MAISSUPERIOR_JULHO|AGOSTO'18

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JULHO/AGOSTO 2018 | Nº65 | MENSAL | REVISTA DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | NÃO PODE SER VENDIDA

DIRETORA EDITORIAL: SÓNIA COSTA

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índice 4 8 10

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DESPORTO

Mundialito de Futebol de Praia: Campeões dentro e fora da Época Balnear

A TUA ESCOLHA

EUSA Games: Os Jogos Europeus Universitários chegaram à cidade dos estudantes-atletas!

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passatempos

AQUASHOW GANHA DUAS ENTRADAS DUPLAS!

VIAGENS

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NIGHT AND DAY

MÚSICA

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Freddy Locks: Reggae Positivo e Consciente

Sónia Costa, Diretora Editorial

Participa até: 2 de agosto

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Animals Inside Out: Os Animais Vão Nus!

Boas leituras e umas férias incríveis,

FESTIVAL BONS SONS - TEMOS 5 PASSES GERAIS PARA O BONS SONS!

Participa até: 25 de julho

Follow The Sun: Sob o céu estrelado de Tikal

Estás a ver aqueles momentos em que tens de estudar para os exames e só pensas “Seria um sonho ter um tempinho para ir ao cinema” ou “Só ver um episódio da série, era tudo o que mais queria"? Dás por ti esgotado e nostálgico dos bons velhos tempos em que podias dar-te ao luxo de ter algumas horas livres… De repente, é como se todas as atividades parecessem mais interessantes do que a matéria - até ficar perdido em pensamentos enquanto olhas para o tecto da biblioteca… Mas finalmente podes respirar! Chegou a hora de dizer “Basta!” à ditadura dos calendários, dos despertadores, dos marcadores sublinhadores e das fotocópias e sebentas. Prepara-te, porque tens pela frente um verão cheio de… Bem, daquilo que quiseres! Seja desporto, música, cultura, viagens… Agora és tu quem organiza o horário e nós, claro, fazemos o nosso papel e deixamos-te aqui algumas sugestões!

Informação cedida pelo departamento comercial

Participa até: 23 de agosto

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Participa até: 13 de agosto

CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO

Cada passatempo da revista Mais Superior tem um regulamento próprio que é necessário cumprir para poderes participar. Para conheceres o regulamento do(s) passatempo(s) que te interessam, consulta a secção "Passatempos a Decorrer" em maissuperior.com.

ficha técnica P r opr i etár i o/ E di tor : Young Direct Media, Lda

NIP C n º 510080723 E m pr esa jor n al i sti c a i n sc r i ta c om o n º : 223852 C api tal S oc i al : 22.500 eu r os D eten tor es do c api tal : G r aç a S an tos, P au l o F or tu n ato, D u ar te For tu n ato ADMINISTRAÇÃO E DIREÇÃO GERAL DA EMPRESA Duarte Fortunato, duartefortunato@youngdirectmedia.pt; Graça Santos, gracasantos@youngdirectmedia.pt ; Paulo Fortunato, paulofortunato@youngdirectmedia.pt Sede de redação: Rua António França Borges, nº 4A loja Dta. 2625-187 Póvoa de Santa Iria Tlf: 21 155 47 91 Fax: 21 155 47 92 Email geral: geral@youngdirectmedia.pt

www.maissuperior.com Revista de conteúdos educativos para os alunos do Ensino Superior REDAÇÃO DIRETOR EDITORIAL Sónia Costa, soniacosta@youngdirectmedia.pt; DEPARTAMENTO COMERCIAL DIRETOR COMERCIAL E DE PUBLICIDADE Duarte Fortunato, duartefortunato@youngdirectmedia.pt; ACCOUNT Gonçalo Pires, goncalopires@youngdirectmedia.pt; COLABORADORES EDITORIAIS MEGA HITS DESIGN Cristina Germano, imagem@youngdirectmedia.pt COMUNICAÇÃO Hugo Silva, comunicacao@youngdirectmedia.pt; Cristiana Silva, cristianasilva@youngdirectmedia.pt

ESTATUTO EDITORIAL Disponivel em www.maissuperior.com TIRAGEM: 10.000 exemplares DISTRIBUIÇÃO: Gratuita PERIODICIDADE: Mensal REGISTO NA ERC Nº 126168 DEPÓSITO LEGAL: 339820/12 TIPOGRAFIA E MORADA: Monterreina, Cabo da Gata, 1-3, Área Empresarial Andalucia, sector 2 28320 Pinto Madrid - Espanha BANCO DE IMAGENS :

Todas as imagens utilizadas nesta publicação, salvo as que estão creditadas, são retiradas do Adobe Stock.

ESTA PUBLICAÇÃO JÁ SE ENCONTRA ESCRITA AO ABRIGO DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO.


