OUTUBRO 2012
Aprende com quem sabe!
Nº 7- Mensal - Distribuição gratuita - Não pode ser vendida
PDF disponível em www.maiseducativa.com
Em Forma
Página a página
Máquina do Tempo
Fernando Pimenta e Emanuel Silva, os heróis olímpicos
Jorge Rio Cardoso explica o “Método Ser Bom Aluno - ‘Bora lá”
O que significam, afinal, os números do código de barras?
e u q O andas
a comer? No Dia Mundial da Alimentação, fomos
almoçar contigo à cantina.
ÍNDICE | BINGO
BINGO
Os peões dão lugar à tigela da sopa, que desaparece, num instante, às colheradas. Em vez de torres, um pão pode acalmar a vista dos mais esfaimados e é quase a trote de cavalo que o prato principal se esvai de faca e garfo. Para terminar em beleza este jogo de tabuleiro, a sobremesa é sempre casal real que deve ser protegido até ao Xeque-mate, vulgo fim da refeição. Recordando o Dia Mundial da Alimentação, que se comemora a 16 de outubro, fomos almoçar à cantina da Escola Secundária Gago Coutinho, em Alverca, e contamos-te como foi.
3 | ÍNDICE . BINGO
9 | ZAPPING
4 | TOQUE DE ENTRADA
10 | EM FORMA
5 | PÁGINA A PÁGINA
12 | DÁ QUE FALAR
6 | PLAYLIST
16 | PROFISSÃO DO MÊS
7 | TAKE 1
18 | MÁQUINA DO TEMPO
8 | MAIS GAMES
19 | CONSULTÓRIO ESCOLAR
PASSATEMPO Participa e ganha!
Conheces o segredo do ator de “Dancin Days”, Henrique Gil? Com apenas 15 anos, ele segue “O Método Ser Bom Aluno - ‘Bora Lá?”. Aprendeu a estudar com este método e a conciliar a apresentação do programa “Põe Física Nisso”, da SIC Kids, e a novela da SIC, que atualmente está no ar, com as aulas. Apesar de envolvido em vários projetos, Henrique consegue ser um aluno de eleição.
ÍNDICE
Neste tabuleiro, a saúde não está em jogo
temos ma is passatem pos para ti! www.ma
entra em
iseducat
iva. e habilita -te a ganharcom !
Tal como o Henrique, também tu podes reconciliar-te com a escola e com os estudos, rentabilizando o teu horário e conseguindo mais tempos livres para fazeres o que mais gostas!
va Para tal, a Mais Educati res e a Guerra & Paz Edito têm 5 exemplares de uno “O Método Ser Bom Al Cardoso, - 'Bora Lá?”, de Jorge Rio nos que para oferecer aos 5 alu l responderem de forma mais origina à seguinte pergunta: Qual é o teu método de estudo mais infalível? Aquele que te ajuda a compreender com menos esforço, fazendo com que se faça luz na tua cabeça? O que te permite tirar boas notas e ficar orgulhoso por isso? Ganha coragem, conta-nos como costumas estudar e habilita-te a um exemplar de “O Método Ser Bom Aluno - 'Bora Lá?”, que te fará estudar ainda melhor! Participa em www.maiseducativa.com e não te esqueças de preencher devidamente o formulário. PVP: 13,99 euros Esta informação foi facultada pelo departamento comercial.
Condições gerais dos passatempos da Mais educativa 1. Os passatempos da Mais Educativa têm uma data de início e de fim (que corresponde à duração do mês da publicação da revista) fora das quais todas as participações recebidas serão recusadas. | 2. Das respostas recebidas, apenas serão consideradas válidas as que preencherem devidamente os campos solicitados no formulário de resposta. | 3. Só é aceite uma resposta válida por endereço de e-mail e por concorrente. | 4. Do conjunto de respostas válidas recebidas, os premiados serão selecionados de acordo com o método de seleção e o número de prémios comunicados no respetivo passatempo. | 5. No caso do número de participações ser inferior ao número de prémios disponíveis, serão contemplados todos os participantes que responderem acertadamente. | 6. A lista dos premiados será publicada online, na área de Passatempos, sendo os vencedores ainda notificados via e-mail ou telefone, pelo que os participantes deverão facultar sempre os seus contactos corretos e atuais. | 7. Todas as demais dúvidas e questões podem ser endereçadas para o e-mail passatempos@maiseducativa.com. | 8. Caso os prémios não sejam levantados após 3 meses de serem anunciados os vencedores, esse vencedor perderá o direito a esse prémio.
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Outubro 2012 . MaisEducativa | 3
TOQUE DE ENTRADA
u , a o e t v e u l Eu pa vou, de bicic u... ra a escola eu vo E se as esperas pelo autocarro fossem substituídas por percursos em bicicleta? Trocar o trânsito rodoviário, a poluição, os atrasos em dias de greve por um estilo de vida mais saudável e também mais económico para as autarquias é o que propõe Beatriz Pereira, do Instituto de Educação da Universidade do Minho (UMinho). A docente defende que todos ficariam a ganhar se as câmaras municipais atribuíssem, em vez do passe escolar de autocarro, uma bicicleta a cada aluno do 1º ao 9º ano de escolaridade. Agora só falta a primeira autarquia abraçar o desafio e pôr os seus estudantes a pedalar. Texto: Bruna Pereira Foto: Universidade do Minho Em tempos de crise, o argumento da poupança fica claramente garantido, já que “uma bicicleta custa três ou quatro meses dum passe escolar, não custa mais. Contemplando depois o capacete, as normas de segurança, como o colete refletor, a manutenção e uma cesta para colocar os livros, por exemplo... Em menos dum ano está ganho esse valor total”. Entre as demais vantagens da implementação desta medida, a investigadora nomeia a promoção de estilos de vida saudável, o aumento da atividade física diária, a redução dos índices de poluição e ainda o crescimento do número de desportistas em novas áreas – já para não falar de que a atividade física regular faz com que as crianças e jovens estejam mais ‘imunes’ à obesidade e mais atentos nas aulas: “Estou convencida (e há já alguns documentos que o começam a demonstrar) que a atividade física e a coordenação motora têm influências positivas no desenvolvimento cognitivo e, portanto, no processo educativo. Uma criança sai muitas vezes tarde da cama, vai para o autocarro a correr sem muitas vezes tomar o pequeno-almoço e entra na escola e nas aulas meia a dormir... Mas se ela tiver a bicicleta, vai ter mesmo que comer em casa, porque dificilmente vai fazer um percurso de bicicleta se não tomar um pequeno-almoço antes. Além disso, a bicicleta obriga o aluno a chegar à escola já com 15 minutos de desporto (em média), o que o torna mais ativo e atento à informação que vai receber”. E se a ideia pode parecer desajustada a alguns pais que fazem questão de dar boleia automóvel aos seus filhos, por uma questão de segurança e por acreditarem que as estradas portuguesas não estão preparadas para verdadeiras ‘voltas a Portugal’ em miniatura, Beatriz Pereira responde:
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“nos países nórdicos, onde há muito frio, vê-se de manhã pais e filhos a pedalar de casa até à escola e, ao fim do dia, regressam. Até os alunos e professores universitários o fazem”, acrescentando ainda que a distância média do aluno português até à instituição de ensino é de 3 a 5 quilómetros e que não é preciso criar propriamente trajetos velocipédicos ou acessos especiais: “onde circula um automóvel pode circular uma mota ou uma bicicleta, basta haver uma cultura de respeito pelo outro”. A investigadora aponta ainda o dedo à ostentação dalguns pais e Encarregados de Educação, sublinhando que o “o nível de vida melhorou muito (embora agora estejamos em período de recessão) e o automóvel passou a estar generalizado. Além disso, hoje temos muita gente a viver não para o ‘ser’ mas para o ‘parecer’ e chegar à escola de carro ou num carro de maior cilindrada e das marcas que estão na moda pode dar a entender um estatuto superior – e isso é outra coisa que a bicicleta poderá ajudar a combater: não valorizar tanto a imagem externa, mas a valorizar antes o que as crianças são e qualquer criança adora correr e adora andar de bicicleta”. A educação para a segurança também é importante ser fomentada em ambiente familiar e junto dos demais cidadãos em geral, frisa a investigadora, de forma a ser respeitada a circulação de bicicletas nas ruas e nos passeios, preparando os acessos junto às escolas (atualmente espaços destinados a automóveis para transporte de alunos) e o respetivo parqueamento para os trajetos em bicicleta em condições seguras. “É importante realizar também uma campanha de valorização das crianças que usam as bicicletas, com um slogan como ‘Andar de bicicleta é fixe!’”, remata.
