Rock Brasil anos 80

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W i lla me A l ve s - F l am i r A m b r 贸 s io - Se basti茫o Mar qu e s - G il son N unes






Todos os direitos reservados. Copyright © 2011, Editora Record. Capa e projeto gráfico: Flamir Ambrósio Preparação dos originais e revisão: Willame Alves e Sebastião Marques Diagramação: Willame Alves, Flamir Ambrósio e Gilson Nunes Pesquisa de imagens: Willame Alves e Gilson Nunes Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Ambrósio, Flamir Rock Brasil Anos 80 / Ambrósio, Flamir; Nunes, Gilson; Marques, Sebastião; Alves, Willame. - 1ª edição. -- Rio de Janeiro : Record, 2011 Livro Acadêmico para Projeto Integração de Competências Editoriais Universidade Estácio de Sá

ISBN: 978-85-263-0967-8 1. Rock Brasil - História - Anos 80 2. Rock - Bandas - Biografia - Acadêmico I. Ambrósio, Flamir II. Nunes, Gilson III. Marques, Sebastião IV. Alves, Willame.

CDD: 869-8

Indíce para catálogo Sistemático: 1. Acadêmico : Rock Brasil : Música : História : 869-8 Editora Record Rua Argentina, 171 - Rio de Janeiro , RJ -20001-970


` Epigrafe

“Na virada da década , com a anistia e a abertura política, a música brasileira mudou. Com dez anos de atraso começa a nascer o rock brasileiro - não como um gênero musical, um ritmo, mas como um movimento artístico, uma música de geração, de atitude, de massa, só possível na semiliberdade da lenta redemocratização.” Nelson Motta no livro “Noites Tropicais”


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` Sumario

Prefácio | pág. 9 CAPÍTULO I O Brasil e o mundo nos anos 80 | pág. 11 CAPÍTULO II Influências Internacionais | pág. 19 CAPÍTULO III Rock Brasil | pág. 25 CAPÍTULO IV Rock In Rio | pág. 37 CAPÍTULO V Bandas | pág. 45 Legião Urbana | pág. 47 Paralamas do Sucesso | pág. 61 Barão Vermelho | pág. 77 Referências Bibliográficas | pág. 93 Índice Remissivo | pág. 94



` Prefacio

companhando as tendências mundiais o rock and roll aportou no Brasil ainda nos anos 50 e nos anos 60 com a Jovem Guarda, o ritmo difundiu-se e tornou-se nacionalmente popular através de versões ingênuas para o português de sucessos estrangeiros apreciados por jovens bem comportados. Os anos 70 ficaram conhecidos como os anos de chumbo. O rock torna-se um poderoso elemento na cultura de massa sacudindo comportamentos sociais através da Tropicália que fazia uma antropofagia cultural, absorvendo elementos externos e combinando com a nossa cultura, universalizando assim o conceito de arte. Foi um expoente de resistência à forte repressão dos direitos civis da época, sobrevivendo sufocado por uma ira contida. Na década de 1980 o rock teve seu último grande estouro com o aparecimento de dezenas de bandas nacionais que dominaram a cena musical no Brasil. Era o fim da ditadura militar com a abertura democrática, a campanha Diretas Já, a eleição indireta de Tancredo Neves e sua morte, a posse de José Sarney e o Plano Cruzado. Bandas com perfil rebelde, sacudiram o país de norte a sul, rompendo de vez com as amarras do sistema impostas aos filhos da Revolução, palavras raivosas foram ditas numa voracidade crua sem filosofias ou compromissos, e por isso mesmo traduziam um real sentimento, escancarar a realidade. Um notável mar de verdades certeiras influenciaram os jovens que passaram a compor e a cantar em seu próprio idioma o ritmo que mais curtiam o Rock and Roll, trazendo de volta ao topo das paradas nacionais, a língua Portuguesa.

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As bandas nacionais despontavam e ocupavam cada vez mais espaço na programação das rádios, nos programas de auditório na TV e até no cinema. Eram ousadas, contestadoras e geograficamente dispersas. Esse movimento ficou conhecido como Rock Brasil, que também foi chamado por Nelson Motta de BRock. O sucesso rápido e sem limites foi grande inimigo das bandas, causando brigas, separações e o fim de muitas. No final dos anos 80 houve a volta da inflação com nova troca de moedas de Cruzado para Cruzado Novo. No início da década de 1990, com a era Collor, novos planos econômicos e novas mudanças de moedas de Cruzado Novo para Cruzeiro, o confisco da poupança, as mortes de Cazuza e Raul Seixas, o domínio da música sertaneja na mídia que causou protestos e reclamações, a explosão do Axé Music influenciando o surgimento de vários grupos de Pagode. As letras não eram mais contestadoras nem questionadoras mas a semente já havia sido plantada e em breve floresceriam novos frutos.

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O Brasil e o Mundo nos anos 80


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s anos 80 foram um período marcante para a história do século XX segundo o ponto de vista dos acontecimentos políticos e sociais. É considerada como o início da idade da informação. A moda e os cortes de cabelo eram de gosto duvidoso mas a música, o cinema, os videogames e a globalização da cultura pop mudaram estilos de vida e formas de fazer negócios e aproximaram culturas enquanto que o fim da guerra fria, o avanço da AIDS e o culto

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ao corpo e à juventude que caracterizariam a “geração saúde” transformariam o comportamento e as atitudes no Brasil e no mundo. Mundo anos 80 Foi nessa década que o mundo teve seu maior avanço tecnológico, especialmente na área da informática. Hoje quase todos os recursos que usamos foram testados e consolidados neste período. Desenvolvido o IBM PC e o Apple Macintosh e as primeiras interfaces gráficas: o XFree86,


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Windows e o MacOS; desenvolvimento do CD; Popularização dos BBSs; Popularização e início da fabricação dos computadores pessoais, ou PCs, walkmans e videocassetes; início do Software Livre (Projeto GNU, Free Software Fundation), a Sega e a Nintendo monopolizavam a indústria dos consoles e videogames onde vários jogos produzidos tornaram-se populares e fazem sucesso até hoje; a descoberta da AIDS; o lançamento da estação espacial MIR, da União soviética, o atentado contra o Papa João Paulo II e na política, a eleição de Ronald Reagan nos Estados Unidos da América e de Margaret Thatcher no Reino Unido marcariam toda a década de 80 e traçariam a política que hoje é apanágio

da maioria dos países capitalistas. Merece destaque também, principalmente pela cobertura e importância dada pelos veículos de comunicação, o casamento do Príncipe de Gales, de 33 anos com Lady Diana Spencer, de 20 que futuramente, como “Lady Di”, se tornaria uma das mulheres mais famosas e adoradas do mundo mesmo após a separação que causaria escândalo no Reino Unido. O advento de “geração saúde” se tornou uma das manias da época. Não só a cultura das academias de ginástica, mas também o uso de peças de roupas esportivas entraram na moda. No cinema, a década de 80 é considerada a “era do blockbuster”, dominada por Spielberg, Lucas, filmes juvenis e ainda alguns grandes filmes de policiais e gângs-

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O B rasil teres, temáticas ligadas a guerra do Vietnã e principalmente ficção científica. Não se pode esquecer o fim da guerra fria, que por anos deixava o planeta à beira do apocalipse nuclear. O desmoronamento do comunismo na Europa Central e Oriental, começou na Polónia e na Hungria e com um êxodo maciço da sua população do leste europeu para o ocidente, tornou Berlim, a cidade alemã dividida, o centro do palco que trouxe o fato mais marcante dos últimos tempos: a queda do muro de Berlim, que unificaria as duas “Alemanhas” (Ocidental e Oriental) após mais de 40 anos de separação. 3

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No Brasil Os anos 80 foram marcados por uma intensa participação popular. Era a retomada das grandes manifestações de massa. Multidões ganharam as ruas após muitos anos de silêncio, anos de repressão aos movimentos sociais, advindos da ditadura militar. No inicio da década pipocaram muitas greves pelo país a fora, porém a que marcou o cenário e influenciou outras pelo Brasil afora seria a greve dos trabalhadores do ABC paulista realizada pelos trabalhadores das montadoras de automóveis daquela região. Os metalúgicos fizeram escola e muita historia com o surgimento de um novo sindicalismo apresentada ao país na figura de Lula. O sinal fechado do período de repressão começava a abrir e o país redemocratizavase conquistando direitos civis e políticos , a censura tornava-se mais branda, a possibilidade de eleições diretas para presidência e

1 O mundo testemunha a “Era do Blockbuster” nos cinemas 2 Surge o PC 3 A queda do muro de Berlim


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a liberdade de expressão levavam uma nova geração a colocar a cara de fora em busca de espaço. As lideranças culturais e políticas deflagraram o movimento das “Diretas já” em 1983 e 1984, empolgando o país com a campanha pela eleição direta para presidente da República, mas o Congresso não teve coragem para aprová-la : ainda com eleições indiretas, Tancredo Neves foi eleito em janeiro de 1985; simbolizou essa vitória a vontade da sociedade civil contra o candidato dos militares e a retomada do respeito à vontade popular; lamentavelmente Tancredo adoeceu, vindo a falecer sem tomar posse causando imensa comoção popular; assumiu o vice José Sarney. Na economia o país conviveria com diversos planos econômicos de promessas mirabolantes mas pífios resultados: Plano Cruzado em 1986, Plano Cruzado II em 1987 e Plano Bresser no mesmo ano: evidentemente tantas mudanças conceituais desestabilizaram a economia e a grande maioria das empresas foi prejudicada; a inflação atingia 365% ao ano sem perspectivas de diminuição. Em 1988 foi promulgada nova Constituição ratificando definitivamente o estado de

direito no país: apesar da euforia da maioria da população, anos mais tarde comprovouse na Carta Magna um desequilíbrio de “benefícios” e “obrigações”com o terrível aumento das contas “a pagar” do governo e muitos crírticos passaram a chamar os anos 80 de “a década perdida” pelos avanços que o Brasil deixou de fazer nas áreas social e econômica. Na política ainda houve um grande acontecimento encerrando a década, a primeira eleição direta para presidente da república após de mais de 20 anos que bem ou mal, no final foi uma vitória dos despolitizados e da televisão, mas ainda assim, foi uma década onde a nação brasileira viu renascer a democracia no solo brasileiro pelas mãos de seu povo. Por outro lado, se a política caminhava em direção a uma maior abertura, a liber-

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O B rasil dade sexual trilhava o caminho inverso: Frutos da revolução sexual dos anos 60, os jovens de então se depararam com o alastramento do vírus da AIDS. No esporte, o país se destaca no cenário internacional: No futebol, o Brasil perde a Copa de 82 com uma das melhores seleções dos últimos tempos; no automobilismo, Nelson Piquet torna-se três vezes campeão mundial de fórmula 1; Ayrton Senna estréia em 1984 e torna-se a nova sensação do esporte e Emerson Fittipaldi vence as 500 milhas de Indianápolis em 5 1989; nos Jogos Olímpicos de 1988 em Seoul, o judoca Aurélio Miguel consagra o judô no país com a medalha de ouro na competição. Com maior liberdade diante da censura do Estado os artistas vivem um momento de efervescência criativa, onde a música brasileira começa a mudar. Compositores e cantores já consagrados em outras déca-

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das da MPB continuaram a brilhar nos anos 80: Chico Buarque, Caetano Veloso, Tom Jobim, Djavan, Gonzaguinha, Toquinho, Milton Nascimento, Tim Maia, Roberto Carlos, Gal Costa, Beth Carvalho, Alcione, Paulinho da Viola, Ivan Lins, Simone, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Edu Lobo, Martinho da Vila, Jorge Ben, Fafá de Belém, Rita Lee, Baden Powell e muitos outros. Nesta época acontece o primeiro Rock in Rio, é inaugurado o Sambódromo na cidade do Rio de Janeiro em 1984, as danceterias explodiam em cada canto do país, shows aconteciam todos os dias, com lotação máxima; as televisões também abriram grande espaço para todos os novos artistas de uma forma nunca antes vista. O parque editorial começou a se diversificar com publicações voltadas

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4 O país pede “Diretas Já’” 5 Manifestações populares marcaram a década


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para as mulheres, para os homens de negócio, para as crianças, para os jovens que se divertiam nas festas e nas danceterias, despretensiosos e menos ansiosos com quaisquer outras preocupações. Agora as roupas eram extravagantes, os cabelos fora do usual e a juventude criava novos recursos para se manifestar usando uma linguagem nova que cerca seu cotidiano. A informação ainda não era tão acessível. A televisão acabava de entrar na era dos vídeoclipes e novos grupos país tocavam na rádio Fluminense e no Circo Voador, ambos no Rio de Janeiro, e apresen6 tavam-se em programas de auditório como o Cassino do Chacrinha, da Rede Globo. A indústria fonográfica também foi favorecida pelos planos econômicos e a vendagem de discos impulsionou o mercado nacional musical consolidando, assim, o rock com a cara do país pois para as gravadoras era mais barato e rentável

contratar uma banda a continuar bancando os velhos “medalhões” da MPB. Evidentemente os movimentos culturais brasileiros nesse período foram influenciados pelas dificuldades da economia e da educação que então iniciou um processo de forte declínio com a criação desenfreada de escolas e cursos de baixa qualidade. Com a grande explosão da mídia nos anos 80, principalmente TV e rádio, quando praticamente todas as residências possuíam pelo menos um receptor de rádio e de TV, a divulgação das novas músicas tornou-se muito mais rápida e eficaz, tendo como conseqüência, no final da década, grande disseminação de músicas de má qualidade o que acabou empobrecendo a música e a cultura nacional para a década que começava. 6 Cassino do Chacrinha, um dos programas mais populares da TV nacional na época

