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ESPECIAL Evolução na pesquisa e desenvolvimento de sementes
Tudo sobre a 2ª edição
março/2017
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PLANETA ÁGUA
Foto: Agristar/Divulgação
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A evolução no desenvolvimento de sementes Trabalho de pesquisa exige dedicação, tempo e investimento alto edição 17
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ão existem números oficiais, mas a Hidroponia é um dos segmentos do agronegócio que mais cresceu no Brasil nos últimos anos, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país. Essa expansão deve-se muito às empresas que fabricam equipamentos para o setor. As instituições de pesquisa também contribuíram para o crescimento da área, apresentando novas tecnologias para o controle das doenças e pragas e o aumento da produtividade das culturas, entre outros. Mas o cultivo sem solo não teria alcançado tamanha envergadura se não fosse o esforço das empresas dedicadas à pesquisa e desenvolvimento de sementes, que é um dos principais insumos da Hidroponia. As companhias montaram equipes tecnificadas e criaram estações de pesquisa e desenvolvimento por todo o Brasil. Antes de chegar ao produtor, estes materiais passam por triagens e depois são novamente submetidos a testes em propriedades comerciais em várias regiões do país. O objetivo é disponibilizar aos produtores sementes de qualidade e adaptadas às diferentes condições climáticas. “As empresas fazem testes e mantém um contato muito próximo com os produtores para ver o que está dando certo, quais os cultivares que mais agradaram. Este trabalho tem sido fundamental para o crescimento da Hidroponia”, avalia o professor doutor Jorge Barcelos, que coordena o Laboratório de Hidroponia (LabHidro) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis (SC). Foto: Divulgação
Ricardo Ziani Prestes, da Agristar
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Pesquisa e desenvolvimento – Em 2014, a Agristar construiu, em sua unidade de pesquisa em Santo Antônio de Posse (SP), uma estação para cultivo hidropônico para aprimorar o desenvolvimento das sementes utilizadas com esta finalidade. A estação possui 15 hectares de área e mais de 1,8 mil metros quadrados de cultivo protegido. Desse total, 400 metros quadrados são destinados à Hidroponia. “A estrutura para realização das triagens hidropônicas foi construída em 2013, porém, a empresa já fazia triagens com produtores hidropônicos parceiros”, diz o agrônomo Ricardo Ziani Prestes, Coordenador de Culturas de Cinturão Verde. Prestes observa que, basicamente, as sementes são as mesmas tanto para o cultivo hidropônico quanto para o convencional. Porém, a empresa busca características nos produtos testados que tenham um desempenho superior em Hidroponia. Uma das principais exigências do mercado é a precocidade, pois como a técnica tem um alto custo de implantação, quanto maior o número de ciclos de cultivo que o produtor desenvolver, mais rápido ele consegue pagar o investimento. “Além da precocidade, buscamos por materiais com boa pós-colheita e agradáveis à visão e ao paladar”, explica. Em média, são necessários de três a cinco anos para que as sementes cheguem até o produtor. Prestes lembra que, além do melhoramento realizado no Brasil, a Agristar recebe sementes de parceiros do mundo inteiro. Elas são seme-
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adas na EESP (Estação Experimental de Santo Antônio de Posse) por vários ciclos, em diferentes épocas do ano, para certificar a adaptabilidade das mesmas em clima tropical. Após essa etapa, a equipe comercial é envolvida, por meio do recebimento de amostras das sementes que se destacaram, para que sejam montados campos em produtores hidropônicos no Brasil inteiro, de modo a garantir a qualidade em diferentes regiões, evitando contratempos em um futuro lançamento. Após a aprovação pelos produtores, inicia-se o processo de importação para lançamento, que ocorre durante o Open Field Day, na Hortitec, em Holambra (SP). Em todas as etapas, mais de 20 pessoas são envolvidas no processo, considerando equipe do desenvolvimento e comercial.
