PARAZÃOHEBDO
ANO 4 - NÚMERO CINCO / 03 DE ABRIL DE 2016 / BELÉM - PARÁ
FUTEBOL, HUMOR, ARTE E POLÍTICA
humor pela democracia Cartunistas contra o movimento golpista bancado pela Rede Globo e FIESP.
ELIHU DUAYER
Dino Alves
Vem ai...
JUNIOR LOPES
De 23 de abril a 02 de maio Nesta edição: Paulo Emman Walter Pinto Ítalo Gadelha Brahim darwich Junior lopes Elihu duayer João bento Edra
Fernando Vasqs Dino Alves Raimundo Sodré Erika Morhy Paulo Barbosa Mashiro Pedro Maués
Johan
Cruijff
Editorial
Não vai ter Golpe! Bradam os defensores da democracia golpeados também por um governo que, também os golpeia. O facebook se transformou num campo de batalha. Todo mundo argumenta e todos querem ter razão. Enquanto isso a Direita acelera o passo, já trôpego, na urgência e ânsia de poder pelo canibalismo do golpe. Humor pela democracia. Cartunistas com as penas afiadas se lançam à guerra com suas charges e ideias. O PH pronto para ir ao front, em 15 dias estaremos nas ruas, nas bancas e depois de tantos anos finalmente nas mãos dos leitores. Esperamos superar as expectativas e confirmar o que já sabemos: falta mais Humor neste país e o PH chega pra preencher esta lacuna. Até o impresso. Editor Paulo Emman
BRAHIM DARWICH
PARAZÃOHEBDO Dono da bola Paulo Emman Dona do campo Lu Hollanda Dono do apito Walter Pinto Dono do placar Harold Brand Dono das bandeirinhas Junior Lopes Dono da maca Paulo Mashiro Dono das camisas Ricardo Lima Gandulas especiais Luiz Pê/ Sodré/ Ítalo Gadelha/ Volney Nazareno/ Elihu Duayer/ Fernando Vasqs Ondovato A.L.Paixão Timaço Goleiro: Regina Coeli Lateral direito: Elias Pinto Ala esquerdo: Brahim Darwich Zagueiro central: João Bento 1º Volante: Tomaz Brandão 2º Volante: Alvaro Andrade Meia direita: Pedro Maués Meia esquerda: Versales (SP) Direita: Regina Damasceno Ponta esquerda: Anna Maria Linhares Centroavante: Márcio Couto Administração e internet Alícia e Ana Paulainha Leva e traz: Pablo Galvão Administração Trav. nove de janeiro,2383 Bloco B 1001- S. Brás CEP. -66060-585 Fones: (91) 3199.0472 99223.6464 Redação e contatos: pauloemman@yahoo.com.br hollandaluciane@yahoo.com.br
Metendo a fulhanca
Walter Pinto
EMMAN
ÍTALO GADELHA
Rara
paulo emman
emman
O Davi Luis e o medo do Suarez O Davi Luis é um bom menino. Isso não significa nada em se tratando de futebol. Teve um surgimento invisível no futebol brasileiro jogando pelo Vitória e imediatamente embarcou para Europa pra jogar pelo Benfica de Portugal, e naquele tempo nem tinha tanto cabelo assim. Na passagem pelo Chelsea começou a deixar os “caracoles” crescer e com a corrupta CBF e o Dunga no comando, nem precisava ser bom de bola para ser convocado, bastava jogar na Europa que estava apto para estar na seleção. É um fiasco como a fieira de jogadores invisíveis no futebol brasileiro que chegaram na seleção através de empresários como o Gilmar Rinaldi. É uma máfia mesmo (Vide a Copa 2015). Mas o problema é o xampu e o salão de beleza que ele mantém na mansão milionária que comprou quando foi para o PSG como um dos dois melhores zagueiros do mundo. ( podem rir - o
EMMAN
outro é o companheiro de equipe Thiago Silva). Ele começou a passar metade do dia no salão de beleza e outra metade correndo na frente de um grande espelho numa sala idem vendo
seu cabelo balançar. Quem pensava que só o Cristiano Ronaldo era o narcisista e metrosexual estava enganado. O Davi Luis não vai ao ataque só pra tentar enganar e de vez em quando, por sorte
Seleção mixuruca Sempre, nas conversas com amigos, tenho falado das limitações de Davi Luis como jogador e, principalmente, como zagueiro. É, ao que parece, um bom caráter, mas como jogador, seria um bom reserva na minha Tuna. É um
peladeiro de carteirinha, não sabe marcar, não tem recuros e, assim, é certeza de “sempre entregar o ouro”. No jogo contra o Uruguai pela sexta rodadas das eliminatórias para a Copa do Mundo, o torcedor brasileiro teve a prova maior disso.
