REVISTA GRATUITA DE TURISMO - Edição Nº 7 - 2016
GR Á TI S
CATENA MANIA Mapas Guia de Vinícolas
O que fazer em Mendoza
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Conteúdos desta edição Cultural Tempero de cozinha: Mendoza típica!............. 12 Mendoza Green Market....................................... 10 Vinho Catena-mania........................................................... 6 Grandes vinhos para descobrir em Maipú .... 14 Guias Vinícolas.................................................................... 16 Restaurantes............................................................ 18 Mapa........................................................................... 4 Informações úteis................................................... 4
Wine Republic Edição nº 7 - 2016. 20.000 copias - Publicado por Seven Colors SA. Espejo 266, Mendoza, Argentina. 54-261-425 5613. Diretor Editorial: Charlie O´Malley. Edição e Publicidade: Mariana Gómez Rus · mariana@wine-republic.com. Colaboradores: Jeanne Coelho jeannecoelho@hotmail.com -Leia Zimmermann vanderleiazimmermann@hotmail.com - Emilie Giraud emigiraud@gmail.com Ilustração: Donough O’Malley (WWW.pencilrobot.net ) Desenho: Circlan.com - Jona Conti - jona@circlan.com. Fotos- Catena Zapata- Mariana Gómez Rus-Emilie Giraud- Elizabeth Butler. Nota: O expressado nesta revista não corresponde necessariamente às opiniões editoriais de Wine Republic.
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AEROPORTO Tel.: (0261) 5206000. Acceso Norte s/n, El Plumerillo. EMERGÊNCIA Tel.: 911. CONSULADO GERAL DO BRASIL EM MENDOZA Rivadavia 628. Cidade de Mendoza. Tel.: (0261) 4295988-4295962. EMBAIXADA DO BRASIL EM BUENOS AIRES Cerrito, 1350, Capital Federal.Tel.: (011) 45152400. ADVERTÊNCIA CONTRA ROUBO Fique alerta! Tenha cuidado com sua bolsa, sacola e mochila. Quando estiver caminhando pelas ruas evite levar coisas de valor. Os lugares que você deverá ter maior cuidado são: estação rodoviária, ciber cafés e áreas solitárias no Parque General San Martin. PARA TROCAR MOEDA ESTRANGEIRA Câmbio! Câmbio! Gritam os “arbolitos” (os que fazem a troca no câmbio negro) em frente à Galería Tonsa (Rua San Martín, 1173). Esse é o melhor lugar para conseguir uma boa cotização da moeda estrangeira. Mas para melhor informação sobre o câmbio do dia acesse o link: www.ambito.com.
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CATENA MANIA Construída a semelhança de uma grande pirâmide Maia Catena Zapata emerge do meio dos seus vinhedos como um templo que, ano trás ano, recebe milhões de fervorosos fãs de diferentes partes do mundo procurando render culto a seu liquido sagrado. Muitos dizem que Mendoza sem Catena ( em seu caminho ou em sua mesa) não é Mendoza. Neste artigo te contamos o porquê. Por: Mariana Gómez Rus Perseverança, trabalho duro, inovação, paixão, um toque de loucura e alguns golpes de sorte...Esses foram os ingredientes que fizeram que Catena se convertesse numa marca ícone dentro e fora do mercado Argentino. A chave de seu êxito? Cada geração desta família deu passos significativos e se esforçou em cuidar do que fez o anterior, destacando-se a figura de Nicolás Catena. A história da vinícola começa nos primeiros anos do século XX quando Nicola Catena, o mais jovem de uma numerosa família italiana, decidiu lançar-se à aventura e perseguir o sonho de um futuro melhor para ele e para seus sucessores. Cruzou o charco e se instalou na Argentina. Sem falar espanhol e com pouco dinheiro no bolso, seu instinto o trouxe até Mendoza onde se dedicou ao que melhor sabia fazer: vinho. Comprou um pequeno vinhedo no Este do estado e começou a elaborar a bebida em pequena escala. Por volta da década dos 30’, seu filho Domingo trabalhava junto a Nicola comercializando o vinho no resto do país. Nessa época o nome Catena era associado a uma classe média agrícola bastante respeitada. A meados de 1940, Nicolás filho Domingo, ajudava com pequenos trabalhos familiares no sitio embora sua mãe Angélica Zapata tivesse outra ideia para o futuro do seu filho. Assim os anelos parentais eram opostos: enquanto seu pai desejava que ele seguisse o negócio familiar , Nicolás já era Doutor em economia ... realizando o desejo de sua mãe. Mas o rumo da história se transformou quando a meados dos anos 60, Angélica e Nicola faleceram num acidente automobilístico e Nicolás teve que escolher entre o futuro acadêmico longe da família ou ajudar seu pai tanto na sua vida pessoal como comercial. Teria que