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^ Influencias Internacionais


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rádio e principalmente a televisão se consolidaram como os principais meio de disseminação de cultura pop no mundo todo nesse período marcado também por grandes concertos musicais pelo mundo. Um dos mais marcantes e que uniu música e comunicação nessa década foi o “Live Aid” juntando os principais artistas de destaque no cenário internacional com o objetivo de arrecadar fundos em

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prol dos famintos da Etiópia e que foi uma das maiores transmissões em larga escala por satélite e de televisão de todos os tempos. Logo depois, foi a vez dos Estados Unidos fazerem a mesma coisa, com a música/ projeto “We Are The World”, gravada por um elenco estelar chamado USA For Africa, que também juntou uma boa soma para assistência aos necessitados. No rock, o punk surgido no final da década anterior, se renovaria, mais acelerado e intenso (como no hardcore). O hard re-


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80 cebe novas influências, com batidas mais fortes e sons de guitarras mais pesados, o que trouxe ao público um dos gêneros musicais mais populares da década: o heavy metal, que, na sequência, também gerou inúmeras vertentes ainda mais rápidas e pesadas, como o thrash metal, speed metal e o black metal. Alguns exemplos que se consagram na década neste gênero foram as bandas Iron Maiden e Judas Priest na versão clássica do heavy metal e os grupos Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax, no trash metal. Conservando as raízes do hard rock, também merecem destaque os longos períodos de sucesso que tiveram as bandas Bon Jovi, Van Halen, AC/DC, Guns N’ Roses, Def Leppard, Whitesnake e Scorpions no decorrer dos anos 80. Outras Inúmeras bandas de rock e pop estouraram nos anos 80: Dire Straits, A-ha, Supertramp, U2, The Police, The Smiths, The Cure, Queen, Pet Shop Boys, Duran Duran, Simple Minds, B52’s, etc. Os anos 80 são conhecidos também como a década da música eletrônica. Nesta época, o New Wave e o Synthpop se tornam os gêneros musicais mais vendáveis

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^ I nfluencias

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e populares, assim como toda a estrutura da Dance Music. Surge a MTV e o hip hop; advento da música eletrônica nas pistas de dança e as primeiras raves. No underground é criado o rótulo “música industrial” para bandas eletrônicas mais experimentais e obscuras, além do surgimento de diversas bandas de rock “alternativo” como Sonic Youth, R.E.M. e Pixies que dariam origem ao grunge na década de 1990. Foi nessa época também que surgiu a vertente da música que mais originou variantes, a House music. Inspirada em experimentações sobre batidos dos anos 70, principalmente a disco music.

internacionais

1 Robert Smith do The Cure 2 U2, uma das mais populares bandas da década 3 Madonna, polêmica e ícone fashion

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Em 83 surgiu no underground a subcultura gótica na Inglaterra, denominada incialmente como “Dark” no Brasil sendo esta derivada do gênero pós-punk. Dentre os artistas mais carismáticos, destacam-se Michael Jackson e seu “moonwalk” com o álbum Thriller, o mais vendido da história, e que também inventou o videoclipe moderno, e suas contrapartes femininas Madonna e Cyndi Lauper que foram os principais ícones fashion da época; Tina Turner se

consagraou como rainha pop com apresentações eletrizantes ao redor do mundo. Outros cantores que se destacam foram Janet Jackson, Boy George, Lionel Richie, David Bowie, Whitney Houston, Paula Abdul, Prince, Billy Idol, Bruce Springsteen, George Michael entre outros.

4 Michael Jackson, inventando o clipe moder-

no com os efeitos especiais e coreografias de “Thriller”

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rock brasileiro da década de 80, também considerado por muitos como pop rock nacional dos anos 80, foi um movimento musical que surgiu já no início da década. Ganhou até mesmo um apelido, o BRock, dado por Nelson Motta. É caracterizado por influências variadas, indo do new wave, passando pelo punk e o próprio conteúdo pop emergente do final da década de 70. Ainda assim, em alguns casos, tomou por referência ritmos

como o reggae e a soul music . Suas letras falam na maioria das vezes sobre amores perdidos ou bem sucedidos, não deixando de abordar é claro algumas temáticas sociais. O grande diferencial das bandas deste período era a capacidade de falar sobre estes assuntos sem deixar a música tomar um peso emocional ou político exagerados. Fora a capacidade que seus integrantes tinham de falar a respeito de quase tudo com um tom de ironia, outra característica marcante do movimento. Outra particula-


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ridade típica foi o visual próprio da época; cabelos armados ou bastante curtos para as meninas, gel, roupas coloridas e extravagantes para os meninos e a unissexualidade de tudo isso, herança direta do Glam Rock de Marc Bolan, David Bowie e seus discípulos, como o Kiss e The Cure. Com o rock básico e os cabelos curtos e espetados da new wave (que substituía na Inglaterra e nos Estados Unidos o rebuscamento e o peso dos cabeludos), a renovação do Rock Brasil começa a se processar logo no início da década. Antenado com aquelas novas tendências, o jornalista e discotecário Júlio Barroso fundou a banda Gang 90, que trazia no seu bojo as Absurdetes (ou seja, as vocalistas Alice Pink Pank,

May East, Lonita Renaux e Luísa Maria). O estouro se deu no Festival MPB Shell de 1981, quando apresentaram o reggae Perdidos na Selva, cuja letra falava de um improvável acidente de avião com final feliz e reproduzia a linguagem e as referências dos filmes B e das histórias em quadrinhos. Era só uma mostra do que estaria por vir no ano seguinte, aquele em que o rock enfim configuraria um movimento cultural no Brasil. Assim como a Gang 90, os atores do grupo teatral carioca Asdrúbal Trouxe o Trombone experimentavam um enfado com a caduquice e o excesso de seriedade da música brasileira. Numa temporada dividida com Marina Lima no Teatro Ipanema, em idos de 1981, o asbrúbal Evandro Mesquita e o baterista Lobão (ex-Vímana, banda que tinha ainda entre seus integrantes Lulu Santos e Ritchie) tiveram a idéia de montar uma banda de rock teatral chamada Blitz, que se tornou a contrapartida da Gang 90 e as Absurdettes. A banda estorou no país todo com seu grande sucesso “Você não soube me amar”, de 1982. Lo-

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R ock B rasil bão deixou o grupo logo após a gravação do primeiro disco e começou uma das mais importantes carreiras do rock brasileiro, de um artista sempre inconformista. Liderada então por Evandro Mesquita, a Blitz tinha como característica marcante as performances teatrais no palco, que se tornaram grandes brincadeiras responsáveis pela animação coletiva do público que comparecia aos shows. Mas não eram apenas apresentação musicais: envolviam música e muita interpretação, o que tornaria o show da banda um referencial de espetáculo para os músicos que começavam a surgir. O sucesso da banda 2 foi a porta de entrada para outras bandas que ensaiavam escondidas em suas garagens. Nesse ano de surgimento da Blitz ainda apareceriam mais autores de alta relevância no Rock Brasil. Passada uma fase Nostradamus, Eduardo Dusek embarcou em uma viagem rock, no disco “Cantando no Banheiro”, gravado com uma banda carioca que seguia o estilo de rock dos anos

50, com muito bom humor: João Penca & Seus Miquinhos Amestrados. Entre seus integrantes, havia um irreverente goiano com uma mão muito boa para a composição: Léo Jaime, que escreveu o grande sucesso de “O Rock da Cachorra”. Os Miquinhos seguiriam depois sem Dusek e sem Léo, que iniciou uma carreira solo repleta de sucessos, como “Sônia”, “O Pobre e As Sete Vampiras” e “Fórmula do Amor”. Nesse período ainda se viu a estréia em LPs do “hitmaker” e ex-Vímana Lulu Santos (que estourou a faixa-título, Tempos Modernos), além do nascimento, em Niterói, da Rádio Fluminense, grande divulgadora das fitas demo e discos das novas bandas de rock. Os shows no Circo Voador no Rio de Janeiro, inaugurado na praia do Arpoador e transferido para a Lapa em seguida, se tornaram o berço de várias bandas

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1 Blitz no programa do Charcrinha; 2 Circo Voador;


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que estouraram naquela época. De tantas bandas, as que tiveram mais destaque (e continuam tocando e fazendo relativo sucesso até hoje) são os Paralamas, Kid Abelha e Barão Vermelho. Estas últimas remanescentes reúnem muitas das características do rock daquela geração. Os Paralamas do Sucesso, por exemplo, apostaram na mistura do rock com reggae e ritmos africanos, exemplificado nas faixas do disco “Selvagem?”, de [1986] especialmente em “Alagados” e “A Novidade”. Tudo isso, adicionado a um apelo pop influenciado pelo rock inglês da época, formou um tipo de som considerado revolucionário ao público e crítica daqueles anos. A banda também mostrou, principalmente no disco anterior,“O Passo do Lui”, muitas influências da banda inglesa “The Police”. O Kid Abelha apostou mais no som com influências do pop, da new wave e da jovem guarda. Músicas como “Por Que Não Eu?”, “Como Eu Quero”, “Pintura Íntima” e “Fixação” são seus exemplos mais vivos. Já o Barão Vermelho fixou-se no rock mais tradicional, aliado à força das letras

poéticas do vocalista Cazuza. Em seus primeiros passos como uma banda, no começo da década, suas influências diretas eram o blues e o rock’n roll clássico dos Rolling Stones. Canções como “Maior Abandonado”, “Bete Balanço” (ainda com Cazuza na banda) e “Pense e Dance” (com Roberto Frejat assumindo os vocais depois da saída de Cazuza em carreira solo) são algumas das mais marcantes dessa geração. Uma fusão de MPB com a música pop internacional também ganhou espaço no rádio. Eduardo Duzek, Marina Lima, Lulu Santos, Lobão e Ritchie foram os principais representantes dessa tendência.

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R ock B rasil As bandas cada vez mais apareciam em programas de auditório na TV e até no cinema, com o filme “Bete Balanço”, com música-tema do Barão Vermelho. Se até então o Rock Brasil tinha uma cara romântica e idealista, iria mudar a partir de janeiro de 1985, graças a um evento: o Rock In Rio, 10 dias de muito som num terreno na Barra da Tijuca no maior concerto de rock de todos os tempos, com um público aproximado de 1 milhão e meio de pessoas. Ao lado de grandes nomes da música mundial da época, como Queen, Iron Maiden, Ozzy Osbourne, Scorpions, Yes, AC/DC, entre outros, estavam artistas consgrados da MPB e a nova rapaziada: 4 Blitz, Barão Vermelho, Os Paralamas do Sucesso, Lulu Santos e Kid Abelha. No maior palco de suas carreiras iniciantes, as bandas não tremeram na base. O resultado foi que o rock entrou de vez na música brasileira, as bandas internacionais incluíram o Brasil em suas turnês

e os nossos roqueiros aprenderam muito com verdadeiros profissionais da música. O jovem público viu as bandas nacionais fazerem bonito junto aos ídolos estrangeiros e ainda presenciaram a eleição de Tancredo Neves como o primeiro presidente civil do país desde o golpe militar de 1964. O Rock Brasil emergiu desde então, com um jeito ousado, contestador e geograficamente disperso. Paralelamente, em São Paulo explodia o movimento punk, no festival O Começo do Fim do Mundo, com bandas furiosas como Inocentes, Ratos de Porão, Cólera e Olho Seco. A cidade que era sacudida simultaneamente pelos punks e pelo movimento de vanguarda musical (de Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Rumo, Premeditando o Breque e Língua de Trapo) teve também algumas bandas que

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3 Kid Abelha e Os Abóboras Selvagens; 4 Lulu Santos


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tiveram importante papel no cenário que havia se formado. Algumas das principais referências vindas deste estado eram Ultraje a Rigor, RPM, Titãs, Ira!, Zero, Metrô e Magazine (do vocalista Kid Vinil). Sem esquecer da cena independente representada por Fellini, Smack, Voluntários da Pátria, Akira S E Garotas Que Erram, e Mercenárias, muitas delas lançadas pelo selo Baratos Afins, criado por Luiz Calanca, antecipando em pelo menos 10 anos a realidade dos pequenos selos que ajudaram a fazer o rock alternativo um fenômeno. IRA! e os Titãs trilharam caminhos parecidos (embora estes últimos tenham começado com uma proposta mais popular, quase “brega” e com o nome “Titãs do Iê Iê Iê”). Ambas tiveram como característica os altos 6

e baixos nos números de vendas de discos. Além disso, uma curiosidade que liga especialmente as duas bandas: em 1985, Titãs e IRA! trocam de bateristas, saindo Charles Gavin do IRA! e indo para os Titãs, e André Jung fazendo a trajetória inversa. O Ultraje a Rigor, a exemplo do Barão Vermelho no Rio de Janeiro, apostou todas as fichas na força do puro rock’n roll. Mas as duas bandas tinham uma grande diferença. Enquanto a banda liderada por Cazuza e Roberto Frejat calcava a carreira


