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três dedos de prosa

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RAFAEL GRECA

E o 3 Dedos de Prosa desta edição tinha que ser com nosso prefeito, Rafael Greca, que ama tanto Curitiba e é a sabedoria em pessoa! Uma conversa rápida, mas cheia de dicas e conteúdo!

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RAFAEL GRECA

gastronomia

Aprecio toda a “comida de verdade”. Alimentos puros, não processados. Do caldinho de feijão a um cordeiro assado servido com farofa e molho de menta. De ovos fritos a risoto de camarões salpicados de queijo parmesão. Uma vez em Brasília, a jornalista Delis Ortiz, da TV Globo, me pediu que cozinhasse diante das câmeras quando fui deputado federal e era ministro do presidente Fernando Henrique Cardoso. Fiz minha especialidade: omelete verde e amarelo salpicado de salsinha. Numa casa como a que vivi, com a família de minha mãe, rodeado de tias, por óbvio, fui criado longe da cozinha. Só sempre fui bom de garfo. Adoro o Ile de France, que mantém um clássico da culinária curitibana. Gosto do Bar do Victor de Santa Felicidade, onde a Silmara nos enche de mimos. É impecável a churrascaria Badida, bem como a Batel Grill, onde o Cristiano se desdobra em atenções. Compro pães na padaria América, na Trajano Reis com Carlos Cavalcanti, ao lado da Igreja Luterana, como faziam meus pais e meus avós. O padeiro Bruda Engelhardt nos ensinou o gosto alemão de Curitiba, nas broas que ainda assa seu neto Eduardo. Adoro comida japonesa. Gosto do Kenji Sushi Bar, nas Mercês, onde a proprietária, alemãzinha da família Hey, honra seu marido japonês vestida de gueixa. Acho impecável o Armazém do Pepino, na Rua Henrique Itiberê da Cunha, no limite do Bom Retiro com o Pilarzinho. As conservas eslavas me recordam delícias da minha mãe. Insuperável, mas que só tem lá em casa, é o suflê de goiabada com creme azedo, receita que aprendi da cosmopolita nossa amiga Glorinha Trussardi Severiano Ribeiro.

turismo

Roma. Onde Margarita e eu já fomos mais de 40 vezes, é sempre eterna e inesquecível. “Temos Amor a Roma, para nós Roma é Amor”. Gosto de ficar no Hotel Minerva, de fronte ao Elefantinho de Bernini, no Bairro do Pantheon. Roma é resumo do mundo.

Margarita e eu adoramos a Índia, que conhecemos em profundidade. É o país onde camelos e elefantes são táxis. “Sadhus, homens santos, anteveem o futuro e conhecem os mistérios da existência”. Monumentos ali recordam palavras de Sherazade pronunciadas em ambientes perfumados de almíscar, lamparinas bruxuleantes, lembranças das 1001 Noites. O Rio Ganges é fronteira entre a vida real e a eternidade. A cordilheira do Himalaia é umbral do céu infinito.

No Brasil, amamos a natureza, do Rio de janeiro à Amazônia, da ensolarada Bahia ao nosso Paraná, seja a sombra das araucárias, onde piam as curucacas, seja junto às Cataratas do Iguaçu, umas das sete maravilhas do mundo. A vida selvagem, as onças do Pantanal e as nossas matas são memória e fascínio. Ainda não fui, mas apreciaria já ter ido para a China, colosso amarelo, berço da sabedoria, do Win Yang, terra dos mestres Confúcio e Lao Tsé, pátria da seda, do macarrão e da porcelana. Horizonte da grande muralha ainda a ser transposto.

cultura

Sou leitor inveterado. Estou terminando de editar o livro Movimento Paranista, do professor Teixeira Leite, crítico de arte nacional a quem pedi que documentasse a saga de João Turin e seus companheiros.

Em paralelo, estou lendo as Memórias de Fernanda Montenegro e a biografia de Leonardo Da Vinci. Os clássicos estão sempre comigo, elevam nossas almas em tempos rasos como os que atravessamos. Temos sempre a companhia, Margarita e eu, da Divina Comédia, de Dante Alighieri, da História Universal da Infâmia, de Jorge Luiz Borges, das poesias de Fernando Pessoa e dos versos épicos de Camões em os Lusíadas. Destaco um livro editado na Catalunha do Ivo Forneza Rebés, primo da Margarita, escritor e editor, que nos presenteou com o exemplar número 30 de sua obra “Los Asuntos Del Agua” que tem apenas 75 exemplares para o mundo todo. Um luxo e uma realidade.

Quando podemos, aproveitamos filmes na Netflix. Nesta temporada, indicamos a produção britânica “Anatomia de um escândalo”. Nós somos nós mesmos e nossa imaginação. Isso multiplica os prazeres da vida.

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