Sobre a “Seleção Total”, é um time por demais razoável e, com um técnico que só tem igual a ele o gringo do São Paulo e pior o Neston do Remo. Se o Brasil conseguir a classificação será um milagre. Aliás, enquanto insistirem com esse time
fazer o gol, ele vai pra poder voltar abanando os cabelos ao ventos. É bonita aquela crina. Deveria estar jogando numa pista do jóquei Clube com o Dunga como seu “Ricardinho”.
marcos moraes em dólares, deixando os brasileiros por aqui, vai ser complicado. É muito jogador pereba junto e sem sangue, sem garra, sem amore o pior, sem futebol. O velhinho, enjoado como é, mesmo quase caduco, deve estar rindo em casa. Viva o Zagalo!
Elihu duayer
raimundo sodré
Girino de gute-gute Uma posição no futebol que muito admiro, é a de lateral. Ambas as laterais. Houve uma época, no Internacional da Mauriti, que joguei, eu que sou destro, na lateral esquerda. Não lembro bem porque seu Dori, nosso treinador, me jogou pra’quela posição. Vale citar, porém que a experiência deu certo: na oportunidade, fomos campeões do torneio Cristo Redentor, no Coqueiro. Sinceramente, falando na vera, acho que honrei pouco os valores da posição. Hoje, conhecidos como alas, os laterais destacam-se pela agressividade. Na minha época de boleiro, eram mais comedidos. Avançavam, infiltravam, mas se dedicavam com mais frequência, a defender. Eu era radical. Guardava posição, cobria as investidas dos zagueiros, descia em diagonal para guarnecer a meta, lutava por rebotes. E fazia isso até bem. Quando dava uma assanhadinha e passava da linha do meio-campo, seu Dori ralhava. É claro que eu emburrava, mas obedecia.
Sabia que podia fazer mais, atacar. Tinha exemplos ali, nas peladas de rua mesmo. Mais comum nas férias de início de ano, o pau torava no leito pedregoso da Marquês. Em meses chuvosos, nas margens da rua sem pavimentação, formavamse valas extensas, tingidas de lodo verde e habitadas por um exército de girinos. As partidas eram disputadíssimas. Dez minutos ou um gol. Entrega total, poucas regras. Bola no ar não dá e falta só se estalar algum membro. Era ferro com ferro. As grades iam se formando e se agitando, dando corda. Em caso de empate,
Em Breve Emnas Breve nas bancas! bancas!
cara ou coroa e vaia pro perdedor. No calor da luta, do pescoço pra baixo, tudo era canela. Nesse clima, troquei suores com um dos laterais mais competentes que vi jogar por aqui. Era o Mariano. Tinha pegada, cacoete, jeitão de lateral, daqueles que se postava de lado, matava a bola, dava um toquinho e no mesmo instante já se adiantava ganhando a linha de fundo. Iniciava a carreira no Paysandu, mas nas férias, botava pra chulear defendendo o time da Estrela. Jogando pelo quadro peladeiro do Internacional da Mauriti, me bati com o Mariano umas quantas vezes, por aqueles lados enlameados da Marquês.
