FAZENDO ARTE E ENSINANDO QUÍMICA DE FORMA INCLUSIVA: UM GUIA PARA PROFESSORES FORMADORES

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Mestrado Profissional em Educação em Ciências e Matemática

WELINTON SILVA MICHELE WALTZ COMARÚ

FAZENDO ARTE E ENSINANDO QUÍMICA DE FORMA INCLUSIVA: UM GUIA PARA PROFESSORES FORMADORES

Vitória 2018


Copyright @ 2018 by Instituto Federal do Espírito Santo Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto nº. 1.825 de 20 de dezembro de 1907. O conteúdo dos textos é de inteira responsabilidade dos respectivos autores. Observação: Material didático público para livre reprodução. Material bibliográfico eletrônico e impresso. (Biblioteca Nilo Peçanha do Instituto Federal do Espírito Santo)

Realização:


Editora do IFES Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo Pró-Reitoria de Extensão e Produção Av. Rio Branco, nº 50, Santa Lúcia Vitória – Espírito Santo, CEP 29056-255 Telefone: (27) 3227-5564 E-mail: editoraifes@ifes.edu.br Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática Centro de Referência em Formação e em Educação a Distância (Cefor) Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) Rua Barão de Mauá, 30, Jucutuquara Vitória – Espírito Santo, CEP: 29.040-860 Telefone: (27)3198-0912. E-mail:educimat@ifes.edu.br Comissão Científica Dr. Oscar Luiz Teixeira de Rezende, D. Sc - IFES Dr.ª Drª Karina Alessandra Pessoa da Silva, D.Ed. - UFTPR Dr. Luciano Lessa Lorenzoni, D. Sc IFES Drª. Maria Alice Veiga Ferreira de Souza, D. Ed - IFES Coordenação Editorial Dr.Sidnei Quezada Meireles Leite Dra. Danielli Veiga Carneiro Sondermann Dra. Maria Auxiliadora Vilela Paiva Dra. Michele Waltz Comarú Dra. Maria das Graças Ferreira Lobino

Revisão Welinton Silva Dra. Michele Waltz Comarú Capa e Editoração Eletrônica Wendel Alexandre Albino Macedo Katy Kenio Ribeiro Produção e Divulgação Programa de Pós-Graduação emEducação em Ciências e Matemática Centro de Referência em Formação e Educação à Distância


INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO Jadir José Pella Reitor Adriana Pionttkovsky Barcellos Pró-Reitora de Ensino André Romero da Silva Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Renato Tannure Rotta de Almeida Pró-Reitor de Extensão e Produção Lezi José Ferreira Pró-Reitor de Administração e Orçamento Ademar Manuel Stange Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional Diretoria do Campus Vitória do Ifes Hudson Luiz Cogo Diretor Geral do Campus Vitória – Ifes Marcio Almeida Có Diretor de Ensino Márcia Regina Pereira Lima Diretora de Pesquisa e Pós-graduação Christian Mariani Lucas Dos Santos Diretor de Extensão Roseni da Costa Silva Pratti Diretora de Administração Centro de Referência em Formação e Educação à Distância Vanessa Battestin Nunes Diretora do CEFOR


MINICURRÍCULO DOS AUTORES Welinton Silva: Mestrando pelo programa EDUCIMAT, possui Licenciatura Plena em Pedagogia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (1998) e Pósgraduação em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Mina Gerias – PUC. Atualmente pedagogo no Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Vila Velha.

Michele Waltz Comarú: Doutora em Ciências pelo Programa de Pós-graduação em Ensino em Biociências e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz/RJ (2012) com período de sanduíche na Universidad Autónoma de Madrid (Espanha), mestre em Química Biológica (2002) e graduada em Farmácia (2000) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora e pesquisadora na área de Ensino de Ciências do Instituto Federal do Espírito Santo desde 2012 e docente permanente do Programa de Pós graduação em Educação em Ciências e Matemática (EDUCIMAT), Tem experiência docente nas disciplinas de Bioquímica e Biologia Celular, Instrumentação para o Ensino de Ciências, Educação Inclusiva e Práticas Pedagógicas. Dedica maior parte da sua produção científica à área de Formação de professores e Educação Inclusiva. Encontra-se atualmente em Cooperação Técnica no Instituto Federal do Rio de Janeiro (campus Mesquita), onde atua como professora na Especialização em Educação e Divulgação Científica e como coordenadora de pólo do Programa de Mestrado em Rede em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT).


Contents SUMÁRIO

1 UM POUCO DO MOVIMENTO CTSA............................................................. 8 2 CONVERSANDO SOBRE A PESPECTIVA DA INCLUSÃO NA FORMAÇÃO INICIAL ............................................................................................................ 10 3 ETAPAS DA ELABORAÇÃO DO PRODUTO PEDAGÓGICO ..................... 13 3 MÃOS A OBRA ............................................................................................. 18 3.1 UM POUCO SOBRE ESTEQUIOMETRIA ................................................. 18 3.2 CONFECÇÃO DO PP INTRODUÇÃO À ESTEQUIOMETRIA .................. 18 3.3 UM POUCO SOBRE ESTEQUIOMETRIA ................................................. 22 3.3.1 Confecção Do Produto Pedagógico Geometria Molecular ................ 22 3.4 PRODUTO PEDAGÓGICO ADAPTADO DE CROMATOGRAFIA ............ 31 3.4.1Confecção do Produto Pedagógico Adaptado de Cromatografia ...... 31 4 APLICAÇÃO DO PRODUTO PEDAGÓGICO ATRAVÉS DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA ........................................................................................................ 38 4.1 INTRODUÇÃO À ESTEQUIOMETRIA ................................................... 40 4.2

