CONSOLO NA TRIBULAÇÃO

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Estudos Bíblicos

2 Coríntios

Consolo na Tribulação

Índice 01 Consolo na Tribulação................................................................ 3 02 O Caráter do Líder se Revela na Crise.......................................... 8 03 A Nova Aliança........................................................................ 13 04 Não Desanimemos!................................................................. 18 05 Uma Casa no Céu e um Ministério na Terra................................ 23 06 As Lutas de um Ministro Exemplar............................................ 28 07 Crescendo em Santidade......................................................... 32 08 Princípios Para se Ofertar......................................................... 37 09 Os Frutos da Generosidade...................................................... 42 10 A Autoridade Espiritual de Paulo.............................................. 48 11 Um Apóstolo Verdadeiro.......................................................... 53 12 A Suficiência da Graça de Deus................................................ 57 13 Advertências Pastorais............................................................. 61 Autor das lições: Arival Dias Casimiro Aluno Professor

Classe


Apresentação

Estudos Bíblicos

2 Coríntios

A segunda carta do apóstolo Paulo aos Coríntios oferece consolo e encorajamento espiritual para todas as pessoas que enfrentam tribulações. Ela é um verdadeiro “Manual de Consolação”, que começa e termina com consolo. Nela, Deus é apresentado como o único Consolador. O apóstolo Paulo ensina que Deus sempre o consolou em todas as suas angústias, tristezas e tribulações ministeriais para que ele, um dia, consolasse outros. A graça de Deus é o meio pelo qual vem toda consolação. Deus, o Pai, é o Consolador por excelência. Ele abençoa com toda sorte de bênção e tem prazer em derramar misericórdia sobre os seus filhos. A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo (2 Co 12.9). Convidamos você a embarcar nesta preciosa aventura de estudar expositivamente esta carta, que aborda vários temas da teologia.

Os Editores


T EXTO B ÁSICO 2 Coríntios 1.1-11

1ª Lição ::

Consolo na Tribulação :: OBJETIVO :: Conhecer o poder do consolo que vem de Deus

DEUS É A FONTE E O DOADOR DE TODO TIPO DE ENCORAJAMENTO E AJUDA

:: LEITURA DIÁRIA :: Segunda-Feira Atos 18.1-18 Terça-Feira 1 Coríntios 1.1-30 Quarta-Feira Mateus 8.23-27 Quinta-Feira 1 Pedro 1.1-12 Sexta-Feira Tiago 1.1-8 Sábado Isaías 40 Domingo Salmo 42

Iniciamos hoje o estudo da segunda carta de Paulo aos Coríntios. Ela foi escrita no ano 56 d.C., da província da Macedônia. Três razões para estudarmos esta carta hoje: (1) Razão pastoral: Ela é a carta mais pessoal de Paulo, onde ele revela os seus sentimentos e sofrimentos ministeriais. Ela é um testemunho pessoal. Através dela podemos olhar para a alma de um pastor vocacionado por Deus. A primeira carta aos Coríntios foi dedicada aos problemas de uma igreja e o que ela precisava ser. A segunda carta aos Coríntios é dedicada a vida pessoal de um homem e revela quem ele é. (2) Razão teológica: Ela é uma carta que aborda vários temas da teologia: o Apostolado, a Pessoa e a Obra de Cristo, Trindade, Aliança, Sofrimento e Glória, Reconciliação, Santificação e Mordomia e ofertas. Para Simon Kistemaker, 2 Coríntios é “profunda na teologia e desorganizada no arranjo”. (3) Razão prática: Ela é uma carta de consolo e encorajamento espiritual para todos que enfrentam tribulações. A palavra-chave desta epístola é “consolar”. O verbo aparece dezoito vezes e o substantivo onze vezes. Ela começa e termina com consolo (2Co 1.3; 13.11). Deus é a fonte e o doador de todo tipo de encorajamento e ajuda. O versículo-chave da carta é: Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo (2Co 12.9). A graça de Deus é o meio pelo qual vem toda consolação. Convidamos você a embarcar nesta preciosa aventura de estudar expositivamente esta carta.

1. Conteúdo e Saudação (vv.1,2) O conteúdo da carta pode ser esboçado em três divisões básicas: (1) O ministério de Paulo (cap. 1-7). (2) Oferta para os pobres (cap. 8-9). (3) Defesa Consolo na Tribulação ::

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Consolo na Tribulação

APLICAÇÕES

PRÁTICAS

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• Aprendemos que a segunda carta aos Coríntios é dedicada à vida pessoal de um homem e revela quem ele é. • Aprendemos que a carta aborda vários temas da teologia. • Aprendemos que a segunda carta aos Coríntios é de consolo e encorajamento a todos que enfrentam tribulações.

