, seguindo assim os princípios e os ensinamentos da forte tradição pomerana. Os Waiandt trouxeram em suas bagagens o dom de servir da melhor forma possível seu próximo, a força do trabalho e as boas mãos para o plantio e cultivo. Família que já está na quarta geração de professores, os membros se classificam como conservadores da história do seu povo, com isso tentam manter viva a memória dos antepassados. Uma grande família composta pelo Sr. Helmuth Waiandt, Sra. Marineuza Plaster Waiandt e mais cinco filhos, noras e natos. A residência dos Waiandt, que é conhecida como Waiands Huus fica a 18km do centro da cidade de Santa Maria de Jetibá, propriedade que é hospedagem, restaurante marcado com antecedência e também é um pequeno centro histórico da cultura pomerana.

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Na casa histórica que é herança dos pais do Sr. Helmuth dada quando ele se casou com a Sra. Marineuza é possível reviver a história da família, são muitas fotos, louças, artigos de decoração, moveis antigos, ferramentas, máquina de costura, bordados entre outas curiosidades dessa etnia.


A cozinha pomerana é um lugar de encontros e de confraternização com a família, a mesa sempre está farta e quando têm visitas essa fartura triplica. Sra. Marineuza, explica que quando o pomerano chegou no Brasil ele precisou muito da solidariedade e ajuda das outras etnias que já estavam morando no país. “Ele se tornou muito solidário, então ninguém chega na casa de uma família pomerana sem sair de lá sem ao menos tomar um café ou fazer um lanche, essa é a vontade de servir, que está no sangue da nossa família”, concluiu a matriarca da família Waiandt.

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Família Waiandt – Paloma Samira Waiandt, Tailor Raniere Waiandt, Marineuza 76 Plaster Waiandt, Samuel Rogério Waiandt e Helmuth Waiandt


Sra. Marineuza Plaster Waiandt

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FAMÍLIA LORECINI A culinária com massas. A história da família Lorencini no Brasil se inicia com a chegada dos irmãos Francesco Lorenzini e Carlo Lorenzini em 1875, no porto da cidade do Rio de Janeiro. Eles saíram de Trentino-Alto Ádige, região Norte da Itália com as esposas e filhos cruzando o oceano na companhia de milhares de europeus que estavam em busca novas oportunidades na América do Sul. Após o período de quarentena os imigrantes começaram a se deslocar para as regiões brasileiras, os irmãos Lorenzini junto com outras famílias ingressaram para o estado do Espírito Santo, inicialmente no município de Anchieta e depois Alfredo Chaves, onde tiveram que trabalhar duro, fizeram um acordo com o governo que demarcou lotes para os imigrantes que deveriam ser pagos em dois anos. E foi com muita dedicação e trabalho que eles conseguiram progredir, chegaram sem nada e foram evoluindo.

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Ao passar dos anos por questão de pronuncia Lorenzini se tornou Lorencini no Brasil, os filhos de Francesco e Carlo já crescidos foram em busca de novas terras, e encontraram oportunidades na região Norte do Espírito Santo, iniciaram uma nova vida no município de Marilândia, mais tardar um dos filhos de Francesco foi viver em Anchieta e assim a família só aumentava. Hoje é possível encontrar membros da família Lorencini por todo estado, mas em Marilândia têm um número maior de integrantes, todos bem resolvidos, com bons empre-


gos, alguns empresários e outros envolvidos com a política, a família é de muita fé e são muito religiosos.

A matriarca da família Lorencini que reside na cidade de Vila Velha, região da Grande Vitória, Sra. Maria Aparecida Dondoni Lorencini é viúva de Sr. Geraldo Lorencini, filho de um legitimo Lorencini. Apesar dela não ser uma integrante legal da família e só obter o nome devido ao casamento, ela é descendente de italianos pelas duas partes da família, mãe com sobrenome Colatti e o pai Dondoni. Sra. Maria Aparecida cresceu vivenciando a forte tradição passada pelos avôs por parte de mãe, aprendeu a cozinhar desde nova as receitas da cultura italiana e passou aqueles ensinamentos valiosos para o casal de filhos, que hoje já independentes, constituíram uma nova família.

Ela conta que a vida sempre foi muito sofrida, mas que nunca se deixou abater pelas dificuldades, ressalta ainda que trabalhar nunca foi um empecilho para ajudar a família, fazia bolos, pães, agnolini, tripinha, cavaco, capeletti e outras iguarias para vender e alimentar os filhos. “Me casei com um Lorencini, constituir minha família, convivi com meu sogro que por muito tempo morou comigo e me ajudou bastante com seus ensinamentos, me separei do pai dos meus filhos, mas tenho grande respeito a família que me acolheu, uma das minhas cunhadas vive da produção de comidas artesanais da culinária italiana, atualmente eu só faço para consumo próprio, meus filhos adoram qualquer tipo de massa, e no nosso cardápio sempre tem que ter o agnolini de frango”, contou Maria Aparecida.

