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Editorial (1) Massacre de Pinheirinhos, manifestações sendo reprimidas com violência, a podre e corrupta mídia convencional acobertando as vigarices do Estado e de seus cúmplices (os grandes empresários e latifundiários*), quilombos, comunidades indígenas, pequenos agricultores e comunidades carentes sendo expulsos de suas terras... Ufa... Alexandre Entra governo, sai governo (independente do partido) e os parasitas continuam sugando o povo. Com exceção de um remendo aqui e um tapinha nas costas ali, a galera continua levando trolha e fica todo mundo com aquela cara de “eu não posso fazer nada”. E ainda tem quem acredite nesse circo de horrores. *Cumplices ou patrões?

Editorial (2) O ano começou agitado para o Reboco. Participações em eventos, encontros com novos amigos e a produção deste número abriram 2012 em grande estilo. 2011 também fechou legal. A coletânea de 1 ano e o número 9 (completamente feito a mão e em parceria com meu grande amigo e irmão Murilo Pereira Dias) mostraram que, apesar de toda dificuldade, é possível continuar e resistir. Os que acompanham nosso blog devem ter percebido que ele não está mais no ar e que a parada vai ser cada vez mais resolvida no impresso. Nossa caixa postal mudou de endereço, assim como eu e minha trupe. Forte abraço a todos os antigos e novos irmãos de luta e força sempre.

Contatos: fsb@yahoo.com.br www.twitter.com/RebocoCaido www.slideshare.net/ARITANA

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Intertexto

Tranca

Bertold Brecht (1898-1956) Primeiro levaram os negros Mas não me importei com isso Eu não era negro Em seguida levaram alguns operários Mas não me importei com isso Eu também não era operário Depois prenderam os miseráveis Mas não me importei com isso Porque eu não sou miserável Depois agarraram uns desempregados Mas como tenho meu emprego Também não me importei Agora estão me levando Mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém Ninguém se importa comigo.

Alexandre Mendes Reclamação e indignação A multidão bradava em prantos por justiça e liberdade Por aqui, em todos os cantos, clamavam os páreas da cidade De repente, na madrugada, ouviu-se um forte estrondo que vinha da parte mais elevada estampido estampado pelo vão da telha cinza-claro adentro deitados no colchão sem expor o seu lamento Boca fechada, nem mais uma palavra REBOCO

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José Carlos, Elso Boa Gente

Nove horas de trabalho por dia, pouco mais que um salário ao mês. Muito tempo de vida vendido à muito pouco. Sei que tem gente que não vai entender. Gente que prefere discutir sobre o Justim Biber (até hoje não tive curiosidade de aprender a escrever o nome desse menino. Deve ser assim.). Muita gente chorando pelo cara do computador. Será que com tanta tecnologia e grana em volta, ele reduziu o tempo de trabalho e aumentou o salário dos funcionários? Será que contribuiu para diminuir o abismo social? Nove horas por dia é muito suor vendido a preço de banana. Se bem que a banana nem tá mais barata. Não para mim. Só como banana quando nasce na casa do vizinho. Nove horas de trabalho com mais duas indo e vindo são 11 horas perdidas todo o dia a troco de dinheiro. Pouco dinheiro. Muito pouco. Será que vale a pena? Eu nem fazia questão do dinheiro. O mais importante é o tempo de vida desperdiçado. Tanta coisa eu podia tá fazendo. Tanta coisa para fazer. Tanta gente preocupada com o Rafinha Bastos. Um senhor que mora em baixo do meu prédio está sumido há algumas semanas e não está fazendo falta. Ele não trabalhava nove horas nem tinha salário. Será que deveria estar satisfeito? Será que estão me fazendo um favor? Acho que não. Afinal, são nove horas do nosso dia por apenas pouco mais que um salário uma vez ao mês. Eles dizem que uma hora é para meu almoço. Dizem que são apenas oito horas de trabalho por dia. Puta que o pariu.

Eu já ando injuriado, ô xará. Meu salário defasado, meu povo todo esfomeado e ainda é intimado a votar. Vejo que essa previdência não tem competência pra ser social. O trabalhador adoece e morre na fila do hospital. Enquanto uma pá de aspone que dorme e come, mamando na teta. E os PCs na mamata, sempre fazendo mutreta. Roubando dinheiro do povo e mandando pra Suíça na maior careta. Isso é que é covardia que me arrepia e me faz chorar. É fraude por todos os lados e ninguém consegue grampear os culpados É que na realidade a impunidade tá feia demais. E uma pá de cheque-fantasma, assustando o planalto central. Assombração de barraco é o ladrão de gravata e não é marginal

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. . Caapuã me perguntou : O que você sente quando coloca os pés na terra? Renata Machado Setti Minha resposta: Sei que sou mais um grão na infinitude dos grãos e sinto o respirar de cada um deles dentro de mim. O respirar é profundo. Divido meu pulmão com meus irmãos em todos os mundos. Não existem palavras e sim música. Cantos distantes que vão ficando perto. Uma incontrolável presença de um ser oculto que se revela na essência da natureza. Aquilo que é originário no viver, cuja única roupa é uma teia de energia dos puros sentimentos...