QUADRO 3. SD GEOMETRIA MOLECULAR ADAPTADO ............... 43

4.3

QUADRO 4 CROMATOGRAFIA ADAPTADO .................................... 45

5

VALIDAÇÃO DO PRODUTO PEDAGÓGICO ........................................ 47

6

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 48

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 49


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1 UM POUCO DO MOVIMENTO CTSA

O movimento C.T.S (Ciência– Tecnologia-Sociedade), (TEIXEIRA, 2003), surgiu a partir de reflexões sobre os impactos da ciência, tecnologia e do meio ambiente na sociedade moderna. Este movimento, após algum tempo, também passou a ser denominado C.T.S.A (Ciência– Tecnologia– Sociedade-Ambiente), e seu objetivo é proporcionar ao aluno uma formação que o leve a relacionar os conhecimentos científicos e tecnológicos com o seu cotidiano e com as relações sociais existentes (TEIXEIRA, 2003). Para Teixeira (2003), essa implementação das prerrogativas do movimento CTS/CTSA nos processos de ensino é necessária porque ela propõe proporcionar múltiplas estratégias didáticas, entre as quais: resolução de problemas, palestras e experimentos de laboratório.

Leitura da Realidade Baseada no Contexto Histórico

Compreensão crítica sobre interações entre CTS

VYGOTSKY

CTS

Sujeito histórico

Superação do modelo de decisões tecnocráticas: Democratização das decisões em temas envolvendo o CTS

Neste sentido, o conteúdo deve transcender o livro didático, as metodologias e recursos didáticos devem ser apropriados e adaptados para atender o objetivo proposto para proporcionar um ensino de qualidade, atendendo a todos com suas peculiaridades, dificuldades, deficiências e potencialidades. Neste contexto, ciências passa a ter sentido na vida escolar do educando. A aprendizagem poderá ocorrer de fato, pois a formação deste aluno levará em consideração outros aspectos que vai além do conhecimento científico. Ele aprenderá para a vida.


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Desta forma, ensinar ciência requer ensinar que a ciência e a tecnologia precisam estar a serviço de uma sociedade melhor, construída por Humanos que se responsabilizam pelo bem-estar social, físico, intelectual, psíquico e emocional de outros Humanos.


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2 CONVERSANDO SOBRE A PESPECTIVA DA INCLUSÃO NA FORMAÇÃO INICIAL

Na Resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE), , está previsto que, na formação inicial, na graduação, todos os futuros professores da educação básica devem desenvolver competências para atuar também com alunos que apresentem necessidades educacionais especiais em qualquer etapa ou modalidade de ensino, na perspectiva de se efetivar a educação inclusiva.

Mesmo após as recentes conquistas provenientes de discussões e pesquisas na área e da implementação de políticas públicas inclusivas, ainda são frequentes relatos sobre a dificuldade dos professores e dos licenciandos em lidarem de forma prática com a questão da inclusão. Muitos docentes se sentem pressionados, como se esse esforço ocorresse apenas dentro do espaço e do tempo da aula. Por essa razão, no campo educacional, têm surgido diversos trabalhos e pesquisas sobre esta questão. Apesar da garantia do acesso e da permanência do aluno deficiente estarem previstos em lei, ainda há longo caminho a ser percorrido para que ocorra a verdadeira inclusão de alunos com deficiências em todos os níveis, etapas e as modalidades de ensino. Essa garantia perpassa, necessariamente, pela formação do professor e pelo desenvolvimento de recursos didáticos específicos.

É um desafio para os cursos de licenciatura preparar futuros professores para atender pessoas com deficiência com vistas à inclusão. Diante desse cenário ainda recente de reconfiguração dos cursos e da própria área de pesquisa, professores têm sido formados com pouco conhecimento acerca de práticas pedagógicas específicas para atuarem na educação inclusiva.

É importante que todos os professores – conscientes da importância do processo inclusivo – tenham, pelo menos, conhecimentos básicos sobre os tipos de


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deficiências dos seus alunos, sobre como lidar com eles, como organizar o ensino e o currículo de maneira a atender adequadamente a todos. A formação dos docentes para atuar com este grupo específico é de fundamental importância. Tratar questões relativas ao ensino de pessoas com deficiência durante a formação inicial dos professores pode minimizar muitas barreiras que dificultam a inclusão escolar desses educandos na escola regular.

Nesse contexto, a escola aparece como espaço potente de inclusão quando cumpre papel de acolher todas as pessoas, sem exceção, no sistema de ensino, independentemente de cor, classe social e condições físicas e psicológicas.

Se os professores, na sua formação inicial tiverem acesso a uma formação direcionada para os estudos dos problemas dos alunos e também para a investigação de suas causas, se tiverem oportunidade de vivenciar espaços escolares contextualizados com projetos colaborativos de aprendizagem, nos quais os aspectos teóricos e práticos se entrelacem na construção do conhecimento pedagógico, muitas perdas podem ser evitadas (MANTOAN, 2010 p. 18)

Pensando nessa lacuna, propomos aqui uma atividade em que você, professor do

curso de Licenciatura

em Química e/ou outra licenciatura terá rica

oportunidade de contribuir para minimizar parte da mesma por meio da produção de recurso didático para ensino de Química e/ou outra disciplina que seja direcionado para pessoas com deficiências. A opção pela produção de recursos didáticos se deu por concordarmos com Santos e cols. (2010) quando relatam que os professores que constroem seus próprios materiais ampliam seu conhecimento. Dessa forma a produção de recursos promove uma reflexão sobre a importância da formação de um professor que seja capaz de produzi-lo, exercendo a função de professor-pesquisador.