É urgente mais desporto
Basta uma conversa com os teus pais, tios e avós para perceberes que as caminhadas para a escola eram muito comuns no passado. No entanto, crianças e jovens de hoje são quase que 'descarregados' diretamente à porta da instituição de ensino, vindos de automóvel ou autocarro, procedimento que impede a realização da atividade física nas suas rotinas diárias – até porque as aulas de Educação Física na escola não chegam (90 mais 45 minutos) para perfazer os 60 minutos diários recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Para evitar jovens obesos e o sedentarismo adulto, Beatriz Pereira, que é também diretora do mestrado em Ensino de Educação Física e do Departamento de Teoria da Educação e Educação Artística e Física (DTEEAF) da UMinho, defende que a melhor forma de praticar desporto com gosto é através dos “períodos informais”, tais como o desporto escolar e as atividades extracurriculares praticadas já por muitos alunos, como sendo futebol, natação, judo, ballet, caminhadas no grupo de escuteiros... Quanto à proposta das bicicletas, a investigadora acredita que agora “só falta mesmo é criar condições com algumas autarquias para que as mesmas se disponibilizem para a poder implementar. Assim que houver duas ou três autarquias com a proposta implementada, vai aumentar a qualidade de vida das crianças e dos jovens, porque estas rotinas diárias são fundamentais para a saúde”.
PÁGINA A PÁGINA
Este ano é que vai ser!
Seguindo a trilha de “Ser bom aluno – ‘Bora lá?”, publicado em 2008, Jorge Rio Cardoso apresenta agora “O método ser bom aluno – ‘Bora lá?”. Nas palavras do professor Marçal Grilo, autor do prefácio, este não se trata duma “poção mágica” nem dum livro “milagroso”, mas promete revolucionar a vida de muitos estudantes que ambicionam melhores resultados escolares. Este ano letivo estás pronto para experimentar a excelência? Texto: Bruna Pereira
Jorge Rio Cardoso costuma dizer que “muitas vezes aqueles livros para combater o alcoolismo ou as drogas são sempre escritos por ex-drogados e ex-alcoólicos, porque são menos condescendentes, porque já passaram por aquilo e porque tentam resolver a
situação duma vez por todas”. No caso de “O método ser bom aluno – ‘Bora lá?” foi mais ou menos isso que se passou com o autor, que começou “por ser um aluno sofrível para, no final da adolescência, se tornar num aluno invejável”, tal como aparece referido no livro. Para ti, que estás a ler este artigo, fica a saber que também dentro das paredes da sala de aula a esperança deve ser a última a morrer, como sublinha na primeira pessoa Jorge Rio Cardoso: “ninguém passa a ser bom aluno dum momento para o outro - eu experimentei toda essa parte, fui treinando o método,
Para cada bom aluno há um bom método Conseguir bons resultados no final de cada período escolar é um orgulho para qualquer aluno e respetiva família. Mas as notas escolares (tal como as notas de Euro) não caem do céu... E é preciso estudar, atividade que pode até ser vista como bastante 'chata' e 'seca', mas que em boa verdade pode dar muitos frutos, refere Jorge Rio Cardoso. “Se estivermos a comparar estudar com ir ao Rock in Rio, claro que estudar é uma chatice. Mas depois, por exemplo, podemos gostar muito de mousse de chocolate, mas não podemos comer mousse de chocolate ao pequeno-almoço, ao almoço e ao jantar... Aquilo é só um complemento. Aqui também é a mesma coisa: para usufruirmos da brincadeira, devemos vir dum contexto em que nos esforçamos e fizemos qualquer coisa por ser alguém e, portanto, o estudo é um complemento da brincadeiras”. O autor acredita que o melhor caminho é encarar a brincadeira tal como encaramos o estudo e como pretendemos vir a encarar uma atividade profissional: “vivemos em sociedade e há uma série de coisas na sociedade que pretendemos ter, tal como telemóveis, tecnologias... O nosso dever é contribuir para essa sociedade com um trabalho qualificado, seja qual for a área – e não estamos a falar só de doutores ou engenheiros. Mas para isso precisamos de estudar e convém termos uma metodologia e é essa metodologia que eu explico no livro”. Jorge Rio Cardoso acrescenta, por exemplo, que “uma hora bem estudada é provavelmente melhor do que três horas a olhar para o livro sem qualquer resultado. E se o aluno estudar com mais método, fica-lhe mais tempo livre para a brincadeira”. No que a técnicas de estudo se refere, ao longo das entrevistas e testemunhos que foi recolhendo, o também professor no ISCSP Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas sublinha o 'método' desenvolvido por uma aluna que fixava as coisas imaginando que estava
a dar uma aula para as bonecas. “Ela tinha 13 ou 14 anos e achei muito engraçado, porque sendo professor, a melhor forma de nós sabermos toda a matéria é realmente pensarmos que vamos dar uma aula, porque surge sempre: e então se o professor me pergunta isto? E se me pergunta aquilo? Temos de estar com tudo presente. E esse foi um exemplo do qual eu nunca me tinha lembrado, mas que achei muito engraçado, pois era uma maneira dela treinar as matérias e até a oralidade”.
Novos conteúdos para toda a família... Também online! “Experimentámos o método em muitas escolas, validámos e, portanto, notámos que havia coisas que faltavam no primeiro livro de 2008 destinadas aos alunos, tais como falar em público, como fazer e expor trabalhos, ou seja: o que colocar na Introdução e como indicar a bibliografia...”. Para os pais e educadores foram igualmente preparadas algumas matérias, nomeadamente para “aquelas velhas questões de como acompanhar o filho sem pressionar demasiado e até questões à volta de como é que as escolas podem ser mais atrativas para os alunos no sentido de não serem uma coisa muito fechada e muito retrógrada, mas que transmitam emoções positivas – daí fecharmos o livro com exemplos de escolas que tenham usado mecanismos que cativam os alunos e com os resultados da aplicação do método”. Depois da leitura do livro, o convite é visitar o espaço de partilha online no SAPO Campus (parceria entre o portal SAPO e a Guerra e Paz Editores dispoível no endereço http:// serbomaluno.campus.sapo.pt), onde, através duma plataforma colaborativa vai ser possível conhecer e partilhar exemplos práticos e reais da aplicação do método explicado no livro. Os conteúdos adicionais e exclusivos não dispensam a leitura do livro, mas irão, decerto, promover o debate com uma nova perspetiva das coisas.
vi, experimentei... E acho que os alunos se devem sempre comparar não ao que eles pensam que é o protótipo de bom aluno, mas ao que eles eram há um mês, há dois meses ou há um ano atrás. Como o caminho se faz caminhando, passo a passo, eles devem ler e interiorizar o método, depois também praticar”. O autor refere que as melhoras não serão de um dia para o outro, antes serão graduais e sem pressas, sustenta: “façam sempre um estudo com tempo, não deixem tudo para a última da hora, porque depois os nervos vão chegar e eles são inimigos dos bons resultados”.
Um caso de sucesso chamado
Marta Cosme
A agora aluna de Farmácia da Universidade do Porto passou já pelo Secundário e conseguiu cumprir a missão da excelência, ao sagrar-se a melhor aluna do país na disciplina de Português em 2010. O segredo? A aluna que figura na página 107 dos casos de sucesso de “O método ser bom aluno – 'Bora lá?” disse à Mais Educativa que o fundamental é “estarmos atentos nas aulas”. Logo depois, confessa, “tinha o vício de passar os cadernos a limpo, esse era um dos meus grandes defeitos... O que levava os meus colegas a pedirem-me os apontamentos emprestados. Mas o facto de passar os cadernos a limpo facilitava que eu tivesse sempre a matéria em dia”. Depois das técnicas enunciadas, Marta acrescenta que outro fator que influencia profundamente a produtividade é “o ambiente vivido em casa, a atitude e dedicação dos professores (se nos conseguem cativar ou não, se são simpáticos ou não) e os colegas, pois quando temos espírito de entreajuda, acho que conseguimos superar todos os obstáculos”. Agora que está na Universidade, Marta admite que o grau de exigência mudou. “Estudo até mais tarde e gosto igualmente de estudar em grupo, pois assim conseguimos debater as ideias, mas o método mantém-se - estudo é muito mais. Os resultados alguns baixaram, mas vou agora aperfeiçoar o método”, acrescenta, confiante.
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PLAYLIST
A arte de mixar Começou por ser apenas funcionário, mas hoje Rogério Romão é dono, diretor e formador na Dancefloor DJ Academy Lisboa, sediada no Parque das Nações, e lançada em 2003, atendendo à falta duma instituição em Portugal
Contra os 'pseudo DJs', estudar, estudar! Se, por um lado, há cada vez mais DJs no mercado e “felizmente há muitos casos de sucesso em alunos formados pela Dancefloor”, muitos são igualmente os casos dos 'pseudo DJs', como lhes chama Rogério Romão. “São pessoas sem formação e sem qualidade que, por isso, depois tornam difícil a quem tem essa formação ou essa qualidade arranjar o seu posto de trabalho”, refere. No caso da Dancefloor DJ Academy Lisboa, os objetivos passam lutar contra o aparente “défice de bom gosto musical português”: “tentamos incutir nos alunos gosto e cultura musical. Queremos que saibam onde surgiu a música de dança, quem foram os DJ, quais foram os equipamentos e técnicas utilizados.... Porque se não forem os DJ a mudar o panorama ninguém vai mudar – as pessoas vão querer ouvir aquilo que ouviram todo o dia na rádio e acabamos por ficar com a mesma pescadinha de rabo na boca em que nada vai mudar”. Além de formação, a Dancefloor DJ Academy Lisboa dá ainda conselhos sobre como escolher repertório e como prevenir apreensões de equipamento por utilização de músicas pirata e como devem ser usadas as redes sociais. “Faz tudo parte do curso de DJing”, garante Rogério Romão, apelando à participação no passatempo Mais Educativa/Dancefloor DJ Academy, que oferece um Curso Nível I de DJ. Sabe mais e participa em www.maiseudativa.com.