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cada vez mais na seriedade de suas letras (que questionavam, entre outros assuntos, as condições da sociedade da época), a banda liderada por Roger Moreira falava destes problemas com ironia e um deboche escrachado. Músicas como “Inútil” – citada até pelo político Ulisses Guimarães na época das “Diretas Já” – viraram hinos da juventude bem humorada e cansada dos tempos difíceis da ditadura, tanto pelo aspecto econômico quanto por outros problemas que cresceram no país, durante os anos 80. Curiosidade: o riff de guitarra de “Inútil” foi composto pelo guitarrista da banda na época, Edgar Scandurra, que de-

pois se tornaria guitarrista e principal compositor do IRA!. São Paulo trouxe à tona também o maior fenômeno de vendas das bandas dos anos 80. O RPM, liderado pelo carisma do vocalista Paulo Ricardo, quebrou recordes de vendagens de discos e de shows no país, em um fenômeno nunca antes visto em terras brasileiras. Faixas como “Rádio Pirata”, “Louras Geladas”, “Olhar 43” e “A Cruz e a Espada”, do primeiro disco da banda, “Revoluções Por Minuto”, foram sucessos em rádios de todo o Brasil. Para aproveitar o sucesso, um ano depois do primeiro disco eles lançam “Rádio Pirata Ao Vivo”. As versões ao vivo de músicas já consagradas do primeiro álbum, mais faixas inéditas (“Alvorada Voraz”) e covers (“London London”, de Caetano Veloso) agradaram em cheio o público, fazendo com que o álbum vendesse 2,2 milhões de cópias. As características da banda são baseadas na mescla de teclados, sintetizadores, guitarras e baterias eletrônicas em alguns momentos, aliados

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5 Ultraje a Rigor; 6 Titãs; 7 RPM


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ao vocal carismático de Paulo Ricardo, que virou símbolo sexual da época. O Rio Grande do Sul, apesar de afastado do eixo Rio – São Paulo, revelou bandas importantes do cenário rock dos anos 80. Os destaques foram as bandas Engenheiros do Hawaii e Nenhum de Nós. Também estouraram bandas gauchas de rock como TNT, Taranatiriça, Cascavelletes, Os Replicantes, Os Eles, Bandaliera, Garotos da Rua, DeFalla. Os Engenheiros do Hawaii surgiram para o país com o disco “Longe Demais das Capitais”. As letras do vocalista Humberto Gessinger chamaram a atenção pela crítica ácida aos padrões da sociedade da época e, durante os discos seguintes da banda, arrebanharam milhões de fãs fiéis em todo o país. A característica principal da sonoridade dos Engenheiros era o entrosamento dos três integrantes sempre misturando o rock com as sonoridades tradicionais gaúchas, do estado do Rio Grande do Sul assim como o Nenhum de Nós que tinha também influências de rock inglês e música folk americana e obteve sucesso com músicas como “Camila, Camila” e “Astronauta 8

de Mármore”, uma versão de “Starman” do roqueiro inglês David Bowie. Em Brasília já existia um circuito de bandas. Tudo começou com o Aborto elétrico (1980), banda formada por Renato Russo (voz e guitarra), Fê Lemos (bateria) e seu irmão Flávio Lemos (baixo). Quando o Aborto


R ock B rasil se separou, suas músicas ficaram divididas entre Legião Urbana e Capital Inicial que junto a Plebe rude se tornaram famosas. Da Bahia surgiu a banda Camisa de Vênus, liderada por Mar9 celo Nova, amigo e sob nítida influência de Raul Seixas, e também do punk rock inglês. Havia muita resistência das gravadoras ao nome da banda, considerado de difícil divulgação. Seu principais sucessos são “Simca Chambord”, “Sílvia Piranha”, “Eu não matei Joana D’Arc”. É difícil achar o ponto exato que marcou o fim dessa fase do Rock Brasil, mas sem dúvida as motivações de vários ídolos do momento mudavam. Um dos fatos marcantes desta mudança foi a saída de Cazuza do Barão Vermelho para seguir uma bem sucedida carreira solo, mas com descoberta da doença do poeta do rock, ficou muito claro que a me10

lancolia e o pessimismo haviam vencido a euforia dos primeiros anos e as bandas de sucesso da época mostraram isso. O Hojerizah, emplacava a soturna “Para os que Estão em Casa”, Kiko Zambianchi cantava seus “Primeiros Erros” e Lobão cantava que “O Rock Errou”. A irreverência ainda resistia nas vozes do trio Inimigos do Rei, de onde sairia o músico pop Paulinho Moska. Os Heróis da Resistência, de Leoni, exilado do Kid Abelha, voltavam a uma temática impessoal, de amores doloridos e dublês de corpo sem rosto. Os missionários pagãos do Uns e Outros davam seu último respiro em busca da criatividade perdida. Enquanto isso, o Finis Africae e o

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8 Engenheiros do Hawaii;

9 Capital Inicial; 10 Camisa de Vênus;


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repaginado Paralamas apontavam o rumo da nova década: a fusão de ritmos. De 1988 em diante, o Rock Brasil experimenta um refluxo, com uma dificuldade cada vez maior das bandas de recuperar os níveis de vendagem e execução que foram impulsionados no ano anterior graças ao sucesso inicial do plano Cruzado e a explosão de consumo no país. Discos clássicos continuam a ser lançados, porém: caso de Ideologia, em que Cazuza, já infectado pela Aids, começa a refletir sobre sua própria condição e sobre o país. Também em 88, aos 16 anos de 11 idade, Ed Motta chegou com pinta de veterano, injetando funk e soul no Rock Brasil, no disco de estréia com a banda Conexão Japeri. A Legião Urbana viu o reverso da moeda do sucesso em show no Estádio Mané Garrincha em Brasília com confusões que levaram a interrupção da apresentação e confusão entre polícia e público, fato que levaria a ban-

da a uma mudança refletida no disco “As Quatro Estações”. Em 1990, Cazuza morreu em pleno momento de mudanças do gosto musical popular: auge dos sertanejos, aos quais se seguiriam os pagodeiros, os grupos de axé e de forró, e por fim, desembocariam na moderna música brasileira. Cazuza dividira em duas as fases do BRock, era o paradigma da geração dos jovens do pós-ditadura: a mistura bombástia de libertarismo e falta de ideologia. Atualmente há um movimento de retorno à ativa de algumas bandas do BRock mesmo que apenas para shows. O saudosismo do público com os artistas daquela época colabora para que a “onda anos 80” esteja mais forte do que nunca, marcando inúmeros lançamentos de coletâneas, remasterização de discos, livros sobre a época e sites de discussão na Internet.

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11 Renato Russo e Cazuza ;


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m janeiro de 1985, não havia como escapar do barulho. Os telejornais se fartavam com imagens como a do guitarrista Angus Young, líder do AC/DC, mostrando o traseiro entre um solo e outro; exibiam à exaustão o figurino multicolorido dos grupos de new wave. Muito do que era inédito, superlativo em um festival de rock ficou para trás desde que, há 25 anos, armou-se numa ainda quase selvagem Barra da Tijuca o circo

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do Rock in Rio. A força do evento e de sua surpreendente reunião de grandes nomes da música, no entanto, alçaram a marca à estratosfera do show business internacional. E, se não foi possível, como previa o empresário Roberto Medina, repetir a dose em 1986, 1987 e 1988, pelo menos mais duas edições do festival já ocorreram na cidade. E o Rock in Rio tornou-se grife capaz de transferir prestígio para concertos em Portugal e na Espanha – reproduzindo à risca o logotipo formado por uma angu-


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losa família de letras que, nos anos oitenta, eram “o que havia” de moderno. Antes do primeiro Rock in Rio, realizado entre 11 e 20 de janeiro de 1985, o público brasileiro tinha que se contentar com visitas esporádicas dos grandes nomes da música. Apesar das bem sucedidas apresentações de bandas como Queen, Iron Maiden, Police e Kiss, os grandes empresários não sentiam firmeza na economia nacional para investir na vinda maciça de artistas. Dentro desse panorama pouco animador, o empresário e publicitário Ro-

berto Medina, dono da agência Artplan, resolveu iniciar uma empreitada tida por muitos como arriscada: realizar um megafestival de rock com dez dias de duração num enorme terreno baldio situado atrás do Autódromo de Jacarepaguá, no Rio. Medina, que havia sido o responsável pelo concerto de Frank Sinatra no Maracanã em 1980, para um público de 170 mil pessoas, era o único que acreditava que um evento como o Rock in Rio poderia dar certo. Com a cara e a coragem, o empresário e seus sócios Oscar Ornstein (já falecido) 1

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R ock I n R io I: e Luiz Oscar Niemeyer (que depois criou a empresa Mills & Niemeyer, responsável por outros grandes eventos como os Hollywood Rock, e atualmente é presidente da gravadora BMG), passaram boa parte de 1984 viajando pelo mundo, correndo atrás dos artistas que queriam trazer para o evento. Participaram inicialmente de 70 reuniões e ouviram 70 “nãos”, mas não desistiram. O primeiro grupo a fechar contrato, depois de muita discussão, foi o Queen. O então empresário da banda, Jim Beach, ficou assutado com o que os brasileiros prometiam: 500 mil metros de área total, heliportos, lanchonetes, mini-shoppings, cobertura maciça da mídia e, na parte técnica, três palcos giratórios com 80 metros de boca de cena, algo nunca visto até então. Com o aval do Queen, as coisas começaram a ficar um pouco mais fáceis, mas Medina e seus fiéis escudeiros tiveram que pagar alguns “micos”. Quando chegaram para a reunião de negociação com o Iron Maiden, em Los Angeles, foram recebidos pelo empresário da banda, que estava de cuecas e com macarrão pendurado na barba. Apesar do constrangimento, chegaram

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a um acordo. Depois do Queen e do Maiden, conseguiram fechar com Ozzy Osbourne, Scorpions, AC/DC e Whitesnake (que substituiu o Def Leppard em cima da hora, depois que o baterista da banda, Rick Allen, sofreu um acidente de automóvel que o levou a amputar o braço esquerdo, onze dias antes do início do festival). O heavy metal acabaria sendo, portanto, uma das marcas

1 O primeiro Rock in Rio reuniu 1.380 milhão de pessoas em Jacarepaguá;

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2 Queen, a principal atração internacional;


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registradas do primeiro Rock in Rio pois foi a primeira vez que o grande público brasileiro teve contato com o heavy metal – algo que, diante da agressividade e das vertentes mais radicais que o gênero criaria nas duas décadas seguintes, hoje soa como música para vovôs saudosistas. O fato é que, desde então, o punho cerrado com indicador e dedo mínimo em riste – os chifres do ‘demo’ – entraram para a vida dos roqueiros tupiniquins, e o rock desandou a dar cria a se miscigenar Brasil afora.

Depois dos metaleiros, os três empresários partiram para outros gêneros. Conseguiram fechar com o Yes e tinham tudo acertado com os Pretenders e o Men at Work. A banda de Chrissie Hynde, no entanto, desistiu depois que a líder descobriu que estava grávida. O grupo australiano nem chegou a assinar contrato, pois acabou antes (seu líder, Colin Hay, viria para o segundo Rock in Rio, seis anos depois). Confirmaram as presenças de Rod Stewart, Nina Hagen, Go-Go’s e B52’s. Estava pron3

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ta a escalação internacional. Faltavam os artistas da casa. Mais problemas à vista. Buscando o ecletismo, Medina, Ornstein e Niemeyer cometeram alguns equívocos na escalação dos brasileiros, como seria comprovado no desenrolar do próprio festival. Da turma do rock foram chamados os então iniciantes Paralamas do Sucesso, Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens, Barão Vermelho, Lulu Santos e Blitz, e os veteranos Rita Lee e Erasmo Carlos. Entraram também intérpretes mais ou menos ligados ao foco principal do evento, caso de Pepeu Gomes, Baby Consuelo, Moraes Moreira (os três tinham ligação com o rock desde os tempos dos Novos Baianos), Gilberto Gil e Eduardo Dusek. E ainda outros que não tinham absolutamente nada a ver com aquilo, casos de Ivan Lins, Elba Ramalho e Alceu Valença. O terreno onde o festival aconteceu, batizado de Cidade do Rock, era, na verdade, um pântano em declive. Para nivelálo, foram necessários 77 mil caminhões de terra. Mas com o passar dos dias, as chuvas torrenciais (o Rock in Rio aconteceu em janeiro, no auge da estação das águas) acabaram transformando tudo aquilo em

um charco, apesar dos esforços das equipes de manutenção, que praticamente reconstruíam o local após cada noitada. Mas mesmo com o desconforto, o público não estava nem um pouco preocupado e superlotava a Cidade do Rock. Eram brasileiros, argentinos, uruguaios, italianos, americanos, ingleses, etc. O primeiro Rock in Rio teve momentos memoráveis. As melhores lembranças das atrações internacionais ficaram com o show

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3 Detalhe do palco e do público; 4 Barão Vermelho no palco do Rock in Rio;


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do Iron Maiden, a única atração internacional a fazer um espetáculo, por causa da agenda apertada (todos os outros artistas se apresentaram duas vezes; entre os nacionais, Rita Lee, Ivan Lins e Ney Matogrosso fizeram ape5 nas um show), as performances do Queen (com um Freddie Mercury insuperável em voz e carisma, apesar dos ataques de estrelismo nos bastidores) e as duas apresentações de James Taylor, que reergueram sua carreira, então em franco declínio. A gratidão do cantor com o público de 250 mil pessoas na primeira noite foi tão grande que ele escreveu a canção “Only a Dream in Rio”, em homenagem à cidade. Alguns artistas nacionais, apesar dos problemas com o som, que era utilizado propositadamente com potência mais baixa, também deixaram boas lembranças. Quem viu não esquece, por exemplo, a energia do Barão Vermelho (com um Cazuza levando a platéia ao delírio) e a competência dos Paralamas do Sucesso (as

duas performances do trio acabaram abrindo caminho para o mercado internacional). Ao todo, foram dez noites memoráveis, que reuniram um público total de 1,3 milhão de pessoas que guardam até hoje na lembrança aquelas “90 Horas de Música e Paz”, como dizia um dos slogans do festival. Quem tocou no primeiro Rock in Rio: Artistas Internacionais: AC-DC, All Jarreau, B’52, George Benson, Go Go’s, Iron Maiden, James Taylor, Nina Hagen, Ozzy Osbourne, Queen, Rod Stewart, Scorpions, White Snake e Yes. Artistas Brasileiros: Alceu Valença, Barão Vermelho, Blitz, Eduardo Dusek, Elba Ramalho, Erasmo Carlos, Gilberto Gil, Ivan Lins, Kid Abelha, Lulu Santos, Moraes Moreira, Ney Matogrosso, Paralamas do Sucesso, Pepeu Gomes e Rita Lee.

