Webzine Muro 04

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Contos Cinema Fotografia Música Notícia Poesia

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Editorial........................................................................................ 5 Fotografia e virtualidades..................................................... 7 A minha verdade...................................................................... 8 Perdido em Terra.....................................................................16 Portefólio: Filipa Crespo.......................................................18 Simbolismos.............................................................................22 Entrevista: A Funda São........................................................24 Aulas: Introdução ao Japonês............................................32 Depois do Cinema: Bolt........................................................36

Murenses: João Diogo, Miguel Simões, Mara Mota, Joana Sousa, Rúben Branco, André Consciência 3


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by: Terry Richardson 4


Mig u Sim el 천es

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Fotografia e Virtualidades

Com o surgir de metaversos ou mundos virtuais, nasce também uma nova forma de fotografia digital. A arte de fotografar no mundo dos pixeis assemelha-se em tudo à que é efectuada pelo fotógrafo com a sua câmera. Tal como no mundo real, aqui não é necessário criar objectos – outros houve que já os criaram. Trata-se apenas de escolha e gosto pessoal. Escolher o objecto da fotografia, experimentar ângulos, jogar com a luz e o contraste, brincar com os filtros. Num mundo em que tudo é fugaz, a fotografia deixa-nos o testemunho da criatividade e imaginação do ser humano. As duas qualidades que nos fazem ir em frente, explorar novos caminhos, reinventarmo-nos a cada dia. As fotos aqui apresentadas são uma modesta homenagem a todos os criadores que fazem o nosso mundo mais belo e melhor – seja ele real ou virtual.

página oposta: Love

by: Winter Wardhani 7


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Fantasmas RuĂ­nas

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Ilha perdida Quando as รกrvores voam...

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Solid達o A primeira praga do Egipto

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Cascata Stairway to Heaven

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a a a r r r r r r e t e e t t m e

m a m r em diodo d e e ot

i e d o r eid

Perdido em terra Posso dizer que sou um jovem com sucesso, estudei nas melhores escolas do país, filho de pessoas bem vistas na sociedade, até bem de mais… Licenciado em gestão, acabei por ir parar a uma das melhores empresas do país. Podia dizer que sou o melhor… mas isso não é verdade, tudo o que consegui até agora foi graças à influência dos pais que tenho. Hoje decidi que teria de mudar de rumo, sair daqui começar de novo e de forma justa, basta de cunhas, basta de mentiras, até os estagiários sabem mais do que eu. BASTA. Não mereço aqui estar, foram dois anos de gestor… dois anos a «gerir» uma empresa que, na verdade, foram os meus subordinados a gerir, eu apenas li e assinei. Tenho de me encontrar, saber quem sou! Terei de ir contra tudo aquilo que os meus pais sempre quiseram que eu fosse. 16

“Filho queremos o teu bem, serás um dos melhores gestores do país.” Toda a minha infância ouvi isto, nunca foram capazes de me perguntar, «Filho, o que queres tu ser quando fores mais crescido?» PORQUÊ?! Porque que nunca o fizeram? Sempre se preocuparam com eles e apenas eles, sim a minha educação sempre foi em prol deles, viver em mentiras. Pena nunca ter tido coragem de contar a todo a gente que era tudo fachada, que só tinham esta vida porque os pobres dos meus avós davam tudo o que tinham. A minha mãe podia admitir, não era vergonha nenhuma… mas o problema consistia nisso mesmo, a vergonha! Sim ela obrigava-os a contribuir com tudo o que tinham, apercebi-me disso há pouco tempo. Faleceram no mês passado, exaustos do trabalho de uma vida e com o desgosto de terem posto ao mundo uma filha que nunca os soube amar.


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Agora exigem-me tudo, e apregoam que se não fossem eles não estaria no lugar que estou, tenho de contribuir para a casa, para os seus carros de luxo, para uma vida que não podem ter e que mesmo assim fazem… falando melhor, a vida que nunca deveriam ter tido e que tiveram graças ao esforço dos meus avós. Farto deste mundo de injustiças, de mentiras, porque tanta hipocrisia, ganância, inveja… porquê? Somos uma passagem neste mundo. Todos me perguntam «Que vais tu fazer?»