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MaisEducativa . Outubro 2012
com formação credível e know-how técnico e humano, tanto na área do DJing e da produção profissional de música eletrónica - as duas vertentes formativas da escola. Ambos cursos estão divididos pelos Níveis I, II e III (inicial, intermédio e avançado), que podem ser tirados por separado ou em conjunto, através do chamado Curso Master, que engloba os três níveis. À partida, e tendo em conta o furor que um DJ é capaz de causar, muitos são os que acreditam ter vocação para mixar músicas. No entanto, e no caso de achares que até sabes ‘umas coisas’, Rogério Romão explica: “quando as pessoas nos dizem “já sei fazer isto”, “já mexo em casa”, “já tenho alguns equipamentos” ou “quero começar no Nível II”, nós pedimos para vir cá aos estúdios e, na presença dum formador, fazemos uma avaliação e dizemos se achamos boa ideia a pessoa começar no Nível II ou fazer primeiro o Nível I, onde pode
Dos casamentos aos bares, passando pelos festivais, as discotecas e outros festejos entre amigos, há sempre lugar para um bom DJ, aquele profissional capaz de ressuscitar os pés de chumbo e fazer cantarolar os mais duros de ouvido. Mas para a arte de mixar, desenganem-se os néscios, pois nem todos estão talhados – a Dancefloor DJ Academy Lisboa (www. cursodj.com) sabe disso e convida-te a descobrir as formações que tem disponíveis e que te poderão ajudar a sobressair num mercado onde abundam os ‘pseudo DJ’. Ah, por falar nisso, também temos um passatempo onde poderás ganhar o Curso Nível I de DJ! Texto: Bruna Pereira Fotos: Samuel Alves aprender as dificuldades ainda apresentadas”. Isto tudo porque “porque às vezes a pessoa pensa que já tem as noções aprendidas mas não tem e há certas bases sem as quais a pessoa depois não consegue avançar”. A Dancefloor DJ Academy Lisboa conta com os melhores equipamentos existentes no mercado atual, permitindo misturar com CD’s, vinil e com as novas tecnologias de controladores digitais. Dispõe ainda de quatro salas de DJ individuais e uma sala de produção com gravação e captação de som, bem como formadores com larga experiência e reconhecidos no mercado. Qualquer pessoa interessada nos cursos deverá ir até ao site da escola, www.cursodj.com e fazer um pré-registo. A partir daí, será contactada pela escola para marcar uma visita aos estúdios, conhecer as instalações e ser esclarecida quanto ao funcionamento dos cursos.
Com o DJing nos genes
Vítor Borges Ferreira, tem 17 anos e lembra-se muito bem das primeiras influências musicais que os pais lhe transmitiram: “Sempre gostei muito de música eletrónica, pois os meus pais já ouviam muito Jean Michel Jarre e essas coisas todas... E sei que nasci nos anos 90, mas também já gostava deste tipo de música e de nomes como Carl Cox. Também comecei a ter os meus primeiros discos de vinil, o meu pai também já tinha lá alguns... De ouvir ao gosto pelo DJing foi um pequeno salto”.
O salto, Vítor deu-o na Dancefloor Dj Academy Lisboa, onde, por sugestão dum colega de escola, se encontra a concluir o Nível III do Curso Master de DJ. A experiência? Melhor não podia estar a ser, confessa o aluno: “um dia estava com um amigo meu que também tinha cursado DJing e eu perguntei-lhe onde é que tinha tirado o curso. “Ah, tirei na Dancefloor. Tens de ir ao site ver, que é muito fixe!” Eu segui o conselho e posso garantir que não me arrependo de nada. Estou a gostar imenso!”. Vítor Borges Ferreira não se arrepende e fala das novas experiências pelas quais tem passado nesta escola: “Para mim, a sensação dos vinis é indescritível! Sabia que ia mexer em vinis, mas não tinha noção de que ia ser esta sensação... O próprio som é diferente, sentem-se vibrações que a parte digital não proporciona e isso é o que me faz pensar em optar pelo analógico, pois os vinis são os pais do digital que está agora na moda”. No final deste curso, Vítor prepara já uma carreira de DJ que tem tudo para correr bem, ou não fosse ele um rapaz humilde e com os pés bem assentes no chão: “Isto é um investimento para o meu futuro, já tenho alguns amigos meus que me vão ajudar a arranjar algum sítio para tocar, um barzinho ou isso... E se correr bem, quem sabe eu apareço aí a tocar!”.
TAKE 1 A Empire é a revista de cinema mais vendida no mundo. Todas as novidades do cinema, entrevistas exclusivas, acesso privilegiado aos estúdios e grandes especiais são apenas alguns dos ingredientes que todos os meses vais poder encontrar nas bancas e em www.empire.com.pt.
Notícias
pire
Texto e fotos: Revista Em
Jogos da Fome – Em Chamas
Novidades
da Marvel
Com o título oficial de “Jogos Da Fome: Em Chamas”, a sequela do êxito baseado nos livros de Suzanne Collins já está a ser filmada. O filme dá seguimento à história de Katniss, que sendo forçada a participar no novo evento de “Os Jogos Da Fome” poderá iniciar uma rebelião que colocará em risco as vidas de todos os habitantes. Francis Lawrence realiza e o elenco conta com novas caras, como Philip Seymour Hoffman no papel de Plutarch Heavensbee e Jena Malone como Johanna Mason, mas também conta com o regresso de Josh Hutcherson, Liam Hemsworth e, claro está, Jennifer Lawrence como a fantástica Katniss Everdeen.
James Gunn é o realizador da próxima adaptação da Marvel, “Guardians of the Galaxy”, a história de uma equipa galáctica de criminosos e mercenários que se juntam em defesa da… Galáxia, pois claro. No entanto, e apesar de todos os grandes êxitos inspirados nos heróis da Marvel, esta é uma aposta mais arriscada, já que a BD é pouco conhecida e não é propriamente protagonizada por personagens virtuosas. Mesmo assim, o culto dos fãs e a qualidade da escrita asseguram que a história
deste grupo de excluídos da sociedade será bombástica, ou não estivesse incluído um guaxinim especialista em usar armas pesadas como membro da equipa. Se és fã de Homem de Ferro, fica a saber também que o terceiro episódio desta saga já está a ser filmado, assim como a nova aventura do deus do trovão “Thor: The Dark World”, sendo que em breve será a vez da sequela “The Winter Soldier” de Capitão América começar a ser rodada.
Cinema
Encomenda Armadilhada
Nos cinemas a 4 de outubro
“Encomenda Armadilhada” é, muito provavelmente, o filme de aventura urbana mais frenético do ano. Wilee é um estafeta de bicicleta que ganha a vida a enganar a morte a correr pelas apinhadas ruas de Manhattan a alta velocidade, sempre a um passo de ser esmagado por um carro em movimento. É uma profissão de adrenalina, mas quando o detetive corrupto Bobby Monday decide roubar o pacote que Wilee carrega, o risco sobe ainda mais, iniciando-se uma corrida contra o tempo para cumprir a entrega e salvar a vida do jovem estafeta. Se gostas de ação e velocidade, este filme de David Koepp é uma aventura de alto calibre, com excelentes representações e adrenalina do início ao fim. O ritmo é de tal forma alucinante que te vai deixar colado ao assento.
FICHA TÉCNICA Título Original: Premium Rush Realização: David Koepp Argumento: David Koepp, John Kamps Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Michael Shannon, Dania Ramirez Sabe mais em: encomendaarmadilhada.com.pt
Críticas
liberdade da raça humana e fazer frente a Loki, o deus tornado conquistador galáctico, o dia de “Os Vingadores” chegou e já está numa superedição especial em Blu-ray. Esta adaptação bastante fiel, com uma química tremenda e ação espetacular, vem repleta de extras, entre os quais poderás encontrar: a curta “Marvel One-Shot: Item 47”; Cenas Eliminadas e Aumentadas; Viagem Visual e Erros de Gravação. Se és fãs de Os Vingadores, esta é a forma de os manteres ao teu lado até ao seu regresso ao cinema, que deverá acontecer em 2015!
