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INTRODUÇÃO

APRESENTAÇÃO

INTRODUÇÃO

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Uma vida mais longeva significa uma oportunidade, tanto para sociedade quanto para o indivíduo, de desenvolvimento e evolução. Os avanços na medicina têm permitido que mais pessoas tenham uma vida prolongada, mudando profundamente o perfil demográfico da sociedade onde as pessoas idosas representam uma significativa parcela da população. As novas necessidades que surgem nesse processo, acarretam diferentes desafios. As novas gerações na velhice demandarão por mais qualidade de vida que envolverão diversos fatores como a independência, a autonomia, a liberdade, o conforto, os cuidados de saúde e integração social (CARLI, 20041 apud MILANEZE, 2013, p.25) A partir de análise acerca desses e muitos outros aspectos, hoje é possível enxergar as falhas de assistência e de atendimento as diversas carências as quais este público detém. Neste contexto, a arquitetura entra com o papel de, em conjunto com outras áreas de conhecimento, conceber projetos que contemplem as especificidades do usuário.

O estudo em questão parte da caracterização do usuário. Então, primeiro precisamos saber: O que significa ser idoso? O que é o envelhecimento?

Segundo descrições da OMS (2005, p.6) e estabelecido pelas Nações Unidas, o idoso, ou pessoa “mais velha”, está inserido no padrão de idade de 60 anos. O Brasil, a exemplo da definição da Política Nacional do Idoso (Lei 8.842, de 4 de Janeiro de 1994), estabelece o limite etário igual ou superior 60 anos. O Estatuto do Idoso (Lei 10.741, de 1º de Outubro de 2003) também endossa esse limite. O envelhecimento individual está associado a um processo biológico de diminuição das capacidades físicas e por um processo de fragilidades psicológica e comportamental (IPEA, 2004). Deste modo, a saúde vai além da idade cronológica e parte para a capacidade de responder as necessidades de vida cotidiana. Além disso, ser “idoso”, não corresponde somente a sinais biológicos de senilidade, mas também um ponto do curso de vida social, já que o indivíduo começa a atuar em diferentes esferas (social, do trabalho, da família etc.). São dramáticas as variações nos status de saúde, participação e níveis de independência entre idosos da mesma idade. A determinação teria o papel de servir como base para o desenvolvimento de políticas e programas para a população nesta faixa etária. O envelhecimento também traz consigo visões estereotipadas e distorcidas embasadas em generalizações da população idosa como uma população homogênea que possui as mesmas experiências e necessidades. A maioria das percepções são negativas geralmente ligada à sua dependência e vulnerabilidade ligado tanto a saúde quanto a autonomia econômica, além de fatores particulares como a improdutividade. Desta forma, a visão sobre o envelhecimento acaba se tornando cada vez mais indesejável aos indivíduos mais jovens da sociedade, acarretando a população idosa, o papel de peso e ameaça ao sustendo e ao futuro da comunidade, ou seja, o causador de uma “crise do envelhecimento” (IPEA, 2004, p.7). Assim, vê-se a importância de os estereótipos associados ao envelhecimento serem revistos. Novos termos e conceitos deverão surgir.

O envelhecimento sobre uma perspectiva positiva está envolto pela garantia de uma vida longa, com saúde e segurança. A OMS (2005) apropriou-se do termo “envelhecimento ativo” para acompanhar essa visão. O objetivo desse processo é melhorar a qualidade de vida à medida do envelhecimento e tornar o indivíduo ser ativo nas questões sociais, econômicas, culturais e civis além das físicas. Desta forma, como meta fundamental durante o processo do envelhecimento temos a manutenção da autonomia e independência para os idosos. No mundo, ocorre uma revolução demográfica da Terceira Idade. Segundo o relatório da OMS (2002), a proporção de pessoas a partir dos 60 anos está crescendo mais rápido do que outros grupos. Entre 1970 e 2025, o crescimento será de 223 %, em média 694 milhões de pessoas. Prevê-se que em 2025, os idosos serão uma população de 1,2 bilhões de pessoas e em 2050 chegará quase o dobro com 2 bilhões, sendo que 80% viverão em países em desenvolvimento. O envelhecimento da população demonstra também um declínio na proporção de crianças e jovens. Além disso, o estudo da OMS (2002) expõe que enquanto os países desenvolvidos cresceram social e economicamente antes de ficarem velhos, os países em desenvolvimento enfrentarão desafios tornando-se cada vez mais velhos antes de um substancial acúmulo de recursos para assistência. No Brasil, segundo informações do IBGE (2018), existem, em média, 28 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que representa cerca de 13% da população. De acordo com projeções populacionais, este percentual tende a dobrar nas próximas décadas. Diante a este cenário, é importante destacar a importância da manutenção de uma qualidade de vida mínima para os idosos de hoje e do futuro. É imprescindível a garantia de direitos como saúde, trabalho, assistência social,

1 CARLI, SANDRA M. M. P. HABITAÇÃO ADAPTÁVEL AO IDOSO: UM MÉTODO PARA PROJETOS RESIDENCIAIS. 2004. 334F. TESE (DOUTORADO EM ARQUITETURA) – FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, 2004.

FIGURA 1 - HTTPS://LOGOONLINE.MTVNIMAGES.COM/URI/ MGID:AO:IMAGE:LOGOTV. COM:652556?QUALITY=0.8&FORMAT= JPG&WID TH=1800&HEIGHT=1012 educação, cultura, esporte, habitação e meios de transporte. Face ao envelhecimento populacional brasileiro, em 2043, um quarto da população deverá ter mais de 60 anos enquanto os jovens até 14 anos totalizarão apenas 16,3%. No Distrito Federal, o fenômeno do envelhecimento da população também vem se tornando casa vez mais visível. Atualmente, 303.017 pessoas, 10,5% da população do DF tem mais de 60 anos (CODEPLAN, 2018). Desta forma, acompanhados de mudanças dramáticas na estrutura social, familiar e de trabalho nas últimas décadas, a disponibilidade de assistência domiciliar ao idoso tornou-se cada vez mais dificultada. Com aumento da longevidade e outras questões como moradia, saúde e autonomia, a possibilidade de demanda para que as pessoas procurem uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) ou uma alternativa domiciliar adequada aumenta. Segundo Milaneze (2013, p.25): ”para que se possa realizar uma arquitetura que permita aos idosos uma vida digna, gratificante e confortável pelo maior tempo possível em uma ILPI, faz-se necessário conhecer elementos pertinentes ao ambiente físico que promovam esse bem-estar”. No Brasil, as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI’s) apresentam serviços de acolhimento institucional sendo uma das alternativas de cuidados não-familiares às pessoas idosas. Elas representam 3.548 instituições no país contabilizando 109.447 leitos (IPEA, 2011). A carência financeira e a falta de moradia estariam entre os maiores motivos para as buscas destas instituições, das quais mais da metade são de caráter filantrópico (CAMARANO; KANZO, 2010). Alguns critérios são utilizados para orientar o padrão mínimo de funcionamento destas instituições. Alguns deles são apresentados na Resolução nº 283 de 2005, da Anvisa, além das normati-

FIGURA 4 - HTTPS://STATIC.BOREDPANDA.COM/ BLOG/WP-CONTENT/ UPLOADS/2016/08/BADASS-GRANDMA-INSTAGRAM-BADDIE-WINKLE-16-57A

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