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ajuda-lo a resgatar o negócio da vinícola . Decidiu meterse de cabeça no negócio familiar e com o passar dos anos conseguiu converte-la num poderoso empório argentino produtor de vinho fino. Quando Nicolás começou a se envolver com a vinícola a situação na Argentina não era boa e a indústria vitivinícola tampouco estava bem: não somente a má situação econômica repercutia gravemente, senão que também devia lidar com uma imagem negativa crescente, consequência da venda de vinho adulterado (com álcool metílico) que terminou com a vida de várias pessoas. Seu primeiro passo foi mudar a forma de vender vinho localmente. Nessa época o vinho era vendido a granel e os compradores fracionavam e revendiam com outra etiqueta. Nicolás convenceu o pai a ganhar protagonismo, comprando duas vinícolas para começar a vender seu próprio vinho com sua própria etiqueta. Investiu em publicidade para tentar reverter um pouco essa má imagem que o vinho carregava nesses dias, associando-o a momentos familiares,encontros, bebida nobre e saudável . E para meados da década dos 70, não
Nicola desconhecia o Malbec e as bondades do solo mendocino, mas seus vizinhos o alentaram que plantasse. A tradição do Malbec continuou com Domingo e seguiu com Nicolás que convencido pelo seu pai e sua filha Laura (hoje encarregada de continuar o negócio familiar) converteu o Malbec na variedade emblemática de Catena.
conformado com o vinho que elaborava, decidiu dar um salto na qualidade. Um enólogo americano assessorou a Catena com a ideia de ter um diagnóstico de como estava a indústria e o que era necessário para melhorála. Basicamente o vinho que se elaborava naquele momento na Argentina era medíocre: usava-se recursos tecnológicos e humanos mínimos, se trabalhava com tecnologia antiquada, manutenção péssima e suja. Os processos durante a colheita faziam estragos na uva, oxidando-a e despojando-a do melhor que trazia. A elaboração e o envelhecimento realizava-se utilizando tanques, mangueiras e grandes vasilhas de carvalho velhas e furadas que não faziam mais que adicionar oxido e bactérias contaminando o futuro vinho tinto. A tudo isso se somava a indiferença do consumidor que tampouco lhe importava a qualidade e só tomava o que era posto na sua taça. O panorama não era animador. Nicolás Catena tratou de amenizar o problema da contaminação aplicando sulfitos em todos os cantos da vinícola. O uso era excessivo e o risco de contaminação diminuía, mas em contra partida as possibilidades de que no dia seguinte após beber esse vinho, você sentisse que sua cabeça ia explodir eram enormes. As coisas não melhoravam e havia que fazer alguma coisa imediatamente. No inicio dos anos 80, Nicolás se instalou um tempo em Califórnia. Ali dava aulas como professor na Universidade de Berkeley e nos fins de semana se dedicava a passear e conhecer vinícolas com sua família em Napa Valley. Sem grandes expectativas chegou à vinícola de Robert Mondavi, que havia se associado ao Barão Philippe de Rothschild com quem elaborava OPUS ONE. E algo fez clique. Fruta com toque de madeira. Descobrir essa vinícola foi redescobrir o vinho americano e também foi um corte entre o que o velho e o novo mundo significava em matéria de vinhos. Nicolás observou seu colega “gringo” e obteve informações valiosas sobre plantas, vinhedos, clima, terroir, técnicas, barricas etc. Voltou a Mendoza e vendeu a vinícola que elaborava vinhos de mesa e ficou com Esmeralda, a vinícola de vinhos finos da família. Ir à busca da qualidade a princípios dos anos 80, em um contexto onde a quantidade e o baixo custo levava vantagem e as vinícolas erradicavam vinhedos de qualidade( envelhecidos e verdadeiros