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Sra. Maria Aparecida Dondoni Lorencini 80


FamĂ­lia produzindo o agnolini, Sra. Maria Aparecida Dondoni, filha Malvina Lorencini Rangel e neto Pedro Lorencini Rangel

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FAMÍLIA ROMANHA Ristorante e Cantina Romanha. A família Romanha chegou no Brasil em 1875, saindo de Trentino-Alto Ádige, norte da Itália. Hoje está localizada no município de Santa Teresa, região serrana do Espírito Santo. Com trabalho e dedicação construíram muitos feitos, possuem uma Vinícola/vinhedo, com produtos artesanais elaborados por Frederico Romanha e contribuição dos familiares. A receita dos vinhos é mantida pelas famílias Romanha e Fontana como testemunho da colonização italiana no Brasil, representando a sua adaptação em solos brasileiros. O sabor do vinho que está no mercado desde 1964 caracteriza o gosto das montanhas capixabas e do árduo trabalho dos descendentes italianos-teresenses.

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A família também é proprietária do Ristorante Romanha, localizado em São Lourenço, Circuito Caravaggio, Santa Teresa. Lugar familiar, com comida caseira e receitas próprias. No estabelecimento é possível encontrar uma variedade de pratos típicos italianos e uma cantina com produtos artesanais da região, todos produzidos pela família. Steven Romanha Fontana, filho de italianos e proprietários do estabelecimento explica que a polenta era a comida base dos imigrantes, sendo de fácil acesso o cultivo do milho e a galinha caipira fácil de criar no terreiro, as galinhas chocavam ovos que ajudavam na produção dos bolos e de


pães entre outras comidas. “A carne da galinha é muito versátil, e pode ser utilizada em caldos, recheios, capeletti e em diversas outras comidas típicas”, explicou Steven.

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Ristorante Romanha


FAMÍLIAS KOEHLER E TRARBACH Fritz Frida Restaurante e Choperia Ambas famílias chegaram no Brasil por volta de 1846, e, encontraram em Domingos Martins, região montanhosa do Espírito Santo, um lugar para se chamar de casa e recomeçar a vida. A família Koehler, que é do Norte da Suíça e Sul do Império Germânico, tem como patriarca Pedro de Pádua Koehler, um dos pioneiros da família no estado. O mesmo tinha o sonho de construir um móvel com os traços inteiramente germânico, sonho que se realizou em um prédio no qual montou uma mercearia e a farmácia Pádua que está funcionando até os dias atuais.

Em 1995, Fábio Anselmo Trarbach e Michela Miler Koehler montaram no prédio o Restaurante e Choperia Fritz Frida, e desde de então estão trabalhando duro para que o estabelecimento seja referência na cozinha alemã no Espírito Santo. Já são 22 anos de mercado e sempre estão inovando o ambiente e fazendo pratos novos para atender bem os moradores da região e os visitantes que são de todo o Brasil. O Fritz Frida que também é choperia, iniciou os trabalhos com as cervejas aproximadamente uns sete anos atrás, com mais de 90 rótulos que harmonizam com pratos da casa. Cerca de dois anos estão produzindo o próprio chopp, uma iniciativa que faz a tradição ficar ainda mais forte, pelo fato que os alemães adoram uma boa cerveja.

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Michel Frederich Koehler Trarbach, filho dos proprietários e gerente do restaurante, conta um pouco da história da composição dos pratos e da tradição mantida até os dias atuais. “Os pratos foram elaborados logo no início da abertura do Fritz Frida, tendo como supervisão Dona Hilda Braun, uma senhora que é alemã, e que por muitos anos foi proprietária de outro restaurante alemão na cidade, hoje ela é responsável por praticamente todos os trajes das festas típicas que acontecem na região, e se tornou uma consultora em tudo que se trata em cultura alemã. Ela nos ajudou muito, somos gratos, e é um privilégio compartilhar essa cultura com outras pessoas através do nosso restaurante, é muito satisfatório, atender bem é uma característica do povo alemão, estamos sempre dispostos a dá nosso melhor”, concluiu Michel.

