CRISTO: NOSSA ALEGRIA E SUFICIÊNCIA

Page 1





T exto B ásico Filipenses 1.1-30

1ª Lição ::

Filipenses: A Carta da Felicidade :: Objetivo :: Conhecer o segredo da verdadeira alegria

Do início ao fim, a carta está saturada de alegria

:: Leitura Diária :: Segunda-Feira Provérbios 15.13-19 Terça-Feira João 16.1-24 Quarta-Feira Salmo 118 Quinta-Feira Romanos 12 Sexta-Feira Habacuque 3.17-19 Sábado Lucas 15 Domingo Isaías 29.17-24

Iniciamos hoje o estudo da carta aos Filipenses. E uma pergunta precisa ser feita: Por que se deve estudar esta carta? William Hendriksen apresenta três razões: (1) Ela nos revela o segredo da verdadeira felicidade; (2) Ela nos revela um homem que descobriu e experimentou esta felicidade; (3) Ela nos ensina que Jesus é a fonte da felicidade. Eu acrescento mais duas razões: (4) Ela nos ensina que felicidade é viver no propósito de Deus, mesmo que isso implique em sofrimento; (5) Ela nos ensina que os sofrimentos desta vida não podem destruir a felicidade do cristão. Paulo escreveu esta carta quando estava preso em Roma (61/62 d.C), com três propósitos: agradecer a oferta enviada pelos filipenses por intermédio de Epafrodito (4.10,11); prover orientação espiritual e encorajamento para os leitores que enfrentavam tribulações (1.28-30) e convocar os irmãos a lutar pela unidade da igreja (2.1-11; 4.2). Do início ao fim, a carta está saturada de alegria. As palavras alegria e regozijo aparecem dezesseis vezes: 1.4; 1.18 (duas vezes), 1.25; 2.2; 2.17: (duas vezes); 2.18 (duas vezes); 2.28, 29; 3.1; 4.1, 4 (duas vezes); e 4.10. Sem dúvida, Paulo queria que os seus leitores fossem impactados com a alegria.

1. Prefácio e Saudação – Fp 1.1,2 O remetente da carta: Paulo – Servo de Jesus Cristo. Com a palavra servo (doulos), Paulo quer dizer três coisas: que ele é uma propriedade exclusiva de Jesus; que ele deve a Cristo obediência absoluta; que servo de Deus é o título mais importante que um homem pode receber (Js 1.2; Sl 78.70). Cristo: Nossa Alegria e Suficiência ::

3


Cristo: Nossa Alegria e Suficiência

Os destinatários A todos os santos em Cristo Jesus, inclusive bispos e diáconos que vivem em Filipos. Paulo se dirige a todos: ele ora por todos (1.4), ama a todos (1.7); tem saudade de todos (1.8); espera continuar com todos (1.25); e saúda a todos (4.21). Os santos são aqueles que estão unidos a Cristo, inclusive aqueles que lideram a igreja, bispos ou presbíteros e diáconos (At 14.23; 20.17 e 28 e 1Tm 3.112). Santos são aqueles que foram separados por Deus, para o glorificar. Estes santos residiam em Filipos. A igreja dali foi plantada por Paulo durante a sua segunda viagem missionária (Atos 16). Tudo começou com a conversão de três pessoas: Lídia (asiática e comerciante), uma jovem (grega e escrava) e um carcereiro (romano e funcionário público). Era uma igreja que reunia todos os segmentos da sociedade. A bênção Graça e Paz (caris e eirene) resumem os efeitos da obra salvadora de Jesus Cristo. É por meio dEle que temos acesso à graça e à paz de Deus (Rm 5.1,2). Esta era a saudação mais utilizada por Paulo: Rm 1.7;1Co 1.3; 2 Co 2.2; Gl 1.3. A fonte da graça e da paz é Deus – Pai, por intermédio do Senhor Jesus Cristo.

2. A Oração de Paulo – Fp 1.3-11 Após a saudação, Paulo faz uma oração de gratidão a Deus pelos filipenses. Warren Wiersbe, sintetizando esse parágrafo diz que em Filipenses 1.1-11, Paulo usa três ideias que descrevem a verdadeira comunhão cristã: A presença na memória (1.3-6), a presença no coração (1.7,8) e a presença nas orações (1.9-11). Paulo tem uma certeza: aquele (Deus) que começou a boa obra (salvação) no coração dos crentes, concluirá plenamente o seu trabalho (1.6). Ele está convicto de que Deus não permitirá que a sua obra de transformação espiritual fique inconclusa. Trata-se da doutrina da segurança da salvação (Jo 6.37,39). A ovelha que está na mão do Bom Pastor jamais será arrebatada (Jo 10.28; Rm 8.39). Uma vez verdadeiramente salvo, salvo para sempre. Podemos resumir a oração de Paulo com a palavra comunhão, isto é, participação conjunta ou conexão. Ele fala que os crentes participam conjuntamente da cooperação no evangelho (1.5), da obra transformadora do Espírito Santo (1.6), da graça (1.7), no amor mútuo (1.9),

4


1ª Lição :: Filipenses: A Carta da Felicidade

no conhecimento e percepção espiritual (1.9), na purificação (1.10) e na frutificação espiritual (1.11). A oração de Paulo brota de um coração cheio de alegria. Ele fala da alegria da oração (1.4), da alegria da pregação (1.18), da alegria da fé (1.25), da alegria da união (2.2), da alegria do sofrimento por Cristo (2.17), da alegria de encontrar amigos (2.28), da alegria da hospitalidade (2.29), da alegria de estar em Cristo (3.1 e 4.1) e da alegria de ser lembrado (4.10).