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A proposta deste trabalho é que o

mesmo seja um guia para todos os

professores formadores. que atuam na formação de professores, neste caso na Licenciatura em Química. Mas a ideia serve como modelo, após as devidas adaptações para ser aplicado em todas as áreas.

Prezado professor, este é um manual fruto de uma pesquisa, cuja proposta é construir produtos pedagógicos junto aos alunos da Licenciatura em Química que possa colaborar no processo ensino-aprendizagem para alunos deficientes visuais e/ou outras deficiências e também possa contribuir no aprendizado dos alunos videntes.

A seguir, algumas orientações que poderá auxiliá-lo(a) na elaboração de atividades que consiste na escolha do conteúdo, de materiais e confecção de um recurso didático inclusivo para o ensino de Química com materiais do cotidiano e de baixo custo baseadas na elaboração deste trabalho. Lembre-se que este é um modelo e que às vezes é necessário alguma adaptação. Você poderá idealizar e confeccionar um material didático que pode ser: um jogo, um texto para peça teatral, um texto para teatro de fantoches, uma história em quadrinhos, uma animação, uma letra de música, um videoclipe educativo, um roteiro de sequência didática que envolva estratégias não convencionais, uma oficina. Você só não pode esquecer que nesta atividade o conteúdo de Química deve estar em sintonia com a abordagem CTSA; Mãos à obra!


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3 ETAPAS DA ELABORAÇÃO DO PRODUTO PEDAGÓGICO

Primeiramente deve-se formar grupo de 2 (dois) ou no máximo 3 (três) alunos. Dependendo da quantidade de alunos da turma, colocar num recipiente uma quantidade de cores ( no caso da oficina realizada, foram quatro cores: azul, vermelho, verde e amarelo) e cada aluno deve pegar uma cor. Após a escolha da cor, os alunos da cor semelhante formam o grupo. Cada grupo fica responsável por um conteúdo específico: G1 - Química Geral, G2 - Química Inorgânica e G3 - Análise qualitativa. Além dos alunos, cada grupo deve contar com um professor orientador especialista na área (de química) escolhida para realizar o PP. O professor orientador deve ser indicado ou escolhido pelos grupos. Esta metodologia possibilita elaborar o produto pedagógico de forma interdisciplinar. QUADRO 1: Quadro de professores que contribuirão com esta atividade Área de Conhecimento

Professor

Química Orgânica Bioquímica Química Analítica Físico-Química Química Geral Química Inorgânica

Após a definição dos grupos, deve ser apresentado um roteiro prévio das atividades levando em consideração as observações abaixo:

Qual o conteúdo específico (dentro do universo do conteúdo

geral

sorteado e/ou escolhido) será escolhido para a construção de um material pedagógico? 

Por que o grupo escolheu este conteúdo?

Quais os materiais necessários para a construção desse material pedagógico?


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O recurso criado deve ser inclusivo, ou seja, deve buscar favorecer a aprendizagem de pessoas com alguma necessidade específica. Nesse sentido, você e sua dupla de trabalho deverão escolher um tipo de necessidade específica que seja foco do recurso a ser criado (abaixo descrevemos um pouco sobre algumas necessidades específicas);

O que é necessário levar em consideração na elaboração da proposta?

Poderão ainda direcionar o recurso didático para estudantes do Ensino Médio ou para disciplinas da Licenciatura;

Qual o professor a escolher para ser o orientador/colaborador para a elaboração do PP de acordo com a sua proposta?

Após essa etapa, os alunos deverão decidir os encaminhamentos e as datas dos próximos encontros entre si, entrar em contato com o prof. Orientador e apresentar a proposta para a elaboração do Produto Pedagógico.

A seguir, é apresentada como exemplo a proposta elaborada pelos sujeitos da pesquisa. QUADRO 2: Decisões e justificativas a respeito dos temas e materiais a serem usados para produção dos materiais didáticos por cada um dos grupos participantes da oficina Quais os materiais necessários para a realização do produto pedagógico? Garrafas pet Tampinha de garrafa pet Tintas Cola de isopor/silicone/instantânea Símbolos em Braille Massas de biscuit Bola de isopor Miçangas variadas, formas, tamanhos e cores (vermelho, preto, azul, verde e branca Alfinetes Palito Alicate Transferidor Tintas Símbolos em Braille

O que foi levado em consideração na escolha do assunto? A dificuldade e a abrangência desse conteúdo

A relevância do conteúdo para o entendimento de química de uma forma geral, a viabilidade do material a ser produzido.

Por que o grupo escolheu este conteúdo? Qual a relevância dele?

Conteúdo escolhido

Escolheram esse assunto devido à complexidade de ensinoaprendizagem e sua importância como prérequisito a outros conteúdos da disciplina.

Introdução à Estequiometria

Grupo 1

A geometria é de muita importância, pois ajudará no entendimento de várias outras áreas da química.

Geometria Molecular

Grupo 2


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Esferas (diversos tamanhos) Garrafa pet “relógio de areia” Isopor Caixa de sapato Cano de 2 polegadas ( 3 de 30cm de comprimento cada, total 90 cm). 1 cano de 1,25’ ( 2 m e 70 cm) 4 joelhos de 1,25’ 1 T 1,25’ Compensado ( 1m e 90 cm de comprimento, 5 cm de altura e 6 cm de largura) Varetas (um jogo) Cola instantânea Tek bond ( 2 tubos) 1 Seringa Palavras em Braille

Para os alunos deficientes visuais participarem das aulas de cromatografia.