Ainda não lhes disse mas o meu futuro será no mar, há uns messes deparei comigo a olhar para meia dúzia de pescadores junto à costa e disse para mim mesmo será que sou capaz? E algo dentro de mim disse que sim, irei lutar pela minha vida sem favores de ninguém, mostrar ao mundo que mesmo descalço e sem nada serei feliz! Serei porque lutei para o conseguir, sei que vão ser tempos difíceis mas é esta a minha vocação é este o meu rumo, basta deste tempo todo perdido em terra…

Fotografia: Marco A. Pires Texto: Joana Sousa 17


ortfólio ortfólio Portfólio Portfólio Portfólio Muro Portfólio Portfólio

Portefólio

Filipa Crespo http://www.behance.net/FilipaDCCrespo

Packaging: Lipton

landscape-cidade 18


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Newsletter for Dj Bird 19


ortfólio ortfólio Portfólio Portfólio Portfólio Muro Portfólio Portfólio

Portefólio

Nike Vintage 20


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landscape

Plaza en Madrid 21


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Simbolismos Mundo ao Acaso Não será o mundo um acaso? Não será o mundo feito de acasos? São muitos acasos juntos para um só mundo Demasiadas Vidas com a mesma estação terminal Demasiadas vivências com diferentes finais Demasiados barcos para poucas marés Não será a vida curta demais? Não serão estes anos uma oferta de uma revista celestial? Teremos nós um cartão de pontos no Mundo do Além? Não será este o paraíso corrompido? Não seria esta a última oportunidade de melhorar? Não será já tarde demais? Ou será cedo? Verei o nascer do Sol reflectido na janela do quarto da vizinha boa?

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Desde quando ser diferente é mau? Desde quando ser diferente é mau? Qual é o capítulo do livro da vida que dita o que é normal? Desde quando vivemos para a sociedade? Desde quando vivemos uma falsa liberdade? Desde quando não há vontade de ser original? Originalidade nowadays é muito melhor Passa por combinar calças com uma camisola diferente Abismo, para perder mentalidades, convergente E que seja para essa gente o pior Que se personifique nas crianças a perdição Que lhes vendam um mundo diferente do que existe Que me façam ter vergonha de ser desta geração, é triste Que destapem a realidade e acabem com a ilusão Que vejam que a luz da vida não se reflecte numa bola de espelhos

by: Simbolizante 23


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Entrevista Afundar n’A Funda São

São Rosas é o seu nome. E são rosas eróticas que a querida São e os membros e membranas do seu blog partilham connosco, num espaço abençoado pelo deus Eros. A aventura do blog começou pela vontade em abrir as portas da sua colecção de objectos eróticos; neste momento, são 43 as pessoas envolvidas no projecto. Partilham no mesmo espaço o respeito e o «gosto» pelo erotismo. Não interessa a profissão, o estado civil aos membros e membranas d’a funda São apenas se pede que (se) venham à página onde se pode encontrar um pouco de tudo, desde «bonecos de vudu», diciOrdinários, t-shirts e textos que nos deixam entusiasmados até ao tutano! Entrevistámos a São Rosas para saber um pouco mais sobre este espaço virtual onde as vontades se cruzam, erguendo os seus copos ao deus do Eros! Como surgiu a idéia da criação do blog a funda São? A origem de tudo foi – e continua a ser – a minha colecção de arte erótica. O blog surgiu em 2003 como forma de conhecer pessoas com um gosto comum pelo erotismo nas suas infinitas facetas. E, se Eros quiser, o blog há-de ajudar-me a atingir o meu objectivo: a criação de um espaço público dedicado à arte erótica. 24