DVD/BD
Os Vingadores
Nick Fury, o diretor da SHIELD, reúne uma equipa dos maiores super-heróis e agentes secretos do mundo: Tony Stark, o Homem de Ferro; Thor, o Deus do Trovão; Bruce Banner, o Hulk; Natasha Romanov, a agente secreta Viúva Negra; Clint Barton, o agente especial Hawkeye; e Steve Rogers, o Capitão América. Preparados para defender a Pub
Setembro 2012 . MaisEducativa | A
MAIS GAMES
Mais desafios ao volante
WRC3
O World Rally Championship está de volta para mais uma época e vem em maior velocidade que no ano passado.
Texto: Rogério Jardim, Revista BGamer
Na esperança de dar o maior salto qualitativo da série, a produtora percebeu a necessidade óbvia de fazer vários aperfeiçoamentos, em nível diferentes, sendo que desses saltavam à vista duas grandes evoluções para esta edição, a nível gráfico e ao nível da estrutura do jogo, além dos aperfeiçoamentos mais habituais. A primeira grande evolução trata-se do motor gráfico, o Spikengine, no qual a produtora já estava a trabalhar há mais de dois anos. Os resultados saltam à vista, denotando-me maior pormenor, tanto no que diz respeito aos carros, como dos próprios cenários. A super-especial do estádio do Algarve, por exemplo, está particularmente bem representada, mas não é a única. Cenários como os do ‘acidentado’ rali da Grécia ou as florestas Filandesas dão uma dose extra de envolvência. Ainda assim, continua a existir a perceção de que há espaço para evoluir, especialmente no que diz respeito a algumas texturas.
Saltos e curvas em duas rodas Aparte do grafismo, a outra grande preocupação depreendia-se com a estrutura do jogo, o mesmo que dizer, com o modo a solo. Se na última edição do jogo o objetivo passava por chegar ao “WRC”, no Road to “WRC”, a Milestone sabia que tinha de ir mais longe. Assim, além da possibilidade de participar em ralis isolados e num campeonato do mundo, com tudo o que isso tem direito (pilotos, equipas e ralis oficiais), a produtora trouxe o bem conseguido Road to Glory. Este novo mod não revoluciona mas consegue proporcionar desafios diferentes ao volante de carros diferentes. Assim, vamos encontrar várias regiões que temos de conquistar. Cada uma dessas regiões vai-nos obrigar a superar variadas provas e, por fim, o equivalente a bosses finais. As provas começam em simples classificativas ao volante de carros de Classe 3, como o Ford Fiest ST, e evoluem até provas mais exigentes, onde podemos conduzir até alguns clássicos do passado, como o Toyota Cellica ou o Lancia Delta Integrale HF, sem esquecer os atuais “WRC” e S200. Em comum, todas elas nos permitem ganhar estrelas, seja pela classificação final, como pelo fator espetáculo, onde saltos, curvas em duas rodas ou a destruição de fitas limitadoras, dão pontos extra. Estas estrelas significam progresso e, por conseguinte, o desbloqueio de peças de mecânica que ajudam a melhorar os carros, autocolantes de patrocinadores, pinturas e, mais importante ainda, novas provas e novos carros.
Na senda da glória Por muitos modos que tenha um simulador, ou por muitas licenças que incluir, de nada servem se não contarem com realismo na hora de segurar o volante virtual. Obviamente a a Milestone sabe disso e, como tal, também aí quis apontar para o topo, mais uma vez a tentar compensar pelo que não conseguiu oferecer nas duas primeiras edições do jogo. Assim, a colaboração com pilotos reais, onde o piloto português Armindo Araújo teve um papel importante, também trouxe resultados. Comparativamente ao ano passado, sentimos mais o carro na estrada e percebemos melhor o seu comportamento em diferentes condições, em a sensação de estar a correr sobre carris. Mais, acentuaram-se ainda as diferenças entre os vários carros, e respetivo comportamento nos diferentes pisos. Isto é especialmente visível em classificativas mistas, onde passamos de piso de asfalto para piso de aterra, por exemplo. No geral, não podemos dizer que “WRC” está ao nível de um “Dirt 3”, no entanto, a evolução face ao ano passado foi significativa e suficiente para proporcionar boas experiências ao volante. Por fim, é também a única alternativa para quem procura uma simulação de rali.
Classificação: 84% A BGamer é a revista de videojogos líder do mercado. Todos os meses, apresenta dezenas de análises, antevisões, artigos especiais, passatempos de sonho e muitas outras novidades e surpresas – incluindo jogos de oferta. Sabe mais em www.bgamer.pt ou numa banca perto de ti.
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Eles não são gagos
ZAPPING
E se te pedissem para ir à Assembleia da República (AR) discursar em público acerca de um ponto de um artigo da Constituição Portuguesa, que nem gente grande? Pois bem, foi precisamente esse o desafio lançado pela RTP2, em conjunto com a AR e com a ARTV, a estudantes do 10º ano de 24 escolas do país. Da liberdade de expressão às tarefas fundamentais do Estado, equipas de dois alunos argumentam e contra argumentam ao longo de 13 episódios. Apresentado por Teresa Tavares, “Quem Fala Assim” estreia domingo à noite, na RTP2. Texto: João Diogo Correia
Os responsáveis da RTP, em conjunto com o constitucionalista da AR João Nuno Amaral, escolheram 12 pontos de debate, retirados da Constituição Portuguesa, suscetíveis de ser levados a discussão por alunos do 10º ano. De norte a sul do país, várias escolas mostraram disponibilidade para participar e os alunos selecionados tiveram um tempo para aprender e treinar regras sobre como falar em público. O responsável pelas dicas e acompanhamento dos alunos foi Daniel Gorjão. Entre 14 e 22 de maio, na Sala do Senado da AR, equipas de dois alunos de diferentes escolas confrontaram opiniões – sempre com uma equipa a favor e outra contra -, com maior ou menor nervosismo, acerca de questões como se é ou não constitucional usar palavrões, gíria e calão nos trabalhos escolares. Assim, os pontos de discórdia foram: a Liberdade de Expressão e Informação, do art.º37 (onde se inclui o tema dos palavrões), a Família, casamento e filiação, do art.º36, a Liberdade de aprender e ensinar, do art.º43, o Direito ao trabalho (art.º58), as Associações e partidos políticos (art.º 51), a Infância (art.º 69), as Tarefas fundamentais do Estado (art.º9), o Direito de sufrágio (art.º 49), Outros direitos pessoais (art.º26), o Direito de resistência (art.º 21), a Participação na vida pública (art.º 48), os Estatutos dos titulares de cargos políticos (art.º 117) e, no último e 13º programa, a felicidade, debatida entre as duas equipas com maior pontuação. As classificações foram atribuídas por um júri fixo, formado pelo ex-deputado e professor universitário Narana Coissoró, pela jornalista Maria João Guardão e pela jurista Joana Poiares. Em todos os programas, este painel foi reforçado por um convidado especial, como António Pedro Vasconcelos, Isabel do Carmo ou Maria Elisa. Desde 23 de setembro, tens a oportunidade de assistir aos debates, em 13 edições de 25 minutos, conduzidas pela atriz e apresentadora Teresa Tavares. Ao domingo pelas 19 horas, com repetição no sábado seguinte, às 13.30h, na RTP2 (aproveita-a enquanto podes) “Quem Fala Assim”, em nome da paixão dos autores “pela Democracia, pelo Serviço Público e pela Liberdade” - a Constituição Portuguesa vista pelo olhar de quem tem a vida pela frente.
Dar voz a quem a tem
Ricardo Silva é aluno da Escola Secundária de Camões, em Lisboa, e não faltou à apresentação de “Quem Fala Assim”. Justificando o ligeiro atraso com humor - “os preços dos transportes aumentaram, por isso tive de vir a pé” -, Ricardo pediu mais oportunidades para os jovens mostrarem que são interessados e conscientes - “nós somos vistos como a geração Morangos com Açúcar, que só gosta de festas e fazer asneira”. “Também gostamos, mas somos mais do que isso”, garante. Ricardo elogiou o trabalho de toda a equipa do programa, que “afinal não se armam em superiores só porque estão na televisão”, e deixou o agradecimento: “ainda bem que alguém nos deu voz e gostou de nos ouvir”. Nos bastidores, disse que a maior dificuldade foi defender pontos de vista com os quais nem sempre concordava, já que cada escola tinha definido à partida se seria a favor ou contra o tema em discussão. “A cinco minutos de entrarmos ainda estávamos a decidir se punhamos um parágrafo ou não”, confidencia. Para lá de “Quem Fala Assim”, Ricardo tem a certeza que leva as capacidades de “saber ouvir, trabalhar em grupo e perceber que não é só a nossa opinião que conta”.
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Um debate em forma de prós e contras, interpretado por adolescentes, acerca de questões que nem sempre dão tema de conversa no bar da escola. A ideia original é de Teresa Paixão e nasceu do gosto da autora “pelo diálogo, pela palavra, pela discussão, pela argumentação e pelo pensamento”. Na apresentação do programa “Quem Fala Assim”, que decorreu no dia 14 de setembro na AR, Teresa Paixão disse à Mais Educativa que “é na escola que está o pensamento”. E foi nela que a ideia cresceu.
