Vencendo as Crises - TM - Volume 24

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ÍNDICE Lição nº 01 – Todas as Coisas Cooperam para o Nosso Bem ................ 03

Joel R. Beeke

Lição nº 02 – Como Lidar com a Adversidade ..................................... 07

Dennis Kizziar

Lição nº 03 – Como Lidar com a Prosperidade . .................................. 11

Dennis Kizziar

Lição nº 04 – Superando a Ansiedade . .............................................. 15

Gildásio Jesus B. dos Reis

Lição nº 05 – Como Mandar Seus Filhos Para o Inferno . ..................... 17

Steve M. Schissel

Lição nº 06 – Lutando Contra a Hipocrisia e o Orgulho ........................ 21

Onésio Figueiredo

Lição nº 07 – Vencendo a Crise na Evangelização ............................... 24

Arival Dias Casimiro

Lição nº 08 – Crise de Direção .......................................................... 27

Gildásio Jesus B. dos Reis

Lição nº 09 – A Igreja em Campo de Guerra (1) . ................................ 30

Hernandes Dias Lopes

Lição nº 10 – A Igreja em Campo de Guerra (2) . ................................ 34

Hernandes Dias Lopes

Lição nº 11 – Ventos Contrários ........................................................ 39

Arival Dias Casimiro

Lição nº 12 – Graça Suficiente .......................................................... 42

John MacArthur Jr.

Lição nº 13 – Graça em Meio a Tribulações ........................................ 46

John MacArthur Jr.

Revista 24 • Vencendo

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Crises

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Apresentação De uma forma objetiva, definimos crise como uma reação interna emocional diante de um acontecimento externo ou um comportamento psicológico anormal gerado por distúrbios emocionais. A crise pode ser individual e coletiva, variando de uma pessoa para outra e de um grupo para outro. As crises podem ter causas naturais ou acidentais. Algumas crises podem ser previstas e prevenidas. Há pelo menos dois tipos de crise: crise de desenvolvimento e crise acidental ou imprevisível. A primeira acompanha o homem durante toda a sua vida, do seu nascimento à sua morte. Ela acontece na infância, na adolescência, na juventude, na meia idade e na velhice. A segunda, são as crises que não esperávamos ou acidentais: doença, morte, desemprego, financeira etc. O Cristão enfrenta todas as crises com fé e resignação, pois Deus está com ele. Jesus garante-nos: Estas cousas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo (João 16.33). O tema deste trimestre aborda algumas crises que enfrentamos e como podemos vencê-las. Lembre-se que a crise sempre proporciona crescimento. Os Editores

Revista Educação Cristã •

Volume 24

Vencendo as Crises 13 Estudos sobre como vencer as crises EDITORES RESPONSÁVEIS: Alberto José Bellan e Arival Dias Casimiro REVISÃO GRÁFICA: Ademar de Oliveira Godoy FOTO DA CAPA: iStockPhoto IMPRESSÃO E ACABAMENTO: Associação Religiosa Imprensa da Fé - São Paulo

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Copyright © 2002 - Z3 Editora Ltda. 9ª Edição - Dezembro/2014 Fica explicitamente proibida qualquer forma de reprodução total ou parcial desta revista, sem o expresso consentimento da editora.

PRODUÇÃO E DIAGRAMAÇÃO:

PUBLICAÇÃO: Z3 EDITORA LTDA. Rua Floriano Peixoto, 277 - Centro - Tel/Fax: (19) 3464.9000 CEP 13450-022 - Santa Bárbara d’Oeste - SP E-mail: vendas@z3ideias.com.br Site: www.z3ideias.com.br Filiado à ASEC - Associação de Editores Cristãos

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Todas as Coisas Cooperam para o Nosso Bem Segunda: Terça: Quarta: Quinta: Sexta: Sábado: Domingo:

Texto Básico Romanos 8.28

Leitura Diária

Os Planos de Deus..................................... Jó 42.1-6 Deus me Conhece...................................... Sl 139 Deus é o Nosso Refúgio.............................. Sl 46 A Doença de Ezequias................................ Is 38 Jesus não Chegou Atrasado........................ Jo 11 Descansa no Senhor................................... Sl 37 A Sabedoria Divina..................................... Rm 11.33-36

Objetivo da lição:

Entender que todas as coisas que acontecem na vida do crente cooperam para o seu bem.