Consideras que a existência deste e de outros blogs com propósito erótico tem um papel importante na «educação para o erotismo»? Só não têm um papel mais importante porque não são divulgados. Há uma censura por omissão, passiva, nomeadamente na maioria dos órgãos de comunicação social. Mas há também muita censura activa, mesmo na própria internet. As pesquisas do Google não apresentam resultados de


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blogs com conteúdos para adultos. Recentemente, a plataforma Blogger bloqueou o acesso ao blog a funda São durante seis dias. E, um ano depois de ter começado o blog, o Sapo apagou sem qualquer aviso as imagens que estavam lá alojadas... assim como ficheiros de uma tese de mestrado. Ainda hoje sou alérgica a Sapos! Para ti onde acaba o erotismo e começa a pornografia? Para mim, a pornografia é um conceito transversal e aplico-o a tudo o que me causa alergia: tráfico sexual, catástrofes humanitárias, ofensas pessoais, corrupção, intolerância, violência, hipocrisia, guerra, terrorismo, injustiça, racismo... e tudo o mais que me fode mas não é nada erótico. Quanto ao amor erótico e ao acto sexual, só acho que são pornográficos se não forem consentidos por todas as partes envolvidas. Ou que não sejam entre adultos, de forma voluntária e consciente. De resto, a distinção entre erotismo e pornografia é muito subjectiva. Até para a mesma pessoa, algo que é erótico num dado momento pode deixar de o ser... e vice-versa. E gosto desta distinção que eu própria criei: pornografia é o sexo pelo sexo; erotismo é amor pelo sexo. O erotismo é uma forma de cultura? E a pornografia? Mas alguém tem dúvidas?! O erotismo e a pornografia são formas de cultura, estudadas por muitos autores. Eu diria até que o erotismo está na base da Cultura e das diversas culturas, por todo o mundo e des-

de os primórdios da humanidade. O actual papa, Bento XVI, abordou na sua primeira encíclica o amor erótico, desejo de prazer e de felicidade, como não sendo necessariamente mau e estando ligado à verdade do ser humano. Se ele o diz... Se tivesses que definir a «missão» e os «valores» do teu blog, como seriam? Essa é fácil! O primeiro post, em 8 de Novembro de 2003, foi com este texto: “A missão deste blog: estudar e divulgar o erotismo. Quanto aos valores, diria que o principal é o erotismo como causa pela qual vale a pena lutar. À volta deste, surgem os valores da cultura, da partilha desinteressada e da diversão. Como “contravalor” alerto sempre para a minha alergia às ofensas e aos ataques pessoais. E o DiciOrdinário? Que tal está a ser a recepção por parte dos leitores portugueses? Os que conhecem o livro dão um retorno que me deixa sempre muito molhadinha. Como o comentário que recebi do Luís Pedro Nunes: “Mais que Vilhena 2. 0 o diciOrdinário ilusTarado é um trabalho único de etimologia que vai para os dois lados 25


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e, não sendo bi, serve-se como se fossem três pratos, um pitéu mas uma refeição completa”.

te o reconhecimento dos profissionais de saúde? Achas que traz «credibilidade» ao espaço?

Pela comunicação social «clássica», o «diciOrdinário ilusTarado» é como se não existisse. Que eu saiba, a única excepção até agora foi da revista «Os Meus Livros», que fez vários elogios, entre os quais este: “Uma obra onde o humor e a imaginação convivem sem complexos nem constrangimentos de linguagem”.

A Vânia Beliz é tão importante para o blog como os restantes 40 membros e membranas. Não sei se dão credibilidade ao espaço mas a mim deixam-me sempre toda ensopadinha com o que lá publicam.

E agora tenho um menino nas mãos: a editora (Via Occidentalis) declarou falência. Nada erótico...

É sempre um bom momento quando acedo à gestão do blog e encontro prendinhas que a malta lá deixa para publicar. Para não falar dos Encontra-a-Funda, ocasiões que temos para nos (re)encontrarmos e confirmarmos que somos de carne

Neste momento tens a Vânia Beliz a participar activamente no blog. É importan-

Qual foi o melhor momento d’a funda são? E o pior?