Entender como funciona o equipamento de cromatografia.

Cromatografia

Grupo 3

Fonte própria Fizemos a indicação de três conteúdos gerais para os quais os materiais deveriam ser construídos. Tais conteúdos fazem parte do currículo tanto do ensino médio, quanto dos cursos técnicos de química e da Licenciatura em Química. São eles: Química Geral, Análise Inorgânica e Química Analítica. Após a escolhas dos conteúdos gerais, convidamos três professores colaboradores (aqui chamados de professores orientadores) que dão aulas desses conteúdos na Licenciatura em Química e no curso Técnico em Química para participar da pesquisa.

Grande parte das atividades das oficinas aconteceram nas aulas da disciplina “Diversidade e Educação” porque nela são trabalhados conteúdos relacionados à educação inclusiva. A disciplina “Diversidade e Educação”, tem como um dos seus objetivos conhecer os aspectos históricos e legais da educação especial e da educação inclusiva, bem como as metodologias de trabalho com alunos com deficiência.

Sugerimos aos colegas professores e/ou pedagogos, que além desta disciplina, esta proposta pode ser aplicada nas seguintes disciplinas: Educação Especial,


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Práticas de Ensino e Instrumentação para o Ensino de Ciências do curso de Licenciatura em Química ou em outras graduações. Educação Especial

Educação e Diversidade

Instrumentação para o Ensino de Ciências

Propomos que ela seja aplicada durante o semestre letivo, que faça parte do plano de ensino do professor e que a produção dos Produtos Pedagógicos sejam incluídos na avaliação do semestre, pois os alunos ficarão mais motivados e o resultado será mais relevante.

TABELA 1: Sugestão de critérios de Avaliação CRITÉRIOS

DISTRIBUIÇÃO DA PONTUAÇÃO

Domínio do conteúdo Químico, Inclusivo e Pedagógico

10,0 pontos

Comunicação (linguagem clara, fluente, correta e gestos)

5,0 pontos

Criatividade e exequibilidade

5,0 pontos

Total da Apresentação

20,0 pontos

Adequação à faixa etária

4,0 pontos

Ludicidade

4,0 pontos

Conteúdo Químico

4,0 pontos

Conteúdo pedagógico

40 pontos

Conteúdo Inclusivo

4,0 pontos

Total da Estratégia

20 pontos

TOT AL GERAL

40 pontos

A segunda etapa consiste na execução, por parte dos grupos, da construção da proposta idealizada na primeira parte (oficina de construção de materiais


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didáticos). Posteriormente os produtos pedagógicos construídos pelos alunos, sugerimos que sejam validados por professores que trabalham com estas disciplinas na Licenciatura em Química ou no ensino médio, por alunos da licenciatura e/ou do ensino médio e por alunos que tenham a DV ou outras deficiências.


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3 MÃOS A OBRA 3.1 UM POUCO SOBRE ESTEQUIOMETRIA

A estequiometria é a ciência responsável por equacionar e quantificar as transformações químicas, permitindo assim, determinar quase que com exatidão o que ocorre experimentalmente. Ela consiste em estudar e determinar as relações quantitativas que são participativas de uma reação química, ou seja, permite determinar as proporções (quantidade de mols, átomos, moléculas, a massa e o volume – no caso de substâncias no estado gasoso) entre os elementos e substâncias que estão reagindo para obtenção dos produtos. 3.2 CONFECÇÃO DO PP INTRODUÇÃO À ESTEQUIOMETRIA

      

25 garrafas pet 30 tampinhas de garrafa pet Cortar 25 gargalos de garrafa pet Colar a extremidade de um gargalo no outro Colar os símbolos de Química em Braile nas tampinhas Escrever os símbolos em português nas tampinhas Pintar as tampinhas de acordo com as cores dos símbolos para a identificação do vidente FOTO 1: Oficina de Produção do Produto Pedagógico Introdução à Estequiometria

Fonte: Acervo do autor


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FOTO 2: Gargalo da garrafa pet para a Produção do Produto Pedagógico Introdução à Estequiometria

Fonte: Acervo do autor

FOTO 3: gargalo da garrafa pet colado no outro para a Produção do Produto Pedagógico Introdução à Estequiometria

Fonte: Acervo do autor


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FOTO 4: Tampinhas de garrafa pet para a Produção do Produto Pedagógico Introdução à Estequiometria

Fonte: Acervo do autor

FOTO 5: tampinhas de garrafa pet com os símbolos de Química em Braile e em português na Produção do Produto Pedagógico Introdução à Estequiometria

Fonte: Acervo do autor


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FOTO 6: Recipiente com os símbolos de química do Produto Pedagógico Introdução à Estequiometria

Fonte: Acervo do autor Descrição: O produto pedagógico Introdução à Estequiometria é confecionado com tampinhas de garrafa pet e gargalos de garrafa pet. As tampinhas são identificadas com os símbolos de química em Braile para os DV e em português para os videntes. Sendo também identificados por cores para os videntes. O verde escuro representa o Cloro, o ama relo represnta o Sódio, o azul o Nitrogênio, o preto a prata, o branco o hidrogênio, o vermelho o Oxigênio, o roxo é iodo e o verde claro o Bromo.