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desporto ENTREVISTA: Sónia Costa FOTOS: cedidas pelo entrevistado

Mundialito de Futebol de Praia:

Campeões dentro e fora da Época Balnear

A final do Mundialito foi um mano a mano ibérico e os portugueses não morreram na praia, garantindo que o troféu vinha para o nosso lado da fronteira já nos penalties (a vitória nem seria tão portuguesa e saborosa se não fosse sofrida, não é verdade?). Esta competição pode ter um diminutivo no nome, mas arriscamos dizer que em nada se relaciona com o tamanho do talento e da raça destes campeões. A Mais Superior falou com João Gonçalves, que tem 23 anos e está a acabar o primeiro ano de mestrado em Tecnologia e Segurança Alimentar na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Ao mesmo tempo, é pivot da seleção portuguesa de futebol de praia - mas isso já não é novidade para ninguém - e o mais novo em campo. Sem criar castelos na areia, tenta ao máximo conciliar os treinos com o estudo e espera continuar a fazê-lo no futuro. Se é fácil? Não, mas quem joga por gosto não cansa. Como surgiu o gosto por esta modalidade? Desde miúdo que via os Mundialitos e algumas competições que passavam na televisão. Sempre foi um desporto que que me fascinou: pelo espetáculo, pela quantidade de golos que as equipas marcam… Mas tenho de ser sincero: se não fosse um amigo meu, na altura em 2013, que tinha aderido à modalidade e depois me puxou para ela, provavelmente não teria começado a jogar. Foi ele que me convenceu e tudo começou aí. Estava a formar uma equipa. Era um projeto um pouco a brincar, entre amigos, ao qual eu às tantas aderi e comecei a gostar! Treinávamos em Carcavelos e o clube pelo qual iniciámos foi o Clube de Futebol Benfica. Nunca na vida pensei que pudesse evoluir para algo mais sério! Na altura, jogávamos na segunda divisão. Entretanto surgiu a oportunidade de criar o clube da Casa do

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Benfica de Loures, onde jogo atualmente. Ele resultou de uma fusão de dois clubes: foram buscar os melhores jogadores ao meu clube e ao Grupo Desportivo de Loures e nasceu a Casa de Benfica de Loures. A partir daí, logo no primeiro ano, conseguimos subir à primeira divisão. É onde nos mantemos, até agora. À medida que o tempo passava e ao longo dos treinos, fui aprendendo. Também tive a ajuda de jogadores internacionais, como o Alan, que se despediu agora neste Mundialito. Fui chamado ao meu primeiro estágio no final de 2016 a partir daí, chamam-me mais regularmente. Como consegues gerir o teu tempo? Tento sempre fazer essa gestão. Não é fácil. A partir de abril começo, geralmente, a ter mais treinos pelo meu clube. É aí que aparecem os estágios mais regulares da seleção. É sempre

um bocado complicado. Ainda agora, na altura do Mundialito, tive de estudar para um teste! Tudo enquanto estava em estágio e em competição. Com o cansaço de treinar duas vezes por dia, ainda ter de estudar é um bocado intenso. Os teus pais sempre te apoiaram ou chegaram a ter algumas reservas? Da minha família sempre tive um grande apoio. Deram-me essa responsabilidade, diziam-me que dependia tudo de mim e do que eu queria fazer. Claro que me aconselharam a continuar com os estudos, até porque esta não é uma modalidade como o Futebol 11 - na qual seja possível, de caras, depender financeiramente só disto. Eles sempre me deram a liberdade


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JAMIROQUAI

JULHO

GOO GOO DOLLS MANEL CRUZ

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DAVID GUETTA

JULHO

CAROLINA DESLANDES THE BLACK MAMBA

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RITA ORA

JULHO

RICHIE CAMPBELL

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desporto para tentar conciliar as duas coisas. Como tenho conseguido até agora, confiam em mim e estão felizes com o que estou a fazer. Como funcionam os teus treinos fora da época? A época acaba em finais de agosto, princípios de setembro. Em alturas que não estou em competição, não paro. Vou regularmente ao ginásio, corro, faço trabalho de fortalecimento muscular. Como vivo a cerca de 5 minutos a pé da praia, levo o meu equipamento e vou treinar sozinho ou com os meus amigos. Eles acabam por me fazer companhia e treinar comigo. Tento manter-me em forma e trabalhar sempre a parte física. Cuidados em termos de alimentação, evitar saídas à noite, fugir ao álcool e ao tabaco… Estas são realidades no desporto de competição. Custa-te muito cumprir estas restrições? Nunca fumei. Nunca tive esse interesse. A minha paixão pelo desporto é tanta que era incapaz de estar a prejudicar e negligenciar a minha condição física com algo que não me traz benefício nenhum. O mesmo com o álcool. Uma vez por outra, numa saída à noite. Mas na época desportiva rejeito. Não me custa. Já em termos de alimentação, tento ser mais cuidado. Para mim chega a ser complicado, mas sei que é essencial para me manter em forma durante a época. Como acontecem os treinos no Inverno? A areia não fica molhada? É a parte que mais nos custa, muito sinceramente! Para além de estar muito frio, o futebol de praia joga-se de pé descalço! Não usamos calçado. Tentamos usar uma espécie de botas usadas pelos surfistas, para não apanharmos tanto frio. Desde que o campo não crie poça, treinamos sempre. Seja com a areia mais dura ou mais mole. Tem de ser. É esforço da nossa parte, sim, mas adoramos o desporto e, por isso, sempre que haja condições estamos lá, a treinar. Fora do campo, a vossa relação é boa? SIm! Mesmo fora dos treinos, falamos e tentamos estar juntos de cada vez que há um aniversário ou celebração. O ambiente na equipa é bom. E dentro da seleção também. Eu sou o mais novo, ainda estudo, não tenho um trabalho fixo, não sou casado. Damo-nos bem, respeitamo-nos todos uns aos outros e tanto dentro como fora de campo o ambiente é de brincadeira e descontração. Vai agora começar uma nova geração, porque a seleção vai renovando, e eu tenho muito gosto em fazer parte desta reestruturação. Qual a sensação de jogar neste Mundialito, de estar em campo a representar Portugal? É uma pergunta complicada... Mas vou tentar explicar da melhor maneira. É um sentimento de muita responsabilidade. Há sempre algum nervosismo, alguma tensão. Sabes que estás a representar o teu país, por isso queres dar o teu máximo, errar o menos possível e transmi-