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e osso... com algumas partes de carne sem osso. Maus momentos, felizmente, têm sido raros: comentários desajustados, colaboradores que cortaram relações comigo e com o blog por motivos tão absurdos que parecem ter saído da «vida real»,... e, claro, a pressão da censura para restringir cada vez mais o acesso ao blog. Quem são os membros e membranas d’a funda são? Como os definirias? São tantos, de áreas e gostos tão variados que seriam precisas 43 entrevistas (uma para cada). Há os que escrevem textos (pequenos contos, poesia, informação, humor,...), os que desenham (além do nosso

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grande mestre Raim, que ilustrou o diciOrdinário, publico tiras de outros autores, com autorização deles), os que publicam fotos, os que escrevem umas baboseiras (é o meu caso) e os que não publicam nada (mas que me prometem que um dia vão publicar, quando lhes digo que os removo da «fundiSão»). Queres deixar alguma mensagem aos nossos leitores? Deixo duas frases em latim, explicadas no diciOrdinário: «Carpe diem» - ao contrário do que se pensa, não quer dizer «se fores ao mercado do peixe, compra carpa só se for do dia» e sim «manda-me uma, encarpada». E porquê? «O tempora o mores»... pois, com o tempo ficam moles.


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by _-=Dreemreeper=-_ on Flickr 29


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100% wrestling 30


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g, 0% trapalhice 31


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Introdução ao Japonês by: Pedro Miranda Se forem como eu que gosta de anime ou manga, ou se simplesmente têm curiosidade pela cultura japonesa, se calhar já tentaram aprender algo de japonês, ou até já sabem dizer algumas coisas de ouvido e gostavam de aprender mais um pouco. Por isso aqui vai uma pequena introdução à língua onde vão aprender o alfabeto nativo e os cumprimentos mais comuns. Características gerais O Japonês é uma língua fácil de pronunciar, tem cinco vogais como a nossa língua. Além disso, os substantivos não têm género nem plural. Por exemplo, a palavra がっこう (‘gakkou’ que significa escola), podia ser ‘escola’ou‘escolas’e não é preciso preocuparse se a palavra é masculina ou feminina que isso não vai mudar mais nada numa possível frase. Nem os verbos são afectados por contextos de pluralidade ou género. Acaba por ser quase ridículo para um português ao notar que os verbos não mudam com a pessoa que está a falar, ser eu ou tu ou eles a falar, não interessa para as conjugações. Outro aspecto importante do Japonês, e confuso para as pessoas que falam línguas latinas ou saxónicas, é a ordem gramatical das frases. Uma frase gramaticalmente completa só precisa de ter o verbo! Além disso, numa frase, os verbos têm de vir sempre no fim. Geralmente o sujeito é colocado primeiro, depois o objecto e finalmente o verbo. Em Português nós usamos sujeitoverbo-objecto, em Japonês usa-se sujeitoobjecto-verbo (embora as regras ditem que apenas o verbo tem de vir no fim). A entoação também é um aspecto impor32

tante da língua falada, visto que muitas palavras são ditas de forma exactamente igual, mas com uma sílaba mais acentuada em lugar diferente. A melhor maneira de aprender a entoação correcta é ouvi-la de nativos. Uma das maiores dificuldades para os estrangeiros com o Japonês é conseguir lê-lo, pois nos tempos modernos são usados três alfabetos diferentes: O Hiragana é o alfabeto nativo japonês e é composto por 46 caracteres e é usado para expressar quase toda a gramática e formas verbais. É o alfabeto mais importante e todos os outros caracteres nos outros alfabetos podem ser escritos em Hiragana. Também é importante porque o Hiragana vem nos dicionários. O Kanji é um conjunto de caracteres importados da China desde há cerca de 2000 anos. Existem cerca de dez mil caracteres kanji (não se assustem), mas felizmente para nós apenas 2000 são usados frequentemente e são suficientes para ler a maior parte das coisas (a menos que queiram ler romances ou poesia em japonês). Os Kanji são usados para expressar substantivos, verbos e advérbios, ou seja praticamente todos os significados (semântica) da língua, por isso é muito importante aprendê-los para ler o que quer que seja. Muitos livros que ensinam japonês não se preocupam minimamente em ensinar Kanji e depois quando as pessoas chegam ao Japão ou a algum website japonês, não conseguem ler absolutamente nada. Finalmente o Katakana, é um alfabeto muito parecido com o Hiragana que serve para