tesouros enológicos) substituindo-os por grandes plantações de variedades enológicamente pobres ( como Cerezas, Criolla ou Pedro Gimenez que rendiam mais economicamente) era uma aventura louca. Nicolás Catena saiu desse molde e conservou cuidadosamente vinhedos antigos, plantou novos e de alta qualidade enológica. Seguro do que havia visto nos Estados Unidos e convencido de que era possível imitar, propôs como meta mostrar ao mundo que Argentina também podia fazer bom vinho e começou a incluir variedades como Chardonnay e Cabernet Sauvignon no seu vinhedo “La Pirámide”. Com o tempo descobriu que em vinhedos de maior altura a uva poderia dar um vinho mais distintivo e profundo. Chegou até os 1400m sobre o nível do mar, acreditando que poderia dar um salto qualitativo se pusesse à videira ao limite do estabelecido. Novamente muitos o chamaram de louco, mas sua inovação foi acertada. Mais adiante outros vitivinicultores começaram a imitá-lo e o os custos dos vinhedos em altura foram para as nuvens. Para fins dos 80, os vinhedos começaram sua metamorfose. Catena Zapata deixou de ser uma lagarta para se transformar numa borboleta e começou a exportar suas novidades. Naquele tempo o vinho argentino mais caro se comercializava em 4 dólares. Nicolás Catena foi além e determinou que seus vinhos estavam qualitativamente perto de algumas marcas californianas, o justo era vender seu vinho em um 30% mais barato que as etiquetas americanas. Foi assim como Catena começou a vender-se por US$ 15. Para meados de 2000 até a atualidade esta CATENAMANIA não parou. Choveram prêmios reconhecendo sua qualidade e trajetória tanto a nível nacional como internacional, inclusive Nicolás Catena há sido nomeado “Homem do Ano” pela revista Decanter. Faz alguns anos uma colheita 97 foi leiloada em 30 mil dólares na China. Fazer uma reserva para visitar a vinícola é necessário 40-60 dias de antecipação ou mais, e o mesmo Robert Parker (no seu último informe de 2015) sobre vinhos argentinos para Wine Advocate, da as maiores pontuações a vinhos que levam na sua etiqueta o nome de “Catena Zapata”.
Domingo V. Catena com seus pais, irmãos e irmãs.
Nicolás e sua filha, Laura Catena.
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VínculosAlguns nomes associados a Catena Zapata que não deverias deixar de conhecer na próxima viagem a Mendoza Alejandro Vigil , o inimigo em casa. Apesar de Alejandro se considerar mais um viticultor que enólogo, o certo é que ele leva mais de uma década à frente do departamento de enologia da vinícola Catena Zapata e é considerado um dos enólogos mais emblemáticos da firma. Há alguns anos se associou com Adrianna ( a filha mais nova de Nicolás Catena) para por em funcionamento “Aleanna”, uma vinícola que elabora vinhos à maneira antiga, focalizandose principalmente no Cabernet Franc. Além da elaboração de vinho sob o nome “El Enemigo” o projeto também inclui um pequeno restaurante (localizado no mesmo terreno onde tem sua casa, em Chachingo, Maipú) onde é um ponto de encontro entre amigos, clientes e visitantes. Longe da imagem corporativa, Alejandro pretende ter um contato mais direto e pessoal com clientes e curiosos que passam por sua casa que, certamente, o encontram na maioria das vezes , aproximando-se para conversar em algumas mesas e fazendo alguma piada do por quê escolheu ser “ El Enemigo”. Aberto de segunda a sábado, poderá aproximar-se a conhecer sua micro vinícola ao ar livre e a adega, escolher entre diferentes “flights” de vinhos ou contentar o coração com um suculento almoço que inclui de entrada petiscos frios, “empanadas” , caseiras e o prato principal, que consiste em um “bife de chorizo” com variedade de saladas alem duma sobremesa regional para finalizar essas delicias de boa vida e vinho. Videla Aranda 7008. Tel. 0261-6974213 info@casaelenemigo.com CA.RO. Uma vinícola dentro de outra. No final da década dos 90 nasceu