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tir às pessoas um sentimento positivo. Queres muito ganhar o jogo e que as pessoas se sintam felizes ao ver o seu país ser reconhecido na modalidade. Tem esse lado de responsabilidade, ansiedade e nervosismo. Já quando entro em campo, isso acaba por se apagar: é uma sensação tão boa, estar a cantar o hino, a sentir a energia de toda a equipa. É algo único e gratificante. Representar o meu país e fazê-lo numa modalidade que eu adoro é... Extraordinário. Superstições antes de entrar em campo, tens alguma que possas partilhar? Não sou muito supersticioso! Vejo alguns colegas meus que são, mas eu nem por isso… Vá, tenho uma! Entro com o pé direito, nunca piso a linha e dou sempre um salto com os joelhos ao peito. Sempre fiz isso. Não é que pense que o jogo vai correr mal se não o fizer, mas acaba por ser um hábito que criei. Dentro da modalidade, tens algum ídolo? Tenho alguns, sim. O Alan, por exemplo, que é da minha equipa e acabou agora a sua carreira - pelo menos ao nível da seleção - é a minha maior referência ao nível do futebol de praia. Vamos para os treinos juntos, ele mora na minha zona. A partir do momento em que ele veio para a minha equipa, sinto que cresci muito como jogador, que comecei a perceber melhor o jogo. Ele tem muitos anos desta modalidade e, tanto dentro como fora de campo, é uma grande referência. É humilde, já conquistou muito mas não é do estilo de pessoa que se fixa nas vitórias do passado. Trabalha sempre mais. É um exemplo a seguir, quer a nível profissional como pessoal. Claro que depois também tenho o Madjer, a maior referencia do futebol de praia mundial e com quem também tenho a oportunidade de jogar na seleção… O Jordan também é dos mais novos e dos melhores da seleção e o Belchior, que joga na minha posição, é um jogador que eu observo muito para tentar sempre melhorar. Há algo de que tenhas saudades da tua vida antes desta correria? Já houve muitos momentos (como festas, aniversários, o habitual na nossa idade) dos quais tive de abdicar, ou porque estava a jogar ou porque tinha jogo no dia a seguir. Tenho muitos jogos ao sábado - por isso, à sexta-feira não dá jeito nenhum sair ou deitar-me a más horas… Já deixei de ir de férias para certos sítios com os meus amigos porque estava em campeonato e não podia… Se eu não gostasse, não estaria a abdicar. Por isso sim, perdi algumas dessas coisas mas ganhei muitas outras com o futebol de praia. Com as felicidades que já tive, a aprendizagem que tenho feito dentro e fora de campo, as pessoas que vou conhecendo, as experiências, o companheirismo… Tudo isso acaba por ser superior a tudo o que já perdi. Porque festas e jantares, isso acontece a toda a hora... Agora ganhar um jogo, ganhar um troféu… Acaba por recompensar tudo!

E o teu sonho, qual é? Tenho uma série de sonhos. Um deles é poder ser campeão nacional pelo meu clube, claro. O que não é fácil, porque há adversários muito fortes, equipas como o Sporting e o Braga! Outro é poder ganhar o Campeonato Mundial pela minha seleção. Onde te vês daqui a 10 anos? Daqui a dez anos… É complicado para mim responder. Sempre fui habituado a fazer muita coisa ao mesmo tempo e tenho a consciência de que, a partir do momento em que acabar o mestrado e arranjar um emprego fixo, vai ser difícil conciliar. É uma dualidade de pensamentos. Tanto posso parar um tempo e decidir dedicar-me ao futebol, como posso logo enveredar pelo mundo do trabalho na área da alimentação. Vejo o futebol como uma recompensa por aquilo que faço. Estudo e depois tenho o privilégio, a benesse e o divertimento de ir treinar, de poder abstrair-me de tudo e fazer algo que eu adoro. Portanto, daqui a dez anos, claro que o meu sonho seria ter um trabalho fixo e poder continuar a jogar. Queres deixar alguma mensagem a quem, como tu, concilia os estudos e a carreira no desporto? Acima de tudo, há que ter paixão. Se não houver querer, vontade, gosto tanto pelo que se estuda como pelo desporto é muito complicado. Se a pessoa não estiver disposta a alguns sacrifícios, torna-se difícil de gerir. Para quem vai para a faculdade e acaba por deixar as suas atividades extra-curriculares, o que tenho a dizer é que não tem de ser assim. Depende da organização. Se a pessoa quiser mesmo e tiver paixão por aquilo que faz, é possível e há tempo para tudo. Estudar, estar com as amigos, ter uma namorada. O dia tem 24 horas e é uma questão de gerir este tempo da melhor forma!



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a tua escolha TEXTO/ENTREVISTA: Sónia Costa FOTOS: cedidas pelo entrevistado

EUSA GAMES: Os Jogos Europeus Universitários

chegaram à cidade dos estudantes-atletas!

De 14 a 28 de julho, Coimbra não vai ter férias! A cidade está cheia de atletas - e estes não vêm passear os livros nem as pastas: são os melhores do mundo no desporto universitário e é Portugal que lhes dá as boas vindas, nesta 4ª edição dos Jogos Universitários Europeus!