O que torna é que o pequeno era um defensor valente. Guerreiro, e não alisava o baixolinha aqui. Era só eu fazer um ciscado, uma graça, chamar a marcação, que ele não contava conversa. Lançava a perna com vigor, escorava com o corpo, e lá ia eu pra vala. Engoli muito girino de gute-gute, nessas batalhas com o Mariano. Nas peladas da Marquês, fazia tudo que o seu Dori não deixava eu fazer nos jogos oficiais do Internacional da Mauriti. Não guardava posição, me abalava para o ataque, tentava ‘dibras’ e a linha de fundo. A bronca era o Mariano. O cara era fera. Foi-não-foi, eu tava na vala engolindo girino. Outro dia, Belém sofreu debaixo de um toró daqueles. Tudo alagado. E eu zanzando pela cidade úmida e solitária, doido pra voltar pra casa. Um táxi salvador apareceu em meio àquele aguaceiro. Toca pra Pedreira. Quando dei fé, o motorista era o Mariano, o melhor lateral direito que conheci. Lembramos daquelas tardes e dos girinos.
walter pinto
A História na charge A gripe espanhola aterrorizou os moradores de Belém durante os três últimos meses de 1918. O número de mortos foi tão grande que num só dia ocorreram 77 sepultamentos. Temendo o contágio, muitas famílias abandonaram seus mortos durante os velórios. A alta dos preços tornou a situação mais dramática, mas foram os armadores os que mais faturaram.
vasqs
mashiro
João Pedro maués
fotos: Walter pinto
O padre
nMashiro: estreando com premiação.
Estréia com estilo Paulo de Tarso Galvão que assina Paulo Mashiro, tem sua estreia no muindo dos quadrinhos em grande estilo. Foi um dos cinco premiados do concurso de Hq promovido pela FCP- Fundação Cultural do Pará. O primeiro colocado foi Moaccyr Kalley Pinheiro com a história “Memórias”; o segundo lugar ficou com a dupla Acilon HB Cavalcante e Keoma Calandrini; A premiação do segundo ao quinto colocados foram 50 exemplares da revista, entregues à Delianne Lima e Tiago Volpato, Vinícius Passos, Paulo Mashiro com o texto do escritorAlfredo Garcia.
nOs premiados com a equipe da FCP.
Certa vez sonhei que era um padre e estava com problemas de audição. Ainda assim as pessoas vinham se confessar comigo. Só que precisavam quase gritar para que eu pudesse ouvir os pecados e a penitência fosse passada, também em som alto. Os fies do lado de fora, ficavam esperando a vez numa espécie de plateia, curtindo. A Dona Rosa, repetindo baixinho, teve que gritar: - Eu enganei meu marido cinco vezes.
- E eu: QUANTAS?? - CINCO, seu PADRE! Passei a penitência mas a platéia reagiu: - SÓ ISSO??? Aí a próxima foi a Maura. Mocinha linda e cobiçada. - O QUÊÊÊ”??? Ela, também em som alto: - PADRE EU TIVE PENSAMENTOS IMPUROS COM O ADOLFO!. Na plateia, as pessoas cumprimentaram um rapaz que, imaginei, fosse o Adolfo.
EMMAN
charges e chargistas
Chargistas retomam a pena walter pinto
O chargista brasileiro retorna com toda força neste momento político conturbado, incerto e confuso. Quando o judiciário se confronta em ter que decidir os rumos do país, a presidência da República na figura da também confusa Dilma Roussef, luta contr a derrubada do seu governo contra um evidente golpe institucional. Aqui Se faz charges pra se fazer história. Nesta sessão Edra, Emman, Walter Pinto, Elihu Duayer, Dino Alves, Ronaldo Rony, Brahim Darwich, Rice e Bira Dantas.