CA.RO, da relação comercial entre Domaines Barons de Rothschild (Chateau Lafite) e Nicolas Catena, com o objetivo de criar o vinho mais elegante da américa do sul, focalizando no blend Malbec – Cabernet sauvignon. A vinícola está localizada na ala NE da antiga vinícola Escorihuela onde Nicolás tem uma parte acionista que utilizou para realizar este projeto com Rothschild. Trabalha só três linhas ( Aruma, Amacaya e CA.RO ). Vale a pena fazer um percorrido por suas caves centenárias e misteriosas, com uma passagem ao século XiX. Abre de segunda a sexta das 9h às 19h. Uma boa opção é pegar o horário da ultima visita e ficar para jantar no vizinho: 1884, de Francis Mallmann. Presidente alvear 151. hospitality@bodegascaro.com.ar. tel:4530963. Vinhedos em altura
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Ernesto Catena e sua alma negra. Ernesto é o filho mais velho de Nicolás Catena e, sem duvida, representa o lado mais vanguardista da família Catena. Logo de estudar e morar no exterior se radicou em Buenos Aires. Fortemente influenciado pelo seu avô Domingo animou-se a encarar um projeto vitivinícola próprio no Vale de Uco. O vinhedo chamado “Nakbé” é orgânico e biodinâmico. Já faz alguns meses que a vinícola está aberta ao público e se pode desfrutar de diferentes maneiras incluindo almoço, visitas especiais às vinícolas e tardes de golfe. Ernesto é o criador de Tikal, Siesta, Padrillo e Alma Negra( cujo blend é um mistério a que somos convidados a descobrir somente através dos nossos sentidos). info@ ernestocatenavineyards.com Para os Catenamaníacos. Varias agências de enoturismo de Mendoza trabalham com Catena Zapata. Recomendamos os programas de Trout & Wine desenhados especialmente para aqueles que queiram conhecer e saciar sua gula em Catena. Oferecem programas econômicos que combinam Catena com outra vinícola da região, incluindo almoço leve e degustações de vinhos jovens por US$135 ou programas mais sofisticados (para os mais fanáticos) incluindo Catena e vinícolas associadas a este nome, com recorridos que podem durar um ou dois dias, dependendo dos interesses, disposições e orçamentos, incluindo degustações “premium” , guia especializado em português e almoços harmonizados com vinhos. Sugere-se adiantar a reserva já que é uma das vinícolas mais concorridas de Mendoza. Espejo 266, Te: 0261-4255613- info@troutandwine.com.
Casa El enemigo
Cave da vinícola CA. RO
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Que tão verde é Emilie Giroud vai de visita ao Green Market Mendoza
Mendoza?
A primeira vista Mendoza parece cumprir com todos os requerimentos de uma “ cidade verde” e ecologicamente consciente. A gigantesca e selvagem Cordilheira dos Andes, onipresente no campo visual, inspira um respeito imediato pela natureza. Rodeado de deserto, o oásis de Mendoza é dependente de um frágil sistema de canais e alamedas necessários para gerar umidade e sombra. No verão, a frequência dos cortes de água, lembra a seus habitantes a escassez do dito recurso. A planificação urbana dos fins do século XIX deu origem ao Parque General San Martin, um pulmão verde de mais de 450 hectares considerado como um dos parques municipais mais espetaculares e melhor cuidado de todo o continente. Mas a realidade é menos utópica...
explicar como fazer húmus, dar uma aula improvisada de reciclagem ou contar em que consiste a agricultura biodinâmica”, diz Jazmin. “No Green Market , pode-se apreciar um ambiente terno e positivo de avós comendo um “cachorro-quente vegano” ou adolescentes que se deixam convencer com sucos orgânicos caseiros de beterraba em vez de coca- cola”. O encontro também oferece atividades grátis como ioga, chi kung ou aulas de cozinha saudável e música ao vivo. O Green Market é um encontro popular que ocorre cada mês e nestes dois dias de encontro se reúnem em média 30 mil pessoas. O público, muito eclético, está composto de pessoas do bairro, de famílias, de profissionais gastronômicos, e de pessoas que passam como ciclistas, hippies, patinadores e artistas...