Durante estes dias, a cidade abre as suas fronteiras e recebe os craques universitários de todos os cantos da Europa! Do remo ao ténis de mesa, do judo ao andebol, do futsal à canoagem - passando pelo badminton e pelo rugby - só se fala uma língua em Coimbra durante estas 2 semanas: Desporto! Eles são 4000 atletas, oriundos de 40 países e de 300 instituições de Ensino Superior diferentes! Mas os números com muitos zeros no final não ficam por aqui: para tornar esta iniciativa possível, foram precisos mais de 1000 voluntários! Segundo Alexandre Amado, presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), este fator é determinante em todo o espírito que envolve os EUSA Games. “Este evento é inteiramente composto por voluntários. São jovens que chegam dos vários cantos do país, alguns até do estrangeiro, e que se unem em volta deste espetáculo que é o desporto. Sem a sua boa vontade, não seria possível organizar um evento desta dimensão. É um orgulho.” Acerca da escolha de Coimbra como palco para estes jogos, Mário Santos, SecretárioGeral dos EUSA Games, afirma que os motivos da decisão recaíram sobre as caraterísticas da cidade e a forma como esta se organiza em torno dos estudantes. “Estamos perante uma cidade com uma grande história, onde a universidade e os estudantes assumem um papel central. Coimbra tem mais de 100 mil habitantes, de entre os quais cerca de 30 mil são estudantes.”

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Programa EUG 2018: •Andebol: 14 a 19 de julho (Mário Mexia, União de Coimbra, São João)

•Voleibol: 14 a 20 de julho (EUC - Pav.2, EUC - Pav. 3) •Badminton: 14 a 19 de julho (EUC - Pav.1) •Ténis de Mesa: 14 a 18 de julho (Jorge Anjinho) •Ténis: 15 a 20 de julho (EUC - Campo Ténis) •Basquetebol 3x3: 16 a 18 de julho (EUC) •Remo: 16 a 18 de julho (CAR Montemor-o-Velho) •Ténis de Mesa Adaptado: 16 a 18 de julho (Jorge

Anjinho)

•Canoagem: 21 a 23 de julho (CAR Montemor-o-Velho) •Futsal: 21 a 28 de julho (EUC - Pav.3, União de

Coimbra, São João, Jorge Anjinho) •Basquetebol: 22 a 28 de julho (Pavilhão Eng. Augusto Correia - Olivais, EUC - Pav.1, Mário Mexia) •Futebol: 22 a 28 de julho (EUC, OAF, Santa Cruz) •Judo: 23 a 25 de julho (EUC - Pav.3) •Rugby 7s: 25 a 27 de julho (EUC - Campo de Rugby)

Para além das 13 modalidades dos EUG 2018 (podes ver a lista em caixa), a cidade vai ainda ser palco de vários eventos educacionais, culturais e sociais! Para o presidente da AAC, este é o maior evento da história da Associação - embora não parta apenas da sua organização. “Este é um projeto conjunto de 4 entidades. Aquilo que está em questão é o maior evento multidesportivo de sempre a ser organizado em Portugal! Mesmo a níveis desportivos, só se equipara a quando recebemos o Euro 2004. Este evento traz grande um reconhecimento ao Desporto Universitário e certamente deixará uma importante mensagem de motivação aos jovens que o queiram praticar!”.

Já desde há 4 anos para cá, quando tivemos a notícia de que íamos receber este evento, que tem sido um enorme orgulho e um ambiente muito bom de organização e esforço para que tudo seja possível e corra pelo melhor. A quantidade de atletas envolvidos, as viagens que isso implica, todo o espírito que se vive… Tem sido uma experiência inédita e um enorme desafio." Alexandre Amado, presidente da Associação Académica de Coimbra.


a tua escolha Apesar de toda a preparação que a passagem dos EUSA Games por Coimbra exige, o legado que este evento deixa à sua passagem pelo nosso país consegue ter ainda mais peso na balança. “O que fica, quer em Portugal quer (mais especificamente) na cidade, após estes EUSA Games, é muito! Para Coimbra e para a faculdade, fica um reconhecimento maior daquilo que o desporto universitário move,

engloba e possibilita. Para os estudantes, e já que a preparação exigiu um grande investimento em materiais e infra-estruturas, fica a importante melhoria das condições para a prática desportiva!”, são as palavras de Alexandre Amado.

Para os atletas que participam nos EUSA Games, esta é uma oportunidade única e enriquecedora: tanto para competir como para conhecer a cidade e o país! Para além disso, é a primeira experiência de muitos deles num evento multidesportivo - e logo num desta dimensão!” Mário Santos (Secretário-Geral dos EUSA Games)