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FOTO 7: Recipiente com os Produtos Pedagógicos de Introdução à Estequiometria

Fonte: Acervo do autor 3.3 UM POUCO SOBRE ESTEQUIOMETRIA A geometria molecular explica como estão dispostos os átomos dentro da molécula. Ela pode ser utilizada como recurso pedagógico dentro das diferentes disciplinas da área de química como: Química geral, química orgânica, química inorgânica, etc. Os átomos tendem a ficar numa posição mais espaçada e esparramada

possível.

Assim,

conseguem

adquirir

a

estabilidade.

Apresentaremos abaixo as geometrias moleculares adaptadas para deficientes visuais: angular, trigonal plana, trigonal, tetraedro, átomo de nitrogênio, ácido clorídrico, gás carbono linear e um átomo de oxigênio. 3.3.1 Confecção Do Produto Pedagógico Geometria Molecular     

1 kilo de Massa de biscuit Um pacote de bola de izspor pequeno Miçangas variadas, formas, tamanhos e cores (vermelho, preto, azul, verde e branca Um pacote de alfinetes 10 Palitos de currasco


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   

Um alicate Um transferidor Tintas das cores dos símbolos de química Símbolos em Braille FOTO 8: Oficina do Produto Pedagógico Geometria molecular

Fonte: Acervo do autor

FOTO 9: Oficina do Produto Pedagógico Geometria molecular

Fonte: Acervo do autor


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FOTO 10: PP Geometria molecular adaptados para deficientes visuais

Fonte: Acervo do autor

FOTO 11: Geometria molecular angular da รกgua adaptado para deficientes visuais

Fonte: Acervo do autor


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Descrição do PP: Dois pares de elétrons numa molécula de oxigênio vermelha ligada a duas moléculas branca de hidrogênio.

FOTO 12:Oficina do Produto Pedagógico Geometria molecular átomo de Nitrogênio

Fonte: Acervo do autor

Descrição do PP: Uma molécula de nitrogénio azul com dois pares de elétrons e dois elétrons isolados.


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FOTO 13: PP adaptado Geometria trigonal plana ou triangular para molécula com quatro átomos para deficientes visuais

Fonte: Acervo do autor

Descrição do PP: Dois pares de elétrons numa molécula de oxigénio de cor vermelha que tem uma ligação dupla ligada a uma molécula de carbono de cor preta que é ligada a duas moléculas de hidrogênio de cor branca.


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FOTO 14: Oficina do Produto Pedagógico Geometria molecular – Ácido Clorídrico

Fonte: Acervo do autor

Descrição do PP: Três pares de elétrons, uma molécula verde ligada a uma molécula de hidrogénio branca.


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FOTO 15: Oficina do Produto Pedagógico Geometria molecular. Pirâmide trigonal (Amônia) adaptado para deficientes visuais.

Fonte: Acervo do autor

Descrição do PP: nele contêm um par de elétrons, uma molécula de Nitrogênio da cor azul e três moléculas de hidrogénio branca.


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FOTO 16: Oficina do Produto Pedagógico Geometria molecular Tetraedro (Metano)

Fonte: Acervo do autor

Descrição do PP: Quatro moléculas de hidrogênio de cor branca nas extremidades e uma molécula de Carbono de cor preta.

FOTO 17: Oficina do Produto Pedagógico Geometria molecular - Gás Carbono Linear (Dióxido de Carbono)

Fonte: Acervo do autor


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Descrição do PP: quatro pares de elétrons que estão nas extremidades das duas moléculas de oxigénio de cor vermelha que são ligadas à molécula de Carbono preta que está no centro ligados às moléculas por duas ligações duplas.

FOTO 18: Oficina do Produto Pedagógico Geometria molecular átomo de Oxigênio

Fonte: Acervo do autor

Descrição do PP: Uma molécula de Oxigênio vermelha com dois pares de elétrons.

Descrição do Modelo: No modelo confeccionado, os átomos são representados pelas esferas feitas com massa de biscuit ou de isopor (no caso do hidrogênio) e pintados de acordo com as cores em que são normalmente representados, como vermelho para o oxigênio, azul para o nitrogênio, branco para o hidrogênio, preto para o Carbono e verde para o Cloro. Há também uma identificação em cada átomo referente ao seu símbolo químico, em caso de dúvida. No caso de um aluno deficiente visual, a superfície dos átomos é que os distinguem uns dos outros, sendo a do hidrogênio lisa, e as dos demais átomos apresentando


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protuberâncias (feitas cravando-se miçangas de diferentes formas na massa de biscuit) que diferem em tamanho e quantidade (no oxigênio, elas são maiores e menos quantidade que no nitrogênio, por exemplo). Os palitos que conectam os átomos uns aos outros são feitos de palitos de madeira e representam as ligações químicas realizadas entre os átomos. 3.4 PRODUTO PEDAGÓGICO ADAPTADO DE CROMATOGRAFIA A cromatografia por exclusão promove uma seletiva distribuição das moléculas do soluto entre duas fazes líquidas separadas, dependentes de uma estrutura estacionária contendo poros de tamanho controlado. Ela tem propriedades desejáveis, tais como simplicidade técnica, insensibilidade a solventes e temperatura, condições amenas e versatilidade.