Os mendocinos têm o hábito a gastar demasiadamente água e gás. A energia solar é quase inexistente num estado com 340 dias de sol ao ano, a questão dos resíduos deixa muito a desejar e por mais que a cidade seja plana, somente os ativistas ecológicos mais valentes têm coragem de circular em bicicleta por fora das- muito poucas- ciclovias disponíveis na cidade. Afortunadamente a agenda verde está aparecendo na Capital Andina. Desde Novembro de 2013, uma iniciativa ambiental e bastante popular, o Mendoza Green Market, contribui a difundir iniciativas locais sustentáveis. Segundo Jazmin, uma de suas criadoras, o Green Market é “ uma ideia louca de três mulheres loucas, agora seguida por muitas outras pessoas loucas.” O certo é que visitar a este mercado verde é uma grande oportunidade de sair do circuito turístico tradicional para conhecer os produtos e a hospitalidade local. Os últimos mercados se instalaram no “Parque Raúl Alfonsín” no distrito municipal de Godoy Cruz, a poucas quadras do centro da cidade. Ali, podemos encontrar mais de 50 estandes coloridos e floridos onde pequenos produtores ecológicos oferecem uma grande diversidade de mercadorias e de comidas saudáveis como pizzas feitas de farinha integral, hambúrguer para vegetarianos , sobremesas livres de glúten, sorvetes orgânicos, iogurte de leite cru, cervejas artesanais, vinhos orgânicos e biodinâmicos, e além disso, bicicletas recicladas, móveis com um toque vintage, plantas e flores. “ As pessoas nem sempre compram mas formam um público muito atento e respeitoso e não é estranho ver realizar-se conversas nos estandes de produtores para
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Consultar a data do próximo Green Market na página:
www.facebook.com/MendozaGreenMarket
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Tempero
de cozinha: Mendoza típica! Se existe algo que não arriscamos ficar “sem” é a comida, não é mesmo? Então se ela é de vital importância e não podemos abrir mão, que seja, para nosso deleite, com sabor e qualidade. Nesta viagem de imersão gastronômica, convido-os a engolir cada palavra deste artigo, degustando-as com os sabores locais de Mendoza. Por: Jeanne Coelho O alimento é algo imprescindível; logo, uma das primeiras coisas que fazemos ao chegar a um novo lugar é procurar comida, pois como diz o ditado: saco vazio não fica em pé! Com certeza nos depararemos com muitas novidades locais, principalmente se é no estrangeiro que estamos colocando nossos lindos pezinhos. E é nessa questão que vou atiçar a curiosidade de vocês para que experimentem os famosos pratos típicos. Dou ênfase a esse ponto porque é nele que encontraremos o DNA de seu povo, sua identidade. Geralmente esses pratos são preparados com receitas deixadas pelos povos originários ou pelos ancestrais da família, perduraram gerações, e de tanto sucesso, ganharam a rua. Então grandes surpresas poderão ocorrer, pois nosso paladar poderá usufruir de sabores que ficarão na memória, junto com essa experiência tão boa que é conhecer novas culturas. Argentina é terra de boas vacas, portanto os primeiros pratos de Mendoza só poderiam ser feitos com ela, a estrela das panelas, a carne. A Carne a la Olla e a Carne a la Masa estão em primeiro lugar na lista que elaborei para vocês. Não lhes passarei nenhuma receita, mas apenas comentarei os ingredientes que cada prato contém. A carne a la olla é feita na panela e leva cebola, cenoura, batata e vinho; pode vir acompanhada do Chimichurri que é um molho picante feito com Azeite de Oliva, sal, pimenta (ají), orégano, alho; fica a gosto do cliente. A Carne a la Masa é feita com carne e verduras, cozidas dentro de uma massa de pão, e essa mistura gera um sabor inigualável. Depois temos a Humita que leva milho verde, pimentão vermelho, azeite, manjericão, salsinha, e demais condimentos. Ela vem servida ao prato, mas em alguns lugares poderá vir cozida na palha do milho, 12
como a nossa pamonha salgada. Agora é a vez das tradicionais empanadas argentinas (são como nossos pastéis, sendo que assadas no forno). As empanadas mendocinas levam maior quantidade de cebola do que em outros estados... Muito gostosas! Outro prato é o Tomaticán, preparado com tomate, cebola, pão, pimentão vermelho, ovos e orégano. Excelente como guarnição. Saindo dos pratos e metendo a mão na massa, encontraremos as tortitas mendocinas. Elas são preparadas com farinha de trigo manteiga ou gordura, têm a forma de uma bolacha Maria... Ótimas acompanhantes de um cafezinho em qualquer hora do dia. Você poderá encontrá-las em qualquer padaria, mas na Via Veneto (Amigorena, 78 - Mendoza) elas são especiais. E convenhamos de que não existe nada melhor do que dar uma paradinha em um café, sentar em uma mesa, levantar o dedo e pedir: por favor, um cafezinho e uma tortita. Mas cuidado! Isso pode até viciar... Eu que o diga. Os pratos típicos poderão ser encontrados em alguns restaurantes locais, mas apesar de terem os mesmos ingredientes a preparação terá sua particularidade, claro. Mas minha primeira recomendação é um pouquinho fora da cidade; o restaurante se chama Los Negritos e fica a 80 quilômetros da capital, localizado em Las Vegas – Potrerillos. Ele surgiu de um projeto familiar que se fez realidade com muito êxito, e seu nome é em homenagem aos donos do local. O lugar já é maravilhoso por encontrar-se no meio das montanhas, e a viagem até lá é muito interessante por causa das paisagens que você vai visualizando... Um show de imagens da Cordilheira dos Andes para serem contempladas e registradas... Então prepare a máquina fotográfica! Ao chegar ao restaurante, você é atendido pelos próprios donos que oferecem um cardápio com receitas familiares, e percebe-se o carinho e amor que dedicam ao ambiente. Isso faz a diferença! Um detalhe na ornamentação me chamou à atenção: quadros pendurados nas paredes com receitas, escritas a mão, de pratos típicos nos transmitem compromisso, simplicidade e nos remetem a um ambiente pessoal como a casa de um familiar ou amigo. Também desperta o nosso desejo oculto de ser acolhido e sentirse bem. Vale a pena ir lá, com certeza! Recomendo provar a Carne a la Masa e também o Cutriaco, outro prato típico que só encontrei aí. O Cutriaco é feito com carne em troços pequenos, envolvida em um delicioso molho, rodeada de batatas crocantes... Sabores para recordar!