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escrever palavras e nomes estrangeiros. Todas as palavras inglesas usadas no Japão são escritas em Katakana.

racteres que indica mais ou menos como se diz a palavra. Por exemplo, a palavra em hiragana こんにちは, em romanji será ‘konnichiwa’.

Queria ainda mencionar o Romaji, que é precisamente uma romanização dos ca-

a

Monogramas (gojūon) i u e

o

ya

Bigramas (yōon) yu

yo

Vogais

あ a

い i

う u

え e

お o

k

か ka

き ki

く ku

け ke

こ ko

きゃ kya

きゅ kyu

きょ kyo

s

さ sa

し shi

す su

せ se

そ so

しゃ sha

しゅ shu

しょ sho

t

た ta

ち chi

つ tsu

て te

と to

ちゃ cha

ちゅ chu

ちょ cho

n

な na

に ni

ぬ nu

ね ne

の no

にゃ nya

にゅ nyu

にょ nyo

h

は ha

ひ hi

ふ fu

へ he

ほ ho

ひゃ hya

ひゅ hyu

ひょ hyo

m

ま ma

み mi

む mu

め me

も mo

みゃ mya

みゅ myu

みょ myo

y

や ya

r

ら ra

りゃ rya

りゅ ryu

りょ ryo

w

わ wa

ゆ yu り ri

る ru

よ yo れ re

ろ ro を wo

ゝ (duplica a sílaba)

ん n

C

a

(gojūon com (han)dakuten) i u e

o

ゞ (duplica e dá voz à sílaba)

(yōon com (han)dakuten) ya yu yo

g

が ga

ぎ gi

ぐ gu

げ ge

ご go

ぎゃ gya

ぎゅ gyu

ぎょ gyo

z

ざ za

じ ji

ず zu

ぜ ze

ぞ zo

じゃ ja

じゅ ju

じょ jo

d

だ da

ぢ (ji)

づ (zu)

で de

ど do

ぢゃ (ja)

ぢゅ (ju)

ぢょ (jo)

b

ば ba

び bi

ぶ bu

べ be

ぼ bo

びゃ bya

びゅ byu

びょ byo

p

ぱ pa

ぴ pi

ぷ pu

ぺ pe

ぽ po

ぴゃ pya

ぴゅ pyu

ぴょ pyo

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Nesta tabela, é importante de momento aprender a desenhar todas as letras simples (gojuon) sem e com acentos (dakuten). Os bigramas podem deixar para depois, pois são composições das letras simples. Reparem que a tabela está ordenada por consoante e a junção dessa consoante com a vogal dá o caracter respectivo. Por exemplo, um ‘t’ e um ‘e’ dá て (te). Isso acontece em todos os caracteres menos nos し、ち、 つ、ふ (shi, chi, tsu, fu). Se estão a pensar como diferenciar o 'shi' do 'chi', lembremse que o 'shi' é suave e sem abrir muito a boca (às vezes parece apenas 'si') e o 'chi' é mais pronunciado como 'tchi'. Em relação aos outros caracteres, as suas pronúncias são algo aproximadas do latim, por isso em português, て não soa a 'te', mas sim a 'té'. た soa a 'tá' e assim sucessivamente. 34