Rômulo Fujito Kobori, da Sakata
As principais variedades da Agristar para Hidroponia são a rúcula Roka, o agrião do seco H100, o agrião de folha larga (francês), o espinafre híbrido TPC 21696 F1, o almeirão Turim (radiche), a cebolinha Natsuyo e a alface crespa Camila. “Também desenvolvemos novos produtos que, em breve, estarão no mercado”, adianta o engenheiro agrônomo. A rúcula Roka foi a variedade que mais exigiu no desenvolvimento. Prestes revela que, quando os pesquisadores começaram o estudo, perceberam de imediato seu potencial, pois se tratava de um material diferente das demais
do mercado, com folhas mais tenras e menos lobuladas do que os materiais tradicionais, além da coloração ser verde mais escuro. A equipe comercial acompanhou os testes realizados nos produtores em todo o país, com o objetivo de mostrar as vantagens do produto, como, por exemplo, sua excelente pós-colheita. “Hoje, a rúcula Roka é um dos materiais líderes de mercados e a cada ano sua venda só aumenta”, salienta o colaborador, que atua há 16 anos na área e há quatro trabalha na Agristar. Melhoramento genético – Os trabalhos de melhoramento genético da Sakata visando à criação de cultivares para o sistema hidropônico iniciaram em 2000. A companhia dispõe de duas estações de pesquisa no Brasil: em Bragança Paulista (SP) e em Mossoró (RN). Porém, as pesquisas para o desenvolvimento de cultivares de alface adaptadas ao sistema hidropônico de produção são conduzidas na unidade paulista. O grupo dedicado ao melhoramento de alface na Sakata é formado por 15 colaboradores, entre pesquisadores, técnicos e equipe de campo. O programa de melhoramento genético de alface na Sakata foi iniciado com a criação da companhia, em 1968, e, desde aquela época, a espécie/ cultura tem sido classificada como estratégica e prioritária, recebendo investimentos anuais. A estrutura física disponível ao programa é composta por uma área de 0,3 hectare de campo experimental e de 2.850 metros quadrados de casas de vegetação para condução dos diferentes projetos de melhoramento da espécie/ cultura. Além disso, compartilha áreas e equipamentos dos laboratórios de fitopatologia e de biotecnologia para suporte à condução do programa da espécie/cultura. A estrutura utilizada para o desenvolvimento de novas cultivares para o sistema hidropônico é composta de uma casa de vegetação de 1 mil metros quadrados, dotada de um sistema automatizado de cultivo para a condução e seleção das plantas superiores. “Como o ciclo de cultivo da espécie/ cultura no sistema hidropônico é rápido, esta estrutura pode ser reutilizada muitas vezes ao longo do ano”, destaca o diretor de pesquisa da Sakata, Rômulo Fujito Kobori. O executivo explica que a empresa desenvolve sementes para os sistemas de cultivo convencional e hidropônico. Na Hidroponia, o foco principal é a criação de cultivares resilientes e adaptados ao sistema hidropônico conduzido sob condições tropicais de cultivo, com ênfase nas características de planta exigidas pelo mercado e resistentes às principais doenças da espécie/cultura. A alface é uma espécie originária da região mediterrânea. Assim, sua adaptação natural é para o cultivo sob temperaturas amenas, nas regiões temperadas do globo. Entretanto, a maior parte do território brasileiro esta localizada na região tropical, onde as temperaturas apresentam
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grandes amplitudes e flutuações ao longo do ano. “Essa condições desafiam bastante o trabalho de criação e desenvolvimento de novos cultivares, que devem apresentar uma boa estabilidade e desempenho nas diversas regiões, épocas e condições de cultivo”, sublinha Kobori, que está há 22 anos na Sakata. A empresa, junto com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), foi pioneira na criação e desenvolvimento de tipos de alfaces topicalizadas, melhor adaptadas ao cultivo sob as condições do Brasil. “Este sucesso pode ser evidenciado pela liderança da companhia neste segmento do mercado e pelas dezenas de cultivares criadas e introduzidas comercialmente pela Sakata ao longo de seus 48 anos de existência”, observa. Tanto sementes nuas ou peletizadas teoricamente podem ser utilizadas no cultivo hidropônico, segundo Kobori. Mas ele enfatiza que o uso das peletizadas traz benefícios aos produtores. “Maior facilidade na operação da semeadura, maior uniformidade na emergência e formação das mudas e melhor adaptação à agregação de tratamentos específicos às sementes, como, por exemplo, o pré-condicionamento [priming], são algumas das vantagens associadas às sementes peletizadas”, ensina.