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Restaurante Fritz Frida

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FAMÍLIA CASTRO Restaurante Gosto Português

O Chef Daniel Castro, iniciou suas experiências na cozinha desde muito novo, em um curso chamado Mestre Kukinha oferecido pelo Grupo Buaiz, em 1989. Desde então Daniel começou a se envolver com a gastronomia, aos 15 anos de idade montou uma empresa de salgados e marmitex, vendia por encomenda ou ia até as portas das escolas oferecer os quitutes para os alunos da região da Grande São Pedro, em Vitória. Outras oportunidades foram surgindo na vida de Daniel, umas deram certas e outras nem tanto, ele chegou a trabalhar em outros ramos, mas tinha a certeza que deveria persistir na culinária. Passou por um período muito incerto, foi então que conheceu sua esposa e constituiu uma família, mas ele sentia que precisava de algo mais e foi em busca de novos desafios.

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Em busca de novos desafios acabou indo para Portugal, e se encantou pela receptividade, pelas belezas e a paixão pela gastronomia só aumentou, mas não foi tão fácil assim a vida em outra país, seu primeiro emprego foi de lavador de carro, depois conseguiu um serviço como garçom em um restaurante muito conceituado pelos doces e pasteis que produziam. Aprendeu muitas receitas só de olhar, tinha em si que foi uma boa oportunidade viver aquela experiência com outros cozinheiros. Mais tardar foi convidado a trabalhar em uma rede de supermercado por um cliente do restaurante, onde teve a


chance de produzir, cozinhar e era chamado para fazer eventos, mas tinha em mente que para alavancar o mesmo precisava se aperfeiçoar e procurar melhorar, fez diversos cursos, aprendeu sobre a cozinha portuguesa e europeia e resolveu praticar essas novas técnicas no Brasil.

Voltou para o Espírito Santo, fez algumas tentativas de negócios no ramo culinário e montou o Restaurante Gosto Português na Ilha das Caieiras, bairro turístico da Grande São Pedro, com receitas da cozinha portuguesa, pratos de autorias próprias e outros que mescla com a cozinha capixaba. A família de Daniel sempre trabalhou junto com ele, com a esposa ele têm duas filhas e ela está esperando um novo membro da família Castro, a mais velha está no fim do curso de gastronomia, seguindo os mesmos passos do pai. Hoje além do Gosto Português, a família também possui o Restaurante Gosto Capixaba na Enseada do Suá em Vitória, com cardápio mais voltado para frutos do mar e moquecas.

O chef Daniel explica que a vida até aqui não foi fácil, mas com o trabalho e dedicação os objetivos podem ser alcançados. “Não desistir, sempre fui em busca das minhas metas, meus restaurantes estão abertos a quem quiser experimentar de uma boa refeição, sempre procuro me aperfeiçoar e atender da melhor forma os meus clientes”, concluiu Daniel.

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Cozinha do Restaurante Gosto PortuguĂŞs


Preparo do Bacalhau espiritual

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Chef Daniel Castro – Restaurante Gosto Português 92


FAMÍLIA PARESQUI Tapiocaria Nordeste Capixaba

Sra. Ana Paula Silva de Oliveira Paresqui, a grande protagonista do sucesso da Tapiocaria Nordeste Capixaba, é filha de baianos com descendência indígena, foi criada praticamente dentro da cozinha, aprendendo os costumes e a forma graciosa de usar os alimentos típicos como a mandioca para fazer diversos pratos, a tapioca foi um deles que se faz presente até os dias de hoje na vida da família. Sra. Ana Paula saiu do sul da Bahia e foi para o Espírito Santo, onde conheceu o esposo e tiveram duas filhas gêmeas, que desde cedo aprenderam os ensinamentos que a mãe leva como herança, muito pequenas já sabiam como é produzida a tapioca. A Tapiocaria Nordeste Capixaba tem pouco mais de um ano que está no mercado, todos da família obtém uma participação e ajudam como podem, o marido da Sra. Ana Paula trabalha fora, mas ajuda nas horas vagas, os sogros que inicialmente não conheciam muito da cultura indígena, se interessaram e hoje estão mais que envolvidos, todos os dias é uma nova descoberta sobre essa cozinha tão rica, as filhas também trabalham junto com a mãe quando não estão estudando. A baiana conta como funciona os trabalhos no estabelecimento. “Um ajuda o outro, a família trabalha em conjunto, para obter o sucesso todos precisam estar em harmonia, agradeço muito

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pelas oportunidades que o Espírito Santo deu para todos nós e agradeço mais ainda as minhas origens que me faz trabalhar e fazer o que gosto todos os dias, cozinhar é um dom, sou feliz por isso”, contou Sra. Ana Paula.