M A N I F E S T O PELA DENÚNCIA DO CASO PINHEIRINHO À C O M I S S Ã O INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

Eu queria matar a presidenta: depoimentos da guerra civil brasileira

Fabio da Silva Barbosa

O que tá rolando

TUDO a Agora é um empurrando a responsabilidade FANTO CHE D para o outro erou z O MES l MO M rasi ONST Reportagem feita com celular mostra o B RO d Denúncias truculência da Guarda Municipal do Rio anco m o B S a r n e yterdita a -Remanescentes n rs de quilombo em H a c k e J o s é oneses ri as e d b e p o m risco- u e d Ca ria

: Execução, á Ataq b a n c Vai demorar muito p embargar as corrupção e a t n co obras da hidrelétrica Sto AntôDebaixo nio, no rio Madeira? Projeto al- ocultação terado, turbinas com problemas, de cadáver de ovos e margens tragadas à no dade e i vaias r a d i o l so inh Pinheirinho Kassab é Ato em de pinheir promove massacre da Ditadura a cercado na comuni Agressão no Pinheirinho militante Sé, em SP Pinheirinho: protestos em todo o país

PM ataca moradores em alojamento cedido pela própria prefeitura

RJ: Agricultores e pescadores sofrem intimidação e violência no Complexo Industrial Portuário do Açu

Pastora evangélica é denunciada por escravizar menina xavante Novo protesto contra aumento das passagens de ônibus

Assombração de Barraco

O Pinheirinho da Rede Globo foi legalizado pelo Estado

PQP

Protestos: “Inundar Xingu dos outros é refresco” REBOCO

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O cinema independente hoje Por Fabio da Silva Barbosa Parte I: Petter Baiestorf Nasceu no dia 13 de novembro de 1974 e fundou a Canibal Filmes em agosto de 1992 para produzir seus roteiros. Este é Petter Baiestorf, uma verdadeira referência do cinema independente. A descoberta do cinema como forma de expressão e a definição do estilo: Desde criança percebi que cinema pode funcionar como ferramenta política. Parece meio alien falar disso hoje, quando o cinemão voltou a ser uma forma alienante de diversão (dados o grande sucesso de superproduções ou os de baixo orçamento imitando essas super-produções e o desenvolvimento de tecnologias imbecilizantes como o 3D), mas acredito no cinema que tenha algo a dizer. Minha formação em cinema é a de cinéfilo em busca de produções obscuras. Tudo que é diferente me interessa. Produzo um cinema que pode ser chamado de livre por não ficar preso a nenhuma fórmula. Acho que minha fórmula é misturar fórmulas e quebrar a lógica das fórmulas. Os elementos estão aí para serem combinados e recombinados. A experimentação é ilimitada. A Canibal Filmes existe desde 1992. Como manter um projeto assim por tanto tempo? A Canibal Filmes é o Petter Baiestorf, ou vice-versa. Enquanto eu estiver vivo ela existirá e vai continuar fazendo sua arte, seus filmes. Vai continuar lançando filmes que pouquíssimas pessoas gostam. Estamos para completar 20 anos de existência, produzindo sempre com dinheiro do próprio bolso os projetos que acho interessantes. Não me interessa ser igual aos outros. Procuro incansavelmente dar continuidade ao meu peculiar estilo de fazer filmes. REBOCO C A Í D O #10

Segredo de tanta longevidade: Teimosia! Canibal Filmes, ou Petter Baiestorf, ainda existe pela teimosia. Por saber que sou um dos únicos caras no Brasil com essa visão de querer ser um autor numa época que todos são incentivados a pensar igual a todos. Sei a fórmula de fazer filminhos populares, mas isso é fácil demais. Cadê o desafio? Nossa época está cada vez mais moralmente fascista. Enquanto eu viver, vou continuar fazendo uma arte que vá contra essa idéia do fascismo nas artes, da censura estética e financeira que mutila tantos artistas. Hoje o artista é podado no papel, antes mesmo de começar a sua produção. A simples ideia de que seu filme precisa dar “n” número de espectadores já faz ele se auto-censurar prá garantir a esmolinha! E o Manifesto Canibal? É a teoria que veio da prática. É a teoria de tudo que aprendemos a fazer em anos de produção independente. Em 2002, com problemas de dinheiro para a produção de filmes baratos, sentei e comecei a colocar várias coisas no papel com a idéia de lançar um fanzine sobre produção independente de cinema. Saiu o que ficou conhecido como “Manifesto Canibal”. Dois anos depois, em 2004, a editora anarquista Achiamé, do Rio de Janeiro, me pediu prá aumentar aquele zine e transformá-lo num livro. Chamei Coffin Souza prá me ajudar na tarefa e lançamos o livro que trás uma pequena luz de como