5 Herbert Vianna no palco do Rock in Rio, Os Paralamas do Sucesso foi o grande destauqe nacional do evento;

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Legião Urbana foi uma banda brasileira de rock surgida em Brasília ativa entre 1982 e 1996. Ao todo, lançaram treze álbuns, somando mais de 20 milhões de discos vendidos. Ainda hoje, é o terceiro grupo musical da gravadora EMI que mais vende discos de catálogo em todo o mundo, com uma média de 250 mil cópias por ano. O fim do grupo foi marcado pelo falecimento de seu líder e vocalista, Renato Russo, em 11 de outubro de 1996. A banda

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é uma das recordistas de vendas de discos no Brasil incluído premiações da ABPD com dois Discos de Diamante pelos álbuns Que País É Este de 1987 e Acústico MTV de 1999. A banda foi formada em agosto de 1982 poucos meses após uma discussão de Renato Russo com sua antiga banda, Aborto Elétrico, devido a uma briga com o integrante Fê Lemos (bateria) na música “Veraneio Vascaína” (na ocasião, Renato havia errado a letra e levou uma baquetada em pleno show). Com o fim do Aborto Elétrico,

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Renato intitulou-se O Trovador Solitário e, com um violão, tocava abrindo shows de outros grupos locais e apresentando novas composições, como “Faroeste Caboclo”. Para compor, Renato Russo se inspirava em bandas como The Beatles, Ramones, The Smiths, The Cure, Talking Heads e Joy Division e no filósofo Jean-Jacques Rousseau (daí a inspiração para o nome artístico).Mas Renato não queria seguir sozinho. Ele achava que era importante ter uma banda no mundo do rock. Nesse mesmo ano Renato formou a Legião Urbana. As primeiras formações da Legião contam ainda com Paulo Paulista (teclados), Eduardo Paraná (guitarra), substituído por

Ico Ouro-Preto, e Marcelo Bonfá, na bateria. Em 1983, o guitarrista Dado Villa-Lobos entra no lugar de Ouro-Preto e cristaliza com um trio (Dado, Bonfá e Russo) a formação clássica da banda. O baixista Renato Rocha “Negrete” participa de shows e da gravação dos três primeiros discos. O começo A primeira apresentação da Legião Urbana aconteceu em 5 de setembro de 1982 na cidade mineira de Patos de Minas, durante o festival Rock no Parques, que contou com outras oito atrações, entre elas a Plebe Rude. Esse foi o único concerto em que a banda apareceu com a sua primeira formação: Renato Russo (vocalista e baixista), Marcelo Bonfá (baterista), Paulo Paulista (tecladista) e Eduardo Paraná (guitarrista), hoje conhecido como Kadu Lambach. Após a apresentação, Paulo Paulista e Eduardo Paraná deixaram a Legião. O próximo guitarrista seria Ico OuroPreto (irmão de Dinho Ouro-Preto, vocalista do Capital Inicial), mas foi logo substituído por Dado Villa-Lobos, que assumiu a guitarra da Legião em março de 1983.

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~ U rbana B andas : L egiao O sucesso Em 23 de julho de 1983, a Legião faz no Circo Voador, Rio de Janeiro, um concerto que mudaria a história da banda. Após a apresentação, eles são convidados a gravar uma fita demo com a EMI. No ano seguinte, por indicação de Marcelo Bonfá, entra o baixista Renato Rocha e começa então a gravação do primeiro disco. O primeiro álbum Legião Urbana, lançado em 2 de janeiro de 1985, é extremamente politizado, com letras que fazem críticas contundentes a diversos aspectos da 2

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sociedade brasileira. Paralelo a isso, possui canções de amor que foram marcantes na história da música brasileira, como “Será”, “Ainda é cedo” e “Por Enquanto”, esta última que é considerada como a melhor faixa de encerramento de um disco, segundo Arthur Dapieve, crítico e amigo de Renato Russo. “Geração Coca-Cola” é outra música famosa deste álbum. 1 Renato Russo, o Trovador Solitário

2 A formação da banda com Renato Rocha 3 A banda na época do 1º disco


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O segundo álbum, Dois, foi lançado em 1986. O disco deveria ser duplo e se chamar Mitologia e Intuição, mas o projeto foi recusado pela gravadora, fazendo com que o disco saísse simples. A primeira música, “Daniel na Cova dos Leões” é iniciada com um pouco da canção “Será” envolto a ruídos de rádio e do hino da Internacional Socialista. É o segundo álbum mais vendido da banda, com mais de 1,2 milhão de cópias, e considerado por muitos o mais romântico. “Tempo Perdido” fez um grande sucesso e se tornou um dos clássicos da Legião. “Edu4 ardo e Mônica”, “Índios” e “Quase Sem Querer” também fizeram muito sucesso. Que País É Este 1978/1987 pode ser considerada a primeira coletânea feita pela banda de Brasília, embora todas as faixas tivessem sido regravadas e produzidas para este álbum em estúdio. A maioria destas músicas

foram propositalmente gravadas em primeiro take (baixo, guitarra e bateria de uma só vez). Este material foi programado para entrar no antigo projeto Mitologia e Intuição, que foi abortado pela gravadora. Das nove canções do disco, apenas “Eu sei”, “Angra dos Reis” e “Mais do Mesmo” não eram do antigo Aborto Elétrico. Esta é a obra mais punk da Legião Urbana e contém em seu encarte uma breve história do grupo. Foi o último trabalho oficial com a participação do então baixista Renato Rocha. Seu título provisório era Mais do Mesmo. As maiores músicas deste álbum foram “Que País É Este”, “Faroeste Caboclo” e “Angra dos Reis”. O álbum As Quatro Estações de 1989 é considerado por muitos o melhor e mais inspirado trabalho do grupo, inclusive pelo próprio Renato Russo, além de conter o maior número de hits: são onze canções,

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~ U rbana B andas : L egiao das quais pelo menos nove foram tocadas incessantemente nas rádios. É o álbum mais vendido da Legião, com mais de 1,7 milhões de cópias, é também considerado o disco mais “religioso”. O baixista Renato Rocha tocou com o trio nos três primeiros álbuns e chegou a gravar o baixo de algumas faixas desse álbum, mas deixou o grupo devido a desentendimentos com os outros membros. As linhas de baixo originalmente gravadas por Rocha foram

regravadas por Dado e Renato, que se revezaram nos baixos e guitarras. Músicas legendárias como “Pais e Filhos” e “Monte Castelo” fizeram parte deste álbum. Lançado em Novembro de 1991, V é o disco mais melancólico. Renato estava em um momento complicado de sua vida, com 4 A banda na época do disco “Dois”

5 A Legião se torna um trio a partir do disco “Quatro Estações”

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80 a descoberta de que era soropositivo um ano e meio antes, problemas no relacionamento com o namorado americano, Robert Scott Hickman, e alcoolismo. O álbum é recheado de canções atípicas para os “padrões” da banda. A atmosfera de “Metal Contra as Nuvens”, com seus mais de onze minutos de duração, é um dos destaques, assim como a densa “A Montanha Mágica”. A crítica social de “O Teatro dos Vampiros” e a melancólica “Vento no Litoral” foram as mais tocadas deste disco. O álbum O Descobrimento do Brasil de 1993, época em que Renato Russo tinha iniciado o tratamento para livrar-se da dependência química e mostrava-se otimista quanto ao seu sucesso. Ainda assim, as letras oscilam entre tristeza e alegria, encontros e despedidas. É como se, para seguir em frente, fosse necessário deixar muitas coisas para trás, e não se pudesse fazer isso sem uma boa dose de nostalgia. Desta forma, Descobrimento é um álbum com fortes notas de esperança, mas permeado por tristeza e saudosismo. Ainda assim, é considerado por muitos o álbum mais “alegre” e delicado da Legião Urbana. Apesar de boas

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~ U rbana B andas : L egiao vendas, o CD não foi muito tocado nas rádios. As faixas de sucesso foram “Giz”, “Vinte e Nove” e “Perfeição”, música essa que foi na época uma pesada crítica ao Brasil. O Fim O último concerto da Legião Urbana aconteceu em 14 de janeiro de 1995, na casa de apresentações “Reggae Night” em Santos, litoral do estado de São Paulo. No mesmo ano, todos os discos de estúdio da banda até 1993 foram remasterizados no lendário estúdio britânico Abbey Road Studios, em Londres, famoso por vários discos dos Beatles; e lançados em uma lata, intitulada “Por Enquanto 1984-1995”. A lata também incluía um pequeno livro, com um texto escrito pelo antropólogo Hermano Vianna, irmão do músico Herbert Vianna. 7

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A Tempestade ou O Livro dos Dias, lançado em 20 de setembro de 1996, foi o último da banda. Além disso, o álbum possui densas músicas, alternando o rock clássico de “Natália” e “Dezesseis”, ao lirismo de “L’Aventura”, “A Via Láctea”, “Leila”, “1º de Julho” e “O Livro dos Dias” e ao classicismo de “Longe do Meu Lado”. As letras, em geral, abordam temas como solidão, passado, amor, depressão, 6 Renato Russo em estúdio

7 Renato Russo e Dado Villa-Lobos no palco 8 A banda na época do disco “O Desobrimento do Brasil”


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homossexualidade, AIDS, intolerância e injustiças, sendo um disco “melodramático” e de alma triste onde algumas canções sugerem uma despedida antecipada. As fotos do encarte foram tiradas próximas à época do lançamento, exceto a de Renato, que foi aproveitada da sessão de fotos do seu álbum solo Equilíbrio Distante de 1995, já que o cantor, um pouco debilitado, se recusou a fotografar para o disco. O álbum A Tempestade foi lançado inicialmente na época como um clássico livrinho com capa de papelão e anos depois relançado como álbum comum (caixa de plás9 tico). Com exceção de “A Via Láctea”, as demais faixas do álbum possuem apenas a voz guia de Renato, que não quis gravar as vozes definitivas. Também não foram incluídas as frases “Urbana Legio Omnia Vincit” e “Ouça no Volume Máximo”, presentes nos discos do grupo. Em seu lugar, uma frase do escritor mo-

dernista brasileiro Oswald de Andrade: “O Brasil é uma República Federativa cheia de árvores e gente dizendo adeus”. O fim oficial da banda aconteceu em 22 de outubro de 1996, onze dias após a morte do mentor, líder e fundador da banda. Renato Russo faleceu 21 dias após o lançamento de A Tempestade, no dia 11 de Outubro de 1996. Uma Outra Estação foi um álbum póstumo. A ideia original era de que A Tempestade fosse um álbum duplo. Como saiu simples, as sobras de estúdio foram compiladas nesse álbum de 1997. Canções como “Clarisse” ficaram de fora do álbum anterior por desejo do próprio Renato, que a considerava com uma temática muito pesada. A letra da canção “Sagrado Coração” consta no encarte, porém não possui registro da voz de Renato. O álbum conta com participações especiais como Renato Rocha, baixista dos primeiros discos da Legião, e Bi Ribeiro, baixista dos Paralamas do Sucesso.

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~ U rbana B andas : L egiao A banda então prossegue fazendo sucesso e vendendo muitos discos, e se seguem muitas entrevistas e reportagens com os ex-integrantes, Dado e Bonfá. Muitos começam a ouvir as músicas da banda após a morte de Renato, aclamado por alguns até mesmo como um herói, embora sem nenhum feito heróico, mas perpetuado como um portador de uma visão crítica e realista. A “Volta”? Em 5 de Setembro de 2009, o site oficial da banda divulgou um comunicado, em nome da família Manfredini, Dado Villa10 Lobos, Marcelo Bonfá e da gravadora EMI, esclarecendo que a Legião Urbana não voltaria às suas atividades, ao contrário de boatos que circulavam, uma vez por respeito a Renato Russo que jamais seria substituído. Ainda no intuito de aniquilar falsas informações, deixa claro que Marcelo Bonfá e Dado VillaLobos não pretendem formar uma nova

banda juntos para evitarem comparações. No entanto, como o assunto sobre “a volta” da banda andava em alta, tanto na mídia como em sites de discussão e relacionamento (principalmente por conta do show que Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá realizaram no festival Porão do Rock, no dia 20 de setembro de 2009 em Brasília), o comunicado fez questão de reiterar que os integrantes não pretendiam retomar a banda e só havia uma “possibilidade” para que fosse realizada uma única turnê com cantores convidados. Nada disso acabou se realizando. O comunicado deixava registrado também o intuito do site oficial da banda, que é “estreitar os vínculos entre a obra da banda e seu público”, além de se tornar uma fonte de comunicação oficial. 9 Renato Russo cantando

10 Renato e Dado no palco durante a última turnê da banda

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Integrantes

Discografia

Última formação:

Álbuns de estúdio:

Renato Russo (voz, baixo, violão e teclados) Dado Villa-Lobos (guitarra, violões, e viola de, além de algumas percussões) Marcelo Bonfá (bateria e percussão)

Legião Urbana – 1985 Dois – 1986 Que País é Este? – 1987 As Quatro Estações – 1989 V – 1991 O Descobrimento do Brasil – 1993 A Tempestade – 1996 Uma Outra Estação – 1997

Integrantes de apoio: Carlos Trilha (teclado e piano) Bruno Araújo - (baixo) Tom Capone - (arranjos), etc. Fred Nascimento (Violões) Mú Carvalho (teclados)

Álbuns ao vivo e coletâneas: Música para Acampamentos – 1992 (coletânea de gravações ao vivo); Mais do Mesmo – 1998 (coletânea); Acústico MTV Legião Urbana – 1999 (gravado ao vivo em 1992); Como é que se diz eu te amo – 2001 – (gravado ao vivo em 1994 na turnê de “O Descobrimento do Brasil”); As Quatro Estações ao Vivo – 2004 (gravado ao vivo em 1990 na turnê de “As Quatro Estações”); Legião Urbana e Paralamas juntos – 2009 (gravado ao vivo em 1988); Perfil – 2011 (coletânea).