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Sra. Ana Paulade Oliveira Paresqui

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Tapioca Porreta – Receita criada pela Sra. Ana Paula 96


FAMÍLIA OLIVEIRA DA COSTA O feijão e a linguiça são ingredientes que não podem faltar na cozinha dos Oliveiras da Costa, a feijoada é a composição que sempre dá certo para unir a família aos domingos. Domingo é o dia universal de reunir a família Oliveira da Domingo é o dia universal de reunir a família Oliveira da Costa em volta da mesa, um momento de descontração, conversas, risadas, mas principalmente, todos se reúnem para comer. O almoço de domingo é recheado de delicias, geralmente, a mesa é farta, mas não era assim na mesa dos pais da Sra. Rita de Cássia Oliveira Pessanha da Costa, seus pais Dona Nilce e seu Fantomas, batalhavam dia e noite para criar 5 filhos em campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, por conta da grande produção de cana- de- açúcar, a cidade era reduto de negros escravos.

Mesmo com as dificuldades, nunca faltava nada na mesa, se não tinha carne, o peixe reinava na cozinha por semanas, a linguiça também era sempre aproveitada, e claro, o feijão, esse não faltava mesmo, o menu da família era baseado no aproveitamento, nada era jogado fora, o final de semana chegava e como todos já estavam enjoados de peixe, restava usar a criatividade e aproveitar o que tinha na geladeira, se tivesse um pedaço de carne de porco, uma linguiça, feijão e couve era certo a mistura, sairia uma bela feijoada, o prato já era marca da família aos domingos.

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A única filha mulher, Sra. Rita, saiu de Campos e foi em busca de trabalho no Espírito Santo, estado com grande quantidade de imigrantes Italianos e Alemães, casou-se com um campista, Jorge Luiz Rangel da Costa, que adora cozinhar, e tiveram duas filhas.  Hoje, a família que é meio campista e meio capixaba, resgata a tradição negra campista por meio da culinária, na mesa aos domingos, nada de polenta, o que a família gosta mesmo é de uma boa feijoada, e claro, na panela de barro. A matriarca da família conta que quem gosta de se aventurar na cozinha mesmo é o esposo. “ Ele ama agradar todos nós, sempre inventa algo novo, faz muitos peixes e sua feijoada e de comer de joelhos, eu o ajudo sempre, também gosto de inventar, faço muitas coisas, mas em casa quem reina no fogão a lenha é ele”, disse Rita.

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Sra. Rita de Cรกssia Oliveira Pessanha da Costa

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Feijoada da famĂ­lia Oliveira da Costa 100



SERVIÇOS

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WAIANDS HUUS

Estrada Alto Santa Maria, s/n Santa Maria de Jetibá (Espírito Santo) (27) 99900-2325 @waiandshuus Memorial Pomerano, Hospedagem Cama & Café, Culinária Típica Pomerana, Trilhas Ecológicas

RISTORANTE ROMANHA

São Lourenço, Circuito Caravaggio Santa Teresa (Espírito Santo) (27) 99609-0495 @RistoranteRomanha Almoço, jantar e bebidas - Aceita reservas, clientes sem reserva são bem-vindos, ideal para grupos, crianças e viagem. Buffet, serviço de garçom e mesas ao ar livre. FRITZ FRIDA RESTAURANTE E CHOPPERIA Avenida Presidente Vargas, nº 782 Domingos Martins (Espírito Santo) (27) 3268-1808 fritz_frida_1995@hotmail.com Nossa missão é proporcionar o melhor para nossos clientes em: Gastronomia, atendimento, qualidade de produto e ambientação.

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RESTAURANTE GOSTO PORTUGUÊS R. Felicidade Corrêa dos Santos, 1140 - Ilha das Caieiras, Vitória (Espírito Santo) (27) 99717-5197 Gastronomia com referências na cozinha portuguesa e culinária capixaba. E também no endereço: Av. Nossa Sra. dos Navegantes, 700 - Enseada do Suá, Vitória (Espírito Santo) (27) 99994-4204 Restaurante especializado em frutos do mar.


TAPIOCARIA NORDESTE CAPIXABA Rua Belmiro Teixeira Pimenta - Vitória (Espírito Santo) (27) 3026-4653 @tapiocarianordestecapixaba Da comida originada no Nordeste brasileiro à beleza rústica dos pratos feitos de barro tipicamente capixabas, eis que nasce a Tapiocaria Nordeste Capixaba. Onde encontrar o Agnolini e o Capeletti Arlete Lorencini – Massaria e produtos caseiros (27) 3339-3280 O brote, pão tradicional pomerano foi doado pela família Zumach – Não concederam entrevista.

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Torta Capixaba




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