Empanadas
Faça sua reserva! Los Negritos Bodegón de montaña. Los Olmos s/n Las Vegas, Potrerillos, Mendoza bodegonlosnegritos@gmail.com Horário de funcionamento: sexta, sábado, domingo e feriado, a partir das 12:00 h Coordenadas de GPS: S 33013370 - W 69272293
Carne a la masa Agora dentro da cidade, você encontrará esses pratos, por exemplo, no Restaurante Retortuño cuja especialidade é comida típica de Mendoza, e oferece shows musicais: as músicas Cuyanas (seriam como nossas músicas regionais), que embelezam a noite em um ambiente aconchegante e rústico. Ele funciona apenas nos fins de semana, horário noturno, com variação no cardápio. Visitei-o e provei pequenas porções de vários pratos: carne a la olla, carne de cerdo, frango ao alecrim, pastéis e empanadas. Os pastéis, diferentes das empanadas, são fritos e doces, feitos com queijo, açúcar e canela (muito bom!). E de sobremesa provei doce de Alcayota com nozes. A alcayota é uma fruta com muita fibra e ao mastigá-la você sente um crac crac de sua crocância... Ótima combinação com as nozes! Sobre a ornamentação do local, cada mesa possui luz de velas, e de repente, se você deseja uma noite romântica, escolhe o/a acompanhante e o lugar é perfeito! A comida é boa e de pano de fundo, algo imprescindível para nós brasileiros: música. Outro detalhe importante que considero é o valor: fixo e acessível. Inclui a comida e o show musical, a bebida é a parte. Vale a pena conhecer o lugar! Agora se você estiver passeando ou fazendo compras pelo centro, dê uma passadinha no Mercado Central – Calle Las Heras – Centro de Mendoza, e coma as deliciosas empanadas mendocinas ou uma saborosa Humita. As duas opções lhe deixarão satisfeito. Ademais, todo mercado tem seu encanto... Passear por seus corredores descobrindo objetos, iguarias... Ele é contato direto com gente como a gente. É lugar descontraído, cheio de surpresas e alegrias. Você não concorda? E aí freguês! O que vai levar hoje?
Retortuño Dorrego, 173 – Guaymallén – Mendoza Horário de funcionamento: sexta e sábado – 22:00 h Fone: 0261 431 6300 Mercado Central Patricias Mendocinas e Las Heras, cidade de Mendoza Horário de funcionamento: segunda ate sabado- de 10 ate 20 h.
Alcayota com nozes
Tortitas
Vou fazer uma pequena indagação: vocês acham que beleza põe mesa? Eu diria que sim. Um prato visualmente magnífico, em um lugar visualmente belo, vai deixá-lo com água na boca e a sensação de que a bem-aventurança existe, e as comidas irresistíveis também. Portanto, ao deparar-se com esses pratos diferentes e de nomes estranhos, não resista e deixe-se levar pela impressão, mande a dieta pras cucuias e seja feliz, pois em uma viagem, as oportunidades não se devem deixar escapar. Senão babau... Dançou! Provar novos sabores, novas emoções faz com que ao final digamos: valeu! E no caso da comida típica mendocina, você dirá: valeu cada centavo que paguei! E então, vai provar?