INTRODUÇÃO A vida do cristão assemelha-se ao mecanismo de um relógio. O que você vê ao abrir um relógio? Vê que certas engrenagens que giram em sentido anti-horário estão atreladas a outras que trabalham no sentido horário. A sua primeira impressão pode ser de que o mestre relojoeiro está louco e confuso. Pelo contrário, ele arrumou de tal forma o mecanismo desse relógio e colocou a mola mestra para controlar todas as suas engrenagens, que quando recebe corda, embora uma engrenagem gire no sentido horário e outra no sentido anti-horário, todas trabalham juntas para mover os ponteiros em torno do mostrador precisamente na velocidade certa. Muitas engrenagens parecem trabalhar umas contra as outras, mas todas trabalham juntas com o mesmo propósito de mostrar o tempo exato. Paulo não faz qualquer exceção a esse princípio. Ele diz “todas as coisas”; isso inclui todas as coisas boas e Lição 01 • Todas

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todas as coisas ruins – “cooperam para o bem”. Ninguém naturalmente gosta da aflição. Aflições podem ser muito pesadas e difíceis de suportar . “Se o pecado é a cabeça da serpente,” escreveu Ralph Erskine, “a aflição é a sua cauda”. E mais, caro irmão, não é certo que a aflição serve como um remédio para você nas mãos do seu grande Médico, Jesus Cristo? Vejamos resumidamente nove maneiras pelas quais nas mãos dEle as suas aflições cooperam para o seu bem estar espiritual e eterna saúde.

EXPOSIÇÃO 1. HUMILDADE O Senhor, através da aflição, não o humilha profundamente, mostrando quem você é e o que existe dentro de você – nada além de pecado e corrupção, à parte da graça divina? Não lhe ensina o Senhor através da aflição a mesma verdade que ele ensinou a Israel em Deuteronômio 8, “que te conduziu 3


por aquele grande e terrível deserto de serpentes abrasadoras, de escorpiões, e de secura, em que não havia água... que no deserto te sustentou com maná..., para te humilhar, e para te provar, e afinal te fazer bem” (Dt 8.15,16)? A aflição não só faz o verdadeiro crente se humilhar diante de Deus, mas o conserva humilde. A aflição faz secar o reservatório do combustível que alimenta o seu orgulho. Um crente aflito é semelhante a uma árvore carregada de frutos. Se Deus utilizar a aflição para humilhá-lo perante Ele, não estará a sua aflição cooperando para o bem? 2. REVELAÇÃO Através da aflição o povo de Deus aprende o que é o pecado na sua desonrada, corrompida e maldita natureza. Através da aflição eles aprendem que, como foi apropriadamente dito, “o pecado tem o diabo por pai, a vergonha por companheira, e a morte por seu salário”. Eles aprendem pela aflição que o pecado na verdade é um ataque ao coração, ao ser, e aos atributos de Deus. Como escreveu John Bunnyan , “o pecado é uma afronta à justiça de Deus, uma violência contra a sua misericórdia, é escarnecer da sua paciência, é menosprezar o seu amor”. Eles aprendem através da aflição que o pecado é tanto a força da sua morte, como a morte da sua força. Na aflição é como se a alma do crente fosse esquadrinhada com lanternas expondo os pecados ocultos e notórios. Quando a aflição é santificada pelo Espírito Santo, o pecado é arrancado do seu esconderijo dentro do coração e trazido à luz dos santos e perscrutadores olhos de Deus. A aflição arranca a folha de figueira que cobre o filho de Deus. “Os pecados do povo de Deus são como ninhos”, escreveu o puritano William Bridge, “enquanto as folhas estiverem 4