3.4.1Confecção do Produto Pedagógico Adaptado de Cromatografia 

20 esferas (pelo menos quatro tamanhos diferentes e cinco esferas de cada tamanho)

Uma garrafa pet

Quatro caixas de sapato

Cano de ½ ( 3 de 30cm cada). Total de 90 cm

Furar os canos de forma aleatória com uma broca 05

4 joelhos de ½

Madeira ( pode variar de acordo com o tamanho do receptor das esferas)

Um jogo de varetas

Dois tubos de cola instantânea

EVA: uma folha vermelhe e uma folha azul

Uma seringa

Palavras em Braille


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FOTO 19: Oficina do Produto Pedagógico Cromatografia – Sujeitos participantes da pesquisa. Construção do aparelho de Cromatografia adaptado para DV

Fonte: Acervo do autor


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FOTO 20: Aparelho de Cromatografia adaptado para DV - oficina do Produto Pedagรณgico Cromatografia

Fonte: Acervo do autor


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FOTO 21: Oficina do Produto Pedagógico Cromatografia. Detector com escrita em Braille

Fonte: Acervo do autor FOTO 22: Suporte Universal adaptado, coluna adaptada e detector adaptado para métodos de separação para ensinar Cromatografia de separação para DV - Oficina do Produto Pedagógico Cromatografia.

Fonte: Acervo do autor


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FOTO 23: Suporte Universal adaptado, coluna adaptada maior e detector adaptado para métodos de separação para ensinar Cromatografia de separação para DV - Oficina do Produto Pedagógico Cromatografia

Fonte: Acervo do autor


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FOTO 24: Oficina do Produto Pedagรณgico Cromatografia

Fonte: Acervo do autor FOTO 25: Injetor . Oficina do Produto Pedagรณgico Cromatografia

Fonte: Acervo do autor


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FOTO 26: Resultado do teste de separação por tamanhos do aparelho no receptor adaptado para DV - Oficina do Produto Pedagógico Cromatografia

Fonte: Acervo do autor

FOTO 27: Oficina do Produto Pedagógico Cromatografia adaptado

Fonte: Acervo do autor


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Descrição do produto pedagógico: O produto pedagógico feito com materiais de fácil acesso é constituído por partes, onde cada parte representa algo no cromatógrafo verdadeiro. Na primeira parte, temos o sistema de injeção que é o local onde a mostra será injetada (utilizou-se uma seringa para representar essa injeção). Após a injeção da amostra, a mesma é arrastada pela fase móvel para uma coluna cromatográfica, a coluna cromatográfica foi feita utilizando um cano tamanho médio e gravetos para simular grânulos esféricos porosos de uma coluna de exclusão. Utilizou-se um suporte, também feito de cano para fixar a coluna nele. Após passar pela coluna a amostra chega ao detector em diferentes tempos. Nessa parte o detector pode ser a mão do aluno, onde ele sentirá a amostra (bolinhas de diferentes tamanhos) através do tato ou poderá ser uma caixa com diferentes repartições que ele passará por debaixo da coluna a medida que as amostras caem da coluna. Poderá ser observado nessa segunda demonstração do detector que as bolas menores caem primeiro e as bolas maiores caem depois. O material adaptado também é constituído por uma representação da bomba que é responsável por fazer o solvente (fase móvel) circular no equipamento e garrafas de refrigerante que representam o local onde o solvente esta armazenado.

4 APLICAÇÃO DO PRODUTO PEDAGÓGICO ATRAVÉS DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA Como proposta para aplicação dos Produtos Pedagógicos foi escolhida a SD numa perspectiva inclusiva. Ela foi estruturada segundo os três momentos pedagógicos propostos por Demétrio Delizoicov et al. (2011). O primeiro momento, chamado “Problematização Inicial”, caracteriza-se pela apreensão e compreensão da posição dos alunos frente à questão em discussão. Os alunos são desafiados a expor o que estão pensando sobre o assunto, cabendo ao professor o papel de orientar a discussão, fomentar o debate, questionar os posicionamentos e instigar a curiosidade. O docente pode lançar mão de várias


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estratégias para tal, como exibição de filmes/documentários, jogos educativos, dinâmicas de ensino etc. Almeja-se a identificação de possíveis limitações do conhecimento, fazendo com que o aluno sinta a necessidade de buscar conhecimentos que ainda não possui, ou seja, “procura-se configurar a situação em discussão como um problema que precisa ser enfrentado” (DELIZOICOV et al., 2011, p. 201). No momento seguinte, chamado “Organização do Conhecimento”,

os

conhecimentos

considerados

fundamentais

para

a

compreensão do tema, a partir da problematização inicial, são estudados de forma sistemática, com a orientação do professor. Atividades diversificadas, como a aula sobre o conteúdo propriamente dito, formulação de questões, texto para discussões, pesquisas teóricas e experiências, são aplicadas a fim de consolidar os conceitos fundamentais para a compreensão científica das situações problematizadas. Por fim, na “Aplicação do Conhecimento”, aborda-se sistematicamente o conhecimento incorporado pelo aluno por meio de atividades diversas. A finalidade é permitir generalizações dos conceitos estudados na fase anterior de modo a capacitar os estudantes para articular a conceituação científica às situações reais.