Cutriaco 13
GRANDES VINHOS PARA DESCOBRIR EM MAIPÚ
Altocedro Gran Reserva 2012. 97% Malbec, 3% Semillón. Este Malbec poderoso fermenta e envelhece por 24 meses em barricas novas de carvalho francês. Seu criador, Karim Mussi nos conta que uma pequena participação do Semillón estabiliza a cor, aporta elegância, realça a fruta e aumenta a acidez que intensifica seu tempo de guardado. Exótico e longo final na boca. Degustá-lo em AMP, a exclusiva cave do enólogo Karim Mussi. info@ampcava.com
Cuarto Centenário. É um blend de Malbec, Cabernet sauvignon e Petit Verdot elaborado com uvas da região de Maipú. descansa 18 meses em barricas novas de carvalho francês. Se apresenta violeta intenso, com aromas e sabores que lembram ameixa, amora e especiarias. Bom corpo e estrutura. desfrutar na vinícola don Manuel Villafañe é uma experiência que não se esquece facilmente. turismo@dmvwines.com.
Finca Agostino. 70% Sirah, 30% Malbec. Ambos varietais do distrito de Barrancas (Maipu) são criados em barricas separadas pelo espaço de 10 meses para logo realizar o assemblage. Vermelho Violáceo intenso, amoras e cerejas no cheiro, especiarias e notas de café e tabaco, produto do envelhecimento em carvalho. Um vinho delicioso que pode acompanhar seu almoço na próxima visita na Finca Agostino. turismo@fincaagostino.com
Gran Enemigo Cabernet Franc. Cabernet Franc 97% + Malbec 3%. Colhidos em 4 tempos (um mês e meio entre a primeira e a última). Fermentação em barris de carvalho francês e em seguida envelhecimento por 7 meses mais em barricas. Extrema delicadeza e personalidade, notas minerais e fruta para este Enemigo que obteve 98 pontos na última degustação organizada por Robert Parker para a revista Wine Advocate em 2015. info@ casaelenemigo.com
Eolo 2012. Procurando a harmonia perfeita de todas suas particularidades, a colheita do Malbec icone de Trivento acontece em seis etapas que, depois da vinificação, passa 18 meses em barricas novas de carvalho francês. no cheiro se apresenta entre floral, frutal e achocolatado. Na boca é fresco, redondo e de sutil doçura. turismo@trivento.com
Piedra Infinita 2013. Este Malbec apresenta frutas vermelhas que se completam com notas minerais distintivas (pedra molhada e grafito). Na boca é profundo. Um vinho de grande estrutura e acidez. Na última degustação de vinhos argentinos, organizada por Robert Parker para a revista Wine Advocate, Piedra
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Infinita colheu 97 pontos. Sem dúvida uma etiqueta a ter em conta na sua próxima visita na vinícola Família Zuccardi. reservas@familiazuccardi.com Prestige 2009. É um assemblage de 72% Malbec, 23% Cabernet Souvignon e 5% Sirah que tem 18 meses de envelhecimento em barrica de carvalho francês. Boa intensidade e coloração, na boca aparece fruta madura, caramelo e um toque de chocolate. Elaborado sob a supervisão de Michel Rolland em Mendoza e custodiado por Brigitte e Philippe, donos da vinícola Carinae, a quem com certeza terás o prazer de conhecer pessoalmente durante a visita. info@carinaevinos.com Suono 2011. Este mega blend composto de 75% Malbec, 18% Cabernet Sauvignon, 4% Cabernet Franc e 3% Petit Verdot se elabora em pequenos tanques de 1000 litros, sem bombas nem remontagens para em seguida passar 28 meses em barricas de carvalho francês e americano. Só se elaboram 3000 garrafas anuais desta viagem selvagem e profunda. Possui 15,8% de álcool e amerita passo para o decante. Se queres provar instu, é possível visitar ao seu criador, Brennan Firth, quem elabora pequenas partidas especiais (0261- 154671015)
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LUJÁN DE CUYO
VALLE DE UCO
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MAIPÚ
OJO DE VINO Vinícola do artista suíço Dieter Maier, quem veio na Argentina apaixonado pela natureza e os Malbecs para elaborar os seus próprios vinhos orgânicos. O restaurante se chama Ojo de Agua e conta com o chef revelação, Jaime Baeza, quem harmoniza à perfeição pratos e vinhos. (261) 155731688/jaimebaeza@gmail.com DIAMANDES. Propriedade da família Bonnie, de grande tradição vitivinícola francesa. Forma parte do famoso “Clos de los 7 “, estreitamente ligada ao enólogo Michel Rolland. Rua: Clodomiro Silva s/n- Vista Flores, Tunuyán – Mendoza. Tel: +5492616575472/ +542614760696 www.diamandes.com