do apostolado de Paulo (cap. 10-13). Numa perspectiva homilética: (1) Um ministério atribulado (cap.1-2). (2) Um ministério glorioso (cap. 3-7). (3) Um ministério generoso (cap. 8-9). (4) Um ministério pela Graça (10-13). A carta começa com a saudação: Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto e a todos os santos em toda a Acaia, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo (2Co 1.1,2). O remetente Paulo. Ele é um apóstolo de Cristo Jesus, chamado e enviado por Jesus, logo após a sua conversão (At 9.1-19). Ele era um apóstolo para judeus e gentios (At 9.15;1Tm 2.7; 2Tm 1.11). Ele não foi um discípulo durante o ministério de Jesus e nem uma testemunha da ressurreição de Jesus. Mas, o seu apostolado foi “pela vontade de Deus”, que o separou desde o nascimento (Gl 1.15; Rm 1.1). Timóteo, não foi o remetente, mas Paulo o destaca como alguém que serviu a igreja de Corinto (1Co 4.17; At 19.22). O destinatário da carta À igreja de Deus que está em Corinto e a todos os santos em toda a Acaia. A carta foi destinada a igreja (ekklesia) de Deus que se reunia em Corinto. Deus é o dono da igreja (1Co 1.2). Foi Ele quem a resgatou com o seu próprio sangue (At 20.28). Ela é local e também universal composta por todos os santos das diversas igrejas da Acaia, que se reúnem para adorar e louvar a Deus. A saudação Graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. A graça (charis) é o favor imerecido que nos vem de Deus, a começar pela salvação em Jesus Cristo (Jo 1.17) e os permanentes atos de amor, ajuda e provisão. A paz (eirene) é o resultado positivo que a graça produz, expresso em felicidade e satisfação.

APLICAÇÕES

! PRÁTICAS 2. A Teologia do Consolo (vv. 3-11) O tema dessa passagem é “consolo”. Nos versos 3-7 o verbo aparece quatro vezes e o substantivo seis. Consolação (paraklesis) significa “conforto” e “encorajamento” (Rm 15.4,5; Hb 6.18). Não há texto no Novo Testamento tão rico e cheio de encorajamento como este.

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1ª Lição :: Consolo na Tribulação

A origem do consolo Todo consolo vem de Deus. Por isso Paulo inicia com louvor à pessoa de Deus (v.3). Trata-se de uma forma judaica de louvor a Deus, reconhecendo-o como a fonte de todas as bênçãos (Sl 41.13; Lc 1.68). É uma expressão de adoração e gratidão a Deus, que nos abençoa com toda sorte de bênçãos (Ef 1.3; 1 Pe 1.3). Por que Deus é bendito? Por quem Ele é. (1) Ele é o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é o Pai de Jesus, o Pai dos cristãos e o Pai de toda a criação. M. Henry diz: “Deus é o Pai da natureza divina de Cristo pela geração eterna. Ele é também o Pai da sua natureza humana pela concepção miraculosa no ventre da virgem e de Cristo como Deus-homem, e nosso Redentor, pela relação de aliança, e nele e por meio dele como Mediador e sua descendência espiritual” (Gl 3.16). Para os crentes em Jesus, Deus é o nosso Pai, fonte da nossa vida e do nosso crescimento espiritual (Rm 8.28; Ef 5.1; 1Ts 2.12). (2) Ele é o Pai de Misericórdias. Na língua hebraica, “pai” é aquele que dá origem a”. Deus é o Pai das misericórdias, pois só Ele é misericordioso e todas as misericórdias provêm dele (Sl 51.1; Lm 3.22). Ele tem prazer em derramar misericórdia sobre nós (Mq 7.18). A palavra “misericórdia” descreve o que Deus sente, em seu coração, por nós miseráveis pecadores. Dar o que não se merece - isto é GRAÇA. Não dar o que se merece - isto é MISERICÓRDIA! (3) Ele é o Deus de toda consolação. Deus é o sujeito que consola. Ele é o agente ativo de toda consolação. A palavra grega para consolador denota o ato de ficar ao lado de uma pessoa para encorajá-la enquanto a mesma estiver suportando sofrimentos. A palavra “toda” indica que não há carência que Deus não possa suprir.