ENTREVISTA

Daniel Monteiro, presidente da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU) Quais são as expectativa para estes EUSA Games? As expectativas só podem ser boas. É o culminar de um projeto que começou há alguns anos atrás, que tem sido um motor transformador do Desporto Universitário em Portugal e que certamente vai marcar o desporto nacional. O envolvimento que temos criado com as federações, a promoção e mediatização das carreiras duais e do trajeto dos atletas e clubes portugueses, assim como os ganhos imateriais que vão surgir destes Jogos Europeus Universitários, deixam-nos com enormes expectativas. Não só para os 13 dias de competição, mas também para todo o legado que perdurará após o encerramento dos Jogos. De que forma podem os EUSA Games marcar o futuro do Desporto Universitário em Portugal? São vários os ganhos imateriais para o Desporto Universitário português, mas também para o sistema desportivo nacional no seu todo. Esta aproximação entre o Desporto Universitário e o desporto habitualmente designado como federado é uma relação que tem sido trabalhada desde há alguns anos e que conquista, aqui, uma proximidade diferente - também ao nível mediático, de promoção dos nossos estudantes-atletas junto da sociedade civil. Mostrar o exemplo destes jovens que estudam e competem diariamente é um desígnio diário da FADU e acreditamos que os Jogos Europeus Universitários serão um grande salto nessa matéria. Houve uma proposta da tutela sobre o estatuto de estudanteatleta. Podem os EUSA Games ter tido influência para alcançar esta meta? Foram uma ajuda importante pelo momento simbólico, num processo com muitos anos de reivindicação e noqual a FADU tem vindo a assumir um papel importantíssimo. Estamos extremamente satisfeitos com a versão do documento e aguardamos com expectativa a sua aprovação em Conselho de Ministros, para que comece a ser aplicado a nível nacional e dê a todos os estudantes-atletas melhores condições de conciliação da sua carreira desportiva com a académica.

Depois deste que é o maior evento multidesportivo de sempre organizado em Portugal, será possível o desporto universitário voltar a alcançar este marco? Por exemplo, consideras exequível falarmos de uma Universíada em Portugal? Desde início que um dos grandes objetivos destes Jogos Europeus Universitário era a sua sustentabilidade financeira, como prova de exemplo de que os grandes eventos desportivos não podem - nem devem - hipotecar financeiramente as entidades organizadoras envolvidas e os próprios países. Pensar num evento como a Universíada em Portugal teria de ser sempre nesta lógica, com uma mudança radical de paradigma face às últimas edições. Assim, haja concordância e aceitação destas condições por parte da Federação Internacional do Desporto Universitário e a FADU estará certamente preparada para aproveitar essa oportunidade!

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viagens TEXTO: Sónia Costa FOTOS:cedidas pelo entrevistado

Follow The Sun:

Sob o céu estrelado de Tikal João Amorim tem 26 anos e estudou Bioquímica no Porto. Quando começou a trabalhar na área, durante o primeiro ano do Mestrado, sentia que a vontade que os colegas tinham de continuar as suas carreiras destoava da sua vontade de viajar e conhecer o mundo. Vencer o concurso Gap Year, há 2 anos atrás, permitiu-lhe trocar a tabela periódica pelos mapas, o imaculado laboratório pelos desafiantes trilhos, florestas e cidades abandonadas de civilizações milenares na America Latina. Estudaste Bioquímica, mas viajar tornou-se quase uma necessidade… Qual foi o momento em que te apercebeste disso? Gostei muito da universidade e tive boas notas. Mas não sei se gostei pela área em si ou pela experiência de estar na faculdade. A verdade é que, quando comecei o Mestrado e estive num laboratório, não estava a gostar. Nessa altura, enquanto os meus colegas só falavam entre todos sobre como queriam ir para este ou aquele laboratório, eu só conseguia pensar que queria viajar. Mas tinha dois problemas: não tinha dinheiro e corria o risco de sair de lá e nunca mais me aceitarem num emprego na área. Sentia-me um pouco como um peixe fora de água - enquanto os meus amigos tinham todos um objetivo, estavam encaminhados, eu tinha uma vontade diferente e sentia-me mal com isso. Só pensava que preferia ser normal e querer um emprego normal. Foi nessa altura que conheci a associação Gap Year. E foi bom, porque aí percebi que o que sentia era muito mais normal do que aquilo que eu pensava! Vi que eles estavam a fazer um concurso e que ia acontecer o Gap Year Summit. Decidi ir. Conheci muita gente e ouvi histórias de pessoas normais que faziam experiências brutais e tinham histórias espetaculares de viagens. Foi quando comecei a pensar que era possível e decidi que ia concorrer. Este foi um projeto conjunto! Como aconteceu toda a preparação? Concorri com a minha namorada. Comecei a preparar tudo e, apesar de ter dado muito trabalho, foi fácil. O mais difícil é decidires o que queres fazer. Estás perdido, tens o mundo inteiro para ir e não sabes por onde começar. Quando decidimos que o nosso objetivo central era fazer o máximo de voluntariado possível, fomos guiando assim a nossa procura. Trabalhámos numa quinta no Perú, estivemos a ensinar crianças a falar Inglês numa escola, ajudámos na organização de um festival no Panamá e ainda trabalhámos num hostel em Nicarágua. Para além de visitar sítios bonitos, também queríamos ter esse tipo de experiências - e foi isso que acabou por nos guiar. Quando soubeste que tinhas ganho, qual foi a tua reação? Lembro-me de não achar que ia ganhar. É uma mudança de vida enorme e pensamos sempre que é tão provável quanto calhar-nos o Euromilhões. Jogas mas nunca tens grande fé de ganhar. Entretanto,