FINCA AGOSTINO. Elegante vinícola de investimento canadense, localizada em Barrancas. Oferece almoços cuja harmonização com vinhos te fascinará. Pode-se visitar a vinícola, assistir uma aula de cozinha ou desfrutar de uma cavalgada. Carril Barrancas 10590, Maipu. Tel:2615249358. www. fincaagostino.com DON MANUEL VILLAFAÑE. Vinícola moderna com uma longa história familiar vinculada à elaboração de vinho. Amplas instalações e lindo vinhedo. Vinhos intensos e complexos, nosso favorito: Cuarto Centenário. Ruta 60 s/n , Rodeo del Medio, Maipu. Tel: 2615083067. www.dmvwines.com
EL ENEMIGO. Alejandro Vigil, um dos enólogos mais talentosos da Argentina abre as portas da sua vinícola e de seu restaurante, colorido e pouco convencional. Videla Aranda 7008, Maipu. Tel: 2616974213 – www.enemigowines.com TRIVENTO. Localizada ao Sul de Maipu. É investimento da chilena Concha y Toro. A vinícola tem um lindo deck que dá de frente ao vinhedo. Oferece tours em bicicleta, tira-gosto e degustações especiais. Ruta 60 e Canal Pescara, Maipu. Tel:2614137156. www.trivento. com
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Você pode combinar uma visita à vinícola antes do almoço e uma outra visita à olivícola, às 15:30h. Há que provar! Reservas: 54 261 4410000/ reservas@ familiazuccardi.com Estrada provincial 33 km 7,5. Fray Luis Beltrán. Maipú. Mendoza Pan & Oliva
PAN & OLIVA O CULTO AO AZEITE DE OLIVA Há vários anos a vinícola Zuccardi mistura o melhor dos seus vinhos junto com o melhor da gastronomia no restaurante da vinícola: Casa del Visitante. Lá a proposta é clássica e eficaz: churrasco tradicional argentino, acompanhado dos melhores vinhos da casa. Mas, ao longo do tempo, o público tornou-se gigante e a Zuccardi teve a necessidade de criar uma nova proposta com um outro conceito. De aí nasce o Pan & Oliva. Um restaurante mais pequeno, entre aconchegante e descontraído, baseado principalmente na cozinha mediterrânea incluindo salgadinhos, massas e saladas. Mas a vedete de Pan & oliva é, sem dúvida, o azeite de oliva que, desde o começo ( enquanto espera às refeições) fica presente na mesa, incluindo três variedades bem diferentes para acompanhar com pão quentinho, recém saído do forno. A cozinha aberta permite-nos ver o amassar e o cortar das massas, poderá interagir com os chefs, tirar umas fotos e até pedir alguma receita.
JOSEFINA Josefina Restó é um lugar de elegância na festiva rua Arístides Villanueva. O restaurante, que leva o nome da afilhada da proprietária Ana Ochoa, mistura harmonicamente o urbano e o natural, o íntimo e o industrial. De dia, a luz natural inunda o lugar e cria a atmosfera ideal para desfrutar de um almoço em paz. Depois do trabalho, poderás deleitar-te com petiscos acompanhados de uma seleção rotativa de vinho por taça. E ao entardecer, a luz tênue das velas te deixará com ânimo para um jantar fino. A comida é Gourmet, eclética, estacional e muito pessoal- uma fusão das receitas tradicionais da mãe de Ana e da sua própria experiência de cozinha internacional. Não deixe de provar os raviólis de salmão defumado temperado com manteiga, molho de sálvia e queijo. Conselho a todos os fanáticos do vinho: Josefina e sua reconhecida sommelier organizam regularmente um curso de combinações “ Saber de Sabor”! www. josefinaresto.com.ar Arístides Villanueva 165, Mendoza 5500, Argentina Tel: + 54261 4233531. Grill Q
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EL MERCADITO Um pátio muito vintage cheio de plantas, bandeirinhas coloridas, consigna felizes e boa música flutua no ar deste mercadinhio, a que passen desfrutável o ano inteiro. O lugar convida, assim é, a que pasem e desfrutem: saladas frescas e variadas, sanduíches criativos e saborosos pratos tradicionais. Sua seleção de vinhos é curta mas
inclui nomes gloriosos! E as sobremesas são mesmo uma perdição. Rua Arístides Villanueva 521 (esquina Granaderos), tel.: (261) 4638847/Filial Chacras: Viamonte 4961, tel.: (261) 4962267.
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