ANOTAÇÕES

O alvo do consolo Por que Deus é bendito? Por aquilo que Ele faz (v.4). O alvo do conforto de Deus são seus filhos que estão sofrendo. “Ele” indica que Deus não somente é a origem, mas também o agente da consolação. Ele pessoalmente nos consola. O verbo “conforta” está no presente contínuo indicando que o seu consolo e encorajamento é constante e permanente. A palavra “tribulação” indica o sofrimento de alguém que está sob um “peso esmagador”. O propósito do consolo Deus nos consola para podermos consolar outros que sofrem (v.4). Somos consolados por Deus, na tribulação,

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Consolo na Tribulação

APLICAÇÕES

PRÁTICAS

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• Aprendemos que Deus é a fonte de todas as bênçãos. • Aprendemos que somos canais da consolação divina. • Aprendemos que o consolo que recebemos de Deus é transbordante.

para podermos consolar outros que estão em tribulação. Quanto mais Deus nos conforta, mais podemos confortar os outros. Deus trabalha em nós para poder trabalhar por meio de nós. Somos canais da consolação divina. A natureza do consolo A natureza do consolo não é humana (v.4). A natureza do consolo é divina. Não são as palavras humanas que irão consolar. Deus encoraja por meio do Espírito Santo e da Palavra, usando pessoas (At 4.36). A consolação que usaremos para consolar outros é a mesma com a qual fomos consolados por Deus. João Calvino diz: “As riquezas do Espírito não são para serem guardadas para nós mesmos, mas sempre que alguém as recebe deve também passá-las a outrem”. O limite e a proporção do consolo O consolo de Deus limita-se aos sofrimentos e aflições por causa de Cristo (v.5). Simon Kistemaker diz: “Estes são os sofrimentos pelos quais os seguidores de Cristo passam em prol da sua igreja e do seu reino” (1Pe 4.12,13). A proporção do consolo que recebemos de Deus é maior que todos os sofrimentos que podemos passar por causa de Cristo. O sofrimento é grande por causa de Cristo, mas, proporcionalmente, o consolo é transbordante por meio de Cristo. A garantia do consolo O consolo está garantido: A nossa esperança a respeito de vós está firme, sabendo que, como sois participantes dos sofrimentos, assim o sereis da consolação (v.7). Quem participa do sofrimento tem a garantia de Deus que participará da consolação. Quem leva a cruz receberá a coroa.

APLICAÇÕES

! PRÁTICAS 3. A Prática do Consolo (vv. 8-11) Como experimentar o consolo de Deus? Para exemplificar o poder consolador de Deus, Paulo conta sobre uma tribulação que teve na Ásia. Todo serviço para Deus é acompanhado por muita tribulação Paulo não estava em um balneário na Ásia, mas pregando o evangelho e cumprindo a sua vocação ministerial. Ele sofreu porque a tribulação é algo inseparável da obra

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1ª Lição :: Consolo na Tribulação

de Deus (At 14.22). Tribulações são permitidas e controladas por Deus, mas jamais estaremos imunes a elas. Deus nos capacita para suportamos as tribulações Paulo fala que o seu sofrimento foi maior do que a sua capacidade humana de resistir, a ponto de levá-lo a achar que iria morrer (v.8). Contudo, quando a nossa força se esvai, o poder de Deus entra em ação (v.9). Ao morrermos para o ego e quando chegamos ao limite da nossa fraqueza, o poder da ressurreição de Deus começa a operar (Fp 3.10). O poder de Deus capacita o crente a suportar qualquer tipo e intensidade de tribulação (2Co 4.7). Deus nos livra das tribulações Paulo diz: o qual nos livrou e livrará de tão grande morte; em quem temos esperado que ainda continuará a livrar-nos (v.10). O verbo “livrar” (rhyomai) significa “puxar”, “arrastar pelo chão” com o intuito de livrar e resgatar do perigo. Aplica-se a Deus libertando os seus santos dos perigos desta vida (Mt 6.13; Cl 1.13; 1Ts 1.10). Paulo usa o verbo nos três tempos: passado (livrou), futuro (livrará) e presente (livra-nos) para mostrar o completo livramento de Deus.

APLICAÇÕES

PRÁTICAS

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• Aprendemos que não estamos imunes às tribulações. • Aprendemos que Deus permite e controla as tribulações que passamos. • Aprendemos que devemos glorificar a Deus em nossas tribulações.

Os benefícios das tribulações Paulo encerra falando sobre os dois benefícios que a tribulação produz: ajudando-nos também vós, com as vossas orações a nosso favor, para que, por muitos, sejam dadas graças a nosso respeito, pelo benefício que nos foi concedido por meio de muitos (v.11). (1) A tribulação motiva-nos a oração. Paulo orou e os crentes oraram por ele. E Deus o livrou em resposta as orações feitas (Sl 34.6; Rm 15.30-33). A expressão “ajudando-nos também vós” (sunupourgeo) é uma palavra que retrata um grupo de trabalhadores carregando juntos um grande fardo. Eis o poder de orarmos uns pelos outros. (2) Deus é glorificado por meio de nossas tribulações. O livramento de Paulo da morte gerou um coro de gratidão e louvor a Deus, entoado por todos (Sl 50.15). Concluindo, a segunda carta de Paulo aos Coríntios é um “Manual de Consolação”. Nela, Deus é apresentado como o nosso único Consolador. O seu consolo é divino e sobrenatural. Ele é poderoso para confortar qualquer tipo de sofrimento.

APLICAÇÕES

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