produzir à todos que queiram se aventurar na produção independente. Esse livro teve tiragem de 1000 exemplares e atualmente está esgotado. Uma hora faremos uma segunda edição, revisada, ampliada e mais sarcástica. E você ainda atua como blogueiro. Leyla Buk e eu mantemos o blog Canibuk, www.canibuk.wordpress.com, que é um blog exclusivo de divulgação da cultura underground. Aliás, quem quiser ter sua arte divulgada lá, mande prá gente que podemos ajudar. Canibuk engloba cinema, pinturas, música, pornografia, fetiches, erotismo, comida vegetariana, medicina natural, bizarrices em geral, anarquismo e uma série de entrevistas com realizadores undergrounds que estamos fazendo. Nomes como Fernando Rick, Joel Caetano e Felipe Guerra, são fonte de pesquisa aos que quiserem falar sobre cinema underground brasileiro. Aos poucos iremos colocando tudo que gostamos no blog, que é atualizado diariamente por Leyla ou eu. Na RioFan 2011 (festival de cinema fantástico), aconteceu o caso de censura ao filme “A Serbian Film”. Como você vê esse tipo de atitude? Esse tipo de censura, como ocorreu com o “A Serbian Film”, rola a vida toda. Faço filmes extremos a tanto tempo que vivo sendo censurado em tudo que é lugar, cada vez mais. Meu filme “Gore Gore Gays”, de 1998, nunca pode ser exibido em mostra alguma por discutir a sexualidade humana. O povo tem que deixar é de ser acomodado. Ninguém comenta, mas os deputados estão cada vez mais conservadores e criando leis mais absurdas. Repito sempre que conhecer a história do nosso país, e do mundo, é algo

muito importante. Quem conhece a história sabe que nunca, desde 1930, a sociedade esteve tão próxima do fascismo quanto nos dias atuais. Temos toda uma geração acomodada na frente dos PCs, sem se importar com nada que não seja download ou fofoquinhas em redes sociais. Tá na hora de crescer e fazer a diferença. Percebo que os jovens sentem desconforto de pensar diferente ou, simplesmente, pensar. A chave de tudo é garantir uma educação de qualidade para todos, garantir que o jovem entenda a importância de pensar por si próprio e entenda que as diferenças e a tolerância entre os diferentes é algo básico para o bom funcionamento da sociedade. Um povo educado e inteligente pode ver qualquer expressão artística extrema sabendo separar realidade e arte. Sou contra qualquer forma de proibição! 5 filmes que devem ser assistidos: Não gosto de listas porque isso limita quem está buscando informação a um caminho indicado. Minha dica é: TODOS OS FILMES DEVEM SER ASSISTIDOS, TODOS OS LIVROS DEVEM SER LIDOS E TODOS OS ASSUNTOS DEVEM SER DISCUTIDOS. Cinco filmes que admiro muito são produções como “United Trash”, de Christopher Schlingensief; “Sweet Movie”, de Dusan Makavejev; “Yuke, Yuke, Nidome no Shojo”, de Koji Wakamatsu; “Pastoral”, de Shûji Terayama; “Sedmikrásky”, de Vera Chytilová; “El Topo”, “The Holy Mountain” e “Santa Sangre”, de Alexandro Jodorowsky; “Viva La Muerte”, de Fernando Arrabal; os curtas de Jan Svankmajer; os curtas de George Kuchar; o senso de humor de John Waters. Mas quem não REBOCO

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conhece o estilo de meus filmes, não fique achando que minhas produções são na linha desses filmes que citei.

Parte II: Fernando Rick

Como você definiria seu trabalho? Bem esquisito. Sempre em evolução e se modificando. Não costumo me repetir.

O sentido da vida: Agir com responsabilidade. Coisa que nem sempre conseguimos, mas que não acho difícil. Você é o único responsável por seus atos. Tenha isso sempre em mente. O que te importa? Tudo me importa, mas, atualmente, a ignorância da humanidade é o que mais tem me assustado. Falta pouco pros “donos da verdade”, os “donos das leis”, começarem a se achar no direito de queimar pessoas em praça pública. Como adquirir as produções da Canibal Filmes? Entra em contato comigo via e-mail baiestorf@yahoo.com.br Não me deixe recados no blog ou em redes sociais porque posso demorar a responder. Considerações finais: Obrigado pelo espaço, Fabio. Em breve teremos novidades.

dúvida, Evil Dead.