EM FORMA
Rapazes banhados a prata Fernando Pimenta, ainda adolescente de 11 anos, decidiu, “aos poucos”, usar o Rio Lima para dar as primeiras remadelas no mundo da canoagem. “Comecei para me divertir com os meus amigos da altura, que ainda hoje conservo, e fui continuando e conseguindo os meus primeiros resultados e as minhas primeiras medalhas mas o início foi um bocado atribulado, porque não conseguia ter as medalhas que queria ter, virava muitas vezes a embarcação e chegava a acabar provas em último... Mas nunca desisti!”. Conta Fernando, recordando, com humildade, que foi o seu atual treinador (Hélio Lucas) que descobriu o talento que trazia dentro: “ele achou que eu tinha algum potencial que merecia ser aproveitado. Eu fui-me adaptando, criando um estilo e uma rotina de treino, até que comecei a ter os meus primeiros títulos... E consegui a minha primeira medalha de ouro no Festival da Juventude Europeia, em K4 500 metros. Tinha 15 anos”. Também Emanuel Silva lembra que, com 15 anos, participou no primeiro Campeonato de Juniores. “Foi nessa altura que eu e o meu treinador começámos a perceber que podia nascer daqui alguma coisa interessante... Mais a nível profissional”. E a partir daí, já nada foi capaz de afastar esta atração pela canoagem – uma modalidade em contacto privilegiado com a natureza, elogia Emanuel: “É o que mais gosto na canoagem, o facto de ser praticada ao ar livre e em contacto com a natureza. Não estamos dependentes de ninguém, pegamos no barco e vamos para o rio, podendo beneficiar duma paisagem absolutamente fascinante, ao contrário do que acontece com outros desportos, como a natação, por exemplo, praticada num recinto mais fechado”. Obviamente isso tem o seu senão, que é o clima... Mas também Fernando se mostra agradecido pelas belas vistas que presencia enquanto treina: “passamos por sítios lindíssimos onde, por vezes, até é proibido andar com
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Poder deslizar nas águas muitas vezes vedadas à maioria dos comuns mortais é um privilégio de poucos. Mas Fernando Pimenta e Emanuel Silva usufruem desse contacto quase divino com a natureza a bordo duma canoa. E por falar em Deuses... Foi a dupla composta por estes rapazes que arrebatou os louros da medalha de prata nestes Jogos Olímpicos de Londres 2012. Ah, sim, falamos de canoagem, essa modalidade que também existe – e brilha lá fora - num país bordado a futebol. Texto: Bruna Pereira Foto: Federação Portuguesa de Canoagem e Fernando Pimenta
barcos a motor, ou seja: pouca gente consegue andar lá. Eu sinto-me privilegiado, pois durante os treinos vejo sítios fantásticos: rios, lagoas... E isso de trabalhar com a natureza, em função de como ela se encontra aquele dia, é bastante atrativo para mim, até porque nós não fazemos só canoagem, nos treinos há sempre um ou outro complemento como corrida, ciclismo, BTT...”.
Jogos Olímpicos bem suados É o sonho de qualquer atleta e o tipo de memória que vale a pena ter vivido para um dia contar aos netos: ganhar uma medalha olímpica. Para Fernando Pimenta estes foram os primeiros Jogos Olímpicos, por isso houve ainda uma pitada de nervosismo: “é claro que estava um pouco nervoso, mas estava mais nervoso no dia das eliminatórias do que no dia das finais – nessa altura, estava mais tranquilo e mais descansado, pois tinha a consciência de que íamos lutar pelas medalhas e conseguir o melhor resultado possível”. Atendendo às especificidades de competir em dupla, Fernando acrescenta que o facto de conhecer Emanuel há já algum tempo e ter competido contra ele e com ele na mesma embarcação facilitou as coisas, até porque “bastava que um estivesse mais inclinado para
um lado e outro para o outro... Que não ia dar certo”. Já Emanuel enfatiza o talento individual de cada um: “Tanto eu como o Fernando temos objetivos muito bem traçados e individualmente somos muito bons. E uma vez colocados no K2, o barco passou a andar da melhor maneira, porque nem sempre os melhores resultados nacionais fazem o melhor barco.... Mas, neste caso, houve a felicidade de poder juntar os dois melhores atletas nacionais e o barco ficou a andar muito bem”. A juntar a este facto, Emanuel acredita que a medalha foi muito bem merecida, dizendo, orgulhosamente, que houve “imenso trabalho por detrás desta vitória” e que “o barco chegou o mais rápido possível à meta”.
Obrigada pelo apoio!
É assim que os nossos heróis olímpicos manifestam o carinho demonstrado pelos portugueses. Fernando Pimenta confessa que, tal como outros atletas, tinha o sonho de ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos, “o evento máximo do desporto”, e que fez de tudo para merecer o feito: “claro que sonhei, mas também lutei para estar lá”, refere o canoísta, ao mesmo tempo que nos confessa que agora a medalha está
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num “sítio secreto”, até que chegue o “cofre oferecido pela empresa Chaves do Areeiro”. Por seu turno, Emanuel Silva reconhece que todas as mensagens que recebeu estão guardadas no coração. “Acarinho-as como se fossem palavras dum Presidente da República. Eu admiro todas as pequenas e grandes felicitações que me fazem, porque sei que são feitas com o maior carinho e é sinal de que prestaram atenção às provas e deram valor à nossa modalidade, acompanhando de perto os nossos êxitos”. O canoísta termina dizendo que a sensação chega a roçar quase o sentimento pueril do aluno que é considerado “o melhor da escola” ou, no plano profissional, o funcionário que é eleito “o melhor funcionário da empresa”. Até aos próximos Jogos Olímpicos (Rio de Janeiro, em 2016), os dois atletas pretendem completar os percursos universitários, mas os objetivos desportivos continuam na linha do horizonte. Fernando Pimenta diz mesmo que se esperam “quatro anos de muito trabalho e de muitos sacrifícios”.
Fernando Pimenta Idade: 23 anos Naturalidade: Ponte de Lima Curso: Reabilitação Psicomotora, na Universidade Fernando Pessoa (polo de Ponte de Lima) Perfil: Campeão europeu de juniores em 2007 (K1 1000) e de sub-23 em 2009 (K1 1000) e 2010 (K2 500). Em 2011, venceu três provas da Taça do Mundo, mas o grande resultado obtido no ano passado foi a vitória no Campeonato da Europa em K4 1000, juntamente com Emanuel Silva, João Ribeiro e David Fernandes. Em dupla com Emanuel Silva no K2 1000, arrebatou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Curiosidade: Quando Fernando percebeu que tinha uma mancha de gente à espera dele em Ponte de Lima ficou extremamente emocionado. “Foi, como toda a gente viu, uma coisa fantástica! Eu nunca tinha visto tanta a gente a vibrar tanto: sabia que havia muita gente contente com o bom resultado, mas não sabia é que as pessoas viessem assim manifestar-se para a rua. Senti-me muito acarinhado com aqueles sete autocarros de gente no aeroporto e todas aquelas pessoas na beira da estrada... Foi mesmo fantástico”.
Emanuel Silva Idade: 26 anos Naturalidade: Braga Curso: Enfermagem, na Universidade do Minho (UMinho), em Braga Perfil: Com 18 anos, foi o único representante português na modalidade nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 e obteve a segunda melhor classificação de sempre da canoagem nacional, ao terminar em 7º no K1 1000m. Já foi campeão europeu (K4 1000, em 2011), bicampeão europeu de sub-23 (K1 1000, em 2006 e 2007) e campeão do mundo de juniores (K1 500m, em 2003), além de somar outros lugares no pódio em grandes competições. Na sua terceira participação olímpica, e em dupla com Fernando Pimenta no K2 1000, trouxe para Portugal a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Curiosidade: Uma espécie de rapaz dos sete instrumentos, Emanuel confessa que está a pensar mudar de curso, já que “Desporto é que seria mesmo a praia ideal”. Além disso, o nosso medalhado olímpico contou-nos que também trabalha, de vez em quando, na Confeitaria e Pizzaria “Viena”, em Braga. “O negócio é da minha esposa e dum tio meu sócio, mas eu sempre que posso vou para lá ajudar no que for preciso”, admite.