Apenas mais uma nota importante. Às vezes no meio das palavras aparece um つ (tsu) pequeno. Esse tsu não é dito, mas significa que a consoante seguinte vai ser duplicada. Para aprender os hiragana mais depressa, aconselho a darem um salto aqui http://japanese.about.com/library/blhiraculture.htm e copiem as palavras para um papel uma a uma. Cada palavra começa com um caracter da tabela e ainda mostra a ordem do desenho (a ordem é muito importante). Ou então escrevam as letras em cartões e depois embaralhem. Ao tirar um cartão à sorte, adivinhem qual é o som do caracter. Comigo funcionou (técnicas semelhantes para o Katakana e Kanji também são muito boas.


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Cumprimentos básicos Então vamos por mãos à obra: おはよう (ohayoo) - bom dia. (Podem usar 'ohayoo gozaimasu' para um bom dia muito educado) こんにちは (konnichiwa) - este é o olá dito durante o dia (por razões gramaticais, o は(ha), quando está sozinho numa frase pronuncia-se 'wa' e isso passou para palavras como esta e a próxima). こんばんは (konbanwa) – boa noite (à chegada como o inglês 'good evening'). おやすみなさい (oyasuminasai) – boa noite (despedida mesmo antes de dormir). さよなら (sayonara) – adeus. Esta é uma despedida longa e é melhor não usar quando vamos voltar a ver a pessoa no dia seguinte. いってきます (ittekimasu) – Adeus. Esta é uma despedida que se usa quando se despede alguém. Por exemplo quando uma mãe se despede das crianças que vão para a escola ou do marido que vai para o trabalho. A resposta a いってきます é いっ

てらっしゃい (itterasshai). (reparem nos つ pequenos que alongam as consoantes e no しゃ(sha) composto por um 'shi' e um 'ya' pequeno). またね (matane) – Até mais tarde. Despedida equivalente ao inglês 'see you later'. E pronto, por hoje é tudo, já têm muito com que se entreter. O guia que estou a seguir neste momento é este http:// www.guidetojapanese.org/learn/grammar pois começa pelo mais básico (e pelo mais difícil). Também podem dar uma vista de olhos no JapanesePod101 em http://www.japanesepod101.com/index. php?cat=0&order=asc que tem podcasts e toma uma técnica mais activa e menos chata de ensino, embora não se concentre nos ‘porquês’ básicos. Na próxima lição, espero que já tenham o Hiragana na ponta da língua, e vou ensinar como fazer o setup do Microsoft IME em sistemas Windows (XP, Vista e 7) para poderem escrever em Romaji e obterem as palavras em Hiragana, Katakana e Kanji. すごい!

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Nunca fui grande apreciador de filmes de animação, mas se querem que vos diga, Bolt tirou-me completamente do sério, fezme rir como um filme de animação não o fazia há muito tempo. O enredo do filme é excelente, a ideia é invulgar e ultrapassa todas as fábulas do século XXI que têm para aí surgido: Bolt é uma enorme estrela de Hollywood, protagoniza uma das séries com mais audiência em toda a América em que desempenha o papel de um cão com superpoderes, ao lado da sua fiel companheira e “dona” Penny. O filme retrata mais um como outros tantos dias na vida de Bolt, quando a sua dona vai para casa e o deixa nos estúdios, mas desta vez Bolt consegue levar a cabo a sua desesperada tentativa de fuga dos estúdios em busca de Penny. E porquê? Perguntam vocês. Porque a realidade de Bolt é a realidade da série, ele pensa ter super-poderes, ele pensa que tem de ajudar Penny a fugir do Homem do Olho Verde, ele pensa que realmente tem de salvar o pai de Penny. Assim, Bolt embarca numa aventura à descoberta do seu país, quando por engano vai parar a Las Vegas e conhece 5 ou 6 personagens que vos farão rir até cair. Não as vou caracterizar, não vale a pena, a sua grandiosidade só pode ser transmitida quando os vemos. A partir daqui, Bolt começa a perceber que é um cão como os outros, mas não sem antes fazer figura de doente mental perante outras várias personagens. Analisando o filme, não consigo detectar grandes falhas. Grande pontuação para a tradução dos nossos portugueses que têm feito grandes trabalhos a nível de dobra36