eles ligaram-me e a minha realidade mudou completamente! De repente, já pensava que tinha de fazer as malas e tudo isso. Depois, viajámos durante 8 meses pela América Latina. Começámos no Brasil, descemos pelo Uruguai, atravessámos a Argentina, subimos o Chile e fomos até ao México. Entre todos os países que visitaste, quais foram os teus favoritos? Adorei o Perú, a Colômbia, a Guatemala e o México. São todos diferentes. Quando digo que gostei muito do Perú, da Colômbia e do México, as pessoas acham normal. Porque são países dos quais já ouviram falar muito… Por exemplo, sabem que no Perú há Machu Picchu… Mas a Guatemala? Ninguém conhece! Eu não tinha expectativa nenhuma. Vinha de Nicarágua e queria atravessar rápido a Guatemala para ir logo para o México, para a zona da Riviera Maya. Estávamos quase no fim da viagem e viajar é diferente de fazer férias! Queríamos descansar um pouco. Mas ficámos lá por muito mais tempo do que esperávamos, porque era uma surpresa todos os dias. É certo que agora também fazes parte desse grupo de “pessoas normais com experiências brutais”! Podes partilhar algumas das tuas? Tivemos experiências incríveis, definitivamente. Mas houve uma específica que foi a que mais me marcou. Porque foi única - quer para nós, quer para provavelmente 99,9 % da população mundial! O México e a Guatemala são as zonas onde viveram os maias. Existem milhares de cidades maias, algumas mais visitadas (como a de Chichén Itzá no México), outras escondidas no meio da selva. A maior de todas é Tikal. Fica mesmo no meio da selva, na Guatemala, e é enorme. Tinha, pelo menos, 50 mil habitantes! A selva não tem terrenos cultiváveis, não passa lá rio. Tiveram de mudar completamente a morfologia do sitio para que tudo funcionasse! Grande parte da cidade ainda está coberta por selva! Quisemos ir lá e decidimos acampar, até porque os hotéis eram caros. Apanhámos boleia de um casal de americanos, mas o senhor era natural da Guatemala e contou-me que, quando era miúdo, a cidade não tinha qualquer controlo durante a noite e que, com jeitinho, até era possível entrar e ficar lá… Aquilo ficou na minha cabeça… Entrar numa cidade Maia com 3 mil anos durante a noite….Nunca pensei que fosse possível! Mas consegui falar com um

João Amorim

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viagens em manifestação, porque há algum tempo que não tinham eletricidade. Os habitantes tinham cortado a rua principal, mas o motorista tentou fugir a esse corte e quis meter-se pelo centro da vila. Depois de algum tempo, acabaram por retirar tudo e a viagem lá prosseguiu. Parecia um filme, mas no final foi só um susto.

habitante, que depois falou com os guardas - e estes deixaram-nos entrar! Combinámos às 21h30, hora a que por lá já é noite cerrada, encontrámo-nos com o guarda da entrada - que tinha uma grande caçadeira, porque aquilo é selva e há crocodilos e jaguares… Pagámos-lhe uma gorjeta, em vez de gastarmos os dólares do tour. Entrámos na cidade! Ele deixou-nos no início e disse-nos para irmos para onde quiséssemos. Caminhámos meia hora até à praça principal, entre macacos, tucanos… Dormimos em cima de um dos templos… O céu era todo estrelado, porque não há qualquer poluição luminosa. Só pensava que, provavelmente, era o primeiro português a dormir ali… É uma sensação de outro mundo. Houve alguns momentos durante a viagem em que tiveram receio pela vossa segurança? Somos privilegiados por viver em Portugal, temos condições de segurança que poucos países do Mundo têm. Tanto lá como cá, devemos ouvir o que as pessoas dizem e respeitar. Quando chegas a um sítio, deves tentar informar-te junto a quem lá está. As pessoas aconselham-te logo sobre onde não deves sozinho. Nunca fomos roubados! Só houve uma vez em que tive algum medo. Estávamos num autocarro, na Colômbia. A viagem devia ter demorado 4 horas, mas acabou por demorar 8 e nós adormecemos, a certa altura. Quando acordei, estava no meio de uma estrada de terra e via muitos miúdos a correr. Achei aquilo estranho. Saíram pessoas das casitas que havia à beira da estrada e começaram a pôr pedras, troncos, motas, o que arranjavam, à frente e atrás do autocarro. E eu pensei para mim “Já fui!”. Porque a Colômbia é um país seguro, mas só nos sítios certos… Já nos sítios errados, não - há zonas com guerrilhas, onde não podes de todo ir.… Mas pronto, voltando ao autocarro: passado um pouco, começaram todos a conversar e eu percebi que aquela vila estava

O que trouxeste na tua bagagem? Viajar traz ensinamentos que nenhum curso pode trazer. Parti em busca de perceber o que queria e voltei com vontade de trabalhar na minha área, mas com a consciência de que haveria de parar para voltar a viajar. Há quem tenha a ideia de que quem chega de viagem vem mais preguiçoso, porque está habituado a não fazer nada. Mas é precisamente o contrário: vens com mais certezas. Quando sabes o que queres, é muito mais fácil fazeres por isso - seja estudar, trabalhar, o que for. Mas o bichinho ficou e acabaste por mudar o rumo da tua vida profissional… Comecei a ter vontade de pegar numa carrinha e levar os meus amigos a conhecer aquilo que eu conheci. Eu sou daquelas pessoas que não se importa de viajar para os mesmos sítios, ouvir as mesmas músicas, ver os mesmos filmes. Por isso, organizei uma viagem para a Guatemala. E resolvi enviar esse projeto para algumas agências de viagens! Hoje em dia, temos algumas que trabalham com “líderes de viagem”. Não são guias, não lhes cabe explicar informações históricas… O que fazem é liderar o grupo, organizar a viagem, apresentar aquilo que conhecem Sem pensar muito, assim naturalmente, esse tornou-se o meu trabalho. Sou líder de viagens pela Landescape e organizo viagens para o Perú, Guatemala e Colômbia. Se não fosse o Gap Year, tenho a certeza de que não estava a fazer isto. Este tipo de experiências dão-te a capacidade de conseguires ser mais facilmente aquilo que queres, seja isso o que for: engenheiro, matemático ou líder de imagens! Hoje em dia, o meu trabalho é viajar. Tens conselhos para quem queira tentar a sorte no concurso do Gap Year? Ha muita gente que me pede o meu plano de viagem. Eu aconselho a focarem-se no que querem fazer, porque o Gap year é muito pessoal. Tens de decidir o que queres fazer, aplicar-te e trabalhar no projeto. Também tens de mostrar que consegues usar as redes sociais para o divulgar. Quanto mais detalhado e variado, melhor, porque se torna mais interessante.