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4.1 INTRODUÇÃO À ESTEQUIOMETRIA QUADRO 2. Sequencia didática “Introdução à Estequiometria para Deficiente Visual” Sequência Didática (SD) Título:

Introdução à Estequiometria: uma proposta para deficientes visuais

Público Alvo:

Alunos/as do primeiro ano integrado ao ensino médio

Problemati Ensinar a introdução a Estequiometria para DV e videntes zação: utilizando um Produto Pedagógico adaptado para o ensino de química Objetivos Gerais:

Introduzir o conteúdo de Estequiometria através de uma metodologia inclusiva utilizando um Produto Pedagógico adaptado na sala de aula. Conteúdos e Métodos

Aula

Objetivo Conteú s dos Específic os

Dinâmicas

-Citar os -Exposição inicial do professor com perguntas possíveis a respeito do conhecimento que os estudantes conhecim Reaçõe tem e sobre o que sabem de reações químicas entos s sobre química reações s. Vídeo conservação da massa https://www.youtube.com/watch?v=i2ZjK-90zHE 01 químicas; momento de 7 min. (duas horas de Observar Lei da conserv aulas) e constatar ação - Questões a serem levantadas no debate após da a Lei da o video: o que são leis da conservação das massa Conserva massas? O que vocês entenderam sobre o ção das sistema fechado? O que vocês entenderam Massas sobre calcinação? de Lavoisier no vídeo exemplifi cando numa


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reação química.

Conteúdos e Métodos Aula

Objetiv Conteú os dos Específi cos

Citar exemplo s práticos onde é aplicada 2º a lei da momento proporçã (duas horas o de aulas) definida.

Será aborda do o conceit oe exempl os da Lei da proporç ão definida

Dinâmicas

- Estudar em grupo de 5 a importância das leis definidas para realizar os cálculos estequiométricos. . …...................................................

Realizar em grupo equações de química, após, realizar para os colegas no quadro. Haverá a atividade em braille para o aluno cego. eam grupoem

Compre ender o conceit . ........................................................................... conceito oe ...................................OBS:A proposta de de exempl trabalho em grupo, vídeos e textos em braille equação os química. Equaçã caracteriza-se como uma ação pedagógica a partir das proporcionando práticas sociais e . o para a compreensão dos conteúdos . química ( simples e molecul ares ) Conteúdos e Métodos Aula

Objetiv Conteú os dos Específi cos

Dinâmicas

-. -Usar a venda nos olhos de um grupo Atender Aplicaç alunos para que eles possam realizar

de as


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a todos os alunos 3º da sala momento de aula e (três horas sensibili de aulas) zá-los da importân cia do trabalho em grupo e de se colocar no lugar do outro.

ão do materia l pedagó gico adapta do com todos alunos

atividade como os alunos cegos com o uso do PP. Depois, fazer o inverso com os que só serviam de guia para os outros grupos. Os grupos terão 8 minutos cada um para apresentação dos resultados. Depois teremos 20 minutos para uma avaliação geral..

OBS: No fundamento do desenvolvimento do trabalho proposto está a busca por uma ação Revisã pedagógica que contribua para a postura crítica o do dos alunos, que percebam que são agentes conteú históricos, e como tal, são agentes de do transformação social. aborda do.

Apresen tar os resultad os da aprendiz agem dos alunos na SD. Avaliação: - A avaliação se dará no processo de elaboração e participação dos alunos (planejamento das atividades: pesquisas, relatórios, apresentações etc), apresentação dos trabalhos desenvolvidos por meio de seminários, autoavaliação e avaliação coletiva (grupo avaliando grupo nos itens sobre a questão problematizadora, se foi bem desenvolvida, os objetivos, tempo, coerência e apresentação geral). Fonte: Elaborada pelos autores


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4.2

QUADRO 3. SD GEOMETRIA MOLECULAR ADAPTADO SEQUÊNCIA DIDÁTICA (SD)

Título

Introdução ao estudo da Química numa perspectiva inclusiva

Público Alvo

Alunos do primeiro ano do ensino médio

Problematiza Propor o ensino dos modelos moleculares para alunos ção videntes e DV. Objetivos gerais

Apresentar a química como ciência fundamental e o seu objeto de estudo. Discutir sobre os modelos moleculares na forma de estrutura de Lewis e enfatizar a Geometria Molecular numa perspectiva inclusiva. Conteúdos e Métodos

Aula

Objetivos Conteúd Dinâmicas Específico os s

1 momento ( -Citar a duas aulas de importânci uma hora) a da Química na vida moderna;

Identificar os elementos químicos encontrad os na tabela e relacionar com o cotidiano

Conceito - Fazer perguntas e provocar reflexão nos de alunos sobre o que é a Química e sua matéria importância; Tabela -Matéria e suas propriedades periódica (audiodescrição). https://www.youtube.com/watch?v=8Iadb 4zoPMM - Mostrar a tabela periódica e discutir sobre os elementos, suas formas e como eles são encontrados na natureza;

Segundo momento (2 aulas)

Verificar a combinaç ão dos átomos para a

Átomos - Discutir sobre a necessidade de um e modelo representativo do átomo; molécula s - Apresentar o modelo molecular confeccionado e discutir sobre a junção


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formação das moléculas .

dos átomos na formação de moléculas; Disponibilizar para o (s) DV texto em Braille

Apresenta ra disposiçã o espacial das moléculas Terceiro momento (2 aulas)

Identificar no cotidiano a presença dos elementos estudados .

A química ea cidadani a

Solicitar aos alunos que tragam para a aula produtos e/ou materiais que apresentem a sua composição química. Serão formados grupos de 4 a 5 alunos que, após a identificação dos elementos químicos presentes nos compostos nos produtos. Após a indentificação dos elementos nos produtos, os grupos poderão trocar as embalagens para ampliar o conhecimento. Ao final, será feita uma apresentação pelos grupos dos elementos que conseguiram identificar. OBS: No fundamento do desenvolvimento do trabalho proposto está a busca por uma ação pedagógica que contribua para a postura crítica dos alunos, que percebam que são agentes históricos, e como tal, são agentes de transformação social.

AVALIAÇÃO A avaliação se dará durante todo o processo. A participação em grupo, a relação que eles farão da química com o cotidiano e a apresentação do trabalho ao final da sequência didática.