Ex-integrantes: Renato Rocha (baixo) Ico Ouro-Preto (guitarra) Paulo Paulista (teclado) Eduardo Paraná (guitarra)

Artistas convidados: Gian Fabra - Álbum “Como é que se diz eu te amo” (2001) (contrabaixo elétrico) Tavinho Fialho - Álbum “V” (1991) (contrabaixo elétrico)

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Será

(Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá)

Tire suas mãos de mim!

Não destrua nosso coração.

Eu não pertenço a você. Não é me dominando assim

Será só imaginação?

Que você vai me entender.

Será que nada vai acontecer? Será que é tudo isso em vão?

Eu posso estar sozinho,

Será que vamos conseguir vencer?

Mas eu sei muito bem aonde estou. Você pode até duvidar.

Brigar prá quê se é sem querer?

Acho que isso não é amor.

Quem é que vai nos proteger? Será que vamos ter que responder

Será só imaginação?

Pelos erros a mais, eu e você?

Será que nada vai acontecer? Será que é tudo isso em vão? Será que vamos conseguir vencer? Nos perderemos entre monstros Da nossa própria criação. Serão noites inteiras, Talvez por medo da escuridão. Ficaremos acordados Imaginando alguma solução. Prá que esse nosso egoísmo,

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Que País É Este ? (Renato Russo)

Nas favelas, no senado

Dos nossos índios num leilão

Sujeira pra todo lado Ninguém respeita a constituição

Que país é este?

Mas todos acreditam no futuro da nação Que país é este? No Amazonas, no Araguaia iá, iá, Na Baixada Fluminense Mato Grosso, nas Gerais e no Nordeste tudo em paz Na morte eu descanso, mas o Sangue anda solto Manchando os papéis, documentos fiéis Ao descanso do patrão Que país é este? Terceiro mundo, se for Piada no exterior Mas o Brasil vai ficar rico Vamos faturar um milhão Quando vendermos todas as almas

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Pais E Filhos

(Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá)

Estátuas e cofres e paredes pintadas

Mas meu pai vem me visitar

Ninguém sabe o que aconteceu.

Eu moro na rua, não tenho ninguém

Ela se jogou da janela do quinto andar

Eu moro em qualquer lugar.

Nada é fácil de entender. Dorme agora, é só o vento lá fora.

Já morei em tanta casa Que nem me lembro mais

Quero colo! Vou fugir de casa!

Eu moro com os meus pais.

Posso dormir aqui com vocês? Estou com medo, tive um pesadelo

É preciso amar as pessoas

Só vou voltar depois das três.

Como se não houvesse amanhã

Meu filho vai ter nome de santo

Porque se você parar pra pensar

Quero o nome mais bonito.

Na verdade não há.

É preciso amar as pessoas

Sou uma gota d’água,

Como se não houvesse amanhã

sou um grão de areia

Porque se você parar pra pensar

Você me diz que seus pais não te entendem,

Na verdade não há.

Mas você não entende seus pais.

Me diz, por que que o céu é azul?

Você culpa seus pais por tudo,

Explica a grande fúria do mundo

isso é absurdo

São meus filhos que tomam conta de mim.

São crianças como você O que você vai ser

Eu moro com a minha mãe

Quando você crescer?

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s Paralamas do Sucesso (também conhecida somente por Paralamas) é uma banda de ska e pop rock, formada no Rio de Janeiro no final dos anos 70. Seus integrantes desde 1982 são Herbert Vianna (guitarra e vocal), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria). No início a banda misturava rock com pitadas de reggae, posteriormente passaram a agregar instrumentos de sopro e ritmos latinos.

O começo Apesar dos Paralamas serem considerados parte da “Turma de Brasília”, por terem vivido e criado amizade com as bandas locais, é uma banda formada no Rio. Herbert e Bi se conheceram crianças em Brasília, por serem vizinhos (o pai de Herbert era militar, e o de Bi, diplomata). Em 1977, Herbert foi para o Rio fazer o colégio militar, e reencontrou Bi, que foi fazer o 3º ano. Os dois resolveram formar uma banda, Herbert com sua guitarra Gibson e Bi um baixo comprado


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em uma viagem à Inglaterra. Aos dois depois se juntaria o baterista Vital. O grupo se separou em 1979 para fazerem o vestibular, e em 1981 se reuniram novamente. O grupo ensaiava em um sítio em Mendes, interior fluminense, e na casa da avó de Bi, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Esses ensaios lhe renderam a música “Vovó Ondina é Gente Fina”. O repertório não era sério (com canções como “Pinguins já não os vejo pois não está na estação”, “Mandingas de Amor” e “Reis do 49”), e tentaram criar um nome no mesmo estilo, a primeira sugestão sendo “As Cadeirinhas da Vovó”. O nome “Paralamas do Sucesso” foi invenção de Bi, e adotado porque todos acharam engraçado. Inicialmente o grupo tinha dois cantores (Herbert só tocava), Ronel e Naldo, que saíram em 1982. Em 1982, Vital faltou a uma apresentação na Universidade Rural do Rio e foi substituído por João Barone, que assumiu de vez o lugar na banda. Escreveram, tendo como “protagonista” seu ex-baterista, “Vital e sua Moto”, e mandaram uma fita com essa e mais 3 músicas para Rádio Fluminense. “Vital” foi muito tocada durante

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o verão de 83, e os Paralamas tiveram a primeira grande apresentação, ao abrir para Lulu Santos no Circo Voador. Também assinariam contrato com a EMI, gravando o álbum Cinema Mudo (definido por Herbert como “manipulado pelo pessoal da gravadora”), e um sucesso moderado. A fama Em 1984, lançaram o álbum O Passo do Lui, que teve enorme sequência de sucessos (“Óculos”, “Me Liga”, “Meu Erro”, “Romance Ideal”, “Ska”) e aclamação crítica, levando o grupo a tocar no Rock

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B andas : P aralamas

do

S ucesso

in Rio, no qual o show dos Paralamas foi considerado um dos melhores. Depois de grande turnê, lançaram em 1986, Selvagem?, o mais politizado. O álbum contrapunha a “manipulação” desde sua capa (com o irmão de Bi no meio do mato apenas com uma camiseta em torno da cintura), e misturava novas influências, principalmente da MPB. Com sucessos como “Alagados”, “A Novidade” (a primeira com participação de Gilberto Gil, e a segunda co-escrita com ele), “Melô do Marinheiro” e “Você” (de Tim Maia), Selvagem? vendeu 700.000 cópias e credenciou os Paralamas a tocar no cultuado Festival de Montreux, em 1987. O show no festival da cidade suíça viraria o primeiro disco ao vivo da banda, D. Nele, a novidade, em meio ao show com os sucessos já conhecidos, era a inclusão de um “4º paralama”, o tecladista João Fera, que excursiona com a banda até hoje, como músico de apoio. 1 Herbert, Pedro e Bi na época do disco “Cinema Mudo” 2 Herbert Vianna no Rock In Rio de 1985 2

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Sucesso, só na Argentina

Os Paralamas também fizeram turnê pela América do Sul, ganhando popularidade em Argentina, Uruguai, Chile e Venezuela. O sucessor de Selvagem?, Bora-Bora (1988) acrescentou metais ao som da banda. O álbum mesclava faixas de cunho político-social como “O Beco” com as introspectivas “Quase Um Segundo” e “Uns Dias” (reflexo talvez do fim do relacionamento com a vocalista da banda Kid Abelha, Paula Toller). Bora-Bora é tão aclamado pela crítica quanto O Passo do Lui. Big Bang (1989) seguia o mesmo estilo, tendo como hits a alegre “Perplexo” e a lírica “Lanterna dos Afogados”. Seguiu-se a coletânea Arquivo, com uma regravação de “Vital” e a inédita “Caleidoscópio” (antes gravada por Dulce Quental, do grupo Sempre Livre).

O começo da década de 1990 foi dedicado às experimentações. Os Grãos (1991), disco com enfoque nos teclados e menor apelo popular, não foi bem nas paradas (apesar de ter tido 2 sucessos, “TracTrac” - versão do argentino Fito Páez - e “Tendo a Lua”) e nem vendeu muito, algo que também pode ser atribuído à grave crise econômica pela qual o Brasil passava. Após uma pequena pausa (na qual Herbert lançou seu primeiro disco solo), o

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B andas : P aralamas trio retorna aos shows, que continuavam cheios, embora a banda passasse por fortes críticas da imprensa. No fim de 1993, a banda viaja para a Inglaterra, onde, sob a produção de Phil Manzanera, gravam Severino. O álbum, lançado em 1994, teve participação do guitarrista Brian May da banda inglesa Queen na música “El Vampiro Bajo El Sol”. Este disco era ainda mais experimental, com arranjos muito elaborados, e foi ignorado pelas rádios e grande público, vendendo 55 mil cópias. 5

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Mas se no Brasil os Paralamas estavam esquecidos, no resto da América eles eram ídolos. Paralamas (1992), coletânea de versões em espanhol e Dos Margaritas (a versão hispânica de Severino) estouraram principalmente na Argentina. Volta às paradas A despeito das fracas vendagens do CD, a turnê de Severino estava sendo muito bem sucedida, com o público recebendo sempre bem os Paralamas. Uma série de três shows, gravada no fim de 1994, viraria em 1995 o disco ao vivo Vamo Batê Lata. Vamo Batê Lata era acompanhado de um CD com 4 músicas inéditas, e o sucesso de “Uma Brasileira” (parceria de Herbert com Carlinhos Brown e participação de Djavan), “Saber Amar” e a controvertida Luís Inácio (300 Picaretas) (que criticava a política brasileira e os anões do orçamento) atraiu

3 Os Paralamas lançando o disco “Selvagem”

4 Em Bora-Bora a banda adicionam metais às músicas 5 Herbert em apresentação da turnê “Vamo Batê Lata”


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a atenção de público e imprensa de volta aos Paralamas. A volta às canções de fácil compreensão e ao formato pop colaborou definitivamente para o retorno ao sucesso de crítica e público, resultando na maior vendagem da carreira da banda (900 mil cópias). Também começou aí a fase dos videoclipes superproduzidos, que levariam 11º VMB de 1995 a 1999, começando por Uma Brasileira, vencedor nas categorias Clipe Pop e Escolha da Audiência. Nove Luas, de 1996 e Hey Na Na, de 1998 continuaram o caminho de êxito com faixas como Lourinha Bombril, La Bella Luna e Ela Disse Adeus (Nove Luas vendeu 250.000 cópias em um mês, enquanto Hey Na Na vendeu o mesmo em apenas uma semana). Em 1999 a MTV Brasil chamou os Parala-

mas para gravar um Acústico MTV. O álbum, com canções menos conhecidas e as participações de Dado Villa-Lobos, ex-Legião Urbana, e da Banda Vitória Régia (que sempre acompanhou Tim Maia em seus shows), vendeu 500.000 cópias, ganhou o Grammy Latino e teve turnê de shows lotados. Em 2000, lançaram uma segunda coletânea, Arquivo II, com músicas de todos os álbuns entre 1991 e 1998, uma regravação de “Mensagem de Amor” e a inédita “Aonde Quer Que Eu Vá”, parceria de Herbert com Paulo Sérgio Valle (a dupla também escreveria músicas para Ivete Sangalo).