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Night and day TEXTO: Sónia Costa FOTOS: Inês Pereira e Ricardo Galvão

Os Animais vão Nus!

Em 1945, Orwell escreveu uma fábula à qual chamou Animal Farm (A Quinta dos Animais). Esta história conta com protagonistas muito especiais e a ação tem lugar numa quinta onde são estes quem assume o comando. Embora aqui não existam animais só da quinta - já que o elefante, a girafa e o gorila nunca teriam condições ou estábulo à sua escala (para não falar da confusão que daí se ia originar!) - também eles as estrelas desta exposição. Animals Inside Out está na Cordoaria Nacional, até ao dia 23 setembro, para mostrar que - como já escrevia Orwell - “Todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais do que outros”. TÃO DIFERENTES, TÃO IGUAIS: DA MINÚSCULA RÃ AO ENORME ELEFANTE Mal entramos nesta Animals Inside Out, é impossível ficarmos indiferentes ao anfitrião que nos recebe e que até parece dar-nos as boas vindas: um cão em posição atlética. Tem um frisbee na boca e conseguimos imaginá-lo a correr, ganhar balanço e erguer as patas para executar este salto perfeito. É que este melhor amigo do Homem é igual a todos os outros (ao dos nossos vizinhos, ao que vemos a passear no parque, ao que está no canil, até à Lassie, que foi ao espaço!), mas tem uma diferença que salta à vista: está completamente despido e é o seu interior, bem por debaixo da pele, que vemos. A exposição está dividida por sistemas biológicos e conta com seis grandes áreas: uma dedicada ao sistema locomotivo; outra ao tão enigmático sistema nervoso; muitos pulmões de várias espécies na zona do aparelho respiratório; corações grandes e outros mais pequeninos na sala do sistema cardiovascular; muitos estômagos e quilómetros de intestino na área que põe a nu o aparelho digestivo… E curiosidade incríveis a aprender na zona do aparelho urinário/ reprodutor. O que esconde a pele de uma girafa, de um urso, de um gorila ou de um tubarão? O frágil e bonito labirinto intrincado de vasos sanguíneos - que parecem linhas, daquelas que as nossas avós usam para coser à máquina -, os orgãos que tocam bem afinados e compõem os vários sistemas, os músculos de um tom vermelho inconfundível e que servem para muito mais do que ganhar ao braço de ferro, o esqueleto branquinho, os nervos (não confundir com o nervoso miudinho), as células

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cinzentas da nossa central de informação, o coração que pode ser pequeno ou gigantesco - como o do touro (que tem cinco vezes o tamanho do nosso, mas não entremos em debates tauromáquicos…). No final de contas, a conclusão é simples: existem necessidades que todos temos em comum para sobreviver - e o oxigénio é só uma pequena amostra delas. Não quer isso dizer que, por mais diferentes que sejamos, temos grandes semelhanças na estrutura anatómica? Que é como quem diz, em palavras mais fáceis: Não são os animais como nós? CURIOSO, MUITO CURIOSO… Depois de vermos o enorme urso pardo, com uns peitorais que assustam qualquer um, pensamos que nada nos vai conseguir espantar mais. No entanto, basta olharmos um pouco mais além: que pata enorme é aquela, na sala lá do fundo? As opiniões de quem ainda vê de longe dividem-se entre uma criatura mitológica ou um mamute, mas nenhuma delas está correta. É mesmo um elefante, e parece ainda maior quando o vemos de perto. Estes momentos de surpresa ao longo do percurso não são raros: o nosso queixo ganha vontade própria e cai sozinho. Ficam abaixo alguns exemplos das questões frequentes que foram surgindo, seguidas das suas curiosas respostas: “Mas o que é isto, uma alcatifa?” (Não, é um fígado gordo de um tubarão e ajuda-o a flutuar!) “Este coração é humano? Tenho a certeza absoluta!” (Não, é de uma rena.)


Night and day “De que animal é este cérebro gigante?” (É de um elefante! E nem é assim tão grande, se o compararmos com o resto do seu corpo.) “Olha, um feto de um cão! Este não engana, não se vê logo pelas orelhas?” (Boa tentativa, mas é uma rena.) AFINAL, ONDE ESTÁ A MAGIA POR DETRÁS DESTES ESPÉCIMES? A técnica que permite que que os animais permaneçam perfeitamente conservados chama-se plastinação e foi inventada por Gunther von Hagens, em 1977. Consiste num

processo de aspiração que troca a água dos tecidos por um polímero, como borracha de silicone ou epóxi. Isto faz com que cada célula que contenha água fique preenchida com o polímero. Assim, o animal fica completamente seco e sem maus cheiros. Ah! E dura para sempre. O LEGADO DE ANIMALS INSIDE OUT Esta exposição é uma espécie de safari educativo e anatómico - que, embora não nos leve à selva nem ao fundo do mar, nos faz embarcar numa viagem incrível de descober-

