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Tabela 4 - Elementos para Estimulação Sensorial
3.3 ELEMENTOS QUE ESTIMULAM OS SENTIDOS
É possível perceber que as crianças com TEA precisam de estímulos sensoriais para seu desenvolvimento social e mental. Com isso, de acordo com Garavelo (2018), existem elementos que proporcionam a estimulação sensorial, podendo ser elementos construtivos e/ou elementos de exercício social e mental da criança com TEA.
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A tabela 4, a seguir, evidencia cada um desses elementos e sua principal função. Tabela 4 - Elementos para Estimulação Sensorial. PRINCIPAIS FUNÇÕES
ELEMENTOS Multifuncionalidade Ambiente para promover exercícios intelectuais e incentivar a criança a relaxar com estímulos que possam ser controlados.
Layout Amplidão
Mobiliário Disposição dos ambientes para estabelecer um lugar seguro e funcional. Dar ao local a possibilidade de adaptação do ambiente permitindo também ajustar as distâncias interpessoais (distância adequada para o contato ou o não-contato). Juntamente com a ergonomia, podem ser utilizados para a criação de nichos / prateleiras e/ou barreiras, demarcando o espaço pessoal.
Identidade Visual Importante na composição do espaço para que a criança com TEA seja estimulada a ter sua independência.
Texturas Texturas e cores para desenvolver um exercício dos sentidos tátil e visual, a fim de ampliar a consciência corporal e cognitiva da criança com TEA.
Iluminação Criar a integração física e lúdica, possibilitando também os exercícios de mais concentração e os mais descontraídos.
Conforto Acústico Motiva a criação de recursos para absorver os ruídos do ambiente, tendo em vista a melhoria da qualidade acústica do espaço para a criança.
Volumetria Construção livre, mas preservando a funcionalidade e acessibilidade do espaço.
Dinamicidade Criar a multifuncionalidade do espaço tornando-o mais dinâmico e proveitoso para a criança em fase de desenvolvimento social e mental. Fonte: Elaborada pela autora.
A tabela 4 aborda elementos de projeto que ajudam e facilitam a integração da criança com TEA no ambiente em que está inserida, desde elementos construtivos até a dinâmica do local para o melhor desenvolvimento dessa criança. Elas também passavam a mergulhar as mãos e pés em águas de diferentes temperaturas para estimular o toque da pele. Os resultados, após 6 meses de tratamento, mostraram que as crianças obtiveram uma melhora significativa na função cognitiva.
Com isso, é possível perceber que as crianças expostas a tratamentos com estimulação e integração sensorial obtêm uma melhora significativa no seu transtorno. A diversidade de elementos nos designers, observando-se textura, cores e acústica, é um recurso potente para essa melhora e, portanto, deve ser introduzida nos projetos e ter a aceitação pelas crianças estimulada. Na tabela a seguir, é possível perceber alguns objetivos que devem ser seguidos ao se projetar um ambiente para crianças com TEA. São evidenciados os 3 tipos de atividades que estimulam a criança para que tenha a integração necessária com o ambiente e que ajude a apurar os sentidos dela com brincadeiras e com estímulos no dia a dia. Os objetivos de cada atividade e como fazer para inserir cada uma delas compõem a tabela.
3.4 MATERIAIS E TEXTURAS
A revista Crescer Online revela um estudo, editado pela autora Bruna Menegueço (2013), de experiências terapêuticas feitas com meninos autistas, pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. O estudo mostrou que andar em superfícies texturizadas e sentir aromas, como os de óleos essenciais, são ótimos estímulos para essas crianças. Depois de várias experiências com esses meninos com TEA, os resultados apresentaram melhoras expressivas em relação às terapias comportamentais. Os pesquisadores dividiram os 28 meninos em dois grupos, sendo que um grupo receberia o tratamento padrão e o outro grupo, as experiências terapêuticas propostas pelos pesquisadores.
Os pais das crianças voluntários da pesquisa receberam uma caixa contendo óleos essenciais aromáticos, para estimular o olfato, e quadrados de capachos de plástico, espuma, tapete de pia de borracha, alumínio, lixa fina, feltros e esponjas; pedaços de carpetes, pisos duros, travesseiros, papelão e plástico bolha, com o plano de projetar caminhos para a criança andar por todas essas texturas visando à estimulação do tato da criança. Também continha um cofrinho com moedas, frutas em miniatura de plástico e uma vara de pescar magnética para ensinar a criança a manipular esses objetos.