na árvore você não pode vê-los, mas no inverno da aflição quando todas as folhas caem, os ninhos aparecem claramente”. Quando a aflição é santificada, o pecado se torna hediondo e odioso. O pecado se torna excessivamente pecaminoso em sua verdadeira natureza do que por suas consequências. 3. CRESCIMENTO O Espírito Santo usa a aflição como um remédio para acabar com a enfermidade mortal do pecado nos filhos de Deus, fazendo-os produzir frutos saudáveis e piedosos. Quando o pecado faz os crentes se desviar do Senhor Jesus, como um Bom Pastor, usa a sua vara da aflição para aprumá-lo novamente. A aflição é o cão do pastor, enviado não para devorar as ovelhas, mas para trazê-las de volta ao aprisco. A aflição trata do pecado. “Antes de ser afligido andava errado”, confessa Davi, “mas agora guardo a tua palavra” (Sl 119.67). Para um filho de Deus, ser afligido é um bem como é a poda para a jovem árvore, pois a pressão da aflição não só remove o terrível mau cheiro do pecado, mas também revela as fragrâncias e os frutos da graça divina. Você sabe que em alguns países certas árvores crescem, mas não dão fruto, por não haver inverno ali? O cristão precisa de invernos de aflições para experimentar o florescer das primaveras, o crescimento do verão e a colheita de outono. A vida dos filhos de Deus é como um sino – quanto mais forte se bate, melhor ele toca. Eles aprendem mais sob a vara que os disciplina do que sob o cajado que os consola. O bom pastor não está afogando suas ovelhas quando as lava, nem as está matando quando tosquia. Pelo contrário, sua lavagem é uma higiene necessária, e suas correções são Lição 01 • Todas

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lições essenciais. A aflição colhe frutos preciosos. Ela garimpa, funde, refina e forja o crente até que o divino Ourives possa ver o seu reflexo na obra das suas próprias mãos. Assim o cristão experimenta como Jó: “Se Ele me provasse, sairia eu como o ouro” (Jó 23.10). “A aflição”, escreveu Robert Leighton, “é o pó de diamante com que o céu pule as suas jóias”. 4. COMUNHÃO O Senhor se utiliza da aflição como um meio de fazer o seu povo buscá-lo, para trazê-lo de volta à comunhão com Ele, e mantê-lo junto ao seu lado.Como na tempestade as ovelhas buscam estar junto do seu pastor, assim diz o Senhor de Israel, “estando eles angustiados, cedo me buscarão” (Os 5.15). As tempestades e o granizo da aflição levam as ovelhas para mais perto do seu pastor. Todas as pedras que atingiram Estevão apenas o empurraram para mais perto da pedra angular, Jesus Cristo, e abriram ainda mais o céu para a sua alma. A aflição levou a mulher cananeia ao Filho de Davi; conduziu o ladrão ao seu Salvador. Não foi a coroa de Manassés, mas suas cadeias, que o fizeram reconhecer que o”Senhor era Deus”. Mesmo o imã da rica misericórdia de Deus não traz e mantém tão perto o rebanho do seu Grande Pastor como as cordas da aflição. 5. IDENTIFICAÇÃO O Senhor usa as aflições para moldar o seu rebanho à semelhança de Cristo fazendo-o participante dos seus sofrimentos e da sua imagem. Cristo foi castigado “para (o nosso) aproveitamento”; o autor de Hebreus escreveu: “a fim de sermos participantes da sua santidade” (Hb 12.10). Deus tinha apenas um Filho sem pecado, mas nenhum sem aflição. Lição 01 • Todas