DÁ QUE FALAR
e t s e N o r i e l taasbaúude não
está em jogo
Esperando que o toque da campainha marcasse o início da tradicional fila em direção à cantina, começámos por uma visita à sala da Direção, andava ainda o ponteiro dos minutos muito longe do meio-dia. “Começámos por ter gestão direta do refeitório (tínhamos funcionários próprios e cozinheiras, éramos nós que comprávamos os produtos e fazíamos as ementas...) mas, entretanto, uma das cozinheiras foi-se embora e passámos a ter gestão concessionada (uma empresa externa a gerir) e as coisas não resultaram muito bem – as pessoas estavam habituadas a um tipo de refeição e depois passaram a ter outra...”, começa por contar Sérgio Amorim, Diretor da Escola Secundária Gago Coutinho, dando a conhecer o verdadeiro ‘milagre’ que está a trazer, de novo, alunos e professores à cantina: “no final do ano passado, veio uma senhora que é, de facto, muito boa cozinheira e que conseguiu, com os materiais que tem ao dispor, fazer uma comida bem confecionada e saborosa. E os alunos começaram a aderir mais, notou-se logo”, refere este Diretor, admitindo-se fã dos almoços na cantina, sendo que o seu prato favorito é o “arrozinho de peixe”. Também Sandra Ramos, Acessora da Direção e professora de Português, come regularmente na cantina da escola onde trabalha. Os motivos? Muitos e poderosos: “encontro uma refeição equilibrada, o tempero não é exagerado, o preço é muito acessível, nem sempre tenho horários com muito tempo para poder almoçar noutro sitio (mesmo que quisesse) e toda a equipa de funcionárias é muito agradável”. Os elogios à nova cozinheira também não ficaram por dizer e descobrimos que a Dona Madalena esteve para não ser colocada na escola este ano, “mas fizemos de tudo para que ela ficasse - até
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escrevemos uns textos e enviamos a quem de direito e ela aqui se mantém... Esperemos que por muito tempo”, contou a professora Sandra, ao mesmo tempo que sublinhou a importância da comunicação com os alunos na hora de almoço: “a Dona Madalena estabelece um contacto muito especial com alguns dos nossos alunos, colmatando atenção que, por vezes, não existe em casa”. Quanto a comidas... “A minha comida favorita? Arroz de peixe, porque a Dona Madalena não atira para lá pedaços de peixe, faz um refogado em separado e o sabor fica completamente diferente!”. Contrariando a tendência de abandono que se tinha vindo a acentuar nos últimos tempos, Sérgio Amorim revela que se estão a servir mais refeições este ano. “É sempre para cima de 150 refeições, mas na semana passada tivemos já um dia com 230 – isto na primeira semana de aulas, o que promete ir aumentando com o tempo”, espera o Diretor da Secundária Gago Coutinho, com pena de que não sejam mais os professores a seguir o seu exemplo de ir almoçar, como os alunos, na cantina da escola. “Vão poucos professores. Antigamente iam muitos, depois deixaram de ir – mas nós aqui na Direção temos ido todos os dias”, refere o Diretor, esperando que com a presença da Dona Madalena o cenário mude e aumente a afluência na cantina.
Os peões dão lugar à tigela da sopa, que desaparece, num instante, às colheradas. Em vez de torres, um pão pode acalmar a vista dos mais esfaimados e é quase a trote de cavalo que o prato principal se esvai de faca e garfo. Para terminar em beleza este jogo de tabuleiro que te aguarda sempre que vais almoçar à cantina, seja fruta, gelatina ou um iogurte aromatizado, a sobremesa é sempre casal real que deve ser protegido até ao Xeque-mate, vulgo fim da refeição. Recordando o Dia Mundial da Alimentação, que se comemora a 16 de outubro, fomos almoçar à cantina da Escola Secundária Gago Coutinho, em Alverca, e contamos-te como foi. Texto: Bruna Pereira Fotos: Samuel Alves
DÁ QUE FALAR Um ‘milagre’ chamado Dona Madalena Nem era preciso termos investigado muito para encontrar, finalmente, a mulher de quem tanto se falava – bastava seguir o cheiro do apetitoso peixe que pairava já no ar. Uma vez chegados à cozinha, a Dona Madalena estava já de colher na mão. A cozinheira estrela da Secundária Gago Coutinho revelou igualmente que na escola há, sem sobra de dúvidas, uma comida preferida que dá pelo nome genérico de “carne”. “Qualquer carne... (risos), eles gostam é de carne, sobretudo quando é frango assado ou hambúrgueres. O peixe, gostam também, mas mais quando é douradinhos ou assim”. Sempre preocupada em que comam fruta e verduras – e não apenas carne – Madalena admite estar sempre atenta ao que levam os tabuleiros quando estes lhe passam à frente do nariz, enquanto serve os alunos. “Eles costumam levar fruta, mas eu também tenho o cuidado de, às vezes, lha cortar – mais as laranjas, porque inteiras eles não as levam, com a preguiça de descascar”, confessa, igualmente admitindo que no que respeita à sopa, o alimento também é bastante procurado, ao contrário do que se poderia esperar: “eles aqui comem muito bem a sopa e eu faço questão
de lhes dizer sempre: “olha, prova a minha sopa que vais gostar”. Mesmo quando não querem peixe, eu insisto: “prova lá... Então o peixe faz tanta falta! Come um bocadinho!” e consigo até que eles comam”, refere Madalena dando um exemplo de início de ano letivo: “ainda a semana passada um menino, no dia da carne assada, me disse que não gostava nada de sopa. Eu disse assim: “prova lá, levas só um bocadinho e se não gostares, nunca mais te obrigo a levar sopa”. Dali a pouco, ele chegou ao pé de mim e disse-me: “ai ponha-me mais um bocadinho de sopa que é tão boa”. Mas isto aconteceu-me também noutras escolas onde já estive antes desta. Uma pessoa tem é de falar com eles, não é?”.
“Gosto da comida” “Frequento esta escola há dois anos e venho sempre à cantina. Gosto da comida, noto que há uma preocupação com a alimentação”, adianta Ruben Ramalho, aluno do 12º ano, Línguas e Humanidades. “A minha comida favorita é Esparguete à Bolonhesa e Almôndegas”, refere Ruben, dizendo ainda que por vezes vem sozinho almoçar, porque a alguns amigos “dá-lhes mais jeito ir a casa almoçar”.
“Todos os dias como sopa” “É muito barato!” Milene Neves e Cátia Gomes são alunas do 10º ano de Artes Visuais e admitem que “ao ser muito barato, compensa bastante vir à cantina da escola”. “Gosto do ambiente e gosto, sobretudo, de saber que posso contar com uma refeição onde estão incluídos o prato principal e a salada – já que não sou muito apreciadora de sopa (risos), mas gosto de comer de forma equilibrada”, diz Milene. “As funcionárias também são umas queridas!”, garante Cátia, cujo primeiro dia de cantina foi precisamente hoje. “Vamos ver se continuo a vir”, remata.
Tatiana Pontes e Sofia Correia são colegas de turma do 10º ano, Ciência e Tecnologias, e vieram almoçar com a Madalena Martins, também do 10º ano, mas doutra turma. Quando se falou de sopa, Madalena admitiu logo “todos os dias como sopa, é muito importante e é um hábito que já trago de casa”. “A minha mãe também faz sopa, porque tenho um irmão mais novo”, diz ainda Tatiana, enquanto acaba de meter uma colherada na boca e garante que vai sempre à cantina, exceto nos dias em que vai a casa, “coisa que, normalmente, não dá, por causa do tempo”.
Não te esqueças da saladinha!
“Proporções certas e variadas todos os dias” Ana Oliveira é aluna do 10º ano, Línguas e Humanidades, e ao praticar Ginástica Acrobática tem mesmo de ter uma alimentação com substância “mas, ao mesmo tempo, nas proporções certas e variada todos os dias. Por isso, almoçar na cantina da escola é a melhor opção”. Comida preferida? “Gosto de tudo, não sou esquisita, mas sopa levo quase sempre, gosto muito”, explica a aluna.
Luísa Gonçalves controla a passagem do cartão dos alunos na cantina e, de vez em quando, também vai vendo o que levam no tabuleiro. “As minhas colegas estão mais atentas e fazem sempre uma forcinha: “olha, leva a saladinha”, “olha, a sopa hoje está tão boa....”. Mas o que reparo é que eles costumam levar cada vez mais a sopa, porque é um alimento muito completo”, diz ainda Luísa.
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DÁ QUE FALAR
Que não
te comam por parvo
A expressão pode parecer ofensiva, mas até em questões de comida se requer esperteza, bom senso e alguma Matemática. Para ti, que desconfias da qualidade da comida nos refeitórios da escola e preferes os snacks em troca de moedas inseridas nas máquinas de chocolates, muita cautela com o preço, a qualidade dos produtos e, claro, a falta de nutrientes ingeridos... Lembra-te também que “Pela boca morre o peixe”. Texto: Bruna Pereira
Às vezes, os mais cegos são aqueles que não querem ver: os refeitórios escolares proporcionam refeições rápidas e baratas (1,50 euros, em média, para alunos sem escalão, menos de 1 euro para alunos do escalão B e grátis para os alunos do escalão A) e, ao mesmo tempo, garantem a qualidade e a segurança dos produtos confecionados, já que “o Ministério da Educação produziu normas gerais de alimentação que contemplam uma lista de alimentos autorizados na confeção de refeições escolares, regras para a elaboração das ementas, indicações relativas à higiene e à segurança alimentar e informação sobre equipamentos e utensílios permitidos”, como refere no sítio oficial www.dgidc.min-edu.pt. Mesmo assim, a tentação de ir comprar fatias de pizza e cachorros quentes ao virar da esquina parece sobrepor-se a alguns minutos de fila de espera em direção ao refeitório, lugar onde garantidamente tens ao dispor uma ementa devidamente selecionada com recurso a especialistas da Nutrição, especifica novamente o Ministério: “a composição da ementa diária deve incluir: uma sopa de vegetais frescos; um prato de carne ou de peixe, em dias alternados, com os acompanhamentos básicos da alimentação, devendo incluir obrigatoriamente legumes cozidos ou crus; um pão de mistura embalado; sobremesa, constituída diariamente por fruta variada da época, com a qual pode ser distribuído doce, gelatina, gelado de leite, iogurte ou fruta cozida ou assada, duas vezes por semana, preferencialmente nos dias em que o prato principal é peixe; água (única bebida permitida)”. Assim, sempre que ficares na dúvida, não te esqueças de que as refeições servidas na escola são confecionadas “com alimentos em perfeito estado de salubridade, de boa qualidade, respeitando as técnicas de confeção previstas e tendo em conta as ementas aprovadas pela direção da escola, com a antecedência mínima de quinze dias”. Estão ainda contemplados requisitos quanto à forma culinária, designadamente as questões do recurso à fritura. Assim, fica ainda a saber que, para a tua saúde, “as ementas escolares podem conter fritos apenas uma vez em cada duas semanas, devendo o óleo de fritura, exclusivamente de amendoim, ser testado após cada utilização”.