3. O Otimismo de um Prisioneiro – Fp 1.12-30 O cristão é, por natureza, uma pessoa otimista. Ele sempre vê as coisas e as pessoas pelo lado positivo. A sua expectativa é sempre para o melhor, mesmo que as circunstâncias sejam difíceis. O seu otimismo baseia-se em Deus, o Pai que sabe e controla todas as coisas. O Deus da alegria (Sl 16.11). Winston Churchill disse: “O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade.” O apóstolo Paulo viu em suas cadeias uma oportunidade de abençoar os seus irmãos na fé. Do presídio ele escreveu quatro cartas (Efésios, Filemom, Colossenses e Filipenses) e uma delas foi sobre a alegria: Carta aos Filipenses. Em Filipenses 1.12-30, Paulo nos dá um maravilhoso exemplo de otimismo e fé. Ele é um prisioneiro da alegria, um encarcerado do contentamento. Ele nos ensina a ser felizes no sofrimento. Ele fala que padecer por Jesus é uma graça, um privilégio imerecido (Fp 1.29).

• Aprendemos que orar produz alegria e contentamento. • Aprendemos que precisamos orar uns pelo outros com objetivos espirituais. • Aprendemos que todos os cristãos participam conjuntamente de grandes privilégios espirituais.

A prisão contribuía para o progresso do evangelho (Fp 1.12-18) Paulo está preso. Isto poderia significar o fim do seu trabalho missionário. Mas, pelo contrário, afirma que tudo aquilo que acontecia com ele contribuía para o progresso do evangelho (Fp 1.12). Paulo era um prisioneiro otimista. Ele aponta duas contribuições: 1) Todos os soldados que trabalhavam na sua vigilância foram evangelizados (Fp 1.13). Paulo não perdia tempo, e durante a sua prisão evangelizou toda a guarda imperial de Roma (Fp 4.22).

www.z3.com.br :: 5


Cristo: Nossa Alegria e Suficiência

2) A maioria dos irmãos de Roma foi estimulada a pregar o evangelho (Fp 1.14). A prisão de Paulo fez com que os irmãos que estavam livres fossem motivados a trabalhar. • Otimismo e pessimismo são duas forças poderosíssimas, e cabe a mim e a você decidir qual delas irá influenciar a nossa vida e determinar nossas ações e expectativas. Lembre-se: “Os pessimistas são meros espectadores; os otimistas são os que transformam este mundo”. • Os nossos problemas, sofrimentos e dificuldades não devem ser usados como desculpas, para não evangelizarmos. Tais tribulações são partes inerentes do evangelho da cruz (At 14.22). Deus, quando nos chamou, nunca disse que a vida cristã seria fácil, mas garantiu-nos que sempre estaria conosco (Rm 8.31-39). • O que Deus espera de nós é que sejamos firmes na fé, unidos no trabalho e corajosos contra os inimigos.

6 :: www.z3.com.br

A prisão servia para que Cristo fosse engrandecido (Fp 1.18-26) Paulo não tinha medo de morrer. E na prisão, a sua vida estava por um fio. Se ele fosse absolvido e posto em liberdade, continuaria pregando Jesus Cristo. Se, porém, fosse condenado à morte, ele habitaria com Cristo. Quer na vida ou na morte, Cristo seria engrandecido no corpo e na personalidade do apóstolo. Aí ele sintetiza: Para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro (Fp 1.21).

Que fé maravilhosa! Que contentamento exemplar! Para Paulo, tanto faz, permanecer aqui trabalhando e frutificando ou partir para estar com Cristo. A prisão era uma motivação para o crescimento espiritual dos irmãos (Fp 1.27-30) Paulo, em seu otimismo espiritual, recomenda aos irmãos de Filipos, que vivam de modo digno do evangelho de Jesus Cristo. Paulo relaciona a cidadania celestial com a cidadania romana (At 16.21, 37). A melhor tradução é viver como cidadão digno (Ef 4.1), ou seja, cumprindo as suas obrigações como cidadãos do reino de Deus. Este modo digno tem três aspectos: 1) Firmeza na fé. A ideia aqui é de lealdade ao Senhor e à Palavra do Senhor (1Co 16.13,14). A segurança divina da salvação não exclui a perseverança humana (Fp 4.10). 2) Unidade ou harmonia fraternal no trabalho conjunto. O que Paulo desejava é que os crentes reconhecessem sua unidade em Jesus, vivessem juntos e trabalhassem em paz (Fp 2.1-4). 3) Intrepidez contra os inimigos da fé. Paulo pede que os irmãos enfrentem com coragem o falso ensino. A igreja enfrentava os defensores do gnosticismo, seita herética que misturava filosofia grega, legalismo judaico, ascetismo e misticismo das religiões de mistério (1Tm 1.18-20; 2Tm 1.7).




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.