É fácil fazer filmes de maneira independente? Existem vários modos. O mais comum é você juntar dinheiro, reunir amigos e convencê-los a fazer coisas nojentas e passar vergonha, tentar por umas mulheres peladas e misturar tudo o que você gostaria de ver. Aí, com o tempo, você vai aprendendo a linguagem, técnica, etc. Se tiver interesse, geralmente, acaba trabalhando na área. Caso contrário, pode continuar a vida fazendo isso como Hobby pra se divertir com os amigos, o que é legal também. Aliás, tudo começa como desculpa pra tomar cerveja. Funciona tipo aqueles jogos de futebol, onde o povo só joga por causa do churrasco que vem depois.

“O estranho, o provocativo, o controverso... se há um ponto em comum entre todos os trabalhos passados ou futuros da Black Vomit Filmes, com ceteza, são temas atípicos. Documentários, vídeo clipes, filmes, programas de TV, animações, ilustrações... todo tipo de obra audio-visual sob uma ótica diferenciada.” (www.blackvomit.com.br/sobre.html) E Fernando Rick chega junto para prestar maiores esclarecimentos. Chega aê, Fernando.

E os atores quando a grana é pouca ou nenhuma? Quando se está começando é difícil. Vai da sua lábia de convencer os amigos a passar carão. Quando você vai se profissionalizando, aí começa a usar atores de verdade. Mostra um projeto do filme pros caras, geralmente paga cachê, mesmo que simbólico, etc. É mais fácil com ator de verdade do que amigo. Para a rapaziada que tá afim de começar a produzir seus próprios filmes, qual a dica? Vejam filmes. É a maior escola de cinema que existe.

Fernando Rick antes da Black Vomit: Um jovem a toa, aficcionado por cinema e cerveja, fã de som pesado e botecos. Como ela nasceu? Eu sempre tive vontade de fazer meus vídeozinhos trash. Era ultra difícil juntar uma turma legal pra conseguir realizar alguma coisa. Então, por volta de 2000, consegui reunir um bando de amigos do colégio pra tentar fazer nosso primeiro vídeo em VHS. O filme não saiu, mas a produtora surgiu ali, com o nome tirado de uma música da Banda Sarcófago. O filme perfeito: Não tenho como escolher apenas um filme ou livro, mas um dos mais notórios é, sem REBOCO

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Fragmentos Perdidos

Friambroles

Murilo Pereira Dias

Fabio da Silva Barbosa

- Fala, meu amigo. Me vê um friambroles. nós podemos voar mas não acreditamos - Friambroles acabou, mas leva essa aqui basta ver o abismo que não vai deixar na mão. sempre esteve alí ninguém pulou - O que é isso? eu me joguei pois queria ver o fim ao abrir as asas não caí - Lincórceresatomo. planei ao chegar no fundo do abismo - E como se usa isso? nada vi apenas estava escrito - Do mesmo jeito. Essa é a parada. Tô te em palavra pequena fazendo um favor. tive que me abaixar e retirar a poeira - Mas eu não quero isso. Eu vim comprar um um pequeno foda-se escrito friambroles. achei engraçado mas era aquilo mesmo - Aproveita que amanhã, quando você voltar no fim do abismo não há esperança querendo outro, já vai estar no preço normal. não existe esse lugar Hoje tá no preço do friambroles. onde queira repousar ela jamais permitira - Mas eu não quero um Lincórceresatomo. ela quem??? Eu gosto de friambroles. a tormenta.... o caos - Olha aqui, meu chapa... Me dá esse ;;;;; dinheiro. Leva esse Lincórceresatomo que não vivemos sem caos você não vai se arrepender. Agora dá linha para buscarmos a solidão dos sentidos na pipa que tá vindo mais um freguês. sem trevas em busca de luz ou luz em busca de trevas - Você tem Friamboles? para que existir ??? perde tudo...está em queda - Friambroles acabou, mas leva essa aqui todo na mesma direção que não vai deixar a desejar. de querer confirmar Total Alienação - Armagedom um grande ciclo vital Da casa para o trabalho / Do trabalho para casa / Sua e real única visão /Total alienação / Assistindo novela / Ouvinna pequena escritura do futebol / Sua única audição / Total alienação / Dizendo um de cada vez indo o que te mandam / Falando o que você ouviu / Sua única para pessoalmente ler dicção / Total alienação / Pensamento vazio / Nunca tem e acreditar opinião / Sua única razão / Total alienação !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Blogs: resistenciacarioca.blogspot.com, peresteca.blogspot.com, molholivre. blogspot.com, partesforadotodo.blogspot.com, recantomarginal.blogspot.com REBOCO

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