O poder da Sopa
Faz as contas... Refeição na cantina escolar
Refeição rápida
Revestida pela tradicional tigela de alumínio (ou então pelas brancas), a sopa é um verdadeiro milagre alimentício: pouco calórica e muito rica a nível de nutrientes, a sopa é ainda de fácil digestão e muito rica em água, para que não te desidrate ao longo do dia na escola e mantenhas os teus intestinos a funcionar às mil maravilhas. A sopa torna-se ainda a forma mais concentrada de comeres um bocadinho de tudo, mesmo sem dares por isso: batata, feijão, couves, tomates, abóbora, cebola, feijão-verde, azeite, alho francês... Portanto, nunca subestimes o poder da sopa e inclui-a sempre no teu tabuleiro.
Frutas com sabor piramidal A Pirâmide Alimentar avisa-nos que devemos consumir muita fruta, colocando-a no topo. Por isso, deverás reparar que a cantina tem sempre uma peça de fruta (ou mais à tua escolha) à tua espera para sobremesa. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda entre duas a três porções diárias, portanto: se te sentires cheio ao almoço, guarda a tua banana, laranja, pera ou maçã para o lanche. É para isso que as mochilas também servem...
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1 sopa de legumes
180 kcal
1 prato de almôndegas de vaca estufadas com esparguete
1 hambúrguer de carne de vaca com queijo e molhos
530 kcal
280 kcal
1 pacote de batatas
400 kcal
1 Salada de 3 variedade
70 kcal
1 fruta da época
60 kcal
1 lata de refrigerante de 350 ml
130 kcal
1 pão de mistura
120 kcal
1 copo de água TOTAL: 1,50 euros
0 kcal 710 kcal
1 bolo 1 gelado TOTAL: 6 euros
250 kcal 190 kcal 1500 kcal
NOTA: Os resultados nutricionais expressos, assim como os preços referidos, resultam duma aproximação média, resultante de várias análises a documentos, valores nutritivos e preçários de várias entidades.
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PROFISSÃO DO MÊS
É à boca cheia e com um sorriso nos lábios que Guillermo Fernández, de 27 anos, manifesta o seu amor incondicional à Gestão Hoteleira. A trabalhar no requintado Hotel Dom Pedro, em Lisboa, desde abril de 2010, este Assistant Manager já não dispensa um dia bem atarefado entre corredores, receções e uma mão cheia de tarefas a cumprir, altura que se acaba por ter possibilidade de “pôr em prática todos os conhecimentos” aprendidos durante a formação, refere. Texto: Bruna Pereira Fotos: Guillermo Fernández
“Em Hotelaria, quem gosta, gosta muito!”
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Um dia de trabalho normal é preenchido por que tipo de atividades? Este não é um trabalho de rotina e depende de muitos fatores que me são alheios – depende muito da ocupação que tenha o hotel, da existência dalgum evento ou não… Já que um dia pode parecer muito calmo e depois surge uma situação qualquer e então o nosso plano muda completamente. Normalmente, o que eu faço todos os dias é chegar ao hotel, entre as 9h e as 10h…
clientes VIP, eventos, algum grupo que esteja a chegar, reuniões que possam existir…. E depois, ao longo do dia, é uma caixa de surpresas (risos): vou acompanhando as chegadas, acompanho igualmente as saídas, mas também tenho de fazer mapas diários e relatórios para a Direção e para Administração, sendo que no final do mês acabo por ter mais deste tipo de trabalho. Em resumo, a estrutura do hotel está bem organizada e isso ajuda a que as coisas funcionem ainda melhor.
Tem sempre o mesmo horário? Não, posso também entrar às 8h e sair à meia-noite, por exemplo. A semana passada entrei às 7h, porque tinha um cliente e tinha que o receber, pelo que os horários não são algo muito previsível. De qualquer forma, num dia normal chego ao hotel por volta das 9h, vejo as áreas, dou uma volta pelo hotel e confirmo se está tudo ok, o que normalmente acontece. Outra coisa que faço quando entro e também antes de sair é sentar-me e ver no sistema de reservas qual vai ser a ocupação do hotel – porque tudo pode variar durante a noite, vejo a ocupação do hotel, os quartos que vamos ter ocupados e os que vamos ter livres, que clientes é que estão a chegar,
Quando é que percebeu que estava talhado para a atividade hoteleira? Não sou daquelas pessoas que diz assim: “desde os 10 anos eu queria ser….” Não, não sou nada disso e até estive indeciso até bem tarde. Foi por volta dos 16 anos que deitei contas à vida e que pensei: “e se eu fizesse isto? Eu até gosto de ir a hotéis quando vou passar férias e tudo, por que não gostaria de trabalhar num hotel?” Fui-me informando, até que se confirmou e, durante o meu 11º ano, decidi que queria seguir a carreira de Hotelaria.
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Qual foi o percurso académico que seguiu? Tirei um Curso de Gestão Hoteleira em Espanha,
numa universidade que se chama Les Roches Marbella, localizada na província de Málaga. Fiz três anos em Espanha e, no quarto ano, transferi-me para os EUA, onde estive um ano em Chicago. Estudar fora do país onde atualmente trabalha deve ter sido muito enriquecedor… Sim, aliás, hoje toda a gente me fala em sair do país, mas eu acabei por fazer o percurso contrário. Fui emigrante aos 18 anos e depois voltei (risos). Fui estudar para Espanha e gostei muito, pois trata-se duma escola com uma formação muito boa, muito ativa e muito prática – em cada ano de estudos eu tinha um primeiro semestre lecionado em Espanha e depois fazia um estágio, durante o segundo semestre. No primeiro ano, após o semestre teórico, seguiu-se um semestre de estágio na Irlanda (no The Merrion Hotel, em Dublin); depois voltei para Espanha estudar e estive mais um semestre a estagiar no Mónaco (no Hôtel de Paris). No terceiro ano, aí estive o primeiro e o segundo semestres em Espanha, acabei o estágio no Gran Meliá Don Pepe, em Marbella, e depois fiquei mais uns meses a trabalhar num hotel onde me fizeram um contrato. Contudo, depois vi que queria fazer a formação
PROFISSÃO DO MÊS como devia ser e daí ter tido a oportunidade de me transferir para os EUA para fazer um Bachelor of Arts e fui para o Kendall College, em Chicago, acabando por fazer lá mais um ano letivo, que terminou em finais de 2008. Depois de terminar o curso, até começar no Hotel Dom Pedro, estive como Restaurant Manager no Montado Hotel & Golf Resort, hotel em que fiz a abertura em 2009. E pronto, nessa altura já estava pronto para começar a minha carreira como deve ser! O que é que gosta mais no seu trabalho? Gosto muito dos dias em que há mais ocupação e coisas a passarem-se no hotel. Acredito que dá mais ‘pica’, pronto (risos). Acaba por se ter possibilidade de pôr em prática todos os conhecimentos – e quem diz isso diz a capacidade de resolução de problemas, de planeamento… Mas normalmente é isso: o que nos dá mais gozo, tanto a mim como aos meus colegas, é quando há muito trabalho, porque uma pessoa acaba por pôr as qualidades à prova. E o que é que não gosta tanto de fazer? Pessoalmente não gosto tanto de tratar com clientes diretamente na parte das reclamações – sobretudo reclamações de clientes que não têm razão. Contudo, como “O cliente tem sempre razão”, é uma tarefa complicada e ingrata, mas que tem de se fazer. Aliás, como eu digo sempre,
não há problemas, há sempre é soluções e uma pessoa tem de arranjar dentro do problema a solução que possa agradar a toda a gente ou que tente agradar o cliente da melhor forma. Ao contrário doutras profissões, a Hotelaria parece sobreviver à crise… qual a sua mensagem para todos os alunos que pretendam seguir os seus passos? Eu gosto muito da área da Hotelaria, obviamente, mas é uma coisa muito sacrificada e onde os horários são muito variáveis – às vezes tenho coisas marcadas e férias marcadas e tenho de mudar, acontece muitas vezes e acontece também ter de trabalhar duas semanas seguidas sem folgar ou mais. É uma carreira em que a pessoa não pode ter uma vida ‘normal’ e chegar ao pé de amigos e dizer: “olha, num fim de semana em novembro vamos para não sei onde”, não posso, porque nunca sei o que pode acontecer: pode chegar um grupo, pode aparecer uma equipa de futebol que vem a Lisboa, um avião que cancelou o voo pode encher o hotel… Há coisas que não podem ser planeadas. Por isso, eu aconselho mas não recomendo. Não recomendo, porque uma pessoa tem de ter a certeza que é isto que quer fazer para a vida e que está disposto a fazer sacrifícios. Eu não me importo e gosto muito, mas há quem possa pensar que a Hotelaria é uma coisa e depois não é… Se a pessoa já tem a certeza, então
sim… Como eu digo, em Hotelaria, quem gosta, gosta muito! Em termos de crise, parece que não, mas a crise está a afetar todos os setores e a Hotelaria acaba por ser um deles. Às vezes sai nas notícias que o setor hoteleiro subiu não sei quantos por cento em relação ao ano passado, mas isso são dados muito gerais e pouco específicos…. Porque uma pessoa não pode ver só a ocupação – o hotel pode estar cheio, mas pode estar a vender os quartos muito baratos, por exemplo. A verdade é que ao longo deste últimos tempos a Hotelaria também se tem ressentido um bocado, embora uma pessoa veja cada vez mais hotéis a abrirem e poucos a fecharem, por isso acaba por ser um setor que continua a mexer, mesmo em tempo de dificuldades.