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Um acidente, mas não o fim. Em 4 de Fevereiro de 2001, um ultraleve pilotado por Herbert Vianna teve um acidente em Angra dos Reis. A mulher de Herbert, Lucy, estava a bordo e morreu. Herbert fora resgatado e levado para a capital. As sequelas foram duras (Herbert fora entubado e acabara preso a uma cadeira de rodas), mas assim que Herbert mostrou que podia tocar, Bi e João resolveram voltar aos ensaios e gravar um disco cujas canções já estavam preparadas antes do acidente. Longo Caminho foi lançado em 2002. O som voltava ao principio, sem metais, em busca de um som mais “cru”. Uma apresentação no programa Fantástico, da TV Globo, serviu como a reestreia da banda, pós-acidente. A volta às turnês teve muito êxito, com shows lotados, até pela curiosidade do público em saber das reais condições de Herbert e da ansiedade em ver a banda reunida novamente. Tudo isso, aliado aos novos sucessos radiofônicos (“O Calibre”, “Seguindo Estrelas”, “Cuide Bem do Seu Amor” - esta última incluída na trilha so-

nora da novela Sabor da Paixão), impulsionou as vendas de Longo Caminho, que chegaram a 300 mil cópias. Aproveitando o caráter fortemente emocional e emocionado dos shows da turnê, a banda grava Uns Dias Ao Vivo (2004), cheio de participações especiais (Dado Villa-Lobos, Andreas Kisser, Edgard Scandurra, Djavan, Nando Reis, Paulo Miklos, George Israel e 6 Os Paralamas na época do disco “Hey Na Na”

7 A banda nos bastidores do “Acústico MTV” 8 Herbert Vianna volta aos palcos depois do acidente que o deixou paraplégico preso a uma cadeira de rodas

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Roberto Frejat). O disco mostrou uma banda pesada como quase nunca havia se visto. Velhos sucessos, como “Meu Erro”, ganhavam versões turbinadas. As novas músicas soavam ainda mais cruas. Além de tudo, a banda decidira fazer a primeira parte da apresentação num pequeno palco armado no meio da pista. A proximidade com o público colaborou para que o resultado final ficasse caloroso e captasse fielmente a emoção dos shows. Em 2005, os Paralamas lançam Hoje, o primeiro com músicas totalmente inéditas. A recepção foi boa e músicas como “2A”, “Na Pista” e “De Perto” fizeram sucesso, embora não tenham sido grandes hits. Embora o disco voltasse a trazer um som mais solar, com a volta do uso de metais, não esquecia a parte pesada que havia sido abordada em Longo Caminho, em canções como “220 10

Desencapado”, “Ponto de Vista” - que contou com o auxílio de Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura - e “Fora de Lugar”. Ainda havia uma regravação de “Deus lhe Pague”, de Chico Buarque, escolhida numa votação no site oficial da banda. No início de 2006, foi lançado o DVD Hoje Ao Vivo, contendo um show da banda (feito sem plateia, no Pólo de Cinema e Vídeo, no Rio de Janeiro), com as músicas do disco, além de duas versões para “O Muro”, música que Herbert gravara em O Som do Sim, disco solo de 2000, e Busca Vida. Ainda em 2006, é lançado documentário sobre Herbert Vianna, Herbert de Perto. com direção de Roberto Berliner. Em 2008, os Paralamas completam 25


B andas : P aralamas anos de carreira, comemorados com uma série de shows junto com os Titãs, também há 25 anos na estrada. A série de shows culminou em um espetáculo realizado na Marina da Glória, Rio de Janeiro, lançado em CD e DVD e intitulado Paralamas e Titãs: Juntos e Ao Vivo. Em 2009, os Paralamas lançam seu mais recente disco, Brasil Afora, que ficou primeiramente disponível para download (com uma música à mais) e pouco depois foi lançado em CD. O disco conta com as participações de Carlinhos Brown e Zé Ramalho, fora uma versão de uma música de Fito Paez.

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Herbert e Frejat

10 Herbert e Dado Villa-Lobos 12 Os Paralamas atualmente

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11 Paralamas e Titãs 11

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Integrantes

George Israel). Em Bora-Bora, tiveram um trio de metais (sax, trompete e trombone). Em 2002, o trompetista Demétrio Bezerra decidiu abandonar o trabalho com a banda. Desde então, a formação desse setor de apoio à banda é Monteiro Jr. (sax) e Bidu Cordeiro (trombone).

Formação: Herbert Vianna - vocal e guitarra Bi Ribeiro - baixo João Barone - bateria e backing vocals

Ex-Integrantes:

Percussão A necessidade de percussão no som dos Paralamas exigiu a entrada de Eduardo Lyra, presente de 1993 a 2007.

Vital Dias - “Bateria”

Membros não-oficiais: João Fera (quarto paralama) - teclado, violão e backing vocals Monteiro Jr. - saxofone Bidu Cordeiro - trombone

Discografia Estúdio – Nacional Cinema Mudo - 1983 O Passo do Lui - 1984 Selvagem? - 1986 Bora-Bora - 1988 Big Bang - 1989 Os Grãos - 1991 Severino - 1994 Nove Luas - 1996 Hey Na Na - 1998 Longo Caminho - 2002 Hoje - 2005 Brasil Afora – 2009

Banda de apoio: Teclados Em O Passo do Lui, os Paralamas tiveram como tecladista Jotinha (da banda de Roberto Carlos). Em 1987 , João Fera se tornou o “quarto paralama”. A banda já teve também participações especiais de 2 argentinos em shows e discos, Fito Paez (autor de “Trac-Trac”) e Charly Garcia.

Metais Os Paralamas flertam com o sopro desde “Volúpia”, em Cinema Mudo. “Ska”, de O Passo do Lui, contava com Leo Gandelman no saxofone (no show de Montreux,

Ao vivo D - 1987 Vamo Batê Lata - 1995

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B andas : P aralamas Acústico MTV - 1999 Uns Dias Ao Vivo - 2004 Rock in Rio 1985 - 2007 Multishow Ao Vivo: Os Paralamas do Sucesso – 2011

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Vivo - 1999 - Show com os Titãs. Série Perfil - 2006 - Coletânea com 2 volumes. Paralamas e Titãs Juntos e Ao Vivo - 2008 Show com os Titãs, gravado na Marina da Glória, Rio de Janeiro, em comemoração aos 25 anos de carreira das 2 bandas. Legião Urbana e Paralamas Juntos - 2010.

Coletânea Arquivo - 1990 Arquivo II - 2000 Arquivo 3 - 2010

Videografia

Estúdio – Estrangeira Os Paralamas do Sucesso - 1986 - coletânea portuguesa Paralamas - 1991 - dois álbuns distintos: latinoamericana em espanhol e coletânea inglesa. Dos Margaritas - 1994 - versão argentina de Severino Nueve Lunas - 1996 - Nove Luas, com faixas em espanhol Hey Na Na – 1998 - 5 faixas em espanhol O Melhor 83-99 - 2000 - coletânea portuguesa Portrait - 2000 - coletânea francesa

Outros Pólvora - 1997 - os 8 primeiros CDs remasterizados em uma lata, acompanhados de um livro. Tiragem de 5000 edições. De A a Z - dois boxes com 3 CDs. Um lançado em 2002 (O Passo do Lui, Cinema Mudo e Selvagem?); outro em 2004 (Nove Luas, Hey Na Na e Bora-Bora) Sempre Livre Mix - Titãs e Paralamas Juntos ao

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V, O Vídeo - 1987 - videoclipes, entrevistas e shows no Ibirapuera e Montreux. Vamo Batê Lata - 1995 - show do álbum (relançado em DVD em 2005) Acústico MTV – 1999. Longo Caminho - 2002 - documentário sobre a produção do disco. Arquivo de Imagens - 2003 - 16 videoclipes, com algumas ausências (como os clipes feitos para o Fantástico e “Busca Vida”). Uns Dias ao Vivo - 2004. Hoje (DVD) - 2006. Rock in Rio 1985 - 2007. Paralamas e Titãs Juntos e Ao Vivo - 2008. Legião Urbana e Paralamas Juntos - 2009 - traz a íntegra do especial gravado no Teatro Fênix e exibido pela Rede Globo em 1988.


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Prêmios

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Grammy Latino Melhor álbum de rock brasileiro - Acústico MTV - 2000 Melhor álbum de rock brasileiro - Longo Caminho - 2003 Melhor álbum de rock brasileiro – Hoje - 2006 Prêmio Multishow de Música Brasileira Melhor grupo - 1996 Melhor instrumentista (João Barone) - 1999 Melhor grupo - 2003

Video Music Brasil

13 Herbert Vianna e os “Óculos 14 Paralamas do Sucesso e Legião Urbana juntos

São os maiores vencedores da história do VMB da MTV Brasil, com 15 prêmios. 1995: “Uma Brasileira”: Escolha da Audiência, Clipe Pop 1996: “Loirinha Bombril”: Clipe do Ano, Direção e Edição 1997: “Busca Vida”: Clipe do Ano 1998: “Ela Disse Adeus”: Clipe do Ano, Clipe Pop, Direção, Direção de Arte e Fotografia. 1999: “Depois da Queda o Coice”: Edição 2008: João Barone: Baterista 2008: Bi Ribeiro: Baixista 2009: Melhor show

Troféu Imprensa 1984: Revelação do ano 1989: Melhor conjunto

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B andas : P aralamas D o S ucesso

Vital e Sua Moto (Os Paralamas do Sucesso)

Vital andava a pé

Vital passou a se sentir total

e achava que assim estava mal

No seu sonho (de metal)

De um ônibus pro outro

Vital passou a se sentir total

aquilo para ele era o fim

No seu sonho de (metal)

Conselho de seu pai: “Motocicleta é perigoso, Vital.

Os Paralamas do Sucesso iam tentar tocar na

É duro de negar, filho,

capital

mas isto dói bem mais em mim.”

E a caravana do amor então pra lá também se

Mas vital comprou a moto

encaminhou

e passou a se sentir total

Ele foi com sua moto, ir de carro era baixo

Vital e sua moto, mas que união feliz

astral

Corria e viajava era sensacional

Minha prima já está lá e é por isso que eu

A vida em duas rodas era tudo que ele sempre quis

também vou

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Alagados

(Herbert Viana/ Bi Ribeiro)

Todo dia o sol da manhã

Quem já não o queria

Vem e lhes desafia

Palafitas, trapiches, farrapos

Traz do sonho pro mundo

Filhos da mesma agonia

Quem já não o queria

E a cidade que tem braços abertos

Palafitas, trapiches, farrapos

Num cartão postal

Filhos da mesma agonia

Com os punhos fechados na vida real

E a cidade que tem braços abertos

Lhe nega oportunidades

Num cartão postal

Mostra a face dura do mal

Com os punhos fechados na vida real Lhe nega oportunidades

(Repete 4x)

Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré A esperança não vem do mar

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré

Nem das antenas de TV

A esperança não vem do mar

A arte de viver da fé

Nem das antenas de TV

Só não se sabe fé em quê

A arte de viver da fé

A arte de viver da fé

Só não se sabe fé em quê

Só não se sabe fé em quê

A arte de viver da fé Só não se sabe fé em quê Todo dia o sol da manhã Vem e lhes desafia Traz do sonho pro mundo

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B andas : P aralamas D o S ucesso

Lanterna Dos Afogados (Hebert Vianna)

Quando tá escuro

Eu tô na lanterna dos afogados

E ninguém te ouve

Eu tô te esperando

Quando chega a noite

Vê se não vai demorar...ohohoh

E você pode chorar Uma noite longa Há uma luz no túnel

Pra uma vida curta

Dos desesperados

Mas já não me importa

Há um cais de porto

Basta poder te ajudar

Pra quem precisa chegar Eu tô na lanterna dos afogados Eu tô na lanterna dos afogados

Eu tô te esperando

Eu tô te esperando

Vê se não vai demorar...ohohoh

Vê se não vai demorar...ohohoh Uma noite longa Pra uma vida curta Mas já não me importa Basta poder te ajudar E são tantas marcas Que já fazem parte Do que eu sou agora Mas ainda sei me virar

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B

~ o a r a

O O

V

Barão Vermelho é uma banda de rock fundada em 1981, na cidade do Rio de Janeiro tocando rock’n roll em seu estado puro. Foi a banda que revelou ao país um de seus principais compositores, Cazuza, que também encontrou em Roberto Frejat seu melhor parceiro musical. A banda sobreviveu a saída do poeta e com Frejat como “frontman” tornou-se uma das principais referências do cenário de rock do país.

e r m e l h o

O Começo Em outubro de 1981, os dois estudantes do Colégio da Imaculada Conceição, Guto Goffi e Maurício Barros influenciados pelo blues e pela banda Rolling Stones tiveram a idéia de usar o codinome do aviador alemão Manfred von Richthofen, principal inimigo dos Aliados na Primeira Guerra, para batizar o nome do grupo que acabavam de formar: Barão Vermelho. Se juntaram a banda pouco depois, Roberto Frejat e Dé Palmeira e os primeiros en-


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saios ocorriam dos pais de Maurício. Como a banda ainda não tinha vocalista, através de uma amiga de escola, Guto conseguiu contato com um cantor chamado Léo Guanabara (que veio a ser conhecido como Léo Jaime), mas uma incompatibilidade devido ao timbre suave da voz de Léo Jaime para o rock do Barão, fez com que ele não fosse aprovado pela banda. Léo não se aborreceu com isso, pois já integrava três bandas (entre elas João Penca e Seus Miquinhos Amestrados), indi-

2

cando um rapaz que fazia curso de teatro. Agenor Miranda Araújo Neto, 23 anos, mais conhecido como Cazuza. O Barão Vermelho então estava completo. Barão Vermelho e Barão Vermelho 2 Em 1982, o som do Barão Vermelho, lançado nas lojas em setembro, se espalhou um pouco e agradou muito o produtor Ezequiel Neves, jornalista e o diretor da Som Livre, Guto Graça Mello. Juntos, eles lançaram a banda e, com uma produção baratíssima,em quatro dias, foi gravado o primeiro álbum do Barão, que recebeu o nome da banda. Das músicas mais importantes, destacam-se “Bilhetinho Azul”, “Ponto Fraco” e “Down Em Mim”. Depois de alguns shows no Rio de 1