dino alves
EMMAN
rony
edra
charges e chargistas
a crĂtica e afiada paulo barbosa
EMMAN
Brahim darwich
Bira Dantas
elihu Duayer
junior lopes
Johan Cruijff
erika morhy
Ivete Eu admiro Ivete desde que a vi pela primeira vez na escola da minha filha. Eu havia passado por ela na rua, enquanto caminhava para buscar Helena. Ivete estava sentada no chão, na calçada perto do colégio. Ela vendia incenso. Negra. Corpulenta. Cabelos trançados. Rosto sereno e simpático. Trocamos algumas palavras durante a espera pela abertura do portão e soube, dentre outras coisas, que ela tentava uma vaga para a filha em uma escola mais próxima do seu trabalho, porque a falta de vaga no refeitório do “Bernardino Rivadavia” inviabilizava as tarefas dela. Eu não
havia pensado em trocar de colégio, mas insistia pela abertura de vaga. Ir quatro vezes ao colégio durante o dia, de fato, é bastante inconveniente para a rotina diária. Conversamos sobre o uso de turbantes, ela mostrou fotos das tranças que faz nas praias. Só descobri seu nome no segundo dia de conversa. Perguntei como andava sua procura por outro colégio e ela disse que seu marido, finalmente, conseguiu uma vaga no refeitório da escola. Tudo resolvido. Disse também que vendia coisas lindas para as crianças, como meias. E me mostrou alguns pares. Vi que não tinha nenhum para os pés
de Helena, justifiquei e ela confirmou quando viu os pés da minha pequena grande garota. Nesse meio tempo, ela me contou que era da Libéria e haviam sido colonizados por norteamericanos, por isso falava inglês; ainda que já estivesse adaptada ao espanhol há oito anos. Disse que eu deveria conhecer a África, tanto que gosto de turbantes, e que eu deveria pedir a Deus que solucionasse a falta de vagas no comedor. Eu senti muita sinceridade, nenhuma ironia, na sugestão dela. Ivete contou que seu marido solucionou tudo, porque não a queria ver vendendo coisas na rua enfrente à escola da sua filha. Ele dizia
pra ela que a filha sofreria chacota dos colegas... ... ... Ivete disse ainda que se sente sufocada com tantos prédios, em Buenos Aires. No seu país, respira melhor o ar que a natureza oferece. Eu comparei à Amazônia, onde eu também podia encontrar lugares maravilhosos para me refazer. Eu e Ivete sempre conversamos na porta da escola. E depois seguimos nossos rumos. Tão distantes e tão próximos.
Erika Morhy é jornalista e reside atualmente em Buenos Aires
João Bento
JOÃO BENTO
O cartunista paraense João Bento é um profissional atuando no mercado paraense há mais de 30 anos. Ilustrador, caricaturista e muralista realiza cursos e oficinas no
Espaço João Bento de Artes
Conheça e peça seu orçamento, “in box” no facebook ,ou wattsap pelo número
(091) 98056.1047 (TIM)
Dino alves
Direto da maravilhosa Teresina Dino Alves é brasiliense, jornalista, publicitário e cartunista. Veio para o Piauí em 1976, inciando seu trabalho em 1982 (ano do nascimento do Salão de humor do Piauí). Na primeira edição do salão, ele estava lá, com os seus 14 anos de amor. Foi cartunista do extinto jornal “O Estado” em Teresina. Estudou desenho na UFPI. Em 1990, foi para São Paulo (onde viveu por 20 anos e estudou jornalismo e publicidade), trabalhou na editora Ática, revista Visão (DCI) Carrefour (publicidade), TV Gazeta, TV Cultura e Rede Globo. Participou do Salão de Humor de Piracicaba por 20 edições. Expondo no Brasil e exterior. Em 2000, teve como sua grande obra, o mural do estádio do Morumbi/SP Atualmente vive em uma cidade maravilhosa de nome Teresina e publica seus desenhos no portal Capital Teresina. E o melhor de tudo: é artista na terra onde escolheu pra viver!