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O desenvolvimento de um novo cultivar de alface exige cerca de dez anos. Somente a etapa do melhoramento genético demora em torno de seis a sete anos, conforme Kobori. Concluída esta primeira etapa, outros três a quatro anos são necessários para a validação dos novos tipos nas diferentes regiões e épocas de cultivo. “Para que um novo cultivar saia do projeto de melhoramento e chegue ao produtor são precisos em torno de dez anos”, assegura. O resultado deste trabalho foi o lançamento das alfaces crespa verde das variedades Vera, Isabela, Thais, Milena e Isadora, além das variedades Vanda e Valentina, que são indicadas para as regiões do Centro-Oeste, Nordeste e Norte e se adaptam muito bem ao cultivo sem solo. A linha de alfaces da Sakata é completada pelas variedades Scarlet e Carmim, no segmento crespa roxa, pela variedade Regiane, no segmento lisa, Lavínia, no segmento mimosa verde, e Maíra, no segmento mimosa roxa. Os cultivares mais procuradas pelos produtores, tanto para o cultivo em campo como para o cultivo hidropônico, são as do segmento de alface crespa verde. “Este setor representa cerca de 40% do mercado de cultivo em campo aberto e 80% do mercado de cultivo hidropônico”, aponta. Os maiores mercados de variedades de alface para
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o sistema hidropônico estão nas regiões Sul e Sudeste do país. “Entretanto, existe um alto potencial de crescimento deste sistema de cultivo nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte”, completa. O maior polo de produção de alface hidropônica está situado no cinturão verde da cidade de São Paulo (Piedade, Ibiúna, Mogi das Cruzes, Itapecerica da Serra, Embu das Artes, Mogi Mirim). “Porém, os cinturões verdes de todas as grandes cidades já dispõem de sistemas de cultivo hidropônicos”, acrescenta. Testes com produtores – A Horticeres Sementes, de Indaiatuba (SP), possui duas estações de pesquisas, em Piedade e Campinas, ambas no estado de São Paulo. No entanto, somente a planta de Campinas realiza experimentos com sementes para Hidroponia. A estrutura tem 30 mil metros quadrados, sendo 240 metros quadrados destinados ao cultivo sem solo. O trabalho de pesquisa começou há apenas dois anos nessas duas unidades, mas há cinco anos são realizados testes com produtores. Esse procedimento é necessário, já que nem todos os cultivares se adaptam bem aos sistemas hidropônico e convencional, segundo o diretor executivo Ayrton Almeida Tullio Junior, agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), com MBA em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). As diferenças, aponta o executivo, são relacionadas a diversos aspectos, como o tamanho da raiz, velocidade de crescimento, tolerância a pendoamento prematuro e resistência a doenças específicas em Hidroponia. Foto: Divulgação
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O processo de desenvolvimento de uma nova variedade leva, em média, entre 10 e 20 anos, dependendo da espécie. “Antes de a semente chegar ao produtor ocorre um longo processo, que envolve diversas etapas, desde a seleção de parentais para cruzamento, o cruzamento em si, seleção e testes com produtores”, lembra Tullio, que há dez anos trabalha na Horticeres. Ele frisa que o Brasil possui regiões com condições climáticas bem distintas e que esses fatores precisam ser levados em conta no trabalho de pesquisa. “São consideradas as influências de temperatura, umidade e luminosidade que afetam diretamente o desenvolvimento e ciclo das culturas”, sublinha. O trabalho leva aos produtores cultivares mais adaptados ao cultivo hidropônico. “Isso resulta em maior produtividade e maior qualidade de frutos”, destaca. As sementes mais demandadas pelos produtores são as de folhosas, como alface, rúcula e agrião. O maior número de clientes da Horticeres está na Região Sudeste. Variedades adaptadas – Há dez anos, a Isla pesquisa e comercializa sementes para Hidroponia. A empresa conta com duas estações de pesquisa: uma em Itapuã (RS), onde são realizadas pesquisa e desenvolvimento de sementes para Hidroponia. A unidade tem 14 hectares de área total e 200 metros quadrados sob estufa para cultivo sem solo. Na segunda estação, em Candiota (RS), os pesquisadores fazem o melhoramento e produção de cultivares de hortaliças.