~ V ermelho B andas : B arao Janeiro e em São Paulo, a banda voltou ao estúdio, agora por um mês inteiro, e gravou o LP “Barão Vermelho 2”, lançado em 1983. Maior Abandonado e o Rock In Rio Embora o quinteto pudesse ser promissor, as rádios não pensavam assim, e se negavam a tocar suas músicas. Só depois que Ney Matogrosso gravou “Pro Dia Nascer Feliz”, é que as rádios passam a tocar a versão original do Barão Vermelho. Nessa mesma época, Caetano Veloso reconheceu Cazuza como um grande poeta e incluiu a música “Todo amor que houver nessa vida” no repertório do seu show. 3

4

O Barão Vermelho começou a ter o destaque que merecia, a repercussão foi tanta, que eles foram convidados para compor a trilha sonora do filme Bete Balanço, de Lael Rodrigues, em 1984, e o seu som se espalhou pelo Brasil. Aproveitando o embalo, o Barão Vermelho lançou o terceiro disco, Maior Abandonado, em 1984, conseguindo vender mais de 100 mil cópias em apenas seis meses. Em 1984, o Barão Vermelho tocou com a Orquestra Sinfônica Brasileira, e em 1985, foi convidado para abrir os shows internacionais do Rock in Rio. Depois de tanto sucesso, estava claro para todos que a carreira da banda estava consolidada. 1 O Barão Vermelho na época do 1º disco

2 A banda na época de “Maior Abandonado” 3 Dé, Cazuza e Frejat no Rock in Rio de 1985 4 A banda no palco do Rock In Rio I

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Cazuza em carreira Solo Em novembro de 1985 foi lançado o primeiro álbum solo, Exagerado. “Exagerado”, a faixa-título composta em parceria com Leoni, se torna um dos maiores sucessos e marca registrada do cantor. Também destaca a obra-prima “Codinome BeijaFlor”. A canção “Só As Mães São Felizes” é vetada pela censura. Cazuza gravou o segundo álbum no segundo semestre de 1986. Como a Som Livre terminou com o cast, Só Se For A Dois foi lançado pela PolyGram (agora Universal Music Group) em 1987. Logo depois, a Poly-

Gram contratou Cazuza. Só Se For A Dois mostra temas românticos como “Só Se For A Dois”, “O Nosso Amor A Gente Inventa”, “Solidão Que Nada” e “Ritual”. A AIDS (doença da qual provavelmente sofria desde 1985) volta a se manifestar em 1987. Cazuza é internado com pneumonia, e um novo teste revela que o cantor é portador do vírus HIV. Em Outubro, Cazuza é internado na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, para ser tratado por uma nova pneumonia. Em seguida, ele é levado pelos pais aos Estados Unidos. Lá, Cazuza é sub6


~ V ermelho B andas : B arao metido a um tratamento a base de AZT durante dois meses no New England Hospital de Boston. Ao voltar ao Brasil no começo de dezembro de 1987, Cazuza inicia as gravações para um novo disco. Ideologia de 1988, inclui os hits “Ideologia”, “Brasil” e “Faz Parte Do Meu Show”. “Brasil” em versão de Gal Costa foi tema de abertura da telenovela Vale Tudo da Rede Globo. Os shows se tornam mais elaborados e a turnê do disco Ideologia, dirigido por Ney Matogrosso, viaja por todo o Brasil. O Tempo Não Pára, gravado no Canecão durante 7

esta turnê, é lançado em 1989. O disco se tornou o maior sucesso comercial superando a marca de 500 mil cópias vendidas. A faixa “O Tempo Não Pára” torna-se um de seus maiores sucessos. Também se destacam “Todo Amor Que Houver Nessa Vida” com um novo arranjo mais introspectivo, “Codinome Beija-Flor” e “Faz Parte Do Meu Show”. O Tempo Não Pára também foi lançado em VHS Vídeo pela Globo. Em fevereiro de 1989, Cazuza declara publicamente que era soropositivo, ajudando assim a criar consciência em relação à doença e aos efeitos dela. O disco Burguesia (1989) foi gravado com o cantor numa cadeira de rodas e com a voz nitidamente enfraquecida. É um álbum duplo de conceito dual, sendo o primeiro disco com canções de rock brasileiro e o segundo com canções de MPB. Burguesia é o último disco gravado por Cazuza e vendeu 250 mil cópias. Cazuza recebeu o Prêmio Sharp póstumo de melhor canção com “Cobaias de Deus”. 5 Cazuza lança-se em carreira solo 6 , 7 Dois momentos de Cazuza, o “exagera-

do” antes de revelar publicamente ser portador ddo vírus HIV


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Sem Cazuza e o sucesso continua Com a saída, Cazuza ainda levou consigo algumas músicas para o seu primeiro disco solo. A banda superou, lançando a música “Torre de Babel”, agora com Frejat no vocal. Em 1986, lançaram o quarto disco “Declare Guerra” e, embora as composições contassem com a ajuda de grandes nomes, como Renato Russo e Arnaldo Antunes, o álbum não foi muito promovido. A banda então, sentindo-se abandonada, assinou um contrato com a Warner e, em No dia 7 de julho de 1990, Cazuza morre aos 32 anos por um choque séptico causado pela AIDS. Após a morte de Cazuza, os pais fundaram a Sociedade Viva Cazuza em 1990 com o objetivo de proporcionar uma vida melhor a crianças soropositivas através de assistência à saúde, educação e lazer. Em apenas nove anos de carreira, Cazuza deixou 126 canções gravadas, 78 inéditas e 34 para outros intérpretes. As canções de Cazuza já foram reinterpretadas pelos mais diversos artistas brasileiros dos mais diversos gêneros musicais.

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~ V ermelho B andas : B arao 1987, lançou o álbum Rock’n Geral, que contava com a participação mais ativa dos outros membros nas composições. Embora o disco tenha recebido boas críticas, ele não vendeu mais que 15 mil cópias. No mesmo ano, Maurício deixou a banda, e entraram o guitarrista Fernando Magalhães e o percussionista Peninha. Somente com três dos integrantes originais, a banda lançou, em 1988, o disco Carnaval, misturando rock pesado e letras românticas. O álbum estourou nas rádios por conta da música “Pense e Dance”, da novela “Vale Tudo”, de Gilberto Braga, e foi um sucesso absoluto, garantindo ao Barão Vermelho a oportunidade de abrir a turnê de Rod 10

Stewart no Brasil. No ano seguinte, 1989, ainda com a popularidade em alta, o Barão lançou o sétimo disco Barão ao Vivo, gravado em São Paulo, e, nesse mesmo ano, a gravadora Som Livre lançou a coletânea “Os melhores momentos de Cazuza e o Barão Vermelho”, incluindo vários sucessos como “Pro dia nascer feliz”, “Bete Balanço” e muitas outras. Esse álbum tem ainda várias raridades como a música “Eclipse Oculto” (inédita) e “Eu queria ter uma bomba”, música que só era encontrada na trilha nacional da novela “A gata comeu”, exibida em 1985. Em 1990, depois de constantes desentendimentos, o baixista Dé abandonou a banda, dando lugar a Dadi, ex integrante dos “Novos Baianos” e do “A Cor do Som”. Ao mesmo tempo, Maurício Barros regressa aos teclados da banda, participando como músico convidado dos álbuns e das turnês. Também nesse ano, o Barão grava o disco

8 Cazuza na época do disco “Ideologia”

9 O Barão Vermelho sem Cazuza, Frejat assume os vocais 10 Nova formação sem Dé e sem Maurício Barros e com o percussionista Peninha


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Na Calada da Noite, mostrando o lado mais acústico do grupo. É nesse álbum que está a música “O Poeta está Vivo”; uma alusão a Cazuza, que morreria alguns meses depois. Ainda em 1990, todos os integrantes da banda são apontados como os melhores de suas categorias, e em 1991, a banda é escolhida, por unanimidade de público e crítica da revista Bizz, como a melhor banda do ano. Em 91 e 92, o Barão Vermelho recebe o Prêmio Sharp de melhor conjunto de rock, e, ainda em 92, são eleitos como a melhor banda do Hollywood Rock daquele ano. O baixista Dadi foi então substituído por Rodrigo Santos. Em 2001, após apresentar-se no Rock in

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Rio 3 Por Um Mundo Melhor, os integrantes resolveram dar a primeira “pausa” na banda a fim de desenvolverem projetos pessoais. Atualmente O retorno ocorreu em 2004. O Barão Vermelho se reúne novamente e lança um novo álbum, “Barão Vermelho”, com o puro rock’n’roll do início da carreira, incluindo “hits” como “Cuidado” e “A Chave da Porta da Frente”. Em 2005 lançam o DVD / Álbum duplo, “MTV ao Vivo”, no qual o destaque foi uma versão de “Codinome Beija-Flor” com participação especial de Cazuza (através de uma gravação em vídeo no telão do palco). No dia 12 de janeiro de 2007, a banda faz 11


~ V ermelho B andas : B arao seu último show no Rio de Janeiro, antes de nova parada “de férias” - a segunda na década. Seus integrantes passaram a dedicarse a projetos solo. Antes da segunda parada, a banda lançou um livro sobre sua carreira e do DVD com o histórico show no Rock in Rio I. Não há previsão de retorno, porém alguns integrantes (como o vocalista Roberto Frejat que segue em uma bem sucedida carreira solo) cogitam a volta do Barão aos palcos a partir de 2012. Cinema O Barão teve uma participação no cinema em 1984 com o filme Bete Balanço,

onde Cazuza (ainda vocalista na época) compôs a música tema do filme, a banda fazia o papel de si mesmos, e Cazuza interpretava Tininho, um compositor. Em 2004 foi lançado o filme biográfico “Cazuza - O Tempo Não Pára” de Sandra Werneck contando a história do poeta incluindo as principais passagens do início da banda com Cazuza. 11 Frejat, vocalista e guitarrista, no Hollywood Rock de 1992 12 O Barão Vermelho em 2005 gravam o “MTV ao Vivo” com uma “participação” de Cazuza 13 A formação atual da banda antes da última pausa em 2007

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Discografia – Barão Vermelho

DVDs Oficiais – Barão Vermelho 1999 - Balada MTV 2005 - MTV Ao Vivo (DVD) 2006 - Box MTV Barão Vermelho (caixa com 3 DVDs) 2007 - Rock in Rio 1985 (DVD)

Álbuns de estúdio Barão Vermelho – 1982. Barão Vermelho 2 – 1983. Maior Abandonado – 1984. Declare Guerra – 1986. Rock’n Geral - 1987. Carnaval - 1988. Na Calada da Noite - 1990. Supermercados da Vida - 1992. Carne Crua - 1994. Álbum - 1996. Puro Êxtase - 1998. Barão Vermelho – 2004.

Bibliografia – Barão Vermelho Barão Vermelho - Por que a Gente É Assim, de Guto Goffi, Ezequiel Neves e Rodrigo Pinto, Editora Globo, 2007

Integrantes – Barão Vermelho Formação Original (1981 - 1985) Cazuza — Vocal Guto Goffi — bateria Roberto Frejat — guitarra Dé — baixo Maurício Barros — teclado

Coletâneas Melhores Momentos: Cazuza & Barão Vermelho (1989) Balada MTV (1999) Pedra, Flor e Espinho (2002) Álbuns ao vivo Barão ao Vivo (1989) Acústico MTV (1991) Barão Vermelho ao Vivo (1992) MTV ao Vivo (2005)

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~ V ermelho B andas : B arao

Formação atual Roberto Frejat - guitarra (desde 1981) e vocal (desde 1985) Guto Goffi - bateria (desde 1981) Fernando Magalhães - guitarra (desde 1989) Peninha - percussão (desde 1989) Rodrigo Santos - baixo (desde 1992) Maurício Barros - teclado (1981-1987) e Participação Especial nos discos e turnês do Barão Vermelho desde 1991.

Ex-integrantes

Cazuza (solo)

Cazuza - vocal - Nos discos Barão Vermelho, Barão Vermelho 2, Maior Abandonado e Ao Vivo no Rock in rio I (1981-1985) Dé - baixo - Nos discos Barão Vermelho, Barão Vermelho 2, Maior Abandonado, Ao Vivo no Rock in rio I, Declare Guerra,Rock’n Geral, Carnaval e Barão Ao Vivo (1981-1989) Dadi Carvalho - baixo - No Disco Na Calada da Noite (1990) Sérgio Serra - guitarra - Participação no inicio da banda (1982)

Discografia

87

Exagerado - 1985 Só Se For A Dois - 1987 Ideologia - 1988 O Tempo Não Pára - ao vivo - 1988 Burguesia - 1989 Por Aí (póstumo) - 1991 O Poeta Está Vivo - Show no Teatro Ipanema 1987 - ao vivo (póstumo) - 2005


R ock B rasil

anos

80

Videografia - Cazuza

Filmografia (ambos)

1988 - Ideologia (VHS Vídeo) 1989 - O Tempo Não Pára (VHS Vídeo) 2008 - Pra Sempre Cazuza (DVD)

1984 - Bete Balanço (participação especial) 1987 - Um Trem para as Estrelas (participação especial) 2001 - Cazuza - Sonho de uma noite no Leblon (documentário) 2004 - Cazuza - O tempo não pára (biográfico)

Bibliografia - Cazuza 1990 - Songbook Cazuza Vol. 1, de Almir Chediak, Lumiar Editora 1990 - Songbook Cazuza Vol. 2, de Almir Chediak, Lumiar Editora 1997 - Cazuza, Só As Mães São Felizes, de Lucinha Araújo e Regina Echeverria, Editora Globo 2001 - Cazuza, Preciso Dizer Que Te Amo - Todas as Letras do Poeta, de Lucinha Araújo e Regina Echeverria, Editora Globo

Frejat (solo) Discografia 2001: Amor Para Recomeçar 2003: Sobre Nós Dois e o Resto do Mundo 2008: Intimidade Entre Estranhos

14 Filme: Cazuza - O tempo não pára

15 Frejat em carreira solo

88


~ V ermelho B andas : B arao

Pro dia Nascer Feliz (Frejat / Cazuza)

Todo dia a insônia me convence que o céu

Todo dia é dia e tudo em nome do amor

Faz tudo ficar infinito

Ah! Essa é a vida que eu quis

E que a solidão é pretensão de quem fica

Procurando vaga uma hora aqui, a outra ali

Escondido fazendo fita...