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4.3

QUADRO 4 CROMATOGRAFIA ADAPTADO Sequência Didática (SD) Título:

O Ensino da cromatografia através do material pedagógico adaptado numa perspectiva inclusiva

Público Alvo:

Alunos/as do segundo período do curso Técnico em Química

Problematização: Propor o ensino do conceito de Cromatografia para alunos videntes e Deficientes Visuais. Objetivos Gerais: Ensinar o conteúdo Cromatografia utilizando um Produto Pedagógico adaptado com o objetivo de proporcionar o aprendizado do conceito de Cromatografia para todos os alunos ( alunos DV e videntes). Conteúdos e Métodos Aula

Objetivos Específicos

Conteúdos

Primeiro - Identificar os - Métodos de momento principais Separação (duas métodos de horas) de separação; aulas) - Falar sobre o Cromatografia surgimento da cromatografia;

Dinâmicas - Exposição inicial do professor com perguntas a respeito do que o aluno conhece sobre métodos de separação e para que servem. - Apresentar os dois tipos de cromatografia (planar e coluna) e sobre a cromatografia líquida e gasosa. - Quais as vantagens e as desvantagens de cada uma?.

Conteúdos e Métodos Aula Segundo momento (três horas de aulas)

Objetivos Específicos

Conteúdos

- Relacionar - Apresentar as as partes do principais material partes do pedagógico cromatógrafo adaptado ao cromatógrafo líquido de alta eficiência.

Dinâmicas - Apresentar as partes do cromatógrafo adaptado (bomba, coluna, sistema de injeção, fase móvel e detector) que representa o original em Braille. -Investigar o conhecimento dos alunos a respeito de cada parte apresentada com perguntas como: Para que serve a bomba? A coluna é chamada de fase estacionária ou fase móvel? O que acontece dentro da coluna? Qual é o caminho percorrido pela amostra?.............................


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Conteúdos e Métodos Aula Terceiro momento (três horas de aulas)

Objetivos Específicos

Conteúdos

Dinâmicas

Demonstrar Corrida -Convidar um aluno vidente para na prática cromatográfica vendar os olhos e utilizar as mãos para como detectar a amostra (bolinhas esféricas funciona o de diferentes tamanhos) que caem em equipamento. suas mãos. -Pedir para ele explicar o que está acontecendo e se ele observou algo em relação as bolinhas. - Convidar um aluno não vidente para fazer a experiência e perguntar o que o mesmo observou. Apresentar os resultados da experiência.

- Professor: Explicar o que acontece, desde a injeção da amostra até a chegada da amostra no detector.

OBS: No fundamento do desenvolvimento do trabalho proposto está a busca por uma ação pedagógica que contribua para a postura crítica dos alunos, que percebam que são agentes históricos, e como tal, são agentes de transformação social. Avaliação: - A avaliação se dará no processo de explicação do produto e da participação dos alunos na experiência feita. Será pedido aos alunos uma descrição do equipamento trabalhado. Os alunos serão separados em 5 grupos de 7 alunos onde cada grupo ficará responsável em explicar na próxima aula uma parte do cromatógrafo adaptado, sendo elas (Bomba, Injetor, Coluna, Fase móvel e Detector). Referências Fonte: Própria Autoria.


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5

VALIDAÇÃO DO PRODUTO PEDAGÓGICO

Após a construção do Produto Pedagógico, é fundamental que seja feita a validação do mesmo por pares por professores . Ou também com um grupo menor de discentes que tenham o mesmo perfil do público alvo e tem como objetivo identificar e corrigir possíveis inconsistências no material que podem ser ordem conceitual, pedagógica ou mesmo inclusiva. É importande a elaboração de um questionário contendo os seguintes aspectos: visual, estético, pedagógico, conceitual químico e lúdico.


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6

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este manual é uma proposta de trabalho que foi realizada com êxito. Nela o professor tem a liberdade de adaptar à sua realidade de trabalho. Um aspecto importante desta projeto é o de realizar o trabalho de forma interdisciplinar. Uma vez que após a divisão dos grupos de trabalho na disciplina de Educação Especial, por exemplo, os alunos terão contato com orientadores de diversas áreas dentro da química. Como por exemplo: Química analítica, Química orgânica, Inorgànica, Geral,e outras mais. Desejo um bom trabalho e sucesso na possível replicação desta proposta em sua prática pedagógica.


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REFERÊNCIAS COLLINS, Carol H; BRAGA, Gilberto L.; BONATO, Pierina S. Fundamentos da Cromatografia. Campinas, SP. Editora Unicamp, 2006. DELIZOICOV, Demétrio. Et al. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2011. FELTRE, Ricardo Arissa. Fundamentos da Química. Vol. único. Editora Moderna, São Paulo, 2005. MANTOAN, M. T. E; SANTOS, M. T. T. Atendimento Educacional Especializado: políticas públicas e gestão nos municípios. 1ª Ed. – São Paulo. Moderna, 2010. SANTOS, E. S.; HENRIQUE, H. C. R.; FERNANDES, A. M.; SILVA, R. M. G. Produção e Desenvolvimento de Materiais Didáticos Digitais para o Ensino de Química: Uma perspectiva formativa. In: XV Encontro Nacional de Ensino de Química (XV ENEQ), Brasília- DF, 2010. TEIXEIRA, P. M. M. Educação científica e movimento CTS no quadro das tendências pedagógicas no Brasil. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências. v.3, n.1. 2003.


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