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MÁQUINA DO TEMPO
s a c s i r s A o d n O mu O código de barras é um sistema de armazenamento de dados de um determinado produto, legível através de uma máquina ótica que emite um raio vermelho e que percorre as barras verticais. Até aqui, provavelmente já tinhas percebido. O que talvez te tenha escapado é que, por mais que possa soar exagerado, a verdade é que os códigos de barras mudaram a forma de fazer negócio um pouco por todo o mundo, para além de terem inspirado uma série de artistas dos mais variados quadrantes, desde a arte, à poesia, passando pela arquitetura, tendo sido desde sempre uma fonte de inspiração e um enorme apelo à criatividade.
originou uma campanha - conhecida como Movimento 560 - para que os portugueses, na hora de irem às compras, optassem por produtos com esta informação, ajudando assim as empresas nacionais a crescer. No entanto, não é seguro que todos os produtos com o 560 inserido no código de barras sejam exclusivamente portugueses – basta pensar que uma empresa estrangeira pode ter sede em Portugal, sem recorrer a produtos ou mão-de-obra nacional.
Combate à monotonia
Ir às compras sem demoras A primeira tentativa até nem correu muito bem: o código de barras começou por ser usado para rotular as vias de caminhos-de-ferro, mas a ideia foi comercialmente um fracasso. Foi por isso que no final dos anos 40, Bernard Silver e Norman Joseph Woodland se empenharam na pesquisa por uma solução automática de leitura de dados de produtos, depois de terem perdido muito mais tempo do que desejariam para sair de uma mercearia. Era o início, com o registo da patente do primeiro código de barras, de uma nova forma de comercializar bens de consumo.
Pastilhas com sabor a mudança Foi apenas no verão de 1974 que se vendeu pela primeira vez um produto com o código UPC (Universal Product Code), no estado norte-americano de Ohio. O improvável produto a ficar para a história foi um pacote de dez pastilhas, da marca Juicy Fruit. O código UPC, referente aos números que se encontram por baixo das barras, tem algumas variações, sendo que a mais utilizada é a EAN-13, com precisamente 13 dígitos. Os três primeiros algarismos representam o prefixo de cada país e o de Portugal é o 560, o que
É daqueles sons tão comuns no teu dia-a-dia que já nem dás por ele. O apito provocado pelo código de barras tanto pode significar que foste ao supermercado fazer as compras do mês, como que andaste a experimentar roupa nova. Mas, afinal, de onde apareceram aquelas linhas verticais, qual zebra do mundo moderno, com uma série de números em baixo? Para que serve então o apito no fim de cada compra? Como nasceu o famoso código de barras? Texto: João Diogo Correia
Cinco coisas para contar ao jantar acerca do código de barras O pacote de pastilhas Wrigley’s, o primeiro a ser vendido com o código de barras embutido, é neste momento uma relíquia pertencente ao Smithsonian Institution, nos EUA. O código EAN, com os 13 dígitos, consegue gerar 10 mil biliões de códigos diferentes. O mundo da arte ficou mais rico quando o nova-iorquino Bernard Solco se tornou no primeiro a usar o código de barras como tema das suas pinturas. Em www.bernardsolco.com podes encontrar as obras do artista. A partir do teu sexo, idade, país de origem, altura e peso podes criar o teu próprio código de barras, único e insubstituível. É em www.barcodeart. com.
Fonte: revistacriativa.globo.com
Uma das coisas evidentes nos códigos de barras tradicionais é que eles não variam muito de uns para os outros e a monotonia acaba por se instalar. Partindo desta simples ideia, um grupo de designers do estúdio japonês Design Barcode opeou uma “Barcode Revolution”. O projeto apresenta os códigos de barras em criativas e curiosas formas, desde moinhos a mulheres na banheira, servindo de inspiração para campanhas de publicidade. A ideia rendeu aos criadores o prémio Titanium, no Festival de Publicidade de Cannes, em 2006, para além da publicação do livro Barcode Revolution, com algumas das mais incríveis formas que um código de barras pode ter.
Quando os códigos de barras começaram a ser popularizados surgiu um problema: a luz solar refletida nas janelas das lojas impedia o código de barras de ser lido. Hoje, a tecnologia evoluiu o suficiente para o conseguir.
Fonte: pdxretro.com
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CONSULTÓRIO ESCOLAR
Alimenta o neurónio
“Mente sã em corpo são” é uma expressão já muito usual e certamente tua conhecida. Se fazer desporto e tratar do músculo e do esqueleto é importante, alimentar bem o corpinho também o é! Texto: Renato Paiva
Ao contrário dos músculos, que para se movimentarem podem receber energia proveniente dos hidratos de carbono (glucose), das gorduras e até das proteínas, o cérebro ‘funciona’ exclusivamente com a energia proveniente da glucose. No período académico, os estudantes encontram inúmeras situações em que o esforço mental é elevado. As épocas de testes, trabalhos ou exames são disso um bom exemplo. A alimentação ajuda a que nestas ocasiões o rendimento não fique afetado, uma vez que as necessidades específicas destas alturas são diferentes. Tal como um atleta no dia de prova tem cuidado com a alimentação, os alunos também o devem ter para conseguir bons resultados. É importante que de forma regular, a alimentação forneça a quantidade adequada de energia. Nesse sentido, é relevante ingerir diversas refeições por dia, espaçadas no máximo em 2:30h a 3h, em pouca quantidade, para não sobrecarregar o estômago, impedindo também que surja um estado de sonolência, mas que por outro lado, te permitam manter o poder de concentração e atenção. Deves preocupar-te em ingerir hidratos de carbono, pois são de absorção lenta, também conhecidos como açúcares lentos ou amidos. Nestes alimentos incluímos os cereais e derivados como o pão, arroz, milho, massas, cereais de pequeno-almoço prontos a consumir, entre outros; as leguminosas como o grão, o feijão, as ervilhas, as lentilhas ou as favas; a batata, as frutas e os legumes. Com uma alimentação rica em hidratos de carbono de absorção lenta em todas as refeições, estará assegurada e posta em circulação, de forma contínua, a glucose necessária para o bom funcionamento do cérebro. Se imaginarmos um dia típico de estudo, toma em conta as seguintes considerações gerais sobre o tipo de alimentos que podes escolher. Imagina que começas a estudar logo pela manhã:
Um pequeno-almoço saudável e energético é fundamental. Bebe leite meio gordo com cereais integrais e frutos secos (tipo Muesli) ou então faz a refeição tradicional: leite e com um pão de mistura com queijo e fiambre ou com compota de fruta.
Ao almoço e jantar deve haver sempre sopa de legumes, carne ou peixe, acompanhados de arroz, massa, batatas cozidas ou leguminosas e salada crua/legumes cozidos. Como sobremesa, uma peça de fruta ou um iogurte magro.
A meio da manhã deves comer novamente e, dependendo do intervalo entre a almoço e o pequeno-almoço, sugere-se um iogurte e uma peça de fruta ou algumas bolachas de aveia com um iogurte natural.
Se o intervalo entre o almoço e o jantar for muito grande, poderás ter necessidade de fazer um ou dois lanches, que podem ser semelhantes ao pequeno-almoço.
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www.clinicadaeducacao.com
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Outubro 2012 . MaisEducativa | 19