No vai e vem dos teus quadris...

Todo dia tem a hora da sessão coruja

Nadando contra a corrente só pra exercitar

Só entende quem namora

Todo o músculo que sente

Agora vambora...

Me dê de presente o teu bis.

Estamos meu bem por um triz... Pro dia nascer feliz, pro dia nascer feliz Pro dia nascer feliz, pro dia nascer feliz

O mundo inteiro acordar

O mundo inteiro acordar

e a gente dormir, dormir

e a gente dormir, dormir

Pro dia nascer feliz, pro dia nascer feliz.

Pro dia nascer feliz, pro dia nascer feliz

O mundo inteiro acordar e a gente dormir...

O mundo inteiro acordar e a gente dormir...

89


R ock B rasil

anos

80

Todo Amor Que Houver Nessa Vida (Cazuza / Frejat)

Eu quero a sorte de um amor tranqüilo

E se eu achar a tua fonte escondida

Com sabor de fruta mordida

Te alcanço em cheio

Nós, na batida, no embalo da rede

O mel e a ferida

Matando a sede na saliva

E o corpo inteiro feito um furacão Boca, nuca, mão e a tua mente, não

Ser teu pão, ser tua comida Todo amor que houver nessa vida

Ser teu pão, ser tua comida

E algum trocado pra dar garantia

Todo amor que houver nessa vida E algum remédio que me dê alegria...

E ser artista no nosso convívio Pelo inferno e céu de todo dia

Ser teu pão, ser tua comida

Pra poesia que a gente não vive

Todo amor que houver nessa vida

Transformar o tédio em melodia...

E algum trocado pra dar garantia E algum veneno anti-monotonia...

Ser teu pão, ser tua comida Todo amor que houver nessa vida E algum veneno anti-monotonia...

90


~ V ermelho B andas : B arao

Codinome Beija-Flor (Cazuza, Ezequiel Neves e Reinaldo Arias)

Pra que mentir

Não responda nunca, meu amor (nunca)

Fingir que perdoou

Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Tentar ficar amigos sem rancor A emoção acabou

Que só eu que podia

Que coincidência é o amor

Dentro da tua orelha fria

A nossa música nunca mais tocou

Dizer segredos de liquidificador

Pra que usar de tanta educação

Você sonhava acordada

Pra destilar terceiras intenções

Um jeito de não sentir dor

Desperdiçando o meu mel

Prendia o choro e aguava o bom do amor

Devagarinho, flor em flor

Prendia o choro e aguava o bom do amor.

Entre os meus inimigos, beija-flor Eu protegi teu nome por amor Em um codinome, Beija-flor

91



Referências Bibliográficas Motta, Nelson, Noites Tropicais - Solos, improvisos e memórias musicais, Rio de Janeiro-RJ, Objetiva, 2000. França, Jamari, Os Paralamas do Sucesso, São Paulo-SP, Editora 34, 2003. Araújo, Lucinha, Cazuza : Só mães são felizes/ Lucinha Araújo em depoimento a Regina Echeverria, São Paulo-SP, Globo S.A., 1997. Dapieve, Arthur, Renato Russo: O trovador solitário, Rio de Janeiro-RJ, Relume-Dumará: Prefeitura, 2000. Rock brasileiro na década de 1980, Maio 2011, < http://pt.wikipedia.org/wiki/Rock_brasileiro_ na_década_de_1980 >. Legião Urbana - Wikipédia, Maio 2011, < http://pt.wikipedia.org/wiki/Legião_Urbana >. Os Paralamas do Sucesso- Wikipédia, Maio 2011, < http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Paralamas_ do_Sucesso >. Barão Vermelho - Wikipédia, Maio 2011, < http://pt.wikipedia.org/wiki/Barão_Vermelho_(banda) >. Década de 1980 - Wikipédia, Maio 2011, < http://pt.wikipedia.org/wiki/Década_de_1980>. De Volta aos anos 80 - Blog Retrô - Vamos Lembrar!, Maio 2011, < http://retrovamoslembrar. blogspot.com/2010/09/de-volta-aos-anos-80.html > Por Dez dias, o Rio foi a Capital do Rock, Maio 2011, < http://veja.abril.com.br/noticia/ celebridades/por-dez-dias-a-capital-do-rock-foi-o-rio >.

93


Índice Remissivo 0-9 90 Horas De Música E Paz 44

Baratos Afins 32 Beatles 48 Bete Balanço 79, 85 Big Bang 64 Billy Idol 24

A

Blitz 28, 29, 31, 43 Bon Jovi 22

Aborto Elétrico 34

Bora-Bora 64

Aborto Elétrico 47

Boy George 24

Ac/Dc 22, 39, 41

Brasil Afora 69

Acústico Mtv 66

Brock 27, 36

A-Ha 22

Bruce Springsteen 24

Akira S E Garotas Que Erram 32

Burguesia 81

Alceu Valença 43 Angus Young 39 Anthrax 22 Arrigo Barnabé 31 Asdrúbal Trouxe O Trombone 28 A Tempestade 53 Avanço Tecnológico 13

B

C Caetano Veloso 79 Camisa De Vênus 35 Capital Inicial 34, 48 Carnaval 83 Cascavelletes 34 Cazuza 30, 44, 77, 79, 84 Cazuza - O Tempo Não Pára 85

B52’S 22, 42

Chacrinha 18

Baby Consuelo 43

Cidade Do Rock 43

Barão Ao Vivo 83

Cinema Mudo 62

Barão Vermelho 2 30, 31, 43, 77, 78 79

Circo Voador 18, 29, 49, 62

94


Cólera 31

Era Do Blockbuster 14

Conexão Japeri 36

Erasmo Carlos 43

Constituição 16

Esporte 17

Cyndi Lauper 24

Estação Espacial Mir 14 Evandro Mesquita 28

D

Exagerado 80

D 63 Dado Villa-Lobos 48 Declare Guerra 82 Defalla 34 Def Leppard 22, 41 Dire Straits 22 Diretas Já 16 Diretas Já 33 Dois 50

F Fê Lemos 34, 47 Fellini 32 Finis Africae 35 Flávio Lemos 34 Freddie Mercury 44 Frejat 77, 82, 85

Dos Margaritas 65 Duran Duran 22

G Gang 90 28

E Edgar Scandurra 33 Ed Motta 36 Eduardo Dusek 29, 43 Eduardo Duzek 30 Elba Ramalho 43 Engenheiros Do Hawaii 34

George Michael 24 Geração Coca-Cola 49 Geração Saúde 13, 13–97, 14 Gilberto Gil 43 Go-Go’s 42 Guerra Fria 15 Guns N’ Roses 22

95


H Hardcore 21 Heavy Metal 22, 41, 42 Heróis Da Resistência 35 Hey Na Na 66 Hoje 68 Hojerizah 35 House Music 23

João Barone 62 João Fera 63 João Paulo Ii 14 João Penca e Seus Miquinhos Amestrados 29 78 Joy Division 48 Judas Priest 22 Júlio Barroso 28

Humberto Gessinger 34

K I Idade Da Informação 13, 13–97 Ideologia 81 Inimigos Do Rei 35

Kid Abelha 30, 31 Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens 43 Kid Vinil 32 Kiko Zambianchi 35

Inocentes 31 Inútil 33 Ira! 32 Iron Maiden 22, 31, 40, 41 Itamar Assumpção 31 Ivan Lins 43

L Lady Di 14 Legião Urbana 34, 36, 47, 49 Léo Jaime 29, 78 Leoni 35 Língua De Trapo 31

J Jacarepaguá 40 James Taylor 44

Lionel Richie 24 Live Aid 21 Lobão 28, 29, 30

96


Longo Caminho 67

Mundo Anos 80 13

Lucas 14

Muro De Berlim 15

Luiz Calanca 32

Música Eletrônica 22

Lula 15 Lulu Santos 28, 29, 30, 31, 43, 62

M

N Na Calada Da Noite 83 Nelson Motta 27

Madonna 23, 24

Nenhum De Nós 34

Magazine 32

New Wave 27, 39

Maior Abandonado 79

New Wave 22

Manifestações De Massa 15

Ney Matogrosso 44, 79

Marcelo Bonfá 48

Nina Hagen 42

Marcelo Nova 35

Nove Luas 66

Margaret Thatcher 14

Novos Baianos 43

Marina Lima 30 Megadeth 22 Mercenárias 32

O

Metaleiros 42

O Começo Do Fim Do Mundo 31

Metallica 22

O Descobrimento Do Brasil 52

Metrô 32

Olho Seco 31

Michael Jackson 24

Only A Dream In Rio 44

Moraes Moreira 43

O Passo Do Lui 62

Mpb 31

Os Grãos 64

Mtv 23

Os Replicantes 34

Mtv Ao Vivo 84

Ozzy Osbourne 41

Mtv Brasil 66

97


P País É Este 50 Paralamas 30, 61, 65 Paralamas Do Sucesso 30 31 43, 61 Paralamas E Titãs: Juntos E Ao Vivo 69 Paulo Ricardo 33 Pepeu Gomes 43 Pet Shop Boys 22 Pixies 23 Planos Econômicos 16 Plebe Rude 34 Pop Rock Nacional 27 Porão Do Rock 55 Premeditando O Breque 31 Prince 24 Punk 27

Ratos De Porão 31 Raul Seixas 35 Reggae 27 R.E.M. 23 Renato Rocha 49, 50 Renato Russo 34 Rio Grande Do Sul 34 Rita Lee 43 Ritchie 28, 30 Roberto Medina 39, 40 Rock Brasil 28, 29, 31, 35 Rock Brasileiro Da Década De 80 27 Rock In Rio 17, 31 39 Rock’n Geral 82 Rod Stewart 42 Roger Moreira 33 Ronald Reagan 14 Rpm 32, 33

Q Quatro Estações 50 Queen 22, 31, 40, 41, 44

S Sambódromo 17 Saudosismo 36

R Rádio Fluminense 18 29 Ramones 48

Scorpions 31, 41 Selvagem? 63 Severino 65 Slayer 22

98


Smack, 32 Sociedade Viva Cazuza 82 Sonic Youth 23 Só Se For A Dois 80 Spielberg 14

V V 51 Vamo Batê Lata 65 Van Halen 22 Vital 62 Vital E Sua Moto 62

T

Voluntários Da Pátria 32

Tancredo Neves 16, 31 The Cure 22, 23, 28, 48 The Police 22 The Smiths 22, 48 Thrash Metal 22

W We Are The World 21 Whitesnake 22, 41

Thriller 24 Titãs 32 Titãs Do Iê Iê Iê 32 Trovador Solitário 48

U U2 22, 23

Y Yes 42

Z Zero 32

Ultraje A Rigor 32 Uma Outra Estação 54 Uns Dias Ao Vivo 67 Uns E Outros 35 Usa For Africa 21

99


Este livro foi composto na tipologia Avenir LT std, em corpo 11/16 e ATSackers Classic em títulos e cabeçalhos, e impresso em papel Off-set 90g/m2 pela gráfica Europa LTDA, Junho de 2011



102

Willame Alves - Flamir Ambrósio Sebastião Marques - Gilson Nunes

N

as páginas deste livro você certamente descobrirá (ou relembrará) a importância do rock nos anos 80 no Brasil: O país caminhava para a abertura política e o rock n’roll ganhava uma cara mais brasileira. Com muita irreverência e letras mais ousadas, o gênero invadiu as rádios e TVs do país e virou febre. Nas telonas acontecia uma ‘Guerra nas Estrelas’, enquanto Michael J. Fox tentava um caminho ‘De Volta Para o Futuro’ e Michael Jackson assustava o mercado fonográfico com o álbum Thriller. No Brasil, jovens, artistas e políticos pediam pelas ‘Diretas Já’ e o país sentia os efeitos da inflação alta ao mesmo tempo que sobravam modismos marcando o estilo de uma época. Batata frita, chopp e uma discussão de casal, recheados de coloquialismo, os versos de uma música (Você não soube me amar da Blitz) caíram na boca do povo e daí não parou mais. Era dado o pontapé para o surgimento do rock dos anos 80 na grande mídia trazendo uma linguagem e um visual novos. As rádios resolveram tocar rock brasileiro, as bandas de rock surgiam de todos os lugares do país e por fim, em 1985, o Rock In Rio viria a legitimar toda essa turma dando ao Brasil um lugar de destaque junto aos grandes roqueiros do mundo. O resto é história e hoje essa era do Rock Brasil atrai até a curiosidade de pessoas que sequer tinham nascido naquele momento.

ROCK BRASIL ANOS 80

Wi l l ame A l v e s F l ami r A mbr ó si o S e bast i ão Mar q u e s G i l so n N u n e s


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