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ta pelo que está escondido sob a pele, pelos, penas ou escamas dos animais. Um autêntico hino à preservação e conservação da vida selvagem, Animals Inside Out permite-nos adquirir mais consciência da importância do bem estar animal e compreender as verdadeiras capacidades que um corpo concentra em si! Somos mesmo muito mais do que aparentamos! Seja para os mais novos ou para os mais velhos, esta exposição é uma grande de lição de vida - e sobre ela!

apresenta

EXPOSIÇÕES BODY WORLDS + DE 45 MILHÕES DE VISITANTES

PELA PRIMEIRA VEZ EM PORTUGAL

EM TODO O MUNDO

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CORDOARIA NACIONAL

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LISBOA

11 JUN - 23 SET

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Parceiros de comunicação

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Produção e organização

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música ENTREVISTA: Sónia Costa FOTOS: cedidas pelo entrevistado

Freddy Locks: Reggae positivo e consciente

Freddy Locks (ou Frederico Oliveira) nasceu com o reggae no sangue e já há 20 anos que o ouve todos os dias. No entanto, foi numa banda punk que deu os seus primeiros passos no mundo da música - tinha, então, 17 anos. Quando começou a criar, percebeu que todas as suas músicas soavam a reggae... O resultado? Chegou à conclusão de que a mensagem que a música transmite - seja ela punk, rock, rap, fado - é o que mais importa. Aproveitou esse groove interior para espalhar valores como a liberdade, a paz e a união e fez uso da melhor arma que conhece para tornar o Mundo mais justo: a Música!

A forma de estar na vida de quem ouve e produz reggae é caraterística? Sim, o reggae original dos anos 70 assenta em mensagens de união, de liberdade e de um Mundo mais justo. Nesse sentido, quem ouve e sente reggae é uma pessoa mais positiva e consciente. Posso dizer que, no meu caso, é um pilar muito importante na minha vida. Sou o que sou devido a esta música, que sempre me ajudou a ser mais positivo, mais tolerante e verdadeiro. Este ano atuas no MUSA Cascais, mas esta já não é uma estreia… Como foram as experiências nas edições anteriores? A minha estreia no MUSA foi em 2001, com a banda 20 pás 8. Voltei em 2005, com a banda Poormanstyle, e em 2014 atuei pela primeira vez como Freddy Locks. Agora regresso, em 2018. Foram concertos únicos, sem dúvida. É maravilhoso tocar num palco grande, para milhares de pessoas que entendem e gostam de reggae. No início, o festival não era só dedicado a este estilo. Tinha muita mistura, mas foi crescendo e ficando mais especifico no reggae. É muito gratificante fazer parte desse crescimento. Qual é a diferença deste público face ao de outros palcos ou festivais? A diferença é que o público é amante de reggae, vem para o festival para ouvir este estilo. E isso sente-se na reacção aos

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concertos e no ambiente do festival, que tem sempre uma onda muito positiva e de união. De há alguns anos para cá, como tem evoluído a aceitação do público nacional a este género de música? Há uma maior adesão? Sim. Apesar de ter estado mais na moda há uns anos atrás, cada vez há mais pessoas a ouvir e a entender. Sinto que o verdadeiro reggae é de tal forma forte (espiritualmente e em termos de groove) que simplesmente se tem espalhado mais e mais por todo o Mundo. Ainda hoje o Bob Marley é dos artistas que mais vende! Isso acaba por refletir o crescimento deste estilo e a aceitação cada vez maior. Quando entraste no mundo da música, o reggae foi logo a tua escolha? Comecei por tocar numa banda punk. Foi por aí que comecei, entrei na música por ser um meio de transmitir mensagens e ajudar a mudar o Mundo para melhor. Depois disso, fiquei completamente contagiado pelo reggae e já há 20 anos que o ouço todos os dias. Sempre que faço musica soa a reggae - está no meu coração e faz parte de mim. As letras das tuas músicas são em inglês. É uma coincidência ou tem algum motivo especial? Tem muito a ver com o facto de eu ter trabalhado durante 16 anos a falar e escrever em

Inglês, todos os dias. E também por ser mais fácil para mim… Sai-me muito naturalmente e também gosto da ideia de fazer música para Portugal e para o mundo inteiro - daí usar o Inglês, também. Tens influências de outros géneros ou estilos que consideres que tenham marcado o teu processo criativo? Sim. Adoro Hip Hop, Bossa Nova, Musica Rai, Funk, Soul… Enfim, sinto influências de tudo o que ouço e das pessoas que vou conhecendo. É por isso que acredito que faço reggae á minha maneira, bem do fundo da minha alma. Perspetivas para o futuro e projetos prestes a sair da gaveta, quais são? Lancei o single Earth em março e o Overstand agora em junho. Ambos fazem parte do meu novo álbum, que vai sair em outubro. Os singles têm sido muito bem aceites e acredito que o álbum vai ser muito bem recebido! O meu objetivo é promover ao máximo este novo disco e tocar o máximo possível. Acreditas no poder da música para mudar o Mundo? Claro! Essa é a razão pela qual faço música. É uma arma muito poderosa! Por isso, sinto a responsabilidade de espalhar a mensagem certa para ajudar os outros e a mim próprio a sermos melhores e tornarmos o nosso Mundo melhor.




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