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Pela sua vara de aflição rumo à glória eles se tornam seguidores do Cordeiro de Deus que caminha adiante do seu rebanho. Todo caminho de aflição que eles encontram já foi trilhado, conquistado e santificado pelo seu Pastor cujo sangue substitutivo, desde a sua circuncisão até à cruz, é a sua garantia segura de que nenhuma aflição ou provação será capaz de separá-los do amor de Cristo Jesus (Rm 8.39). Os seus sofrimentos os conduzem ao sofrimento substitutivo de Cristo, o qual por sua vez, os faz exclamar “o seu jugo é suave e o seu fardo é leve” (Mt 11.30). Caro irmão, não é nos tempos de sofrimento que normalmente você tem mais comunhão com Jesus Cristo em seus sofrimentos – numa vida inteira que, como diz Calvino, não foi outra coisa senão uma série de sofrimentos? Pode então você reclamar da leve cruz que você tem de suportar sendo um pecador culpado, quando você vê a pesada cruz que Cristo teve de suportar sendo inocente? 6. ALEGRIA As aflições espirituais cooperam para o nosso bem porque o Senhor as contrabalança com consolo e alegria espirituais. “A vossa tristeza”, disse Jesus aos discípulos, “se converterá em alegria” (Jo 16.20). Ele leva o seu povo ao deserto para lhes falar ao coração (Os 2.14). Onde quer que existam os sofrimentos de Deus, haverá consolação de Deus (2 Co 1.4,5). A vara do pastor possui mel em sua ponta. Todo Paulo tem sua canção para cantar na prisão. O doce seguirá o amargo. A alegria vem pela manhã. O Senhor transformará a sua água em vinho. Samuel Rutherford uma vez escreveu: “quando estou no porão da aflição (é a mesma palavra para adega no inglês: cellar) eu encontro os melhores vinhos 5


do Senhor”. Na aflição, as ovelhas de Deus às vezes experimentam doces êxtases de divina alegria, que as levam como que, bem aos limites das fronteiras da Canaã celestial. Em tais momentos elas podem confessar com Elifaz, o temanita, “Bem-aventurado é o homem a quem Deus disciplina; não desprezes, pois, a disciplina do Todo-poderoso. Porque ele faz a ferida e ele mesmo a ata; ele fere, e as suas mãos curam. De seis angústias te livrará, e na sétima o mal te não tocará” (Jó 5.17-19). 7. FÉ A aflição também coopera para o bem fazendo os filhos de Deus andarem por fé e não por vista. Se fosse permitido ao crente sempre desfrutar dos prazeres e alegrias deste mundo, eles passariam a amar esta vida e a depender das suas provisões espirituais ao invés de depender daquele que tudo provê. Por isso, juntamente com as suas doces iguarias, o Senhor serve um pouco de molho para ajudar na digestão, para que eles vivam, não por seus sentidos, mas pela fé. 8. SEPARAÇÃO A aflição coopera para o bem quando desliga e afasta os cristãos das coisas deste mundo.Um cão nunca morde aqueles que são de casa, somente estranhos . A aflição morde tão profundamente os filhos de Deus porque eles ficam tão pouco em casa com a palavra e os costumes de Deus, e tempo demais com o mundo e os costumes dos homens. Se eles estivessem mais vezes em casa com o seu Mestre e Pastor nos lugares celestiais, as aflições seriam muito mais fáceis de suportar. “Deus”, diz Thomas Wattson, “tem o mundo como um dente mole, prestes a cair, que 6

quando arrancado, não nos cria mais problemas”. 9. ESPERANÇA Finalmente, a aflição é proveitosa para preparar o povo de Deus para a sua herança celestial. A aflição eleva as suas almas até ao céu, para buscarem “a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto edificador” (Hb 11.10). A aflição pavimenta o seu caminho para a glória. “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2 Co 4.17). “Aquele que corre para receber a coroa”, escreveu John Trapp, “não se incomodará muito com um dia chuvoso”.

conclusão Filhos de Deus, isso não é suficiente para convencê-los de que a aflição é para o seu bem – que “nada” de bom ou necessário “faltará” a vocês, tanto temporal como espiritualmente? Ainda que o vento da aflição seja contrário à sua carne, Deus se agrada em usá-lo para conduzir vocês ao céu. As suas aflições são sob medida para os ajustar ao caminho para a glória. “Em tudo (até mesmo nas aflições) dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Ts 5.18). PONTOS PARA DISCUTIR 1. Você já experimentou dar graças a Deus na aflição? 2. “A vara do pastor possui mel em sua ponta”. 3. Quais as lições que você tem tirado das suas aflições?

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