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No país em que a folhosa mais popular entre os consumidores é a alface crespa, não surpreende que as sementes de alfaces sejam as mais demandadas pelos produtores hidropônicos brasileiros. A maioria dos clientes da Isla está concentrada nas regiões Sul e Sudeste. Sabor e crocância – Na Rijk Zwaan, que realiza pesquisa com sementes para Hidroponia na unidade de Holambra (SP), o processo para desenvolvimento de uma nova variedade ou tecnologia com características diferenciadas, como foi o caso da Knox (tecnologia para retardamento da oxidação em alfaces), pode levar mais de dez anos. O trabalho é feito por uma equipe de mais de 100 pessoas, globalmente envolvidas neste cultivo. “Para chegar aos produtores, os materiais são testados internamente por alguns anos, nas mais diversas condições. Isso leva, no mínimo, cinco anos”, sublinha a especialista em Hidroponia, Luciana Doki. As pesquisas têm buscado produtos diferenciados que agradem ao consumidor, com alta produtividade por metro quadrado e rápida rotação dentro do sistema de cultivo. Esses materiais também oferecem mais resistência a doenças, por exemplo a todas as raças de míldio ou tolerância a moléstias como pythium. “O sabor, textura e a crocância estão se tornando cada vez mais fundamentais para as variedades, pois a grande missão do setor é, além de oferecer produtos saudáveis, com menor uso de agrotóxicos, proporcionar ao cliente final folhosas as quais o mesmo possa vivenciar uma experiência prazerosa no momento do consumo”, completa Luciana. A Rijk Zwaan está trabalhando no Brasil com as alfaces da linha Salanova, como a alface crespa Jonction e alface americana Escarcha, os espinafres europeus e asiáticos Silvewhale, Red Kitten e Python, além da baby leaf Alcega_Charlie. O cultivar que mais exigiu dos pesquisadores foi justamente a Salanova. “Por se tratar de um conceito diferente, de uma alface com mais de 70 folhas pequenas, com maior rendimento por metro quadrado e com possibilidade de adensamento, além de um ciclo muito curto”, explica Luciana. “Estes benefícios são índices de performance cruciais para qualquer sistema, mas, para a Hidroponia, é fator de vida ou morte”, argumenta. • Foto: Divulgação
O corpo técnico responsável pelas pesquisas é composto por dez profissionais. Todo o processo de melhoramento, desenvolvimento e lançamento de uma variedade demora até oito anos, conforme o Gerente de Desenvolvimento de Produto, Roberto Lee. “Se começa com o melhoramento e cruzamento no campo, produção da semente, ensaios de seleção na população, ensaios a campo para testar as características agronômicas e, por fim, lançamento comercial do cultivar”, revela Lee. O objetivo, segundo ele, é pesquisar variedades com maior resistência a pragas e doenças, pós-colheita diferenciado, ciclo precoce e também novas tipologias e sabores. A companhia já lançou as alfaces Rubi, Atalaia, Itaúna, Palmas, Itapuã, Gamboa e Prado, além das rúculas Antonella, Donatella e Rokita, a salsa Stella e a mini beterraba Baby Beet. Entre os tomates, a empresa desenvolveu as variedades Dolcetto, Sorbetto, Catania e Sicilia. A lista é completada pelo pepino Durango. “As variedades de tomate Dolcetto e Sorbetto foram as que mais exigiram no desenvolvimento, pois o manejo para produzir teve que ser criado e ajustado para se obter o máximo de produtividade e qualidade”, explica. Lee admite que o fator clima é determinante para o sucesso ou fracasso da produção, onde também se inclui a luminosidade, a temperatura e o fotoperíodo. Os cultivares passam por demorados testes antes de chegarem ao mercado. “Avaliamos os cultivares nas mais diferentes situações climáticas para atestar a adaptabilidade e capacidade de produção nas condições tropicais no Brasil”, declara.
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