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gem, fazem-nos rir ainda mais com as versões portuguesas dando a entoação e voz perfeita no momento adequado e melhor, fazem-nos esquecer outros tempos do “Aladino” e da “Bela e o Monstro” em brasileiro. Grande mérito ainda para a concepção gráfica do filme, enriquecida claro com a tecnologia 3D, mas todas as personagens e todos os cenários estavam mesmo muito bem desenhados e trespassados para a fantasia. De notar ainda o enredo e o argumento da história, pelo menos na versão portuguesa, bons diálogos, perfeitamente perceptíveis e enriquecidos com boas adjectivações inseridos numa história que, apesar de continuar a ser protagonizada por animais falantes, conseguiu inovar e conquistar encantos. Não detectei mesmo grandes falhas, é difícil analisar um filme feito a computador. No entanto, é importante os produtores dos filmes de animação não se esquecerem do seu principal público alvo, as crianças. Pego no exemplo do “Bolt” e do recente “Madagáscar 2” em que a maior parte das situações hilariantes e que nos fazem rir são constituídas por ironias, silêncios intimidadores ou piadas demasiado rápidas. Tendo em conta estes dois exemplos, sim, sem dúvida que são

grandes filmes de animação, mas não para crianças dos quatro aos dez anos, consegui observar isso através das várias reacções do público ao filme na sessão que eu presenteei. De avisar ainda, que o registo do ser humano em animações está a tornarse repetitivo, o ser magrinho e franzino com cabeça grande está a repetir-se vezes sem conta, convém inovar, já que em breve “Mostros VS Alliens” voltará a acentuar esta ideia animada do humano. Voltando às medalhas de mérito, e pegando novamente nos exemplos de “Bolt” e “Madagáscar 2”, foi finalmente dada a verdadeira importância a cada um dos intervenientes na produção do filme, no momento certo, facto que tem sido ignorado em tantas outras animações, e que já foi notado pelo menos por mais uma colega blogger em http://www. morceguinhaspot.blogspot.com/ : “Um bom filme de animação nunca está pronto em menos de 2 anos, requer muita e muita gente por detrás como qualquer outro tipo de filme. No entanto, o trabalho das pessoas que realizam filmes de animação é completamente diferente. São feitos mil e um desenhos, são construídas quinhentas e tal miniaturas, e quando o filme de animação em questão é feito em 37


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plasticina( fuga das galinhas por ex) todas as expressões dos bonecos que aparecem no filme são moldadas uma a uma e a montagem de uma única cena demora meses. Este trabalho não se faz sozinho, pois claro que não, muitos são os técnicos cheios de talento que realizam, desenham e moldam tudo aquilo que nós vemos durante 1h30m...... NO ENTANTO, OS PRIMEIROS NOMES A APARECER NO FILME SÃO OS DAS PESSOAS QUE DÃO VOZ AOS BONECOS! Os

nomes das pessoas que estão 654 dias seguidos a desenhar o mesmo boneco aparece no fim do filme quando já toda a gente saiu da sala!” É, no mínimo, pouco lisonjeador para os produtores. Resumindo, grande filme de animação, não o percam, está mesmo muito bom, mas não esperem fazer as delícias do filho, irmão ou primo de 7 anos, não vão conseguir arrancar grandes sorrisos dele com este filme.

EXAME: Realização: 10/10 Actores (dobragem portuguesa): 9/10 Argumento/Enredo: 10/10 Banda Sonora: 9/10 Duração/Conteúdo: 10/10

Grafismo: 10/10 Transmissão da principal ideia do filme para o espectador: 5/10 MÉDIA GLOBAL: 9/10

by: Pedro Gonçalves depoisdocinema.blogspot.com 38


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